Dinheiro da UE paga quase metade do pacote anti-crise do Governo

As novas medidas introduzidas pelo Governo no OE 2021 vão contribuir para a deterioração das contas públicas em quase dois mil milhões de euros. O impacto seria maior sem o dinheiro europeu.

O Orçamento do Estado para 2021 prevê novas medidas que terão um impacto líquido negativo de 1.947 milhões de euros, o qual seria maior caso não houvesse receita extraordinária da União Europeia. As medidas de apoio ao emprego e à retoma da atividade pesam na despesa, assim como o apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores e o reforço do investimento público.

Depois do trambolhão da economia este ano, por causa da pandemia, o défice vai disparar para os 7,3% do PIB. No próximo ano, com a retoma, melhora, mas continuará a ser de mais de 4% (4,3% em 2021). Há um buraco nas contas de 9.132 milhões de euros em 2021, o que é bastante expressivo mas fica abaixo dos do buraco de 14.424 milhões de euros de 2020. Na prática, o défice orçamental irá diminuir por conta da recuperação económica, com o PIB a crescer 5,4%, e não pela ação do Governo, já que as novas medidas vão ter um impacto negativo (pelo menos direto) nas contas públicas.

As medidas previstas retiram 393 milhões de euros à receita pública e acrescentam 3.215 milhões de euros à despesa pública. Contudo, o dinheiro que virá da União Europeia no próximo ano — 1.020 milhões do REACT EU e os 500 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) — terá um impacto positivo e permitirá (somado a outras medidas como o exercício de revisão da despesa) reduzir o “buraco” orçamental produzido pelas novas medidas para quase metade: encolhe para 1.947 milhões de euros, o equivalente a 0,9% do PIB.

De acordo com a proposta de OE 2021, nas principais medidas de política orçamental, o Governo aponta para uma despesa de 965 milhões de euros com o apoio ao emprego e à retoma da atividade. Além deste montante, destaque para os 450 milhões do apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores.

O investimento público, que deverá aumentar em 22% em 2021, traduz-se numa despesa acrescida de 500 milhões de euros, mais do que os 279 milhões da Escola Digital ou os 200 milhões do IVAucher, a medida que prevê a devolução do IVA gasto pelas famílias na restauração, alojamento ou em cultura.

De notar ainda os 300 milhões de euros que serão gastos na aquisição de equipamento de proteção individual (EPI) e outras despesas com saúde, assim como a queda de receita de 200 milhões de euros com a redução das retenções na fonte de IRS (sem impacto em contabilidade nacional, só em contabilidade pública) e os 150 milhões de euros que o Estado vai deixar de encaixar com a redução do IVA da eletricidade para consumos baixos.

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Dos impostos ao alojamento local. O que traz o OE para a habitação em 2021

Impostos canalizados para a Segurança Social, rendimentos tributados a caminho do IHRU, mas também mais verbas. Saiba o que o Orçamento do Estado para 2021 traz para a habitação.

A proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), a que o ECO teve acesso, traz novidades no campo da habitação, embora muito poucas comparado com o orçamento deste ano. Devido aos efeitos que a pandemia trouxe para a economia nacional, o Executivo pretende canalizar mais receita para este setor, seja através dos impostos, seja através do alojamento local. Ainda assim, também está previsto um aumento das verbas.

Desistir do alojamento local deixa de implicar mais-valias

Era identificado pelo próprio setor como o maior problema do alojamento local. Mas o Governo decidiu dar ouvidos ao mercado. Assim, a partir do próximo ano, os imóveis que sejam retirados do alojamento local (ou de outra atividade empresarial) deixam de estar sujeitos a imposto sobre as mais-valias, mesmo que não sejam canalizadas para o arrendamento habitacional.

Havendo desafetação da atividade, os contribuintes ficam apenas obrigados a acrescer ao rendimento tributável os custos que tenham previamente deduzido no âmbito da atividade — em quatro prestações anuais.

Atualmente, se um proprietário quiser retirar um imóvel do alojamento local e destiná-lo a outro fim é obrigado ao pagamento de mais-valias, como se se tivesse tratado de uma venda. Quando há esta alteração, as Finanças calculam a diferença entre o valor de mercado do imóvel no momento em que este foi registado como alojamento local e o valor no momento da alteração. Contudo, para haver isenção, o imóvel teria de se manter no arrendamento tradicional por um prazo de cinco anos.

Adicional ao IMI transferido para o orçamento da Segurança Social

Em ano de pandemia, aplicam-se medidas extraordinárias. E é isso que o Governo pretende em termos de impostos. “Em 2021, é transferido para o Orçamento da Segurança Social, para assegurar o equilíbrio do sistema previdencial repartição, o adicional ao IMI, deduzido dos encargos de cobrança e da previsão de deduções à coleta de IRS e de IRC”, lê-se na proposta de OE2021, que será entregue esta segunda-feira na Assembleia da República.

Assim, contrariamente ao que tem acontecido nos anos anteriores, as receitas arrecadadas com este imposto não serão canalizadas para o FEFSS. “Nos anos 2022 e seguintes, as transferências a que se refere o presente artigo são realizadas para o FEFSS, com as necessárias adaptações”.

Recorde-se que, no ano passado, o AIMI rendeu 151,56 milhões de euros ao Estado, o equivalente a um aumento de 8,5% face ao ano anterior. Em maio deste ano, o Conselho de Finanças Públicas (CFP) referiu, contudo, que a Segurança Social continuava sem receber parte do AIMI de 2018 e 2019.

IHRU vai receber dez milhões de euros vindos do alojamento local

Este ano, o Governo começou a tributar 50% (em vez de 35%) dos rendimentos obtidos com o alojamento local em zonas de contenção. Como o agravamento da tributação aconteceu este ano, em 2021 o Estado vai começar a receber a parcela da coleta de IRS desses proprietários. Essa fatia vai ser direcionada para o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), que a aplicará na “recuperação do património do Estado para fins habitacionais e oferta pública de habitação a preços acessíveis”.

Assim, é já no próximo ano que o IHRU vai começar a receber parte dessa coleta de IRS. “O IHRU vai começar a receber em 2021 a parte proporcional da coleta de IRS dos proprietários de alojamento local que têm imóveis em áreas de contenção”, refere a proposta do OE2021, estimando que esse montante tenha um máximo previsto de dez milhões de euros.

Esta consignação para o IHRU está a ser feita de forma faseada: em 2020 foram transferidos sete milhões de euros, em 2021 serão transferidos dez milhões e em 2022 será transferido “o valor que resultar do IRS liquidado relativamente aos rendimentos de 2020 e anos seguintes”.

Orçamento do IHRU mais do que duplica para 317,6 milhões

Para 2021 o Governo pretende mais do que duplicar o orçamento para a habitação. De acordo com a proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) a que o ECO teve acesso, o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) vai ter disponíveis 317,6 milhões de euros para pôr em práticas as políticas de habitação do Governo.

Deste total, 201 milhões serão provenientes de fundos comunitários, enquanto os restantes 116,6 milhões virão de empréstimos do Banco Europeu de Investimentos (BEI) e da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF).

Este montante total representa um aumento de 135% face ao orçamento de 135 milhões de euros definido para 2020, que incluía 85 milhões vindos diretamente da DGTF e 50 milhões de euros do BEI. Ou seja, para 2021 a verba mais do que duplica.

Isenção automática de IMI vai chegar aos beneficiários de heranças indivisas

Os beneficiários de heranças indivisas que tenham como habitação própria e permanente um imóvel da herança vão passar a poder ter a isenção de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) atribuída a pessoas de reduzidos rendimentos.

Segundo a proposta do OE2021, caso o sujeito passivo do IMI seja uma herança indivisa, “relativamente aos prédios urbanos que estejam efetivamente afetos a habitação permanente dos herdeiros, a isenção é aplicada à quota-parte dos herdeiros”.

Para que a isenção seja atribuída é necessário que os herdeiros estejam identificados na matriz predial e que os mesmos e reúnam os pressupostos para que esta isenção do IMI possa ser atribuída.

Dez milhões disponíveis para habitação para forças de segurança

O OE2021 prevê a criação de um programa que vise “garantir condições de habitabilidade dignas aos profissionais deslocados que iniciam funções”. Assim, está previsto o lançamento de concursos públicos de investimento em infraestruturas de habitação até ao terceiro trimestre de 2021, com um montante mínimo de dez milhões de euros. Com direito a estas habitações estão os beneficiários dos Serviços Sociais das Forças de Segurança.

IHRU transfere 3,55 milhões para o programa ProHabita

O IHRU vai transferir 3,55 milhões de euros um montante proveniente dos saldos transitados, para “assegurar os compromissos do Estado no âmbito de comparticipações a fundo perdido em projetos de realojamento e reabilitação, no âmbito do Programa ProHabita”. De acordo com a proposta do Governo, estas verbas vão dar apoios ao território da Madeira, “em virtude dos incêndios aí ocorridos”, e permitir realojar a população de Vale de Chícharos, no Seixal.

O ProHabita tem como objetivo resolver “situações de grave carência habitacional de agregados familiares residentes no território nacional” e é assegurado mediante acordos entre os municípios e o IHRU, refere o Portal da Habitação. O programa permite ainda a “concessão de apoios para construção de nova ou reabilitação de habitação própria e permanente, quando esta for total ou parcialmente destruída por calamidades”.

Celebração de protocolos para dar casa a 600 sem-abrigo

Em 2021, o Governo pretende reforçar a “prioridade do combate às situações de pobreza e exclusão social” que estão previstas na Estratégia Nacional para Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo. Assim, o objetivo é alargar o reforço das respostas de acesso a alojamento e habitação.

A ideia é que o Instituto da Segurança Social (ISS) celebre, durante o ano de 2021, protocolos para o financiamento de projetos no âmbito desta estratégia, nomeadamente no que diz respeito a “respostas sociais de housing first e apartamentos partilhados com capacidade para 600 pessoas”.

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Tudo o que vai mudar nos automóveis com o OE 2021

Há custos extra que vão continuar em vigor no próximo ano, mas também há uma baixa de impostos no caso dos carros usados importados. E continua a haver "cheques" para os carros elétricos.

2021 vai continuar a pesar nos bolsos dos condutores de veículos com motores a combustão, seja através do adicional ao ISP sobre a gasolina e gasóleo, seja através do IUC para os diesel. Mas há, na proposta de Orçamento do Estado para 2021, também alterações que vão aliviar a fatura de quem utiliza a quatro rodas.

No dia em que o documento será entregue na Assembleia da República, tendo depois de ser aprovado, o ECO dá-lhe a as principais mudanças que os condutores poderão sentir no próximo ano.

Adicional nos combustíveis mantém-se

O adicional à taxa do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) para a gasolina e gasóleo vai continuar em vigor no próximo ano, há semelhança do que tem acontecido nos últimos anos.

“Em 2021, mantém-se em vigor o adicional às taxas do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos, no montante de 0,007 euros por litro para a gasolina e no montante de 0,0035 euros por litro para o gasóleo rodoviário e para o gasóleo colorido e marcado”, refere uma versão da proposta de Orçamento do Estado para 2021 obtida pelo ECO.

Carro a diesel? Extra no IUC continua

Quem tem automóvel a gasóleo vai continuar a suportar um custo extra com o Imposto Único de Circulação (IUC). “Em 2021, mantém-se em vigor o adicional de IUC (…) aplicável sobre os veículos a gasóleo enquadráveis nas categorias A e B previstas, respetivamente, (…) no Código do IUC”, refere a proposta de OE2021.

Esta taxa extra para os proprietários de carros com motores a gasóleo foi introduzida em 2014, preparando-se para completar, assim, o sétimo ano de existência. A taxa adicional varia em função da cilindrada, mas também da idade do veículo.

Usados importados mais baratos

Enquanto atestar continua a obrigar um custo extra, ter um carro a diesel acarreta uma despesa adicional, comprar um carro usado importado vai ficar mais barato.

“O imposto incidente sobre veículos portadores de matrículas definitivas comunitárias atribuídas por outros Estados membros da União Europeia é objeto de liquidação provisória nos termos das regras do presente Código [do ISV], ao qual são aplicadas as percentagens de redução previstas na tabela D ao imposto resultante da tabela respetiva, tendo em conta a componente cilindrada e ambiental“, refere a versão preliminar da proposta do OE2021.

O Governo não mexe nas percentagens de redução do ISV na componente da cilindrada, que continuam a variar entre os 10% para carros com um ano e chegam a 80% nos veículos com mais de dez anos, mas passa a considerar a componente ambiental no apuramento do imposto a liquidar no momento da legalização do veículo. Se até agora estes carros pagavam a componente ambiental a 100%, como se de carros novos se tratassem, passam a contar com descontos que vão dos 2% para carros com até um ano, chegando a 70% no caso de veículos com mais de 15 anos.

Na prática, isto significa que os encargos para os consumidores que comprem carros usados noutro país comunitário vão encolher. Estes carros “vão ficar mais baratos”, diz Amílcar Nunes, especialista da EY, ao ECO.

Cheques para carros elétricos vão continuar

O Governo vai continuar a apoiar a compra de veículos elétricos durante o próximo ano. O incentivo à introdução no consumo de veículos de baixas emissões manter-se-á válido, sendo que a dotação da medida é a mesma deste ano: quatro milhões de euros.

“No âmbito das medidas da ação climática é mantido o incentivo à introdução no consumo de veículos de zero emissões, financiado pelo Fundo Ambiental, nos termos a definir por despacho do membro do Governo responsável pelas áreas do ambiente e da ação climática”, refere a versão preliminar da proposta de OE2021 obtida pelo ECO.

“O incentivo previsto no número anterior é extensível a motociclos de duas rodas e velocípedes e a ciclomotores elétricos que possuam homologação europeia e estejam sujeitos a atribuição de matrícula, quando aplicável, com exclusão daqueles classificados como enduro, trial, ou com sidecar”. Tal como este ano, o “incentivo previsto no número anterior é ainda extensível às bicicletas de carga”.

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O que traz o OE para os pensionistas? E para a Função Pública?

O próximo ano não será sinónimo de aumentos salariais na Função Pública, mas traz um novo programa de estágios no Estado. Já os reformados beneficiam de uma subida extra das pensões.

O Executivo de António Costa entregou, esta segunda-feira, o Orçamento do Estado para 2021 na Assembleia da República. Em ano de pandemia, os pensionistas têm assegurado um aumento extraordinário das pensões, que chegará a meio do próximo ano. Já os funcionários públicos não têm garantido qualquer reforço dos rendimentos, além daquele resultante do aumento do salário mínimo.

A pandemia de coronavírus fez tremer a economia nacional, estimando-se que a variação dos preços no consumidor se fixe muito próximo de zero. Tal significa que, pela via normal, os pensionistas não deverão ver as suas pensões subir no próximo ano.

As pensões mais baixas vão beneficiar, ainda assim, de um aumento extraordinário, à semelhança do que aconteceu nos anos anteriores. A proposta do Orçamento do Estado para 2021 estabelece que as pensões cujo valor seja igual ou inferior a 1,5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (658,22 euros) receberão uma atualização de dez euros. Já os pensionistas que recebem uma pensão que tenha sido aumentada entre 2011 e 2015 beneficiarão de uma subida de seis euros, em 2021.

Ao contrário do que aconteceu em 2020 — altura em que o aumento foi aplicado a partir de janeiro –, esta subida só será sentida a partir de agosto de 2021. São abrangidas as pensões de invalidez, velhice e sobrevivência atribuídas pela Segurança Social, bem como as pensões de aposentação, reforma e sobrevivência atribuídas pela Caixa Geral de Aposentações.

Esta é a grande medida preparada pelo Governo, no âmbito do Orçamento do Estado para 2021, para os pensionistas.

Função Pública sem aumentos, mas com estágios

O Governo tinha prometido avançar com aumentos salariais de, pelo menos, 1% para os funcionários públicos em 2021, mas a pandemia fez cair esse compromisso. Na proposta de Orçamento do Estado apresentada na Assembleia da República, não há qualquer referência a essa intenção e o Executivo já adiantou que, por agora, apenas está garantido o reforço dos salários mais baixos a par da subida do salário mínimo nacional.

A generalidade dos trabalhadores do Estado não verá, assim, a sua remuneração aumentar no próximo ano, mas o Executivo destaca que se manterão os rendimentos, as carreiras e as progressões, “ao contrário do que aconteceu noutros tempos”.

Tudo somado, os sindicatos sublinham assim que o Orçamento do Estado 2021 não traz grandes novidades para os funcionários públicos.

Na versão preliminar da proposta de OE2021, anuncia-se, ainda assim, um novo programa de estágios nas Administrações Central e Local para jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego e o Governo compromete-se a identificar que serviços públicos serão transferidos para o interior.

Há também um “investimento muito grande” — disse o secretário de Estado da Administração Pública, José Couto — em contratações, com a entrada de 8.400 euros profissionais para a área da Saúde.

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Tudo o que vai mudar na vida das empresas com o OE 2021

Grandes empresas impedidas de despedir. Vouchers para gastar no turismo. PME com prejuízos sem penalização na tributação autónoma. Ginásios contam para IRS. O que o OE 2021 traz para as empresas.

O Orçamento do Estado para 2021 promete trazer novidades importantes para as empresas. Por exemplo, as grandes que recorrerem a apoios do Estado estão impedidas de despedir e as mais pequenas que registem prejuízos escapam ao agravamento da tributação autónoma. Há estímulos para apoiar o setor do turismo (com o IVAucher a potenciar o consumo nos restaurantes, alojamentos e cultura) e para ajudar os ginásios (que passa a contar para o IRS) em tempos de pandemia.

Também há notícias menos positivas: mantém-se a contribuição sobre a banca, setor energético, farmacêuticas e fornecedores de dispositivos médicos. O Governo também quer cortar gastos com serviços jurídicos externos. O ECO juntou as principais mudanças que as empresas poderão sentir no dia-a-dia em 2021.

Grandes empresas com apoios do Estado impedidas de despedir

As grandes empresas com resultados líquidos positivos este ano e que recebam apoios públicos não podem despedir trabalhadores ao longo do próximo ano e são obrigadas a manter o número de colaboradores. Estão abrangidas por este regime as empresas que recorram às linhas de crédito com garantias de Estado – uma restrição que já se verifica nas duas últimas linhas de crédito –, mas também aquelas que beneficiem de incentivos fiscais ao investimento produtivo, do regime fiscal de apoio ao investimento (RFAI) e do sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial (SIFIDE II).

As empresas que beneficiem do crédito fiscal extraordinário ao investimento também não podem despedir trabalhadores, tal como as que optem pela distribuição de dividendos.

A proibição de despedir abrange a figura do despedimento coletivo, por extinção do posto de trabalho ou por inadaptação. Por outro lado, as empresas devem manter o nível de emprego até ao final de 2021, ou seja, ter ao seu serviço um número médio de trabalhadores igual ou superior ao que tinha a 1 de outubro de 2020, e não podem iniciar procedimentos deste tipo ao longo do próximo ano. Mas estas regras não abrangem as micro, pequenas e médias empresas.

Offshore corta acesso a apoios públicos

Empresas ligadas a paraísos fiscais vão ficar de fora dos apoios públicos criados devido à pandemia de Covid-19. As exclusões dizem respeito a ligações a países incluídos na lista de paraísos fiscais aprovada pelo Governo na altura do Orçamento Suplementar após várias propostas dos partidos.

Em causa estão apoios e incentivos fiscais como alargamento dos limites de deduções no IRC dos prejuízos fiscais de 2020 e 2021, que passam assim a ser equiparados ao que já acontecia nas linhas de crédito com garantia de Estado e ao lay-off simplificado.

Restaurante Barrosã, Alvalade
Restaurante Barrosã, AlvaladeJoana Morais Fonseca

IVAucher para restaurantes, hotéis e cultura

É uma das novidades para apoiar o setor do turismo, designadamente para restaurantes, alojamento e cultura: o IVAucher (veja como funciona aqui). Com esta medida, o Estado conta devolver 200 milhões de euros às famílias para voltarem a gastar no mesmo setor.

Como o nome indica, é uma espécie de voucher que permite que os consumidores possam acumular o IVA de uma despesa feita num destes setores que foi fortemente impactado pela crise pandémica, podendo depois descontá-lo mais tarde através da realização de uma compra no trimestre seguinte.

O valor a acumular e descontar será a totalidade do IVA. Por exemplo, se uma fatura de 50 euros de algum restaurante, hotel ou alojamento local ou até mesmo num espetáculo tiver um IVA de 11,5 euros, serão estes 11,5 euros a ser acumulados e descontados numa próxima despesa. O valor do IVA a descontar é aquele que consta nas faturas que serão comunicadas à Autoridade Tributária.

Ginásio conta para IRS

A conta do ginásio vai passar a contar para as deduções do IRS, desde que peça fatura com número de contribuinte. Os portugueses passam a poder deduzir 15% do IVA do ginásio no imposto devido ao Estado, como já acontece com outras despesas, como as da oficina, veterinário e cabeleireiro, até uma dedução máxima de 250 euros. Esta medida pode ajudar a atividade dos ginásio fortemente impactada com a pandemia.

PME com prejuízos escapam a penalização na tributação autónoma

As micro, pequena e médias empresas que tenham registado lucros nos últimos anos e que, perante a situação de pandemia, venham a registar prejuízos este ano e no próximo vão escapar ao agravamento das tributações autónomas.

O Código do IRC prevê um agravamento em dez pontos percentuais nas taxas de tributação autónoma para as empresas que apresentem prejuízos. Porém, o Governo vai agora introduzir uma disposição transitória na proposta orçamental que isenta desta penalização as PME e as cooperativas que venham a ter prejuízos em 2020 e 2021, com a condição de terem obtido lucro tributável nos últimos três anos e de terem cumprido as obrigações declarativas nos dois últimos anos.

Por outro lado, também as PME e cooperativas em início de atividade ou cujo período de tributação corresponda a um dos dois períodos seguintes ao de início de atividade escapam a esta penalização.

Da banca à energia, Governo mantém contribuições especiais

Se há muitas novidades, também há medidas que são renovadas de um ano para o outro. Como as contribuições sobre a banca, energia, farmacêuticas e fornecedores da indústria dos dispositivos médicos do SNS.

No caso da banca, a proposta orçamental mantém o adicional de solidariedade sobre o setor e que criado este ano pelo Executivo por causa da crise provocada pela pandemia de Covid-19 e cuja receita visa reforçar os cofres da Segurança Social.

Em relação à Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), criada em 2013, o Governo admite uma alteração das regras, “quer por via da alteração das regras de incidência, quer por via da redução das respetivas taxas, atendendo ao contexto de redução sustentada da dívida tarifária do Sistema Elétrico Nacional e da concretização de formas alternativas de financiamento de políticas sociais e ambientais do setor energético, tendo por objetivo estabilizar o quadro legal desta contribuição e reduzir o contencioso em torno da mesma”.

Também há alterações no regime da contribuição extraordinária sobre os fornecedores da indústria de dispositivos médicos, nomeadamente ao determinar que a receita cobrada em 2020 seja integrada automaticamente no orçamento do SNS, gerido pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), passando a constituir receita própria.

Benefícios fiscais para ações conjuntas de promoção externa

Micro, pequenas e médias empresas poderão beneficiar de benefícios fiscais na participação conjunta em projetos de promoção externa. As despesas consideradas para este benefício são relativas à participação em feiras e exposições no exterior e incluem “gastos com o arrendamento de espaço” e com a construção e funcionamento do stand, “incluindo os serviços de deslocação e alojamento dos representantes das empresas e outras despesas de representação”, entre outras.

Além disso, serão também consideradas relevantes “despesas relativas a serviços de consultoria especializados, prestados por consultores externos”, como “campanhas de marketing nos mercados externos”, “assistência técnica, estudos, diagnósticos e auditorias relacionadas” com estes mercados, bem como outros gastos relacionados. São ainda “elegíveis outras despesas de investimento relacionadas com a promoção da internacionalização”, como a “prospeção e captação de novos clientes” e “ações de promoção realizadas em mercados externos”.

Governo aperta cerco aos benefícios fiscais em investigação e desenvolvimento

As regras passam a ser mais claras e apertadas para as empresas que queiram usufruir de benefícios fiscais em investigação e desenvolvimento. Empresas e fundos de investimento, públicos ou privados, vão ter efetivamente de comprovar a realização de investimentos no capital de empresas do setor da tecnologia e não apenas financiar instrumentos de dívida.

Cortar gastos com sociedades de advogados

O Governo quer passar a limitar e reduzir a contratação de serviços jurídicos externos ao Estado como o pedido de estudos, pareceres, projetos, serviços de consultoria, trabalhos especializados e representação judiciária feitos por escritórios de advogados e consultoras. Estes devem assim passar a ser “realizados por via dos recursos próprios das entidades públicas”.

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Tudo o que vai mudar na vida das famílias com o OE 2021

Um novo apoio social, descontos no IRS e aumentos nas pensões. Veja as mudanças previstas na proposta do Governo para o Orçamento do Estado para o próximo ano.

O próximo ano poderá trazer novos apoios sociais, aumentos nos salários e pensões e mudanças nos impostos, medidas que estão previstas na versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2021, obtida pelo ECO. A proposta ainda será finalizada e entregue na Assembleia da República esta segunda-feira, tendo depois de ser aprovada.

Ainda assim, o documento permite já ter uma ideia de que medidas e propostas deverão avançar no próximo ano, tendo até em conta que muitas delas resultam das negociações do Governo com os partidos de esquerda. O ECO juntou as principais mudanças que poderá sentir no dia-a-dia em 2021.

Rendimentos

Aumento extra das pensões de dez euros

As pensões mais baixas terão um aumento extra em agosto de 2021. “A atualização extraordinária é efetuada pelo valor de 10,00 euros por pensionista, cujo montante global de pensões seja igual ou inferior a 1,5 vezes o valor do indexante dos apoios sociais (IAS), ou 6,00 euros aos pensionistas que recebam, pelo menos, uma pensão cujo montante fixado tenha sido atualizado no período entre 2011 e 2015”, lê-se na proposta.

Aumento do salário mínimo

Apesar de esta medida não constar na versão preliminar da proposta de OE, já foi assegurada por vários membros do Governo, sendo que o próprio primeiro-ministro já se comprometeu com um “aumento significativo” do salário mínimo nacional. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, anunciou que o Executivo quer um aumento em linha com os aumentos médios na última legislatura. Para referência, o aumento médio do salário mínimo na última legislatura foi de 23,75 euros.

Prestações sociais

Novo apoio social para trabalhadores desprotegidos

O “Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores” vai chegar aos trabalhadores por conta de outrem, a domésticos e independentes, cuja prestação de proteção no desemprego termine numa data posterior a 1 de janeiro de 2021. O valor de referência será de 501,16 euros por mês, mas será tido em conta o rendimento médio do agregado para definir o valor do apoio. No caso dos independentes o apoio será equivalente à quebra do rendimento médio na última declaração trimestral.

O apoio tem um limite mínimo de 50 euros, com exceção das situações em que a perda de rendimentos do trabalho foi superior a um Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que este ano se situa nos 438,81 euros. Nesse caso, o limite mínimo do apoio é de 0,5 IAS. Já quando a perda de rendimento do trabalho se situar entre 0,5 IAS e 1 IAS, o apoio tem como limite mínimo 50% do valor da perda.

A medida prevê ainda o prolongamento do apoio extra para informais para seis meses. “Para os trabalhadores em situação de desproteção económica e social, que não tenham acesso a qualquer instrumento ou mecanismo de proteção social e que não se enquadrem nas situações previstas no n.º 2, é aplicável o apoio extraordinário a trabalhadores previsto no artigo 325.º-G da Lei n.º 2/2020, de 31 de março, na sua redação atual, sendo pago pelo período máximo de seis meses, até 31 de dezembro de 2021”, refere a proposta.

Subsídio de desemprego mínimo vai subir

O Governo prevê nesta proposta uma subida do valor mínimo do subsídio de desemprego de aproximadamente 60 euros, para cerca de 505 euros (1,15 IAS), para quem desconta pelo salário mínimo nacional. De notar que este montante pode sofrer alterações consoante o valor do IAS para 2021, que é conhecido no final do ano e confirmado em diploma do Governo no início do próximo ano.

“Sem prejuízo dos limites dos montantes do subsídio de desemprego, previstos no Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de novembro, na sua redação atual, nas situações em que as remunerações que serviram de base ao cálculo do subsídio de desemprego correspondam, pelo menos, ao salário mínimo nacional, a prestação de desemprego é majorada de forma a atingir o valor mínimo correspondente a 1,15 do IAS”, lê-se na proposta.

Subsídio de risco para profissionais de saúde

Os profissionais de saúde que contactem diretamente com pessoas suspeitas ou doentes infetados com a Covid-19 terão direito a um subsídio extraordinário de risco, que será pago até 12 meses por ano enquanto persistir a situação de pandemia em período de emergência, calamidade ou contingência.

O subsídio “é extraordinário e transitório e corresponde a 20% da remuneração base mensal de cada trabalhador com o limite de 50% do valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), sendo o pagamento efetuado bimestralmente”, refere a versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2021 obtida pelo ECO.

Subsídio de insalubridade e penosidade

A proposta de OE prevê também um “suplemento remuneratório de penosidade e insalubridade da carreira geral de assistente operacional”, para as áreas de higiene urbana e do saneamento das autarquias locais “de que resulte comprovada sobrecarga funcional que potencie o aumento da probabilidade de ocorrência de lesão ou um risco potencial agravado de degradação do estado de saúde”.

Creches gratuitas para segundo escalão de rendimentos

Depois de este ano a gratuitidade das creches ter chegado aos pais cujos rendimentos familiares se inseriam no primeiro escalão, em 2021 vai aplicar-se também a todos os filhos das famílias do segundo escalão. Nesta proposta, alarga-se assim a medida a todas famílias cujos rendimentos se enquadrem no 2.º escalão, independentemente do número de filhos, sendo que este ano, as famílias apenas tinham creche grátis a partir do segundo filho.

Impostos

IVAucher permite recuperar parte do IVA do alojamento, restauração e cultura

No programa de estímulos para os setores da restauração, alojamento e cultura, apelidado de IVAucher, o consumidor “acumula o valor correspondente à totalidade do IVA suportado em consumos” nestes setores, “durante um trimestre” e, depois, pode “utilizar esse valor, durante o trimestre seguinte, em consumos nesses mesmos setores”, especifica a proposta.

Redução da taxa de retenção na fonte de IRS

O Governo deverá incluir no próximo Orçamento do Estado uma redução da taxa de retenção na fonte de IRS para todos os trabalhadores. Por esta via, sem baixar impostos nem pondo em causa as receitas do Estado, o Executivo aumenta o rendimento disponível mensalmente aos portugueses, compensando com uma menor devolução do IRS no ano seguinte, avançou o Expresso. Esta medida não se inclui na proposta do Orçamento do Estado, devendo ser incluída numa tabela a publicar no início do ano.

Desporto e ginásios dão descontos no IRS

A conta do ginásio vai passar a contar para as deduções do IRS, se pedir fatura com número de contribuinte. Os portugueses passam a poder deduzir 15% do IVA do ginásio no imposto devido ao Estado, como já acontece com outras despesas, como as da oficina, veterinário e cabeleireiro, até uma dedução máxima de 250 euros.

Menos impostos para carros usados importados

O Governo decidiu alterar a tributação dos veículos usados importados. A fiscalidade que recai sobre estes veículos, importados da União Europeia, vai descer em resultado da alteração à fórmula de cálculo do Imposto Sobre Veículos (ISV). A idade vai dar desconto tanto na componente de cilindrada como na ambiental, que até agora era ignorada.

“O imposto incidente sobre veículos portadores de matrículas definitivas comunitárias atribuídas por outros Estados membros da União Europeia é objeto de liquidação provisória nos termos das regras do presente Código [do ISV], ao qual são aplicadas as percentagens de redução previstas na tabela D ao imposto resultante da tabela respetiva, tendo em conta a componente cilindrada e ambiental”, lê-se na versão preliminar da proposta do OE2021. A principal mudança é que se passa a considerar a componente ambiental no apuramento do imposto a liquidar no momento da legalização do veículo.

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5 coisas que vão marcar o dia

Depois de entregue na Assembleia da República, é dia de apresentação do OE 2021. Costa reúne-se com empresários, enquanto a Apple prepara-se para dar a conhecer os novos iPhones.

No dia em que João Leão vai apresentar a proposta de Orçamento do Estado para 2021, António Costa vai discutir os desafios da recuperação económica com os empresários. Esta terça-feira também é dia de eleições nas CCDR. O Eurostat explica como a pandemia impactou o consumo e a poupança, enquanto do outro lado do Atlântico a Apple deverá apresentar os novos iPhones.

Leão explica Orçamento do Estado

O Orçamento do Estado para 2021 foi apresentado na noite desta segunda-feira na Assembleia da República. Para esta terça-feira ficou marcada a apresentação do documento pelo ministro de Estado e das Finanças, João Leão, e pelos seus secretários de Estado. O evento começará às 9h00, terá lugar no Salão Nobre do Ministério das Finanças. Este Orçamento do Estado fica marcado pela criação de um novo apoio social, por um aumento extraordinário das pensões e por um travão aos despedimentos de grandes empresas com apoios do Estado.

Costa discute retoma económica com empresários

No dia seguinte à apresentação na Assembleia da República da proposta de Orçamento do Estado para 2021, o primeiro-ministro, António Costa, ruma ao Porto para participar num evento promovido pela Associação de Jovens Empresários (ANJE). A conversa com o chefe do Executivo terá como temas os desafios da recuperação económica, a transição digital e os apoios às empresas.

É dia de eleições indiretas nas CCDR

Esta terça-feira é dia de eleições indiretas das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). Um colégio de autarcas irá escolher um presidente e um vice-presidente para cada um das comissões. A eleição do presidente decorrerá em reunião da assembleia municipal e a escolha do vice-presidente decorrerá, em simultâneo, mas instalações das comunidades intermunicipais e das áreas metropolitanas.

Como a pandemia impactou o consumo e a poupança?

O gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (Eurostat) publica os dados relativos ao impacto da pandemia de coronavírus no consumo e na poupança das famílias. No segundo trimestre, a taxa de poupança das famílias da Zona Euro atingiu o valor mais alto desde o início da série estatística, em 1999. Em sentido inverso, a taxa de investimento das famílias recuou para mínimos históricos.

Vem aí um novo iPhone?

A Apple prepara-se para revelar os novos iPhones, num evento especial marcado para esta terça-feira. À semelhança do que aconteceu com os modelos anteriores, o iPhone 12 deverá ter várias versões: iPhone 12 mini, iPhone 12, iPhone 12 Pro, iPhone 12 Pro Max. Os ecrãs variam entre 5,4 polegadas e 6,7 polegadas. Uma das características mais aguardadas será a capacidade de utilização da rede 5G com estes novos equipamentos. Nada disto está confirmado, mas o evento foi marcado poucas semanas depois de uma outra apresentação em que a marca falhou o lançamento de novos modelos do smartphone.

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Despesa pública ultrapassa 100 mil milhões. Segurança Social e Saúde entre os ministérios com mais dinheiro

Pela primeira vez, a despesa pública deverá passar os 100 mil milhões em 2021. Contudo, em percentagem do PIB, até desce. Entre os ministérios, o destaque vai para a Segurança Social e a Saúde.

Um aumento de 1,9% da despesa pública no próximo ano bastará para colocá-la acima dos 100 mil milhões de euros pela primeira vez, ainda que o seu peso no PIB vá diminuir. O Governo desenhou o Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) com um tecto máximo de despesa de 100.755 milhões de euros (47,8% do PIB), acima dos 98.889 milhões de euros previstos para 2020 (49,9% do PIB), de acordo com o relatório entregue esta segunda-feira pelo Governo.

O maior aumento da despesa pública acontece em 2020 por causa da pandemia, o que até obrigou o Governo a apresentar um Orçamento Suplementar para conseguir acomodar os apoios que criou durante o confinamento e os seus sucessores, além dos gastos adicionais com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), entre outros. Em 2019, a despesa pública situou-se nos 90.984 milhões de euros e a previsão é que suba para os 98.899 milhões de euros em 2020, o que representa o maior valor desde 2010, último ano do Governo de José Sócrates.

Em 2021, a subida em valor é mais curta, mas basta para superar a fasquia dos 100 mil milhões de euros. No próximo ano chegam ainda mais apoios à economia — ainda que a rubrica dos subsídios (onde se incluía o lay-off simplificado) vá encolher 40% face a 2020 — e mais dinheiro de diversas fontes da União Europeia que levarão a uma subida da despesa pública. Ao todo, todas as novas medidas de política orçamental fazem subir a despesa em mais de três mil milhões de euros.

São várias as pressões na despesa, como o “forte crescimento do investimento em 23,2%”, o apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores (450 milhões de euros), o aumento da despesa com pessoal e ainda a subida da despesa com consumo intermédio (principalmente na saúde) e “a outra despesa corrente (11,1%), que reflete em grande medida os apoios da segurança social para a área social”.

Segurança Social e Saúde entre os ministérios com mais dinheiro

Quase todos os ministérios vão ter mais dinheiro à sua disposição no próximo ano, face ao que se prevê que executem em 2020, segundo os números que constam do relatório do OE 2021 entregue pelo Ministério das Finanças no Parlamento.

À exceção das Finanças e da Gestão da Dívida Pública, os programas orçamentais da Segurança Social e da Saúde são os dois ministérios que mais dinheiro terão à sua disposição. Ainda assim, no caso da Segurança Social, a despesa diminui em 2021 face a 2020 por causa da comparabilidade uma vez que o “maior impacto” dos efeitos da crise pandémica deu-se este ano. Recorde-se que a despesa com subsídios deverá descer em 40%.

No caso da Saúde, o orçamento aumentará em 4,1%, ou seja, mais 500 milhões de euros. Contudo, não é possível saber quanto deste aumento irá para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) uma vez que, por falha do Ministério das Finanças, os valores não constam desta versão do relatório, tal como se pode ler neste excerto: “Em 2021, a dotação orçamental do SNS será reforçada em cerca de X milhões de euros face ao orçamento anterior“. Mais tarde, o Ministério das Finanças esclareceu o ECO que se trata um aumento de 467,8 milhões de euros em 2021.

Contudo, não é possível perceber se este aumento é em comparação com o previsto para 2020 no Orçamento Suplementar ou se existe uma nova estimativa para o que se vai executar este ano, o que dará para tirar conclusões diferentes sobre a intensidade este reforço.

Continuando a mesma anaálise nesta ótica de programa orçamental, o ministério que “ganha” mais é o das Infraestruturas e Habitação com mais 1.802 milhões de euros em 2021 face à execução esperada para 2020. Segue-se a Economia com mais 854,4 milhões de euros e ainda o Ambiente e Ação Climática com mais 599,8 milhões de euros.

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Casas retiradas do alojamento local deixam de estar sujeitas a imposto sobre mais-valias

Retirar um imóvel do alojamento local e destiná-lo a outro fim já não vai implicar o pagamento de mais-valias. Medida era identificada pelo setor como o maior entrave ao mercado.

As casas retiradas do alojamento local ou de outra atividade empresarial deixam de estar sujeitas a imposto sobre as mais-valias, mesmo que não sejam canalizadas para o arrendamento habitacional, segundo a proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

No documento que entregou na segunda-feira no Parlamento, o Governo altera o regime fiscal da afetação e desafetação dos imóveis à atividade empresarial, deixando de fazer depender a isenção de mais-valias da colocação da casa no arrendamento habitacional durante um período de cinco anos.

Havendo desafetação, os contribuintes ficam apenas obrigados a acrescer ao rendimento tributável os custos que tenham previamente deduzido no âmbito da atividade — em quatro prestações anuais. Em simultâneo é criada uma regra antiabuso no caso da alienação dos imóveis durante os três anos posteriores à transferência para a esfera pessoal.

Atualmente, se um proprietário quiser retirar um imóvel do alojamento local e destiná-lo a outro fim é obrigado ao pagamento de mais-valias, como se se tivesse tratado de uma venda. Quando há esta alteração, as Finanças calculam a diferença entre o valor de mercado do imóvel no momento em que este foi registado como alojamento local e o valor no momento da alteração. Contudo, para haver isenção, o imóvel teria de se manter no arrendamento tradicional por um prazo de cinco anos — uma condição que foi aprovada no OE2020.

O OE2021 prevê ainda uma transferência de dez milhões de euros para o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) por via de parte da coleta do IRS “que corresponder ao agravamento do coeficiente para determinação do rendimento tributável aplicável aos rendimentos da exploração de estabelecimentos de alojamento local localizados em área de contenção”.

No OE2020, foi aumentada de 35% para 50% a parcela de rendimento sujeita a imposto dos alojamentos locais situados em zonas de contenção, sendo parte da receita proveniente deste agravamento consignada ao IHRU. O OE2020 previa que em 2020 fossem transferidos para este instituto sete milhões de euros e dez milhões de euros em 2021, um montante que o OE2021 mantém.

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Jerónimo Martins, Navigator e Cimpor entre as empresas responsáveis por 25% das emissões globais

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

As três empresas portuguesas integram uma lista de 1800 companhias "responsáveis por 13,5 gigatoneladas de emissões por ano, o equivalente a 25% do total global de emissões".

As portuguesas Jerónimo Martins, Navigator e Cimpor estão entre as mais de 1.800 empresas mundiais responsáveis por 25% das emissões de gases com efeito de estufa que são alvo de um apelo para cumprir metas de redução.

Segundo um comunicado da CDP, uma organização internacional sem fins lucrativos que tem por objetivo a divulgação ambiental, 137 instituições financeiras globais, entre as quais as seguradoras AXA e Allianz, e que em conjunto representam ativos de 20 biliões de dólares, apelam a que estas mais de 1.800 empresas cumpram metas de redução de emissões de gases que permitam travar o aquecimento global em 1,5 graus Celsius e atingir as zero emissões em 2050, o mais tardar.

O apelo é divulgado esta quarta-feira pela CDP, no âmbito de uma campanha de envolvimento na ação climática e enviado às milhares de empresas na lista das mais poluentes, onde para além das três portuguesas se encontram companhias como a Tesla.

“Juntas são responsáveis por 13,5 gigatoneladas de emissões por ano, o equivalente a 25% do total global de emissões. Em toda a sua cadeia de valor, estas empresas têm influência num volume mais de três vezes superior de emissões acumuladas”, lê-se no comunicado da organização sem fins lucrativos, hoje divulgado.

O apelo das instituições financeiras é para que estas empresas mais poluentes se comprometam com metas baseadas na ciência para garantir uma verificação independente.

“Isto permite a investidores e empresas elevar a sua ambição climática de maneira a ser avaliada de forma uniforme e comparável”, refere o comunicado.

Mais de um milhar de empresas em todo o mundo já se comprometeram com metas de redução de base científica, entre as quais 300 que se comprometeram com o objetivo de reduzir o aquecimento global em 1,5 graus Celsius assinando a carta de compromisso para o efeito.

Reduzir as emissões das cadeias de valor em conjunto com a ciência climática pode aumentar a resiliência e competitividade das empresas, ajudar à inovação, responder a ajustes dos reguladores e aumentar a confiança dos investidores, refere o comunicado.

O diretor para os mercados de capitais da CDP Europa, Laurent Babikian, disse, citado no comunicado, que a organização sem fins lucrativos está encantada com o facto de “tantos investidores europeus de envergadura reconhecerem a importância para as empresas de definir metas de base científica” para travar o aquecimento global e descarbonizar a economia.

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Concurso para direitos de prospeção e pesquisa de lítio lançado no próximo ano

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

O Governo tem também como objetivo dar continuidade ao programa de remediação ambiental das antigas áreas mineiras abandonadas e degradadas “de inegável interesse público”.

O Governo quer lançar o concurso público para atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de lítio e minerais associados em 2021, com o objetivo de desenvolver um ‘cluster’ em torno deste recurso.

A intenção do executivo está expressa na Proposta de Lei do Orçamento do Estado para o próximo ano, entregue no parlamento, como uma das principais medidas a concretizar na área dos recursos geológicos e mineiros em 2021.

O Governo tem também como objetivo dar continuidade ao programa de remediação ambiental das antigas áreas mineiras abandonadas e degradadas “de inegável interesse público”.

A ideia, de acordo com o documento hoje conhecido, é reabilitá-las e valorizá-las, “debelando e resolvendo uma das principais origens de impactos no território, associada a antigos trabalhos mineiros, que, durante largas décadas, se constituíram como fontes de contaminação ou de insegurança para as populações residentes na envolvente dessas áreas”.

Também prevista para o próximo ano está a execução do Plano de Intervenção das Pedreiras em Situação Crítica (PIPSC), que dá continuidade a medidas “de urgência inadiável” e de “interesse público e nacional”, de modo a assegurar a proteção de pessoas, de bens e do ambiente.

A implementação de sinalética e vedação em explorações que estejam em incumprimento das regras de segurança são também um dos objetivos do Governo.

A proposta orçamental foi entregue esta noite no parlamento, sendo depois votada na generalidade em 28 de outubro e estando a votação final global do documento marcada para 26 de novembro.

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Descontos nas ex-Scut avança em 2021. Vai custar 10 milhões

  • Lusa
  • 13 Outubro 2020

Governo indica que “em 2020, com efeitos em 2021, será implementado um sistema de descontos nas taxas de portagens". Medida dirige-se às vias ex-Scut.

A implementação de um sistema de descontos nas portagens irá reduzir em 10 milhões de euros as receitas do Estado no próximo ano, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

Assim, de acordo com o relatório que acompanha a proposta de OE2021, o Governo indica que “em 2020, com efeitos em 2021, será implementado um sistema de descontos nas taxas de portagens, por forma a garantir a uniformização das reduções existentes, com descidas mais significativas nos veículos ligeiros”.

O documento detalha que “esta medida dirige-se às vias ex-Scut [sem custos para os utilizadores], situadas preferencialmente em territórios do interior, permitindo a redução dos custos de contexto e aproximando as populações”, assegurando que assim “garante-se um sistema de portagens mais simples e com menores encargos para o utilizador”, bem como “a sustentabilidade orçamental”.

No dia 09 de outubro, a ministra da Coesão Territorial disse à Lusa que o Governo iria aprovar, ainda este ano, um sistema de desconto nas taxas das portagens nas ex-Scut, com “o desconto mais significativo” destinado às viaturas ligeiras.

“O Governo aprovará em 2020, logo a seguir à apresentação do Orçamento do Estado, com efeitos em 2021, um sistema de descontos nas taxas de portagens, por forma a garantir a uniformização dos descontos existentes e atribuindo um desconto mais significativo aos veículos ligeiros”, adiantou Ana Abrunhosa.

Em maio, a ministra da Coesão Territorial tinha assumido, durante uma audição no Parlamento, que o dossiê para redução das portagens das ex-Scut do Interior seria enviado para o Ministério das Finanças.

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