Padaria Portuguesa passa a vender produtos de mercearia para responder à crise

Para além de pão, bolos e refeições, a Padaria Portuguesa passa a vender produtos básicos de mercearia, como arroz, atum ou feijão. Ideia é evitar grandes deslocações dos portugueses.

Numa altura em que o país vive uma crise pandémica, a Padaria Portuguesa decidiu pensar em alternativas para minimizar os impactos e, ao mesmo tempo, ajudar os portugueses. Assim, passou a vender em todas as suas padarias produtos básicos de mercearia, como arroz, leite e feijão. Ao ECO, fonte oficial da empresa explicou que a ideia é evitar que as pessoas se desloquem às grandes superfícies comerciais

Leite, cereais, arroz, atum, azeite e leguminosas. É o que os portugueses vão passar a encontrar em todas as Padarias Portugueses. “Passamos a disponibilizar aos clientes produtos básicos de mercearia que normalmente não são vendidos nas lojas, entre os quais, fiambre, queijo fatiado, leite, arroz ou atum em lata”, disse ao ECO fonte oficial da empresa. Além disso, “a produção de pão, muito procurado nos últimos dias, também foi reforçada”.

Com esta iniciativa, a Padaria Portuguesa pretende “facilitar aos seus clientes a aquisição destes produtos em lojas de proximidade sem necessidade de deslocação a grandes superfícies comerciais”. A medida é nova e, por isso, “ainda não é possível avaliar o peso das eventuais receitas geradas”.

No início deste surto de coronavírus, a cadeia nacional já tinha avançado com várias iniciativas, como a oferta de pequeno-almoço a todos os profissionais de saúde, sendo que estes têm apenas de apresentar a identificação profissional. Para além disso, a Padaria Portuguesa vai entregar semanalmente a todos os “colaboradores no terreno” um “pequeno cabaz com alguns produtos alimentares essenciais”, adiantou a mesma fonte.

Esta semana, o ECO divulgou uma carta aberta do fundador e CEO da Padaria Portuguesa ao ministro da Economia, pedindo medidas urgentes para compensar a quebra de receitas das últimas semanas.

“Perante uma inesperada e abrupta quebra de faturação, pela primeira vez na história da nossa empresa, as receitas deixaram de ser suficientes para cobrir os custos operacionais e, claro, os encargos financeiros. Mantendo-se este cenário, já no próximo mês não teremos capacidade financeira para pagar salários aos mais de 1.200 colaboradores“, lê-se na carta.

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Dona do Minipreço dá “bónus” de 250 euros aos trabalhadores

Os colaboradores do grupo DIA Portugal vão receber um "bónus" de 250 euros em abril, como forma de "reconhecimento pela sua dedicação e esforço durante a crise do coronavírus", prometeu a empresa.

A DIA Portugal, dona das marcas Minipreço, Clarel e Mais Perto, vai pagar 250 euros a cada um dos seus colaboradores, como “reconhecimento pela sua dedicação e esforço durante a crise do coronavírus”. Em termos globais, serão cerca de 1,3 milhões a serem distribuídos pelos funcionários.

Num vídeo dirigido aos trabalhadores, o presidente executivo da DIA Portugal destaca o papel fundamental dos colaboradores para “servirem a população portuguesa em circunstâncias particularmente difíceis” e, por isso, anuncia que “o DIA decidiu partilhar cerca de 1,3 milhões de euros entre todos os colaboradores“, onde se incluem funcionários de lojas próprias, franquias e equipas de apoio.

Todos receberão, no próximo mês de abril, uma gratificação especial de 250 euros”, disse Miguel Guinea. A atribuição deste “bónus” é justificada como forma de agradecimento pelo esforço dos colaboradores para que “milhares de portugueses conseguissem abastecer os seus lares e alimentassem as suas famílias”, acrescenta.

Em Portugal, a retalhista conta com um total de 3.668 colaboradores e 256 franqueados que empregam 1.649 pessoas, que trabalham numa rede de 641 lojas e 3 armazéns por todo o país.

Esta não é a primeira empresa a dar “bónus” aos seus trabalhadores pelo trabalho desempenhado durante a pandemia. Também a PSA Sines decidiu dar mais 300 euros aos seus trabalhadores, de forma a ajudar os funcionários a ultrapassarem os constrangimentos provocados pelo novo coronavírus.

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Coronavírus faz disparar consumo de TV. Tempo de publicidade recua

42% da população portuguesa está a trabalhar a partir de casa, o que levou o consumo de televisão a disparar nas últimas semanas. Já o tempo de publicidade médio diário recuou mais de quatro horas.

Uma sondagem da Marktest concluiu que quase metade da população portuguesa está em modo de teletrabalho, à medida que o coronavírus vai infetando cada vez mais gente no país. Este estado de quarentena, voluntária mas generalizada, resultou num “acréscimo muito significativo” das audiências de televisão, enquanto o tempo de publicidade caiu.

“O receio pela doença, os apelos para o isolamento social e o estado de emergência entretanto decretado pelo Presidente da República levaram a que 42% da população esteja em teletrabalho (de acordo com sondagem Marktest) e que as pessoas fiquem o mais resguardadas possível em casa. Essa situação levou a um acréscimo muito significativo em termos de audiências televisivas”, aponta a empresa num comunicado.

Enquanto a audiência média do total de televisão a 8 de março tinha sido de 25,9%, no domingo de 15 de março foi de 31,6%. Já com a pandemia bem ativa em Portugal, esta percentagem continuou a crescer e alcançou 33,2% no passado domingo, 22 de março.

Fonte: CAEM / MediaMonitor (YumyAnalytics Desktop – Total Dia – Universo)

“Este consumo de TV tem-se verificado quer nos canais FTA [de acesso gratuito], isto é, a RTP1, a RTP2, a SIC e a TVI, quer nos canais por cabo, quer ainda nos outros (que inclui todo o tipo de outros consumos como gravações com mais de sete dias, streaming, jogos de consolas, etc.), com a última semana a registar valores de audiência média bastante superiores aos valores habitualmente registados”, indica a Marktest.

Contudo, estes aumentos nas audiências não se estão a traduzir num aumento de publicidade, o que pode ser explicado pelo menor apetite dos anunciantes ou por uma maior dedicação de tempo de antena à informação.

“Quando olhamos para o panorama da publicidade, podemos verificar que o tempo de publicidade nos canais FTA sofreu uma quebra de 4 horas e 34 minutos no dia 22 de março, face à média diária do período de 6 de janeiro a 8 de março”, que foi de 12 horas e 39 minutos”, referem os dados recolhidos pela Marktest. Esta métrica não inclui as comunicações das próprias estações.

Fonte: CAEM / MediaMonitor (YumyAnalytics Desktop – Caem-TV)

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Teka entra em lay-off em abril

  • Lusa
  • 27 Março 2020

Teka vai colocar trabalhadores em lay-off a partir de abril, devido à quebra no volume de negócios. Medida abrange cerca de 130 dos 360 dos trabalhadores da empresa em Ílhavo e em Lisboa.

A multinacional alemã Teka, que tem uma unidade industrial em Ílhavo, no distrito de Aveiro, confirmou esta sexta-feira que irá colocar cerca de 130 trabalhadores em lay-off a partir de abril, devido à quebra no volume de negócios.

“Estamos a ter uma redução no volume de negócios na vertente comercial e na vertente industrial e, como tal, iremos encetar para o mês de abril um lay-off”, disse à Lusa João Nascimento, presidente do comité executivo regional da Teka.

O responsável referiu que a medida irá abranger cerca de 130 dos 360 dos trabalhadores da empresa em Ílhavo e em Lisboa, apontando para “entre 30 a 40% de quebra de horas de trabalho”.

“Nem todos os funcionários serão abrangidos pelo lay-off a tempo inteiro. Haverá aqui uma parte significativa que será só a meio tempo”, esclareceu João Nascimento.

O gestor prevê que o lay-off possa durar cerca de um mês, adiantando que, durante este período, a unidade industrial de Ílhavo, que emprega cerca de 260 trabalhadores, não vai parar, continuando a produzir exaustores, microondas, fornos de vapor e gavetas de aquecimento de pratos.

“Todos os setores vão funcionar. O que se está é a fazer um reajuste das equipas àquilo que se prevê que seja o volume de negócios em abril”, precisou, observando que o mercado internacional está parado e o mercado nacional “funcionou razoavelmente bem até meados do mês, mas, neste momento, já se começa a notar alguma travagem”.

Quanto ao fornecimento de matéria-prima, o responsável reconhece que há um “risco permanente” de haver uma rutura, mas diz que, até ao momento, a produção não foi afetada.

“Quando não podemos produzir um produto, estamos a produzir outro. Inicialmente houve alguma dificuldade com o que vinha da China, mas o fornecimento já começa a estar normalizado e, ao mesmo tempo, começamos a ter problemas com alguns fornecedores italianos”, disse João Nascimento.

O presidente do comité executivo regional da Teka adiantou ainda que, até agora, não têm qualquer registo de trabalhadores infetados com o novo coronavírus, assegurando que tomaram “todas as medidas necessárias para dentro do possível manter as pessoas em segurança”.

“Além das desinfeções diárias, fornecemos álcool às pessoas, mantemos distância, diminuímos a densidade de pessoas que podem permanecer no refeitório e nas zonas de lazer, acabamos com viagens e visitas a clientes”, explicou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.

Portugal regista hoje 76 mortes associadas ao Covid-19, mais 16 do que na quinta-feira, e o número de infetados subiu para 4.268, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.

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Estado tinha excedente de 1.274 milhões de euros antes da pandemia

O Ministério das Finanças divulgou esta sexta-feira os dados da execução orçamental de fevereiro em contabilidade pública. Estes marcam o "antes" da pandemia. Daqui a um mês chegam os dados de março.

Portugal registou um excedente em contabilidade pública nos primeiros dois meses de 2020. O saldo orçamental foi de 1.274 milhões de euros até fevereiro, o qual é “valor mais elevado de sempre até fevereiro”. Os dados foram divulgados pelas Finanças esta sexta-feira em antecipação do boletim da Direção-Geral do Orçamento (DGO) que é publicado ao final da tarde.

“A execução orçamental em contabilidade pública das Administrações Públicas (AP) registou até fevereiro um saldo positivo de 1.274 milhões de euros, uma melhoria de 4 milhões de euros face ao período homólogo, atingindo o valor mais alto de sempre até fevereiro”, anuncia o Ministério das Finanças, no comunicado em que avisa que “a partir do mês de março, a execução orçamental passará a estar integralmente condicionada pelos efeitos da pandemia do Covid -19 nos serviços públicos e na economia e pelas medidas de política adotadas para mitigar esses efeitos”.

A expectativa que existe atualmente é que haja um antes (fevereiro) e um depois (março) da pandemia nas contas públicas. Em 2019, Portugal conseguiu o primeiro excedente orçamental da sua história democrática e a melhoria das contas públicas continuou nos dois primeiros meses de 2020. Contudo, a chegada da pandemia a território nacional e as medidas tomadas pelo Governo para a conter e para amparar o impacto económico deverão levar o Estado a registar défices significativos, tal como já antecipou o ministro das Finanças.

Os números são referentes ao saldo em contabilidade pública, ou seja, em ótica de caixa. Os números em contabilidade nacional é que são considerados para as metas de Bruxelas – nesta ótica de compromisso, mas só estarão disponíveis, relativas ao primeiro trimestre, em junho. Aí já deverá ser visível a “pancada” do vírus nas finanças públicas dado que se incluirá o mês de março em que o Estado está a gastar mais em saúde e nas medidas de apoio aos pais, por exemplo.

Até fevereiro, a receita pública estava a crescer 3,5% — devendo cair a pique nos próximos meses dada a paragem de vários setores e o adiamento do pagamento de vários impostos — e a despesa estava a subir 3,8%, a qual deverá disparar nos próximos meses com os milhões que o Estado está a gastar, nomeadamente o lay-off que custará mil milhões de euros (0,5% do PIB) por mês.

Contudo, as Finanças explicam que a “comparabilidade em termos homólogos é afetada por operações com desfasamentos temporais”, sendo que, sem esse efeito, acrescentar-se-ia 69,3 milhões de euros ao excedente e a receita e a despesa estariam a crescer 3,1% e 2,7%, respetivamente.

Contribuições para a segurança social cresciam 7,4% antes da pandemia

“O crescimento da receita resultou do forte desempenho da economia e do mercado de trabalho até fevereiro, ainda antes do início do surto do Covid-19, com um reflexo no aumento em 7,4% da receita das contribuições para a Segurança Social”, destacam as Finanças para demonstrar o impacto positivo da queda da taxa de desemprego e do aumento dos salários. Tal também é visível na receita de IRS que sobe 3,2%.

Já a receita fiscal estava a crescer 1,3% até fevereiro, menos do que nos anos anteriores, mas esta é afetada na comparação pelo “prolongamento do pagamento do imposto de selo até abril de 2020”. A receita do imposto sobre o consumo (IVA) — uma das maiores fontes de receita do Estado — estava a crescer 3,8%, mas deverá afundar por causa do confinamento.

Governo destaca “forte crescimento” da despesa no SNS

Numa altura em que se tem dúvidas sobre a capacidade do Serviço Nacional de Saúde lidar com a pandemia — o primeiro-ministro garantiu esta semana que Portugal “não vai atingir o ponto de rutura do SNS” –, o Ministério das Finanças avança com mais números para dar sustentação ao argumento de que tem investido na saúde.

“A despesa primária cresceu 3,7%, ajustada de efeitos pontuais, influenciada pelo expressivo crescimento da despesa do SNS em 7,6%, nomeadamente em despesas com pessoal (+8,2%), ainda não refletindo os efeitos do Covid-19“, lê-se no comunicado, que também refere que “este crescimento da despesa do SNS é particularmente expressivo, sobretudo pelo facto de a despesa no SNS já ter crescido a uma taxa elevada, de 4,8%, em 2019”.

Tal também é visível na despesa com salários que, no conjunto dos funcionários públicos, cresce 4,2%, o que compara com um crescimento de 4,8% na folha salarial do SNS dado que houve 6.223 contratações. Estes dados estão ajustados do efeito do fim da PPP no Hospital de Braga que passou para as mãos do Estado. Sem essa correção, a despesa com pessoal na saúde cresce 5,3%.

Ainda no setor da saúde, por causa das injeções extraordinárias, os pagamentos em atraso estão em queda em termos homólogos: há menos 125 milhões de euros em atraso, “explicado em grande medida pela diminuição dos pagamentos em atraso no SNS em 143 milhões de euros“.

O Governo destaca ainda o aumento de 78% do investimento público na administração central, excluindo os gastos com PPP, o que reflete “a forte dinâmica de crescimento no âmbito do plano de investimentos Ferrovia 2020, ainda que os primeiros meses do ano sejam pouco representativos”.

Na despesa pública, “salienta-se ainda o crescimento da despesa da Segurança Social (+7,1%), associada à despesa com pensões (4,7%) e prestações sociais (6,1%)” e o “crescimento das despesas com o Abono de Família (13,6%) e a Prestação Social para a Inclusão (38,3%) dirigida a pessoas com deficiência”.

(Notícia atualizada às 16h20 com mais informação)

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Covid-19 obriga Governo a adiar novos leilões de energia solar. “Terá de esperar por uma acalmia nos mercados”

O secretário de Estado da Energia, João Galamba, anunciou que o Governo mantém a intenção de realizar novos leilões de energia renovável. Licitação só acontecerá quando "mercado permitir".

O secretário de Estado da Energia, João Galamba, anunciou esta sexta-feira que o Governo mantém a intenção de realizar este ano novos leilões de energia renovável, com enfoque no solar, depois do “enorme sucesso” dos leilões que tiveram lugar em 2019. No entanto, a nova ronda de licitação só acontecerá quando “mercado permitir”, admitiu o governante.

Tal como já era esperado, o secretário de Estado acabou assim por admitir que o atual cenário de pandemia do Covid-19 obrigou Governo a adiar por tempo indeterminado os novos leilões de energia solar. “O leilão propriamente dito, a fase de licitação, terá de esperar por uma acalmia nos mercados e uma melhoria da situação que atualmente vivemos”, disse Galamba, sem avançar para já com um horizonte temporal mais definido.

Apesar do revés, Galamba está confiante: “Com o capital de credibilidade e confiança que adquirimos no leilão anterior, atrairemos também grande interesse por parte dos investidores no primeiro leilão de 2020. O Governo português quis já transmitir aquilo que está a preparar, com o objetivo de dar a conhecer a proposta para quem queira investir e participar ativamente no leilão tenha tempo para perceber o que está em causa, definir os seus projetos e, de forma consciente e preparada, participar, tal como participaram no ano passado. Garantindo que o leilão português tem concorrência, muitas empresas interessadas. Isso é para o Governo um critério fundamental”.

Reconheceu ainda que a situação atual “não podia deixar de ter impacto sobre o leilão que iremos realizar em 2020 e sobre a política energética do Governo, mas entendemos que era da maior importância manter esta sessão de apresentação. O Governo continua a trabalhar, todos os dias, e é nossa intenção lançar — assim a situação o permita — o primeiro leilão de 2020”, admitiu Galamba. O anúncio foi feito no início de uma sessão pública de apresentação aos promotores do leilão de capacidade solar em Portugal transmitida online no portal Poupa Energia.

“Lançaremos a fase de licitação e e qualificação assim que o mercado permitir”, disse Galamba.

Fica assim claro que não será cumprido o prazo determinado anteriormente para o primeiro leilão solar do ano, que estava programado para acontecer em março de 2020, tal como anunciou o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, no Parlamento.

O ECO tinha já questionado se o leilão de energia renovável se realizaria dentro do prazo estabelecido ou se seria adiado para os próximos meses em função da pandemia de Covid-19, mas o Ministério do Ambiente e da Ação Climática não prestou quaisquer esclarecimentos até ao momento.

Em janeiro, Matos Fernandes anunciou a realização no primeiro trimestre de 2020 (no mês de março) de um novo leilão de energia solar, “tirando proveito do sucesso” do primeiro mecanismo deste género em Portugal, que no ano passado conseguiu bater um recorde mundial de 14,70 euros por MWh, num dos lotes arrematados. Um segundo leilão está também previsto até ao final do ano.

No próximo leilão serão disponibilizados mais 700 a 800 MW, além dos 1.400MW já leiloados em 2019. A novidade passa agora, anunciou Matos Fernandes, por “uma nova opção para os promotores que pretendam desenvolver projetos de armazenamento”. A novidade foi confirmada esta sexta-feira por Galamba, que anunciou a introdução de uma “terceira modalidade [de licitação] que valoriza o armazenamento” e concorre diretamente com as duas outras modalidades: tarifa fixa ou contribuição ao sistema.

Antes de anunciar o adiamento do novo leilão, Galamba sublinhou o “enorme sucesso do leilão do ano passado, que teve uma enorme procura e grande destaque no mundo. Foi um leilão que atribuiu 1292MW, num total de 1400MW leiloados, tendo ficado apenas um lote vazio. Foi atingida uma tarifa média de 20,4 euros por MWh, com um lote atribuído a 14,7€/MWh, à data o preço mais baixo do mundo. Teve grande participação e adesão, com empresas portuguesas e internacionais, e uma grande variedade de participantes. É com base na experiência de sucesso de 2019 que queremos continuar a fazer leilões”.

O secretário de Estado anunciou que — face às exigências de prazos aos promotores — o Governo criou uma taskforce de licenciamento, por despacho do ministro do Ambiente e Ação Climática, Matos Fernandes, para garantir um “acompanhamento dedicado a cada um dos promotores”. “Esta medida é crítica para o sucesso do leilão e a concretização dos projetos, com garantias de que do lado do licenciamento não haja problemas. Os projetos vencedores no ano passado estão a decorrer, estão no bom caminho, o Estado tudo fará para criar as condições para que sejam construídos e aprovados dentro do prazo previsto”, frisou Galamba.

Num despacho recente, a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) anunciou a suspensão, até ao final do mês de abril, da apresentação de novos pedidos para atribuição de: títulos de reserva de capacidade; acordos para atribuição de capacidade de receção na rede; registos para pequena produção ou auto consumo; licenças de produção de energia elétrica (regime ordinário e especial – renováveis – e cogeração); licenças de estabelecimento de infraestruturas de rede (linhas e ramais, postos de transformação, subestações, exceto situações de emergência).

“Esta concentração de esforços é mesmo imprescindível visto o ritmo de crescimento das solicitações de potências de ligação à RESP ter ultrapassado em muito todas as expetativas mais otimistas, atingindo valores impraticáveis ou inexiquíveis“, escreve o diretor-geral de Energia, João Bernardo, no seu despacho.

E dá exemplos: os cerca de 3000 pedidos para unidades de pequena produção e o autoconsumo totalizam presentemente 3 gigavolt amperes (cerca de 3000 MW). Já a potência de ligação à rede para médias/grandes centrais, “conta-se por vários milhares de pedidos e atinge presentemente os 253 GVA [crca de 253 GW], em contraponto com o consumo nacional total de ponta que se situa próximo dos 13 GWh”.

“Perante esta situação que já levou ao quase esgotamento da capacidade de receção na Rede Nacional de Transporte, importa adotar medidas que […] permitam focalizar na conclusão dos procedimentos em curso”, diz a DGEG no mesmo despacho.

(Notícia atualizada)

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Uber Eats vai ter mercearia no catálogo. Motoristas da Uber farão entregas dos hipermercados

A Uber Eats vai passar a ter produtos de mercearia e os motoristas da Uber vão passar a fazer entregas ao domicílio das encomendas dos hipermercados. Com o país em quarentena, empresa reinventa-se.

A Uber Portugal pretende vir a disponibilizar produtos de mercearia através da aplicação Uber Eats. A empresa está também a desenvolver uma solução para pôr os motoristas de passageiros a fazerem entregas de compras ao domicílio, uma adaptação da empresa perante a quebra do volume de viagens na plataforma.

No caso da Uber Eats, a ideia é permitir aos utilizadores comprarem “produtos de conveniência através da aplicação”, em linha com o que já é possível na aplicação concorrente Glovo. Porém, num comunicado onde dá conta desta intenção, a empresa não se compromete com qualquer data para o lançamento desta prometida funcionalidade.

Já no que toca às entregas de compras ao domicílio, também não há data, mas o serviço já tem nome: Uber Drop-Off. A ideia não é os utilizadores pedirem ao motorista para que recolha as compras num determinado hipermercado, mas sim que sejam as próprias retalhistas a solicitar à Uber o transporte das compras até à casa de um cliente.

“A Uber está a desenvolver uma nova solução B2B [ou seja, para empresas], o Uber Drop-Off. Este produto está a ser desenvolvido em Portugal para ajudar a escala e a capacidade logística de retalhistas e empresas de bens de consumo a terem entregas com a comunidade de motoristas que viaja com a Uber em Portugal”, esclarece a empresa na mesma nota.

Ambas as novidades, sobretudo esta última, devem ser vistas à luz do atual contexto de pandemia. Milhões de portugueses estão isolados nos respetivos domicílios, perante a existência de mais de 4.000 casos de pessoas infetadas por uma novo coronavírus que se alastrou a todo o mundo a partir da China. Estas restrições têm castigado empresas como a Uber, que viram o volume de viagens afundar em poucas semanas.

Ora, os motoristas, ao mesmo tempo que correm um risco de serem infetados pelo contacto com eventuais passageiros doentes, têm visto os rendimentos das viagens recuarem devido a essas mesmas limitações. Ao mesmo tempo, os tempos mortos aumentaram, apesar de as despesas com o aluguer dos automóveis e o combustível não terem recuado na mesma linha.

“Trabalhamos todos os dias para apoiar a nossa comunidade de utilizadores e motoristas durante este momento difícil. A partir de agora, abrimos a nossa aplicação para ajudar grandes retalhistas e pequenos comerciantes a entregar os seus produtos em casa dos portugueses, assim como ajudar os motoristas e parceiros a ultrapassar esta fase que o país atravessa”, reconhece Manuel Pina, que lidera a empresa há poucos meses e enfrenta agora uma das ameaças mais severas ao negócio da Uber.

Mas há mais novidades da parte da Uber. De forma a melhorar a segurança dos motoristas, o acesso ao banco da frente foi restringido a todos os passageiros, enquanto estiver em vigor o estado de emergência em Portugal. Além do mais, a lotação máxima das viaturas foi apertada para três utilizadores (ou cinco no caso do serviço UberXL).

Quando à Uber Eats, já era sabido que a empresa deixou de cobrar a taxa de entrega para todas as refeições encomendadas, desde que os utilizadores apliquem o código promocional “TAXAGRATIS” no separador das promoções na aplicação. Aos restaurantes parceiros, a Uber passou a disponibilizar a opção de “transferência diária” dos valores faturados.

Assim, na prática, em vez de pagar à semana, a Uber Eats passou a pagar aos restaurantes a cada dia útil, tendo em conta que o setor da restauração tem sido outro dos mais afetados pela crise do coronavírus. O mesmo será disponibilizado aos estafetas da aplicação “em breve”, promete a Uber.

Com a pandemia a ganhar terreno em centenas de países — e os EUA, mercado doméstico da Uber, a figurar no topo da lista de países com mais casos confirmados –, as ações da Uber têm estado sob forte pressão em Nova Iorque. No último mês, os títulos da empresa acumulam uma desvalorização de mais de 20%, que compara com a queda de 11,7% do índice de referência S&P 500 no mesmo período.

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PLMJ trabalha a partir de casa. Crise “desencadeou um espírito de família”, diz Luís Pais Antunes

Luís Pais Antunes, managing partner da PLMJ, assegurou que todos os profissionais estão a trabalhar remotamente. Para o advogado, a crise do Covid-19 "não escolhe setor nem dimensão operacional". 

A sociedade de advogados PLMJ também adotou o teletrabalho como forma de prevenção da propagação do Covid-19. Tal como na sua concorrente Vieira de Almeida, na sociedade liderada por Luís Pais Antunes foram tomadas todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos profissionais.

Entrevistado para a rubrica diária do ECO, “Gestores em teletrabalho”, Luís Pais Antunes, managing partner da sociedade de advogados PLMJ, garantiu que “praticamente tudo” foi alterado na sua rotina e, que aos primeiros sinais de alarmes, a firma pediu aos colaboradores para trabalharem remotamente.

Felizmente, as condições para que a nossa atividade fosse prestada remotamente e sem impacto na qualidade da resposta aos nossos clientes estavam criadas antes de nos vermos perante este contexto. Assim, foi possível atender ao mais essencial no curto-prazo – a saúde e segurança dos nossos colaboradores, famílias e comunidade – e assegurar as condições de funcionamento da sociedade”, nota o managing partner.

Luís Pais Antunes considera ainda que o atual momento vivido por todos é um período de “ajustamento”, uma vez que é necessário assegurar a saúde e segurança da comunidade, bem como o “impacto emocional” que a pandemia tem nos cidadãos. Ainda assim, assegura que a comunicação tem sido “contínua” e que o “diálogo entre equipas e colaboradores constante”.

“Devo dizer que este momento, tão difícil para o país e para o mundo, desencadeou um espírito de família que não posso deixar de saudar. E numa sociedade com mais de 400 pessoas, esse espírito é essencial e ativamente cultivado por todos”, afirma o líder da PLMJ.

Crise “não escolhe setor nem dimensão operacional”

Os clientes continuam a ser uma preocupação para a PLMJ e por isso os dias têm sido “muito intensos” de trabalho. Criaram uma equipa multidisciplinar que está acompanhar todas as evoluções legislativas e a apoiar os clientes e a comunidade.

Reagimos rapidamente nessa lógica de que as perguntas, receios e preparação dos nossos clientes para os tempos difíceis que se seguem exigiam uma resposta integrada“, explica Luís Pais Antunes.

Além da assessoria jurídica nos moldes tradicionais que exercem, a PLMJ disponibiliza ainda no seu site um hub digital, em permanente atualização, um “conjunto de documentos que estão a ser produzidos, pelas diversas áreas, que procuram começar a responder às muitas perguntas que as empresas se estão a colocar, disponível para o público em geral”.

O managing partner da PLMJ reconhece que a crise que se instalou derivada da pandemia Covid-19 “não escolhe setor nem dimensão operacional”.

“O setor da advocacia será – como tantos outros – afetado de modo significativo. O facto de termos uma equipa forte, unida, coesa e de ‘mangas arregaçadas’ ajuda-nos a encarar de forma mais positiva o enorme desafio que se nos coloca“, nota Luís Pais Antunes. Para o advogado, o importante é saber ultrapassar as dificuldades que irão enfrentar e focarem-se a médio e longo prazo.

A PLMJ é uma das maiores sociedades de advogados do país. Possui 400 pessoas a trabalharem, 55 sócios e tem representação em sete jurisdições.

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Trabalhadores podem impor férias mas subsídio pode ser pago até 4 meses depois

  • Lusa
  • 27 Março 2020

Os trabalhadores que pretendam marcar férias para assistência à família poderão fazê-lo sem necessidade de acordo com o empregador, mas o subsídio de férias poderá ser pago até quatro meses depois.

Os trabalhadores que pretendam marcar férias para assistência à família poderão fazê-lo sem necessidade de acordo com o empregador, mas o subsídio de férias poderá ser pago até quatro meses depois.

A medida faz parte do regime excecional e temporário de faltas justificadas motivadas por assistência à família, no âmbito da pandemia da doença Covid-19, que foi aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros e publicadas em suplemento do Diário da República, para entrar esta sexta-feira em vigor.

Segundo o documento, para prestar assistência à família, “o trabalhador pode proceder à marcação de férias, sem necessidade de acordo com o empregador, mediante comunicação, por escrito com antecedência de dois dias relativamente ao início do período de férias”.

Durante o período de férias é devida a retribuição do período correspondente à que o trabalhador receberia se estivesse em serviço efetivo, “não se aplicando o n.º 3 do artigo 264.º do Código do Trabalho, podendo neste caso o subsídio de férias ser pago na sua totalidade até ao quarto mês seguinte ao do início do gozo de férias”.

No diploma, o Governo reforça as medidas inicialmente adotadas para justificação de faltas por assistência à família no âmbito da pandemia da covid-19, alargando-as aos períodos de interrupção letiva previstos.

O Governo alargou também o regime de assistência “a parente ou afim na linha reta ascendente que se encontre a cargo do trabalhador e que frequente equipamentos sociais cuja atividade seja suspensa”.

No diploma, o Governo salvaguarda igualmente a situação profissional dos bombeiros voluntários que trabalham no setor privado e social e que, para o desempenho de serviço de socorro e de transporte de doentes no âmbito da pandemia da doença covid-19, necessitam de faltar ao trabalho.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 112.200 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 292 mil infetados e quase 16 mil mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 8.165 mortos em 80.539 casos registados até quinta-feira.

Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril. Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

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Costa considera que “Europa vai ter de reinventar a sua organização produtiva”

  • Lusa
  • 27 Março 2020

Primeiro-ministro afirmou em Famalicão que a Europa vai ter de reinventar a organização da sua atividade produtiva para não voltar a ter riscos de disrupções como está a ter na atual crise sanitária.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou em Famalicão que a Europa vai ter de “reinventar” a sua organização produtiva para assegurar uma cadeia de fornecimento mais curta, mais próxima e mais segura.

Para o chefe do executivo, a “hipercentralização global” da produção de um conjunto de produtos e matérias-primas “é dramática”.

Como exemplo, Costa apontou a chegada, hoje mesmo, a Portugal de quatro milhões de máscaras e centenas de milhares de equipamentos de proteção individual fabricados na China, num voo da Ethiopian Airlines.

“Não é possível estarmos nesta dependência de uma coisa que é produzida na China, é transportada a partir da Ethiopian Airlines para finalmente chegar aqui ao Porto e que é uma reserva que dá para uma semana”, referiu.

Por isso, acrescentou, “a Europa vai ter de reinventar a sua organização produtiva, porque não vai poder voltar a correr o risco de ficar neste quadro de disrupção”.

António Costa falava durante uma visita ao Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE), que está a criar uma espécie de “manual de instruções” para as empresas que agora decidiram dedicar-se ao fabrico de equipamentos de proteção individual, por causa da pandemia da Covid-19.

Na visita, esteve também o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, o qual sublinhou que a indústria têxtil e do vestuário portuguesa “tem capacidade” para responder às necessidades daqueles equipamentos.

“Temos a expectativa de que muito rapidamente as nossas empresas do setor têxtil e vestuário estarão a responder às necessidades do país”, referiu Siza Vieira, sublinhando que o Estado “espera comprar” às empresas nacionais.

Coronavírus Dados Informativos

Última atualização: 2021-03-03 15:32:02

Fonte: DGS

  • Confirmados

    806.626

    +979

  • Internados

    1.827

    -170

  • Internados UCI

    415

    -31

  • Óbitos

    16.430

    +41

O responsável do CITEVE, Braz Costa, admitiu que a produção nacional daqueles equipamentos poderá arrancar já na próxima semana.

Uma produção que, defendeu, “tem de ser cada vez mais profissional”, para que os equipamentos de efetiva proteção em vez de constituírem um perigo para a saúde de quem os utiliza.

Além disso, sublinhou que esta pode ser uma nova fileira para as empresas nacionais.

Portugal pode ser o país melhor colocado para o desenvolvimento do conceito de moda de proteção individual“, referiu.

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UGT aponta práticas “abusivas” de empresas e exige resposta “rápida” do Governo

  • Lusa
  • 27 Março 2020

Despedimento, férias forçadas, não renovação de contratos precários, alterações de horário, não pagamento de subsídio de refeição e inexistência de proteção estão entre os problemas comunicados à UGT.

A UGT alertou esta sexta-feira para práticas “abusivas” de empregadores, nomeadamente em relação ao não pagamento de subsídio de refeição a quem está em teletrabalho e a questões sobre as férias, e exige ao Governo uma resposta “rápida”.

De acordo com um comunicado enviado pela União Geral de Trabalhadores (UGT), “despedimentos, férias forçadas, trabalhadores impedidos de executar o seu trabalho em teletrabalho, não renovação de contratos precários, alterações de horário e de local de trabalho, não pagamento de subsídio de refeição a teletrabalhadores e inexistência de equipamento de proteção estão entre os diversos problemas que os trabalhadores têm comunicado à UGT e aos seus sindicatos”, numa altura em que está decretado no país o dever de confinamento obrigatório, para combater a propagação da covid-19.

Quanto ao pagamento do subsídio de refeição, a central sindical lembra que o Código do Trabalho estabelece que “o trabalhador em regime de teletrabalho tem os mesmos direitos e deveres dos demais trabalhadores, nomeadamente no que se refere a formação e promoção ou carreira profissionais, limites do período normal de trabalho e outras condições de trabalho, segurança e saúde no trabalho e reparação de danos emergentes de acidente de trabalho ou doença profissional”.

No entanto, há entendimentos contrários ao da UGT, que sustentam a opção de não pagar o subsídio de refeição, uma vez que o trabalhador não se desloca para o local de trabalho nem necessita de realizar refeições “fora” de casa.

Assim, aquela estrutura sindical entende que o Governo deve pôr fim “às dúvidas e incertezas existentes, e ao prejuízo que se está a causar aos teletrabalhadores”, num momento em que a prestação de teletrabalho não é uma opção do trabalhador, mas sim motivada pelo atual estado de emergência.

Já quanto às férias a UGT denuncia duas situações distintas: por um lado, empregadores que, “abusiva e ilegitimamente”, estão a forçar os trabalhadores a marcar e gozar as suas férias, o que diz ser uma “prática ilegal” que deve ser “exemplarmente punida”; por outro lado, associações empresariais que exigem que o início do período de marcação de férias sem acordo ou o início da possibilidade de encerramentos de empresas e estabelecimentos sejam antecipados de 01 de maio para 01 de abril, posição esta que “surge frequentemente associada à de adiar o pagamento do subsídio de férias para momento posterior”.

A central sindical exige, ainda, que se mantenha o apoio social previsto pelo Governo durante o período de férias escolares e que se passe a permitir o acesso a apoio social no caso de encerramento de escolas quando outro membro do agregado se encontre em teletrabalho, defendendo que a medida atualmente vigente revela “profundo desconhecimento ou descaso da situação de quem está em teletrabalho”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 112.200 são considerados curados.

Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%). Dos infetados, 354 estão internados, 71 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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Farfetch lança projeto #supportboutiques para apoiar parceiros

Farfetch lança na próxima semana o projeto para apoiar parceiros. "Maioria destes negócios ainda é capaz de negociar online. Esta é uma linha vital para eles, neste momento", refere José Neves.

Numa altura que grande parte das lojas está encerrada temporariamente devido ao Covid-19, a Farfetch tem em marcha o projeto #supportboutiques, que tem como objetivo ajudar os parceiros que tiveram que encerrar temporariamente as lojas físicas. Este projeto será lançado na próxima semana de forma a envolver toda a comunidade Farfetch que representa mais de 700 lojas, em 50 países.

“A nossa prioridade atual é apoiar nossa comunidade de proprietários de lojas e marcas que vendem na Farfetch (…) A maioria destes negócios, no entanto, ainda é capaz de negociar online. Esta é uma linha de vida vital para eles, neste momento”, explica José Neves, CEO da plataforma líder na indústria da moda de luxo, em comunicado.

Face ao encerramento das lojas físicas, o CEO da Farfetch destaca que “para muitos, a Farfetch agora é o único canal, então sentimos que apoiá-los é uma enorme responsabilidade como plataforma”, refere.

Como plataforma, podemos ajudar pequenas empresas a permanecerem vivas.

José Neves

CEO da Farfetch

“É assim que podemos ajudar a indústria. Não podemos ajudar a situação de saúde diretamente ou acalmar as preocupações das pessoas a nível nível pessoal. Mas, como plataforma, podemos ajudar pequenas empresas a permanecerem vivas”, destaca o Farfetch.

José Neves refere que a Farfetch está a oferecer apoio logístico e armazenamento. “Isso inclui a movimentação do stock das lojas para os nossos armazéns quando as mercadorias não podem ser transportadas devido a bloqueios regionais ou falta de pessoal”, explica José Neves.

As receitas da tecnológica criada, em Londres, pelo português José Neves subiram 69% e ultrapassaram os mil milhões de dólares, em 2019. No entanto, os prejuízos mais que duplicaram para quase 373,7 milhões de dólares.

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