Portugal regista 5.962 pessoas infetadas e 119 mortes. “Até haver uma vacina, situação vai durar meses”, diz Graça Freitas

O número de casos confirmados de coronavírus em território nacional aumentou para 5.962, enquanto o número de vítimas mortais também subiu, estando agora nas 119.

Há mais pessoas infetadas com coronavírus no país. De acordo com o balanço mais recente da Direção-Geral de Saúde (DGS), às 11h deste domingo contavam-se 5.962 casos confirmados, com o número de vítimas mortais também a aumentar, ultrapassando já uma centena.

Num dia, o número de casos confirmados de coronavírus passou de 5.170 para 5.962 — a maioria no Norte e na zona de Lisboa e Vale do Tejo –, estando a aguardar resultados laboratoriais 5.508 pessoas. Na conferência de imprensa diária, a ministra da Saúde voltou a sublinhar que as autoridades de saúde “continuam a estimar um número muito elevado de infeções por Covid-19”. “Precisamos da ação de todos para diminuir o número de infetados e vítimas”, disse Marta Temido.

Do número total de pessoas infetadas, 486 estão internadas, das quais 138 estão nos cuidados intensivos. Contudo, há ainda mais de 26 mil casos por confirmar e mais de 17 mil sob vigilância pelas autoridades de saúde. Até ao momento há 43 casos recuperados.

No que diz respeito às vítimas mortais, que chegaram à casa das centenas este sábado, estas são já 119: 61 no Norte do país, 28 no Centro, 28 na zona de Lisboa e Vale do Tejo e duas no Algarve. A ministra da Saúde adiantou que a taxa de letalidade está atualmente nos 2% para toda a população, aumentando para 8% no caso das pessoas com mais de 70 anos.

“Até haver uma vacina, esta situação vai durar meses”, diz Graça Freitas

Também presente na conferência de imprensa, a diretora-geral de Saúde alertou os portugueses de que “isto não é uma coisa de uma quinzena, de dois ou três meses. Até haver uma vacina, esta situação vai durar meses”. O coronavírus, disse, é “muito inteligente e muito agressivo” e “vai tentar replicar-se entre as pessoas”. “Não estamos a terminar nada. Estamos apenas a iniciar um percurso”, afirmou Graça Freitas.

A responsável atentou ainda para os testes de rastreio, explicando que “os resultados negativos podem dar uma falsa segurança” e que os portugueses “nunca devem pensar que um teste negativo está garantido para os dias ou semanas seguintes”. Graça Freitas aconselhou, assim, a população a manter os hábitos de segurança e de distanciamento social durante várias semanas.

Consulte aqui o boletim epidemiológico na íntegra

(Notícia atualizada às 13h11 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Von der Leyen admite “todas as opções” para minorar impacto económico do coronavírus na UE

  • Lusa
  • 29 Março 2020

“A presidência da Comissão Europeia não exclui nenhuma opção dentro dos limites do Tratado", disse Ursula Von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula Von der Leyen, disse que estão em aberto “todas as opções” admitidas na legislação comunitária para responder ao impacto económico provocado pelo novo coronavírus.

“A presidência da CE não exclui nenhuma opção dentro dos limites do Tratado”, observou Von der Leyen. A chefe do executivo comunitário emitiu uma declaração na noite de sábado, na qual também indicou que, para “garantir a recuperação”, Bruxelas proporá alterações à proposta para o próximo orçamento europeu (o chamado Quadro Financeiro Plurianual). “Isso inclui um pacote de estímulo que garantirá a manutenção da coesão na União Europeia por meio de solidariedade e responsabilidade”, afirmou.

Von der Leyen lembrou que o Conselho Europeu solicitou ao Eurogrupo que apresentasse propostas nas próximas semanas em resposta ao impacto económico do coronavírus. “A Comissão participará nessas discussões e está preparada para ajudar”, acrescentou. Paralelamente, Bruxelas está a trabalhar em “propostas para a fase de recuperação”, no âmbito dos Tratados da União Europeia. Como “primeiro passo”, disse a presidente da CE, “trabalha-se na flexibilização total dos fundos existentes, como os fundos estruturais”.

Von der Leyen recordou as declarações que fez no sábado à agência noticiosa alemã DPA em relação aos chamados coronabonds, um instrumento que Espanha, Itália e outros países da União pedem para mutualizar os mecanismos de dívida. “A palavra ‘coronabonds’ é realmente apenas um ‘slogan’. O que está por detrás é uma grande questão sobre responsabilidades”, disse Von der Leyen.

“Existem limitações legais, esse não é o plano. Não estamos a trabalhar nisso”, afirmou a presidente da CE naquela entrevista, na qual indicou que Bruxelas recebeu do Conselho Europeu “a missão de elaborar o plano de reconstrução” e que esse “é o caminho”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo esclarece que polícia pode mandar condutores para casa

As operações de fiscalização vão continuar este domingo e o Governo sublinha que a política tem autoridade para interromper vias, pedir comprovativos e mandar os condutores para casa.

No dia em que houve várias operações de fiscalização da polícia, para comprovar se os condutores tinham mesmo motivos para andar nas estradas, o Governo vem esclarecer que as forças de segurança têm mesmo autoridade para travar deslocações e ordenar aos condutores que voltem para casa. O Executivo adianta ainda que, este domingo, estas operações vão continuar.

“No âmbito do Estado de Emergência em vigor, as Forças de Segurança têm legitimidade para não só restringir a circulação rodoviária e/ou interromper vias, como também para determinar o regresso a casa em todos os casos de manifesta violação do dever geral de recolhimento”, refere o Ministério da Administração Interna, em comunicado enviado este domingo.

No mesmo documento, é referido que, embora os condutores não sejam obrigados a apresentar um “documento que justifique a circulação rodoviária” nesta fase, em que “vigora o dever geral de recolhimento”, isso “não afasta a plena competência de fiscalização rodoviária das Forças de Segurança”. O Governo explica que esta documentação “facilita a comprovação pelos cidadãos que se estão a deslocar de ou para o local de trabalho” ou para as respetivas residências.

As ações de fiscalização que aconteceram este sábado no Porto e em Lisboa, na Ponte 25 de Abril, “terão continuidade este domingo”, refere o comunicado. “O Ministério da Administração Interna apela, uma vez mais, ao civismo generalizado de todos os portugueses, para que permaneçam em casa e limitem as viagens ao estritamente necessário”, remata o Governo.

Estes esclarecimentos vêm no seguimento da notícia publicada este domingo pelo Público, que afirma que a lei não permite às forças de segurança pedir este tipo de comprovativos aos condutores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Episódio #16. O regresso a 2008, o plano económico e o holandês

  • ECO
  • 29 Março 2020

No Episódio #16 do 'videodcast', António Costa e Pedro Santos Guerreiro analisam as previsões do Banco de Portugal, o plano económico do Governo e a resposta de Costa ao ministro holandês.

Coronavírus, pandemia, crise económica, recessão, a resposta do Governo e um senhor holandês (outra vez). Foi este o menu do Episódio #16 do ECO Insider, com António Costa e Pedro Santos Guerreiro, outra vez em modelo de ‘videocast’. Na semana em que o Governo anunciou o terceiro plano de apoio às empresas e aos trabalhadores (revisto e aumentado) e em que o Banco de Portugal divulgou as suas previsões para 2020 (os números para os anos seguintes são na verdade irrelevantes), não faltaram assuntos. E até apareceu outro holandês a apontar o dedo aos países do Sul, desta vez a Espanha, mas o que está em causa é mais do que a forma lamentável das suas afirmações, mas a substância de uma União Europeia que continua dividida, na vida e na morte.

http://videos.sapo.pt/uMjCSOBTMFLGkMWbTKv1

Também pode ouvir este podcast nas principais plataformas, como o Apple Podcasts ou no Spotify, entre outros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Juventus corta 90 milhões em salários no plantel principal devido ao coronavírus

  • Lusa
  • 29 Março 2020

Os jogadores do clube de Turim, incluindo Cristiano Ronaldo, vão ter uma redução salarial equivalente a quatro meses de ordenados.

A Juventus acertou com o treinador e os futebolistas do plantel principal, entre os quais Cristiano Ronaldo, uma redução salarial equivalente a quatro meses de ordenados, cujo valor ascende a 90 milhões de euros, devido ao coronavírus.

O clube explicou que, devido à paralisação das competições desportivas, provocada pela atual situação de emergência de saúde global, alcançou um “entendimento com os jogadores e os treinadores da primeira equipa, relativo às suas compensações pela porção residual do resto da época competitiva”, lê-se no site oficial da Juventus.

Segundo o clube de Turim, no norte de Itália, o acordo permite “a redução das compensações num montante igual aos pagamentos mensais de março, abril, maio e junho de 2020”, com efeitos económicos e financeiros positivos na ordem dos 90 milhões de euros para as contas do presente exercício. “Nas próximas semanas, os acordos individuais com os jogadores e o treinador vão ser finalizados”, salientou a Juventus.

Caso haja uma recalendarização dos jogos no futuro, o emblema no qual atua o astro português Ronaldo “vai negociar em boa-fé com os jogadores e o treinador possíveis aumentos das compensações [salariais], de acordo com a concretização das competições oficiais”, informou. A Juventus aproveitou para “agradecer aos jogadores e ao treinador pelo compromisso num período difícil para todos”.

Esta decisão não é uma inédita no mundo do futebol. Na semana passada, o Barcelona também anunciou que vai reduzir os salários dos jogadores para minimizar o impacto desta pandemia. “Trata-se de uma redução do valor da compensação diária atribuída aos trabalhadores e, por conseguinte, a redução proporcional da remuneração prevista nos respetivos contratos de trabalho”, disse o clube onde joga o português Nélson Semedo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹 O que é o lay-off? Perguntou ao Google, nós respondemos

Face à pandemia de coronavírus, já são muitos os empregadores que alertam para o risco de não terem condições para pagar salários. O Governo respondeu com um novo lay-off.

É uma das bandeiras do Executivo de António Costa na luta contra os efeitos da pandemia de coronavírus na atividade das empresas e no mercado de trabalho. Chama-se apoio extraordinário à manutenção dos contratos de trabalho, inspira-se no regime tradicional de lay-off e ficou por isso conhecido como lay-off simplificado, por prometer ser mais rápido e flexível na sua atribuições.

Este novo regime está disponível para os empregadores que tenham sido mais afetados pelo surto de Covid-19 e que estejam, assim, em crise empresarial. Em causa estão as empresas que estejam encerradas total ou parcial por decisão “das autoridade políticas ou de saúde”; que estejam em paragem total ou parcial por causa da interrupção das cadeias de abastecimento globais ou da suspensão ou cancelamento de encomendas e reservas; ou que tenham registado uma quebra de, pelo menos, 40% da faturação nos 30 dias anteriores ao pedido comparando com a média dos dois meses anteriores a esse pedido ou face ao período homólogo.

Este lay-off simplificado traduz-se, no caso dos trabalhadores, na garantia de, pelo menos, dois terços do seu salários, sendo o contrato de trabalho suspenso ou a carga horária reduzida.

No caso da redução do tempo de trabalho, o trabalhador tem direito ao salário equivalente às horas mantidas, devendo tal montante equivaler no mínimo aos tais dois terços ou 635 euros. Caso o valor assegurado pelo tempo de trabalho seja inferior a esses últimos montantes, o remanescente é pago em 70% pela Segurança Social e em 30% pelo empregador. No caso da suspensão do contrato, a toda a compensação retributiva é paga em 70% pela Segurança Social e 30% pelo empregador.

O formulário para os empregadores acederem a este regime foi disponibilizado esta sexta-feira, tendo o ministro da Economia assegurado que a sua aprovação será praticamente automática.

http://videos.sapo.pt/6bg8ep7FHH7UrZ8LBUjW

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Um Macan mais desportivo. Chegou o GTS

Entre os S e o Turbo, o GTS promete ser um bom compromisso para quem procura o conforto mas não dispensa a potência. E a estética distintiva.

O Macan foi das melhores apostas que a Porsche fez nos últimos anos. Depois do Cayenne, a fabricante de Estugarda respondeu à crescente procura por SUV com um modelo mais compacto, mas com todos os atributos que distinguem a marca das restantes. Entre elas, o estilo, mas principalmente a (muita) potência.

Com o restyling veio o Macan e o Macan S. Para quem queria sensações mais fortes, juntou-se o crème de la crème, o Turbo — carregado com 440 cv que atiram o SUV até aos 270 km/h. Mas, agora, há mais uma opção a ter em conta. Um meio-termo. Ou melhor, um bom compromisso entre o estilo civilizado dos Macan e o look mais ready to race dos Turbo, que vai buscar a designação aos anos 60.

O GTS destaca-se pelos detalhes em preto, da grelha aos faróis (à frente e atrás), até à dupla saída de escapes na traseira. Além das side blades, nas portas, também escuras, com inscrição do modelo, e as jantes de 20 polegadas que assentam que nem uma luva num modelo em que o lado mais dark também se mostra no interior.

Não tem só um volante de corrida

Se por fora é fácil perceber que este é um Macan especial, lá dentro a marca fez questão de dar ao condutor boa noção de que está ao volante de um modelo diferente. E isso começa exatamente pelo… volante. Tal como os restantes GTS da Porsche, também aqui temos um círculo coberto em alcântara com aquecimento.

Esta é apenas uma das muitas das características distintivas no interior do GTS, que brinda condutor e restantes ocupantes com pormenores como o aço escovado no tablier, mas também bancos mais desportivos ainda que este “disfarce” não ponha nunca em causa o conforto. Afinal, estamos a falar de um modelo para a família.

Tal como bancos contam com ajustes para todos os gostos, também o próprio do Macan. Daí que o túnel central esteja cheio de botões de um lado e do outro da manete da caixa automática. Mais acima, temos mais onde tocar, neste caso o ecrã de 10,9 polegadas que não passa despercebido. É um splash de tecnologia que contrasta, e bem, com o cronómetro no topo do tablier, aquele que nos desperta a vontade de rodar a chave.

A potência bi-turbo

Sob o capot está um 2.9 V6 bi-turbo capaz de produzir 380 cv. É garantia de um ronco simpático ao simples rodar da chave, para o qual contribui obviamente o escape desportivo de série nesta versão. Apesar de toda a potência, e daquele barulhinho que sai pela traseira, não é um automóvel brusco. É civilizado quanto baste, sendo as passagens da caixa automática suaves.

Mesmo com uma afinação mais desportiva, que rebaixou o Macan em 15 milímetros, o GTS prima pelo conforto, mas sem descurar as aptidões mais desportivas. Basta dar um toque no seletor dos modos de condução, rodando para Sport ou Sport Plus, para se sentir a alma racing deste… SUV.

A resposta do motor é potente quando se desafiam todos os cavalos. E os números demonstram-no: 4,7 segundos dos 0 aos 100 km/h, com uma velocidade máxima de 261 km/h. É preciso algum estômago para aguentar o “coice”, mas também algumas mãozinhas para o domar — embora as ajudas à condução estejam lá para evitar qualquer calafrio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Esta startup faz a bomba de combustível ir ter consigo

Chama-se Azul e já está no mercado: criou um posto móvel que leva o combustível ao encontro dos clientes e a preços competitivos.

Hugo Botelho, cofundador da startup Azul.

De regresso a Lisboa depois de um fim de semana com amigos, o relógio foi inflexível: ou Hugo parava na bomba de gasolina para encher o depósito e falhava a hora de entrega do carro alugado, tendo de pagar um dia a mais, ou pagava o suplemento para encher o depósito depois de entregar o carro, já na rent-a-car. “24 horas de aluguer eram mais caras do que os suplementos, que incluíam 30 euros para encherem o tanque, e um preço por litro é muito elevado. Mas se têm 10 carros, não havia serviço que entregue isto na hora e a um valor menos elevado? Porque é que um serviço como este era tão caro?”, questionou o economista Hugo Botelho, 29 anos, economista e cofundador da Hoopers.

A ideia ficou a matutar na cabeça enquanto se envolvia em novos projetos até ao dia em que começou a pôr em prática o objetivo: criar uma startup que permita aos clientes que o posto de combustível onde abastecem o seu carro possa ir ao encontro deles.

O primeiro e maior desafio foi a criação da solução propriamente dita: havia negócios semelhantes nos Estados Unidos, mas os empresários usavam pickups agrícolas que transportavam o combustível aos locais onde abasteciam os seus clientes. “Nem sequer existiam postos de abastecimento que pudessem transportar-se: era preciso um posto, um tanque, baterias seguras e certificadas”, detalha o economista.

Hugo considerou que a solução usada pelos norte-americanos nem seria a mais adequada para o mercado europeu e, juntamente com o sócio André Bandeira, 28 anos, começou a trabalhar no desenvolvimento de uma alternativa que demorou cerca de um ano e meio a chegar ao ponto em que está hoje. Em conjunto e, com mais quatro investidores, financiaram o projeto em um milhão de euros, que serviu para desenvolver, produzir e colocar na rua os primeiros pontos de abastecimento portáteis produzidos em Portugal.

Lançada esta semana, a Azul é uma startup que faz isso mesmo: criou uma espécie de bomba de gasolina portátil que leva o combustível para abastecer os clientes… onde quer que eles estejam. A startup tem, por agora, três camiões de abastecimento na zona de Lisboa e planeia estender a área de abrangência ao Porto, até junho, e a outras partes do país até ao final deste ano.

"A lógica é a mesma da de um restaurante que entrega em casa: é uma estação de serviço móvel.”

Hugo Botelho

Cofundador da Azul

“A lógica é a mesma da de um restaurante que entrega em casa: é uma estação de serviço móvel”, conta Hugo, em entrevista ao ECO.

A startup conta, para operar, com a ajuda de equipas de motoristas qualificados que transportam, em veículos comerciais, até 1.000 litros de combustível. A carrinha de abastecimento móvel rege-se, por isso, pela legislação europeia de transporte de matérias perigosas, o que faz com que possa abastecer em espaços validados como parques de estacionamento. Ficam de fora a via pública, terrenos baldios ou não impermeabilizados (devido ao risco ambiental) e parques subterrâneos que não tenham autorização para o efeito.

Atualmente, a Azul tem disponíveis diesel e gasolina sem chumbo 95. Como funciona? Hugo explica. “O serviço é completamente digital: os clientes contactam a Azul via site, os pedidos e os locais de abastecimento são validados e a partir daí basta um pedido mínimo de 5 litros para abastecer nos locais já validados“. Direcionada sobretudo para clientes como empresas B2B como rent-a-cars ou companhias de eventos, a Azul tem servido em parques empresariais, e algumas dessas empresas que disponibilizam os serviços para os colaboradores como proposta de valor dos departamentos de recursos humanos para oferecer um ambiente seguro no trabalho. O preço? Varia por zona e por datas, como todos os combustíveis. “Temos custos operacionais mais baixos, e custos de CAPEX mais baixos. Por isso conseguimos ser mais competitivos do que uma estação de combustível normal”, detalha Hugo Botelho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Espanha bate recorde. Regista 838 mortos nas últimas 24 horas

Há mais de 78 mil pessoas infetadas com coronavírus em Espanha e mais de 6.500 mortes registadas. Governo vai suspender todas as atividades não essenciais a partir de segunda-feira.

Espanha bateu um novo recorde diário no que diz respeito ao número de mortos. Em apenas 24 horas, o país registou 838 vítimas mortais por coronavírus, com o número total de mortes a ultrapassar já as 6.500, segundo o El País (conteúdo em espanhol). Há mais de 78 mil casos confirmados.

O mais recente balanço feito pelo Ministério da Saúde espanhol dá conta de 78.797 pessoas infetadas com coronavírus no país, das quais 43.397 estão hospitalizadas, com 4.907 nos cuidados intensivos. Até ao momento, há registos de 14.709 casos de recuperação.

Desde que o surto apareceu no país já provocou 6.528 mortos, um total de 838 nas últimas 24 horas. Nunca morreram tantas pessoas por coronavírus em apenas um só dia em Espanha como este sábado, anunciou o Governo.

Este domingo, o Executivo espanhol vai aprovar em Conselho de Ministros extraordinário um reforço do confinamento no país, encerrando a partir desta segunda-feira todas as atividades não essenciais no país, com o objetivo de travar a propagação. “Todos os trabalhadores de atividades não essenciais devem manter-se em casa”, disse este sábado Pedro Sánchez, citado pelo jornal espanhol. Esta medida estará em vigor até dia 9 de abril.

As autoridades de saúde de Espanha acreditam que o país pode estar a alcançar o pico de infeções. “Estamos a chegar ao pico que tanto nos preocupa. Algumas zonas do país, possivelmente, estão a superá-lo”, disse este sábado o diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências em Saúde do Ministério da Saúde, Fernando Simón.

A ministra de Política Territorial espanhola está infetada com coronavírus e, este domingo, após fazer um novo teste, o resultado foi positivo. O anúncio foi feito pela mesma no Twitter, ao fim de 15 dias a tentar recuperar da infeção. “Ao fim de 15 dias, continuo infetada com Covid-19. Em casa, seguindo todas as recomendações, continuo a trabalhar (…) com força e determinação. Estou bem”, escreveu Carolina Darias.

Madrid exige 1.200 milhões de euros ao Governo para enfrentar pandemia

A presidente da comunidade autónoma de Madrid, Isabel Diaz Ayuso, exigiu este domingo ao Governo espanhol mais 1.200 milhões de euros para fazer face à pandemia, que já causou mais de 3.000 vítimas na região. Numa reunião por videoconferência com o presidente do executivo espanhol, a dirigente regional explicou que a verba seria distribuída pelas áreas da saúde (1.000 milhões), apoios sociais (100 milhões) e educação (100 milhões), sem lugar a reembolso ao Estado.

A nível económico, a presidente da comunidade madrilena pediu ainda que as regiões possam usar os seus ‘superavit’ para lidar com a crise sanitária, em vez de amortizarem antecipadamente a dívida ao governo central, além do adiantamento do montante atribuído pelo executivo ao Consórcio Regional de Transportes para o ano 2020, no total de 127 milhões. Isabel Diaz Ayuso propôs também a criação de “um fundo nacional para compensar o atraso na resolução de casos nos tribunais de justiça”.

A presidente da comunidade autónoma denunciou ainda a falta de equipamentos médicos e de proteção para os profissionais de saúde, além de ter criticado o Ministério da Educação pela preparação dos calendários escolares sem consultar as diferentes regiões, bem como o encerramento de todos os hotéis, defendendo a abertura de algumas unidades para acolherem vítimas de violência de género, idosos ou sem-abrigo.

Paralelamente, Isabel Diaz Ayuso decretou luto oficial na região e a colocação da bandeira a meia haste nos edifícios públicos a partir desta segunda-feira, em memória das vítimas da pandemia de covid-19. O decreto, que será assinado ainda este domingo para publicação imediata, lembra o “grande número de mortes” na região madrilena e assinala que o luto é um “testemunho da dor da comunidade de Madrid perante o sofrimento de toda a população afetada pela pandemia”.

Através de uma nota de imprensa publicada no seu site oficial, o Governo regional apelou ainda aos cidadãos para cumprirem um minuto de silêncio todos os dias às 12h00 em memória das vítimas provocadas pelo SARS-CoV-2 na região de Madrid e em toda a Espanha.

(Notícia atualizada às 16h53 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Francisco Calheiros: “Nenhuma pandemia durará para sempre, é preciso manter a frieza”

Antes de entrar em teletrabalho, a Confederação do Turismo Português acertou "os detalhes da operação" para que se mantivesse 100% operacional neste tempo "crítico" para o setor.

O turismo está já a sofrer com o surto de coronavírus, mas Francisco Calheiros salienta que, neste momento, o importante é manter “a frieza e o sentido de responsabilidade”, protegendo os postos de trabalho e apoiando as empresas. Isto porque “nenhuma pandemia durará para sempre”.

O presidente da Confederação do Turismo Português (CTP) é um dos muitos portugueses que estão a trabalhar a partir de casa e é mais um dos entrevistados da nova rubrica diária do ECO chamada Gestores em Teletrabalho.

“Infelizmente, e face ao período difícil em que nos encontramos, todos temos de adotar novas rotinas pessoais e profissionais. No meu caso, encontrou-me em regime de teletrabalho, bem como toda a minha equipa da CTP”, explica Francisco Calheiros, referindo que as deslocações à sede da confederação só estão a acontecer “em caso de estrita necessidade”.

“Todas as reuniões, por exemplo, com associados e parceiros, de Comissão Permanente de Concertação Social, com governantes e outras estão a ser feitas por videoconferência. Naturalmente que também não participo em congressos, conferências ou feiras de turismo, que têm vindo a ser cancelados ou adiados”, frisa.

Antes de entrar neste regime de trabalho remoto, a CTP já tinha reforçado o equipamento informático e acertado os “detalhes desta operação” de modo a garantir que, mesmo com os trabalhadores à distância, ficaria 100% operacional, neste momento difícil para o setor que representa.

“Sabíamos que o turismo seria uma das primeiras atividades a sofrer o impacto desta pandemia e que era essencial estarmos 100% operacionais para apoiar os nossos associados. As solicitações e os pedidos de apoio e esclarecimento aumentaram substancialmente, sobretudo no que se refere às medidas extraordinárias que vão sendo anunciados pelo Governo”, avança Francisco Calheiros. “A nossa prioridade é ouvir os nossos empresários, apoiá-los nas suas necessidades e representá-los junto dos decisores, neste momento crítico para o turismo e para o país”, acrescenta.

União Europeia deve “manter espírito de tolerância”

O presidente da CTP prevê que “seguramente a economia nacional irá sofrer graves consequências” desta pandemia, já que “praticamente todos os setores de atividade [estão] parados”. E não será só Portugal. “Infelizmente, não estamos sozinhos neste infortúnio: a ameaça é global e atinge quase todos os países do mundo”, salienta.

Ao ECO, Francisco Calheiros diz que, apesar desse cenário negro, é importante neste momento “manter a frieza e o sentido de responsabilidade, proteger os cidadãos e os postos de trabalho, apoiar as nossas empresas e estar preparados para a retoma“.

E tal proteção não cabe só aos empresários nem ao Executivo. “Esta é uma missão que nos cabe a todos”, afirma. Incluindo à União Europeia, defende Calheiros. A UE “deve manter o espírito de união e tolerância que está na sua essência”, remata.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Coronavírus já matou mais de 21 mil pessoas na Europa

  • Lusa
  • 29 Março 2020

Por continentes, segundo a AFP, a Europa registava ao final deste sábado 21.334 mortes e um total de 351.877 casos confirmados.

A pandemia do novo coronavírus matou pelo menos 30.003 pessoas no mundo inteiro, dos quais dois terços na Europa, desde que a doença surgiu em dezembro na China, segundo um balanço da AFP às 19h00 deste sábado, a partir de dados oficiais.

Segundo a agência de notícias francesa, já foram diagnosticados mais de 640.770 casos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, e a pandemia espalhou-se por 183 países ou territórios. A AFP alerta que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do número real de infeções, já que um grande número de países está agora a testar apenas os casos que requerem atendimento hospitalar.

Entre o total de casos, pelo menos 130.600 pessoas são agora consideradas curadas. Desde a contagem feita às 19h00 de sexta-feira, 3.417 novas mortes e 68.734 novos casos foram registados em todo o mundo. Os países com mais mortes nas últimas 24 horas foram Itália, com 889 novas mortes, a Espanha (832) e os Estados Unidos (453).

A Itália, que teve a sua primeira morte ligada ao novo coronavírus no final de fevereiro, tem agora 10.023 mortes, em 92.472 casos. Só este sábado foram anunciados 5.974 novos casos e 889 mortes, enquanto 12.384 pessoas são dadas como curadas pelas autoridades italianas. Depois de Itália, os países mais afetados são Espanha, com 5.690 mortes, em 72.248 casos, China continental, com 3.295 mortes (81.394 casos), Irão, com 2.517 mortes (35.408 casos) e França, com 2.314 mortes (35.575 casos).

A China (sem os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, registou de sexta-feira para hoje 54 novos casos e mais três mortes. E indicou que 74.971 pessoas estão curadas. Em número de casos, os Estados Unidos são o país mais afetado, com 115.547 contaminações, segundo os números oficiais, contabilizando ainda 1.891 mortes e 921 pessoas curadas.

Desde sexta-feira às 19h00 (hora de Portugal), o Brunei, o Togo, o Sri Lanka, o Qatar e a Jordânia anunciaram as primeiras mortes ligadas ao coronavírus. Por continentes, segundo a AFP, a Europa totalizava às 19h00 deste sábado 21.334 mortes, para 351.877 casos. A Ásia tinha 3.742 mortes, para 103.943 casos. O Médio Oriente registava 2.592 mortes, para 43.414 casos. Os Estados Unidos e o Canadá tinham 1.950 mortes, para 120.981 casos. A América Latina e Caraíbas contavam 242 mortes, para 12.315 casos. A África tinha 128 mortes, para 4.103 casos, e a Oceânia 15 mortos, para 4.145 casos.

Esta avaliação foi realizada usando dados coletados pelos escritórios da AFP, das autoridades nacionais competentes e informações da Organização Mundial da Saúde. Portugal registava este sábado 100 mortes associadas à Covid-19, mais 24 do que na sexta-feira, enquanto o número de infetados subiu 902 para 5.170, segundo os dados divulgados no boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Número de mortes nos EUA ultrapassa as 2.000. Trump desiste de quarentena

  • Lusa
  • 29 Março 2020

Em cinco dias, o número de mortes por coronavírus duplicou nos Estados Unidos, ultrapassando já as 2.000. Mas Donald Trump desistiu da ideia que admitira, de impor quarentena em três estados.

O número de mortes causadas pela pandemia de coronavírus nos Estados Unidos ultrapassou no sábado os 2.000, enquanto o número de casos chegou a 120.000, segundo uma contagem da Universidade Johns Hopkins.

Os Estados Unidos são o país do mundo com maior número de casos confirmados (121.117), e o número de mortes (2.010) duplicou desde quarta-feira, quando tinha ultrapassado o milhar. Os índices de mortalidade nos Estados Unidos são, no entanto, inferiores aos verificados em Itália (mais de 10.000 mortes) e de Espanha (quase 6.000).

O estado de Washington, que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu no sábado colocar em quarentena, é o que tem mais casos, mais de 50.000.

Este sábado Donald Trump admitiu colocar em quarentena os estados de Nova Iorque, Nova Jersey e Connecticut, mas acabou por desistir da ideia. Momentos mais tarde, afirmou que pediu ao Centro de Controle de Doenças (CDC), a autoridade nacional de saúde, para emitir um aviso “firme” para dissuadir as entradas e saídas desses estados mas sem fechar as fronteiras.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.