António Horta Osório vai deixar presidência do Lloyds Bank em 2021

  • Lusa e ECO
  • 6 Julho 2020

O banqueiro português vai abandonar a liderança do banco britânico em junho do próximo ano.

Depois de uma década ao leme do banco Lloyds, António Horta Osório prepara-se para deixar o cargo. O banqueiro português vai deixar a presidência do banco britânico em junho do próximo ano. Esta saída faz parte de um conjunto de mudanças na equipa de topo do banco, sendo que o Lloyds anunciou já que Robin Budenberg será o novo chairman, em 2021, sucedendo a Lord Blackwell.

Numa nota de imprensa, o Lloyds Banking Group realça que António Horta Osório entende que “as pessoas não se devem perpetuar nos cargos, para benefício das instituições e dos próprios”. “Horta Osório decidiu deixar o cargo de CEO do Lloyds em 2021 após uma década de enorme importância para o maior banco de Inglaterra e altamente desafiante para o gestor”, adianta.

A saída do presidente executivo acontece após terminar o terceiro plano estratégico para o período 2018 – 2020, “que tinha como principais objetivos preparar o banco para um mundo digital e contribuir para a transição do Reino Unido para uma economia de baixo carbono”.

“Ao longo dos próximos 12 meses, Horta Osório vai concluir a implementação do plano estratégico apresentado em 2018, continuar a liderar a resposta do banco aos enormes desafios colocados pelas consequências económicas da pandemia e assegurar a transição da liderança da instituição de uma forma tranquila e organizada”, adianta a nota.

Numa declaração do presidente executivo citada na nota, António Horta Osório refere: “É com um misto de emoções que anuncio a minha intenção de deixar o Lloyds Banking Group em junho do próximo ano. Foi um enorme privilégio ter contado com o apoio de uma equipa extraordinária, tanto no Conselho de Administração como no Conselho Executivo, com a qual vou continuar a contar até terminarmos a implementação do nosso plano estratégico, contribuindo para transformar o Grupo no banco do futuro.

Também numa citação, o chairman do Lloyds, Lord Blackwell, diz querer aproveitar esta oportunidade para homenagear a “extraordinária contribuição do António Horta Osório, ao longo da última década, primeiro liderando o ‘turnaround’ e, depois, o desenvolvimento estratégico do Grupo”.

“O seu compromisso pessoal e a sua forte visão conduziram a um período de mudanças massivas e bem-sucedidas no Grupo, devolvendo o Lloyds à sua posição de destaque para ajudar o Reino Unido a prosperar como principal banco comercial e de retalho do país”.

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Exames nacionais começam hoje com quase 42 mil alunos a fazer prova de Português

  • Lusa
  • 6 Julho 2020

Na primeira fase dos exames haverá mais de 151 mil alunos inscritos para realizar 254.865 provas. No exame de Português são quase 42 mil alunos a fazer a prova esta segunda-feira.

A primeira fase dos exames nacionais do ensino secundário começa esta segunda-feira às 9h30 com a prova de Português para os alunos do 12.º ano, num processo que envolve mais de 150 mil estudantes inscritos para as provas deste mês.

Segundo números do Júri Nacional de Exames, na primeira fase dos exames haverá mais de 151 mil alunos inscritos para realizar 254.865 provas.

Quase 42 mil alunos do 12.º ano vão hoje mostrar o que sabem a Português, participando na primeira fase de um processo que só termina a 23 de julho com a prova de Literatura Portuguesa dos alunos do 11.º ano.

Comparativamente com o ano anterior, regista-se uma diminuição de quase 90 mil provas, devido às novas regras introduzidas por causa da pandemia de covid-19.

O Ministério da Educação (ME) decidiu que este ano as provas nacionais não eram obrigatórias para a conclusão do secundário, passando a contar apenas as classificações internas, ou seja, as notas atribuídas pelos professores pelo trabalho realizado ao longo do ano.

Por isso, este ano, a maioria dos alunos (91%) participa exclusivamente com o objetivo de concorrer ao ensino superior, em contraste com os dados referentes ao ano passado, em que a maioria tinha em vista a aprovação final do secundário.

Ainda assim, pouco mais de metade (55%) dos alunos inscritos nos exames nacionais tencionam prosseguir estudos no ensino superior.

Além de menos provas, também há menos alunos inscritos: são menos 8.310 estudantes em relação ao ano letivo 2018/2019.

Português deixa também de ser a prova mais realizada, uma vez que não será obrigatória para todos os finalistas, contando com apenas 41.887 inscrições, em comparação com as mais de 77 mil do ano anterior.

O exame mais concorrido na primeira fase é Biologia e Geologia (44.047), seguindo-se Física e Química A (42.269), Português e Matemática A (38.669).

Do ensino profissional chegam apenas 558 matrículas, registando-se uma quebra de 208 em relação a 2019, uma vez que, este ano, foi criada uma nova via de acesso ao ensino superior para estes estudantes, que passam a poder realizar exames regionais, agendados para setembro.

Este ano, as duas fases dos exames tiveram de ser adiadas devido à pandemia de covid-19, que obrigou a substituir as aulas presenciais pelo ensino à distância prejudicando milhares de alunos com dificuldades de acesso às aulas online.

Para tentar compensar, o ME decidiu que os alunos teriam mais três semanas de aulas e que, no caso dos alunos do 11.º e 12.º anos, voltariam às escolas para ter aulas presenciais.

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Empresas espanholas asseguraram 70% do mercado das obras públicas em Portugal

  • ECO
  • 6 Julho 2020

No último ano e meio, foram adjudicados 1.431 milhões de euros em obras públicas em Portugal no último ano e meio, sendo que apenas 444,8 milhões foram para empresas de construção nacionais.

As empresas portuguesas asseguraram pouco mais de 30% das obras públicas lançadas no último ano, revela uma análise ao Portal Base, às obras públicas acima de sete milhões de euros. De acordo com o estudo citado pelo Público (acesso condicionado) nesta segunda-feira, foram adjudicados 1.431 milhões de euros no último ano e meio, sendo que apenas 444,8 milhões foram para empresas nacionais.

As empresas estrangeiras — sobretudo “armada espanhola” como é chamada no setor, constituída pelas cinco maiores empresas com a atuação em Portugal (FCC, Ferrovial, Dragados, Sacyr , Acciona) — já ganharam contratos de mil milhões de euros em Portugal.

O desequilíbrio em desfavor das empresas de construção nacionais é avançado um dia antes de o Parlamento levar a discussão, nesta terça-feira, alterações ao código dos contratos públicos por proposta do Governo. O objetivo será eliminar os preços anormalmente baixos que surgem em algumas propostas, assim como evitar que outros concursos fiquem desertos, porque os preços de referência com que são lançados estão desajustados da realidade.

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Hoje nas notícias: obras públicas, Novo Banco e aumentos

  • ECO
  • 6 Julho 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Apenas cerca de 30% das obras públicas lançadas no último ano e meio foram asseguradas por empresas portuguesas. O Fundo de Resolução impediu 23 operações do Novo Banco, desde que este foi vendido ao fundo Lone Star. Antes da pandemia, a negociação coletiva ainda deu origem a aumentos de 2,7%. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Empresas espanholas asseguraram 70% do mercado das obras públicas em Portugal

No último ano e meio, as empresas portuguesas asseguraram pouco mais de 30% das obras públicas lançadas, de acordo com uma análise ao Portal Base, às obras públicas acima de sete milhões de euros. No total, foram adjudicados 1.431 milhões de euros, sendo que apenas 444,8 milhões foram para empresas nacionais. Esta terça-feira, o Parlamento vai discutir alterações ao código dos contratos públicos por proposta do Governo.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Fundo travou Novo Banco apenas em 23 operações

O Fundo de Resolução travou 23 negócios do Novo Banco, desde que foi criada a almofada para cobrir as perdas relacionadas com os ativos tóxicos do antigo Banco Espírito Santo, de um total de 194 operações de alienação de ativos, de créditos e imóveis. Destes negócios, 83 operações não motivaram notas do Fundo de Resolução, em 58 o fundo não se opôs, mas colocou alguns requisitos, e em 25 propôs recomendações. O Novo Banco tem de comunicar ao Fundo todas as operações relativas aos ativos abrangidos pelo mecanismo de capital contingente.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Negociação coletiva deu aumentos de 2,7% antes da pandemia

A negociação salarial na contratação coletiva garantiu subidas nas remunerações a mais de 116 mi trabalhadores no primeiro trimestre deste ano, naquele que é o maior impacto dos últimos anos. O número de pessoas abrangidas por alterações de salário de início de ano não era tão elevado desde 2015, sendo que as convenções publicadas até março permitiram um aumento médio de 2,7%.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Avaliação do património rústico já está em curso

Já está a avançar o processo para a avaliação do património rústico, sendo que a Autoridade Tributária e Instituto Superior de Agronomia estão a desenvolver o modelo de avaliação destes prédios, tendo já concluído a primeira fase. O objetivo desta medida é ordenar o território através da política fiscal.

Ler notícia completa no Jornal de Negócios (link indisponível)

Jorge Roque da Cunha denuncia “perseguição aos médicos do Alentejo”

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos lança críticas à forma como os profissionais de saúde do Alentejo estão a ser tratados. Jorge Roque da Cunha fala em “perseguição”, referindo-se nomeadamente ao facto de a ARS ter proibido as férias a todos os médicos, enfermeiros e prestadores de saúde do distrito de Évora até 10 de julho.

Leia a notícia completa no jornal i (link indisponível)

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5 coisas que vão marcar o dia

Como está a evoluir o comércio a retalho? O Eurostat dá a resposta esta segunda-feira, depois de em abril se ter verificado uma quebra de quase 20%, na Zona Euro.

O Eurostat divulga os dados do comércio a retalho relativos a maio e Pedro Nuno Santos acompanha a receção das primeiras 18 carruagens compradas à Renfe. O dia fica ainda marcado pelo fim da consulta pública da “Estratégia Nacional para o Hidrogénio” e pela reação dos mercados aos anunciados corredores aéreos do Reino Unido.

Como está a evoluir o comércio a retalho?

O gabinete de estatísticas da União Europeia publica, esta segunda-feira, os dados relativos ao comércio a retalho registados em maio deste ano, primeiro mês de desconfinamento. Em abril, a área da moeda única verificou uma quebra homóloga de quase 20% do comércio a retalho, o que foi explicado, em grande parte, pelo impacto da pandemia de coronavírus e pelas medidas de confinamento adotadas em consequência pelos vários Governos. No mesmo mês, a União Europeia registou um recuo de 18% do comércio a retalho e Portugal registou uma descida ainda mais significativa: 22%.

Primeiras 18 carruagens compradas à Renfe chegam a Guifões

As primeiras 18 carruagens adquiridas pela Comboios de Portugal (CP) à Renfe chegam, esta segunda-feira, a Guifões. O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, acompanhará a receção deste material, em conjunto com o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, e com o presidente do Conselho de Administração da CP, Nuno Freitas. No total, a CP comprou 51 carruagens à Renfe, o que permitirá aumentar em 50% o seu parque de carruagens climatizadas.

Mercados reagem a corredores aéreos anunciados por Reino Unido

O Reino Unido vai abrir corredores aéreos com vários países europeus a partir de 10 de julho, mas deixou mesmo Portugal de fora (exceto os Açores e a Madeira). Os países incluídos nessa lista poderão receber turistas britânicos sem que estes fiquem obrigados a cumprir um período de quarentena aquando do regresso a casa. Os mercados europeus — nomeadamente as cotadas ligadas ao setor do turismo — reagem, esta segunda-feira, à decisão do Reino Unido.

Termina consulta pública da “Estratégia Nacional para o Hidrogénio”

Termina, esta segunda-feira, o período de consulta pública da “Estratégia Nacional para o Hidrogénio” do Ministério do Ambiente e da Ação Climática. Ainda na semana passada, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) disse não estar confortável, nem “descansada” com o conteúdo do documento em causa. “Há muitas interrogações sobre o impacto financeiro” dos projetos relacionados com o hidrogénio, frisou a confederação liderada por António Saraiva.

Que peso tem o setor espacial em Portugal?

Termina, esta segunda-feira, o prazo para responder ao inquérito promovido pela Agência Espacial Portuguesa para avaliar o peso do setor espacial no país. O objetivo é traçar o retrato da indústria especial e dos centros de investigação da área em Portugal. Este será o primeiro passo para a criação do Catálogo Espacial Português 2020. O questionário pode ser respondido online.

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Aviões voltam ao céu com a promessa de serem neutros até 2050. Taxa sobre combustíveis seria “sacrificar” o setor

José Neves, presidente do Conselho de Administração da AED Cluster Portugal, diz que impor uma taxa sobre o combustível seria "estar a sacrificar as empresas" por causa da sua pegada ecológica.

Até à pandemia de Covid-19, antes do novo coronavírus ter obrigado milhões de aviões em todo o mundo a ficarem estacionados no solo, a aviação representava 2% das emissões poluentes em todo o mundo. A poluição associada ao setor estava a crescer a um ritmo de entre 4,5% e 6% ao ano. “Começou a ser crítico reduzir o impacto da aviação ao nível climático”, reconhece José Neves, presidente do Conselho de Administração da AED Cluster Portugal (Aeronáutica, Espaço e Defesa).

Pelos números internacionais a que tem acesso, em 2018 foram transportados 4,4 mil milhões de passageiros em todo o mundo e foram também gastos 9 mil milhões em Investigação e Desenvolvimento na aviação civil, a nível europeu. “Hoje polui-se menos por passageiro, mas há muito mais passageiros do que no passado. O objetivo da aviação é tornar-se neutra em 2050. É um grande desafio, mas já foi assumido por muitas empresa do setor aeronáutico. O presidente da Airbus já disse que esta é claramente uma das prioridades da empresa: travar a pegada carbónica da aviação”, avançou o responsável em declarações ao ECO/Capital Verde.

Os aviões hoje são mais limpos do que no passado, mas há muitos mais a circular. Estamos já o olhar para aviões elétricos, mas os novos combustíveis menos poluentes também pode ser uma boa solução.

José Neves

Presidente do Conselho de Administração da AED Cluster Portugal

José Neves garante que transformar esta ambição vai exigir muitos desenvolvimentos e avanços tecnológicos. Desde aviões mais pequenos e leves, com motores híbridos ou 100% elétricos, para curtas distâncias, até aviões a hidrogénio ou, numa primeira fase, combustíveis iguais aos de hoje mas com menos teor de carbono. “Tem de ser um mix de soluções para descarbonizar a aviação. Os aviões hoje são mais limpos do que no passado, mas há muitos mais a circular. Estamos já o olhar para aviões elétricos, mas os novos combustíveis menos poluentes também pode ser uma boa solução. Não devemos descartar nenhuma tecnologia. São pequenos passos para uma revolução que vai acontecer no setor. Em 2030 já não vamos estar a falar de emissões como hoje”, antecipa.

Sobre o hidrogénio para a aviação, em particular, o presidente do Conselho de Administração da AED Cluster Portugal garante que os primeiros demonstradores poderão estar a voar em 2028 e a tecnologia operacional em 2035, com um impacto de menos 50% a 90% das emissões poluentes. Grandes fabricantes como a Airbus e a Boeing serão chamadas a agir, mas o resto da cadeia de abastecimento também, diz José Neves.

E porque o setor da aviação já está a olhar para a questão ambiental com muita preocupação, considera que impor uma nova taxa sobre o combustível usado nos aviões, num momento em que as companhias aéreas estão numa situação tão grave, porque perderam passageiros de um dia para o outro, seria “estar a sacrificar as empresas” por causa da sua pegada ecológica.

“Não concordo [com a nova taxa] porque isso não resolve o problema. O setor está a fazer esse esforço e a organizar-se. Até porque os jovens, que são os passageiros do futuro, não querem viajar de avião por causa da poluição. Serão as empresas a ter de comprar aviões menos poluentes e os governos têm de as incentivar. A TAP já deu esse passo com os A330 neo e A320 neo, que consomem menos 10% a 15% de combustível”, remata o responsável, que não esconde a esperança de ver os corredores aéreos europeus e internacionais a serem abertos gradualmente daqui para a frente.

TAP vai regressar à “normalidade”, com voos regulares

No contexto da crise económica causada pela pandemia de Covid-19, a Associação Portuguesa para o Cluster das Indústrias Aeronáutica, Espaço e Defesa apresentou recentemente um documento com medidas para a mitigação dos impactos nos respetivos setores, que foi entregue aos membros do Governo com as tutelas da Economia, Defesa, Administração Interna, Educação, Ciência e Tecnologia e Infraestruturas, bem como a vários departamentos públicos, como o IAPMEI, AICEP, a IDD ou a ANI. José Neves garante que o documento foi bem recebido e que a associação está encarregue de o transformar numa visão europeia, a tempo da presidência portuguesa da UE que se avizinha.

Uma das propostas passa pela participação de Portugal no futuro CleanSky3 (Clean Aviation), através de um maior envolvimento de stakeholders nacionais, dinamizando financiamentos para o efeito. “Pretendemos presentar medidas que vão ter um impacto estratégico para as empresas, ao mesmo tempo que tornam Portugal um país mais competitivo para o investimento externo. Sendo um país muito atrativo, em especial no setor aeronáutico — prova disso são os vários investimentos significativos que foram feitos nos últimos anos no setor –, acreditamos que estamos no caminho certo para uma possível recuperação estável, se adotarmos todas as medidas para que tal aconteça”, diz José Neves.

Em Portugal estas três indústrias representam um volume de faturação agregado superior a 1,7 mil milhões de euros, com valores de exportação de cerca de 90%. Com o impacto da Covid-19 preveem uma diminuição de 55% das receitas de passageiros das transportadoras em 2020 relativamente a 2019 (menos 314 mil milhões de dólares) e ainda uma diminuição de 48% do tráfego anual de 2020.

Sobre a TAP, o responsável está otimista e acredita num regresso à normalidade, com a empresa a caminhar para uma retoma gradual das atividade, com voos regulares para algumas rotas.

“O surto de Covid-19 afetou todos os setores da AED, tendo sido a indústria aeronáutica civil a mais atingida, originando cortes nas encomendas, problemas de abastecimento, paragens na produção e problemas de tesouraria. Relativamente às indústrias da Defesa e Espaço, estas são maioritariamente direcionadas para o setor público pelo que ainda não enfrentam os mesmos impactos da indústria Aeronáutica, no entanto, o impacto indireto não tardará a fazer-se sentir. Por estas razões, a AEDCP decidiu agir e avaliar o que pode ser feito para diminuir as implicações desta nova crise”, defende o responsável.

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Caixa de Previdência dos advogados investigada por gestão danosa e desvio de fundos

Os factos remontam de 2015 a 2018. Inquérito está a decorrer no DIAP de Lisboa e já ouviu os queixosos. Processo está em segredo de justiça e remonta à liderança de José Ferreira de Almeida.

A Caixa de Previdência de Advogados e Solicitadores está a ser investigada pela Justiça por suspeitas de gestão danosa e desvio de fundos. Os factos remontam a 2015 e até 2018 – quando a direção da instituição era a de José Ferreira de Almeida que não a atual – e neste momento o processo encontra-se a decorrer no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa – com o número 5192/180JFLSB , estando ainda em segredo de Justiça. Ao ECO, a PGR confirmou a existência desse inquérito mas escusou-se a dar mais esclarecimentos já que o processo não é público.

O ECO sabe que a Polícia Judiciária começou por inquirir há já dois anos alguns advogados queixosos e algumas testemunhas. Mas que, com o aparecimento da pandemia e consequente encerramento dos tribunais durante o Estado de emergência e até junho, o processo encontra-se parado.

O bastonário Luís Menezes Leitão já avisou que foi pedida uma auditoria externa à CPAS. O objetivo é “apurar o património da entidade e as condições para o pagamento de pensões”. O líder dos advogados avançou ainda que o conselho Geral da OA formou um grupo de trabalho com o intuito de “avaliar a situação em termos de sustentabilidade e verificar a forma como os advogados estão a encarar o seu sistema de previdência”. E adiantou ao ECO/Advocatus que esse grupo de trabalho criado está “neste momento a debater esse assunto, é uma das questões na agenda” diz o líder dos mais de 30 mil advogados.

Na segunda-feira, o Conselho Geral da Ordem dos Advogados aprovou o relatório de contas da CPAS relativo a 2019. Um relatório que aponta para um lucro de 18 milhões. Este resultado é conhecido numa altura em que o sistema autónomo face ao regime geral da Segurança Social tem sido alvo de muitas críticas por não garantir aos profissionais os apoios mínimos em caso de baixa por doença ou em caso de licenças de parentalidade.

Apesar do lucro, ainda assim, segundo o mesmo relatório, a dívida gerada durante o ano de 2019 por contribuições não pagas foi de 17 milhões 358 mil euros. A dívida acumulada (descontada do valor já recebido no âmbito dos planos prestacionais em curso) registada no final do ano de 2019 foi de 130 milhões.

Durante a pandemia, o bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão, criticou duramente o Governo pelo facto dos advogados serem excluídos das ajudas por parte do Estado por quebra ou redução da atividade, face à paragem da atividade devido à Covid-19 e ao consequente Estado de Emergência decretado em março.

Porém, o panorama pode vir a mudar, já que o PS apresentou agora uma proposta para que o Estado apoie os trabalhadores independentes sem proteção social e que abarca os profissionais inscritos na CPAS. Podem vir a beneficiar de uma prestação mensal de 438,81 euros, sendo o apoio “atribuído e pago pelo respetivo sistema contributivo, com as devidas adaptações”. A proposta do PS vem dar cobertura legal para que a Caixa de Previdência possa atribuir um apoio extraordinário, durante seis meses, aos advogados que estejam a enfrentar uma paragem da atividade ou uma quebra a parir de 40% na faturação.

Há também uma iniciativa do Bloco de Esquerda que já foi aprovada na generalidade que tem semelhanças e que cria um apoio extraordinário (também de 438,81 euros) para os trabalhadores excluídos dos outros apoios, o que inclui também os advogados e solicitadores, que na sua maioria não estão cobertos pela Segurança Social, mas sim pela CPAS.

Sobre alternativas à CPAS, Luís Menezes Leitão garante que têm de ser estudadas. “Havendo qualquer alternativa ao sistema, teríamos que garantir que se mantém toda a situação que existe e que não haja perturbações na Caixa. Precisamos de saber se as alternativas que existem são, de facto, melhores que o que temos hoje”. Para já, uma lista de mais de 3 mil assinaturas está a ser concluída para levar a discussão da manutenção ou não da CPAS como regime autónomo a referendo. A própria ministra da Justiça já veio dizer que a integração no regime geral da Segurança Social pode vir a ser uma possibilidade.

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Bancos dão “borlas” para atrair clientes. Até pagam prestações da casa

Em tempos de pandemia, bancos estão a dar descontos nas "contas pacote", cartões e seguros. "Namoro" chega ao ponto devolverem dinheiro ou pagarem prestações do crédito da casa.

A captação e fidelização de clientes é cada vez mais importante para a banca, já que é garante de cada vez mais comissões, essenciais para os bancos rentabilizarem a atividade. Essa circunstância tornou-se ainda mais premente em tempos de pandemia, em que o setor está sobre forte pressão. Daí que não seja difícil de perceber que o setor esteja a retomar campanhas promocionais. A prová-lo estão um conjunto de “borlas” que estão a dar não só a novos como aos atuais clientes. O “namoro” chega ao ponto de haver casos em que lhe devolvem dinheiro.

Passado o período mais crítico da pandemia, que confinou todo o país, levando a uma quase paragem de todos os setores de atividade, incluindo os bancos, o setor ensaia a retoma. Tal como as lojas lançam os saldos, os bancos apresentam campanhas promocionais para, por um lado, ajudarem as famílias neste momento de crise, mas por outro, para porem o negócio de novo a andar.

Se uns privilegiam descontos nas comissões dos serviços do dia-a-dia como as contas pacote, cartões de débito ou na disponibilização de seguros, há outros bancos que preferem focar as suas atenções no crédito, tentando relançar a atividade. É o que acontece, por exemplo, no ActivoBank, com o cartão de crédito, no BPI, com o crédito pessoal, e no Bankinter, com o crédito à habitação

Há bancos que disponibilizam-se mesmo a devolver dinheiro na conta do cliente. O ActivoBank deposita na conta os juros do cartão de crédito referentes a três meses, dizendo ao cliente que “está ao seu lado nesta fase de desafios”, numa clara alusão à crise resultante da pandemia. Já o Bankinter aposta na conquista de mercado, oferecendo uma prestação do crédito da casa a quem traga um novo cliente.

Conheça as campanhas dos bancos

BCP reduz comissões em contas pacote a adesões em família

“Partilhe as suas vantagens com a família”. Este é o mote da campanha que o BCP tem a decorrer em que reduz comissões até ao final de setembro na adesão a contas pacote feitas “em família”.

Quem ainda não tenha uma solução integrada (vulgarmente designada como “conta pacote”) e adira à solução “Cliente Frequente” ou “Mais Portugal”, mas ao mesmo tempo uma conta filha (limite de cinco) subscreva uma solução “GO!” beneficia da redução da comissão de manutenção de conta pacote mensal, para 1 euro até 30 de setembro. No caso da solução “Cliente Frequente” a mensalidade habitual varia entre um mínimo de 4,5 e um máximo de 8 euros, enquanto no caso da “Mais Portugal”, destinada a emigrantes, vai de um mínimo de 4 a um máximo de 8 euros.

Para o primeiro titular da “conta pacote” e para o primeiro titular com conta filha associada são ainda salientadas vantagens que incluem isenções em algumas mensalidades de seguros.

BPI não cobra comissões na contratação de crédito pessoal

O crédito pessoal é onde o BPI está a promover vantagens aos clientes. Neste sentido, está a isentar a comissão de abertura do processo no “Crédito Pessoal BPI” e no “Crédito Imediato BPI”. De acordo com a instituição financeira essa isenção permite poupar até 450 euros na contratação destas soluções de financiamento em contratos que sejam celebrados até 31 de julho.

O “Crédito Pessoal BPI” está disponível para montantes até 75 mil euros, para qualquer finalidade, com prazo que pode ir até ao limite de 120 meses (dez anos) nos financiamentos de menor montante (até 6.350 euros). Já o “Crédito Imediato BPI” está disponível para montantes até 6.350 euros, num prazo entre 12 e 60 meses, através da BPI App, BPI Net ou balcão. Se aprovado, o dinheiro ficará imediatamente na conta à ordem.

ActivoBank devolve juros do cartão de crédito

Os clientes do ActivoBank que utilizem o cartão de crédito da instituição vão ter direito a uma “borla”. O banco online decidiu devolver o montante dos juros associados a operações efetuadas com o respetivo cartão de crédito durante um período de três meses.

“Neste momento de grandes desafios, o ActivoBank vai devolver os juros do cartão de crédito de todos os seus clientes em maio, junho e julho”, diz o banco liderado por Ricardo Campos numa mensagem enviada aos seus clientes.

De acordo com informação disponibilizada no site do banco online, a campanha de devolução de juros incide sobre os valores considerados nos extratos referentes aos meses de maio, junho e julho. Relativamente à devolução dos juros, esta será feita através da conta cartão no mês seguinte ao do débito dos juros, revela ainda a instituição.

Contudo, os clientes do banco só podem beneficiar dessa “borla” caso não se encontrem em incumprimento com o pagamento do valor mensal extratado.

Bankinter devolve uma prestação da casa a quem traga novo cliente

De olho também na captação de clientes, o Bankinter foca as suas atenções no crédito à habitação. É feito um “convite” aos clientes que já têm o empréstimo da casa a angariar novos clientes para este tipo de financiamento.

Por cada familiar ou amigo recomendado que complete o processo de financiamento de crédito habitação, o banco espanhol credita na conta à ordem do cliente que fez a recomendação o valor de uma prestação do seu empréstimo de Crédito Habitação até um valor máximo de 1.000 euros.

Esta campanha é válida para clientes que façam a recomendação desde que tenham feito o crédito da casa entre 1 de abril de 2016 e 31 de dezembro de 2019. Para ter acesso a essa devolução, o cliente recomendado tem que contratualizar o crédito até 31 de dezembro de 2020.

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Impostos adiados ameaçam tesouraria das empresas este mês

Em resposta à pandemia de coronavírus, o Governo permitiu às empresas diferirem impostos e contribuições sociais. Este mês, estes adiamentos vão começar a pesar na tesouraria das empresas.

Para ajudar na tesouraria das empresas portuguesas, o Governo flexibilizou o pagamento das contribuições sociais e dos impostos, atirando para o segundo semestre do ano a regularização desses descontos. Julho promete, assim, ficar marcado por um crescimento em flecha dos pagamentos exigidos às empresas, que passam a ter de liquidar não só os impostos e contribuições referentes ao momento atual, mas também as prestações atrasadas.

Em meados de março, o Governo anunciou a flexibilização do pagamento das contribuições sociais, do IVA e das retenções na fonte de IRS e IRC.

No que diz respeito aos descontos para a Segurança Social, o Governo permitiu a redução a um terço das contribuições devidas a 20 de março, 20 de abril e 20 de maio ou, no caso dos trabalhadores independentes e das empresas que já tivessem feito os descontos de março, as contribuições devidas a 20 de abril, 20 de maio e 20 de junho.

Ficou acordado, em contrapartida, que o valor remanescente — isto é, os dois terços em falta em cada um desses meses –, seria liquidado no segundo semestre, por via de uma de duas opções: pagamento do valor em dívida ao longo de três meses (julho a setembro), sem juros, ou pagamento do valor em dívida ao longo de seis meses (julho a dezembro), com juros nos últimos três meses.

Este diferimento foi disponibilizado não só aos trabalhadores independentes, mas também às empresas com até 50 trabalhadores, com 50 a 249 trabalhadores (caso tivessem registado uma quebra de faturação superior a 20% face ao período homólogo), ou com 250 ou mais trabalhadores (no caso de serem dos setores do turismo, aviação civil ou outros encerrados por imposição legal e se tivessem registado também uma quebra superior a 20%).

No caso do IVA, os pagamentos devidos a 15 de abril, 15 de maio e 15 de junho, no regime mensal, ou 20 de maio, no regime trimestral puderam ser reduzidos a um terço ou a um sexto, tendo sido disponibilizado um plano de pagamento do remanescente em três ou seis prestações, respetivamente. E neste caso, o pagamento da primeira prestação em falta foi exigido logo no mês seguinte. Por exemplo, em maio por relação ao imposto em falta em abril.

Esta medida foi disponibilizada a todas as empresas e trabalhadores independentes com até 10 milhões de euros de volume de negócios em 2018, às empresas dos setores encerrados por imposição legal e às empresas e “recibos verdes” que registassem uma quebra de faturação superior a 20%.

No que diz respeito ao diferimento das retenções na fonte de IRS e IRC, estavam abrangidas as mesmas empresas indicadas neste último universo, tendo sido flexibilizados os pagamentos devidos a 20 de abril, 20 de maio e 20 de junho. Neste caso, o imposto mensal também podia ser reduzido a um terço ou a um sexto, isto é, era possível aderir a um plano com três ou seis prestações, vencendo a primeira tranche logo no mês seguinte.

Tudo somado, as empresas com maiores dificuldades e que, portanto, tenham aderido ao modelo desenhado para lhes dar maior alívio — isto é, que escolheram fatiar em mais prestações os descontos em causa — viram reduzidas, em abril, as suas contribuições sociais a 1/3, as retenções na fonte a 1/6 e o IVA a 1/6.

Em maio, começou, contudo, a ser-lhes exigido várias prestações adicionais, isto é, voltaram a pagar 1/3 das contribuições sociais, mas já tiveram de liquidar não só 1/6 das retenções na fonte devidas neste mês, como também 1/6 das retenções devidas no mês anterior. A isso somou-se, então, 1/6 do IVA devido nesse mês e 1/6 do IVA devido em abril.

Uma vez que o diferimento disponibilizado pelo Governo foi desenhado de modo a que as prestações comecem a ser pagas logo no mês seguinte à flexibilização do imposto, a cada novo mês cresceu, portanto, o número de tranches a liquidar pelas empresas e, consequentemente, o peso dessas exigências nas sua contas.

Por exemplo, este mês, as empresas que aderiram à flexibilização dos impostos e contribuições, na modalidade referida (em seis prestações), terão agora de pagar:

  • 1/6 da retenção na fonte devida em abril, com juros;
  • 1/6 da retenção devida em maio, sem juro;
  • 1/6 da retenção devia em junho, sem juro;
  • e toda a retenção devida em julho.

A isto soma-se:

  • todo o IVA de julho;
  • mais 1/6 do imposto devido em abril, com juros;
  • 1/6 do imposto devido em maio;
  • e 1/6 do imposto devido em junho.

Além disso, terão a pagar 1/6 ou 1/3, conforme decidam, das contribuições sociais em falta nos últimos meses, bem como os descontos para a Segurança Social devidos em julho.

As empresas antecipam que tal acumulação de obrigações “será um problema”. E o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) apontou como “lacuna” no Orçamento Suplementar o não prolongamento desse diferimento por mais alguns meses.

Sem esse prolongamento, há empresas para as quais julho será, de resto, sinónimo de um agravamento significativo do peso das contribuições sociais e impostos, nas suas contas.

Por exemplo, caso tenham decidido fatiar em três tranches todos os descontos dos últimos meses — contribuições sociais, retenções na fonte e IVA –, em julho terão a pagar: 1/3 das retenções na fonte de maio e 1/3 das retenções de junho, aos quais se soma as retenções na fonte na íntegra relativas a julho; 1/3 do IVA de maio, 1/3 do IVA de junho e o IVA de julho completo; as contribuições sociais de julho e 1/3 ou 1/6 do valor em dívida relativa aos últimos meses, dependendo do plano prestacional escolhido. Isto apesar de a retoma da sua atividade estar a ser lenta, como têm avisado os empresários.

Já se essa mesma empresa pagar trimestralmente, e não mensalmente, o IVA, em julho será preciso pagar, além de todas as tranches já referidas de retenção na fonte e contribuições sociais, 1/3 do IVA relativo a maio, regularizando a sua situação.

Se a empresa tiver escolhido fatiar em seis levas esse imposto, em julho pagará apenas 1/6 do imposto, mas já com juros. E em agosto pagará não só o IVA relativo a esse trimestre, mas ainda uma das prestação do imposto de maio, acrescida de juros.

De acordo com o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, em março e abril, as empresas pediram o diferimento de mais mil milhões de euros em impostos. “É um valor significativo”, disse António Mendonça Mendes.

É esse bolo de descontos diferidos que as empresas têm vindo a liquidar, atingindo o peso máximo nas suas contas em julho, nos casos em que foram aplicados planos com três prestações.

Já no caso dos planos prestacionais em seis levas, em julho, agosto e setembro, mantém-se o mesmo número de exigências, mas começam a ser cobrados, progressivamente, mais juros. Ou seja, para estas empresas, o peso dos impostos e contribuições será progressivamente mais significativo, até atingir o pico em setembro.

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Elétricos resistem à pandemia. Muitos tentam, mas ninguém bate a Tesla

Pandemia afundou as vendas de automóveis. Carros elétricos não ficaram imunes, mas o mercado encolheu de forma bem menos expressiva, fruto da crescente oferta. A Tesla lidera.

A pandemia está a fazer mossa nos automóveis. As vendas têm vindo a afundar, com os registos de veículos ligeiros de passageiros a encerrem a primeira metade do ano com uma quebra em torno dos 50%. Os carros elétricos também se ressentem dos efeitos do vírus, mas de forma bem menos expressiva. E a Tesla continua a liderar.

As vendas de elétricos registaram uma quebra ligeira nos seis meses terminados em junho. A redução foi, de acordo com os dados da ACAP, de -6,27%. Se na primeira metade do ano passado tinham sido vendidos 3.905 carros 100% elétricos, este ano chegaram às estradas um total de 3.660.

Com o mercado a encolher, a quebra mais ligeira nas vendas de elétricos veio fazer aumentar o peso destes modelos nas vendas. Numa altura em que praticamente todas as fabricantes têm apostado nesta tecnologia, em detrimento dos tradicionais motores a combustão, o peso dos elétricos no total das vendas de ligeiros de passageiros ascendeu a 5,64%.

Há claramente uma crescente apetência por estes modelos, não só pela crescente oferta, mas também pelo surgimento de ofertas com muito maior autonomia. E mais acessíveis para o bolso dos condutores portugueses, também fruto dos apoios que têm sido concedidos para apoiar a compra.

O Estado voltou, este ano, a apoiar a compra de elétricos com cheques de 3.000 euros para particulares e 2.000 euros para empresas. Se no caso das empresas já esgotaram, ainda há alguns disponíveis para os privados.

O apoio à compra deste modelos poderá ser reforçado no próximo ano. Além dos “cheques” do Fundo Ambiental, o Governo prepara-se para recuperar o incentivo ao abate de veículos em fim de vida, mas condicionando esse incentivo à troca por carros a combustão por outros elétricos.

Tesla na frente, mas há mais concorrência

Dos 3.660 veículos 100% elétricos comercializados na primeira metade do ano, uma boa parte deles foi comercializado por apenas três marcas. Tesla, Nissan e Renault são responsáveis, em conjunto, por 55% de todos os novos elétricos matriculados até ao final de junho.

A Nissan, que liderou as vendas durante anos, ocupa a segunda posição no ranking de vendas, com um total de 678 unidades comercializadas no primeiro semestre, com uma vantagem cada vez mais reduzida face à Renault, que comercializou 643. Este total da marca francesa engordou em junho, mês em que a fabricante do Zoe, liderou mesmo as vendas. A Peugeot, que agora arrancou a eletrificação dos seus modelos, foi a segunda que mais vendeu em junho.

A liderar continua uma fabricante norte-americana, a Tesla. A empresa liderada por Elon Musk continua a destacar-se, sendo a marca preferida dos condutores de elétricos no mercado nacional onde colocou na estrada um total de 724 em seis meses.

Os números da Tesla na primeira metade deste ano comparam negativamente com os registados no mesmo período do ano passado (1.143 veículos), mas mantêm-na no primeiro lugar do ranking, beneficiando do sucesso do Model 3, o seu modelo mais barato (a partir de 48.900 euros). Além deste, também vende o S e o X.

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Lloyd’s com novo country manager para Portugal

  • ECO Seguros
  • 5 Julho 2020

José Nuñez, até agora diretor comercial do Asegroup vai substituir Juan Ursuaga que é agora membro do conselho executivo da Fidelidade, como responsável da seguradora pelo mercado ibérico.

Com a saída de Juan Ursuaga para o grupo Fidelidade, a Lloyd’s of London nomeou José Nuñez para country manager e Conselheiro Delegado da seguradora para Portugal e Espanha.

José Nuñez, novo country manager da seguradora para Portugal e Espanha, já iniciou funções.

Nuñez foi até agora diretor comercial do Asegroup em Espanha e tem 30 anos de experiência ibérica de seguro e resseguro tendo sido gestor senior na Gerling, Catlin e XL Catlin.

Reportando a Mark Cooper, Chief Market Development Officer (Europa) & Head of European Branches da Lloyd’s Insurance Company, Nuñez iniciou funções no passado dia 1 de julho, estando a sua nomeação oficial a aguardar autorização do Banque Nationale de Belgique, a entidade reguladora de seguros.

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Jerónimo acusa Marcelo de contribuir para” novo bloco central” e “branquear” o PSD

  • Lusa
  • 5 Julho 2020

O secretário-geral do PCP defende que o Presidente da República "se tem empenhado para branquear o PSD, a política de direita e as suas responsabilidades".

O secretário-geral do PCP acusou este sábado o Presidente da República de estar a “contribuir” para colocar em marcha uma nova vida para um “novo bloco central de interesses políticos e económicos”, e para “branquear o PSD”.

“Estão a pensar dar uma nova vida ao chamado Bloco Central, que pode ser formal ou informal, mas que será sempre como o foi no passado, o bloco central de interesses políticos e económicos. É isso que está em marcha com o contributo do Presidente da República que se tem empenhado para branquear o PSD, a política de direita e as suas responsabilidades, visando promover a sua reabilitação política e reconduzi-lo para um papel de cooperação intensa com o PS”, declarou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP falava no comício “Nem um direito a menos. Confiança e luta por uma vida melhor”, evento que decorreu esta tarde na Praça D. João I, na Baixa do Porto, e onde leu um discurso de sete páginas. Jerónimo de Sousa afirmou ainda que a “conjuntura é propícia para dar uma nova vida ao “bloco central”.

“Um tempo que cheira a dinheiro fresco à boleia da epidemia. Anunciam-se milhões vindos da União Europeia que o povo português há-de pagar mais tarde e com juros e a sua distribuição pelo grande capital exige concertação e reposição mais estreita da velha cooperação”.

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