Mais 3 mortes e 457 novos casos de Covid-19. 86% foram na região de Lisboa e Vale do Tejo

Nas últimas 24 horas, foram identificados 457 novos casos pelo coronavírus em Portugal, com o número total de infetados a subir para 41.646.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) identificou 457 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 41.646 o número total de infetados desde o início da pandemia. Trata-se de uma taxa de crescimento diária de 1,11%. Nas últimas 24 horas morreram mais três pessoas com a doença, de acordo com a última atualização das autoridades de saúde.

Esta é a maior subida diária do número de casos desde o início de maio, superando os 451 novos casos identificados no boletim de 26 de junho. É preciso recuar a 8 de maio para encontrar um número superior, 553 novos casos, numa altura em que a taxa de crescimento diária era superior a 2%.

Desde meados de maio que a região de Lisboa e Vale do Tejo tem concentrado as maiores preocupações, sendo já a região do país com o maior número de casos confirmados desde que o surto foi detetado no país. Assim, foram registados 391 novas infeções nesta região nas últimas 24 horas, o que corresponde a 86% do total de casos confirmados até à passada meia-noite.

Boletim epidemiológico de 28 de junho:

A nível regional, em termos absolutos, Lisboa e Vale do Tejo é, assim, a região mais afetada, com 18.752 casos e 465 mortes, seguida pelo Norte — que até esta semana registava o maior número de casos (17.446 casos e 816 óbitos). Segue-se o Centro (4.094 casos e 248 mortes), o Algarve (612 casos e 15 mortes) e o Alentejo (471 casos e cinco óbitos). Nas regiões autónomas, os Açores contabilizam 149 casos e 15 falecimentos, enquanto a Madeira regista 92 pessoas infetadas e nenhum falecimento.

Quanto ao número de óbitos, há 1.564 mortes registadas por Covid-19, mais três do que no balanço anterior. Em Portugal, já 27.066 pessoas recuperaram da doença, mais 202 nas últimas 24 horas.

Do total de infetados, a maior parte continua a ser tratada no domicílio, sendo que 458 estão internadas (mais 16 do que ontem), das quais 75 em unidades de cuidados intensivos (mais 5 do que no boletim anterior). Há 1.511 pessoas a aguardar resultados laboratoriais, enquanto mais de 31 mil estão sob vigilância das autoridades de saúde.

(Notícia atualizada)

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📹 Chuva quebra produção de cereja em 60%. Mas não só

  • Lusa e ECO
  • 28 Junho 2020

Alguns dos agentes do setor que nesta época estariam a empregar dezenas de trabalhadores na apanha da cereja não estão a recrutar (por não ser economicamente rentável) ou têm as equipas reduzidas.

A campanha da cereja deverá cair 60% e a do pêssego 20% este ano, devido às “condições meteorológicas muito adversas da primavera”, enquanto os cereais de inverno deverão registar um aumento generalizado da produção, segundo dados divulgados pelo INE.

“As previsões agrícolas, em 31 de maio, apontam para uma má campanha das prunóideas, em particular na cereja, onde se prevê uma diminuição no rendimento unitário de 60% face a 2019, mas também no pêssego, cuja produtividade deverá rondar as 9,1 toneladas por hectare (-20%, face à campanha anterior)”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo explica, “estes decréscimos são consequência das condições meteorológicas muito adversas da primavera, nomeadamente das chuvas intensas que ocorreram em períodos sensíveis do ciclo destas culturas”, e que provocaram ainda “estragos consideráveis” em pomares de maçã, no mirtilo e em muitas culturas hortícolas e batata.

Em contrapartida, nos cereais de inverno estima-se um aumento generalizado nas produtividades (+10% no trigo mole e triticale e +15% no trigo duro, cevada e aveia), mantendo o centeio os níveis de 2019.

Veja o vídeo:

http://videos.sapo.pt/KOGd9IsjBhtESFLZ74hH

No caso específico da cereja, cuja cultura “é bastante sensível às condições meteorológicas”, o INE refere que a produtividade foi “particularmente afetada” pela queda de neve, a 31 de março, numa das principais zonas de produção (Cova da Beira), quando se estava “em plena fase de floração/polinização das variedades intermédias/de estação/tardias”.

E se esta ocorrência “não afetou significativamente” as variedades precoces, que já estavam em fases mais adiantadas, “os dias de temperaturas anormalmente baixas, a formação de geada e a intensa precipitação da primeira quinzena de abril” acabaram por provocar também “elevados estragos nestas variedades, com grande parte da produção a ficar fendilhada ou sem poder de conservação (e, consequentemente, sem interesse comercial)”.

“A agravar toda esta situação, a intempérie de 31 de maio, com chuvas, granizos e ventos fortes, provocou estragos em muitos dos frutos que tinham conseguido vingar e amadurecer”, acrescenta.

Com resultado, aponta o INE, alguns dos “agentes do setor que nesta época estariam a empregar dezenas de trabalhadores na apanha da cereja não estão a recrutar (por não ser economicamente rentável) ou têm as equipas reduzidas à mão-de-obra que habitualmente presta outros tipos de serviços agrícolas nas explorações”.

No que se refere às culturas de primavera/verão, é salientada a redução de 10% prevista para a área de arroz, devido à interrupção do fornecimento de água a cerca de três mil hectares de canteiros desta cultura enquanto decorrerem as obras de reabilitação do aproveitamento hidroagrícola do Vale do Sado.

no milho, batata e tomate para a indústria, as áreas instaladas deverão ser semelhantes às da campanha anterior, enquanto no girassol deverá haver uma redução (-15%, para os sete mil hectares), “acompanhando a tendência observada nos últimos cinco anos”.

No caso do milho de regadio e de sequeiro, o INE aponta para a manutenção da área instalada em torno dos 76 mil e dos sete mil hectares, respetivamente, enquanto na batata a superfície total (sequeiro e regadio) deverá recuar 1% e no tomate a área instalada deverá rondar os 14,9 mil hectares.

De acordo com o instituto, “a pressão das doenças criptogâmicas tem sido intensa, obrigando à intensificação dos tratamentos fitossanitários na generalidade das culturas”.

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UGT pede medidas excecionais para o desemprego no Algarve

  • Lusa
  • 28 Junho 2020

Em maio de 2020 o Algarve foi a região que registou o maior aumento de desempregados inscritos, com um crescimento de 202,4%, em termos homólogos.

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) do Algarve pediu este domingo ao Governo que implemente com urgência medidas excecionais para evitar que o desemprego na região, que em maio cresceu mais de 200%, aumente ainda mais após o verão.

Em comunicado, o presidente daquela estrutura sindical defendeu como “prioritário equacionar medidas de apoio ao emprego” para que “daqui a dois ou três meses”, ao começar a época baixa, o desemprego não assuma dimensões “ainda mais dramáticas”, num contexto de pandemia de covid-19.

O ideal seria avançar com mais uma medida excecional para a região que fosse mais abrangente e cumulativa com aquela medida já em vigor”, referiu Daniel Santana, aludindo ao programa FormAlgarve, que apoia as entidades empregadoras que celebrem contratos de, no mínimo, 12 meses com trabalhadores seus cujos contratos terminem entre 01 de setembro e 31 de dezembro.

Segundo o dirigente sindical, o problema da sazonalidade na região agravou-se com a crise pandémica, devido à “economia muito dependente dos fluxos turísticos”, sendo necessário que haja “mais incentivos às empresas candidatas e com maior duração”.

Para Daniel Santana, o facto de o Algarve ser a região do país mais afetada pelo desemprego nos meses que antecedem o pico do Verão – normalmente os de maior empregabilidade – “faz antever que, após a época balnear, muitos mais postos de trabalho venham a encerrar se não forem, desde já, acauteladas pelo Governo medidas de apoio ao emprego pós-verão”.

Aquele responsável apontou ainda o prolongamento do tempo que impede o despedimento dos trabalhadores que estiveram em ‘lay-off’ até ao final de 2020 como outra das medidas para evitar que “os meses de setembro e outubro se revelem catastróficos para milhares” de trabalhadores.

Segundo dados do boletim mensal do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) divulgados na passada segunda-feira, em maio de 2020 o Algarve foi a região que registou o maior aumento de desempregados inscritos, com um crescimento de 202,4%, em termos homólogos.

O maior aumento do número de desempregados foi registado no setor dos serviços (44,7%), em especial no alojamento, restauração e similares, aumentando 89,3%, segundo o IEFP.

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Eletrodomésticos novos? Tenha atenção à nova etiqueta energética

Vai ser mais fácil escolher eletrodomésticos eficientes e poupados lá para casa. Vêm aí a nova etiqueta energética. Conheça-a aqui.

Tal como o ECO/Capital Verde já tinha anunciado no Dia Mundial da Energia, a etiqueta energética que normalmente se encontra nos eletrodomésticos e outros equipamentos eletrónicos está a mudar. Para os consumidores portugueses são serem apanhados desprevenidos, a ADENE lançou agora o novo site https://www.novaetiquetaenergetica.pt/, com toda a informação sobre a entrada em vigor da nova etiqueta de eficiência energética.

Já a partir de novembro vai então ser mais fácil escolher eletrodomésticos eficientes e poupados lá para casa. Televisores, frigoríficos e arcas congeladoras, máquinas de lavar loiça, de lavar roupa e de lavar e secar roupa vão ter uma nova etiqueta energética, em paralelo com a antiga, tinha já anunciado a Deco.

Quais as novidades da nova etiqueta energética?

Escala de classes de eficiência energética
A escala de classes de eficiência energética é o elemento central da etiqueta. Na nova etiqueta a escala regressa à nomenclatura de A a G. As classes A+, A++ e A+++ já não serão utilizadas. A escala de cores não será alterada, uma vez que é facilmente reconhecível e utilizável pelo consumidor.

Código QR
A informação técnica que acompanha os produtos abrangidos pela regulamentação de etiquetagem energética, etiqueta energética e ficha de produto, serão disponibilizados ao público na Base de Dados de Produtos Europeia, EPREL. Estas informações estarão acessíveis diretamente no site da União Europeia, bem como através da leitura do código QR incluído na etiqueta energética.

Pictogramas
A maioria dos pictogramas da etiqueta antiga serão mantidos na nova versão. No entanto, alguns foram ligeiramente adaptados e outros foram introduzidos recentemente (por exemplo: eficiência energética no modo grande alcance dinâmico (HDR) para TVs e monitores; tempo de lavagem para máquinas de lavar; etc.).

Consumo de energia
O consumo de energia dos produtos é apresentado de maneira mais proeminente na seção central da etiqueta. O consumo é apresentado em kWh por ano, kWh por 1000 horas ou kWh por 100 ciclos, dependendo do grupo de produtos.

Classe A vazia por agora. Classe B passa a ser a mais eficiente

A célebre etiqueta, que nos habituámos a ver e a consultar no momento de compra de eletrodomésticos e outros produtos relacionados com energia, constitui desde a década de 90 uma das ferramentas mais conhecidas dos consumidores para o apoio no processo de escolha de novos produtos.

Concebida inicialmente com uma escala energética entre A e G, a evolução tecnológica dos produtos ao longo dos anos tornou necessário ajustar esta escala, introduzindo as classes A+, A++ e A+++, para dar resposta à presença no mercado de produtos mais eficientes. No entanto, sublinha a ADENE em comunicado, “este acrescento de classes esgotou o seu potencial, não sendo neste momento facilmente percetível para o consumidor a efetiva diferença entre classes, nem a mais-valia de um produto de classe A face aos de classes A adicionais”.

A pensar nisso, em 2017, a Comissão Europeia publicou um novo regulamento relativo à etiquetagem da eficiência energética que vem introduzir alterações substantivas. Desde logo com o regresso da escala entre A (mais eficiente) a G (menos eficiente), sem classes adicionais.

De acordo com a Deco, num primeiro momento a classe A (que corresponde ao topo em termos de eficiência energética) irá manter-se vazia, para encorajar os fabricantes a desenvolverem equipamentos mais eficientes. Para evitar confusões, importa saber que, com as novas etiquetas energéticas, os equipamentos mais eficientes situar-se-ão na classe B ou nas classes inferiores a esta. Além disso, na nova etiqueta energética os fabricantes deverão integrar um código QR, com um acesso direto a toda a informação sobre o produto. Ao digitalizar o código QR com o smartphone, o consumidor será encaminhado para uma base de dados gerida pela União Europeia (EPREL), onde poderá ver e fazer o download da ficha técnica para todos os aparelhos com a nova etiqueta.

Esta nova etiqueta energética entrará em vigor nas lojas, físicas e online, no dia 1 de março de 2021, para apenas quatro dos 15 grupos de produtos atualmente abrangidos pela etiquetagem energética:

  • Máquinas de lavar louça;
  • Máquinas de lavar roupa e máquinas combinadas de lavar e secar roupa;
  • Frigoríficos, arcas e outros aparelhos de refrigeração, incluindo aparelhos de armazenagem de vinhos;
  • Ecrãs eletrónicos, incluindo televisores, monitores e ecrãs de sinalização digitais.

Depois disso, a 1 de setembro de 2021 entrará em vigor a nova etiqueta energética para as fontes de luz (lâmpadas). Os demais grupos de produtos abrangidos irão adotar a nova etiqueta progressivamente. Adicionalmente, a Comissão Europeia criou uma Base de Dados de Produtos, onde os fornecedores devem colocar toda a informação relativa aos produtos que comercializam na União Europeia antes da entrada dos mesmos no mercado europeu, de forma a estarem disponíveis, diferenciadamente, para o público e as autoridades fiscalizadoras.

Esta iniciativa enquadra-se no projeto europeu Label 2020, financiado pelo programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, que envolve 16 países europeus e no qual a ADENE é a entidade parceira nacional. O Label 2020 conta com o apoio da Direção Geral de Energia e Geologia, bem como a colaboração do projeto BELT (Boost Energy Label Take Up), financiado pela União Europeia ao abrigo do programa Horizonte 2020. Este projeto visa prestar apoio na implementação da nova etiqueta energética e promover a adoção de equipamentos mais eficientes ao nível europeu. Em Portugal, a Deco Proteste é responsável pela sua implementação ao nível dos consumidores, em cooperação com outros dois parceiros nacionais do projeto junto dos retalhistas: a Sonae e a Worten.

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Boris Johnson vai anunciar grande plano de relançamento económico

  • Lusa
  • 28 Junho 2020

O Governo de Boris Johnson confronta-se agora com o desafio de fazer o desconfinamento mantendo os contágios sob controlo.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai anunciar um “enorme plano” de relançamento da economia britânica, assente em grandes projetos públicos de construção de infraestruturas, para recuperar da crise provocada pela pandemia, noticia este domingo a imprensa britânica.

A pandemia de covid-19 “foi um enorme, enorme, choque para o país, mas vamos recuperar muito bem”, disse Johnson numa entrevista ao tabloide Mail on Sunday. “Se a covid fosse um relâmpago, o que estamos prestes a ver é uma trovoada de consequências económicas. Vamos estar preparados”, assegurou.

O Reino Unido “não voltará, em absoluto, à austeridade de há dez anos”, sob o governo do também conservador David Cameron, afirmou. Segundo o Mail, Boris Johnson vai anunciar os pormenores do plano de relançamento na terça-feira, no que descreve como “um momento muito importante”.

O confinamento imposto no Reino Unido no mês de abril devido à pandemia de covid-19 provocou uma queda de 20,4% do Produto Interno Bruto (PIB) britânico, um recorde histórico que se somou a uma queda do PIB de 5,8% em março.

A taxa de desemprego pode atingir níveis nunca vistos desde os anos 1980, ultrapassando os 3,3 milhões registados em 1984, escreve hoje o jornal The Observer, citando um documento da Câmara dos Comuns.

Entrevistada também hoje pela Sky News, a ministra do Interior, Priti Patel, disse que o Governo está determinado a “pôr o Reino Unido novamente em andamento”.

“Estamos a elaborar um plano para a retoma, um roteiro que se concentra nas infraestruturas”, disse a ministra, citando investimentos em “estradas” e “internet de banda larga”. Na entrevista ao Mail, Boris Johnson disse que vai anunciar a criação de uma ‘task force’ para reduzir os prazos de construção de “infraestruturas de alta qualidade”.

Os projetos em consideração incluem a construção de 40 novos hospitais, um plano de reabilitação das escolas e a construção de novas prisões para albergar 10.000 detidos, depois de o Ministério da Justiça ter anunciado, também hoje, a construção de quatro novas prisões para reduzir a criminalidade e apoiar as economias locais e o setor da construção, assegurando ao mesmo tempo a criação de milhares de empregos.

Vamos precisar de um plano muito empenhado e dinâmico, não apenas para infraestruturas, não apenas para investimento, mas para garantir que os jovens têm a confiança de que precisam de que vamos ajudá-los a encontrar emprego, aumentarem as suas competências, para continuarem a aprender ao mesmo tempo que trabalham para ter um emprego altamente especializado e bem remunerado que lhes assegure uma boa posição por muito tempo”, disse o primeiro-ministro.

Depois das críticas à gestão da pandemia, que fez mais de 43.000 mortos no Reino Unido, fazendo do país o mais afetado na Europa, o Governo de Boris Johnson confronta-se agora com o desafio de fazer o desconfinamento mantendo os contágios sob controlo. A próxima grande etapa está prevista para o próximo sábado, com a reabertura de pubs, restaurantes, cabeleireiros, museus e cinemas, encerrados desde o final de março.

Boris Johnson pediu na entrevista aos britânicos que respeitem as regras sanitárias quando estiverem nos pubs, restaurantes e hotéis e advertiu que se se repetirem as imagens de praias sobrelotadas do fim de semana passado não hesitará em impor micro-confinamentos em localidades específicas.

Segundo uma sondagem Opinium publicada no sábado, 37% dos britânicos considera que o líder dos Trabalhistas, Keir Starmer, faria um melhor trabalho na gestão da pandemia, contra 35% que considera Boris Johnson o melhor para a tarefa.

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App de “contact tracing” portuguesa já tem integração com os médicos

O INESC TEC já está a implementar a integração da app de "contact tracing" portuguesa que vai permitir que apenas médicos com certidão válida emitam códigos para validar pessoas doentes.

A primeira foto oficial da StayAway COVID.INESC TEC

O INESC TEC já fechou o último aspeto que faltava definir na aplicação de contact tracing à Covid-19. Trata-se da integração que vai permitir que os médicos se autentiquem para gerar um código que os doentes poderão introduzir na app para se marcarem como infetados, permitindo que seja enviado um alerta aos utilizadores que com ele se tenham cruzado nos últimos 14 dias.

O portal para a geração desses códigos anónimos já tinha sido criado. O que faltava era uma integração para que apenas os médicos com cédula profissional válida pudessem autenticar-se e gerar esses códigos para darem aos doentes. Este aspeto foi agora fechado e deverá ser implementado em dois ou três dias, disse ao ECO Rui Oliveira, administrador do INESC TEC, que sublinhou a “colaboração total” da parte da Ordem dos Médicos no projeto.

Este era o último passo no desenvolvimento de uma primeira versão da aplicação para detetar cadeias de transmissão de Covid-19 de forma anónima através dos smartphones. Este portal e estes códigos permitem, assim, que apenas pessoas em que um médico confirme que foram infetadas possam marcar-se como doentes no aplicativo, evitando que pessoas mal-intencionadas pudessem levar à emissão de alertas falsos, o que poderia gerar pânico.

Apesar de ser um passo ponderado pelo INESC TEC desde o início, era também uma das exigências do Governo. Na única vez em que falou publicamente do tema, o primeiro-ministro, António Costa, disse que “a única questão que temos para ponderar da parte do Governo, e que temos colocado ao INESC TEC, é que o aviso que é enviado de forma anónima para as pessoas que tenham estado em contacto ou na proximidade de alguém infetado seja, de alguma forma, validado por um médico, para evitar partidas”, disse o chefe do Governo a 29 de maio.

A próxima fase é obter a “luz verde” da Google e da Apple para que a ferramenta seja lançada ao público, sendo que estas gigantes da tecnologia já se encontram na posse de uma versão, a qual estão a analisar. A app, chamada StayAway COVID, será voluntária e anónima e, quem a instale, será alertado caso tenha estado em contacto com uma pessoa infetada. A equipa de desenvolvimento está ainda a trabalhar no aspeto da interoperabilidade da ferramenta com outras semelhantes na Europa, sendo que, no entanto, esta não é uma funcionalidade crucial ao funcionamento da aplicação em Portugal.

Saiba como funcionam as apps de contact tracing:

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Costa reclama acordo europeu em julho e admite ministra espanhola no Eurogrupo

  • Lusa
  • 28 Junho 2020

O primeiro-ministro abre a porta a um apoio de Portugal à candidatura de Nadia Calviño para a presidência do Eurogrupo, sucedendo a Mário Centeno.

O primeiro-ministro adverte que a evolução negativa da economia em todos os países exige um acordo europeu já em julho, e admite que a ministra espanhola Nadia Calvino suceda a Mário Centeno na presidência do Eurogrupo.

Estas posições foram transmitidas por António Costa em entrevista ao jornal catalão “La Vanguardia”, publicada três dias antes de Portugal e Espanha reabrirem a sua fronteira terrestre, numa cerimónia que se vai realizar entre Badajoz e Elvas com a presença do rei de Espanha, Filipe VI, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com os primeiros-ministros dos dois países ibéricos.

Interrogado sobre a candidatura da ministra da Economia de Espanha para suceder ao ex-ministro das Finanças Mário Centeno na presidência do Eurogrupo, o primeiro-ministro português responde que “seria muito importante que esse posto se mantivesse na família socialista”. “Temos de fazer uma concertação entre todos, mas, claro, Nadia Calvino tem todas as condições”, declara, antes de se referir às consequências económicas e financeiras da pandemia de Covid-19 no plano internacional, sobretudo na União Europeia.

“Todas as previsões que vão saindo, não apenas para Espanha, são piores para todos os países do que há umas semanas”, disse, deixando depois uma advertência em termos de expectativas. “Devemos tomar consciência de que vai ser muito duro, porque não vamos voltar aos índices de fevereiro de 2020 nem em um mês, nem em um ano. Vamos necessitar seguramente de dois anos no mínimo para recuperar o nível em que estávamos quando a Covid-19 apareceu”, advertiu.

Nesta entrevista, António Costa defende uma vez mais a proposta da Comissão Europeia para a criação de um fundo de recuperação e considera que será “uma oportunidade única”, no primeiro Conselho Europeu sob presidência da Alemanha, poder aprovar-se esse programa.

“As empresas, os trabalhadores e as famílias precisam de respostas urgentes a esta pandemia económica e social, que é a outra dimensão da Covid-19. Há momentos em que os políticos não têm outra opção do que fazer aquilo que é necessário. Não se pode perder tempo, porque a crise exige uma resposta urgente para todos”, sustentou.

Neste contexto, o primeiro-ministro avisa para as nefastas consequências de um adiamento das decisões europeias, considerando que, se não for obtido um acordo político em julho, “o programa não estará em vigor em janeiro” de 2021. “Nessa altura levaremos quase um ano de crise e estaremos provavelmente com uma segunda onda [da pandemia]. Há que agir agora”, acentua o líder do executivo português.

Questionado sobre o facto de Portugal ter registado uma menor taxa de mortalidade da Covid-19 do que Espanha, Itália e Reino Unido, António Costa invoca a necessidade de “prudência” nas comparações internacionais, ponto em que também rejeitou a ideia da existência de uma segunda onda da pandemia em Lisboa.

“Não se trata de Lisboa, mas de alguns bairros de municípios vizinhos. Não há um agravamento, mas nessas zonas não se assistiu à redução generalizada registada em todo o território. São 19 freguesias de um total de 3.091″, especifica.

Confrontado com a possibilidade de esta situação poder afetar a realização da fase final da Liga dos Campeões de futebol em Lisboa, em agosto, o primeiro-ministro afasta esse cenário: “Não existe nenhuma relação com o centro da cidade de Lisboa, onde terá lugar a Champions”.

Sobre as diferenças existentes no debate político espanhol e português, que o jornal La Vanguarda classifica como “mais tranquilo”, António Costa argumenta que “cada país tem as suas tradições políticas” e relaciona essa circunstância com a ideia de haver em Portugal “maior unidade territorial”, sendo um país “mais pequeno e menos fragmentado do ponto de vista partidário”.

Nesta entrevista, o primeiro-ministro aborda ainda a questão das ligações ferroviárias entre Espanha e Portugal, dizendo que devem ser objeto de reflexão. “Temos de pensar nas conexões das cidades portuguesas com uma rede ibérica de alta velocidade e não apenas na ligação de Lisboa com Madrid. Temos de pensar na conexão do Porto com a Galiza, da conexão com Sevilha e Barcelona, tendo uma visão global da Península Ibérica”, sustenta.

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Profissionais de saúde criticam falta de coordenação em Lisboa

  • ECO
  • 28 Junho 2020

Os profissionais de saúde estão descontentes com a falta de coordenação que existe em Lisboa relativamente à pandemia. Os diretores de serviços dos hospitais da região pedem uma abordagem comum.

Vários responsáveis de hospitais da área de Lisboa criticam a falta de coordenação na resposta à pandemia por parte das autoridades de saúde. Segundo o Público deste domingo, os Hospitais Amadora-Sintra e Loures estão há várias semanas a sentir a pressão devido ao aumento expressivo de casos, tendo já de transferir doentes para outras unidades.

Dos hospitais e da Ordem dos Médicos chega o pedido para que a coordenação seja maior e para que as autoridades tenham em conta a opinião dos profissionais de saúde que estão no terreno. “É urgente antecipar e não correr atrás do prejuízo, o que implica ter a humildade de ouvir os profissionais de saúde agora, como foi feito no início”, defende o bastonário dos médicos Miguel Guimarães, argumentando que a situação que se vive na capital resulta da “incapacidade de antecipação que a autoridade nacional de saúde tem revelado nesta fase de desconfinamento”.

Ontem o Expresso também dava conta de como a falta de profissionais de saúde estaria a limitar a capacidade de resposta e de rastreio na área de Lisboa. De acordo com a informação prestada pelo Ministério da Saúde ao Público, vai haver um reforço de 120 profissionais de saúde pública de Lisboa e Vale do Tejo em breve.

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Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pode terminar 2020 com prejuízos acima de 30 milhões

  • ECO
  • 28 Junho 2020

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa revela que o impacto da pandemia poderá chegar aos 600 milhões de euros, o que vai levar ao registo de prejuízos acima de 30 milhões de euros.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Edmundo Martinho, revela este domingo em entrevista ao programa Conversa Capital, uma parceria entre o Jornal de Negócios e a Antena 1, que a instituição poderá acabar o ano com mais de 30 milhões de euros de prejuízos, podendo chegar aos 40 milhões de euros. Em causa está o impacto da crise pandémica que chegou já aos 600 milhões de euros.

O impacto da pandemia foi brutal” nas contas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, admite Edmundo Martinho, explicando que tal aconteceu tanto pela redução da receita — cerca de 600 milhões de euros de perdas resultantes da menor venda dos jogos — como pelo aumento da despesa que aumentou entre 20 a 30% e assim deverá continuar. Apesar de já notar uma retoma nas vendas dos jogos, o provedor ressalva que ainda está longe do nível anterior à crise.

O provedor da SCML reconhece o impacto social e económica da pandemia na sociedade portuguesa, classificando-o de “muito preocupante”. Neste momento, segundo Edmundo Martinho, a Santa Casa está a fornecer diariamente 4.000 refeições, o que representa um aumento entre 30 a 40% face ao pré-pandemia. Face à crise social, o provedor sugere que seja aumentado o Rendimento Social de Inserção (RSI) dando uma maior valorização às crianças dos agregados.

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Cotadas do PSI-20 com apenas oito mulheres na Comissão Executiva

  • Lusa
  • 28 Junho 2020

No ano anterior, o número de mulheres na Comissão Executiva das empresas cotadas era seis pelo que o número atual representa uma subida.

Apenas oito mulheres têm cargos na Comissão Executiva no universo das empresas cotadas em Portugal, o PSI20, de acordo com o índice Leading Together, disse à Lusa a fundadora Catarina Soares, o que corresponde a 10,5%.

A Leading Together, criada em Portugal em 2019, é uma iniciativa da Associação de Alumni do INSEAD, que conta com McKinsey, Nova SBE e Euronext enquanto parceiros e tem como objetivo a promoção de lideranças equilibradas em termos de género nas posições de topo das empresas.

“O índice Leading Together lista todas as empresas cotadas do PSI20, com base na representação feminina e masculina em posições de liderança em cada uma das empresas”, explicou a membro da direção da alumni do INSEAD.

“Em todas as empresas do PSI20 [são 18] só há oito administradores executivos que são mulheres, representa 10,5%” do total [em 76 administradores executivos], acrescentou a responsável. Estas oito administradoras executivas estão distribuídas em seis empresas: Sonae, Sonae Capital, Galp, NOS, EDP e BCP.

Catarina Soares referiu que, apesar destes dados serem públicos, “não são muito conhecidos”, daí que se tenha avançado para a construção desde índice, para que haja uma perceção da situação atual.

Já no caso do Conselho de Administração das 18 empresas cotadas no índice principal da bolsa portuguesa, “este ano passamos de 21% para 26%” de mulheres neste órgão, tratando-se “de uma melhoria”, referiu, mas ainda longe do equilíbrio. “A situação de desequilíbrio e falta de diversidade na liderança não é só o caso de Portugal“, salientou a responsável.

A iniciativa Leading Together tem três objetivos: a tomada de consciência da situação atual, a partilha das melhores práticas e dos benefícios de uma liderança mais equilibrada no topo, nomeadamente a nível de género, e que sejam celebrados os casos de sucesso, explicou a fundadora.

Depois do primeiro evento no ano passado, o Leading Together realiza na próxima terça-feira, o ‘zoom webinar’, onde será divulgado o índice e também será atribuído um prémio “à empresa mais bem classificada”, o qual se traduz em dois cursos para executivos da cotada vencedora – o INSEAD Gender Diversity Programme -, que tem como objetivo ajudar as organizações a fazer um diagnóstico do equilíbrio de género e dá instrumentos de gestão para melhorar.

Portugal ainda tem muito a progredir, mas já se nota que está a fazer esse caminho, não é culpa de ninguém, não há uma razão absoluta, o que a academia identifica é que há uma rede sistémica, tem a ver com fatores culturais, com o histórico das empresas, com o modelo de liderança e com o preconceito inconsciente, que é o tema da nossa conferência este ano”, acrescentou.

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Pandemia faz disparar procura por piscinas. Famílias gastam até 20 mil euros

A pensar num verão que será diferente devido à pandemia, as famílias desencadearam uma corrida às piscinas. Empresas do setor não têm mãos a medir e o stock nas lojas esgota constantemente.

Se antes não havia tempo ou oportunidade para fazer melhorias em casa, a pandemia abriu uma nova janela para muitas famílias. Há três meses em confinamento, os portugueses aproveitaram para fazer obras em casa e meter mãos à obra numa série de outros projetos.

A antecipar um verão que será diferente, mais condicionado, houve quem tenha optado por criar em casa o seu próprio espaço de lazer. As piscinas desapareceram das lojas e as empresas que as constroem não têm mãos a medir. Das mais pequenas às maiores, a procura por piscinas disparou durante a pandemia. Quem pode, gasta até 20 mil euros para as ter.

Pedro Pinto está emigrado na Suíça. Foi a pensar nos três filhos pequenos, e nas vindas a Portugal, que decidiu construir uma piscina na casa que ainda mantém com a esposa em Vila Real. “Somos emigrantes e como estamos pouco tempo em Portugal queríamos sempre fazer alguma coisa”, conta ao ECO o motorista de 42 anos, referindo que é também “uma maneira de as crianças estarem entretidas” nestes tempos.

Falou com empresas na zona de Vila Real, mas os modelos eram “básicos e simples”. Pedro Pinto queria “algo com mais requinte”. Optou depois por recorrer às redes sociais e a plataformas de classificados como o OLX e Custo Justo, onde acabou por encontrar o que procurava. “Pedi vários modelos e, com base nisso, fiz uma seleção”, conta. A piscina já começou a ser construída, em betão, e terá dez por cinco metros. “Vai custar cerca de 20 mil euros, com limpeza automática, tratamento de cloro e cobertura”, diz, notando que o orçamento foi aumentando à medida que se escolheram os materiais e acessórios.

Mais abaixo, em Oliveira de Azeméis, Suzana Lopes também decidiu construir uma piscina semelhante em casa, motivada por estes meses de pandemia. A ex-banqueira despediu-se em março e, dias depois, descobriu que estava infetada com coronavírus. “A minha recuperação aconteceu a 20 de abril e, nessa altura, depois de um período tão complicado, resolvemos em família que o orçamento das férias, mais um reforço, poderia ser canalizado” para uma piscina, conta ao ECO.

Não achamos que este ano houvesse a possibilidade de irmos de férias de forma tranquila. (…) Resolvemos em família que o orçamento das férias mais um reforço poderiam ser canalizados para algo para o futuro, uma piscina.

Suzana Lopes

Ex-banqueira

Com dois filhos, Suzana Lopes e o marido não pensaram que este ano fosse possível ir de férias “de forma tranquila”. Decidiram, então, meter mãos às obras e iniciaram este mês a construção de uma piscina com dez por quatro metros. Contrataram uma empresa de construção civil, conhecida do marido, e contam gastar cerca de 6.000 euros no projeto. Reconhece, no entanto, que teve sorte: “Esta empresa foi por muito especial favor. Este ano é uma loucura com a procura para a construção de piscinas”, diz a ex-banqueira, acrescentando que as obras são “feitas à pressa e ao sábado”.

Também há quem tenha orçamentos mais baixos mas, devido à pouca oferta, se veja obrigado a aceitar preços mais altos do que o inicialmente previsto. A pensar na filha de quatro anos e no atual contexto da pandemia, Emanuel Antunes decidiu passar as férias em casa, em Montemor-o-Velho. Começou por remodelar o jardim e uma ideia levou à outra: “No início de maio pensei em remodelar o jardim por completo e, no projeto que fiz, deixei um espaço com 20 metros quadrados para um terraço. Mas no início de junho estava a ver um folheto de uma empresa de piscinas e pensei que ficava bem ali uma piscina em cima do terraço”, conta ao ECO.

Tomada a decisão, foi altura de começar a procurar. Mas o processo não foi fácil: “Procurei em várias empresas de piscinas e não encontrava nada”, conta, referindo que estava tudo esgotado. “Depois de muito procurar, uma das empresas tinha uma piscina de 4,60 metros. Como estava farto de procurar, disse logo que ficava com ela”, recorda. Emanuel Antunes comprou, assim, uma piscina oval, de madeira, por 799 euros, uma medida e valor que ficaram um pouco fora do planeado, mas que aceitou devido à pouca oferta no mercado. “Não era esta a medida que queria, mas tive de a comprar pois não existem piscinas em lado nenhum”, realça.

Procura por piscinas dispara 547% em abril. Lisboa e Porto dominam

Plataformas como o OLX oferecem as duas possibilidades: a compra de uma piscina em segunda mão ou a contratação de uma empresa para a construir. E os números são claros como a água. Durante a fase de desconfinamento, em maio, o termo “piscina” foi o segundo mais procurado na plataforma de classificados, logo atrás de “bicicleta”, outro artigo cuja oferta tem vindo a esgotar nestes tempos tão diferentes. Na categoria “Móveis, Casa e Jardim”, a “piscina” foi mesmo a líder das pesquisas.

De acordo com dados do OLX avançados ao ECO, em março, a procura por piscinas no site subiu 125% face a janeiro. Daí para a frente, foi sempre a acelerar. Em abril, disparou 547%. E, de todas as pesquisas, Lisboa e Porto concentraram o maior número, a rondar os 22% cada um. Em termos de anúncios publicados, em março havia 170 piscinas e acessórios à venda no OLX, 283 em abril e 1.033 em maio, o equivalente a uma subida de 508% nesses três meses.

Piscina construída pela CR Piscinas, de Cristiano Godinho.CR Piscinas/Facebook

Cristiano Godinho é um dos muitos empresários que não tem mãos a medir nesta altura. Fundou a CR Piscinas em 2017 e este está a ser a época de verão com mais trabalho. “Estamos a trabalhar entre 10 a 12 horas por dia, feriados e fins de semana, para conseguir dar resposta ao maior número de clientes. Mesmo assim continuamos a negar muito serviço”, conta ao ECO.

Os técnicos da CR Piscinas deslocam-se a qualquer zona do país, mas é no litoral onde há mais procura. “Vai ser um verão excelente”, diz Cristiano Godinho, referindo que “a procura aumentou cerca de 200%”. “Passámos de três a quatro consultas por semana a cerca de dez consultas por dia, sensivelmente”, nota o responsável, que diz construir todo o tipo de piscinas — tanto de madeira montáveis como enterradas. Ainda assim, o que os portugueses mais têm procurado são piscinas com oito por quatro metros ou sete por três metros.

Estamos a trabalhar entre dez a 12 horas por dia, feriados e fins de semana, para conseguir dar resposta ao maior número de clientes. Mesmo assim continuamos a negar muito serviço.

Cristiano Godinho

CR Piscinas

A CR Piscinas entrega cerca de três piscinas por mês, com um valor médio de 13 mil euros. Mas Cristiano Godinho já entregou piscinas bem mais caras. Este ano, a mais cara custou 35 mil euros, mas nos anos anteriores já houve uma a custar cerca de 65 mil euros. Outra tendência que se está a observar este ano é a recuperação de piscinas. “Temos tido muitos casos de clientes que têm piscinas enterradas e abandonadas há muitos anos e que querem ativá-las, restaurá-las ou terminá-las”, diz o responsável.

O ECO questionou o Leroy Merlin e a Decathlon para perceber como evoluiu a venda de piscinas durante estes meses, mas nenhuma das empresas enviou esses dados.

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Benfica termina o ano com dívida inferior a 100 milhões

  • Lusa
  • 27 Junho 2020

A SAD do Benfica vai fechar o ano fiscal que termina neste mês de junho com um endividamento inferior a 100 milhões de euros. Nova emissão de obrigações de 35 milhões arranca em julho.

A SAD do Benfica vai fazer uma emissão obrigacionista de 35 milhões de euros, com uma taxa de juro de 4% que vence em 2023, e segundo o administrador Domingos Soares Oliveira, a operação revela um certo retomar da normalidade. Em entrevista à Benfica TV (BTV), o gestor revela que a SAD do Benfica vai fechar o ano fiscal que termina no final deste mês de junho com um endividamento inferior a 100 milhões de euros, sendo 60 milhões relativos ao último empréstimo obrigacionista.

O Benfica anunciou há uma semana um empréstimo obrigacionista de 35 milhões de euros, o que fará esse endividamento “subir para os 130 milhões de euros”. “Ainda assim é um valor muito baixo para uma entidade como a nossa, que, como grupo, está a faturar cerca de 300 milhões de euros. Já tivemos alturas em que o nosso endividamento era duas a duas vezes e meia a nossa faturação, e se este for o número, o endividamento será de cerca de um terço do valor da faturação”, destacou.

Domingos Soares Oliveira recordou que a operação do empréstimo obrigacionista tem “com condições de mercado que são muito boas”. “Hoje não há nenhuma operação de financiamento que esteja a ser proposta a clubes de futebol que não seja com um custo de financiamento superior a 10%”, sublinhou.

“Temos uma política de empréstimos obrigacionistas como uma das nossas principais fontes de financiamento, e este é o 10.º empréstimo que lançamos desde 2004. Reembolsámos sempre dentro das datas previstas e este ano tivemos dois reembolsos: um em janeiro, de cerca de 25 milhões de euros; e um segundo em abril, já em plena pandemia, de 50 milhões de euros. Fizemos um reembolso de quase 75 milhões de euros neste início de ano. Este último reembolso pressupunha o lançamento de um novo empréstimo com um montante mais baixo, mas, nessa altura, os nossos parceiros financeiros, os bancos, entenderam que o mercado ainda estava muito instável e que não era a altura certa”, destacou o gestor.

Na entrevista, horas depois de ter sido chumbado por maioria, em Assembleia-Geral (AG), o orçamento do clube para a época 2020/21, no ponto único da reunião magna, o dirigente desvalorizou a hipótese de uma “crise” financeira no clube, muito menos uma que se revele “irrecuperável”. “Todos vão ter de contrair, naturalmente. Todos vão ter de baixar alguma coisa nas suas expectativas de investimento, mas não antevejo uma crise e, sobretudo, uma crise irrecuperável”, disse.

O orçamento ordinário de exploração do clube, o orçamento de investimentos e o plano de atividades elaborados pela direção registou o voto desfavorável de 48,28% dos sócios (18.329 votos), contra 47,79% de votos a favor (18.143). Na votação, em que participaram 1.505 associados, correspondentes a 37.965 votos, houve ainda 3,93% dos sócios que se abstiveram.

“Se esta operação correr bem, além do elogio da coragem de se avançar numa fase destas, é também um sinal positivo para todo o mercado”, defendeu o gestor, certo de que se as suas expectativas de receita se mantiverem, “os exercícios têm obrigação de correr razoavelmente bem”.

Neste caso, falou em “impacto nulo nas receitas televisivas”, elogiou a “agradável surpresa” quanto aos números da quotização e assumiu um “impacto maior” nas receitas de bilheteira, já que a pandemia da covid-19 obriga a jogos à porta fechada, sem público. “O impacto do ponto de vista de transações será moderado. Haverá menos e haverá transações por valores mais baixos, mas haverá transações”, acrescentou.

Em termos de opções de gestão, assume que “reembolsar o endividamento todo” que o Benfica contraiu “permite libertar as garantias todas, libertar hipotecas sobre determinados bens imóveis e outro tipo de garantias”.

O administrador executivo da SAD do Benfica destacou o “impacto significativo” nas ligas que não concluíram o campeonato, recordando que as operadoras disseram que não haveria dinheiro sem jogos, contudo diz ter recebido feedback de “um certo respirar” de colegas responsáveis por clubes espanhóis, italianos e alemães.

“Toda a gente está cautelosa, mas com uma mensagem positiva. O facto de conseguirmos fazer as finais das competições europeias é um sinal positivo, porque significa, para esses clubes e para a UEFA, que é importante, porque os patrocínios se mantêm e conseguimos todos manter as receitas que temos para este ano e para o próximo”, concluiu.

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