5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que a CIP apresenta os resultados de mais um inquérito às empresas sobre o lay-off, o Banco de Portugal revela como é que a pandemia afetou os hábitos de pagamento dos portugueses.

A semana arranca com a publicação dos resultados de mais um inquérito feito pela CIP às empresas portuguesas sobre o lay-off, enquanto o Banco de Portugal mostra o impacto que a pandemia teve nos hábitos de pagamento dos portugueses. E no mesmo dia em que o INE publica dados sobre as receitas fiscais, o Eurostat dá um panorama sobre o trabalho precário na UE e em Portugal.

CIP apresenta resultados do inquérito às empresas sobre o lay-off

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) vai apresentar os resultados do inquérito feito semanalmente às empresas portuguesas sobre o recurso ao lay-off simplificado. O objetivo é recolher informação atualizada sobre a posição das empresas e sobre o impacto que estas estão a sentir. Na semana passada, a CIP adiantou que os pedidos das empresas às linhas de apoio lançadas pelo Governo tinham batido os 9,3 mil milhões de euros.

Como é que a pandemia afetou os hábitos de pagamento dos portugueses?

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar esta segunda-feira o Relatório de Sistemas de Pagamentos referentes ao ano passado, mas com um balanço atualizado do impacto que a pandemia de coronavírus teve nos hábitos de pagamentos dos portugueses e nas operações com cartões de pagamento. Esta crise provocou uma “redução sem precedentes na utilização de cartões de pagamento” em março, tendo-se observado uma queda de 19,4% em número e 10,2% em valor, comparativamente com o mesmo mês do ano passado.

Como evoluíram as receitas fiscais no ano passado? INE responde

Esta segunda-feira é dia de saber como evoluíram as receitas fiscais no ano passado e será o Instituto Nacional de Estatística (INE) a dar essa resposta. Entre esses dados estará incluída a carga fiscal, que poderá ser revista. Em 2019, o volume de impostos coletados pelo Estado aumentou 6,5% e atingiu 71,4 mil milhões de euros. Além disso, será dada informação mais detalhada sobre os impostos que mais subiram no ano passado.

Quantos contratos de trabalho precários existem na UE? E em Portugal?

O Eurostat vai mostrar esta segunda-feira um panorama do mercado de trabalho na União Europeia, nomeadamente no que diz respeito aos contratos precários. Os últimos dados mostram que, entre 2008 e 2017 havia mais de 130 mil contratos instáveis, de curta duração e com salários baixos. Portugal era, há três anos, o segundo país europeu onde o trabalho precário mais cresceu.

Sonaecom apresenta contas do primeiro trimestre

Hoje é dia de a Sonaecom apresentar os resultados dos primeiros três meses do ano, que já deverão incorporar o impacto do coronavírus, que começou a ser sentido em março. No mesmo período do ano passado, a subsidiária do Grupo Sonae com ativos nas áreas da tecnologia, media e telecomunicações viu os lucros mais do que duplicarem para 11,1 milhões de euros, um resultado que se deveu à venda da startup Saphety.

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Quanto custa carregar um telemóvel, um computador e um frigorífico em Portugal? E na UE?

Juntos, estes três aparelhos podem custar mais de 173 euros/ano em eletricidade em Portugal. Para uma família em teletrabalho e telescola, quatro computadores ligados à corrente gastam 500 euros/ano.

Agora que estamos mais tempo em casa, e que o teletrabalho é uma tendência que parece ter vindo para ficar, há vários aparelhos que antes consumiam quase toda a sua energia no escritório — como o computador e o telemóvel — e que passaram a estar sempre ligados à tomada lá de casa e a pesar diretamente na fatura da luz da família.

O consumo doméstico de energia elétrica está, de facto, a aumentar, mostram os números mais recentes da EDP (que acumula em Portugal um milhão de clientes no mercado regulado e cerca de 80% dos cinco milhões de clientes do mercado livre): no primeiro trimestre de 2020, as famílias representaram 41% da procura de eletricidade, com o seu peso a aumentar consideravelmente no mix de consumo, revelou a empresa. A Deco tinha já estimado que, com as famílias a passar mais tempo entre quatro paredes por causa da pandemia de Covid-19, o seu consumo aumentaria cerca de 20%, com a fatura a crescer algures entre os seis e os 25 euros, dependendo se têm tarifas simples ou bi-horária.

Mas, afinal quanto custa o carregamento de um computador ou de um telemóvel, em euros, ao fim de um ano? E os outros eletrodomésticos que estão sempre a trabalhar, ininterruptamente, 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, como o frigorífico?

O ECO fez as contas com base nos dados divulgados a semana passada pelo Eurostat, sobre os preços médios da eletricidade nos 27 países da União Europeia. Tudo somado, estes três aparelhos — um computador, um telemóvel e um frigorífico — custam anualmente em eletricidade 173,4 euros ao orçamento familiar.

E qual deles é o mais caro? Precisamente a ferramenta que mais utiliza em teletrabalho: ao fim de 12 meses um computador ligado à corrente terá gasto 573 kWh para trabalhar 12 horas por dia (8h de uso em horário laboral e 4h em stand by), o que dá 125 euros por ano.

No caso de dois adultos em teletrabalho e duas crianças em telescola, cada um com o seu próprio computador, estamos a falar de algo como 500 euros num ano só em eletricidade. Por mês são 41,6 euros.

Com a eletricidade mais cara da Europa (quase 30 euros por 100 kWh), na Dinamarca o mesmo computador em teletrabalho custaria 167,3 euros por ano, enquanto na Bulgária (menos de dez euros por 100 kWh) este valor seria mais de três vezes inferior, apenas 55 euros.

De acordo com o Eurostat, Portugal foi o terceiro país da UE onde o preço da luz mais baixou (-4,9%) no segundo semestre de 2019. Ainda assim, o país está no top dos mais caros: tem a quarta eletricidade mais cara da União Europeia para consumo doméstico, em termos de poder de compra das famílias (a seguir à Roménia, Alemanha e Espanha). A culpa é dos impostos, diz a ERSE, que pesam 49% na fatura.

Em média, as famílias portuguesas pagaram 21,8 euros por 100 kWh de eletricidade no segundo semestre de 2019. Considerando apenas este valor, a fatura nacional é a oitava mais cara entre os europeus.

A partir deste valor médio — 21,8 euros por 100 kWh — o ECO fez as contas para descobrir quanto custa ter o frigorífico ligado à corrente durante um ano, sem interrupções. De acordo com o portal Poupa Energia da Adene, os frigoríficos e combinados são dos eletrodomésticos que maior consumo de energia elétrica representa nas habitações. E mesmo não tendo uma potência elevada (200 W), este equipamento tem um consumo considerável uma vez que se encontra ligado permanentemente (apenas é desligado para limpeza ou em períodos de ausência prolongada). Deste modo, numa base anual, o seu consumo é superior ao de equipamentos de elevada potência e de utilização pontual, como um secador (2000 W), diz o Poupa Energia.

Para começar, vale a pena substituir o seu frigorífico antigo por um combinado classe A+++, já que poderá obter reduções anuais nos custos energéticos na ordem dos 70 euros, diz o mesmo portal. Tendo por base um aparelho com esta classificação energética (a melhor de todas), com um consumo anual de 193 kWh, o seu custo rondará os 42,1 euros. Por mês são 3,50 euros.

Na Dinamarca, o mesmo consumo anual de eletricidade para o mesmo frigorífico custaria 56,1 euros, enquanto na Bulgária seria de apenas 18,5 euros por ano.

E se vários computadores e um frigorífico são indispensáveis para quem está a trabalhar em casa e em ensino à distância, o mesmo se aplica aos telemóveis, normalmente um, ou até mesmo mais, por cada membro da família.

Olhando para um carregador de smartphone, com carga rápida, descobrimos que o seu output (potência de saída) pode variar entre os 10 e os 15 watts. Partindo do pressuposto que um telemóvel fica todos os dias ligado a este carregador durante a noite (cerca de 8 horas), então o seu consumo anual será de 29,02 kWh. Em euros são 6,3 ao fim de um ano, 52 cêntimos por mês. Mais uma vez, aqui convém multiplicar este valor pelo número de aparelhos num único lar. Para uma família de quatro, são 25 euros num ano.

Na Dinamarca, carregar um smartphone custa 8,47 euros por ano e na Bulgária apenas 2,8 euros.

De acordo com o Eurostat, na segunda metade do ano passado a eletricidade mais cara foi registada na Dinamarca (29,2 euros por 100 kWh), Alemanha (28,7 euros) e Bélgica (28,6 euros), com a média europeia muito abaixo desses valores, a rondar os 21,6 euros.

No extremo oposto, a eletricidade é mais barata na Bulgária (9,6 euros por 100kWh), Hungria (11 euros) e Lituânia (12,5 euros).

Finlândia, Luxemburgo, Malta, França, Suécia, Estónia, Hungria e Países Baixos são os países onde a fatura menos pesa face ao orçamento família, face ao poder de compra.

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Pandemia reduziu atividade da Lusíadas Saúde em 85%

O grupo já começou a retomar a atividade clínica, mas é ainda possível notar os receios das pessoas em ir aos hospitais.

Durante a pandemia, a atividade das unidades da Lusíadas Saúde chegou a reduzir-se em 85%, com a queda na procura e canalização de serviços para Covid-19. O grupo já começou a retomar a atividade clínica no início do mês, mas nota que existe ainda um receio por parte dos portugueses.

“Chegámos a 15% da atividade. No fundo só fazíamos coisas de urgência, consultas e exames muito relevantes”, adianta, ao ECO, Nuno España, diretor de inovação, sustentabilidade, comunicação, marketing e customer management da Lusíadas Saúde.

As unidades da Lusíadas Saúde começaram a retomar a atividade clínica a 2 de maio, e o responsável admite que se começou a sentir um aumento na atividade programada. No entanto, aponta que é possível perceber, na procura dos serviços, que ainda “há muita gente com medo”.

A “diminuição drástica da procura” é uma das maiores preocupações, aponta Nuno España, porque as pessoas poderão estar a adiar ou atrasar idas importantes ao médico. “Perdemos 30% das urgências coronárias, mas as pessoas continuaram a ter problemas”, aponta, exemplificando com esta área uma situação que se sente também noutras.

Desta forma, foram criados vários mecanismos para se adaptarem à pandemia e aos receios das pessoas, nomeadamente teleconsultas e uma app, que têm, assim, assumido um papel importante. “Evoluímos a nível tecnológico e social em três ou quatro meses o que demoraria anos a fazer”, aponta o responsável.

Papel dos privados é “fundamental”

O responsável aponta que, nesta altura de combate à pandemia, “tudo funciona numa lógica de complementaridade”. “Há espaço para toda a gente”, reitera Nuno España, apontando que os prestadores de saúde se disponibilizaram a ajudar quando foram chamados.

Mais de 20% dos infetados foram identificados no setor privado, salienta o responsável, apontando que, apesar de o setor público estar a fazer um trabalho “muito bom”, os privados ajudaram na resposta nacional, assumindo um papel “fundamental”.

O grupo ainda gere o Hospital de Cascais em regime de Parceria Público-Privada, para o qual Governo aprovou já o lançamento do concurso internacional para uma nova parceria na gestão desta unidade. Questionado sobre se iriam concorrer, Nuno España aponta que o grupo está “atento”.

O responsável, que já passou por quatro PPP no país, defende o recurso a este modelo, apontando que a maioria dos estudos mostram que estas unidades “vieram a ter valor acrescentado”. “Em média temos poupança entre 20 a 25% ano em relação a hospital do Estado”, aponta.

A Lusíadas Saúde faz parte do grupo UnitedHealth. Para ajudar no combate à pandemia, o grupo decidiu criar um fundo de dez milhões para apoiar iniciativas nos países onde está presente. Em Portugal vão apoiar sete instituições, que vão receber 45.500 euros cada, sendo que o montante foi proporcional à proporção que o país tem, que é a mais pequena do grupo.

Entre as instituições apoiadas incluem-se a Comunidade Vida e Paz, a Santa Casa da Misericórdia de Braga e a Associação Crescer Ser. Nuno España aponta que esta foi uma forma de fazer “parcerias com impacto”, sobretudo nos sítios onde estão presentes, como é o caso de Braga, Algarve e Lisboa. O responsável aponta que o grupo quer “acompanhar as medidas para que sejam um sucesso da melhor forma possível”. “É muito mais do que só atirar dinheiro para cima da mesa”, reitera.

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Turismo de Portugal já concedeu 3.232 selos “Clean&Safe”. 20% das empresas turísticas já estão certificadas

Em duas semanas, 20% das empresas ligadas ao turismo já receberam o "selo de garantia", que comprova que cumprem todos os requisitos de segurança e limpeza.

Já há mais de três mil empresas na área do turismo — empreendimentos, agências de viagens e de animação — que estão “carimbadas” com o selo “Clean&Safe“. De acordo com os dados do Turismo de Portugal, a maioria corresponde a empreendimentos turísticos, localizados no Norte e na zona do Algarve.

Em duas semanas, e até à meia-noite desta segunda-feira, foram concedidos 3.232 “selos de garantia”. Isto significa que 20% das mais de 16 mil empresas registadas na área do turismo cumprem os requisitos de segurança e higiene definidos pela Direção-Geral de Saúde (DGS) e pela Organização Mundial de Turismo (OMT). Por zonas, a Área Metropolitana de Lisboa (AML), o Norte e o Algarve lideram.

Do número total de selos atribuídos, 1.242 (40%) foram para empreendimentos turísticos, a maioria no Norte, Algarve e Centro. Além disso, 1.211 (13,6%) foram para agências de animação turística, sobretudo na AML, Norte e Algarve; e 729 (23%) foram concedidos a agências de viagens e turismo, a maioria localizadas na AML, Norte e Algarve.

Hotel com selo “Clean & Safe”.

Este “carimbo” pode ser pedido por todas as empresas que estão registadas na Autoridade Turística Nacional, será gratuito e terá validade de um ano. Para ser atribuído, as empresas têm de implementar um “protocolo interno que (…) assegura a higienização necessária para evitar riscos de contágio e garante os procedimentos seguros para o funcionamento das atividades turísticas”.

Os pedidos para o selo “Clean & Safe”, que arrancaram a 24 de abril, podem ser feitos online, nas plataformas do Turismo de Portugal, de acordo com a tipologia de cada empresa: Registo Nacional dos Empreendimentos Turísticos (RNET), Registo Nacional dos Agentes de Animação Turística, (RNAAT) e Registo Nacional dos Agentes de Viagens e Turismo (RNAVT). Ficará sempre associado ao número de registo da entidade.

Depois de as empresas submeterem a declaração de compromisso, podem utilizar o selo “Clean & Safe” fisicamente nas instalações e nas plataformas digitais. Contudo, o Turismo de Portugal vai, “em coordenação com as entidades competentes, realizar auditorias aleatórias”. Esta sexta-feira, o Turismo de Portugal arrancou com um calendário de formações e esclarecimentos online sobre a atribuição deste selo.

Que requisitos têm de ser cumpridos?

Para ter direito ao selo “Clean & Safe”, todas as empresas devem implementar um protocolo interno, específico para cada entidade, com todas as medidas de higienização e segurança definidas no âmbito do novo coronavírus. O protocolo deverá ser disponibilizado aos colaboradores no âmbito da formação e aos turistas sempre que solicitado, bem como no caso de a empresa ser selecionada para auditoria, refere o Turismo de Portugal.

O primeiro ponto começa pela disponibilização aos clientes de um kit de proteção individual, que deverá incluir, no mínimo, uma máscara e um par de luvas descartáveis (no caso dos colaboradores deve incluir ainda outro equipamentos, conforme as funções, como viseiras ou avental). Este kit poderá ser cobrados aos clientes.

Os estabelecimentos passarão a ter capacidade máxima, que corresponderá ao “número total de camas à exploração”. No que toca à limpeza, as empresas devem garantir que o stock disponível de materiais de limpeza “tem de ser proporcional às dimensões do estabelecimento” e que, nas casas de banho, mesmo havendo secadores de mãos com sensores, “os toalhetes de papel são o melhor método para evitar humidade após a lavagem das mãos, sem levantarem partículas”.

No caso das agências de viagens e turismo, para que possam ter o selo “Clean & Safe”, só podem vender produtos/programas de empresas que também tenham o selo ou que “façam prova de disporem de protocolos internos de higienização e segurança próprios”.

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Associação Mutualista Montepio contrata Paulo Pedroso

Paulo Pedroso foi contratado em abril pela Associação Mutualista para realizar estudos na área do mutualismo e da economia social. Há quem destaque aumento da influência do PS na instituição.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) contratou Paulo Pedroso. O antigo dirigente do PS iniciou a sua colaboração em abril com o objetivo de realizar estudos na área do mutualismo e da economia social para a instituição. A contratação do antigo ministro do Trabalho de António Guterres para assessor da administração da mutualista vem acentuar a influência socialista numa altura de maior aperto na AMMG.

Paulo Pedroso é um especialista em matéria de mutualismo e do chamado terceiro setor da economia. Foi esse conhecimento que levou a AMMG a escolher o seu nome para a elaboração de “estudos concretos de âmbito mutualista e de economia social que a Associação Mutualista pretende realizar, tendo presente o novo enquadramento” em que se vive, frisou fonte oficial da instituição liderada por Virgílio Lima quando questionada pelo ECO sobre esta contratação.

Mas dentro da instituição há quem associe a colaboração com o antigo dirigente do PS — anunciou a saída do partido em janeiro — ao acentuar da influência socialista na mutualista. É fácil de perceber os pontos de ligação entre Paulo Pedroso e o PS: o antigo ministro do Governo de António Guterres é marido de Ana Catarina Mendes, presidente do grupo parlamentar socialista e um dos nomes mais próximos do primeiro-ministro António Costa. Há vários socialistas entre os dirigentes da AMMG, desde Maria de Belém a Luís Patrão.

A associação mutualista, com mais de 600 mil associados, rejeita que a experiência política e rede de contactos de Paulo Pedroso tenham influenciado na sua contratação. “A escolha resulta, estritamente, da identificação de competências em sociologia do trabalho e no domínio da economia social”, adiantou a AMMG.

Refere também que “a colaboração não visa quaisquer outros objetivos” que não a elaboração de estudos. “A manutenção da relação verificar-se-á até à conclusão dos estudos em causa”, disse ainda.

Contactado pelo ECO, Paulo Pedroso confirmou que está a colaborar com a AMMG, mas não fez mais nenhum comentário.

Não é novo o interesse do Montepio em Paulo Pedroso. Em dezembro, o nome do antigo ministro de António Guterres havia sido proposto por Tomás Correia (antigo presidente da AMMG) para administrador não executivo do Banco Montepio. No entanto, acabou por rejeitar o convite com Paulo Pedroso a manifestar indisponibilidade para o cargo.

Quatro meses depois foi contratado pela dona do banco, a AMMG, numa altura em que atravessa um momento sensível do ponto de vista financeiro. As dificuldades vêm de trás, do tempo de Tomás Correia: a instituição apresenta uma situação patrimonial delicada, insuflada por mais de 800 milhões de euros em ativos por impostos diferidos. Agora, prepara-se para um rombo na avaliação atribuída ao seu principal ativo, o Banco Montepio.

O ECO avançou no mês passado que a auditora PwC e o conselho de administração da AMMG tinham chegado a um entendimento no sentido de valorizar o banco de acordo com os capitais próprios, o que iria implicar uma imparidade de 400 milhões.

As contas publicadas na semana passada pelo Banco Montepio confirmaram esse valor: a instituição liderada por Pedro Leitão fechou 2019 com capitais próprios atribuíveis ao acionista na ordem dos 1.450 milhões de euros, cerca de 400 milhões abaixo da avaliação de 1.870 milhões atribuída pela mutualista nas contas de 2018.

Ainda assim, apesar deste corte, a AMMG assegurou ao ECO que manterá uma situação patrimonial positiva nas contas do ano passado, tanto em termos individuais como em base consolidada.

A AMMG ainda não apresentou as contas de 2019. Vão ser apresentadas até final de junho, depois de apresentadas ao conselho geral e submetidas para aprovação na assembleia geral de associados a realizar até lá, se a evolução da pandemia assim o permitir.

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Nova SBE e Católica entre as 50 melhores escolas de negócios para FT

As escolas de negócios da Nova e da Católica voltam a surgir no ranking das melhores do mundo. Porto Business School destaca-se nos programas customizados para empresas.

As escolas de negócios da Nova e da Católica voltam a figurar este ano entre as 50 melhores do Financial Times Executive Education Ranking, lista divulgada esta segunda-feira.

A Nova School of Business & Economics sobe uma posição face ao ranking do ano passado, surgindo no lugar 44, enquanto a Católica Lisbon School of Business & Economics cai dois lugares para fechar o ranking na 50.ª posição.

“Este resultado é consequência do compromisso de impacto e transformação sustentável que assumimos junto da nossa comunidade. Continuaremos a trabalhar com as nossas empresas parceiras para preparar para um novo paradigma que requer, mais do que nunca, um mindset ágil e permeável à mudança”, referiu Daniel Traça, dean da Nova SBE.

O Financial Times Executive Education Ranking avalia o desempenho geral das principais escolas de negócios do mundo. Em 2020, o ranking global é liderado pela Iese (Espanha), seguida da HEC Paris (França) e da IMD Business School (Suíça).

Este ranking agregado é construído por duas componentes: um ranking para os programas de inscrição aberta (open rank) e outro ranking para programas customizados para empresas (custom rank). Sublinhe-se que para o ranking global são escolhidas apenas as 50 escolas mundiais de topo no conjunto das duas áreas.

No que diz respeito à oferta de programas customizados para empresas (custom rank), a Católica Lisbon School of Business & Economics é a escola portuguesa em melhor lugar, situando-se na 39.º posição, subindo 15 lugares em relação ao anterior ranking.

“É com muito orgulho que vemos a formação de executivos da Católica-Lisbon classificada como a escola portuguesa preferida pelas empresas”, sublinha Céline Abecassis-Moedas, diretora para a formação de executivos da Católica Lisbon School of Business & Economics.

A responsável realça que, na era-Covid, a nova formação executiva será ainda mais alinhada com as necessidades dos clientes e as tendências e exigências do mercado em formato inovador e cada vez mais digital.

Já a Nova SBE surge na posição 54, registando uma descida de duas posições face ao ranking de 2019.

Quanto ao ranking para os programas de inscrição aberta (open rank), a Nova SBE surge na 44.ª posição, a Católica Lisbon School of Business & Economics figura no lugar 72.

Apesar de não constar da lista global das 50 melhores escolas, a Porto Business School da Universidade do Porto surge no 58.ª posição do custom rank, onde regista uma subida de seis lugares, e ainda na 75.ª posição do open rank.

Ramon O’Callaghan, dean da Porto Business School, diz: “Começar o ano com estes resultados dá-nos ainda mais motivação para continuar a inovar, com programas disruptivos, que vão ao encontro das necessidades de quem nos procura”.

Financial Times Executive Education Ranking 2020

1. Iese Business School (Espanha/EUA)
2. HEC Paris (França)
3. IMD Business School (Suíça)
4. Insead (França/Singapura/Abu Dhabi)
5. Essec Business School (França)
6. Stanford Graduate School of Business (EUA)
7. Universidade de Michigan: Ross (EUA)
8. Universidade de Oxford: Saïd (Reino Unido)
9. Fundação Dom Cabral (Brasil)
10. ESMT Berlin (Alemanha)
44. Nova School of Business & Economics (Portugal)
50. Católica Lisbon School of Business & Economics (Portugal)

(Notícia atualizada às 14h44 de 12 de maio para incluir declaração de Daniel Traça)

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Só 6% das empresas portuguesas previam em janeiro enfrentar a pandemia

  • António Ferreira
  • 10 Maio 2020

Para o cenário pós-Covid, Fernando Chaves, da Marsh Portugal, prescreve atenção aos riscos de pressão psicológica e social, sublinhando que as empresas devem manter planos de contingência bem ativos.

No primeiro mês do ano, quando o coronavírus estava longe de ser sinalizado por cá, pelo menos 16% das empresas portuguesas já identificava o risco de “pandemia/propagação rápida de doenças infeciosas” como um dos riscos que poderia afetar o mundo, sendo que seis em cada 100, referiam ser um dos riscos que a sua empresa iria enfrentar em 2020, revela um estudo da Marsh, corretora global em consultoria de risco.

“Este nível de resposta é para nós bastante relevante, não só porque as respostas foram dadas numa altura em que o surto de Covid-19 estava ainda confinado ao território da China, mas especialmente porque entendemos a dificuldade de selecionar 5 riscos (o que se pedia aos inquiridos) entre muitos outros que podem ser igualmente relevantes e com maior probabilidade de se tornarem reais”, comenta Fernando Chaves, Risk Specialist da Marsh Portugal, num comunicado da companhia.

Produzido através de inquérito a empresas portuguesas pelo sexto ano consecutivo, o estudo “A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos 2020” tem como principais objetivos identificar os potenciais riscos que as empresas consideram que o mundo e elas próprias irão enfrentar, analisando, também, a evolução da gestão de riscos nas empresas portuguesas. A apresentação pública do relatório local pretende também fazer “uma ponte” com o “Global Risks Report 2020″ (GRR) apresentado no Fórum Económico Mundial , realizado em Davos, Suíça.

A produção da réplica portuguesa do estudo contou com a participação de 170 empresas portuguesas, pertencentes a 22 setores de atividade, com diferentes volumes de faturação, bem como de número de colaboradores.

As conclusões do estudo foram agora objeto de um webinar “Raio-X aos Riscos 2020” com participação de Rodrigo Simões de Almeida, Country Manager, e Fernando Chaves, Risk Specialist da Marsh Portugal. Entre outros indicadores e reafirmando dados divulgados no quadro do relatório global já apresentado no Fórum de Davos em parceria com outras organizações como a seguradora Zurich, o relatório realça que o risco de ataques cibernéticos é o que mais preocupa as empresas nacionais neste ano, tanto internamente como a nível global.

Ataques cibernéticos são principal risco global para o mundo e para empresas

Parcelando o diagnóstico de perceção empresarial em duas categorias (riscos que o mundo enfrenta e riscos que as empresas poderão enfrentar) o inquérito da Marsh concluiu que 55% das empresas portuguesas considera que os ataques cibernéticos em grande escala são o principal risco que o mundo pode vir a enfrentar em 2020, seguido pelos eventos climáticos extremos com 39%. Em terceiro lugar, surgem as crises fiscais e financeiras em economias chave com 37%; em quarto lugar, com 32%, os ataques terroristas em larga escala e em quinto a instabilidade social profunda, com 26%.

Ao longo dos últimos três anos, o risco de ataques cibernéticos em grande escala tem-se mantido em primeiro lugar no topo das preocupações dos empresários, momento em que os ataques terroristas em larga escala deixaram de ser considerados como a ameaça número um (2016 e 2017).

Sobre os riscos que as empresas receiam vir a enfrentar neste ano, 56% afirma que os ataques cibernéticos são o risco com maior probabilidade de ocorrer, seguido da retenção de talentos, com 41%. Em terceiro lugar surge a instabilidade política ou social, com 40%, e, em quarto e 5º lugar, respetivamente, estão os eventos climáticos extremos, com 35%, e a concorrência, com 24%.

Já no que respeita ao relatório internacional GRR de 2020, a informação apresentada“é algo diferente” do que vinha sendo registado nas edições anteriores, salientaram os responsáveis da Marsh na sessão transmitida pela web. “Nunca tivemos o top 5 de riscos na mesma categoria”, disse Francisco Chaves na teleconferência de apresentação do Raio-x realizado em Portugal. Os participantes do estudo mundial divulgado há cerca de dois meses “indicam os riscos ambientais como os que mais podem impactar nos próximos 10 anos”, surgindo de forma recorrente entre os mais importantes no estudo global, pelo menos, desde 2007, notaram os responsáveis da corretora e consultora norte-americana.

Assumindo isto como um novo normal, também “não se pode deixar que o Covid-19 atrase as medidas que têm de ser tomadas a nível mundial para atenuar a crise climática global”, alertou o especialista salientando que a emergência da pandemia “é um risco tremendo, nomeadamente na cadeia de valor, mas para muitas empresas é também uma excelente oportunidade.”

Para o relatório para Portugal a recolha dos dados que traduzem a perceção das empresas foi feita entre o mês de janeiro e o início de fevereiro de 2020, “razão pela qual as preocupações demonstradas com o efeito da pandemia não estão ainda muito presentes”, justifica a Marsh.

Se o inquérito fosse conduzido agora (maio), a perceção de crise financeira “subiria”, enquanto os ataques cibernéticos seriam o risco a manter, juntamente com as catástrofes”. Mas “a recessão, com o desemprego e a tensão social a subirem de tom”, por efeito da pandemia, “entrariam como novos riscos no horizonte”, afirmou Simões de Almeida, durante a teleconferência.

Sobre a crise que o mundo atravessa, o especialista Fernando Chaves explica: “2020 ficará marcado nas nossas vidas, como o ano em que o mundo parou para lutar contra uma pandemia. Um ano que está a ser um desafio enorme para todos, sem exceção, e os próximos meses podem continuar a ser asfixiantes para muitas empresas. Assistiremos a um maior número de ataques cibernéticos aos sistemas informáticos estatais e da generalidade de empresas e particulares, criando ainda maior disrupção e riqueza para organizações criminosas e terroristas. Serão tempos em que as forças políticas podem mudar de posição e as lutas pelo poder poderão dar origem a novas esperanças ou ainda maiores receios”.

Gestão de riscos: Apoiar o seguro de crédito “é fundamental”

Cerca de 90% das empresas portuguesas inquiridas afirma que a importância dada pela sua organização à gestão de riscos é suficiente ou elevada. Este indicador é considerado “bastante positivo, revelando que as empresas portuguesas estão a investir cada vez mais na gestão de riscos, tornando-se mais bem-sucedidas e, sobretudo, mais resilientes a eventos atípicos, como este que estamos a vivenciar nos últimos meses”, afere a Marsh Portugal.

Relativamente aos valores orçamentados para 2020 na gestão de riscos, 35% das empresas afirma ter aumentado e 44% afirma ter estabilizado esse investimento. Este é, também, um bom indicador das empresas nacionais, ainda que com margem de progressão, considerando os 20% de respostas a dar nota de não saber ou poder comparar com o ano anterior.

Citado no comunicado da companhia, Rodrigo Simões de Almeida, afirma: “A gestão de riscos é uma peça crucial nos modelos de gestão” e está a experienciar “um bom momento, algo que pode ser testemunhado nos resultados deste estudo. As empresas com uma gestão de riscos bem implementada são as mais resilientes em momentos difíceis como o que vivemos. E talvez por isso, continuam a encontrar oportunidades para continuarem a crescer”, conclui o Country Manager da Marsh.

Nas notas finais antes de encerrar o webinar, Simões de Almeida referiu ainda que, na atual crise, a reação do Estado foi fundamental em várias áreas. Porém, o responsável da Marsh Portugal notou que “contrariamente ao que se assiste noutros países”, em Portugal falta apoio do Governo ao seguro de crédito: “A área de risco de crédito e dos seguros de crédito é fundamental para a economia circular em que vivemos”. E justificou: “É necessário que a capacidade de manter limites à proteção e às vendas das empresas seja alimentada pelo Estado. É urgente (…), porque é fundamental para a reativação da economia”, concluiu.

Pós-Covid: atender à pressão psicológica e social e ter planos de contingência bem ativos

À margem da teleconferência, em resposta a questões escritas de ECO Seguros, Fernando Chaves abordou riscos e vulnerabilidades para o cenário pós-pandemia. “As empresas devem dar particular atenção aos efeitos diretos e indiretos do COVID-19, nomeadamente em termos de riscos económicos e financeiros”, afirma. Entre estes, o especialista destaca “a capacidade de conceder crédito a clientes (ou até poder estar sujeito a prazos de pagamento mais voláteis) e de conseguir dar resposta aos pagamentos a fornecedores, assim como a questões geopolíticas, como a implementação de medidas protecionistas ou de nacionalizações, para defesa das economias locais em detrimento do comércio global”.

Numa fase de recuperação, “as empresas estão já sujeitas a uma maior pressão de potenciais ataques cibernéticos e poderão vir a ser impactadas por riscos ambientais catastróficos, seja a nível local ou regional”, acrescenta.

Finalmente, para que as empresas possam acelerar a mitigação destas ameaças e responder às fragilidades resultantes da pandemia, Fernando Chaves desenvolve: “deve ser dada particular atenção à pressão social e psicológica a que todos, e alguns com maior destaque, poderão estar ou ter estado sujeitos, afetando a sua capacidade produtiva, tão necessária nas fases de retoma e recuperação”.

Concluindo, o especialista considera que as empresas “devem ter em conta estes e outros riscos mais específicos da sua atividade ou ecossistema, não se esquecendo de manter bem ativo o plano de contingência, incluindo cenários que prevejam como bastante prováveis, novas ondas de impacto e duração diferentes, seja localmente ou em regiões diferentes do planeta, podendo voltar a afetar a cadeia de valor”.

 

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Munich Re: Covid-19 quebra 65% do lucro trimestral

  • ECO Seguros
  • 10 Maio 2020

A resseguradora alemã, líder global do setor, assume que as perdas causadas por efeitos da pandemia poderão superar os mil milhões de euros em 2020.

Considerando que as perdas associadas à pandemia (covid-19) são “controláveis”, a resseguradora germânica Munich Re apresentou cerca de 223 milhões de euros de lucro líquido consolidado para o período entre janeiro e março, evidenciando um declínio de 65% face ao apurado um ano antes.

A maior parte das perdas (800 milhões de euros já assumidos só no primeiro trimestre) relacionam-se com cancelamento de eventos no contexto da crise sanitária, mas a instituição estima que o total de prejuízo decorrente da pandemia possa ascender a cerca de mil milhões em todo exercício. O resultado operacional consolidado caiu para 397 milhões de euros (771 milhões em igual período de 2019), enquanto o volume bruto de prémios (todas as linhas de negócio) aumentou globalmente 6,8%, totalizando cerca de 14,3 mil milhões de euros.

Individualizando o negócio de resseguros, a Munich Re gerou 149 milhões de euros de lucro no primeiro trimestre, contra 548 milhões em março de 2019. O montante bruto de prémios contratados em resseguro aproximou-se dos 9,4 mil milhões, a comparar positivamente com 8,4 mil milhões de euros um ano antes.

Considerando apenas a atividade de resseguro em propriedades e de acidentes o rácio combinado agravou-se, subindo aos 106%, igualmente sob impacto da crise sanitária.

Comentando os resultados, Christoph Jurecka, Chief Financial Officer (CFO) da companhia, afirma: “As elevadas perdas devidas à COVID-19 são financeiramente controláveis para a Munich Re. Graças ao nosso balanço sólido e à prudência na gestão de risco, continuamos a ser um parceiro de confiança para os nossos clientes, mesmo nestes tempos difíceis”.

O impacto da pandemia penalizou o balanço, tanto do lado do ativo como o das responsabilidades, pressionando o rácio de solvência, que passou de 237% no termo de 2019, para 212% no final do primeiro trimestre de 2020, mantendo-se ainda confortável face ao intervalo considerado desejável (170-220%), nota o documento no site da companhia.

A “incerteza é extremamente elevada. Ninguém pode dizer como a pandemia vai evoluir”, complementou Jurecka citado pela Reuters, ressalvando ainda que ficaria “muito surpreendido” se a Munich Re fechasse o exercício sem lucros. No final de abril, após a reunião geral de acionistas, Joachim Wenning, presidente da Munich Re já assumia que as perdas decorrentes da pandemia seriam “substanciais”, mas “controláveis” em 2020.

No relatório de resultados, a instituição germânica confirma ainda o que noticiou no final de março: o guidance de lucro para 2020 já não é válido. A meta que havia fixado para o rácio combinado de resseguros de propriedades e acidentes (P&C) também caiu.

De acordo com dados da agência AM Best tendo como critério o valor de prémios brutos, a Munich Re era a maior resseguradora do mundo em 2018, superando a rival Swiss Re. Em conjunto, estas duas companhias europeias detinham 30% do mercado global de resseguro.

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Prémio do seguro automóvel em França só será revisto em 2021

  • ECO Seguros
  • 10 Maio 2020

Se o confinamento devido à pandemia reduziu a sinistralidade, com a reposição gradual da normalidade os acidentes podem ressurgir em alta, sustentam com exemplos as seguradoras francesas.

O esclarecimento público é assinado por Florence Lustman, presidente da Fédération Française de l’ Assurance (FFA), associação setorial das seguradoras, em carta dirigida ao líder da UFC- Que Choisir, uma importante associação não lucrativa de defesa dos consumidores do país.

Florence Lustman escreve em resposta a uma campanha da Union Fédérale des Consommateurs (UFC-Que Choisir) mobilizando os automobilistas para pedirem às seguradoras reembolsos de parte dos prémios de seguro, devido à redução das taxas de sinistralidade e por terem os seus veículos parados em resultado do prolongado período de confinamento imposto pela pandemia (covid-19).

Na missiva dirigida a Alain Bazot, presidente da UFC-Que Choisir, a responsável da FFA lamenta que a entidade que dirige não tenha sido consultada pela UFC antes de investir contra as seguradoras e critica associação por esta assumir uma perspetiva que, em última análise, é contrária aos interesses dos segurados.

Reconhecendo que o número de acidentes rodoviários diminuiu em torno de 75% durante os dois meses de confinamento no país, Lustman questiona se este fato, por si só, justifica o direito ou o interesse de se proceder ao reembolso de parte do prémio.

Na argumentação, a dirigente da federação patronal pondera aspetos de natureza jurídica e menciona os fundamentos mutualistas da atividade seguradora, para depois questionar: “Embora seja verdade que assistimos a uma diminuição dos acidentes nas últimas semanas, quem poderá razoavelmente antecipar a situação nos próximos meses?”

Prosseguindo, Lustman expõe o exemplo chinês, segundo o qual, após o confinamento registou-se um forte aumento na utilização do transporte particular, dado que as pessoas passaram a evitar o risco da partilha de espaço nos transportes públicos. Em crises anteriores também ficou provado, em França, que as famílias deixaram de poder viajar para o estrangeiro e passaram a fazer uso mais frequente do automóvel nas suas deslocações em território francês.

Assim, remata Lustman: “Nunca antes do final do ano poderemos avaliar a situação real dos acidentes automóveis em 2020. Se depois disso, se concluir que os prémios arrecadados foram superiores aos sinistros pagos, então a diferença será repercutida nas tabelas de 2021”.

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Prévoir garante cobertura covid-19 em todos os seguros

  • ECO Seguros
  • 10 Maio 2020

A seguradora aconselha que os titulares de apólices mantenham os atuais seguros de vida, pois as condições de subscrição das apólices podem não ser idênticas daqui por diante.

A seguradora Prévoir Vie considera que o surto de Covid-19 está a ter um impacto significativo na vida de todos os portugueses. “O seu quotidiano ficou marcado pela incerteza, quer em termos de estabilidade financeira, quer em termos de equilíbrio profissional e pessoal”, nota a seguradora.

Neste panorama, aumentou o número de respostas sobre o funcionamento dos seguros, em particular, sobre a abrangência das garantias dos seguros em caso de epidemias ou pandemias. Face a esta dúvida concreta, a seguradora apazigua os receios dos seus segurados: “As condições gerais de todos os produtos da Prévoir não excluem epidemias ou pandemias das respetivas coberturas de Morte, Invalidez Absoluta e Definitiva (IAD) e Invalidez Definitiva para Profissão ou Actividade Compatível (IDPAC)”, salienta a companhia em comunicado.

“Estas coberturas, em caso de situações semelhantes às que vivemos atualmente, estão previstas em todos os produtos que disponibilizamos, sendo um assunto a que estamos a dar muita visibilidade junto dos nossos clientes, dada a sua importância em termos futuros”, afirma Paulo Silva, Diretor de Desenvolvimento Comercial da Prévoir.

Perspetiva de adaptar ofertas a um novo contexto

Face ao atual panorama nacional e internacional, a seguradora prevê “que algumas ofertas se adaptem a este novo contexto”. De momento, a Prévoir “não tem previsto alterações das condições de subscrição de novos seguros”.

Citado no comunicado, Luiz Ferraz, Mandatário Geral da Prévoir em Portugal afirma: “Alguns indicadores demonstram-nos que poderão existir algumas restrições em termos de viagens internacionais ou a inclusão de perguntas relacionadas com o Covid-19 nos questionários médicos. Para já, o nosso aconselhamento é a manutenção dos atuais seguros de vida, pois as condições de subscrição de um seguro de vida podem vir a não ser idênticas daqui por diante.”

Em relação ao futuro, a aposta da Prévoir vai no sentido da flexibilização e rigor. “O aumento da esperança de vida é uma evidência que acompanhamos e para a qual pretendemos criar soluções adequadas e diferenciadoras. A doença é, hoje ainda mais do que no passado, também uma área com grande potencial e um enorme desafio ao nível das coberturas”, acrescenta Paulo Silva, Diretor de Desenvolvimento Comercial da Prévoir.

Presente em Portugal há 24 anos, a Prévoir-Vie Groupe Prévoir é uma sucursal do grupo francês, estando autorizada pela ASF a explorar seguros de Vida, Acidente e Doença.

Operando uma rede com mais de 750 agentes em Portugal, a seguradora tem a sede no Porto obteve uma produção de 15,6 milhões de euros em 2019, proveniente de 51 mil contratos de 36 mil clientes ativos.

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Depois do Vitória de Guimarães, Famalicão conta cinco infetados pelo vírus

  • ECO e Lusa
  • 10 Maio 2020

Os clubes estão a fazer testes aos jogadores após o Governo ter anunciado regresso do futebol para o fim do mês. Depois dos três casos em Guimarães, agora é o Famalicão a registar cinco casos.

O regresso da Liga Nos no final do mês pode estar em risco. Depois do Vitória de Guimarães ter confirmado este sábado três jogadores infetados com o novo coronavírus, agora foi o Famalicão registar cinco casos no clube: três atletas e dois membros da estrutura, segundo revelou fonte do emblema nortenho à agência Lusa.

Após terem realizados testes de despiste na passada quinta-feira, os jogadores famalicenses infetados foram informados do resultado, tendo sido enviados para casa, para ficarem em isolamento.

Contactado pela agência Lusa, o clube não se pronunciou sobre a existência de casos positivos, no entanto, explica que todos os resultados são confidenciais e já foram entregues à Direção Geral de Saúde.

Depois de o Governo ter anunciado o regresso da primeira liga de futebol para o ffim de semana de 30 e 31 de maio, estão a ser realizados testes às equipas de futebol que competem na primeira liga, seguindo o plano elaborado entre a Liga e as autoridades de saúde. Mas a retoma da Liga Nos poderá nem acontecer se houver um número “elevado” de jogadores infetados, adiantou este domingo a diretora-geral de Saúde.

Coronavírus Dados Informativos

Última atualização: 2021-03-03 15:32:02

Fonte: DGS

  • Confirmados

    806.626

    +979

  • Internados

    1.827

    -170

  • Internados UCI

    415

    -31

  • Óbitos

    16.430

    +41

“É uma situação complexa: conciliar retorno da competição com as regras de segurança”, disse Graça Freitas, diretora da DGS, em conferência de imprensa.

“Em relação a linhas vermelhas, são difíceis de as definir. Mas se os testes que se preconizam às equipas derem número elevado de pessoas positivas, aí terá de ser equacionado pelas autoridades de saúde a nível nacional, regional e local, é assim que está previsto”, explicou Graça Freitas.

A diretora esclareceu que há medidas previstas e testagens aos jogadores e disse que as autoridades vão aguardar pela evolução para ver se o campeonato de futebol poderá ser retomado.

A este respeito, Marta Temido disse que Portugal está a olhar para outros países, como a Alemanha, cujas competições vão regressar na próxima semana. “Estamos a aperfeiçoar o nosso pensamento”, disse a ministra da Saúde.

O último balanço da DGS dá conta de um total infetados de 27.581 e ainda 1.135 vítimas mortais em Portugal.

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Mediação de seguros pode aceitar documentos caducados

  • ECO Seguros
  • 10 Maio 2020

Cartão do cidadão, certidões e certificados com prazos caducados entre 24 de fevereiro e 30 de junho podem ser aceites para a realização de contratos de seguros ou adesão a fundos de pensões.

A ASF, entidade reguladora dos seguros divulgou uma Nota de Informação esclarecendo que facto de serem apresentados documentos de identificação com validade expirada, no período de 24 de fevereiro a 30 de junho de 2020, não impede a celebração de contratos de seguro ou a adesão a fundos de pensões, durante o período de excecionalidade causado pela pandemia Covid-19.

O Regulador adianta que o cartão do cidadão, certidões e certificados emitidos pelos serviços de registos e da identificação civil, carta de condução, bem como os documentos e vistos relativos à permanência em território nacional, podem ser aceites mesmo após 30 de junho, desde que o seu titular faça prova de que já procedeu ao agendamento da respetiva renovação.

A obrigatoriedade de apresentação de documentos válidos quando um cliente pretenda celebrar um contrato de seguro do ramo Vida ou aderir a um fundo de pensões, deve-se a legislação existente destinada à prevenção do branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo.

A ASF relembra ainda que os seguros e fundos de pensões são considerados como serviços de primeira necessidade ou essenciais, durante este período de exceção, obrigando os operadores a estarem disponíveis aos seus clientes. No entanto recomenda que se restrinjam os contactos presenciais e se utilizem preferencialmente os mecanismos de atendimento à distância, nomeadamente por via telefónica ou através da Internet, com vista a colaborar na estratégia de impedimento da propagação do novo Coronavírus.

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