Alexandre Scarlet é o novo CFO da Allianz Portugal

  • ECO Seguros
  • 18 Fevereiro 2020

O novo CFO da Allianz Portugal regressa à companhia alemã, depois de 7 anos na Generali, para se ocupar das áreas de estratégia financeira, controlo, gestão de risco, contabilidade e fiscalidade.

Alexandre Scarlet, nomeado novo Chief Financial Officer (CFO) e membro do Comité Executivo da Allianz Portugal, assume a responsabilidade direta pela liderança da estratégia financeira da companhia, anunciou a seguradora.

Scarlet iniciou o seu percurso profissional precisamente na Allianz Portugal em fevereiro de 2001, progredindo em diversas funções como Senior Bussiness Analyst, IT Controler e Senior Controller, o que lhe permitiu adquirir um conhecimento abrangente da área financeira da seguradora.

Em 2010, aceitou um novo desafio na Heliportugal como Head of Planning & Control. Dois anos depois integrou a Generali Portugal, onde desempenhou as funções de Head of Planning & Control, sendo designado CFO e membro do Comité Executivo em janeiro de 2015.

“É com grande orgulho que abraço este importante desafio profissional, marcado pelo regresso à Allianz Portugal, onde tive a oportunidade de colaborar no início da minha carreira” comenta Alexandre Scarlet. “Esta nomeação representa um grande desafio pela confiança e responsabilidade que a empresa deposita em mim (…). A Allianz é uma seguradora inovadora, centrada nas reais necessidades dos seus Clientes e que aposta no desenvolvimento de soluções e serviços diferenciadores. Tenho a maior satisfação em reforçar a equipa e partilhar os seus valores”, conclui o novo CFO da Allianz Portugal.

Formado em gestão pelo ISEG – Instituto Superior de Gestão e Economia da Universidade de Lisboa, Alexandre Scarlet estudou Liderança Global na INSEAD Business School (França) e frequentou o GMP – General Management Program na AESE Business School (Lisboa) e IESE Business School (Madrid).

A Allianz Portugal integra o grupo segurador alemão, tendo também como acionista e principal parceiro estratégico, o Banco BPI. Conta atualmente com cerca de 600 colaboradores e mais de 6 mil mediadores em todo o país. O Grupo Allianz está presente em mais de 70 países contando com cerca de 145 mil colaboradores e mais de 60 milhões de clientes, a nível mundial.

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Lisboa no vermelho. Família EDP evita maiores perdas do PSI-20

Numa sessão em que o vermelho tomou conta das bolsas europeias, a praça portuguesa não foi exceção. Por cá, as ações da família EDP evitaram maiores perdas.

Em linha com as demais praças do Velho Continente, a bolsa lisboeta fechou a segunda sessão da semana em terreno negativo. A protagonizar as maiores perdas estiveram os títulos da Sonae. Já as ações da família EDP foram as estrelas desta terça-feira, evitando perdas mais acentuadas na praça nacional.

O índice de referência nacional, o PSI-20, caiu 0,15% para 5.389,13 pontos. Lá fora, o vermelho também dominou as demais bolsas europeias, com o Stoxx 600 a desvalorizar 0,7%, o francês CAC 40 a recuar 0,7%, o alemão Dax a perder 0,9% e o espanhol Ibex a descer 0,5%.

Por cá, destaque para a EDP, cujos títulos somaram 1,62% para 4,898 euros, e para a EDP Renováveis, cujas ações valorizaram 0,94% para 12,94 euros. As energéticas — que apresentam resultados esta quinta-feira — impediram, assim, perdas mais acentuadas na praça lisboeta.

E por falar em resultados, a Galp Energia anunciou, esta segunda-feira, que em 2019 registou um resultado líquido de 389 milhões de euros, o que representa uma quebra de 47% face aos 741 milhões registados no ano anterior (considerando o novo método contabilístico comparável). Face a estes dados, as ações desta cotada recuaram 0,11% para 14,11 euros.

Também no vermelho ficou a Sonae, cujas ações caíram 1,84% para 0,827 euros. As papeleiras seguiram a tendência de recuo: os títulos da Navigator desvalorizaram 1,6% para 3,07 euros, os da Semapa 1,45% para 12,22 euros e os da Altri 1,06% para 5,62 euros. As ações do BCP recuaram, por sua vez, 0,26% para 0,1915 euros.

Fora do PSI-20, destaque para as ações da Cofina, que caíram 2,45% para 0,477 euros. Isto no dia em que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou já ter dado “luz verde” ao aumento de capital com que a Cofina. Será com esse capital que a dona do Correia da Manhã irá, juntamente com outros investidores, financiar a compra da Media Capital à Prisa. Os títulos da dona da TVI caíram mais de 6%.

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Eureka fecha fábrica. Deixa 150 no desemprego, mas está presente na Micam com nova marca

  • Lusa e ECO
  • 18 Fevereiro 2020

Mesmo com este despedimento coletivo e com o encerramento da fábrica em Vizela, a empresa que detém a Eureka está em Milão na maior feira de calçado a apresentar uma nova marca, a "esc".

A fábrica da Eureka Shoes, em Vizela, fechou as portas, menos de um mês após a administração ter anunciado o encerramento da rede de lojas, deixando no desemprego mais de 150 trabalhadores, confirmou ao ECO, a dirigente do Sindicato do Calçado do Minho e Trás os Montes, Aida Sá.

No final de janeiro, a Eureka – marca de calçado detida pela Alberto Sousa, Lda, que se encontrava em Processo Especial de Revitalização (PER) desde 2018 – anunciou na sua página na Internet o encerramento gradual das 13 sapatarias em Portugal.

Na altura, José Nogueira, advogado do fundador da empresa Alberto Sousa garantiu ao ECO que a fábrica de Vizela iria permanecer aberta e que “a empresa vai passar a dedicar-se exclusivamente à componente industrial e a privilegiar a sua matriz inicial”.

Todavia, não foi esse o desfecho final. Segundo Aida Sá, na passada sexta-feira, ao final do dia, os trabalhadores da Eureka foram chamados a uma reunião com a administração, tendo-lhes sido entregue uma carta dispensando-os de se apresentarem ao serviço. Justificando a decisão com “motivos de ordem económica”, a empresa não entregou aos trabalhadores o modelo 5044, necessário para que possam ter acesso ao subsídio de desemprego, acrescentou.

“A empresa procedeu ao despedimento dos trabalhadores sem lhes permitir o acesso ao desemprego”, acusa o sindicato, garantindo que “está a acompanhar a situação junto da ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] local por forma a resolver este problema”.

Segundo a dirigente sindical, o encerramento da fábrica de Vizela deixa no desemprego “150 a 180” trabalhadores, mas, contabilizando os trabalhadores da rede de lojas, a perda total de empregos rondará os “cerca de 300”.

Apesar deste despedimento coletivo, a marca está neste momento presente, em Milão, na maior feira de calçado do mundo, a Micam. Esta nova empresa intitulada de “esc” está registada em nome de Asial – Indústria de Calçado, Lda, que é uma outra empresa do Grupo Eureka, confirma ao ECO, Aida Sá.

Esta nova marca denominada “esc”, surge no catálogo da Micam, ao qual o ECO teve acesso, como sendo propriedade da Asial – Indústria de Calçado, Lda, mas com a mesma morada da Alberto Sousa. A “esc” já tem um site associado, que aparece com uma contagem decrescente, e já tem presença nas redes sociais desde ontem.

Segundo a dirigente sindical, o anúncio do encerramento da fábrica de Vizela apanhou trabalhadores e sindicatos de surpresa, já que, apesar de a Eureka Shoes se encontrar em PER, com dívidas de 22 milhões de euros a mais de 600 credores, o plano de recuperação tinha sido aprovado no final de 2019 e estava em curso.

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Beta-i continua a apostar na inovação aberta. Tem 25 projetos em curso

Uma das primeiras impulsionadoras do ecossistema empreendedor nacional celebra décimo aniversário e arranca 2020 com 25 projetos de inovação aberta em curso.

A Beta-i faz 10 anos de atividade no ecossistema empreendedor português e continua a aposta na área de negócio de projetos de inovação aberta, aceleração de modelos de negócio e desenho de estratégias de inovação. Menos de dois meses depois do arranque do ano, a instituição, que tem tratado de ligar empresas e startups em Portugal, já chegou a um terço do seu objetivo de negócio cumprido, avança a Beta-i em comunicado.

“Colaborar com startups de forma concreta para o efeito, através dos programas de inovação aberta geridos pela Beta-i, é uma resposta que se apresenta ágil e pragmática para estes desafios que acreditamos que se vão intensificar nos próximos três anos”, explica Pedro Rocha Vieira, CEO e cofundador da Beta-i, citado em comunicado.

A Beta-i tem vindo a desenvolver projetos de inovação colaborativa com empresas como o Millennium BCP, Novartis, grupo José de Mello, Inmarsat, Siemens, Fosun / Fidelidade, Daimler, EDP, SIBS, Ageas, Semapa, Sonae, Galp e Nestlé, para além do Turismo de Portugal, câmara de Lisboa e Ministério do Mar. Entre os setores que Pedro Rocha Vieira vê como com grande dinamismo estão fintech e banca, economia circular, healthtech e farmacêutica, energia, água e economia do mar, cidades inteligentes e mobilidade.

Nos últimos dez anos, a Beta-i ajudou a desenvolver o negócio e mais de 900 startups, entre as quais estão casos como o da Uniplaces, Unbabel e Uphill, entre outras.

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Mapfre compra 51% da dominicana ARS Palic

  • ECO Seguros
  • 18 Fevereiro 2020

A seguradora mútua espanhola reforça a presença nas Caraíbas adquirindo a maioria da seguradora de saúde de referência na República Dominicana. Conserva o sócio que é o maior grupo financeiro do país.

A Mapfre fez um acordo com o Centro Financiero BHD León para tomar 51% do capital da seguradora de saúde dominicana ARS Palic.

Com este investimento a seguradora espanhola atinge os 350 milhões de euros de prémios anuais emitidos naquele país das Caraíbas. A ARS Palin vai aportar 900 mil clientes e 200 milhões de euros por ano de negócio. A seguradora saúde passará a designar-se Mapfre Salud ARS.

Os grupos já são sócios na Mapfre BHD Seguros que oferece produtos para riscos e patrimoniais e pessoais através de lojas próprias e pela rede de Centro Financiero BHD León, o maior grupo financeiro dominicano.

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Carris passa a ser metropolitana até meados de 2021. Depois será a Soflusa e o Metro

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2020

Todos os autocarros na Área Metropolitana de Lisboa vão pertencer à marca única Carris Metropolitana até meados de 2021, assim como a Soflusa e o Metro.

Todos os autocarros na Área Metropolitana de Lisboa (AML) vão pertencer à marca única Carris Metropolitana até meados de 2021, segundo um concurso apresentado esta terça-feira pela AML, que pretende nos próximos anos gerir também a Soflusa/Transtejo e o Metropolitano.

A AML lançou hoje um concurso público internacional no valor de 1,2 mil milhões de euros, o “maior concurso que o país já alguma vez lançou do ponto de vista de serviços rodoviários”, para melhorar o serviço de transporte público rodoviário nos seus 18 municípios. Segundo Fernando Medina, o mais tardar até meados do próximo ano a frota de autocarros, dividida em quatro lotes de concessão, vai funcionar segundo uma marca única: a Carris Metropolitana.

O que vamos ter é mais de 40% da oferta de autocarros do que havia hoje, numa rede única. O que é que significa isto? Significa que vamos ter novas linhas, novas ligações que não existiam até agora. Vamos ter nas ligações existentes mais oferta, isto é mais pontualidade, menos intervalo entre autocarros. E vamos ter também horários em que esses autocarros não existiam e que vão passar a existir em horários noturnos, em horários de fim de semana”, disse.

“Pela primeira vez é feita uma rede que é desenhada de raiz, em que se tem em conta as necessidades das pessoas e aquilo que são os trajetos que as pessoas necessitam fazer. Ora isto no conjunto dos 18 municípios da AML”, acrescentou. Este megaconcurso internacional será um passo para que a AML comece a gerir todos os restantes transportes públicos na sua área, entre os quais a Soflusa, a Transtejo e o Metropolitano de Lisboa.

Segundo o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, presente na cerimónia, “não faz qualquer sentido que ministro algum se ponha em bicos de pés a dizer que isto é meu”, quando as autarquias, que estão mais próximas das pessoas, poderão realizar uma boa gestão. Foi por isso que a Carris foi entregue à Câmara de Lisboa, salientou. “É com expectativa que nós vemos a opção que vai ser desenhada pela AML para muito depressa criarmos condições para que a Transtejo e a Soflusa sejam geridas por esta Empresa Metropolitana de Lisboa ou pelas autarquias que, dentro dela, a quiserem gerir”, sublinhou.

O ministro assegurou que o Governo não se vai desresponsabilizar de nada, porque “o concurso está lançado, os barcos vão ser adquiridos, estarão aí no prazo certo”, e está disponível para ajudar nos novos modelos de gestão que venham a ser concretizados.

“Faz sentido ser o Estado central a gerir esta empresa? Não faz e o mesmo digo relativamente ao Metropolitano de Lisboa, reconhecendo que, aqui, há um esforço de investimento muito grande a ser feito”, disse, considerando que o Governo está disponível para discutir a entrega deste meio de transporte, mas pretende “entregar o Metropolitano de Lisboa com uma rede muito mais robusta do que aquela que hoje já tem”.

“Parece-nos que, se calhar, é prematuro imaginar uma situação de transferência a um/dois anos”, disse. Segundo o ministro, cabe agora à AML e às suas autarquias “definir quais são os grandes investimentos que virão aí”, se “serão no Metro, no Metro Ligeiro ou em modelos de BRT” (autocarros rápidos).

“Já agora, se existe no PNI [Programa Nacional de Investimentos 2030] uma repartição entre estes valores, não percam muito tempo com ela”, disse, destacando que “há mil e 100 milhões de euros para investir no próximo ciclo” e “isso é que conta”. “Ficamos mesmo à espera da vossa proposta. Queremos mesmo que essa proposta seja uma proposta articulada”, sublinhou, salientando que o Governo estará “sempre disponível” para “participar na gestão dos novos modos de transporte que possam vir a ser concretizados”.

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Rio acusa Governo de mentir sobre consequências da suspensão da linha circular do metro de Lisboa

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2020

"Não vou debater tecnicamente o mérito da linha, no fundo o que trago aqui é saber: se o Governo fala verdade aos portugueses ou se o Governo mente, esta é que é a questão de fundo", disse Rui Rio.

O presidente do PSD acusou esta terça-feira o Governo, e em particular o ministro do Ambiente, de ter mentido aos portugueses sobre as consequências da aprovação pelo Parlamento da suspensão da linha circular do metropolitano de Lisboa.

No debate quinzenal, Rui Rio quis saber se o país poderia ou não utilizar os fundos europeus já alocados a esta linha noutros projetos — invocando várias versões citadas por diferentes membros do executivo — e se já tinham sido feitas algumas expropriações que obrigassem ao pagamento de indemnizações, como sugeriu o ministro Matos Fernandes. “Não vou debater tecnicamente o mérito da linha, no fundo o que trago aqui é saber: se o Governo fala verdade aos portugueses ou se o Governo mente, esta é que é a questão de fundo”, questionou.

Na resposta, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que existiam 83 milhões de euros de fundos europeus do atual quadro comunitário alocados à execução desta linha que “é materialmente impossível” desviar para outra linha do metropolitano de Lisboa em tempo útil, dizendo não poder precisar se já foram ou não realizadas expropriações. “A questão não é se houve ou não uma contradição entre ministros, a questão de fundo é como é que um partido com responsabilidades de já ter governado este país e de ter aprovado esta linha (…) vem agora levianamente apoiar a sua suspensão, isto é que é gravíssimo”, contrapôs.

Das respostas de Costa, o líder do PSD concluiu que Portugal poderá utilizar os fundos comunitários noutros projetos, como afirmou o ministro do Planeamento, e que ainda não foi realizada qualquer expropriação. “Matos Fernandes quando disse ao país que tínhamos de pagar indemnizações estava, em linguagem moderna, a faltar à verdade e, em português antigo, a mentir aos portugueses, essa é que é a questão”, defendeu Rio.

A suspensão da linha circular do Metro de Lisboa foi aprovada há duas semanas no Parlamento, durante a votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2020, na sequência de propostas do PCP e do PAN, que mereceram o voto favorável do PSD, mas o grupo parlamentar do PS já disse que a decisão será alvo de recurso para o Tribunal Constitucional.

Rui Rio disse não querer, ao trazer este tema para o debate quinzenal, discutir a competência da Assembleia da República para decidir sobre linhas de metro, mas Costa aproveitou para reforçar a posição do Governo nesta matéria. “O Governo aguarda pela redação final do OE, pela sua apreciação por parte do Presidente da República, mas há uma coisa que posso garantir: o Governo entende que é da sua competência exclusiva a definição das linhas de metro, a sua execução e que esta linha vai ser executada com os fundos que lhe estão adstritos”, enfatizou.

O primeiro-ministro manifestou ainda estranheza por Rio considerar que este foi um dos temas que marcou o debate orçamental — a par do IVA da luz –, com o líder do PSD a contrapor que “o que verdadeiramente marcou o último orçamento foi um aumento da carga fiscal absolutamente enorme”. “Os senhores acusaram o Parlamento de ter aprovado uma norma que fazia o país perder fundos comunitários, primeiro falaram em 200 e tal milhões, depois em 83 milhões e depois houve declarações em que já não se perdia nada, em que é que ficamos?”, insistiu Rio.

Costa só respondeu à segunda, para defender que neste momento a linha circular “não está suspensa”. “Já vi alguns defenderem que os 83 milhões de euros poderiam ser alocados a outra linha: é materialmente impossível realizar projetos, concursos e lançar a obra em tempo útil para aproveitar esta verba”, afirmou, acrescentando que o projeto da linha circular existe desde 2008 e já percorreu diversos Governos, e que o apoio comunitário foi até negociado pelo último executivo PSD/CDS.

Depois de o primeiro-ministro ter dito que já tinham sido “gastos cinco milhões de euros em projetos” e “desencadeados processos de expropriações” com vista à realização da linha, Rio quis saber se já havia alguma expropriação concretizada que obrigasse o Estado a pagar indemnizações. “Não sei dizer em concreto se há alguma expropriação”, respondeu o primeiro-ministro, o que provocou um “ahhhh” na bancada do PSD, que foi lançando vários apartes durante as intervenções de Costa.

Rio questionou ainda o primeiro-ministro se o Metropolitano de Lisboa teria incluído num contrato assinado no sábado seguinte à aprovação do OE (a uma quinta-feira) a sinalética de duas estações para a linha circular, mas não obteve resposta, com Costa a insistir na questão política. “O que eu gostaria de saber é, se o líder do maior partido da oposição não tem opinião sobre a questão técnica e despreza a questão constitucional, porque é que votou favoravelmente a suspensão dessa linha?”, reiterou.

(Notícia atualizada às 16h33 com mais informação)

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Scor assume controlo da líder brasileira de seguros agrícolas

  • ECO Seguros
  • 18 Fevereiro 2020

Após 15 anos de colaboração entre as duas empresas, a Scor adquiriu o controlo acionista da AgroBrasil, líder em seguros agrícolas no país lusófono.

A companhia francesa que é quarta maior no mercado global de resseguros anunciou a compra de uma participação acionista de controlo da AgroBrasil Administração e Participações Ltda (AgroBrasil), empresa de origem familiar que atua como MGA (Management General Agent) no segmento de seguros do imenso agronegócio brasileiro.

A Scor é protagonista de longa data no setor de seguros e resseguros para o mercado do agronegócio no Brasil, “um dos mais avançados e sofisticados do mundo”, nota a entidade francesa num comunicado que é omisso quanto aos montantes envolvidos na transação que reforça o seu posicionamento no mercado de seguros especiais.

Por seu lado, reconhecida como especialista no setor em que atua, a AgroBrasil construiu relações privilegiadas com os produtores rurais, respaldando-se em uma rede especializada de engenheiros agrónomos e numa plataforma digital exclusiva.

A SCOR já trabalha com a AgroBrasil há 15 anos, “atuando inicialmente como resseguradora e, desde 2013, como seguradora, através da ESSOR Seguros, empresa brasileira que em 2018 se tornou subsidiária integral da Scor”, realça a companhia francesa.

Ainda, de acordo com a informação disponibilizada, a AgroBrasil manterá as suas operações e continuará a trabalhar com os mesmos profissionais competentes. “Mas, a partir de agora, passará a contar também com o suporte do grupo Scor, promovendo planos de desenvolvimento de negócios e reforçando os investimentos nas tecnologias necessárias às atividades comerciais da empresa, no seu crescimento rentável e no desenvolvimento de novos produtos”, detalha a Scor.

Laura Neves, responsável executiva da AgroBrasil, permanecerá na direção da empresa brasileira e irá integrar o conselho de administração da ESSOR, uma transição que fica dependente do aval das autoridades competentes.

Laurent Rousseau, diretor-geral adjunto da Scor Global P&C e responsável pela divisão Seguros Especiais, assinala: “Graças à aquisição da AgroBrasil, a SCOR consolida a sua atuação no ramo de Seguros Especiais e da sua plataforma MGA. A operação permitirá também que a SCOR reforce o seu expertise em seguros agrícolas, um segmento extremamente complexo e um desafio à altura do seu protagonismo em matéria de conhecimento técnico de riscos (…)”.

“Com o apoio de uma resseguradora global de primeira linha, a AgroBrasil poderá consolidar seu posicionamento como protagonista do mercado brasileiro, ampliar sua oferta de produtos e reforçar sua infraestrutura. Estou muito feliz (…)”, complementa Laura Neves citada no mesmo comunicado.

Posicionada como líder do segmento, a AgroBrasil oferece aos agricultores do país soluções de seguro contra riscos de perda de produção ou de qualidade das colheitas em culturas de frutas e grãos.

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Bancos centrais: a destruição da poupança

  • Luís Gomes
  • 18 Fevereiro 2020

Nos últimos anos, registou-se um declínio da poupança das famílias portuguesas, acentuado pela entrada do Euro em Portugal. Esta tendência é preocupante, porque sem poupança não existe investimento.

Nos últimos anos 25 anos, a proporção do rendimento das famílias portuguesas destinado à poupança apresenta uma tendência descendente, registando um mínimo histórico em 2017, apenas 6,8%. A evolução, desde 1995, pode ser observada na seguinte figura:

gráfico evolução da proporção do rendimento das famílias portuguesas destinado à poupança

Podemos, igualmente, constatar que o declínio da poupança das famílias portuguesas acentuou-se a partir da introdução do Euro em Portugal, isto é, quando o Banco Central Europeu passou a comandar os destinos da política monetária portuguesa em 1999.

Esta tendência é profundamente preocupante, atendendo a importância da poupança para a prosperidade de um país. Sem poupança não existe investimento e acumulação de capital, essencial ao incremento da produtividade, caso contrário, a subida do rendimento, isto é, dos salários, torna-se impossível.

Para ilustrar a importância da poupança, vamos utilizar um exemplo. Vamos imaginar que o leitor se encontra numa ilha deserta. Segundo os seus conhecimentos, é o único habitante dessa ilha – está claro que se deseja sobreviver vai “ter de se fazer à vida”.

Numa primeira fase, começa por explorar os recursos dessa ilha, pois necessita urgentemente de satisfazer as necessidades mais básicas: comer e ter um abrigo para dormir. Assim, descobre que existem árvores de fruto e javalis na ilha, e que também pode pescar. Para recolher a fruta, não necessita de qualquer instrumento. Apenas com o seu esforço individual, pode recolher 100 peças de fruta por dia, trabalhando quatro horas. No caso dos javalis e dos peixes, terá de construir instrumentos, no primeiro caso, uma lança de caça, no segundo, uma cana de pesca; caso contrário, as suas probabilidades de sucesso são nulas. Atendendo à sua deficiente condição física, apenas pode trabalhar seis horas por dia e necessita de consumir, pelo menos, 100 peças de fruta ao dia.

Para construir uma lança de caça ou uma cana de pesca será obrigado a não recolher peças de fruta durante o tempo necessário à sua construção; ou seja, terá de trabalhar seis horas por dia e não consumir o excedente. Neste caso, poderá recolher 150 peças de fruta (25 por hora, multiplicado por 6 horas) cada dia, não podendo consumir as 50 peças de fruta adicionais.

"A construção de bens de capital por parte dos seres humanos visa um futuro melhor: mais quantidade e variedade de necessidades satisfeitas. Basta olharmos à nossa volta: computadores, fábricas e estradas. Sem a acumulação de bens de capital, o progresso humano não seria possível. A riqueza de uma determinada comunidade é a capacidade instalada para produzir bens de consumo e serviços.”

Luís Gomes

Imaginemos que a construção da lança de caça e da cana de pesca irá exigir três dias de trabalho, ou seja, um total de 18 horas (6 horas durante três dias); neste caso, previamente à sua construção, terá de trabalhar durante três dias e realizar uma poupança diária de 50 peças, por forma a completar as 150 peças de fruta.

Com a construção da lança de caça e da cana de pesca, a sua vida na ilha irá melhorar substancialmente. Por essa razão, a acumulação de bens de capital permite incrementar substancialmente a nossa qualidade de vida: máquinas, computadores e carros, são um bom exemplo de bens de capital que incrementam o número de bens e serviços que podemos produzir por hora. Um engenheiro informático a viver nesta ilha deserta terá a mesma produtividade que um analfabeto, atendendo que não existem bens de capital. Essa é a principal razão porque um engenheiro português recebe menos em Portugal do que na Alemanha, atendendo que no primeiro a acumulação de capital per capita é menor que na Alemanha.

Como vimos no nosso exemplo, a poupança é uma restrição de consumo, com o propósito de obter um benefício superior no futuro. Neste caso, o leitor tem como propósito obter um maior número de bens de consumo, bem como um leque mais alargado de opções: peças de fruta, carne e peixe.

O investimento apenas é possível caso exista poupança, caso contrário, o leitor não podia trabalhar durante três dias: não dispunha de peças de fruta – simplesmente seria incapaz de sobreviver.

O objectivo de qualquer investimento é a obtenção de bens de capital, neste caso, uma lança de caça ou uma cana de pesca. Estes instrumentos não satisfazem uma necessidade humana, mas são um passo intermédio à sua obtenção: neste caso, carne e peixe. Numa sociedade complexa como a nossa, a produção de um carro, por exemplo, envolve várias etapas, em que distintos bens de capital são utilizados ao longo da cadeia de produção (computadores, robots, linhas de montagem…).

A construção de bens de capital por parte dos seres humanos visa um futuro melhor: mais quantidade e variedade de necessidades satisfeitas. Basta olharmos à nossa volta: computadores, fábricas e estradas. Sem a acumulação de bens de capital, o progresso humano não seria possível. A riqueza de uma determinada comunidade é a capacidade instalada para produzir bens de consumo e serviços.

"Este é precisamente o papel tradicional dos bancos: intermediar a poupança. Se a oferta de poupança é elevada, a taxa de juro desce; caso contrário, sobe, tal como funciona qualquer mercado.”

Luís Gomes

O investimento tem sempre riscos. Porquê? No nosso exemplo podia existir uma multiplicidade de riscos. Vamos supor que já existia uma cana de pesca de um anterior habitante; neste caso, de nada lhe tinha servido ter passado três dias a trabalhar. Imaginemos que, ao contrário do inicialmente pensado, existem habitantes no outro lado da ilha que, em lugar de pacíficos e abertos a trocas comerciais, são agressivos e têm por hábito agredir e assaltar o trabalho dos outros. É exatamente o que acontece numa guerra ou numa ditadura fiscal, como a atual em Portugal, em que a riqueza e a produção dos cidadãos são confiscadas impunemente; neste caso, não existe incentivo a investir, dado o temor de um confisco.

Adicionalmente, vamos imaginar que, ao caçar os javalis, após ter construído a lança de caça, o leitor apercebe-se que a carne é impossível de digerir, pois não lhe agrada o sabor. Isso é o que acontece quando os consumidores mudam as suas preferências; neste caso, o empresário esteve a preparar e a construir uma fábrica, a julgar que o produto que ia colocar no mercado era muito desejado, mas, afinal, tal não se verifica: todo o esforço foi em vão! Este é precisamente o risco empresarial que muita gente parece não compreender.

No nosso exemplo, o leitor consumia, poupava e investia, ou seja, realizava todas as funções, dado ser o único habitante na ilha; no entanto, numa economia moderna existe uma especialização e utiliza-se moeda para intermediar trocas de todo o tipo entre agentes económicos. Vamos supor que existem mais habitantes na ilha, se o leitor desejar realizar um empréstimo de maçãs a outro habitante da ilha, poderá, por exemplo, fixar o seguinte: um empréstimo de 10 maças deverá ser reembolsado por 12 maças daqui a um ano, o que significa que a taxa de juro é de 20%/ano. Quem beneficia deste empréstimo não tem que se preocupar em recolher maçãs e poderá produzir bens de capital; ou seja, sem sacrifício de consumo presente, não poderão existir pessoas empregues na produção de bens de capital. Neste empréstimo subsiste um enorme problema: qual é a qualidade, o peso e a forma das maçãs que serão devolvidas daqui a um ano? É precisamente por esta razão que os agentes económicos preferem realizá-lo através de moeda, atendendo que a sua qualidade e significado é uniforme ao longo do tempo. Por outro lado, qualquer ser humano prefere consumo presente a consumo futuro, por essa razão, exige uma remuneração, a taxa de juro, por diferir consumo no tempo.

Ao aparecer o mercado da poupança, isto é, a existência de oferta e procura por poupança, onde o preço é a taxa de juro, surgiu a necessidade da existência de um intermediário: o banco. Vamos supor que o leitor tenciona aplicar a sua poupança e propõe o seguinte negócio: aceito emprestar 10 mil euros a uma taxa de juro igual ou superior a 5%. Como poderá saber quem está disponível para aceitar a sua proposta de negócio? Por outro lado, caso existam pessoas interessadas em realizar o negócio por si proposto, de que forma o leitor poderá avaliar o risco destes possíveis mutuários? Este é precisamente o papel tradicional dos bancos: intermediar a poupança. Se a oferta de poupança é elevada, a taxa de juro desce; caso contrário, sobe, tal como funciona qualquer mercado.

Infelizmente, o negócio bancário tornou-se uma absoluta fraude. Com o decorrer do tempo, os banqueiros, apercebendo-se que os clientes aceitavam as suas notas para pagamento, começaram a conceder crédito a clientes sem existir a respetiva poupança. Como funciona tal método? Se um banqueiro emite notas por cada Kg de ouro depositado, significa, por exemplo, que a sua caixa-forte possui 1000 Kgs e, por conseguinte, emitiu 1000 notas de 1Kg. Se a comunidade começa a confiar nas suas notas para realizar os pagamentos, o banco pode decidir realizar o seguinte: conceder um empréstimo correspondente a 20 Kgs de ouro a um empresário, emitindo 20 notas, sem a existência de uma poupança.

Porque motivo realiza tal operação? Se existisse um cliente que decidisse realizar um depósito a prazo de 20 Kgs de ouro durante dois anos, remunerado a 5%, o banqueiro podia emprestá-los a 9% ao empresário e ganharia 4%; no entanto, pode ganhar 9% através da simples emissão de notas! É o conhecido sistema de reservas fracionadas.

Para implementar tal candonga, os bancos necessitaram de um banco central para coordenar e orquestrar este sistema fraudulento. Quanto maior a dimensão do Banco Central, maior a dimensão da patranha. A necessidade de mega bancos centrais deveu-se aos enormes custos associados à democracia e ao estado social. Por outro lado, o desaparecimento do ouro como moeda em 1971, abriu caminho para a impressão de moeda sem limites. Agora, através de um simples computador, emite-se moeda e concede-se crédito, sem qualquer necessidade da existência de poupança. A sociedade passou a associar crédito a uma impressora de notas: os Bancos Centrais têm sempre uma solução milagrosa na manga!

Com o desaparecimento do ouro do sistema monetário em 1971, o ritmo de crescimento da dívida pública norte-americana mais do que duplicou, com o rácio da dívida pública vs. PIB a atingir 107% (fonte: Reuters) no final de 2019, tal como podemos verificar na seguinte figura:

Gráfico Dívida pública norte-americana

O mesmo se passou com o aparecimento do Banco Central Europeu. Entre 2000 e 2018, Portugal registou um crescimento da dívida per capita de 5% ao ano, mais do que duplicando a dívida per capita durante esse período.

Gráfico dívida total per capital

Quais as razões deste descalabro? Se um Banco Central decide reduzir as taxas de juro para valores próximos de 0%, dá um sinal errado à população, em particular nos países com uma reduzida acumulação de capital per capita, como Portugal. Ou seja, se o mercado fosse livre e a taxa de juro que resultasse da livre procura e oferta fosse, por exemplo, de 10%, e, de repente, um burocrata determina que passa a ser 1%, qual o sinal que resulta deste novo preço? Existe uma enorme quantidade de poupança, ou seja, as maçãs do nosso exemplo são abundantes, por essa razão não vale a pena poupar!

Podemos utilizar o exemplo do mercado imobiliário em Portugal para melhor ilustrar o drama que estamos a viver. Após o 25 de Abril, a inflação foi altíssima, chegando a valores próximos de 30%, no entanto, a legislação não permitia aos proprietários dos imóveis atualizar o valor das rendas, ou seja, o preço passou a ser muito inferior ao preço que resultava de um mercado livre: resultado? Deixou de haver qualquer interesse em oferecer casas para o mercado de arrendamento (oferta de poupança), resultando na ruína total dos imóveis. É precisamente o que está a acontecer na atualidade: os portugueses não possuem qualquer estímulo a poupar!

Para conseguirem reduzir artificialmente as taxas de juro e ajudar estados em apuros, os bancos centrais emitem moeda do “nada” e compram obrigações emitidas por esses estados, elevando o seu preço e reduzindo a taxa de juro. Por essa razão, atualmente, Portugal paga uma taxa de juro de -0,48% (dívida emitida com o prazo de 1 ano); ou seja, os credores, em lugar de cobrar juros, pagam ao estado português!

gráfico evolução taxas de juro das obrigações

Para agravar o problema, o dinheiro impresso pelos bancos centrais tem sido canalizado para os mercados financeiros norte-americanos, tal como podemos observar na seguinte figura. Entre o final de 2007 e finais de 2018, o investimento de 100 dólares (USD) iria valer 304 USD, caso fosse aplicado no índice Nasdaq 100; em Portugal, ocorreu precisamente o contrário: no final de 2007, o investimento de 100 euros no PSI 20, no final de 2018, valeria apenas 36 euros, perdendo 64% do seu valor!

gráfico evolução dos principais índices bolsistas

A crise do BES em 2014 incrementou a desconfiança dos portugueses no mercado de capitais, apesar de possuirmos a maior quantidade de regulação sobre o mercado de capitas da história. A % do PIB aplicada no mercado bolsista em Portugal é muito inferior à média europeia, retirando a possibilidade de os portugueses se beneficiarem de mercados bolsistas que registam máximos todos os dias, como se está a passar nos Estados Unidos da América.

gráfico percentagem do PIB aplicada em ações cotadas em bolsa

Os mercados de capitais têm sido das poucas armas que os particulares possuem contra a enorme inflação introduzida pelos Bancos Centrais, que não param de dizer que não existe inflação, apesar das enormes subidas de preços das casas, dos passes de jogadores, da arte e do mercado de capitais!

Na seguinte figura, podemos observar que todas as valorizações nominais resultam da enorme massa monetária introduzida pelos bancos centrais. Entre 1970 e 2020, o índice S&P 500 medido em onças de ouro caiu de preço. Baixou de 2,4 onças para 2,1 onças de ouro!

gráfico evolução índice S&P 500 em onças de ouro

Num regime de Bancos Centrais absolutamente alucinados, propondo taxas de juro negativas, e mercados de capitais a registar constantes máximos, as pessoas necessitam de se proteger de tal contexto.

Isto é o que vamos discutir no próximo dia 26 de março, num evento dedicado à poupança e ao investimento.

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Portugal não vai aceitar proposta para orçamento da UE nem ceder a países “forretas”

O primeiro debate quinzenal do ano centrou-se em torno de questões económicas, sociais e ambientais. As Parcerias Público-Privadas também estiveram em discussão.

O Parlamento reúne-se esta terça-feira para o primeiro debate quinzenal do ano. Esta é também a primeira discussão parlamentar entre António Costa e Rui Rio depois do Orçamento do Estado. Os partidos vão questionar Costa sobre temas como a política económica e social ou questões ambientais e relações internacionais. As Parcerias Público-Privadas (PPP) também vão estar em cima da mesa, depois de o Governo lançar as bases para um novo concurso no Hospital de Cascais.

Acompanhe aqui em direto.

 

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Apple arrisca falhar meta de vendas. Vírus trava Wall Street

O coronavírus volta a ensombrar os mercados, levando Wall Street a aliviar de máximos, depois de a Apple ter alertar que devido à epidemia pode falhar as metas de vendas para o trimestre.

As ações norte-americanas retomaram a negociação, nesta terça-feira, após a pausa do Dia do Presidente. Estão a aliviar de máximos, ensombradas pela ameaça do coronavírus. O rumo de Wall Street está a ser influenciado por um alerta da Apple que está em risco de falhar as metas de vendas devido ao impacto da epidemia.

O S&P 500 desvaloriza 0,37%, para os 3.367,54 pontos, enquanto o Dow Jones e o Nasdaq perdem 0,44% e 0,54%, respetivamente, para os 29.267,94 e 9.679,044 pontos.

O sentimento negativo impera entre os investidores norte-americanos depois de na segunda-feira a fabricante do iPhone ter dado conta de que poderá não conseguir cumprir com o objetivo de vendas traçado para o trimestre que termina no final de março, em resultado da quebra da produção do iPhone e da procura mais fraca na China em resultado da epidemia do coronavírus.

O número de mortos devido ao Covid-19 na China continental subiu esta terça-feira para 1.868, ao mesmo tempo que foram registados 1.886 novos casos de infeção, num total de 72.436 infetados.

As ações da Apple recuam 2,3%, contagiando fornecedores como a Qualcomm, Broadcom, Qorvo e Skyworks que registam desvalorizações entre 1% e 2%.

Ainda assim, a conferir algum conforto a Wall Street, nesta terça-feira, está a promessa da China de que vai isentar a tarifas impostas a um conjunto de 696 produtos dos EUA. Trata-se do alívio tarifário mais substancial a ser oferecido até agora por Pequim no âmbito do acordo comercial com os EUA.

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Autoridade Tributária alerta contribuintes para novo e-mail fraudulento

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2020

Num alerta de segurança publicado no Portal das Finanças, a AT adianta que está a ser enviado aos contribuintes um e-mail fraudulento solicitando-lhes que regularizem dívidas fiscais.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) alertou esta terça-feira para um e-mail que está a ser enviado aos contribuintes solicitando-lhes que regularizem dívidas fiscais e avisa que a mensagem é falsa e deve ser apagada.

Num alerta de segurança publicado no Portal das Finanças, a AT adianta ter tido conhecimento destes e-mails fraudulentos que estão a ser enviados de endereços como [email protected] ou outros similares nas quais é pedido que se carregue num ‘link’ que é fornecido.

“Estas mensagens são falsas e devem ser ignoradas. O seu objetivo é convencer o destinatário a aceder a páginas maliciosas carregando no ‘link’ sugerido”, precisa a AT.

A AT aponta ainda o conteúdo de algumas das mensagens fraudulentas que estão a ser enviadas aos contribuintes associam a aproximação do prazo da entrega da declaração anual do IRS e a necessidade de o contribuinte ter a sua situação regularizada com a existência de dívidas fiscais, sugerindo depois que se siga um ‘link’ para verificar a “correspondente fatura”.

A par do alerta e de reforçar que “em caso algum” o contribuinte efetuar esta operação, a AT recomenda ainda a consulta de um folheto informativo sobre segurança informática que pode ser consultado no Portal das Finanças aqui.

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