“Na agricultura não é possível trabalhar remotamente”, diz o CEO da Herdade Maria da Guarda

Em plena pandemia, o ECO foi bater à porta do CEO da Herdade Maria da Guarda. João Cortez explica as dificuldades do trabalho remoto, mas suspira de alívio por não ser altura da apanha da azeitona.

A Herdade Maria da Guarda é um dos maiores produtores de azeite em Portugal. Só no Alentejo, produz cerca de dois milhões de litros de azeite por ano, o que equivale a 2% da produção nacional. Com esta pandemia, as operações na quinta, localizada na Serpa, sofreram alterações, tanto a nível dos trabalhadores, como a nível de processos.

O CEO da Herdade Maria da Guarda, João Cortez de Lobão, é um dos muitos portugueses que está em regime de teletrabalho e é um dos entrevistado na nova rubrica diária do ECO chamada Gestores em teletrabalho. Começa por dizer que está a trabalhar a partir de casa porque está na parte da gestão e logística da empresa, até porque no campo, o processo é diferente e a tecnologia ainda não permite trabalhar à distância. João Cortez explica que “os trabalhadores que estão no terreno não têm essa possibilidade”.

João Cortez é um apaixonado pela terra, mas neste momento optou por trabalhar remotamente, até porque já fez o teste de despistagem ao Covid-19. O gestor esteve, na semana passada, numa feira na Holanda onde esteve em contacto com vários italianos que estavam infetados. “Mal regressei a Lisboa fiz o teste e felizmente deu negativo”, explica. Mesmo com resultado negativo o CEO da Herdade Maria da Guarda, conta ao ECO que preferiu optar pelo teletrabalho e confessa que vai apenas ao escritório nas Amoreiras, em Lisboa, para ir buscar a correspondência.

É pai de 8 filhos, com idades compreendidas entre os sete e os 29 e evidencia que “todo o cuidado é pouco”: seis dos seus filhos estão “fechados em casa com bastantes regras”. Conta que um dos filhos está em Nova Iorque e que umas das filhas trabalha em Madrid, mas teve que voltar porque está grávida e foi aconselhada a isolar-se na quinta da família no Alentejo.

Apesar de toda esta preocupação com o seu núcleo familiar, conta ao ECO que tem que “assegurar que o negócio não pára” e que vai continuar “a promover reuniões de trabalho em Facetime”, juntamente com toda a equipa. “Não queremos ficar em modo passivo, queremos continuar a negociar com fornecedores e clientes, apenas de forma diferente e sem contacto presencial. Isto é, também, uma forma de assegurar que os trabalhadores recebem os seus ordenados na íntegra”, refere João Cortez.

João Cortez explica que dos 40 trabalhadores apenas um terço está a operar. Acrescenta que os sete tratores da Herdade Maria da Guarda continuam a lavrar os mais 700 hectares de terra, mas com regras “muito bem definidas”. “Os trabalhadores estão por turnos e sempre que trocam fazem a lixiviação de todo o equipamento”.

João Cortez conta ao ECO, com algum alívio, que como o processo de extração do azeite é feito em outubro e as vendas ocorrem no final do ano, a situação está controlada. Respira fundo e refere que “se esta pandemia fosse na altura da apanha da azeitona seria uma autêntico caos (…) nem quero imaginar como faríamos a colheita só com um terço dos trabalhadores e sem evitar contacto”, conclui.

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Espanha reforça cobertura de riscos de crédito em 2 000 milhões de euros

  • ECO Seguros
  • 22 Março 2020

O executivo de Pedro Sanchéz recorreu a um fundo público para reforçar a capacidade da seguradora de crédito à exportação na cobertura de riscos por conta do Estado face ao impacto da Covid-19.

A linha de seguros extraordinária é de até 2 mil milhões de euros e beneficia da alocação imediata de recursos do Fundo de Reserva de Riscos de Internacionalização, ficando sob gestão da Companhia de Seguros de Crédito à Exportação (CESCE ou ECA), em seu próprio nome e em nome do Estado.

A medida é detalhada num dos artigos do Real Decreto-lei 8/2020, publicado no Boletim Oficial do Estado, onde se detalham decisões urgentes e extraordinárias para fazer frente ao impacto económico e social do Covid-19.

Este reforço da capacidade de cobertura da também designada Agência de Crédito Exportação (ECA na sigla internacional) durará seis meses e será implementado em duas parcelas de mil milhões de euros cada, sendo que a segunda ficará disponível depois da conclusão satisfatória da primeira, estabelece o despacho do executivo socialista liderado por Sanchéz.

Segundo determina o artigo 31º do referido real decreto-lei: Os créditos de capital circulante necessário para as empresas exportadoras serão elegíveis, sem necessidade de uma relação direta com um ou mais contratos internacionais, desde que respondam a novas necessidades de financiamento e não a situações anteriores à crise atual, estabelece o diploma legislativo.

São beneficiárias desta linha extraordinária de seguro as entidades classificadas como pequenas e médias empresas, tal como definidas em regulamento da UE, bem como outras empresas de maior dimensão, desde que não cotadas e que sejam empresas internacionalizadas ou em processo de internacionalização, uma vez que cumpram pelo menos um dos seguintes requisitos:

Empresas em que os negócios internacionais, tal como refletidos nas suas últimas informações financeiras disponíveis, representam pelo menos um terço (33 %) do seu volume de negócios, ou

Empresas que são exportadoras regulares (aquelas empresas que exportaram regularmente durante os últimos quatro anos de acordo com os critérios estabelecidos pela Secretaria de Estado do Comércio).

-Que a empresa enfrente um problema de liquidez ou falta de acesso ao financiamento como resultado do impacto da crise da COVID-19 na sua atividade económica.

De acordo com o disposto, ficam expressamente excluídas as empresas em situação de falência ou pré-falência, bem como as as que estejam em incumprimento de pagamentos junto de entidades do setor público ou com dívidas à administração pública registadas antes de 31 de dezembro de 2019.

A percentagem de cobertura do risco de crédito nas transações subscritas ao abrigo desta facilidade de seguro não deve exceder um limite que pode ser estabelecido em qualquer momento por regulamentação da UE em matéria de auxílios estatais.

-A Comissão de Riscos do Estado “está autorizada a incluir na linha de cobertura todos os tipos de operações comerciais, incluindo as nacionais, quer se trate do fornecimento de bens, da prestação de serviços ou de outras operações realizadas por empresas espanholas, entendendo-se que estas fazem parte da estratégia comercial destas empresas, que operam preferencialmente no domínio da internacionalização”.

Excecionalmente, serão constituídas provisões orçamentais suficientes para o Fundo de Reserva para Riscos de Internacionalização, no montante da compensação paga ao abrigo desta rubrica, a fim de garantir a sustentabilidade financeira a médio e longo prazo do Fundo de Reserva para Riscos de Internacionalização, conclui o real decreto.

Espanha é um do países europeus mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), com cerca de 28 500 mil pessoas já infetadas e um balanço em torno de 1 750 doentes falecidos, de acordo com dados até sábado, 21 de março. No quadro do esforço financeiro para apoiar a luta contra a propagação da doença e apoiar a economia, o governo espanhol anunciou na última semana medidas por um montante estimado de 200 mil milhões de euros.

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Governo garante “serviços essenciais” como água, luz, gás e recolha do lixo

  • Lusa
  • 22 Março 2020

O objetivo é “assegurar a continuidade e a ininterruptibilidade da prestação dos serviços públicos”, como abastecimento de água, fornecimento de energia, eletricidade, gás e combustíveis.

O Governo assinou este domingo três despachos, que entram em vigor às 00:00 de segunda-feira, para garantir “serviços essenciais ao país” como abastecimento de água, fornecimento de energia, eletricidade, gás e combustíveis, recolha do lixo e funcionamento dos transportes.

Numa altura em que o país está em estado de emergência devido à pandemia da Covid-19, o executivo quis garantir que, apesar da “situação excecional que se vive [no país] e da proliferação de casos registados de contágio”, existe uma “garantia dos serviços essenciais ao país”, informa o Ministério do Ambiente e da Ação Climática em comunicado.

Por essa razão, o ministro tutelado por João Pedro Matos Fernandes assinou este domingo “três despachos que entram em vigor às 00:00 de 23 de março de 2020, e que abrangem áreas essenciais como o abastecimento de água, gestão de resíduos urbanos, fornecimento de energia, eletricidade, gás e combustíveis e também os transportes”, precisa a nota de imprensa.

O objetivo é “assegurar a continuidade e a ininterruptibilidade da prestação dos serviços públicos” de abastecimento de água para consumo humano, de saneamento de águas residuais urbanas, de gestão de resíduos urbanos, de fornecimento de energia (eletricidade e gás natural), de disponibilização de combustíveis líquidos e de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) e ainda o funcionamento do transporte público de passageiros, segundo um dos despachos.

Nesse documento, o Governo sublinha que, em todos os setores mencionados, “as entidades e empresas gestoras dos sistemas devem definir as equipas necessárias para garantir as atividades que se descrevem”. A este acrescem dois despachos dirigidos à Agência Portuguesa do Ambiente e ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, visando garantir o cumprimento das suas obrigações.

Também este domingo, o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, enviou uma mensagem a todos os trabalhadores dos serviços e empresas por si tutelados.

“Dirijo-me, hoje, a todos os que com o seu trabalho e dedicação continuam a garantir o bom funcionamento dos serviços essenciais no nosso país”, começa por afirmar o governante, segundo a nota que foi divulgada pela tutela à imprensa. Manifestando o seu “sincero agradecimento” a estes funcionários, o ministro nota que “o país não pode parar e não irá parar”.

“Peço-vos toda a cautela, que cumpram as regras de higiene e de proteção que são públicas, mas que continuem, pois mais do que nunca, o país e os portugueses dependem do vosso trabalho”, adianta.

A pandemia da Covid-19 já provocou 12.895 mortos e 300.097 pessoas estão infetadas em 169 países e territórios. Portugal tem 14 mortes confirmadas, mais duas do que no sábado, e 1.600 pessoas infetadas, segundo o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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Fixar preços de máscaras e álcool? É possibilidade mas para já “não está em cima da mesa”, diz ministra da Saúde

A ministra sinaliza que o Executivo está a "acompanhar os preços" de bens como máscaras e desinfetantes, e que as entidades competentes "estão atentas".

Perante a pandemia de coronavírus, a procura por máscaras de proteção, álcool e desinfetantes tem vindo a aumentar, fazendo os preços disparar em alguns sítios. A ministra da Saúde adianta que a fixação dos preços poderá ser uma possibilidade, mas para já “não está em cima da mesa”.

Questionada se o Governo pondera estipular preços para estes produtos, Marta Temido refere que estão a “tentar atuar ao nível da fiscalização através das entidades competentes”, na conferência de imprensa diária de atualização da situação. Acrescenta que a “possibilidade poderá equacionar-se mas neste momento não está em cima da mesa”.

A ministra sinaliza que o Executivo está a “acompanhar os preços”, e que as entidades competentes “estão atentas”. A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) desencadeou uma operação direcionada para o combate ao lucro ilegítimo obtido na venda de bens necessários para a prevenção e combate à pandemia, que incidiu sobre produtos como máscaras, álcool, gel e desinfetantes.

Nessa operação foram fiscalizados cerca de 28 operadores económicos, tendo sido instaurado um processo-crime pela prática de obtenção de lucro ilegítimo na comercialização de álcool gel e dois processos de contraordenação por práticas comerciais ilegais, estando ainda em análise documental cinco ocorrências, por suspeita de obtenção de lucro ilegítimo.

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Casos de coronavírus em Portugal sobem para 1.600. Há 14 vítimas mortais

A Direção-Geral da Saúde revelou que há 320 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, elevando de 1.280 para 1.600 o número de casos já confirmados pelas autoridades de saúde.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 320 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, elevando de 1.280 para 1.600 o número total de doentes que se sabe terem Covid-19, ou seja, um aumento de 25%. Número de vítimas mortais ascendeu a 14.

Os dados foram revelados na atualização diária do boletim epidemiológico, que inclui os números oficiais apurados até à passada meia-noite. De acordo com a informação oficial, dos 1.600 casos confirmados, 825 situam-se no norte do país, onde se registaram também cinco vítimas mortais, 534 na zona de Lisboa e Vale do Tejo, com quatro mortos, 180 no centro (quatro mortos), 35 no Algarve com uma vítima mortal e cinco na zona do Alentejo. No que diz respeito às regiões autónomas, há sete casos confirmados na Madeira e quatro nos Açores.

A ministra da Saúde revelou este domingo, na habitual conferência de imprensa com o ponto de situação, que a maior parte dos casos estão em regime de ambulatório, há 169 pessoas internadas, ou seja, 10% dos doentes infetados e estão 41 pessoas nos cuidados intensivos (2%).

Quanto às vítimas mortais, mais duas face a sábado, Graça Freitas disse que “à data, todos os óbitos que ocorreram em Portugal correspondem a perfil clássico, ou seja, pessoas idosas e com múltipla patologia”. “Patologia grave na maior parte das circunstâncias”, acrescentou a diretora geral da Saúde.

O boletim epidemiológico divulgado este domingo aponta ainda para 11.779 casos suspeitos, um aumento de 19,5% e 1.152 pessoas à espera de resultado laboratorial. Há 12.562 pessoas sob vigilância, nomeadamente por terem estado em contacto com pessoas infetadas pelo novo coronavírus.

Graça Freitas não arrisca fazer projeções quanto à evolução da curva de novos casos. Reconhece que “tem tido um comportamento não explosivo”, “mas é precoce” fazer previsões. “Não me atreveria. Temos de continuar muito atentos e preparados porque os países têm diferentes comportamentos” e é importante não dar “uma falsa sensação de segurança”, alertou.

Do total de casos “importados”, a maioria foram cidadãos que vieram de Espanha (33), seguindo-se França (24) e Itália (20), uma situação que não sofreu qualquer alteração face ao dia anterior.

A ministra da Saúde, na conferência de imprensa, questionada sobre o caso do lar em Famalicão com 33 utentes, que está sem funcionários a trabalhar, depois de oito terem testado positivo para o novo coronavírus, sublinhou que é fundamental que também as instituições privadas e as IPSS tenham planos de contingência.

De acordo com a proprietária e gerente da Residência Pratinha, um lar privado, Teresa Pedrosa, os 18 funcionários daquele equipamento estão “ou com teste positivo ou em quarentena”, estando os 33 utentes a ser acompanhados por ela, a diretora técnica, “que está grávida”, e uma enfermeira.

Tinham de ter pensado” o que fazer numa eventualidade destas, já que a “informação foi disseminada há bastante tempo sobre como se preparar para situação deste tipo”. Ter profissionais de segunda linha para trabalhar se fosse caso disso ou ter turnos rotativos são alguns dos procedimentos que deveriam ter sido seguidos, elencou a ministra da Saúde, reconhecendo, contudo, a dificuldade desta circunstância, sobretudo porque as pessoas não podem ser transferidos ou internados noutro local, disse.

Marta Temido revelou ainda que o INEM já está esta manhã no local a recolher material biológico para testar quem possa estar infetado. Mas, a responsável alerta que o procedimento a ter em casos desta natureza “vai depender do qual é a melhor situação local”, isto é recorrer ao “INEM ou a um operador privado local, com quem se articule e se dê resposta”.

Graça Freitas lembrou ainda que neste tipo de casos o delegado de saúde da zona “tem de ser chamado para ajudar a gerir” estas situações. Para além de uma “solução técnico/científica” ele deve também ter uma solução logística. “Localmente todas as forças vivas da comunidade, das autarquias e proteção civil ou paróquias têm de encontrar um solução, se não houver solução estruturada no plano de contingência”, frisou a diretora-geral de Saúde. “As comunidades estão a aprender a dar resposta”, garantiu.

(Notícia atualizada às 13h30)

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BPI disponível para conceder moratória de crédito a empresas e famílias

No caso dos particulares, a medida está condicionada às orientações das autoridades de supervisão. Envolve o crédito à habitação e o crédito pessoal, incluindo o financiamento automóvel.

O BPI anunciou que está “disponível para aceitar moratórias de crédito que permitam mitigar os impactos na economia das famílias e na atividade das empresas, de todos os setores de atividade”. As medidas serão aplicadas em articulação com as soluções que possam vir a ser estabelecidas pela União Europeia e pelo Estado Português.

No caso dos particulares, a medida está condicionada às orientações das autoridades de supervisão, ou seja, que os rácios de capital do banco não sejam afetados negativamente, por estas falhas de pagamento serem registadas como situações de incumprimento. Vai envolver o crédito à habitação e o crédito pessoal, incluindo o financiamento automóvel, explica o banco em comunicado. Vai consistir na “concessão de uma carência de capital, acompanhada de prorrogação do prazo da operação, até seis meses, para operações de crédito regulares que se encontrem em período de reembolso, ou iniciem esse período em 2020”.

Já para as empresas, a moratória prevista pelo banco “consistirá na concessão de uma carência de capital, acompanhada pela prorrogação do prazo da operação, até um ano, em operações de crédito regulares que se encontrem em período de reembolso, ou iniciem esse período em 2020″.

Em ambos os casos, a medida pode ser solicitada por clientes afetados pela crise da pandemia, sendo que está isenta de comissões de alteração ou prorrogação. O processo de adesão é em suporte digital.

O Governo tinha já anunciado que Portugal iria avançar com moratórias para o crédito, e que estava em negociações com o setor. Depois de este anúncio, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi primeiro banco a avançar com moratórias para o crédito perante a crise do coronavírus.

O banco de capitais públicos anunciou uma moratória de seis meses para os créditos pessoais, da casa e também nos financiamentos concedidos às empresas.

O BPI anunciou ainda, este domingo, que vai aumentar os montantes disponíveis de crédito pessoal pré-aprovado. Já para os clientes que vejam os seus salários afetados pela crise da COVID-19, o BPI vai “manter sem qualquer agravamento as condições dos seus pacotes básicos de serviços (Conta Valor) e do seu crédito habitação”. No caso do crédito habitação, “isto significa que as suas bonificações de spread não serão penalizadas”, explica o banco.

O banco liderado por Pablo Forero avançou também com a operacionalização da Linha Capitalizar 2018-COVID-19. “Com uma dotação global de 200 milhões de euros e o apoio do estado Português e das SGM, encontra-se já a ser dinamizada proativamente pelo BPI junto dos clientes mais afetados pelos efeitos económicos resultantes da pandemia”, indica o banco.

(Notícia atualizada às 12h30)

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Espanha vai prolongar “estado de emergência” por mais 15 dias

  • Lusa
  • 22 Março 2020

Desde o início do surto, Espanha teve um total de 24.926 casos da pandemia da covid-19, dos quais 1.326 morreram e 2.125 foram curados.

O Governo espanhol decidiu pedir autorização ao parlamento para prorrogar por mais 15 dias o “estado de emergência” em vigor até ao próximo sábado, comunicou o primeiro-ministro, numa videoconferência este domingo com os presidentes das comunidades autónomas do país.

A imprensa espanhola cita fontes que estão a acompanhar aquela reunião virtual para informar da intenção do executivo espanhol liderado por Pedro Sánchez.

A proposta de prolongar a “estado de emergência” não deverá ter qualquer problema em ser aprovada pelo Congresso dos Deputados (câmara baixa do parlamento espanhol), depois de todos os principais partidos de direita espanhóis, na oposição, já terem manifestado que estão ao lado do Governo na luta contra o novo coronavírus.

O Governo espanhol decidiu no sábado da semana passada instaurar o “estado de emergência” durante 15 dias que para ser prorrogado necessita agora da aprovação do parlamento. O executivo espanhol aprovou no mesmo dia medidas que incluem a proibição de todos os cidadãos de andarem na rua, a não ser que seja para irem trabalhar, comprar comida ou à farmácia.

Numa mensagem televisiva ao país no sábado à noite, o primeiro-ministro espanhol fez o balanço de uma semana com as medidas excecionais em vigor, alertando os espanhóis para o aumento das mortes nos próximos dias, mas defendendo que “mais cedo do que tarde” o país iria vencer a covid-19.

Pedro Sánchez disse que, “infelizmente”, os casos diagnosticados e o número de mortes vão aumentar nos próximos dias, que serão “muito difíceis”, apelando a toda a população para “ficar em casa”.

A Espanha registou nas 24 horas até meio de sábado 324 mortos com o novo coronavírus e um aumento de 4.946 no número de infetados, de acordo com a última atualização feita pelas autoridades de saúde do país.

Segundo os números do Ministério da Saúde espanhol, desde o início do surto, o país teve um total de 24.926 casos da pandemia da covid-19, dos quais 1.326 morreram e 2.125 foram curados. A Espanha é o terceiro país com mais casos da covid-19, a seguir à China e à Itália e depois de ter ultrapassado o Irão em número de infetados.

Mais de 300.000 casos de infeção pelo novo coronavírus foram registados desde o início da pandemia, segundo uma atualização da contagem realizada pela agência AFP, divulgada este domingo, a partir de fontes oficiais.

De acordo com a contagem da agência noticiosa, até às 09:00 de hoje, existiam pelo menos 300.097 pessoas infetadas, das quais 12.895 morreram, em 169 países e territórios. Na China, onde surgiu a pandemia, foram registados 81.054 casos de infetados, dos quais 3.261 morreram.

Em Itália, o país que é atualmente o mais atacado pela covid-19, foram verificados 53.578 casos de pessoas infetadas, registando 4.825 mortos. O número de casos de covid-19 contabilizados pela AFP apenas reflete uma fração real das contaminações, já que um grande número de países apenas realiza o teste de despiste da doença aos casos que necessitem hospitalização.

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Cruzeiro com 27 portugueses acostou em Lisboa. Mais de mil passageiros vão ser repatriados

Os cidadãos portugueses e os titulares de autorização de residência em Portugal farão os testes de despistagem do novo coronavírus, podendo desembarcar se os resultados forem negativos.

Arrancou este domingo uma operação para o repatriamento de 1.338 passageiros, entre os quais 27 de nacionalidade portuguesa, que se encontram no navio de cruzeiro MSC Fantasia, proveniente do Brasil. O navio acostou esta manhã no Porto de Lisboa e os passageiros permanecem no navio.

Os restantes passageiros são provenientes de 38 países, maioritariamente da União Europeia, Reino Unido, Brasil e Austrália, de acordo com uma nota do gabinete do ministro da Administração Interna. A operação, que envolve várias entidades portuguesas, como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a Direção Geral da Saúde e a Polícia Marítima, decorre em articulação com embaixadas destes países.

Os passageiros estão no navio para a realização de todos os procedimentos previstos para o desembarque, nomeadamente a autorização por parte da autoridade de saúde. Nesta tarde, os cidadãos portugueses e os titulares de autorização de residência em Portugal farão os testes de despistagem do novo coronavírus, podendo desembarcar se os resultados forem negativos.

“A partir de terça-feira, e depois de verificados todos os procedimentos de autorização por parte da autoridade de saúde, desembarcarão os restantes passageiros do navio, que, em trânsito, serão escoltados ao aeroporto Humberto Delgado para voos humanitários de regresso aos seus países de origem”, indica o gabinete de Eduardo Cabrita.

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Número de infetados com coronavírus já ultrapassa os 300 mil em todo o mundo. Vítimas mortais são mais de 13 mil

Na China já só há novos casos importados. Agora a situação é mais grave em Itália, Espanha e Estados Unidos.

A última contabilização revelava que 303.720 pessoas testaram positivo para o novo vírus Covid-19, de acordo com dados da universidade Johns Hopkins, relativos ao final da tarde de sábado. E já morreram mais de 13 mil pessoas e mais de 95 mil já recuperaram.

Este escalada no número de infetados resulta também do número crescente de casos nos Estados unidos que já conta com 24.148 casos, o que o coloca agora entre os países mais afetado pela pandemia a nível mundial. Apenas a China, Itália e Espanha têm uma situação mais grave. De acordo com o Covid Tracking Project, os Estados Unidos já levaram a cabo 150 mil testes, mas os números deverão tornar-se mais expressivos à medida que mais pessoas são testadas. Nova Iorque é um dos Estados mais afetados, tal como a Califórnia que fecharam todas as atividades que não são consideradas essenciais. Os especialistas receiam que, ao longo dos próximos meses, 650 mil pessoas pessoas possam ser infetadas no país, ainda que sejam tomadas medidas de contenção. Até agora morreram 348 pessoas no país.

Donald Trump negou que tenha respondido tarde à pandemia, depois de o The Washington Post ter noticiado que as agências de inteligência norte-americanas tinham emitido advertências em janeiro e fevereiro último sobre o perigo global que representa o novo coronavírus. O jornal referiu que tanto o Presidente norte-americano, como os legisladores minimizaram a ameaça e não tomaram medidas.

Na Europa são cada vez mais os países que impõem o estado de emergência — em Portugal as medidas mais restritivas entraram em vigor às meia noite deste sábado — tendo em conta o ritmo de evolução da pandemia. Itália continua a ser o país europeu em situação mais crítica com 53.578 infetados e 4.825 pessoas que morreram. Em Espanha há 25.496 infetados e morreram 1.381 pessoas. Países onde os sistemas de saúde são confrontados com um pico de casos aos quais não conseguem dar resposta.

Em Portugal os últimos dados da Direção Geral de Saúde davam conta 1.280 infetados e 12 vítimas mortais.

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Luz verde do BCE acelera suspensão dos pagamentos no crédito à habitação

  • ECO
  • 22 Março 2020

Esta solução está a ser discutida entre o Executivo e o setor, faltando definir aspetos como a duração. Centeno tinha indicado que a legislação será aprovada até ao final do mês.

Uma das medidas anunciadas pelo Governo para fazer face à pandemia foi a possibilidade de constituir uma moratória de capital e juros. O Banco Central Europeu (BCE) decidiu flexibilizar as regras do crédito concedido pela banca, o que veio acelerar a criação desta solução, que está a ser discutida entre o Executivo e o setor, adianta o Público (acesso livre).

As negociações do Governo com a banca continuaram durante o fim de semana, para delinear todos os detalhes da medida. Uma das exigências dos bancos é que, se avançarem com a suspensão das prestações dos créditos à habitação, as falhas de pagamento dos clientes afetados não sejam consideradas como situações de incumprimento, durante o período da moratória.

Os bancos não querem também ter de registá-las como crédito malparado. Falta agora definir e aprovar a legislação, nomeadamente aspetos como a duração da medida, se contempla uma moratória de juros, uma carência de capital ou a suspensão integral do pagamento, como será accionada e se será alargada a algum tipo de crédito particular. Quando apresentou esta possibilidade, o ministro das Finanças garantiu que toda a legislação necessária para concretizar esta moratória será aprovada até ao final do mês.

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Estado de emergência nos negócios. O que muda?

Com o estado de emergência, maior parte das lojas encerram, mas há várias exceções. Empresas poderão trabalhar, mas com algumas condicionantes. Conheça-as aqui.

O vírus está a infetar a economia. E vai continuar, tendo em conta todas as limitações que traz, especialmente agora que o país está em estado de emergência. Há restrições para os cidadãos, mas também para os negócios. E as empresas também terão regras a cumprir neste período. Muitas têm de fechar, mas há exceções.

De acordo com o decreto do Governo que concretiza o estado de emergência em Portugal, anunciado pelo Presidente da República, são várias as atividades que terão de parar ou encerrar.

Entre as recreativas, de lazer e diversão, estas têm de parar em estado de emergência:

  • Discotecas;
  • Bares;
  • Salões de dança ou festa;
  • Circos;
  • Parques de diversões;
  • Parques recreativos para crianças e similares;
  • Parques aquáticos;
  • Jardins zoológicos (sem prejuízo do acesso dos trabalhadores para efeitos de cuidado dos animais);
  • E termas, spas ou estabelecimentos afins.

Nas atividades culturais e artísticas, estas encerram:

  • Auditórios,
  • Cinemas,
  • Teatros,
  • Salas de concertos,
  • Museus,
  • Monumentos,
  • Palácios e sítios arqueológicos ou similares (centros interpretativos, grutas, etc.), sejam nacionais, regionais e municipais, públicos ou privados, sem prejuízo do acesso dos trabalhadores;
  • Bibliotecas e arquivos;
  • Praças, locais e instalações tauromáquicas;
  • Galerias de arte;
  • Salas de exposições;
  • Pavilhões de congressos,
  • Salas polivalentes;
  • Salas de conferências;
  • E pavilhões multiúsos.

No caso dos estabelecimentos de jogo, a regra é a mesma. Terão de fechar:

  • Casinos;
  • Estabelecimentos de jogos de fortuna ou azar, como bingos ou similares;
  • Salões de jogos e salões recreativos.

No que toca às atividade de restauração, a regra é que fechem:

  • Restaurantes e similares;
  • Cafetarias, casas de chá e afins (com as exceções indicadas mais adiante);
  • Bares e afins;
  • Bares e restaurantes de hotel, exceto quanto a estes últimos para efeitos de entrega de refeições aos hóspedes;
  • Esplanadas;
  • Máquinas de vending.

No entanto, há exceções no que toda à restauração. O decreto publicado pelo Governo define que os “estabelecimentos de restauração e similares podem manter a respetiva atividade, se os seus titulares assim o decidirem, para efeitos exclusivos de confeção destinada a consumo fora do estabelecimento ou entrega no domicílio, diretamente ou através de intermediário”. Ou seja, em take-away.

Aqueles que ficarem a funcionar nesta lógica, “ficam dispensados de licença para confeção destinada a consumo fora do estabelecimento ou entrega no domicílio e podem determinar aos seus trabalhadores a participação nas respetivas atividades, ainda que as mesmas não integrassem o objeto dos respetivos contratos de trabalho”, diz o decreto.

Hipers abertos. Papelarias, floristas e oculistas também

Há vários negócios que podem continuar a funcionar normalmente, mesmo em estado de emergência. Entre eles estão negócios e estabelecimentos que prestam bens ou serviços de “primeira necessidade” ou outros “considerados essenciais”.

Os que podem continuar a operar são os seguintes:

  • Minimercados, supermercados e hipermercados;
  • Frutarias, talhos, peixarias e padarias;
  • Mercados, nos casos de venda de produtos alimentares;
  • Produção e distribuição agroalimentar;
  • Lotas;
  • Restauração e bebidas, nos termos do presente decreto;
  • Confeção de refeições prontas a levar para casa, nos termos do presente decreto;
  • Serviços médicos ou outros serviços de saúde e apoio social;
  • Farmácias e locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica;
  • Estabelecimentos de produtos médicos e ortopédicos;
  • Oculistas;
  • Estabelecimentos de produtos cosméticos e de higiene;
  • Estabelecimentos de produtos naturais e dietéticos;
  • Serviços públicos essenciais e respetiva reparação e manutenção (água, energia elétrica, gás natural e gases de petróleo liquefeitos canalizados, comunicações eletrónicas, serviços postais, serviço de recolha e tratamento de águas residuais, serviços de recolha e tratamento de efluentes, serviços de gestão de resíduos sólidos urbanos e de higiene urbana e serviço de transporte de passageiros);
  • Papelarias e tabacarias (jornais, tabaco);
  • Jogos sociais;
  • Clínicas veterinárias;
  • Estabelecimentos de venda de animais de companhia e respetivos alimentos;
  • Estabelecimentos de venda de flores, plantas, sementes e fertilizantes;
  • Estabelecimentos de lavagem e limpeza a seco de têxteis e peles;
  • Drogarias;
  • Lojas de ferragens e estabelecimentos de venda de material de bricolage;
  • Postos de abastecimento de combustível;
  • Estabelecimentos de venda de combustíveis para uso doméstico;
  • Estabelecimentos de manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos, tratores e máquinas agrícolas, bem como venda de peças e acessórios e serviços de reboque;
  • Estabelecimentos de venda e reparação de eletrodomésticos, equipamento informático e de comunicações e respetiva reparação;
  • Serviços bancários, financeiros e seguros;
  • Atividades funerárias e conexas;
  • Serviços de manutenção e reparações ao domicílio;
  • Serviços de segurança ou de vigilância ao domicílio;
  • Atividades de limpeza, desinfeção, desratização e similares;
  • Serviços de entrega ao domicílio;
  • Estabelecimentos turísticos, exceto parques de campismo, podendo aqueles prestar serviços de restauração e bebidas no próprio estabelecimento exclusivamente para os respetivos hóspedes;
  • Serviços que garantam alojamento estudantil;
  • Atividades e estabelecimentos enunciados nos números anteriores, ainda que integrados em centros comerciais.

Empresas a funcionar, mas com regras

Quanto às empresas sem atendimento ao público, a regra geral é que podem continuar a trabalhar. Ou seja, “devem manter a sua atividade normal”, exceto nos casos como o de Ovar onde foi declarado o estado de calamidade., disse o primeiro-ministro, António Costa.

Contudo, estas empresas terão de cumprir as recomendações da Direção-Geral da Saúde quanto ao distanciamento social e as medidas de higiene do local de trabalho, protegendo a saúde individual dos seus trabalhadores.

“Todas as empresas que se pretendam manter em laboração têm de assegurar os níveis de proteção”, disse o chefe do Executivo, referindo que as empresas em questão têm de adquirir os bens de proteção individual.

No caso destas empresas que mantêm a laboração num período de estado de emergência, será permitida a manutenção em funcionamento das cantinas e refeitórios, mas terão de cumprir as normas especiais que existem sobre higiene e afastamento social”.

Táxis e Uber podem funcionar mas sem passageiros ao lado e com vidros abertos

Os serviços de transporte de táxi e de plataformas como a Uber podem continuar a funcionar, mas devem restringir o acesso ao banco da frente e garantir a “renovação do ar e a limpeza das superfícies”, foi divulgado este domingo.

Num despacho assinado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, para salvaguardar o funcionamento de “serviços essenciais” durante o estado de emergência pela pandemia de Covid-19, é indicado que os táxis e os TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica) podem continuar a operar.

Porém, nestes serviços de transporte, “deve restringir-se o acesso ao banco dianteiro, devendo ser acautelada a renovação do ar interior das viaturas e a limpeza das superfícies”, aponta a tutela no despacho, que entra em vigor às 00:00 de segunda-feira.

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática informa também que, “para assegurar o correto funcionamento dos serviços de transporte em táxi, os presidentes das câmaras municipais podem definir condições excecionais de circulação”. Aqui incluem-se restrições da circulação “em dias pares para os veículos com número de matrícula “par”” e “em dias ímpares para os veículos com número de matrícula ‘ímpar’”, precisa a tutela.

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Estado de emergência nos serviços públicos. O que muda?

Pessoas e negócios têm regras especiais durante o estado de emergência. E os serviços públicos também, estando de portas fechadas, mas com atendimento online.

Portugal está em estado de emergência. Há, por isso, várias limitações em vigor para evitar a propagação do coronavírus, seja para os cidadãos, com especial cuidado para os infetados e os grupos de risco, seja para os serviços. Há regras para os negócios, seja comércio, seja restauração. E também há mudanças nos serviços públicos.

A ordem é para encerrar praticamente tudo. Começou com as escolas, enviando milhões de alunos para casa, com as aulas a prosseguirem, em alguns casos, à distância, mas rapidamente outros serviços públicos tiveram de fechar portas. Segurança Social, IEFP, IMT, bem como os serviços de Justiça ficaram condicionados com o estado de emergência.

Estes serviços têm a porta fechada, mas funcionam por pré-marcação e apenas para atos urgentes, por causa do surto do novo coronavírus. É, no entanto, preciso fazer o pré-agendamento através do Portal “ePortugal” (https://eportugal.gov.pt) e pelas linhas de contacto que servem de apoio aos serviços públicos digitais (Linha do Cidadão 300 003 990 e Linha das Empresas 300 003 980).

O mesmo acontece no caso das Lojas de Cidadão. De acordo com o decreto do Governo que concretiza o estado de emergência em Portugal, anunciado pelo Presidente da República, as “Lojas de Cidadão são encerradas, mantendo-se o atendimento presencial mediante marcação, na rede de balcões dos diferentes serviços”.

Tal como nos demais serviços públicos, também naqueles que são prestados através das Lojas de Cidadão funcionam “através dos meios digitais e dos centros de contacto com os cidadãos e as empresas”, diz o mesmo documento.

Apesar de ser garantido o acesso aos serviços do Estado, nomeadamente através dos canais digitais, neste período de isolamento social, foram adotadas algumas medidas no sentido de evitar a deslocação dos cidadãos por causa de documentos como o Cartão de Cidadão.

“Considerando a eventual impossibilidade dos cidadãos em renovar ou obter documentos relevantes para o exercício de direitos, decorrente do encerramento de instalações, importa prever a obrigatoriedade de aceitação pelas autoridades públicas da exibição de documentos, cujo prazo de validade expire”, diz o decreto-lei do Governo.

“Todos os documentos suscetíveis de renovação e cujo prazo de validade expire a partir de 24 de fevereiro não terão de ser renovados agora, sendo aceites para todos os efeitos legais até 30 de junho”, frisa o Executivo.

O Governo determina ainda, no diploma, uma extensão de validade de alguns documentos:

  • Cartão do Cidadão;
  • Certidões e certificados emitidos pelos serviços de registos e da identificação civil;
  • Carta de Condução;
  • Documentos e vistos relativos à permanência em território nacional.

Todos estes documentos, “cuja validade termine a partir da data de entrada em vigor do presente decreto-lei [21 de março] são aceites, nos mesmos termos, até 30 de junho de 2020”, refere o Executivo.

Além da carta de condução, também as inspeções dos veículos automóveis vão ter mais tempo para serem realizadas. O Instituto da Mobilidade e dos Transportes definiu que os veículos que tenham de ir à inspeção até ao final de maio terão uma tolerância de dois meses para o fazer.

Desta forma, os veículos com datas de matrícula entre 13 de março e 31 de maio, que tivessem de ir à inspeção obrigatória, vão ter uma prorrogação do prazo de dois meses. Ou seja, quem tenha um veículo de 15 de março, que seria a data-limite para fazer a inspeção, vai ter até 15 de maio para a fazer.

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