Distanciamento, máscaras e caixote do lixo próprio. Estas são regras da DGS para dia-a-dia durante a pandemia

A Direção-Geral da Saúde tem recomendações para os comportamentos que se devem adotar do longo do dia, que incluem o distanciamento e o tratamento de resíduos.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou esta quinta-feira o primeiro volume do Manual Saúde e atividades diárias, que contém medidas gerais de prevenção e controlo da Covid-19. Para além deste serão depois publicados vários “volumes temáticos com recomendações a adotar em diferentes contextos”, adianta a DGS.

Contempla medidas de distanciamento, nomeadamente sublinhando que se deve manter uma distância de pelo menos 1,5-2 metros das outras pessoas e que não é aconselhável “ter contactos desnecessários (como por exemplo, convívios dentro ou fora de casa)”. Descrevem também alguns cuidados a ter com os resíduos, nomeadamente usar um caixote do lixo só para si.

Veja aqui o primeiro volume das recomendações da DGS:

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Governo prolonga até 15 de junho interdição de voos de e para fora da UE

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

A interdição de voos de e para fora da UE "produz efeitos a partir das 00h00 do dia 18 de maio de 2020 e vigora até às 00h00 do dia 15 de junho". Há algumas exceções.

O Governo prolonga, a partir das 00h00 da próxima segunda-feira e até 15 de junho, a interdição de voos com destino e a partir de Portugal para e de países fora da União Europeia, revela um despacho.

A interdição de voos “produz efeitos a partir das 00h00 do dia 18 de maio de 2020 e até às 00h00 do dia 15 de junho”, especifica o executivo, num despacho conjunto publicado na quarta-feira em suplemento do Diário da República, que prolonga uma interdição já em vigor mas que terminava na próxima semana.

“Atendendo à avaliação da situação epidemiológica em Portugal e na União Europeia e às medidas propostas pela Comissão Europeia, importa garantir a segurança interna através de medidas adequadas que contenham as possíveis linhas de contágio, impondo-se a prorrogação da mencionada interdição, num quadro de prevenção e contenção da pandemia também por via do estabelecimento de restrições ao tráfego aéreo“, explica o Governo no despacho.

Não obstante, mantém a necessidade de prever exceções a tais restrições, aos países associados ao Espaço Schengen (Liechtenstein, Noruega, Islândia e Suíça), e aos países de expressão oficial portuguesa mas, do Brasil, ressalva porém que “serão admitidos apenas” os voos provenientes de e para São Paulo e de e para o Rio de Janeiro.

Outras exceções à interdição de tráfego aéreo são o Reino Unido, os Estados Unidos da América, a Venezuela, o Canadá e a África do Sul, “dada a presença de importantes comunidades portuguesas”, explica o Governo.

Outra ressalva do diploma, que exceciona a interdição, são voos “destinados a permitir o regresso a Portugal dos cidadãos nacionais ou aos titulares de autorização de residência em Portugal, e ainda os voos destinados a “permitir o regresso aos respetivos países” de cidadãos estrangeiros que se encontrem em Portugal, mas desde que tais voos sejam promovidos pelas autoridades competentes de tais países, sujeitos a pedido e acordo prévio, e no respeito pelo princípio da reciprocidade.

O despacho também não é aplicável a aeronaves de Estado e às Forças Armadas, a aeronaves que integram ou venham a integrar o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, nem a voos para transporte exclusivo de carga e correio, bem como a voos de caráter humanitário ou de emergência médica e a escalas técnicas para fins não comerciais.

Há menos de uma semana, em08 de maio, a Comissão Europeia convidou os Estados-membros a prolongarem até 15 de junho a interdição de entradas “não indispensáveis” em território europeu, adotada em meados de março como forma de prevenir a propagação da pandemia covid-19.

O executivo comunitário justificou esta proposta de prorrogação da medida por mais 30 dias por a situação relativa à pandemia permanecer “frágil” e entender que só faz sentido as restrições nas fronteiras externas serem aligeiradas depois de os controlos nas fronteiras internas começarem a ser gradualmente levantados, e de forma coordenada entre os Estados-membros.

Em Portugal, morreram 1.184 pessoas por causa da covid-19, das 28.319 com infeção confirmada, segundo a Direção-Geral da Saúde.

Por regiões, a Europa soma mais de 161 mil mortos (mais de 1,8 milhões de infetados confirmados), Estados Unidos e Canadá mais de 89.500 mortos (mais de 1,4 milhões de infetados), América Latina e Caribe mais de 24 mil mortos (mais de 405 mil infetados), Ásia mais de 11 mil mortos (mais de 327 mil infetados), Médio Oriente mais de 7.800 mortos (mais de 248 mil infetados), África mais de 2.400 mortos (quase 72 mil infetados) e Oceânia com 126 mortos (mais de 8.300 infetados).

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Covid-19: Governo aumenta para 793,7 milhões de euros garantias de Estado para as empresas

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

As garantias estatais a favor do Fundo de Contragarantia Mútuo aumentaram para 793,7 milhões de euros, cobrindo as sociedades de garantia mútua destinadas a créditos à restauração, turismo e viagens.

O Governo aumentou para 793,7 milhões de euros as garantias estatais a favor do Fundo de Contragarantia Mútuo, cobrindo garantias das sociedades de garantia mútua destinadas a créditos à restauração, turismo, viagens e apoio à atividade económica.

A autorização do secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Mourinho Félix, foi assinada na terça-feira, e publicada em suplemento do Diário da República no dia seguinte, para cobertura de responsabilidades a favor de empresas, no contexto da situação de emergência económica nacional causada pela pandemia da doença covid-19, e inclui o parecer favorável (anexo ao diploma) do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Siza Vieira.

“Autorizo a concessão de uma garantia pessoal do Estado ao Fundo de Contragarantia Mútuo, no montante global de 793.733.490 euros, destinada a assegurar as responsabilidades de capital deste Fundo pelas contragarantias às Sociedades de Garantia Mútua, no âmbito das linhas de crédito específicas de apoio às empresas nacionais decorrentes da pandemia da doença COVID-19“, determina Mourinho Félix, fixando a taxa de garantia em 0,2% por ano.

Na ficha técnica publicada em anexo ao despacho, o governante define a finalidade da garantia estatal: cobertura de responsabilidades assumidas pelo Fundo de Contragarantia Mútuo (FCGM) em contragarantia das garantias prestadas pelas sociedades de garantia mútua (SGM) ao abrigo da linha global de apoio de 6,2 milhões de euros que inclui quatro linhas de crédito covid-19: Apoio a Empresas da Restauração e Similares, Apoio a Empresas do Turismo, Apoio a Agências de Viagem, Animação Turística, Organização de Eventos e Similares e Apoio à Atividade Económica.

Mas as empresas beneficiárias têm de ser micro, pequenas e médias empresas (PME), bem como small mid cap e mid cap, localizadas em território nacional, que cumpram cumulativamente vários requisitos, ou empresas que apresentem uma declaração de compromisso de manutenção de postos de trabalho permanentes e não ter promovido, nem vir a promover, processos de despedimento coletivo ou por extinção do posto de trabalho, ou demonstrem estar sujeitas ao regime de lay-off, mediante a apresentação de aprovação da Segurança Social.

Também as operações financeiras elegíveis são definidas no despacho e têm de ser destinadas ao financiamento de necessidades de tesouraria e de fundo de maneio, a favor dos beneficiários finais, que cumprem as condições estabelecidas para aquelas quatro linhas de crédito.

O ministro da Economia, na fundamentação do seu parecer favorável à autorização do secretário de Estado das Finanças, destaca a “grave falta de liquidez” que as empresas enfrentam “em todas as áreas” do país, nomeadamente através de distúrbios nas cadeias de abastecimento ou queda abruptas da procura dirigida a empresas solventes e bem administradas, “colocando em risco” a sua sobrevivência.

Os requisitos das linhas de crédito objeto do presente pedido asseguram que não podem beneficiar das mesmas as empresas que genericamente não tenham situação líquida positiva ou que se encontrem em incumprimento perante o Estado, Segurança Social ou a banca. Tratam-se, assim, de produtos destinados a preservar a capacidade produtiva e a manutenção dos postos de trabalho de empresas viáveis, mas que veem a sua atividade fortemente afetada pela crise gerada pela pandemia da doença covid-19“, afirma Siza Vieira.

A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco, numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças, em 21 de abril, acusou as sociedades de garantia mútua, que têm acionistas públicos, de serem mais inflexíveis do que os bancos na concessão de empréstimos bonificados às empresas, e pediu uma intervenção do Governo.

“Tem de haver uma intervenção direta do Governo (…), pois não estão a ser concedidos financiamentos” às empresas em dificuldade económica por causa da pandemia do novo coronavírus, disse a bastonária aos deputados, precisando os nomes do EuroBic e da Caixa de Crédito Agrícola como “exemplos de intransigência” na concessão daqueles créditos “essencialmente” os destinados a pequenas e médias empresas (PME) e, dentro destas, a microempresas, a quem “se pede tudo” e que não têm “suporte para fazer pressão” junto de quem concede os empréstimos.

A SPGM – Sociedade de Investimento é a entidade que gere o Fundo de Contragarantia Mútuo (FCGM), constituído em 1998 como destinatário das entregas de capital realizadas pelo Estado para permitir o funcionamento do sistema de Garantia Mútua, dando condições às Sociedades de Garantia Mútua (SGM) para assumir as suas responsabilidades enquanto garantes de financiamentos emitidos pela banca a favor das empresas portuguesas.

Este património financeiro, segundo a página de internet da SPGM, é atualmente detido pelo Estado, através de diversos organismos, entre os quais o IAPMEI, Turismo de Portugal, IFAP, Fundação para a Ciência e Tecnologia, entidades públicas das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.

Sempre que uma entidade pública, com responsabilidades enquadradas na política económica vigente, decide utilizar o mecanismo da Garantia Mútua, é efetuada uma dotação de capital no FCGM, proporcional aos apoios a conceder às empresas, tendo em conta que o capital daquele fundo suporta apenas parte das perdas por incumprimento do pagamento das dívidas pelas empresas, sendo a parte restante suportada pelo banco e pela SGM envolvida no contrato com a empresa.

O FCGM garante, automática e obrigatoriamente, todas as garantias emitidas pelas SGM (daí se falar de contragarantia), alavancando a sua capacidade de intervenção e apoio às PME e demais entidades visadas, como agricultores ou estudantes do ensino superior.

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Governo quer prolongar empréstimos para as rendas. Mas moratórias não

O Governo quer prolongar por mais tempo os empréstimos concedidos pelo IHRU para as rendas, mas não as moratórias, por considerar que estas não são tão favoráveis para as famílias.

O Governo quer estender por mais tempo os empréstimos concedidos pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), disse esta quinta-feira a secretária de Estado da Habitação. Esta intenção já tinha sido revelada por Pedro Nuno Santos. Contudo, o Executivo não pensa da mesma forma em relação às moratórias nas rendas, uma vez que aumentam o endividamento das famílias.

Presente numa conferência virtual da OCDE sobre as medidas adotadas no campo da habitação face à crise provocada pelo coronavírus, Ana Pinho começou por referir que Portugal tem “uma grande quantidade de problemas relacionados com a habitação” e que a esta “é uma prioridade” para o Governo. Enumerando todas as medidas adotadas neste sentido, desde a suspensão dos despejos e do prazo de caducidade dos contratos de arrendamento, às moratórias e aos empréstimos do IHRU, a secretária de Estado afirmou que o Governo pretende prolongar algumas.

“Estamos a começar a aliviar as medidas de contenção e já temos aprovado o primeiro pacote de medidas, que inclui a suspensão do prazo de caducidade dos contratos de arrendamento até setembro”, disse Ana Pinho, acrescentando que “o Governo vai ver se [o Parlamento] concorda com a extensão dos apoios do IHRU”.

Mas o mesmo não se aplica às moratórias nas rendas. “Não estamos a planear estender o mecanismo de flexibilidade, porque os empréstimos do IHRU são muito melhores para as famílias, uma vez que estas podem começar a pagar mais tarde”, disse, referindo que, com as moratórias, as “famílias vão acumular rendas e será mais difícil de pagar”. Assim, a proposta do Governo é “estender apenas este mecanismo [empréstimos], com o Estado a assumir a dívida para os senhorios”.

Esta intenção já tinha sido anunciada pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação durante uma audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação no final de abril. “Estamos a estudar possibilidade de se prolongarem mais algum tempo para garantir a estabilidade neste período”, disse Pedro Nuno Santos, referindo-se aos empréstimos do IHRU e à suspensão do prazo de caducidade dos contratos de arrendamento, que acabou prolongada até 30 de setembro pelo Parlamento.

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Centeno: “Não há ausência de controle” no Novo Banco

O Programa de Estabilidade vai ser discutido esta quinta-feira na Assembleia da República numa altura em que a polémica à volta do Novo Banco continua na atualidade.

Esta quinta-feira o Programa de Estabilidade 2020 entregue na semana passada pelo Governo será discutido na Assembleia da República para depois ser enviado para a Comissão Europeia. Contudo, a atualidade está a ser marcada pela discussão da polémica à volta da transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução e, por sua vez, para o Novo Banco ao abrigo do mecanismo de capital contingente.

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Produção automóvel afunda 96% em abril. Saíram apenas 1.238 carros das fábricas portuguesas

  • ECO
  • 14 Maio 2020

A produção automóvel esteve quase parada no mês passado. Setor foi penalizado pela paralisação da fábrica de Palmela da Autoeuropa, a maior exportadora do país, durante parte de março e abril.

Foram produzidos apenas 1.238 veículos automóveis ligeiros e pesados em Portugal, em abril. No mês em que a Autoeuropa esteve parada, verificou-se uma queda de 95,7% face ao período homólogo. Pela primeira vez, não houve um único carro comercial ligeiro produzido no país, segundo mostram dados da ACAP – Associação Automóvel de Portugal.

A produção de ligeiros de passageiros caiu 94,8% para apenas 1.232 veículos, aos quais acrescem apenas seis veículos pesados, ou seja menos 98,5% que em abril do ano passado.

Em termos acumulados, no primeiro quadrimestre de 2020, registou-se um decréscimo de 36,3% em comparação com o período homólogo, correspondendo a 78.442 unidades fabricadas em 2020″, diz a ACAP.

Neste período, pesou a paralisação da fábrica de Palmela da Autoeuropa, a maior exportadora do país, entre 17 de março e 27 de abril, sendo que a retoma já começou de forma gradual.

Produção automóvel em Portugal

Fonte: ACAP

“A informação estatística relativa aos quatro meses de 2020 confirma a importância que as exportações representam para o setor automóvel já que 98,1% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo, o que, sublinhe-se, contribui de forma significativa para a balança comercial portuguesa”, sublinha a associação.

A Europa continuou a ser o mercado líder nas exportações dos veículos fabricados em território nacional, com 97,5% do total a ser enviado para outros países. A Alemanha (19,6%), França (16,7%), Itália (15,7%), Espanha (11,2%) e Reino Unido (9,9%) estão no topo do ranking.

Além da produção, também a montagem de veículos automóveis em Portugal caiu em abril de 2020. Foram montados 12 veículos pesados, tendo representado um decréscimo de 96% face a igual mês do ano de 2019. No primeiro quadrimestre de 2020, a montagem de veículos pesados apresentou uma queda de 86,8% para apenas 181 veículos montados em 2020.

Pela primeira vez, nenhum dos veículos montados em Portugal foi exportado. Ainda assim, 80,7% dos veículos montados nos quatro meses do ano foram exportados”, acrescenta a ACAP.

(Notícia atualizada às 15h40)

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Wall Street volta a cair face a receios de lenta recuperação económica

Principais índices bolsistas dos EUA recuam em torno de 1%, penalizados pelas perspetivas de lenta recuperação económica, pelos receios em torno da guerra comercial e pelos números do desemprego.

Os principais índices bolsistas dos EUA voltam a negociar no vermelho, após as fortes perdas registadas nas duas últimas sessões. Os investidores reagem de forma negativa face à perspetiva de uma prolongada recuperação económica em resultado da pandemia, tal como antecipa o presidente da Reserva Federal dos EUA. Receios sobre reacendimento da guerra comercial entre os EUA e a China e números do emprego na maior economia do mundo também pesam.

O S&P 500 desvaloriza 1,01%, para os 2.791,51 pontos, enquanto o Dow Jones e o Nasdaq recuam 1,03% e 0,85%, respetivamente, para os 23.009,11 e 8.788,04 pontos.

Esta nova sessão de perdas acontece depois de na quarta-feira Jerome Powell, presidente da Fed, ter sugerido que poderão ser necessários mais estímulos para atenuar os efeitos do coronavírus na economia, e que a recessão poderá prolongar-se por mais tempo do que o previsto.

Já hoje, foram divulgados os números sobre os pedidos de subsídio de desemprego na última semana nos EUA, com estes a apontarem para 2,981 milhões. Trata-se de uma redução face aos 3,176 milhões registados na semana anterior, e a sexta semana consecutiva de queda, mas com os números a manterem-se muito elevados, sinalizando as dificuldades de muitas famílias norte-americanas.

Mas nem tudo corre mal em Wall Street. Referência positiva para a Cisco, cujos títulos disparam 5,6%, depois de a empresa ter superando as estimativas trimestrais de receitas e lucros, já que os confinamentos impulsionaram a procura global pelas suas ferramentas de trabalho à distância e equipamentos de rede.

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CMVM premeia dois estudos jurídicos na 20.ª edição do Prémio José Luís Sapateiro

Os estudos de natureza jurídica e económica de Diogo Pessoa e Válter Gouveia foram os vencedores na 20.ª edição do Prémio José Luís Sapateiro, promovido pela CMVM.

Diogo Pessoa e Válter Gouveia foram os vencedores do Prémio José Luís Sapateiro 2019, promovidos pela CMVM, pelos seus estudos sobre ações preferenciais sem direito de voto e normas de governo de produto, respetivamente.

Vencedor com o trabalho “Das ações preferenciais sem direito de voto – os aspetos críticos de um regime imperativo-rígido”, Diogo Pessoa assegurou à Advocatus que recebeu a distinção com “grande satisfação”. “É sempre gratificante vermos um trabalho de investigação e reflexão ser considerado merecedor de distinção por um júri composto por reputados académicos das nossas Faculdades de Direito”, assegura o vencedor.

Também Válter Gouveia recebeu com “muito satisfação” a distinção do seu estudo “O alcance extraterritorial das normas de governo de produto”. “O Prémio José Luís Sapateiro é amplamente reconhecido como uma distinção de elevado prestígio pois premeia, há muitos anos, estudos com muito relevo e interesse para o desenvolvimento do conhecimento científico do mercado de capitais português”, conta Válter Gouveia.

O Prémio José Luís Sapateiro distingue anualmente trabalhos de natureza jurídica e económica que tenham sido concluídos no ano anterior ao da candidatura e não tenham sido previamente publicados, com um prémio monetário no valor de cinco mil euros. Uma versão dos trabalhos vencedores será publicada este ano na edição número 65 dos Cadernos do Mercado de Valores Mobiliários.

O júri deste prémio foi constituído pelos professores doutores Alexandre Soveral Martins, FDUC, Diogo da Costa Gonçalves, FDUL; e Frederico de Lacerda da Costa Pinto, CMVM e FDUNL.

Tanto Diogo Pessoa, como Válter Gouveia, consideram que iniciativas como a da CMVM são úteis para o desenvolvimento de trabalhos, sobretudo de natureza jurídica, e para a partilha dos mesmos.

É sempre de aplaudir quando uma organização tem a visão necessária para perceber que a criação destes prémios é um mecanismo potenciador de mais e melhor produção científica, com a qual ganham, estou em crer, a entidade organizadora, os candidatos e também a comunidade jurídica como um todo”, refere Diogo Pessoa.

Diogo Pessoa: “o difícil é saber quando parar”

A ideia do estudo “Das ações preferenciais sem direito de voto – os aspetos críticos de um regime imperativo-rígidode Diogo Pessoa surgiu em 2015, quando se deparou com essa figura a propósito de um trabalho de faculdade.

“O meu ponto de partida foi a constatação de que, ao contrário do que sucede em outras geografias, a figura das ações preferenciais sem direito de voto não tem merecido adesão por parte das nossas sociedades anónimas. Partindo desta constatação, procurei identificar os principais problemas que poderiam estar a contribuir para esta realidade, tendo identificado um grande denominador comum: o regime jurídico – mesmo com as alterações que lhe foram introduzidas em 2015 – padece de insuficiências graves, que só por descuido se percebe não terem sido entretanto corrigidas”, explica o vencedor.

Diogo Pessoa, doutorando em Direito e assistente convidado na Universidade Católica Portuguesa, explica ainda que é necessário ter em conta que a área do direito em que incidiu a sua dissertação não é “particularmente dada a experimentalismos por parte dos players do mercado”.

“Se houver dúvidas sobre se, em caso de aumento de capital, os titulares de ações sem direito de voto têm acesso, nas mesmas circunstâncias, a ações providas de voto a par dos outros acionistas, interessa pouco se a (pouca) doutrina jurídica existente sugere uma interpretação que defende o contrário. Havendo dúvidas não se avança, e é por isso que só com intervenção legislativa o sistema pode ficar mais apelativo”, conta.

Para Diogo Pessoa, o principal desafio foi não saber quando parar.O tema ser tão interessante. Com efeito, quando se junta um tema estimulante a uma genuína paixão por esta área do Direito, o difícil é saber quando parar”, assegura.

O vencedor do prémio refere ainda que o que motivou a sua participação foi o facto de “poder apresentar um trabalho com profunda ligação ao mercado de capitais no âmbito de um concurso promovido pela própria CMVM”.

Válter Gouveia e o “gosto particular pelas matérias de regulatório financeiro”

Válter Gouveia é advogado da área de mercado de capitais da Linklaters e assegura ter um “gosto particular pelas matérias de regulatório financeiro nessa área”. Com o estudo “O alcance extraterritorial das normas de governo de produto”, o advogado pretendeu “aprofundar o alcance extraterritorial das normas europeias e portuguesas de governo de produtos financeiros, tomando como premissa a crescente interconexão dos mercados financeiros à escala global”.

Estas normas governam o ciclo de vida de um instrumento financeiro, desde a sua produção, distribuição e pós-venda, com vista a assegurar a proteção do investidor na sua relação com os produtores e distribuidores destes produtos”, explica o vencedor.

No seu trabalho, distinguido pela CMVM, Válter Gouveia concluiu que “as normas de governo de produto têm um alcance global, por diversos fatores, que levou a que entidades, à partida não sujeitas aos ditames do product governance, passassem a incluir essas disposições nos seus procedimentos regulatórios”.

Vários foram os desafios que o advogado se deparou durante a investigação. Ainda assim, identifica que o principal foi encontrar soluções de compromisso entre a necessidade de proteger o investidor europeu e atribuir a relevância devida às normas de governo de produto e, por outro lado, a necessidade de respeitar a iniciativa e liberdade económica, bem como as opções geográficas dos intervenientes de mercado.

“A literatura jurídica e financeira identifica o impacto extraterritorial destas normas como um desafio para as entidades à escala global. No entanto, são praticamente inexistentes os contributos em termos da aplicação destas normas na multiplicidade de cenários possíveis e nas diversas variantes que coexistem na determinação do seu alcance”, explica.

À Advocatus, Válter Gouveia assegurou que a ideia do tema surgiu devido ao facto de trabalhar junto de entidades financeiras com presença internacional. “Desenvolvi um particular interesse nos recentes desafios que a regulação financeira local impõe a nível global. O tema surgiu com a vontade de contribuir para o estudo destas normas reconhecidas como fulcrais na proteção dos investidores, principalmente numa área muito pouco explorada pela literatura especializada”, nota.

A possibilidade de ter um estudo avaliado por académicos de relevo em Portugal e a publicação do estudo nos Cadernos do Mercado de Valores Mobiliários são elementos muito importantes para quem pretende contribuir ativamente para o desenvolvimento científico do nosso mercado”, refere o advogado sobre a sua participação no Prémio.

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“A crise foi ultrapassada”, diz Centeno

  • ECO
  • 14 Maio 2020

O ministro das Finanças viu-se envolvido numa polémica devido à injeção de capital no Novo Banco, mas já terá esclarecido a situação com António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.

Depois de um comunicado do primeiro-ministro e outro do Presidente da República, Mário Centeno vem garantir que “a crise foi ultrapassada”, em declarações ao Expresso (acesso livre). O ministro das Finanças viu-se envolvido numa polémica devido ao pagamento de um cheque de 850 milhões de euros ao Fundo de Resolução para a injeção de capital no Novo Banco, mas já terá esclarecido a situação com António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.

O caso teve início na semana passada, quando António Costa prometeu no Parlamento que o Governo não daria ordem para a transferência sem estar concluída e serem conhecidos os resultados de uma auditoria em curso. No entanto, a transferência já tinha sido concretizada com a aprovação do Ministério das Finanças.

Mário Centeno referiu que se tratou de uma “falha de comunicação” com o primeiro-ministro. Costa não se pronunciou, mas Marcelo Rebelo de Sousa demonstrou o seu desagrado durante uma visita conjunta com Costa à Autoeuropa, onde afirmou que o primeiro-ministro “esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Estado cumprisse a as suas responsabilidades, mas naturalmente se conhecesse a conclusão da auditoria” ao Novo Banco.

Mais tarde, nesta quarta-feira, Costa e Centeno estiveram reunidos em São Bento, numa reunião que durou cerca de três horas. Depois desse encontro, o primeiro-ministro emitiu um comunicado onde “reafirma publicamente a sua confiança pessoal e política” em Centeno, garantindo que ficou esclarecida a “falha de comunicação” em torno da autorização do “cheque” para o Novo Banco.

Entretanto, Centeno disse ao Expresso que o Presidente da República lhe ligou para esclarecer a questão, dizendo que “foi um equívoco”. Ainda assim, numa nota publicada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa mantém a posição de divergência com a decisão do ministro das Finanças.

(Notícia atualizada às 15h20)

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Marcelo mantém divergência com Centeno

Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que "não é indiferente, em termos políticos", o Governo ter falhado o compromisso de não transferir dinheiro para o Novo Banco sem estar concluída a auditoria.

O Presidente da República reiterou que não é “indiferente” o “Estado cumprir o que tem a cumprir em matéria de compromissos num banco”. Uma referência à polémica em torno da transferência de dinheiro para o Novo Banco.

Numa nota publicada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa mantém, assim, a posição de divergência com a decisão do ministro das Finanças, Mário Centeno, de aprovar a transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco. A concretização da transferência foi feita sem o conhecimento do primeiro-ministro, que acabou por fazer um compromisso ao Parlamento que já não se podia materializar.

“O Presidente da República reitera a sua posição, ontem [terça-feira] expressa, segundo a qual não é indiferente, em termos políticos, o Estado cumprir o que tem a cumprir em matéria de compromissos num banco, depois de conhecidas as conclusões da auditoria cobrindo o período de 2018, que ele próprio tinha pedido há um ano, conclusões anunciadas para este mês de maio, ou antes desse conhecimento”, lê-se na nota. “Sobretudo nestes tempos de acrescentados sacrifícios para os portugueses”, acrescenta.

Esta declaração surge numa altura em que o Presidente da República e o primeiro-ministro se encontram num almoço privado para, entre outras coisas, falarem do futuro de Mário Centeno. Com a oposição a pedir a demissão do ministro das Finanças, e depois da reunião de Costa e Centeno em São Bento ao início da madrugada, levando o primeiro-ministro a reiterar a confiança “pessoal e política” no seu ministro, Marcelo Rebelo de Sousa vem, desta forma, mostrar que não é “indiferente” ao problema.

Contudo, o Presidente da República prefere não comentar matérias do foro interno do Executivo, voltando o foco para António Costa. Na mesma nota, lê-se que Marcelo Rebelo de Sousa “não se pronunciou, nem tinha de se pronunciar, sobre questões internas do Governo, nomeadamente o que é matéria de competência do primeiro-ministro, a saber a confiança política nos membros do Governo a que preside”.

“Isto mesmo [o Presidente] transmitiu ao senhor primeiro-ministro e ao senhor ministro das Finanças”, frisa a nota, referindo-se à não “indiferença” de Belém.

A polémica instalou-se na semana passada, quando António Costa prometeu no Parlamento que o Governo não daria ordem ao Fundo de Resolução para transferir 850 milhões de euros para capitalizar o Novo Banco sem estar concluída e serem conhecidos os resultados de uma auditoria em curso. Porém, veio a saber-se que, afinal, a transferência já tinha sido concretizada com “luz verde” do Ministério das Finanças. Mário Centeno veio, depois, assumir o que considerou ter sido uma “falha de comunicação” com o primeiro-ministro.

Na terça-feira, no âmbito de uma visita à Volkswagen Autoeuropa em Palmela, e ao lado do primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha evidenciado o desconforto com a situação, tendo tirado o tapete ao ministro Mário Centeno.

“O senhor primeiro-ministro esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Estado cumprisse a as suas responsabilidades, mas naturalmente se conhecesse a conclusão da auditoria. […] Há uma auditoria que estaria concluída em maio deste ano… para os portugueses não é indiferente cumprir compromissos com o conhecimento exato do que se passou, ou cumprir compromissos e mais tarde vir a saber como se passou”, afirmou, na altura, o Presidente da República.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h10)

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Mais mulheres que homens em assistência à família, lay-off ou sem atividade

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

Estudo da Universidade Católica revela que, entre 6 e 11 de maio, dos 4% de trabalhadores que estavam em assistência à família, 13% em lay-off e 10% sem atividade, a maioria são mulheres.

Um estudo da Universidade Católica revelou esta quinta-feira que, entre 6 e 11 de maio, dos 4% de trabalhadores que estavam em assistência à família, 13% em lay-off e 10% sem atividade, a maioria são mulheres.

De acordo com a segunda parte do estudo “Covid-19 e os Portugueses – A vida em tempo de quarentena”, realizado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa para a RTP, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, a Católica Lisbon e a Universidade Católica Portuguesa, entre os dias 6 e 11 de maio, 42% dos portugueses que estavam a trabalhar antes da crise estavam nos locais de trabalho a tempo inteiro, 7% a tempo parcial, 16% estavam em teletrabalho (em abril eram 23%), 4% em assistência à família, 13% em lay-off 8% desempregados e 10% disse estar sem atividade.

Elas, mais do que eles, na assistência à família, em lay-off e sem atividade. Eles, mais do que elas, a manter as mesmas funções nos mesmos locais”, concluiu o estudo.

A maior parte dos inquiridos (84%) imagina-se com trabalho no curto/médio prazo, mas 7% julgam que vão estar desempregados ou sem atividade.

Quanto às competências digitais, 52% admitiu sentir-se preparado para trabalhar num mundo mais digital, porém, 19% disse estar impreparado, sendo que, desses, 57% corresponde a pessoas com escolaridade inferior ao 3.º ciclo.

Mais de 1/3 dos inquiridos (38%) disse ter agora rendimentos do agregado inferiores ao que tinham antes da crise, com a maior parcela de agregados com perda de rendimento a pertencer aos mais pobres: 43% dos agregados com rendimento mensal até 1.000 euros, 41% entre 1.001 e 2.500 euros mensais e 21% em agregados que auferem mais 2.500 euros por mês.

Também 70% dos empresários em nome individual e trabalhadores independentes admitiram sentir perda de rendimentos no agregado, bem como 43% dos trabalhadores por conta de outrem, 32% dos trabalhadores em teletrabalho e 35% dos que estão em trabalho presencial a tempo inteiro.

O estudo observou ainda que, neste momento, a maioria da população não tenciona fazer férias este ano fora da sua residência, com um em cada três inquiridos a responder que de certeza que não fará férias fora de casa e 20% a dizer que provavelmente não o fará.

Os destinos mais indicados pelos que admitem fazer férias fora da sua residência são a Região Norte (28% dos que pensam sair), o Algarve (27%), a Região Centro (16%) e o Alentejo (15%).

Quanto ao estado de saúde física, 25% dos inquiridos afirmam estar pior do que estavam há um mês, sendo que, desses, 28% são mulheres e 22% homens.

As maiores percentagens de indivíduos que consideram ter piorado o estado de saúde física encontram-se entre as pessoas mais novas.

Já quanto à saúde mental, 28% dizem estar pior do que estavam há um mês e, mais uma vez, a percentagem é maior nas mulheres (32%) do que nos homens (25%).

Na semana de 6 a 11 de maio, 67% dos inquiridos disse estar a sair de casa o mesmo número de vezes do que nas semanas anteriores, 23% admitiu estar a sair mais de casa e apenas 10% saiu ainda menos vezes.

Neste estudo, foram obtidos 898 inquéritos válidos, sendo 54% dos inquiridos mulheres, 34% da região Norte, 18% do Centro, 34% da A.M. de Lisboa, 6% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores.

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Centeno, Costa e Marcelo. Alguém sai bem deste filme?

Costa, Centeno e Marcelo protagonizaram esta quarta-feira uma saga que não fez mortes. Mas deixou feridos. Por agora não há nada de novo, mas as sequelas do filme prometem aquecer o terreiro político.

Com o país a travar um combate à pandemia de Covid-19, primeiro-ministro e Presidente da República cerram fileiras para reforçar o seu poder e autoridade e o ministro das Finanças foi o sacrificado. É desta forma que alguns dos analistas contactados pelo ECO resumem os acontecimentos de quarta-feira, que começaram com o Mário Centeno, no Parlamento, a garantir que o pagamento do cheque de 850 milhões ao Fundo de Resolução por causa do Novo Banco não foi passado à revelia do primeiro-ministro e terminaram com uma reunião entre os dois para António Costa reiterar a confiança pessoal e política em Centeno.

“Compreende-se a necessidade de, na vida nacional, Presidente da República e primeiro-ministro procurem entender-se e reforçar-se mutuamente”, sublinhou ao ECO, João Cardoso Rosas, numa referência às palavras de Marcelo Rebelo de Sousa que também preferia que o cheque para o Fundo de Resolução só tivesse sido pago depois de conhecidos os resultados da auditoria da Deloitte, tal como tinha sido sugerido por António Costa, a semana passada no Parlamento. É importante para o momento atual esse reforço mútuo, tendo em conta o que aí vem em termos de política económica. E Centeno foi ali sacrificado“, explicou o investigador de ciência política.

“Há uma auditoria que estaria concluída em maio deste ano… para os portugueses não é indiferente cumprir compromissos com o conhecimento exato do que se passou, ou cumprir compromissos e mais tarde vir a saber como se passou” naquele tempo, disse Marcelo Rebelo de Sousa, lado a lado com António Costa, após uma visita à Autoeuropa. Uma declaração que foi lida como uma crítica direta a Mário Centeno. Crítica essa que aliás não seria a primeira.

“Rebobinando a história, vale a pena lembrar que Marcelo já na altura das nomeações para a Caixa Geral de Depósitos, fez duras críticas a Centeno“, recordo Carlos Jalali. Em causa esteve a polémica em torno na nomeação de António Domingues para presidente executivo da Caixa. “A situação que parecia terminar acabou por não acontecer”, sublinha ao ECO o politólogo, por isso diz não conseguir prever o que vai acontecer. Mas uma coisa é certa, o episódio “revela sinais de falta de coordenação no Governo”.

Por isso mesmo João Cardoso Rosas defende que os três protagonistas “se pensarem hoje na questão, provavelmente não diriam em público as mesmas palavras, já que estas criaram um problema para si mesmo”. Aliás, o telefonema desta manhã de Marcelo Rebelo de Sousa a Mário Centeno, revelado pela TSF, é uma prova disso mesmo. Mas, numa nota da Presidência, horas mais tarde, Marcelo confirma o telefonema, mas diz manter as divergência face à opção de ter pago o cheque antes do resultado da auditoria.

“Ignorando que o que presidiu a esta tensão foi um lapso de informação” — o facto de António Costa dizer ao Bloco de Esquerda no Parlamento que o cheque para o Fundo de Resolução ainda não tinha sido pago, que obrigou a um pedido de desculpa do chefe de Governo — “em casos como este, quem sofre é o ministro das Finanças”, afirma António Costa Pinto ao ECO. Ainda para mais quando temos um ministro das Finanças com enorme importância política, mas que é independente“, acrescenta. Para o investigador de ciência política o que distingue um técnico de um político é saber avaliar estas situações e precaver-se tendo em conta a grande impopularidade que têm as transferências para o Novo Banco. “Primeiro-ministro e Presidente da República mostraram unidade na ação e oneraram para o Ministério das Finanças o ter continuado normalmente esta transferência para o Fundo de Resolução”. Até porque o dia 6 de maio era o prazo limite para o fazer de acordo com as regras estabelecidas no contrato estabelecido com o Lone Star.

Centeno até já teve algumas participações de cariz mais político durante a campanha do PS e “até gostou, abandonando um pouco a sua tendência tecnocrata”, sublinhou António Costa Pinto, mas isso não significa que tenha criado este episódio, ao dar a entender que António Costa sabia da decisão, para forçar a sua saída do Governo e ir para o Banco de Portugal. Perante a crise que o mundo atravessa a tendência, seria de manter o ministro das Finanças no Executivo. Os politólogos dizem não ter dados para avaliar o que realmente se passou, mas reconhecem que a tendência tem sido de os executivos não abrirem mãos dos seus ministros das Finanças.

Primeiro-ministro e Presidente da República mostraram unidade na ação e oneraram para o Ministério das Finanças o ter continuado normalmente esta transferência para o Fundo de Resolução.

António Costa Pinto

Para Marina Costa Lobo, “a prazo, a saída de Centeno é uma perda eleitoral para António Costa”. “Na véspera das eleições de outubro de 2019, Centeno era mais popular do que todos os líderes políticos, com exceção de António Costa. Para os eleitores de direita, Centeno era mais popular do que António Costa. Isto tudo foi antes de ter anunciado o tal primeiro excedente das contas públicas desde 1974”, recorda a politóloga ao ECO.

Se Centeno está ou não a prazo, é a grande questão. “Com certeza que permanecerá tranquilo tanto quanto lhe for possível”, admite João Cardoso Rosas, “mas isto belisca-o”. “O ministro das Finanças passou de absolutamente intocável, de ser uma figura central do Governo, para uma despromoção na hierarquia do Governo com a subida de Siza Vieira. Há aqui uma série de questões, talvez António Costa tenha intuído que Centeno estaria a tornar-se numa figura mais popular do que ele e isso não podia acontecer. A única forma de resolver o crescendo de problemas é dar um pontapé para cima e colocá-lo no Banco de Portugal, numa situação de prestígio”, antecipou João Cardoso Rosas.

Mas o episódio de quarta-feira teve ainda um outro capítulo: António Costa lançou a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa a Belém. Para os politólogos esta não foi uma forma de primeiro-ministro desviar as atenções do Novo Banco, mas antes antecipar-se à direita e dar o seu apoio à candidatura.

“Perante as duvidas e hesitações à direita para dar apoio ao candidato Marcelo, António Costa antecipou-se e marcou desde logo o seu apoio tendo esvaziar as vantagens políticas que a direita poderia ter ao apoiar a recandidatura do Presidente, resumiu João Cardoso Rosas. Para Carlos Jalali este apoio não pode ser lido fora do contexto da pandemia e não vai impedir o surgimento de outros candidatos, mas que serão apenas “de presença”, diz António Costa Pinto. Candidatos que até vão beneficiar Marcelo, evitando elevados níveis de abstenção.

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