Governo cede ao PAN e vai estudar nova taxa de carbono para viagens de avião e navio

  • ECO
  • 28 Outubro 2020

O Governo está disponível a dialogar com o PAN novas medidas fiscais em termos ambientais. No debate do OE2021 João Leão falou da taxa de carbono para viagens de avião e navios de cruzeiro.  

O ministro das Finanças, João Leão, admitiu esta quarta-feira no Parlamento a abertura do Governo para aplicar uma taxa de carbono às viagens aéreas e marítimas. O anúncio surgiu em resposta à intervenção da deputada do PAN, Inês de Sousa Real, durante o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2021. O governante reafirmou ainda o compromisso do Governo em alargar a tarifa social de energia para as situações de desemprego.

O Pessoas-Animais-Natureza, que já anunciou que vai abster-se na votação do OE2021 na generalidade, voltou a pedir ao Governo que os impostos recaiam sobre o carbono e não sobre o trabalho e as empresas. Em relação ao OE 2020, o PAN quer pormenores sobre a execução de medidas acordadas anteriormente, como é o caso do alargamento da tarifa social de energia.

No OE2021 o Governo “vai continuar a dizer à classe média que não há dinheiro para baixar a carga fiscal, nomeadamente através da revisão dos escalões do IRS, e ao mesmo tempo continuar a dar borlas às atividades e indústria poluentes?”, questionou Inês Sousa Real a João Leão. Em relação à TAP, o PAN insistiu nas contrapartidas ambientais, já que o Estado vai dar uma garantia de 500 milhões de euros à empresa.

Na semana passada, Inês de Sousa Real tinha já acusado o Governo de estar a levar a cabo uma “verdadeira operação de greenwashing” com o Orçamento do Estado para 2021 ao manter “borlas fiscais” no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) para os grandes poluidores – como eletroprodutoras e companhias de aviação, por exemplo — no valor de 500 milhões de euros de receitas fiscais que deixam assim de entrar nos cofres do Estado.

Nessa altura, João Leão sublinhou as medidas adotadas para o fim gradual das isenções em relação ao ISP, garantindo que o Governo está aberto a dialogar com o PAN novas medidas em termos ambientais. Por seu lado, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, alertou para o facto de o Governo ter introduzido no OE2021 a retirada das “isenções prejudiciais ao ambiente” em sede de ISP às indústrias com um uso intensivo de energia.

Inês de Sousa Real insistiu ainda que neste OE2021 “assistimos a um retrocesso” porque “desapareceu a norma que previa a antecipação do fim das borlas fiscais para 2023, como está fixado no Roteiro para a Neutralidade Carbónica”, o que compromete metas de descarbonização. “Agora esse limite passou para 2025. É um retrocesso”, disse a deputada do PAN, alertando para a “criação de uma nova borla fiscal à indústria, que ao invés de pagar o ISP a 100% já no próximo ano vai ter um prémio fiscal por continuar a usar combustíveis fósseis até 2025”.

E rematou: “No nosso entender isto é uma verdadeira operação de greenwashing que não revela um compromisso com o combate às alterações climáticas. Os impostos devem recair sobre o carbono e não sobre os salários. Estão disponíveis para introduzir taxas de carbono na aviação e na agricultura?”.

Em resposta, João Leão voltou a dizer que o Governo está disponível para “ver com o PAN as questões fiscais na área ambiental” e Mendonça Mendes frisou o “início do fim das isenções às indústrias intensivas em energia” e a “isenção para biocombustíveis e gases renováveis”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novas infeções por Covid-19 atingem recorde de 3.960. Morreram mais 24 pessoas

Nas últimas 24 horas foram identificados 3.960 novos casos de Covid-19 em Portugal. É um novo máximo. O Norte ultrapassou a região de Lisboa, como a região com mais casos desde o início da pandemia.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 3.960 novos casos de infeção por coronavírus, um novo recorde diário, elevando para 128.392 o número de infetados desde o início da pandemia. Trata-se de uma subida diária de 3,18%. O número total de vítimas mortais subiu para 2.395 após terem sido registadas mais 24 mortes nas últimas 24 horas.

É o segundo dia consecutivo acima da fasquia dos três milhares de novas infeções diárias, tendo Portugal registado 3.960 novos casos nas últimas 24 horas, acima do anterior recorde registado a 24 de outubro. Ao mesmo tempo, o número de mortes diminuiu ligeiramente: nas últimas 24 horas morreram 24 pessoas, menos quatro do que no dia anterior. Destes óbitos, 11 foram na região Norte, oito em Lisboa e Vale do Tejo, quatro no Centro e um no Alentejo.

Há agora 51.996 pessoas (casos ativos) a lutarem contra a doença, mais 2.279 pessoas do que no balanço anterior. Também neste âmbito é um novo máximo, sendo a primeira vez que Portugal ultrapassa a barreira dos 50 mil casos ativos. Tal como tem sido a tendência verificada nos últimos dias, a maioria dos novos casos foi registada na região Norte. Dos 3.960 novos casos confirmados no total das últimas 24 horas, 2.114 localizam-se nesta região (53,4%), seguidos pela região de Lisboa e Vale do Tejo, que contabilizou 1.105 novas infeções (27,90%).

Neste contexto, o Norte ultrapassou Lisboa e Vale do Tejo (LVT), sendo a região com mais casos até ao momento: 56.122 pessoas infetadas e 1.053 mortes. Seguida, como referido, por LVT (com 55.478 casos e 955 mortes), do Centro (10.877 casos e 304 mortes), do Algarve (2.579 casos e 25 mortes) e do Alentejo (2.558 casos e 43 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 353 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 425 pessoas infetadas e continua sem registar nenhuma vítima mortal.

Boletim epidemiológico de 28 de outubro

Quanto à caracterização clínica, a maioria dos infetados está a recuperar em casa, sendo que 1.794 estão internados (mais 47 face ao dia anterior), dos quais 262 em unidades de cuidados intensivos (mais nove). Há ainda 62.457 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, ou seja, mais 2.394 do que no balanço de terça-feira.

Os dados revelados pelas autoridades de saúde dão ainda conta de mais 1.657 recuperados, um número bastante inferior relativamente ao último balanço. No total, mais de 74 mil pessoas recuperaram da doença.

Testes antigénio “farão parte da resposta”. Portugal encomenda um milhão

Na conferência de imprensa desta quarta-feira, o secretário de Estado da Saúde notou que o país atravessa uma “fase crítica da pandemia” e que, havendo “guidelines nacionais”, a “gestão no terreno está a ser bem feita pelos profissionais de saúde”. Contudo, António Lacerda Sales alertou para a necessidade de “não confundir urgência com imediatismo e, muito menos, com mediatismo”.

O secretário de Estado adiantou que, a partir de 9 de novembro, os “testes rápidos antigénio farão parte da resposta à pandemia”, estando atualmente a ser “ultimados os procedimentos para a sua operacionalização e para a efetiva utilização no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“No dia 21 [de outubro], o Ministério da Saúde manifestou interesse na aquisição” de um milhão de testes antigénico. “Isto vai permitir-nos, em casos específicos, sermos mais céleres”, disse Lacerda Sales. “Portugal vai beneficiar ainda do financiamento europeu da Cruz Vermelha para o fornecimento destes testes, cuja primeira tranche está prevista para a primeira semana de novembro”, revelou.

O presidente Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) disse, na mesma conferência de imprensa, que “Portugal acompanha tudo o que se faz a nível europeu” e, neste caso, “está também na linha da frente”. Fernando de Almeida notou que alguns países já utilizam estes testes de uma forma não regular, em projetos, “mas que outros já os utilizam, sobretudo, em diagnósticos normal e em conceito de surtos”.

Uma das necessidades que estes testes vão trazer tem a ver com a “formação específica”. “Não podemos dar a entender que são testes que podem ser feitos por qualquer profissional ou pessoa”, explicou o presidente do INSA.

(Notícia atualizada às 16h18 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Líderes do Facebook, Google e Twitter ouvidos no Senado. Siga em direto

  • ECO
  • 28 Outubro 2020

Mark Zuckerberg, Sundar Pichai e Jack Dorsey estão a ser ouvidos por videoconferência no comité do comércio do Senado norte-americano. Siga aqui em direto.

Os líderes do Facebook, Google e Twitter estão a ser ouvidos no Senado norte-americano, controlado por uma maioria republicana. Mark Zuckerberg, Sundar Pichai e Jack Dorsey estão a ser confrontados como testemunhas no Comité do Comércio sobre o papel das plataformas que gerem no discurso político, a uma semana das eleições presidenciais. Siga em direto:

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Seguro europeu assume posição sobre modelos de prestação de informação em ativos sustentáveis

  • ECO Seguros
  • 28 Outubro 2020

A Insurance Europe pede aos supervisores europeus clareza de objetivos e urgência na definição modelos de prestação de informação aos consumidores nos designados produtos financeiros sustentáveis.

A Insurance Europe, entidade que representa a indústria europeia de seguros, divulgou a sua posição em inquérito das autoridades europeias de Supervisão (ESAs – European Supervisory Authorities) sobre propostas destas autoridades relativas a modelos de prestação de informação aplicáveis a produtos financeiros favoráveis ao ambiente e/ou de responsabilidade social.

As autoridades europeias têm em curso o aperfeiçoamento da regulamentação (SFDR – Sustainable Finance Disclosure Regulation) e a consulta sobre os modelos de prestação de informação nesta categoria de ativos de investimento faz parte do processo legislativo. Na opinião da federação europeia de associações de seguros, os modelos propostos “não vêm melhorar a transparência” da informação prestada ao consumidor final.

Os seguradores europeus apoiam o objetivo de melhorar a participação dos consumidores na “transição verde”, desde que estes recebam informação clara e compreensível sobre produtos financeiros sustentáveis. Os modelos de prestação de informação nos produtos da designada transição verde devem ser desenhados de modo a “maximizar o valor para os consumidores e tendo sempre em mente a experiência do utilizador final”, reclama a Insurance Europe (IE).

“Desafortunadamente, os modelos propostos pelas ESAs não são consumer-friendly, nem digital friendly,” observa a federação europeia de seguros, afirmando que as propostas das autoridades de supervisão são de compreensão difícil, “muito exaustivas e arriscam duplicar informação contida em outros documentos que já são distribuídos aos consumidores”. Isto, além de dificultar que a indústria possa adaptar a informação a diferentes versões de um mesmo produto, também empobrece a comparabilidade entre cada um dos produtos, resultando em informação desnecessária que, sendo excessiva, também compromete o entendimento do consumidor, argumenta o seguro europeu.

Depois destas observações, a IE passa às recomendações e sugere que as ESAs devem focar-se na criação de modelos que façam sentido para os consumidores, ao invés de se centrarem no formato de apresentação da informação prestada pelos operadores. Concordando que existe necessidade de introduzir modelos de prestação de informação sobre os produtos, a IE defende que a sua utilização deve ser opcional de modo a que reste aos participantes do mercado financeiro a possibilidade de os adaptar, prestando informação clara credível aos consumidores.

Ademais, o seguro europeu considera que as ESAs deveriam assumir “clareza” na forma como pretendem lidar com os desafios que se colocam na implementação da regulamentação “em termos de prazos e conteúdo” relativos às novas medidas que são de “necessidade urgente,” nota o comunicado.

“Em suma, é crucial que as regras para prestação de informação reflitam a realidade do mercado, que sejam exequíveis para a generalidade dos produtos” e que proporcionem aos consumidores informação compreensível sobre o tema da sustentabilidade. “Isto é tão importante em relação ao produto, como a nível das entidades”, considera o organismo federativo do seguro europeu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sem proposta para a nova administração, AG da Media Capital foi suspensa

Os acionistas da Media Capital reuniram para decidir uma mudança nos estatutos e a nova administração. Só que ainda não havia proposta de composição e a reunião foi suspensa por um mês.

Marcada para esta quarta-feira, a assembleia-geral de acionistas da Media Capital foi suspensa sem qualquer deliberação e deverá ser retomada dentro de pouco menos de um mês. A reunião iria deliberar uma série de alterações aos estatutos da sociedade, mas também decidir os órgãos sociais para o mandato 2020-2022. Mas, sobre este último ponto, não foi apresentada qualquer proposta.

Entre as várias comunicações que entretanto foram feitas à CMVM está a proposta de alteração dos estatutos, mas não surge qualquer documento relativo a proposta para os órgãos sociais, nomeadamente à composição do que será o novo Conselho de Administração da empresa, e onde se esperava que estivesse a apresentadora Cristina Ferreira. Tal terá estado na origem da suspensão da reunião, noticiou o Expresso.

Suspensa fica ainda a deliberação sobre os estatutos, e relativamente a esta há uma proposta conhecida. Entre as mudanças está a redução do número mínimo de membros do Conselho de Administração de sete para cinco, e é dada autorização ao board para um aumento de capital até 15 milhões de euros “a exercer pelo prazo de três anos”.

Isto acontece numa altura em que a ERC está a concluir a avaliação ao negócio entre a Prisa e o empresário Mário Ferreira, averiguando se houve alteração não autorizada de domínio no grupo. Em simultâneo, a CMVM está a analisar o mesmo negócio para averiguar se há concertação entre o grupo espanhol que detém mais de 60% da Media Capital e o empresário que, através da Pluris Investments, adquiriu em meados do ano uma posição de 30,22% na dona da TVI. (Mário Ferreira também é acionista do ECO.)

Esta quarta-feira, foi revelado que a CMVM deu à Prisa e à Pluris oito dias úteis adicionais para que estas se possam pronunciar acerca do sentido provável de decisão do regulador, que está inclinado para confirmar que houve, de facto, concertação entre os dois acionistas. Mário Ferreira pode ser forçado a lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o grupo, numa altura em que está também em curso uma OPA sobre a Media Capital por parte da concorrente Cofina, dona do Correio da Manhã e da CMTV.

Mas tudo isto acontece ainda numa altura em que estão assinados entre a Prisa e um vasto conjunto de investidores acordos para a alienação dos 64,47% que os espanhóis ainda detêm da Media Capital. Entre eles está uma empresa gerida por Paulo Gaspar, filho do dono da Lusiaves, mas também da apresentadora Cristina Ferreira, que entretanto voltou à antena da TVI depois de um ano na concorrente SIC, do grupo Impresa. Pedro Abrunhosa e um consórcio do qual faz parte o cantor Tony Carreira também estão na calha para entrar na estrutura acionista da Media Capital.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas apresenta proposta legislativa para “salários mínimos adequados” na UE

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

Bruxelas apresenta proposta legislativa com vista à criação de um quadro que garanta “salários mínimos adequados” em todos os Estados-membros da União Europeia.

A Comissão Europeia apresentou esta quarta-feira a sua proposta legislativa com vista à criação de um quadro que garanta “salários mínimos adequados” em todos os Estados-membros da União Europeia, mas sem impor um valor comum ou obrigatório.

Anunciada pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, no seu discurso sobre o Estado da União, em setembro passado, a proposta foi adotada esta quarta-feira pelo colégio e será agora alvo de negociações entre o Conselho e o Parlamento Europeu, tendo já Portugal dado conta da sua intenção de ‘fechar’ um compromisso durante a presidência portuguesa do Conselho da UE, no primeiro semestre de 2021.

Atualmente, 21 Estados-membros têm um salário mínimo, enquanto nos restantes seis – Áustria, Chipre, Dinamarca, Finlândia, Itália e Suécia – o mesmo é garantido exclusivamente através dos acordos coletivos, mas a Comissão Europeia aponta que, “na maioria dos Estados-membros, os trabalhadores são afetados por uma adequabilidade insuficiente ou lacunas na cobertura da proteção dos salários mínimos”.

“À luz desta situação, a diretiva [lei comunitária] proposta cria um quadro para melhorar a adequabilidade dos salários mínimos e o acesso dos trabalhadores à proteção do salário mínimo na UE”, explica o executivo comunitário, reforçando que a sua proposta “respeita em absoluto o princípio da subsidiariedade, ao respeitar e refletir as competências dos Estados-membros e a autonomia e liberdade contratual dos parceiros sociais no domínio salarial”.

“A proposta de hoje com vista a salários mínimos adequados constitui um sinal importante de que, mesmo em tempos de crise, a dignidade do trabalho deve ser sagrada […] O que propomos hoje é um enquadramento, em total respeito pelas tradições nacionais e liberdade dos parceiros sociais”, comentou Von der Leyen.

O vice-presidente Valdis Dombrovskis destacou que “os parceiros sociais têm um papel crucial a desempenhar nas negociações salariais nacionais e a nível local” e garantiu que Bruxelas respeita a sua liberdade para negociar livremente, explicando que o quadro que a Comissão propõe visa “orientar os Estados-membros a fixar salários mínimos” quando tal não é possível.

Por seu lado, o comissário europeu do Emprego e Assuntos Sociais sublinhou que “quase 10% dos trabalhadores na UE vivem na pobreza, e isto tem de mudar, pois as pessoas que têm um trabalho não deveriam sofrer para chegar ao final do mês”.

“Os salários mínimos devem seguir a mesma tendência de outros salários que tiveram aumentos nas décadas recentes, deixando os salários mínimos para trás”, afirmou o comissário, que disse contar com o apoio dos 27 Estados-membros a esta medida, pois a mesma está “preto no branco” no Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que todos subscreveram.

O direito a salários mínimos adequados é um dos princípios contemplados no Pilar Social Europeu, proclamado pelas instituições da UE há três anos, em novembro de 2017, em Gotemburgo, mas que pouco se materializou desde então. No início do próximo ano, a Comissão conta apresentar um plano de ação para a sua implementação, que deverá ser aprovado na cimeira social agendada para maio, no Porto.

Portugal espera conseguir um consenso sobre um salário mínimo europeu quando exercer a presidência da União Europeia, no primeiro semestre de 2021, mas admite que “não é fácil”, dadas as resistências de alguns Estados-membros ao conceito.

Em declarações à margem de um debate sobre o Estado da União, organizado pelo Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal e pela agência Lusa em Lisboa, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, apontou a ideia de um quadro de salários mínimos na UE como uma das questões fundamentais da agenda social que Portugal definiu como prioritária para o exercício da sua presidência do Conselho Europeu, entre janeiro e junho de 2021.

“A ideia de haver um salário mínimo efetivo justo para cada país, dependendo obviamente das circunstâncias económicas e financeiras de cada um e do seu sistema laboral, seria muito, muito importante”, afirmou.

Também a secretária de Estado frisou que “tudo terá de ser feito no respeito pelas características dos sistemas sociais de cada país e pelos sistemas de negociação salarial de cada país”, evocando por exemplo as resistências dos países nórdicos, que têm um processo diferente de diálogo com os parceiros sociais na definição dos salários.

“Temos de ver, não é fácil, mas esperamos conseguir um consenso em torno destas ideias que serão fundamentais para o futuro”, afirmou.

De acordo com dados publicados em dezembro passado pela Comissão Europeia, as variações entre os salários mínimos praticados na Europa continuam a ser vincadas, oscilando entre os 286 euros na Bulgária e os 2.071 euros no Luxemburgo (valores de 2019), surgindo Portugal na segunda metade da tabela, na 12.ª posição entre os 22 países que praticam um vencimento mínimo.

O salário mínimo em Portugal aumentou em 01 de janeiro deste ano para os 635 euros, face ao valor de 600 euros praticado em 2019, o que, ajustado tendo em conta os 14 meses, equivale a um aumento de 700 para 740 euros, os valores tidos em conta nos cálculos do Eurofund para estabelecer uma comparação entre os Estados-membros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investidores com medo do vírus levam Wall Street a quedas de 2%

As bolsas norte-americanas apresentam quedas expressivas perante o aumento do número de casos de Covid-19 nos EUA e na Europa. O Dow Jones perde 2%.

As bolsas norte-americanas estão sob forte pressão vendedora, acompanhando a tendência negativa que é observada na Europa. Os principais índices de Wall Street recuam na terceira sessão consecutiva de perdas, sucumbindo aos receios perante o constante aumento no número de novas infeções por Covid-19.

Enquanto o S&P 500 recua 1,81%, para 3.329,14 pontos, o industrial Dow Jones cede 2,01%, para 26.911,29 pontos. Já o tecnológico Nasdaq desvaloriza 1,66%, para 11.241,48 pontos.

As perspetivas de recuperação estão a desvanecer e a possibilidade de novas restrições e confinamentos ameaça com novos impactos na economia. Os investidores fogem assim dos ativos de risco, dando preferência a ativos de refúgio como as obrigações norte-americanas de curto prazo e a liquidez.

Nem mesmo a Microsoft escapa às quedas. A empresa revelou na terça-feira ter alcançado um aumento de 12% nas vendas no trimestre, para 37,2 mil milhões de dólares, e lucros de 13,9 mil milhões no período, alavancados nos negócios da cloud e dos videojogos. Apesar do desempenho, os títulos estão a perder 2,83%, para 207,22 dólares.

No dia em que se sabe que a Apple está a desenvolver um motor de busca alternativo ao da Google, a fabricante do iPhone também cede à pressão vendedora, perdendo 2,41%, para 113,79 dólares por ação. Já a Alphabet, dona da Google, recua 4% em bolsa.

A AMD anunciou a compra da Xilinx esta semana, por 35 mil milhões de dólares. Mas os títulos da fabricante de processadores estão a perder valor em Wall Street. Também desvaloriza, 1,48%, para 77,71 dólares por ação.

A pandemia não pára de fazer vítimas em todo o mundo e o número de novos infetados confirmados pelas autoridades de saúde têm vindo a aumentar nos EUA e na Europa. Face às menores perspetivas económicas, a Boeing revelou que planeia cortar mais 7.000 postos de trabalho até ao fim de 2021. Perde 2,09% em bolsa.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h52)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investidores da Diáspora pedem apoio de mais de 17 milhões para criar novos postos de trabalho

Emigrantes apresentaram 142 candidaturas para criar 363 novos postos de trabalho em Portugal. Norte regista o maior número de candidaturas (56).

Os investidores da Diáspora apresentaram 142 candidaturas, solicitando um apoio de mais de 17 milhões de euros para a criação de 363 novos postos de trabalho, no âmbito da medida de empregabilidade do Programa +Co3so Emprego, lançada em julho pelo Governo, avança o Ministério da Coesão Territorial em comunicado.

Foi na Região Norte que se verificou o maior número de candidaturas (56), com uma solicitação de mais de seis milhões de euros em apoios para criar o maior número de postos de trabalho (140). Contudo, foi na Região Centro que se solicitou o maior montante de apoio (mais de seis milhões e meio de euros) para criar 123 postos de trabalho, através de 50 candidaturas.

De entre as três modalidades disponíveis (Interior, Urbano e Empreendedorismo Social), o Emprego Interior foi a mais procurada pelos Investidores da Diáspora, somando 88 candidaturas (62%), destinadas a criar 198 postos de trabalho (54,5%) e pedindo apoios na ordem dos dez milhões de euros (59%).

A medida +CO3SO Emprego apoia a 100% os custos diretos com os novos postos de trabalho criados (salários e contribuições para a Segurança Social a cargo do empregador), bem como o pagamento de um adicional de 40% sobre esses mesmos custos. O programa +Co3so Emprego pode dar, no máximo, 2.200 euros por mês a cada trabalhador contratado sem termo durante três anos.

A nível global, a medida registou 5.045 candidaturas e ultrapassou os 550 milhões de euros em fundos solicitados. De acordo com o Ministério da Coesão Territorial liderado por Ana Abrunhosa, a elevada procura destes apoios, “poderá justificar-se um reforço das verbas prevista para a medida que é, simultaneamente, de apoio à empregabilidade e à liquidez das empresas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ilha de Porto Santo classificada como reserva da Biosfera da UNESCO

  • ECO
  • 28 Outubro 2020

Eleva-se para 12 o número de Reservas da Biosfera Portuguesas na Rede Mundial da UNESCO", constituída por mais de 700 reservas,

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC) anunciou esta quarta-feira que a candidatura, submetida em setembro de 2019, da Ilha de Porto Santo a Reserva de Biosfera da UNESCO, foi aprovada pelo Conselho Internacional de Coordenação do Programa “O Homem e a Biosfera – MAB” da UNESCO.

“Com esta inscrição eleva-se para 12 o número de Reservas da Biosfera Portuguesas na Rede Mundial da UNESCO”, constituída por mais de 700 reservas, disse o ministério em comunicado.

As Reservas da Biosfera Portuguesas já inscritas na Rede Mundial são: Boquilobo (1981), Corvo – Açores (2007), Graciosa – Açores (2007), Flores – Açores (2009), Reserva da Biosfera Transfronteiriça do Gerês –Xurés (Portugal/ Espanha) (2009), Berlengas – Peniche (2011), Santana – Madeira (2011), a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica (Portugal/ Espanha) (2015), Fajãs de S. Jorge – Açores (2016), a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Tejo/Tajo Internacional (Portugal/ Espanha) (2016) e Castro Verde (2017).

As Reservas da Biosfera são definidas pela UNESCO como “laboratórios vivos, onde se desenvolvem como funções principais, a conservação de paisagens, ecossistemas e espécies, e o desenvolvimento sustentável a nível social, económico, cultural e ecológico, atuando como plataformas de investigação, monitorização, educação e sensibilização”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EY lança ferramenta para (auto)avaliar a gestão de pessoas

  • Trabalho
  • 28 Outubro 2020

A lançou a EY People Agenda, uma ferramenta para apoiar a gestão de recursos humanos. Os especialistas da EY ajudam os gestores a fazer uma autoavaliação e traçar o melhor plano para o futuro.

A consultora EY lançou a plataforma EY People Agenda para ajudar a gerir a estratégia de gestão de recursos humanos dentro das organizações. Através de uma sessão interativa, feita à medida de cada organização com especialistas da EY, os gestores podem fazer uma autoavaliação do estado atual de desenvolvimento das políticas de gestão de pessoas, em alinhamento com as melhores práticas no mercado, e traçar objetivos para o futuro.

As sessões de avaliação da EY têm por base as “alavancas fundamentais de crescimento”: planeamento de recursos humanos e organizacional, expectativa e envolvimento do talento, a tecnologia e transformação em gestão de pessoas e a mobilidade de recursos humanos. Depois de cada sessão, a consultora constrói um roadmap que ajudará as organizações a alcançar os objetivos desejados.

Nas sessões é possível partilhar experiências com empresas nacionais e internacionais, dos diversos setores de atividade, e ainda comparar dados e exemplos de boas práticas de gestão de recursos humanos.

“Passando por cada uma das alavancas de crescimento, conduzimos uma discussão estruturada que permite identificar os pontos mais críticos em termos de necessidades e prioridades de evolução”, explica a consultora na página oficial.

“A EY People Agenda é uma ferramenta de apoio única, que nos permite visualizar o ponto de partida e definir onde queremos chegar, identificando as ações mais adequadas para alcançar os objetivos, atendendo ao vosso contexto. Permite-nos ainda garantir que logo após a sessão podemos entregar-vos um relatório de diagnóstico com um roadmap de iniciativas que o guiarão do estado atual para o estado futuro desejado”, lê-se ainda no comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Consumo de cimento sobe 10,2% até agosto para 2,4 milhões de toneladas

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

Consumo de cimento em Portugal manteve até agosto a “tendência de subida robusta”, acumulando um aumento homólogo de 10,2%, para 2,4 milhões de toneladas, diz a AICCOPN.

O consumo de cimento em Portugal manteve até agosto a “tendência de subida robusta”, acumulando um aumento homólogo de 10,2%, para 2,4 milhões de toneladas, divulgou esta quarta-feira a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Publicas (AICCOPN).

“Em agosto, o consumo de cimento no mercado nacional manteve a tendência de crescimento robusto, totalizando 2,4 milhões de toneladas desde o início de 2020, o que corresponde a um aumento de 10,2% em termos homólogos acumulados”, refere a associação na última edição mensal da ‘Síntese Estatística de Habitação’.

Quanto à emissão de licenças de construção nova e reabilitação de edifícios habitacionais pelas câmaras municipais, a AICCOPN reporta uma “ligeira redução”, de 1,4%, nos primeiros oito meses do ano face ao período homólogo. Nos três meses terminados em agosto, a variação é de 13,4% em relação ao ano passado.

Segundo a associação, também ao nível do licenciamento de fogos em construções novas se verifica um “ligeiro de decréscimo” de 2,2%, em termos homólogos acumulados até agosto, para um total de 15.496 alojamentos.

Relativamente ao crédito concedido pelas instituições financeiras para aquisição de habitação, manteve no acumulado dos primeiros oito meses do ano “uma tendência favorável”, com um crescimento em termos homólogos de 7,0%, para 7.127 milhões de euros.

Já a avaliação bancária da habitação registou, uma vez mais, um novo máximo histórico, com um aumento de 7,0% em agosto, em termos homólogos, para 1.128 euros por metro quadrado (m2).

Na Área Metropolitana do Porto, o número de fogos licenciados em construções novas, nos 12 meses terminados em agosto, totalizou 4.943, mais 34,7% face aos 3.669 alojamentos licenciados nos 12 meses anteriores.

Por tipologia, 48,5% destes correspondem a T3 ou superior e 25,3% a T2.

Quanto aos indicadores de avaliação bancária na habitação nesta região, aumentaram 11,0% em agosto, em comparação com o mesmo mês de 2019, para 1.139 euros por m2.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ComparaJá.pt quer recrutar 40 pessoas até ao final do ano

  • Trabalho
  • 28 Outubro 2020

A plataforma de comparação bancária e telecomunicações quer contratar 40 gestores de clientes na área do crédito à habitação e das telecomunicações ainda este ano. Vagas já estão abertas.

O portal gratuito de comparação bancária e telecomunicações ComparaJá.pt quer contratar 40 gestores de clientes na área do crédito à habitação e das telecomunicações, e quer concluir o recrutamento até ao final do ano. A empresa também está à procura de talentos na área da comunicação e marketing. As candidaturas podem ser submetidas no site oficial.

Nos próximo meses, a plataforma quer alargar a sua atividade aos setores dos seguros e da energia.

Tendo como foco o universo das finanças pessoais, a plataforma disponibiliza a comparação gratuita de crédito à habitação, cartões de crédito, crédito pessoal, depósitos a prazo e pacotes de telecomunicações.

“Para além das competências inerentes às posições em aberto, para nós é essencial contar com profissionais que tenham uma grande capacidade de trabalho em equipa, que sejam orientados para resultados e que partilhem da nossa filosofia work hard, play hard. Estamos a apostar muito neste processo de recrutamento pois necessitamos mesmo dos melhores talentos de forma a concretizar com sucesso a nossa missão de desenvolver a literacia financeira dos portugueses”, sublinha José Figueiredo, diretor-geral do ComparaJá.pt, citado em comunicado.

O ComparaJá.pt emprega atualmente 80 pessoas em Lisboa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.