BCP cumpre rácios prudenciais exigidos para 2021

  • ECO
  • 7 Dezembro 2020

O BCP diz que cumpre "confortavelmente os rácios mínimos exigidos" pelos reguladores para o início do próximo ano.

O BCP assegura que cumpre os mínimos prudenciais exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE) para o próximo ano. “Tendo em conta os rácios observados em 30 de setembro de 2020, o BCP cumpre confortavelmente os rácios mínimos exigidos em matéria de CET1 (Common Equity Tier 1), Tier 1 e rácio total”, segundo adiantou o banco em comunicado enviado ao mercado.

A instituição bancária informou que recebeu a decisão do BCE sobre “os requisitos mínimos prudenciais que deverão ser respeitados em base consolidada a partir de 1 de janeiro de 2020, decisão que se baseia nos resultados do Supervisory Review and Evaluation Process (SREP)”.

Nestes testes SREP, o BCE faz uma avaliação banco a banco e analisa variáveis como o modelo de negócio, fundos próprios e liquidez para determinar os requisitos de capital.

Paralelamente, o Banco de Portugal informou o BCP acerca da “reserva de fundos próprios que lhe é exigida na qualidade de outra instituição de importância sistémica”, ou O-SII. “Todos os requisitos se mantêm inalterados face aos estabelecidos para 2020“, sublinha o banco.

De acordo com o BCP, os buffers (almofadas de capital) “incluem a reserva de conservação de fundos próprios (2,5%), a reserva contracíclica (0%) e a reserva para outras instituições de importância sistémica (O-SII: 0,563%)”. O banco lembra ainda que o Banco de Portugal lhe concedeu um ano adicional (1 de janeiro de 2023) para o cumprimento gradual do requisito futuro de reserva O-SII de 1,00%.

Também o BPI anunciou na passada sexta-feira os requisitos mínimos prudenciais. Segundo o banco, também cumpre os rácios previsto para o próximo ano.

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Portugal já conhece adversários da fase de apuramento ao Mundial 2022

  • ECO e Lusa
  • 7 Dezembro 2020

Portugal terá de medir forças com as seleções da Sérvia, Irlanda, Luxemburgo e Azerbaijão na fase de apuramento ao Mundial 2022.

Portugal já conhece os adversários que a seleção nacional terá pela frente na fase europeia de apuramento para o Mundial 2022, que ocorrerá no Qatar. O sorteio das 55 equipas da UEFA realizado esta segunda-feira, na cidade de Zurique, colocou Portugal no grupo A, onde terá de enfrentar as seleções da Sérvia, Irlanda, Luxemburgo e Azerbaijão. Os jogos da fase de apuramento irão ser disputados entre março e novembro de 2021.

No sorteio, sem representantes das federações devido à pandemia da Covid-19, as 55 seleções foram distribuídas em seis potes e sorteadas em cinco grupos com seis equipas cada, e em outros cinco com cinco seleções.

A equipa que ficar classificada no primeiro lugar da tabela em cada um dos 10 grupos existentes apura-se automaticamente para a fase final do Mundial 2022. Quanto aos segundos classificados, estes terão de disputar os play-offs de acesso, onde constarão ainda os dois vencedores de grupos da Liga das Nações que não consigam o acesso automático para o Campeonato do Mundo.

O Mundial que se realizará no Qatar em 2022 irá decorrer nos meses de inverno, entre os dias 21 de novembro e 18 de dezembro, como forma de evitar as elevadas temperaturas que o país atinge normalmente entre junho e julho.

Composição dos grupos:

Grupo A: Portugal, Sérvia, República da Irlanda, Luxemburgo e Azerbaijão.

Grupo B: Espanha, Suécia, Grécia, Geórgia e Kosovo.

Grupo C: Itália, Suíça, Irlanda do Norte, Bulgária, Lituânia.

Grupo D: França, Ucrânia, Finlândia, Bósnia e Herzegovina, Estónia.

Grupo E: Bélgica, Gales, República Checa, Bielorrússia, Cazaquistão.

Grupo F: Dinamarca, Áustria, Escócia, Israel, Ilhas Faroé, Moldávia.

Grupo G: Países Baixos, Turquia, Noruega, Montenegro, Gibraltar, Letónia.

Grupo H: Croácia, Eslováquia, Rússia, Eslovénia, Chipre, Malta.

Grupo I: Inglaterra, Polónia, Hungria, Albânia, Andorra e São Marino.

Grupo J: Alemanha, Roménia, Islândia, Macedónia do Norte, Arménia e Liechtenstein.

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Água começa a ser negociada em contratos futuros na bolsa de Nova Iorque

  • Lusa
  • 7 Dezembro 2020

Negociação salienta as preocupações de que o recurso natural que suporta a vida pode ficar escasso em várias partes do mundo. Os contratos não requerem a entrega física de água.

A água começou a ser negociada como recurso (commodity) em contratos futuros na bolsa de Nova Iorque, à semelhança do que já acontece com o petróleo ou o ouro, mas sem poder ser fisicamente transacionada, segundo a Bloomberg.

De acordo com a agência financeira, a negociação salienta as preocupações de que o recurso natural que suporta a vida pode ficar escasso em várias partes do mundo.

Agricultores, hedge funds (fundos especulativos) e municípios poderão apostar contra ou a favor da escassez da água a partir desta segunda-feira, já que o Grupo CME lançou contratos ligados à indústria de cerca de 1,1 mil milhões de dólares (cerca de 906 milhões de euros) do mercado de água da Califórnia, nos Estados Unidos.

Segundo o Grupo CME, os contratos futuros (futures) ajudarão os utilizadores da água a gerir o risco e a alinhar melhor a oferta e a procura, refere a agência Bloomberg.

Os futures da água, os primeiros de sempre nos Estados Unidos, foram anunciados em setembro, altura em que os incêndios florestais assolaram a costa oeste dos Estados Unidos, onde se situa a Califórnia.

Os contratos serão acordados financeiramente e não requererão a efetiva entrega física de água, e estão baseados no índice de Água Nasdaq Veles Califórnia lançado há dois anos.

Este índice estabelece um número de referência semanal do preço do direito à água na Califórnia, sustentado pela média ponderada por volume dos preços de transação nos cinco maiores e mais negociados mercados de água do estado.

Os contratos incluirão os trimestrais até 2022, com cada um a representar 10 acres-pés de água, equivalente a cerca de 3,26 milhões de galões (12,3 milhões de litros).

Atualmente se um agricultor quiser saber quanto vai custar a água na Califórnia dentro de seis meses, é uma questão de “palpite”, disse numa entrevista Patrick Wolf, da Nasdaq, com os futures a permitirem saber “quais são os palpites de toda a gente”.

A Bloomberg aponta ainda que os contratos destinam-se a servir tanto como cobertura para os maiores consumidores de água da Califórnia face ao aumento exponencial de preços, como ser uma bitola de escassez para os investidores a nível mundial.

“As alterações climáticas, as secas, o aumento da população e a poluição tornarão provavelmente os problemas de escassez de água e o seu preço um tema quente nos próximos anos”, disse o diretor e analista da RBC Capital Markets Deane Dray, citado pela Bloomberg, afiançando ainda que irá “definitivamente acompanhar” a evolução dos futures da água.

Dois mil milhões de pessoas vivem atualmente em países com problemas de acesso à água, e quase dois terços do mundo poderá sofrer quebras no abastecimento de água dentro de quatro anos, disse Tim McCourt, do Grupo CME, à Bloomberg.

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Building The Future 2021: ativar Portugal para um futuro digital

  • Trabalho
  • 7 Dezembro 2020

Preparar Portugal para um futuro digital é o propósito da 3.ª edição do evento sobre transformação digital Building The Future, que vai decorrer a 26, 27 e 28 de janeiro de 2021, em formato híbrido.

Transformar o futuro digital de Portugal é propósito que vai conduzir a 3.ª edição do Building The Future, um evento sobre transformação digital, organizado pela Microsoft e pela imatch, vai decorrer a 26, 27 e 28 de janeiro de 2021. Durante três dias será possível assistir a conferências, workshops e ativações, com o objetivo de pensar a inovação, o reforço das competências digitais e novas oportunidades de negócio do futuro, através da aproximação de empresas de todos os setores da atividade económica.

O evento vai ser organizado em formato híbrido com transmissão em live streaming a partir do MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa.

A terceira edição já tem nomes confirmados, entre eles José Neves, CEO da Farfetch & fundador da Fundação José Neves, Julie White, corporate VP da Microsoft, Tupac Martir, fundador do Satore Studio, Aubrey de Grey, cientista e investigador na área do envelhecimento e diretor da fundação Strategies for Engineered Negligible Senescence, entre outros. Pode ver a lista completa de oradores aqui.

Mais do que nunca, o Building The Future irá cumprir o seu papel de Ativar Portugal. Vamos levar aos portugueses, em conjunto com os nossos parceiros, as melhores soluções nas áreas da sustentabilidade, inclusão, indústria e educação. Neste momento sentimos que é essencial inspirar a sociedade e as empresas, com pessoas, ideias e exemplos inovadores que certamente irão ajudar na necessária recuperação económica e para re-imaginarmos em conjunto um melhor futuro para o nosso país”, afirma Paula Panarra, CEO da Microsoft Portugal, citada em comunicado.

O terceiro e último dia do evento será dedicado à transformação digital na área da educação, com o Edu Day, “com o objetivo de responder às atuais necessidades de alunos, professores e escolas, assim como re-imaginar os desafios do futuro, sob o tema ‘Empowering learning anytime and anywhere'”, refere a organização em comunicado.

Durante o evento, os participantes podem interagir com os oradores e parceiros, numa plataforma de MatchMaking, apoiada em inteligência artificial.

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Grupo EDP leva PSI-20 ao quarto dia de ganhos

A bolsa lisboeta fechou ligeiramente acima da linha de água, contabilizando assim a quarta sessão consecutiva de ganhos. Isto num dia em que a Galp Energia caiu quase 2%.

A bolsa nacional registou ganhos pela quarta sessão consecutiva, apesar de ter fechado próxima da “linha de água”. A praça lisboeta contrariou assim a tendência ligeiramente negativa dos índices europeus, nesta que foi a primeira sessão da semana. A EDP Renováveis e o BCP ajudaram a impulsionar o índice nacional, enquanto a queda de quase 2% da Galp Energia travou os ganhos.

O PSI-20, índice de referência nacional, subiu 0,02% para os 4.703,77 pontos. Entre as 17 cotadas, oito registaram subidas nesta sessão, enquanto sete ficaram em “terreno” vermelho e duas – Altri e Pharol – permaneceram inalteradas.

Nos ganhos, destaque para a EDP Renováveis, que avançou 1,12% para os 18,12 euros, e para o BCP, que subiu 0,57% para os 0,1237 euros. Nota ainda para a EDP, que registou uma valorização de 0,33% para os 4.620 euros, e para a Sonae, que ganhou 0,74% para os 0,6830 euros.

No extremo oposto encontra-se a Galp Energia, penalizada pelas quedas do petróleo nos mercados internacionais. Os títulos da petrolífera recuaram 1,97% para os 9,15 euros, numa altura em que o Brent, em Londres, perde 0,39% para os 49,06 dólares por barril enquanto o WTI, em Nova Iorque, cede 0,45% para os 46,05 dólares.

Galp em queda

Nas quedas do índice de referência nacional sobressai ainda Mota-Engil, que caiu 1,96% para os 1,404 euros, e a Navigator, que perdeu 0,77% para os 2,58 euros.

Na Europa, o dia foi maioritariamente de quedas. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, caiu 0,27%, o alemão DAX perdeu 0,22%, o francês CAC-40 recuou 0,7% e o espanhol Ibex–35 desvalorizou 0,02%. Já o britânico FTSE 100 subiu 0,14%.

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Tabelas de IRS já refletem na totalidade revisão dos escalões de 2018

As tabelas de retenção na fonte de IRS que irão vigorar em 2021 já são conhecidas e, de acordo com as simulações da EY, refletem na íntegra o desdobramento dos escalões feito em 2018.

As tabelas de retenção na fonte de IRS que irão vigorar no próximo ano refletem, pela primeira vez, na íntegra o desdobramento dos escalões feito em 2018, de acordo com as simulações feitas pela EY para o ECO. Esse ajustamento deveria ter ficado concluído em 2019, mas tal não aconteceu, indicou, na altura, a mesma consultora.

As novas tabelas constam de um despacho publicado, esta quinta-feira, pelo gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Nesse diploma, o Governo não refere diretamente o ajustamento das taxas de retenção ao desdobramento dos escalões de IRS feito em 2018, sublinhando apenas que está refletida a opção de “ajustamento progressivo entre as retenções na fonte e o valor do imposto a pagar”. E em 2021 esse esforço será “particularmente percetível nas tabelas relativas ao trabalho dependente”, é salientado no despacho assinado por António Mendonça Mendes.

Ao ECO, a EY avança, contudo, que com base nos cálculos feitos a partir das tabelas que irão vigorar no próximo ano, é possível perceber que a redução das taxas prevista para 2021 (em média 2%) já reflete na totalidade a “redução no IRS resultante do desdobramento dos escalões de 2017 para 2018”. “Tendo em conta os cenários concretos apresentados, a redução das taxas de retenção na fonte vem refletir o desdobramento dos escalões de IRS efetuado em 2018, garante a consultora.

Questionado sobre a conclusão deste ajustamento, o Ministério das Finanças limitou-se a lembrar ao ECO que, no conjunto das tabelas de retenção na fonte de 2018, 2019 e 2019, o Governo “fez um ajustamento de 500 milhões de euros”, valor a que se junta agora “o ajustamento de 200 milhões de euros refletido nas tabelas publicadas para 2021”.

Foi no âmbito do Orçamento do Estado para 2018 que o Executivo (liderado então, igualmente, por António Costa) decidiu desdobrar os escalões de IRS, de cinco para sete. O Governo escolheu, contudo, diluir o efeito em duas fases, tendo ficado previsto que as mudanças nas tabelas de retenção seriam sentidas gradualmente.

Assim, apenas parte desse efeito foi sentido nas taxas de retenção aplicadas em 2018. Em 2019, o Governo voltou a dar um passo no sentido desse ajustamento, mas a sua conclusão acabou, no entanto, por não acontecer. Em 2020, repetiu-se esse cenário.

Ao não ter concluído o ajustamento nesses três anos, o Estado reteve, todos os meses, mais impostos do que deveria. Resultado: No momento do acerto de contas com o Fisco, os contribuintes tiveram direito a reembolsos mais elevados.

Em 2021, as taxas de retenção na fonte irão, contudo, baixar em média 2%, dando-se por concluído o ajustamento face ao desdobramento dos escalões de 2018, segundo a EY. Isso significa que em 2022, os reembolsos serão menos significativos.

O Ministério das Finanças sublinha que com a anunciada redução das taxas de retenção na fonte as famílias portuguesas vão “ganhar” 200 milhões de euros de liquidez, no próximo ano. Além da redução das taxas, as tabelas que vigorarão no próximo ano trazem algum “alívio fiscal” por subirem para 686 euros o limite até ao qual os rendimentos não são alvos de retenção na fonte, dando margem para acomodar a anunciada subida do salário mínimo e o aumento extraordinário das pensões.

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Portugal disponível para “alternativas” ao bloqueio no fundo da UE, mas prefere acordo

  • Lusa
  • 7 Dezembro 2020

"Portugal está disponível para soluções alternativas, se esta solução [acordo entre todos os Estados-membros da UE] não for possível, mas é muito importante que esta seja possível", diz Santos Silva.

Portugal está “disponível para soluções alternativas” ao bloqueio da Hungria e Polónia no Fundo da Recuperação e orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo, mas ainda espera um acordo, para evitar “solução pior”, disse esta segunda-feira o Governo.

“Portugal está disponível para soluções alternativas, se esta solução [acordo entre todos os Estados-membros da UE] não for possível, mas é muito importante que esta seja possível”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, numa conferência de imprensa em Bruxelas.

Questionado sobre a possibilidade de a UE avançar com o Fundo de Recuperação a 25 — sem Hungria e Polónia, os dois Estados-membros que estão a bloquear o processo por discordarem da condicionalidade ao respeito pelo Estado de direito –, o chefe da diplomacia portuguesa disse que “qualquer outra solução [que não um acordo a 27] é pior”, embora reconheça existirem “várias soluções possíveis”.

“Todos queremos uma solução que garanta uma entrada no terreno, uma passagem à fase de concretização mais rápida, e essa é a solução a que os líderes europeus chegaram em julho e, segundo a qual, o Conselho e o Parlamento Europeu chegaram em novembro passado. E, portanto, entendemos que a melhor solução é aquela a que chegámos, depois de um processo negocial muito difícil e complexo, no Conselho de julho e essa é a solução que deve ser posta em prática”, insistiu Augusto Santos Silva.

Urge, por isso, que Hungria e Polónia “levantem o veto que puseram à aprovação do regulamento sobre o Quadro Financeiro Plurianual e à aprovação da decisão sobre os novos recursos próprios e esperamos que o façam rapidamente”, acrescentou o governante português. O ministro dos Negócios Estrangeiros reforçou ser “muito, muito urgente” avançar com a resposta europeia à crise gerada pela pandemia.

“A recuperação da economia urgente necessita, como pão para a boca, que o Quadro Financeiro Plurianual e os seus programas estejam no terreno já no início do próximo ano e que os planos nacionais de reformas e investimento, que beneficiarão dos fundos destinados à recuperação, sejam negociados com a Comissão Europeia e aprovados pelo Conselho ao longo do primeiro semestre de 2021”, vincou Augusto Santos Silva.

E alertou: “Tudo o que não for cumprir este timing trará prejuízos para a recuperação económica europeia”. Já questionado sobre eventuais prazos, o responsável adiantou que “a experiência mostra que é preciso ser prudente quando se fala em limites no processo de decisão europeu”.

Face ao atual impasse na definitiva aprovação do histórico acordo alcançado em julho passado em torno do pacote de resposta à crise, constituído por um orçamento plurianual da UE para 2021-2027 de 1,08 biliões de euros, e um Fundo de Recuperação pós-pandemia de 750 mil milhões, são cada vez mais as vozes que defendem que este segundo elemento — NextGenerationEU — avance sem Hungria e Polónia, através de cooperação reforçada.

O grande objetivo, em Bruxelas, ainda passa no entanto por garantir um acordo definitivo a 27 ainda este ano, e designadamente no Conselho Europeu desta semana, que começa na quinta-feira.

Na passada terça-feira, durante uma deslocação a Bruxelas, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu que “não há plano B que não seja aprovar o próximo Quadro Financeiro Plurianual e o Mecanismo de Recuperação e Resiliência no próximo Conselho Europeu”, e até se manifestou “disponível para ficar mais uns dias” na capital europeia se tal for necessário.

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Co-CEO da Zalando deixa cargo para dar prioridade à carreira da sua mulher

Rubin Ritter, co-CEO da plataforma de comércio eletrónico Zalando, anunciou a saída da empresa. Entre as razões apontadas, Ritter diz ter chegado a altura de "dar prioridade à carreira da sua mulher".

Rubin Ritter, um dos diretores da Zalando, uma plataforma alemã de e-commerce de moda desde 2010, comunicou esta segunda-feira que se vai retirar do cargo em 2021. Além de se querer dedicar à família, devido à chegada de um filho prevista para o início do próximo ano, considera que “as ambições profissionais” da sua mulher devem ser uma prioridade, noticia a BBC (acesso gratuito, conteúdo em inglês). A empresa lamentou a decisão, mas agradeceu a honestidade da decisão e destacou as suas características de liderança.

A minha decisão é resultado de meses de muita ponderação. Depois de 11 anos fantásticos, durante os quais a Zalando foi a minha prioridade, sinto que é altura de dar um novo rumo à minha vida. Quero dedicar tempo à minha família, que está a crescer. Eu e a minha mulher concordámos que, nos próximos anos, as suas ambições profissionais deverão ser prioritárias“, lê-se no comunicado publicado na página oficial da empresa, sobre o conteúdo da carta enviada por Rubin Ritter à direção.

Relativamente ao percurso profissional, Rubin acrescentou que quer “explorar outros interesses além da Zalando”, e destacou o importante papel da empresa na economia digital europeia.

“Apesar de lamentarmos a decisão de Rubin, temos o maior respeito pelas suas motivações pessoais e agradecemos a sua transparência e abertura, em dar ao Conselho de administração o tempo suficiente para assegurar a sua transição. Durante nove anos que conheci Rubin, vi em primeira mão o tipo de compromisso, clareza estratégica e a liderança decisiva que Rubin trouxe para a Zalando. Ao tentarmos encerrar indiscutivelmente o ano mais extraordinário da história de Zalando, só podemos estar imensamente gratos a Rubin e à equipa de liderança pela posição de força em que empresa se encontra hoje“, referiu Cristina Stenbeck, membro do Comité de Supervisão da Zalando.

Os restantes diretores da empresa, Robert Gentz e David Schneider vão continuar em funções. A Zalando tem clientes em 17 países e emprega atualmente certa de 14.000 pessoas.

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Fórum de Davos reúne-se presencialmente em Singapura em maio

  • Lusa
  • 7 Dezembro 2020

O Fórum Económico Mundial irá organizar a Reunião Anual Especial de 2021 em Singapura de 13 a 16 de maio e irá regressar a Davos-Klosters, Suíça, para a Reunião Anual de 2022.

O Fórum Económico Mundial vai reunir-se presencialmente em Singapura em maio do próximo ano, ao invés de o fazer na cidade suíça de Davos, regressando à localidade habitual dos encontros em 2022, foi anunciado esta segunda-feira.

“O Fórum Económico Mundial irá organizar a Reunião Anual Especial de 2021 em Singapura de 13 a 16 de maio. Irá regressar a Davos-Klosters, Suíça, para a Reunião Anual de 2022“, pode ler-se num comunicado divulgado pelo Fórum Económico Mundial.

De acordo com o comunicado, o encontro de maio, realizado em pessoa, “será o primeiro evento global de líderes a abordar a recuperação mundial da pandemia“. “Uma cimeira mundial de lideranças é de importância crucial para abordar como podemos recuperar juntos”, disse o fundador e presidente executivo do Fórum Económico Mundial Klaus Schwab, citado no comunicado.

A mudança da localização reflete a prioridade da salvaguarda a saúde e segurança dos participantes e da comunidade anfitriã”. “Depois de uma consideração cuidadosa, e à luz da atual situação relacionada com os casos de covid-19, foi decidido que Singapura estava melhor posicionada para receber a reunião“, de acordo com a organização.

O Fórum aponta ainda que durante a usual “semana de Davos”, que em 2021 decorre entre 25 e 29 de janeiro, decorrerá “um evento virtual para reconstruir confiança e moldar os princípios, políticas e parcerias necessárias para 2021”. “A agenda de Davos irá ter a participação de chefes de Estado e Governo, presidentes executivos, líderes da sociedade civil, comunicação social mundial e líderes jovens de África, Ásia, Europa, Médio Oriente, América Latina e América do Norte”.

Segundo o Fórum, alguns dos “tópicos importantes” da agenda serão a construção “de um futuro melhor para o trabalho”, a aceleração do “capitalismo dos intervenientes [stakeholders] e o aproveitamento “das tecnologias da quarta revolução industrial”. Ainda antes do encontro presencial na cidade-Estado do sudeste asiático, ocorrerá, em Tóquio, a Cimeira Mundial da Governança de Tecnologia, nos dias 6 e 7 de abril.

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Brexit: Progressos ainda insuficientes nos “últimos momentos” das negociações

  • Lusa
  • 7 Dezembro 2020

Augusto Santos Silva escusou-se a apontar uma data-limite para um acordo, referindo que a experiência nas negociações com Londres já mostrou que “é preciso ser muito parco a fazer previsões”.

Os “últimos momentos” da negociação entre União Europeia (UE) e Reino Unido sobre a relação futura permitiram alguns progressos, mas ainda insuficientes para fechar um acordo, disse em Bruxelas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Em declarações à imprensa no final de uma reunião dos chefes de diplomacia da UE, Santos Silva escusou-se a apontar uma data-limite para que seja alcançado um acordo, até porque, observou, a experiência nas negociações com Londres já mostrou que “é preciso ser muito parco a fazer previsões”.

O ministro reconheceu que era “muito importante” já se conhecer o desfecho das conversações quando os líderes europeus se reunirem em Bruxelas entre quinta e sexta-feira, para o último Conselho Europeu do ano.

“É muito importante que, quando os 27 chefes de Estado e de Governo se reunirem nos próximos dias 10 e 11, tenham uma noção clara” do desfecho das negociações, “porque uma coisa é certa”: embora a UE esteja “a investir tudo o que pode” num acordo, “se não for possível chegar a acordo é preciso por em prática algumas medidas de contingencia para o novo facto de, a partir de 1 de janeiro, o Reino Unido não ser membro da UE nem estar no regime de transição em que hoje se encontra”, detalhou.

Santos Silva disse esperar, ainda assim, que seja possível fechar um acordo muito brevemente sobre a relação futura entre UE e Reino Unido.

O chefe da diplomacia portuguesa observou que “foi muito importante o contacto direto entre a presidente da Comissão Europeia e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que permitiu que as equipas negociais retomassem as conversações”, atualmente em curso, num último esforço em busca de um entendimento.

O ministro apontou, todavia, que Portugal, assim como os restantes 26 Estados-membros, “não ignora que, em matéria de pescas e em matéria de condições de concorrência”, ainda é preciso trabalho para ‘fechar’ um compromisso. Resta ainda um terceiro dossiê em aberto, o de governação do acordo, que Santos Silva acredita que não seria tão difícil de concluir, havendo acordo nos outros dois dossiês-chave.

“Esperamos que os progressos que houve e que são ainda muito insuficientes possam ser acompanhados por outros progressos, esses sim, que sejam suficientes”, disse. Reforçando que “todos” esperam que, “quando o Conselho Europeu se reunir no próximo dia 10, haja um resultado deste processo negocial” e que “Portugal espera que esse resultado seja positivo, isto é, que haja um acordo sobre a relação futura entre a UE e o Reino Unido”, o ministro garantiu, todavia, que Portugal está preparado para qualquer cenário.

Sim, nós temos um plano de preparação pronto, e o plano de preparação é para qualquer cenário. E temos também um plano de contingência, e estamos a rever medidas desse plano. Agora, no quadro europeu, todos nós estamos a investir tudo o que podemos na obtenção de um acordo com o Reino Unido, e por isso é que os planos de contingencia não estão na primeira linha das nossas prioridades […] A partir do momento em que e se vier a verificar-se que é impossível obter um acordo […], naturalmente outras medidas terão de ser tomadas”, declarou.

Hoje mesmo, o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, encontrou-se de manhã com os embaixadores dos 27 em Bruxelas para dar conta do estado das negociações com Londres, a menos de quatro semanas do final do ano e do chamado período de transição, confirmando que ainda não há entendimento nas três matérias que têm sido as da discórdia ao longo dos últimos meses.

Segundo algumas fontes diplomáticas, Barnier apontou quarta-feira como data limite para um entendimento, informação que não foi confirmada oficialmente, nem pelo porta-voz da Comissão, Eric Mamer, nem pelo ministro Santos Silva. Certo é que o tempo é cada vez mais escasso para as partes chegarem a um acordo, que possa ser ratificado de modo a entrar em vigor em 01 de janeiro de 2021.

Ainda hoje, Ursula von der Leyen e Boris Johnson manterão uma conversa telefónica ao início da noite para fazer o ponto da situação das negociações. UE e Reino Unido tentam num derradeiro ‘sprint’ chegar a acordo sobre as relações futuras, já que a partir de 01 de janeiro de 2021 — data que coincide com o arranque da presidência portuguesa do Conselho da UE, no primeiro semestre do ano –, o Reino Unido, que abandonou o bloco europeu em janeiro de 2020, deixa de gozar do chamado período de transição, mantendo o acesso dos britânicos ao mercado único.

Na ausência de um acordo (no deal), as relações económicas e comerciais entre o Reino Unido e a UE passam a ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e com a aplicação de vários controlos alfandegários e regulatórios. Hoje mesmo, o governo britânico descartou retomar as negociações comerciais pós-Brexit com a UE em 2021 caso não chegue a um acordo até ao final do ano.

“Estamos prontos para negociar enquanto houver tempo disponível, se acreditarmos que um acordo continua possível”, disse uma porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson aos jornalistas durante a conferência de imprensa diária. Porém, sobre a possibilidade de se retomarem as negociações no próximo ano, afirmou: “Eu posso excluí-lo”.

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Mais de 3.500 lisboetas pediram “cheques” para comprar bicicletas. CML estende apoios até fim do ano

A Câmara de Lisboa recebeu em quatro meses 3.643 candidaturas aos apoios para aquisição de bicicleta. Programa é estendido até 31 de dezembro.

Devido à elevada adesão que os últimos quatro meses demonstraram, a Câmara de Lisboa (CML) vai continuar a apoiar os cidadãos na compra de uma bicicleta. Assim, são elegíveis a estes “cheques” as compras feitas até 31 de dezembro de 2020, sendo que as candidaturas irão abrir no início de 2021.

A autarquia lisboeta começou em agosto a apoiar os cidadãos na compra de uma bicicleta, oferecendo “cheques” que cobrem uma parte do custo, para compras feitas desde 3 de junho nas lojas físicas do concelho de Lisboa. Desde que as candidaturas abriram, a 3 de agosto, e até ao passado dia 2 de dezembro, a CML já recebeu 3.643 pedidos de apoios, “alguns dos quais ainda em fase de análise”, refere, em comunicado.

Face ao elevado número de pedidos recebidos, Fernando Medina decidiu estender estes apoios, incluindo as compras de bicicletas feitas até 31 de dezembro, inclusive. A plataforma para submeter os pedidos abrirá no início do próximo ano, sendo que “o programa deverá ser renovado para 2021, com novo alcance e abrangência”, diz a autarquia.

Este programa destina-se aos residentes e trabalhadores no concelho de Lisboa e estudantes do primeiro ciclo do ensino superior. No caso das bicicletas convencionais, a CML vai reembolsar em 50% até ao máximo de 100 euros, enquanto nas bicicletas adaptadas convencionais o reembolso sobe para 75% até ao máximo de 200 euros.

Por sua vez, quem comprar uma bicicleta elétrica receberá 50% do valor até ao máximo de 350 euros (75% até máximo de 500 euros nas bicicletas elétricas adaptadas). Quanto às bicicletas de carga, o município reembolsará com 50% do valor, até ao máximo de 500 euros.

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Breve balanço de 2020

  • PESSOAS + EY
  • 7 Dezembro 2020

Patrícia Vicente, Manager EY, People Advisory Services, realça as transformações positivas que o contexto da pandemia trouxe às pessoas e às organizações, apesar de todos os desafios de 2020.

Apesar de todos os acontecimentos menos bons deixarem marcas e dissabores, é importante olharmos de forma positiva, crítica e construtiva para o ano inesperado e desafiador que está a terminar.

Chegámos a dezembro. Mês de balanços e análises, de projeções e novas perspetivas. 2020 talvez tenha sido o ano que a maioria de nós mais desejou que chegasse ao fim, pela carga de esperança e renovação que se coloca numa mudança de ano. Sair de um ano que desde o início nos colocou em constante transformação, adaptação, mudança e insegurança, e passar para um novo ano que, esperamos, nos trará de novo o regresso a um dia-a-dia sem limitações (ou pelo menos menores), maior segurança e saúde para todos. Do lado das organizações, a entrada num novo ano, ainda assim, antevê um período desafiante, com desafios económicos generalizados, que vão exigir revisões na organização das equipas, adaptações dos processos e a construção de uma estratégia ajustada a um período de recuperação ainda que imprevisível.

Apesar de todos os acontecimentos menos bons deixarem marcas e dissabores, é importante olharmos de forma positiva, crítica e construtiva para o ano inesperado e desafiador que está a terminar. Sobre um conjunto de restrições e inseguranças, com impacto pessoal e profissional, é possível termos uma visão sobre as transformações positivas que o contexto de pandemia trouxe às pessoas e às organizações, e que inevitavelmente vão permanecer no nosso dia-a-dia, ainda que com algumas adaptações.

A ampliação tecnológica ocorrida este ano é sem dúvida a maior das transformações que podemos assinalar. Nomeadamente quando analisamos a extensão alcançada a nível das empresas e das pessoas, particularmente nas mais resistentes à adoção de ferramentas digitais ou à automatização de processos. Sem este salto dificilmente teríamos conseguido dar continuidade às atividades e responsabilidades a partir das nossas residências – pelo menos para a maioria – e o balanço que estaríamos agora a fazer seria desastroso. As áreas de sistemas de informação tiveram aqui um papel essencial, de garantir as condições necessárias para a continuidade do trabalho num formato remoto e as pessoas demonstraram uma enorme capacidade de adaptação a um novo formato de trabalho num contexto de insegurança e instabilidade social.

O teletrabalho, que até 2019 era considerado por grande parte das empresas, uma possibilidade apenas para algumas funções – poucas eram as organizações que já tinham adotado este formato de trabalho e aquelas que o tinham não era num formato permanente – passou com distinção como um modelo de trabalho funcional e exequível, com reduzido ou nenhum impacto na qualidade, na entrega e na eficácia dos processos de trabalho – naturalmente que ainda assim é essencial garantir o eixo tecnológico referido anteriormente. O teletrabalho veio claramente para ficar em 2021 e nos próximos anos, por um lado pela flexibilidade que concede às pessoas contribuindo para a relação vida pessoal vs trabalho mais positiva e flexível, por outro, pela possibilidade de redução de custos que concede às organizações, em custos fixos e consumíveis, mesmo que estes se revertam noutro tipo de benefícios mais adequados a este novo formato de trabalho. Esse será o desafio das organizações para 2021: adaptar modelos de trabalho e estruturas de benefícios.

Por fim, e essencial para a superação de um ano carregado de transformações, foi o desenvolvimento ou consolidação de competências-chave para que mesmo num contexto de instabilidade e desconhecimento, conseguíssemos manter o bem-estar e cumpríssemos com a nossa missão nas organizações e essencialmente nas nossas vidas. A resiliência e a capacidade de adaptação foram duas competências fundamentais para levarmos o ano que agora termina de forma positiva e capaz de superar os desafios diários com que nos deparámos, tanto para as pessoas como para as organizações. Por um lado, a forma como os processos, as rotinas e as ferramentas foram adaptadas, garantindo o cumprimento do propósito e as responsabilidades atribuídas. E, por outro, a capacidade de superar obstáculos, ainda que num contexto imprevisível, desconhecido e tenso, foi essencial no reforço das equipas de trabalho, na gestão dos clientes e no contacto com os parceiros.

A capacidade de transformação de cada um de nós neste contexto atípico é sem dúvida a grande lição que podemos tirar de 2020 – somos capazes de nos transformar perante a mudança e o imprevisível! Vamos sair bem e reforçados de 2020, conhecendo os nossos limites e as nossas forças. Este é um ano que vamos guardar nas nossas memórias pelas piores razões. Contudo devemos levar connosco os aspetos positivos que 2020 nos obrigou a encontrar e termos sempre presente que a solução está, na maioria das vezes, aqui ao lado, mesmo que por vezes haja um caminho a fazer para e lá chegar. Que chegue o novo ano carregado de energia positiva!

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