“Ainda há muitas empresas” à espera do pagamento do lay-off

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

Apesar de o processo estar a correr melhor, “ainda há um grande número por pagar”, sobretudo processos mais antigos, alerta a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados.

A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados disse que os pagamentos dos apoios do lay-off simplificado estão a correr melhor, mas “ainda há um grande número por pagar”.

“Esta noite foram processados muitos pedidos que estão para pagamento até amanhã, dia 15, outros para dia 18 e outros para dia 20”, afirmou à Lusa a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), Paula Franco.

O Governo tinha garantido que os pagamentos relativos aos pedidos das empresas que entraram até 10 de abril seriam feitos em 30 de abril e 05 de maio e que os restantes, entrados até final do mês, seriam todos pagos até 15 de maio.

Porém, Paula Franco diz que, apesar de o processo estar a correr melhor, “ainda há um grande número por pagar”, sobretudo processos mais antigos, que entraram em março e que continham erros, e também outros que, apesar de já estarem processados, só serão pagos na próxima semana.

“A Ordem tem procurado, junto dos contabilistas, ver se existem erros, substituições, em conjunto com a Segurança Social, no sentido de tentarmos agilizar todos estes processos mais antigos e que estavam pendentes por razões variadas e muitos foram libertados nesta noite”, contou a bastonária.

Segundo adiantou Paula Franco, uma das atividades pendentes devido a erros eram algumas escolas de condução e creches, que tinham pedido o apoio em 16 de março e que “começam agora a estar em pagamento”.

“Ainda é alguma quantidade que aguarda pagamento e algumas estão à espera desse montante para pagar remunerações, mas as empresas ficam tão aliviadas por ver os seus processos despachados que a relevância da data passa para segundo plano”, sublinha a bastonária.

“Por isso, quando aparece o processamento, mesmo que não seja para dia 15, já é uma satisfação enorme”, remata Paula Franco.

A Lusa questionou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Na terça-feira, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse que o apoio referente ao lay-off simplificado tinha já sido pago “a 72 mil empresas abrangendo 623 mil trabalhadores”, sublinhando “o esforço enorme” dos serviços da Segurança Social “para garantir a capacidade de resposta em tão pouco tempo, num quadro de grandes dificuldades” a empresas e trabalhadores.

Por sua vez, a CIP – Confederação Empresarial de Portugal, indicou na segunda-feira que quase 30% das empresas que aderiram ao lay-off simplificado não tinham recebido o pagamento do apoio pela Segurança Social até ao dia 4 de maio, adiantando que tinham sido pagos 260 milhões de euros.

O lay-off simplificado destina-se a apoiar empresas afetadas pela crise desencadeada pelo Covid-19 e tem como objetivo a manutenção dos postos de trabalho.

Os trabalhadores têm direito a receber dois terços da sua remuneração normal ilíquida com limites mínimo de 635 euros e máximo de 1.905 euros, sendo o valor financiado em 70% pela Segurança Social e em 30% pela empresa.

A empresa fica ainda isenta das contribuições para a Segurança Social relativas aos trabalhadores em lay-off.

Podem ter acesso as empresas em situação de crise empresarial comprovada devido ao encerramento total ou parcial por determinação legislativa ou administrativa, ou devido à interrupção das cadeias de abastecimento globais ou da suspensão ou cancelamento de encomendas.

Também podem aderir ao apoio as empresas com quebra de pelo menos 40% da faturação nos 30 dias anteriores, com referência à média mensal dos dois meses anteriores a esse período, ou face ao período homólogo do ano anterior ou, para quem tenha iniciado a atividade há menos de 12 meses, à média desse período.

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Faturação da Novabase sobe 13% para 31,6 milhões no 1.º trimestre

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

O presidente executivo da Novabase assegurou que a empresa está confiante, mas cautelosa, face à pandemia.

A Novabase registou um volume de negócios de 31,6 milhões de euros, mais 13% em comparação com igual período do ano anterior, anunciou hoje a tecnológica.

Em comunicado, a empresa indicou que, entre janeiro e março, o volume de negócios fixou-se em 31,6 milhões de euros, valor que compara com os 27,9 milhões de euros totalizados nos primeiros três meses de 2019.

Por segmento, o volume de negócios do ‘next-gen’ situou-se, no período em causa, em 22,4 milhões de euros, superior aos 20,4 milhões de euros apurados no primeiro trimestre do ano anterior. Já a faturação do ‘value portfolio’ atingiu 9,2 milhões de euros, entre janeiro e março, o que compara com os 7,2 milhões de euros registados no período homólogo.

“Não foram observados impactos relevantes da pandemia de covid-19 neste trimestre, em ambos os segmentos ‘next-gen’ e ‘value portfolio’”, ressalvou a tecnológica. Citado no mesmo documento, o presidente executivo da Novabase assegurou que a empresa está confiante, mas cautelosa, face à pandemia.

“Confiantes na nossa robustez financeira, talento e estratégia. Cautelosos pela incerteza na durabilidade e formato da recuperação”, afirmou João Nuno Bento.

No período em causa, a geração de ‘cash’ ascendeu a 33,2 milhões de euros, com destaque para o encaixe de 32,9 milhões de euros pela alienação do negócio GTE, bem como para o encaixe de 3,2 milhões de euros pela venda da Collab.

O ‘Net cash’ de 67,3 milhões de euros, “o maior já apurado”, ainda não reflete “o pagamento pela aquisição da participação da Vodafone na Celfocus nem o encaixe relacionado com o ajustamento à contrapartida do negócio GTE, que ocorreram no segundo trimestre”.

O grupo não revelou o lucro registado no primeiro trimestre. Na sessão de hoje da bolsa, as ações da Novabase cederam 1,85% para 2,66 euros.

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Mário Ferreira “muito satisfeito” com posição na Media Capital. Reforço “não está pensado”, para já

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

Empresário vai manter os 2,5% no capital da Cofina, mas depois irá vender. “Tenho que a manter porque estou a perder muito dinheiro, umas centenas de milhares de euros", diz.

Mário Ferreira, que acaba de comprar 30,22% da Media Capital aos espanhóis da Prisa, diz estar “muito satisfeito” com esta participação na dona da TVI, não prevendo reforçar para já, e manterá os 2,5% no capital da Cofina.

Em entrevista à Lusa, Mário Ferreira refere que “neste momento [um reforço de posição] não está pensado” e que está “muito satisfeito com os 30%” que adquiriu, garantindo que os parceiros no negócio irão “trabalhar em conjunto e logo se verá o futuro”.

Quanto aos 2,5% que detém atualmente no capital da Cofina, Mário Ferreira disse que, de momento, irá ficar com a posição.

“Tenho que a manter porque estou a perder muito dinheiro, umas centenas de milhares de euros. No dia em que puder recuperar o dinheiro que lá tenho investido ‘ao par’ [equivalente], se isso for possível, já ficava satisfeito. Obviamente que não teria comprado se não tivesse sido desafiado para aquele negócio e pouco interesse tenho em mantê-la lá”, sublinhou.

O empresário, que já se tinha aliado à Cofina para comprar a Media Capital, acabou como acionista do grupo de Paulo Fernandes quando este fez um aumento de capital para esse negócio, só que entretanto a Cofina desistiu de comprar a dona da TVI.

Já sobre esta segunda operação que agora conseguiu concretizar, mas sozinho, e depois do Expresso ter noticiado que Paulo Fernandes tinha voltado a falar com a Prisa e que havia uma proposta de interesse de Marco Galinha, presidente do grupo Bel, Mário Ferreira disse ser “bom ver que poderiam existir potenciais interessados”.

“Isso quer dizer que, afinal, o negócio não é assim tão mau”, reforçou.

"Tenho que a manter [a posição no capital da Cofina] porque estou a perder muito dinheiro, umas centenas de milhares de euros. No dia em que puder recuperar o dinheiro que lá tenho investido ‘ao par’ [equivalente], se isso for possível, já ficava satisfeito.”

Mário Ferreira

Empresário

Para o futuro, o empresário pretende que a Media Capital não fique “tão dependente da publicidade, porque o desenvolvimento da área dos conteúdos será um pilar que, neste momento, serve apenas para produzir para a TVI, mas que no futuro poderá servir também para produzir conteúdos ou para outras estações em Portugal ou no estrangeiro, mas essencialmente no estrangeiro”, salientou, referindo-se à produtora Plural.

Mário Ferreira recordou que a Media Capital contratou há muito pouco tempo a Boston Consulting Group “para apoiar a administração num plano estratégico, faseado e em que a primeira fase é bastante urgente”, passando “não só pela reestruturação financeira”.

Para o empresário é também importante perceber como é que se consegue “não só ter estabilidade financeira, ultrapassando este ano, que é um ano atípico”, mas também como “conseguir já recapitalizar o grupo para passar ao ataque e ter capacidade não só de ultrapassar o ano, mas de investir pensando no futuro”, salientou.

A Prisa anunciou que Mário Ferreira comprou 30,22% da Media Capital, através da Pluris Investments, numa operação realizada por meio da transferência em bloco das ações por 10,5 milhões de euros.

Em comunicado ao regulador espanhol CNMV, a Prisa refere que a Vertix SGPS, sua subsidiária, e a Pluris Investments, empresa de Mário Ferreira e Paula Ferreira, firmaram “a aquisição pela Pluris de ações representativas de 30,22% do capital social da subsidiária portuguesa da Prisa, grupo Media Capital SGPS”.

“A operação foi realizada por meio de transferência em bloco das ações por um preço de 10.500.000 euros”, adiantam em comunicado.

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Governo angolano corta 246 cargos de chefia para poupar 1,6 milhões de euros

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

O Governo de Angola vai economizar, com a redução de 559 para 313 cargos de direção e chefia, um total anual de 1,6 milhões de euros, que serão agora canalizados para educação e saúde.

O Governo de Angola vai economizar, com a redução de 559 para 313 cargos de direção e chefia, um total anual de mil milhões de kwanzas (1,6 milhões de euros), que serão agora canalizados para educação e saúde.

A decisão foi aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros, orientado pelo Presidente angolano, João Lourenço, que analisou os estatutos orgânicos dos oito ministérios que foram alvo de fusão recentemente, no âmbito do programa de reforma do Estado. Em declarações à imprensa, o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, disse que a estratégia global continua a ser de racionalizar, o máximo possível, as estruturas administrativas, para que os recursos financeiros sejam postos ao serviço do setor social.

“Deste modo, foram aprovados os estatutos orgânicos e a principal novidade incide sobre, nesses casos específicos, uma redução substancial das estruturas de direção que existiam, resultante da fusão desses ministérios, tendo sido possível nesses ministérios sair de um total de 559 cargos de direção e chefia, entre diretores nacionais e chefes de departamentos, para um total de 313”, explicou.

Adão de Almeida destacou que com esta estratégia, o Estado vai poupar mensalmente mais de 100 milhões de kwanzas (167.147 euros). “O que nos coloca numa posição de mais mil milhões de kwanzas, do ponto de vista de gastos anuais com essas estruturas administrativas”, disse Adão de Almeida, sublinhando que a redução não implica despedimentos.

“Queremos clarificar que não estamos a falar em redução de pessoas, os quadros da administração pública não estão dispensados como resultado do processo de fusão. Estamos a falar da redução dos cargos de direção e chefia”, frisou. O governante angolano salientou que decorre, paralelamente, um trabalho entre o Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social e o das Finanças “que vai depois dar tratamento a toda uma estratégia em relação ao tema do pessoal ao nível destes setores”.

Segundo Adão de Almeida, além do pilar orçamental, o Governo está a analisar também o das infraestruturas e o dos quadros. O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República disse que o Governo espera conseguir algum ganho nas infraestruturas, explicando que, em alguns casos, existiam dois edifícios públicos para dois ministérios diferentes.

“Agora vamos colocá-los num edifício público, o que também nos traz alguma poupança do ponto de vista do funcionamento das instituições, de bens e serviços. Depois há um pilar do pessoal, que vai ser objeto de um tratamento específico. Acreditamos, também em breve, que esse dossiê será apreciado”, referiu. O número de ministérios do executivo angolano passou de 28 para 21, em março passado, tendo a medida resultado na fusão de oito departamentos ministeriais, cujos estatutos orgânicos foram hoje apreciados.

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Mota-Engil ganha contrato na Polónia no valor de 230 milhões de euros

O contrato, que se prolonga por cerca de três anos, será feito em parceria com uma empresa austríaca.

A construtora portuguesa Mota-Engil ganhou um contrato na Polónia no valor de 230 milhões de euros, que contempla o projeto e construção de um troço de cerca de 15,2 quilómetros. O contrato, que se prolonga por cerca de três anos, será feito em parceria com uma empresa austríaca.

“O contrato ascende a cerca de 230 milhões de euros e contempla a fase de projeto e de construção, terá uma duração de 36 meses e será executado numa parceria (50/50) entre a Mota-Engil Central Europe, S.A. e a Porr, S.A.”, lê-se em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

A construtora liderada por Gonçalo Moura Martins salienta que “o reforço da carteira de encomendas da Mota-Engil na Europa, obtido por esta adjudicação, contribuirá para o aumento de atividade na região, tal como previsto, e para o equilíbrio entre as três regiões em que o grupo opera”.

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FINDE.U: Conhecer o mercado de trabalho à distância

A feira de emprego virtual FINDE.U– Find Your Career, a 17 e 18 de junho, organizada pela Universidade do Porto, é uma oportunidade para quem procura emprego ou desenvolvimento de carreira.

A Universidade do Porto vai organizar a feira virtual de emprego e carreira FINDE.U – Find Your Career, a 17 e 18 de junho, dirigida a toda a comunidade académica nacional, com o objetivo de promover o desenvolvimento de carreira ou o primeiro contacto com o mercado de trabalho. Durante dois dias, os visitantes poderão conhecer 100 empresas, os seus processos de recrutamento e até fazer candidaturas espontâneas, num ambiente 100% virtual.

A feira já tem confirmadas empresas como a PWC, Rangel, Fujitsu, Fraunhofer, Ernest & Young, Bosch, Voltalia e Alten.

Tal como as feiras de emprego presenciais, as empresas terão “stands virtuais” para se apresentarem através de vídeos corporativos e nos quais podem interagir com os visitantes, em grupo ou individualmente. Na feira de emprego, também está previsto que decorram entrevistas de recrutamento através de um chat em direto e possibilidades de trabalhar a rede de contactos entre candidatos e potenciais empregadores.

A Federação Académica do Porto organiza, antes da feira de emprego, um conjunto de webinares a 8, 9 e 15 de junho e uma FINDE.U Talk, a 17 de junho, para preparar os visitantes.

As feira é limitada à participação de 100 empresas e se está interessado em participar, pode inscrever a sua através do email [email protected].

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Comércio receia atrasos no apoio à retoma de atividade pós lay-off

O Governo lançou um apoio à retoma da atividade para as empresas em lay-off, mas as candidaturas ainda não foram abertas. "Já é previsível que também nesta medida se registarão atrasos", diz CCP.

O Governo preparou um incentivo extraordinário a ser pago no momento da retoma da atividade das empresas que tenham recorrido ao lay-off simplificado, mas ainda pouco se sabe sobre esse apoio. Com a reabertura da economia já em curso, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) receia que também nesta âmbito se registem atrasos e avisa: “Se estas medidas falham ou são insuficiente, então o Estado falhou no apoio ao tecido empresarial“.

“Este incentivo financeiro é fundamental nesta fase de retoma da atividade. No entanto, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) ainda não abriu as candidaturas, sendo já previsível que também nesta medida se registarão atrasos“, frisa a confederação liderada por João Vieira Lopes.

Em causa está um incentivo financeiro destinado aos empregadores que tenham recorrido ao lay-off simplificado, que será pago no momento da retoma da atividade da empresa. O apoio é transferido uma só vez e tem o valor de uma remuneração mínima garantida por cada posto de trabalho mantido, isto é, 635 euros por trabalhador.

No decreto-lei publicado em março, o Governo tinha definido que este “incentivo financeiro extraordinário para apoio à normalização da atividade da empresa” deveria ser pedido ao IEFP; Entretanto, no diploma que fixou as medidas excecionais resultantes do estado de calamidade, o Executivo atirou para uma portaria a ser publicada pelo Ministério de Ana Mendes Godinho a regulamentação desse apoio, “designadamente no que respeita aos procedimentos, condições e termos de acesso”.

Cerca de 20 dias depois desse decreto-lei, ainda não saiu qualquer portaria nesse sentido do Ministério do Trabalho e no IEFP está indicado que o “período de candidaturas ainda está encerrado”. O ECO questionou tanto o Governo como o IEFP sobre esta matéria, mas não obteve resposta de nenhuma das partes.

Num momento em que já está em curso a retoma da economia e algumas empresas preparam a saída do lay-off, a CCP frisa que, se estas medidas falharem ou forem insuficientes, então terá sido o próprio Estado a falhar “no apoio ao tecido empresarial” português.

Também nos apoios relativos ao lay-off foram registados atrasos nos pagamentos, tendo o ministro da Economia reconhecido que se defraudaram as expectativas dos empresários. “São hoje mais do que evidentes os atrasos no pagamento dos apoios incluídos na medida designada como lay-off simplificado. O apoio financeiro não chegou em tempo útil às empresas inviabilizando, em muitos casos, o pagamento de salários do mês de abril“, denuncia, esta quinta-feira, a CCP.

A confederação liderada por João Vieira Lopes defende, além disso, o prolongamento deste regime para lá do prazo de 30 de junho inicialmente fixado, para apoiar as empresas e o emprego também na reabertura da economia. “[É necessário] prorrogar o atual regime de lay-off simplificado, uma vez que muitas atividades ainda não retomaram e as que já iniciaram a sua atividade dificilmente conseguirão, numa primeira fase, manter a totalidade dos postos de trabalho”, remata a CCP.

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É oficial. Mário Ferreira compra 30,22% da Media Capital à Prisa por 10,5 milhões

A confirmação é feita na véspera de terminar o prazo dado pela Prisa para negociações exclusivas com a holding do empresário português. Transação coloca o valor da empresa em 130 milhões de euros.

O empresário Mário Ferreira já fechou os detalhes da compra da Media Capital com a Prisa e vai mesmo ficar com 30,22% do grupo de media que detém a TVI e a rádio Comercial. A operação foi realizada através da Pluris Investments, tendo um custo de 10,5 milhões de euros.

A confirmação, enviada em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), surge na véspera de terminar o prazo dado pela Prisa para negociações exclusivas com a holding do empresário português.

“A transação foi realizada através de uma transferência de um bloco de ações pelo preço de 10.500.000 euros. O valor implícito da transação coloca o valor da empresa em 130 milhões de euros, tendo em conta a posição financeira da Media Capital no final do primeiro trimestre do ano”, explica o comunicado da Prisa.

Esta não é a primeira tentativa de venda da dona da TVI, que estava no mercado há uma década. E o valor tem caído a pique à medida que o tempo avança. Em março, a Cofina chegou a estar próxima de fechar uma oferta pública de aquisição, mas um aumento de capital falhado devido ao coronavírus acabou por determinar o fim da oferta.

A Cofina tinha começou por oferecer 180 milhões de euros, num negócio que avaliava a empresa em 255 milhões de euros, um valor que foi revisto depois para 205 milhões, ainda consideravelmente acima do negócio atual. E ainda assim, muito abaixo do que a Altice tinha oferecido, menos de dois anos antes. Mas nenhum destes fechou negócio, nem mesmo um grupo de empresários liderado por Marco Galinha, do grupo Bel, que tinha feito uma proposta concorrente à de Mário Ferreira.

O valor oferecido pelo CEO da Douro Azul acabou por ficar assim muito abaixo do que já esteve em cima da mesa. Segundo a Prisa, a diminuição já reflete o impacto da pandemia. “Esta avaliação fica abaixo das últimas estimativas de mercado feitas por analistas, que incluem já considerações sobre o potencial impacto do Covid-19 nos ativos de media“, refere a acionista, que contratou a BCG para fazer uma avaliação global da empresa e apontar alternativas estratégicas.

Os espanhóis da Prisa antecipam uma perda contabilística de 29 milhões de euros devido ao negócio, que dizem ser parte da estratégia de desinvestimento na Media Capital. “A Prisa reitera considerar a Pluris um investidor adequado para a Media Capital, tendo em conta o seu empenho em promover um projeto virado para o futuro que fortaleça a posição da Media Capital no mercado”, acrescenta.

(Notícia atualizada às 18h00)

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PGR angolana diz que Isabel dos Santos tem de ser ouvida em Angola

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

Ao contrário do que acontece no processo cível, em que Isabel dos Santos pode fazer-se representar pelos seus mandatários, no caso do processo-crime “terá de comparecer para ser ouvida”.

A empresária Isabel dos Santos terá de comparecer em Angola para ser ouvida no âmbito do processo-crime de que é alvo, disse esta quinta-feira à Lusa o porta-voz da Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana.

O processo-crime encontra-se ainda em fase de instrução preparatória, “decorrendo diligências investigativas”, pelo que está em segredo de justiça, afirmou Álvaro João. A instrução preparatória, que corresponde à fase de inquérito em Portugal, consiste na fase processual dedicada à investigação e recolha de provas.

A empresária angolana reafirmou esta quinta-feira que foram usados documentos falsificados no processo cível que corre contra si em Angola, no âmbito do qual foi feito um arresto dos seus bens, e acrescentou que “desconhece o conteúdo” dos processos criminais, “mantido secreto até hoje”.

Ao contrário do que acontece no processo cível, em que Isabel dos Santos pode fazer-se representar pelos seus mandatários, no caso do processo-crime “terá de comparecer para ser ouvida” e responder às acusações que são feitas, explicou o porta-voz da PGR.

Questionado sobre o novo comunicado de Isabel dos Santos, divulgado esta quinta-feira, no qual a empresaria reitera que foram usados documentos falsos como prova para arrestar os bens, no âmbito de um processo cível em que o Estado angolano reclama um crédito de mais de mil milhões de dólares, Álvaro João disse que nada mais há a acrescentar em relação ao que a PGR respondeu e que todas as contestações devem ser apresentadas em tribunal.

A PGR garantiu que o pedido de arresto dos bens de Isabel dos Santos não se baseou no passaporte falsificado referido pela empresária, cuja autenticidade estava a ser investigada, mas em documentos que atestavam o receio de dissipação do património.

A ação do Estado angolano contra Isabel dos Santos, no âmbito do processo cível no qual o Estado reclama um crédito superior a mil milhões de dólares (925,7 milhões de euros), deu entrada em 2 de março no Tribunal Provincial de Luanda.

A ação dá seguimento ao arresto preventivo de contas bancárias e participações sociais da empresária Isabel dos Santos, do seu marido Sindika Dokolo e do gestor Mário Leite da Silva, decretado pelo Tribunal Provincial de Luanda, em dezembro.

Em 31 de dezembro de 2019, o Tribunal Provincial de Luanda decretou o arresto preventivo das contas bancárias pessoais de Isabel dos Santos, de Sindika Dokolo e de Mário Leite da Silva, no Banco de Fomento Angola (BFA), Banco Internacional de Crédito (BIC), Banco Angolano de Investimentos (BAI) e Banco Económico, além das participações sociais que os três detêm enquanto beneficiários efetivos no BIC, Unitel, BFA e ZAP Media.

O despacho sentença proferido na altura dava como provada a existência de um crédito dos requeridos para com o Estado angolano num valor superior a mil milhões de dólares, dívida que os requeridos terão reconhecido, mas alegaram não ter condições para pagar, de acordo com o documento.

Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, foi constituída arguida no âmbito de um outro processo por alegada “má gestão e desvio de fundos” enquanto presidente da companhia petrolífera estatal Sonangol. A empresária rejeitou todas as acusações e queixou-se de ser vítima de uma perseguição com motivações políticas.

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou em 19 de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de ‘Luanda Leaks’, que detalham alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano através de paraísos fiscais.

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Alemanha pode ter redução de 100 mil milhões nas receitas fiscais

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

A nova estimativa é de 717,8 mil milhões de euros de receitas fiscais em 2020 contra 799,3 mil milhões alcançados em 2019.

A pandemia de covid-19 deve levar a uma redução de quase 100 mil milhões de euros nas receitas fiscais alemãs este ano, segundo uma estimativa publicada esta quinta-feira pelo ministro das Finanças, Olaf Scholz.

“Em comparação com a estimativa de outubro, espera-se que a entrada de impostos fique 98,6 mil milhões de euros abaixo do esperado”, indicam os peritos do ministério em comunicado. Essa redução deverá ser de cerca de 44 mil milhões de euros para o Estado federal, de 35 mil milhões para os estados regionais e de 15,6 mil milhões para as autarquias.

A nova estimativa é de 717,8 mil milhões de euros de receitas fiscais em 2020 contra 799,3 mil milhões alcançados em 2019. Esta descida surge depois de fábricas, restaurantes, lojas e outras atividades terem sido forçadas a parar devido às medidas de confinamento adotadas para conter a pandemia.

Para 2020, o Governo alemão prevê uma recessão histórica de 6,3%. Para relançar a economia, Scholz prometeu que haverá “um programa conjuntural” em junho. “Não creio que possamos combater uma crise a poupar”, afirmou o ministro das Finanças, questionado sobre um eventual programa de austeridade.

A Alemanha registou 933 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, para um total de 172.239 infetados. O Instituto Robert Koch (RKI) indicou que são agora 7.723 as vítimas mortais, um aumento de 89 em relação ao dia anterior.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 294 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

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Corticeira Amorim imune à pandemia. Lucros crescem

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

"Até final de março não se registou impacto material [da pandemia] no volume de negócios", diz a empresa liderada por António Rios de Amorim. Vendas ascenderam a 203,7 milhões.

O lucro da Corticeira Amorim aumentou 6,8% para 19,9 milhões de euros no primeiro trimestre em termos homólogos, tendo as vendas subido 0,7%, para 203,7 milhões, ainda imunes à pandemia, divulgou a empresa.

“Até final de março não se registou impacto material [da pandemia] no volume de negócios e, apesar de atualmente se manter uma atividade industrial quase em pleno, as expectativas para abril, maio e junho são de redução”, refere a Corticeira Amorim num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Admitindo que, “neste momento, o impacto dos efeitos diretos e indiretos do Covid-19 é de difícil mensuração, estando largamente dependente da extensão da sua disseminação e dos seus efeitos sobre a economia global”, a Corticeira Amorim diz que “prestará especial atenção à questão das cobranças de clientes”, mas ressalva que, “num universo de quase 30.000 clientes em todo o globo, o risco está significativamente repartido”.

Segundo a empresa, a comparação homóloga do volume de negócios até março está “condicionada” pelo facto de o primeiro trimestre de 2019 ter sido “o mais elevado em termos de crescimento de vendas” (+9,2%) em todo o ano passado.

Adicionalmente, refere, o início deste ano “também foi afetado pelos sinais de abrandamento prévios ao Covid-19, resultantes da guerra comercial entre os EUA e a China e também pelo aplicar de tarifas de 25% impostas pelos EUA à importação de vinhos europeus com menos de 14% álcool”.

Até março, a empresa com sede em Mozelos, Santa Maria da Feira, reporta um aumento homólogo de 2,8% do EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado, para 35,8 milhões de euros, tendo o rácio EBITDA/vendas progredido de 17,2% para 17,6%.

Segundo a corticeira, esta evolução reflete “os aumentos de preços de venda e os ganhos de eficiência operacional nas várias unidades de negócio, que compensam o efeito negativo do aumento do preço de consumo das matérias-primas”.

Numa análise por Unidades de Negócio (UN), o crescimento das vendas da UN Rolhas – a que tem o maior peso na faturação da Corticeira Amorim – foi de 1,0%, para 144,8 milhões de euros, salientando-se o crescimento nos segmentos dos vinhos tranquilos e espumosos, nas rolhas Neutrocork e nos mercados dos EUA e Itália, enquanto em França e Espanha recuaram.

Já a UN Revestimentos “conseguiu inverter a tendência de diminuição das vendas nos trimestres anteriores, terminando o trimestre com um crescimento do volume de negócios de 11,0%”, para 31,5 milhões de euros, onde se destaca a subida da faturação na Escandinávia, Alemanha e América do Norte.

As UN Matérias-Primas (-7,7%), Aglomerados Compósitos (-6,7%) e Isolamentos (-12,4%) diminuíram as suas vendas face ao período homólogo.

Analisando a rentabilidade por unidades de negócio, a Corticeira Amorim salienta que a UN Revestimentos “apresenta EBITDA positivo [de 1,3 milhões de euros, contra -1,0 milhão de euros no trimestre homólogo], dando sinais que as ações implementadas para inverter a performance negativa começam a surtir efeito”.

Quanto ao EBITDA das UN Matérias-Primas e Rolhas, ascendeu a 34,5 milhões de euros, com a empresa a referir que, “apesar do impacto do aumento dos preços de consumos da cortiça, o aumento da atividade, as melhorias introduzidas na área operacional, nomeadamente no aproveitamento da matéria-prima na área de trituração, e a implementação de aumentos de preços permitiram o crescimento do EBITDA do conjunto das UN”.

Nesta UN, o rácio EBITDA/Vendas aumentou para 23,2%, face aos 22,8% do trimestre homólogo.

O EBITDA da UN Aglomerados Compósitos atingiu 2,1 milhões de euros (-36,2% face ao período homólogo) e o rácio EBITDA/Vendas diminuiu para 8,3% (12,2% no período homólogo). A redução das vendas e um mix de produtos “menos favorável” foram os principais motivos avançados para a deterioração do EBITDA desta área de negócios.

Já a UN Isolamentos reverteu as perdas registadas no período homólogo, tendo terminado o trimestre com um EBITDA de 0,2 milhões de euros e um rácio EBITDA/Vendas de 5,2% (-1,4% no trimestre homólogo), “refletindo a esperada inversão da tendência de consumo de cortiça a preços mais elevados”.

No final do trimestre, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim ascendia a 152,3 milhões de euros (161,1 milhões de euros no final de 2019), salientando a empresa que, “apesar das necessidades de investimento em fundo de maneio (15,1 milhões de euros) e no ativo fixo (8,4 milhões de euros), foi possível reduzir a dívida líquida”.

“A robustez do balanço da Corticeira Amorim, associado ao apoio das instituições financeiras, garantem uma adequada e equilibrada estrutura de capitais”, refere, destacando que “terminou o trimestre com caixa e equivalentes no valor de 74 milhões de euros, o que permite salvaguardar eventuais limitações de liquidez que possam vir a ocorrer”.

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Tombo de 11% da Jerónimo Martins pressiona bolsa de Lisboa. BCP cai 4%

A retalhista dona do Pingo Doce está sob forte pressão devido à quebra nos lucros no primeiro trimestre e ao corte do dividendo em 40%. Também o BCP, que tocou mínimos históricos, pesou no PSI-20.

A bolsa de Lisboa negociou em terreno negativo pela quarta sessão consecutivo e fechou abaixo da barreira dos 4.000 pontos pela primeira vez desde 3 de abril. Pressionado pelos “pesos pesados” Jerónimo Martins e BCP, o índice PSI-20 perdeu 2,91% para 3.958,57 pontos na sessão desta quinta-feira.

A retalhista dona do Pingo Doce afundou 10,92% para 13,99 euros por ação, depois de ter divulgado que os lucros no primeiro trimestre caíram quase para metade e de ter cortado em 40% o dividendo a distribuir pelos acionistas devido aos efeitos da pandemia.

O selloff foi ainda agravado por uma nota de research do banco de investimento Jefferies, que cortou o preço-alvo das ações para 17,50 euros (contra a anterior estimativa de 19,40 euros). Este foi o maior tombo das ações em seis anos e levou os títulos para o valor mais baixo desde março.

Jefferies aumenta pressão sobre as ações da Jerónimo Martins

A sessão não foi só negra para a Jerónimo Martins. Também o BCP está sob forte pressão. O banco liderado por Miguel Maya perdeu 3,83% para 8,54 cêntimos por ação, tendo tocado esta quinta-feira o valor mais baixo de sempre: 8,46 cêntimos.

O desempenho do banco reflete a recomendação do CaixaBank/BPI, que cortou, na quarta-feira, o preço-alvo das ações do BCP, para 11 cêntimos por ação (contra a anterior estimativa de 25 cêntimos), devido ao impacto do coronavírus. O BCP só vai apresentar resultados na próxima semana, mas a unidade polaca, o Bank Millennium, viu uma queda de 89% nos lucros do primeiro trimestre.

Europa cai menos que Lisboa

Ações cíclicas como a Altri (-5,58%), a Corticeira Amorim (-4,07%) ou a Semapa (-3,12%) também registaram fortes perdas. A EDP Renováveis e a EDP caíram 2,27% e 3,11%, respetivamente. As únicas duas cotadas que fecharam a sessão no verde foram a Ibersol (+0,52%) e a REN (+0,80%).

Neste cenário, o PSI-20 liderou as perdas entre as principais praças europeias. “Os mercados europeus terminaram em baixa, com os investidores a digerirem as palavras do Presidente da Fed”, explica o BPI, numa nota de fecho da sessão, em relação ao discurso de Jerome Powell, que apontou para uma recuperação bastante incerta.

“Por outro lado, o reavivar das tensões entre os EUA e a China prejudicaram os setores mais cíclicos e mais expostos à economia deste último país. Todos os setores encerraram em baixa, tendo as perdas sido mais expressivas nos setores retalhista e de produtos alimentares“, acrescentam sobre as perdas na Europa, onde o Stoxx 600 caiu 2,17%, o espanhol IBEX 35 recuou 1,3%, o alemão DAX cedeu 1,99% e o francês CAC 40 desvalorizou 1,65%.

(Notícia atualizada às 17h05)

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