Covid-19. Governo recomenda testes regulares no ensino superior

  • Lusa
  • 21 Março 2021

Das diretrizes para o regresso às aulas presenciais no ensino superior, consta a recomendação de testes rápidos regulares à Covid-19.

O Governo anunciou, este domingo, as diretrizes para o regresso às aulas presenciais no ensino superior, recomendando testes rápidos de antigénio regulares, pedindo às instituições para garantirem condições para que possam acontecer.

Segundo uma nota de imprensa conjunta da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), foi aprovada uma orientação técnica relativa às condições de realização de testes laboratoriais para o SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19, nas instituições de ensino superior.

A estratégia de rastreios regulares, segundo a nota, “pode constituir uma medida adicional às medidas não-farmacológicas para uma retoma mais segura das atividades educativas e letivas presenciais”. “A periodicidade para a realização de testes rápidos de antigénio, em programas de rastreio, não está definida, sendo os intervalos mais estudados os de mais do que um teste por semana, um teste a cada sete dias, e um teste a cada quatro dias”, adianta o documento.

Isto, porque, explica o documento, “a maior frequência da utilização de testes rápidos de antigénio parece estar associada a uma maior redução da transmissão de SARS-CoV-2 e a um melhor desempenho dos testes, já que o aumento da frequência da sua utilização, no mesmo indivíduo, parece compensar a menor sensibilidade destes testes (comparativamente aos testes de amplificação de ácidos nucleicos, isto é, de PCR)”.

“Para esta estratégia ter potencial no controlo da pandemia Covid-19, a realização de testes laboratoriais regulares deve ter em consideração os recursos disponíveis de forma a garantir a sua exequibilidade”, acrescenta.

Entre as recomendações, destaca-se “a realização de um teste rápido de antigénio a todos os estudantes, docentes, investigadores, trabalhadores não docentes e colaboradores que reiniciem atividades presenciais e a realização de rastreios periódicos nos concelhos com uma incidência cumulativa a 14 dias superior a 120/100.000 habitantes”.

As instituições de ensino superior, públicas e privadas, devem, assim, garantir “internamente as condições adequadas para a realização de testes rápidos de antigénio através dos seus próprios recursos humanos e materiais” ou garantir as condições para a realização desses testes “através de iniciativas específicas a lançar por autarquias ou outras instituições públicas ou privadas”.

Uma terceira forma é “pela adesão a um programa de testagem articulado entre a DGES e a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), “Programa de testagem CVP – Ensino Superior”, com vista ao fornecimento integral dos kits de testes rápidos de antigénio pela CVP (sem custos adicionais para as instituições)”. Este programa visa também a “realização de testes e a formação de recursos humanos das próprias instituições para garantir a criação de condições adequadas à realização massiva dos testes em todas as instituições de ensino superior”.

Segundo a nota de imprensa, as instituições do ensino superior que queiram aderir a este programa articulado com a Cruz Vermelha, deverão informar a DGES a partir do dia 23 e, preferencialmente, até 30 de março”, através da página oficial na internet.

A retoma das aulas presenciais no ensino superior está prevista para 19 de abril.

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Quanto custa uma garrafa de água nas várias cidades do mundo?

É na cidade de Oslo que se encontra a garrafa de água mais cara do mundo (1,52 euros), contrariamente a Beirute que tem a garrafa de água mais barata (0,03 cêntimos).

É em Oslo, na Noruega, que se encontra a garrafa de água de meio litro mais cara do mundo, onde o preço médio ronda 1,52 euros, o que corresponde a mais 194,9% que a média das 120 cidades analisadas num estudo realizado pelo motor de busca de férias Holidu.

Depois da capital norueguesa, seguem-se três cidades norte-americanas: em Virginia Beach uma garrafa de água custa 1,31 euros, em Los Angeles (1,27) e em New Orleans (1,22), seguida de Estocolmo, na Suécia (1,21 euros), segundo os dados do estudo.

Depois de Estocolmo, no top dez, encontra-se a cidade de Baltimore, nos EUA (1,21 euros), Tel Aviv, em Israel (1,08 euros), Praga, na República Checa (1,07 euros) e por fim, o Dubai e Hong Kong, com uma garrafa de água a custar 1,05 euros, informa o El Economista.

Fonte: Holidu

Los Angeles, Phoenix, São Francisco e San Diego estão entre as 20 cidades onde a garrafa de água é mais cara a nível mundial.

O custo médio da água da torneira em cada cidade também foi analisado, revelando que os habitantes de Oslo pagam mais por este tipo de água, 212% acima da média mundial, seguido de São Francisco, nos EUA (+183,6%) e de Wellington, na Nova Zelândia (+173,2%).

No extremo oposto está Beirute, no Líbano, onde se encontra a garrafa de água mais barata, custa 0,03 cêntimos, seguido de Bangalore na Índia (0,11 cêntimos), Accra no Gana (0,13 cêntimos), Lagos na Nigéria (0,14 cêntimos) e Bruxelas na Bélgica (0,15 cêntimos).

“Os resultados são realmente reveladores quando pensamos no quanto estamos dispostos a pagar por algo que consideramos uma necessidade básica”, diz o CEO e e cofundador da Holidu, Johannes Siebers.

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Catarina Martins: “Um Orçamento não se constrói sobre chantagens”

  • ECO
  • 21 Março 2021

A bloquista Catarina Martins avisa que um Orçamento "não se constrói sobre chantagens" e atira que PS "não convive bem com a falha da maioria absoluta".

A coordenadora do Bloco de Esquerda avisa que um Orçamento do Estado não se constrói sobre chantagens e considera que “o país tem saudades dos anos de negociações à esquerda“. Em entrevista ao Jornal de Notícias (acesso pago) e à TSF, Catarina Martins atira ainda que o PS “não convive bem com a falha da maioria absoluta”. Sobre as autárquicas, admite um acordo pós-eleitoral em Lisboa com os socialistas.

Um Orçamento não se constrói sobre chantagens, se há ou não há crise. É sobre quais são as soluções que o país dá à crise que está a viver”, sublinha a bloquista, que identifica a legislação laboral e o Serviço Nacional de Saúde como condições prioritárias para um eventual diálogo com o PS. Catarina Martins acrescenta que o BE “nunca deixou de fazer propostas e nunca deixará de ter abertura”, atirando que o Governo de António Costa “não convive bem” com falha da maioria absoluta. “Mas é de facto um Governo minoritário, um Governo que deve negociar”, diz.

Sobre as autárquicas, em particular no que diz respeito à Câmara de Lisboa, a coordenadora do Bloco de Esquerda sublinha: “Não vamos fechar as portas a negociações pós-eleições”. Adianta também que a posição dos bloquistas para o Porto será conhecida ainda este mês.

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“Não vai ser fácil à justiça” avaliar fraudes na vacinação, diz ministra

  • ECO
  • 21 Março 2021

"No caso das vacinas, não será muito fácil fazer a avaliação do ponto de vista criminal", diz ministra da Justiça, em entrevista ao Público.

A ministra da Justiça admite que “não vai ser fácil” à justiça avaliar fraudes na vacinação. Em entrevista ao Público (acesso condicionado), Francisca van Dunem diz: “No caso das vacinas, não será muito fácil fazer a avaliação do ponto de vista criminal, a não ser naqueles contextos em que se nota que podendo haver uma alternativa se beneficiou pessoas em função de relações de proximidade tipo familiar ou outra”.

Ao jornal, a governante explica que Portugal tem “níveis de corrupção idênticos aos restantes países do Sul da Europa”, havendo um “sentimento coletivo” e uma “cultura muito enraizada” de que se “podem utilizar posições sociais e económicas ou outras para adquirir vantagens que não são devidas.

De notar que o Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção, documento do qual não constam o enriquecimento injustificado, o financiamento partidário e a fiscalização das autarquias. Ao Público, a ministra da Justiça diz que as medidas necessárias estão já na lei, mas admite que controlo das situações suspeitas é deficiente.

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Antiga mansão do fundador da Porsche à venda por 15,8 milhões

Em Estugarda, no sul da Alemanha, está à venda uma mansão de luxo com mais de quatro mil metros quadrados, onde morou Ferdinand Porsche, fundador da famosa marca de automóveis.

Na Alemanha, em Estugarda, está uma mansão estilo casa de campo, mas com um toque de luxo, à procura de novo dono. Com seis quartos, amplos jardins, piscina interior e capacidade para mais de nove carros, o imóvel está à venda por 15,8 milhões de euros. Mas o que torna esta casa especial é o facto de ter pertencido a Ferdinand Porsche, fundador da marca de automóveis Porsche, revelou ao ECO o CEO da Sotheby’s International Realty em Portugal.

É conhecida como Porsche Villa e foi mandada construir por Ferdinand Porsche em 1923, na altura idealizada pelos arquitetos Paul Bonatz e Friedrich Eugen Scholer, tal como se lê no site da marca de automóveis. Anos mais tarde, em 1934, é construída uma zona só com garagens e foi aí, um ano depois, que foram construídos os dois protótipos do carro “KdF”, o Volkswagen mundialmente conhecido como “fusca” ou “carocha”.

Em 2005, esta mansão deixou de pertencer à família de Ferdinand Porsche, adiantou fonte oficial da Sotheby’s, tendo nesses últimos anos sido usada como guest house, lê-se no site da marca de carros. O atual dono adquiriu o imóvel em 2009 e, agora, procura um novo dono.

Como explicou ao ECO Miguel Poisson, CEO da Sotheby’s, esta é atualmente a casa mais cara à venda em Estugarda: 15,8 milhões de euros. É a casa ideal para famílias e, claro, amantes de carro, dado ter nove garagens e ainda vários lugares de estacionamento.

Mas o luxo desta mansão não fica por aqui. A casa, com mais de 4.404 metros quadrados, tem seis quartos, quatro casas de banho, duas cozinhas (uma exterior), sala de jantar, sala de bilhar, biblioteca, piscina interior, zona de spa, três lareiras, terraço com zona de barbecue, adega e vastos jardins.

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Governo rejeita ter feito alteração fiscal para beneficiar EDP. Venda das barragens chegou à justiça

  • ECO
  • 21 Março 2021

O Ministério das Finanças assegura que "não há qualquer relação" entre a alteração feita ao Estatuto dos Benefícios Fiscais e a venda das barragens da EDP. Caso chegou ao Ministério Público.

O Ministério das Finanças garante que a alteração ao Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) feita no âmbito do Orçamento do Estado para 2020 não foi desenhada para beneficiar a EDP. O gabinete de João Leão sublinha que “não há qualquer relação” entre essa medida e “qualquer operação em concreto, em particular a operação de venda de barragens da EDP”. Também este domingo, o Correio da Manhã avançou que esse negócio está a ser investigado pela justiça.

“Não há qualquer relação entre as alterações propostas ao artigo 60.º do EBF pelo Governo
na Lei do Orçamento do Estado 2020 – e aprovadas pela Assembleia da República – e qualquer operação em concreto, em particular a operação de venda de barragens da EDP”, frisa o Executivo, em comunicado enviado este domingo às redações. O Ministério das Finanças acrescenta que, mesmo depois da alteração, o estatuto em causa continua a não contemplar “qualquer isenção de imposto de selo relativo a trespasses de concessões” e explica que a alteração aplica-se, sim, a reestruturações empresariais.

Assim, o gabinete de João Leão frisa que a discussão que existe hoje no Parlamento em torno das receitas da operação de venda pela EDP das barragens do Douro Internacional, levantada pelo BE e pelo PSD, “refere-se inequivocamente ao imposto de selo decorrente da
existência de um eventual trespasse de concessão (ou de uma subconcessão), facto
tributário previsto na verba 27.2 da Tabela Geral de Imposto de Selo”.

Também este domingo, o Correio da Manhã (CM) avançou que a venda de seis barragens da EDP no rio Douro aos franceses da Engie está a ser investigada pelo Ministério Público. Em causa estarão, escreve o jornal, crimes de corrupção, tráfico de influências e fraude fiscal qualificada. O processo ainda não tem arguidos constituídos.

O CM acrescenta que os procuradores estão particularmente interessados nas alterações feitas ao Estatuto dos Benefícios Fiscais no âmbito do Orçamento do Estado, cerca de dois meses antes do negócios em questão ter sido realizado.

De notar que o atual CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, já foi ao Parlamento prestar esclarecimentos sobre esta matéria e garantiu aos deputados que a venda “não foi uma operação montada com a intenção de planeamento fiscal agressivo”.

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Aumento dos preços dos bens essenciais só abrandou no final de 2020

  • Lusa
  • 21 Março 2021

Entre abril e novembro, os preços dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas foram aumentando mais de 2% face aos respetivos meses do ano anterior. Só a partir de dezembro, houve abrandamento.

O aumento dos preços dos bens essenciais durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19 só começou a abrandar em dezembro do ano passado, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo a taxa de variação homóloga (comparação com o mesmo período do ano anterior) do Índice de Preços no Consumidor (IPC) do INE, entre abril e novembro de 2020, os preços dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas foram aumentando mais de 2% face aos respetivos meses do ano anterior.

Se em março de 2020, mês em que os efeitos do confinamento se fizeram sentir em cerca de metade do tempo, os preços dos bens essenciais subiram 1,22%, a partir de abril a subida foi superior. Em abril os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas registaram uma subida de 3,82%, o maior aumento no período analisado pela Lusa, face ao respetivo mês do ano anterior.

Em maio, a subida dos preços foi de 2,25%, tendo crescido para 3,82% em junho e voltado a descer para 2,65% em julho. Até novembro a evolução dos preços rondou as duas unidades, tendo sido de 2,27% em agosto, 2,00% em setembro, 2,46% em outubro e 2,06% no penúltimo mês do ano.

Apenas em dezembro a evolução dos preços face a 2019 ficou abaixo dos 2%, tendo sido de 1,52%, e em janeiro deste ano baixou ainda mais, para 1%, não deixando de ser um aumento face ao ano anterior em questão. Em fevereiro deste ano o abrandamento foi maior, com o aumento do preço dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas face ao mesmo mês de 2020 a ser de 0,89%.

Também observando o valor nominal do índice do INE, estabelecido em 2012 com base 100, se pode verificar que depois do maior aumento em abril de 2020, para 108,274, depois de 105,890 em março, os preços nunca mais regressaram à casa dos 105 pontos. Como exemplo, um índice de 105,890 significa que os preços dessa categoria estão 5,890% acima dos preços médios verificados no ano de 2012, segundo explica o INE à Lusa.

Assim, entre maio de 2020 e fevereiro deste ano os índices de preços no consumidor de produtos alimentares e bebidas não alcoólicas foram de 107,190 (maio), 108,292 (junho), 107,631 (julho), 107,202 (agosto), 106,871 (setembro), 107,333 (outubro), 106,992 (novembro), 106,204 (dezembro), 106,736 (janeiro) e 106,575 (fevereiro).

À Lusa, o INE refere que “atualizações do painel de produtos e variedades observadas, alargamento da cobertura e do âmbito, alterações metodológicas nas fórmulas de cálculo dos agregados elementares, alterações à periodicidade de observação dos preços, entre outras modificações, podem ser introduzidas no início de cada ano, conduzindo a um aperfeiçoamento contínuo do indicador”.

“Assim, a amostra atual do IPC não é a mesma que existia em 2012, tendo sido atualizada anualmente, com particular destaque para o mês de janeiro de 2018, em que os resultados do último Inquérito às Despesas das Famílias serviram de base a uma atualização mais profunda do cabaz do IPC”, adiantou ainda o INE.

A Lusa questionou a Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor acerca destes aumentos, tendo fonte oficial respondido que não foram registadas reclamações acerca do preço dos bens não essenciais.

Acerca do tema foi também contactada a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), que engloba as principais cadeias de supermercados, mas a Lusa não obteve resposta para os motivos que levaram ao aumento dos preços.

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CTT vão pedir novo aumento do preço do correio à Anacom

  • Lusa
  • 21 Março 2021

"Estamos agora a preparar um segundo pedido de aumento à Anacom para ter em conta o que foi a queda excecional do ano de 2020", revelou presidente executivo dos CTT.

Os CTT vão pedir um novo aumento do preço do correio à Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) para compensar as perdas de 2020, anunciou o presidente da empresa, João Bento, numa entrevista à Antena 1/Jornal de Negócios.

“Fizemos, e é público, um pedido de aumento de preço à Anacom, de acordo com as regras anteriores, e estamos agora a preparar um segundo pedido de aumento à Anacom para ter em conta o que foi a queda excecional do ano de 2020”, disse o presidente executivo dos CTT.

João Bento escusou-se a revelar o valor desse pedido de aumento, afirmando que os CTT são uma empresa privada e essa revelação poderia “criar expectativas que podem não ser cumpridas”. “É um pedido de aumento razoável e que vai de algum modo compensar, pelo menos, parcialmente as nossas perdas”, disse apenas.

João Bento frisou que a queda que a empresa sofreu em 2020 “foi ainda maior” do que a esperada. “Sabemos qual o aumento de preço que deveríamos ter tido em 2020, para compensar a queda que esperávamos ter. A queda foi ainda maior e, portanto, sabemos quanto vem acumulado daí e quanto deveríamos ter tido para 2021″, explicou.

Lembrando que a concessão do serviço público foi prorrogada pelo Governo por um ano, o presidente dos CTT disse que “nem sequer foi preparado o material para que o aumento de preço de 2021 tivesse em conta a queda”. Segundo João Bento, os CTT registaram em 2020, o primeiro ano da pandemia de Covid-19, uma redução de 16,5% no volume de correio.

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Costa quer PS e Governo a liderarem reforma da legislação laboral

  • Lusa
  • 21 Março 2021

"A forma como ao longo dos anos se foi desorganizando o mercado de trabalho em Portugal é mesmo assustadora", sublinhou António Costa.

O secretário-geral do PS afirmou, este sábado, que o Governo e os socialistas têm de liderar a reforma da legislação laboral no país, dizendo que a atual crise pandémica tornou “evidentes” as fragilidades do mercado de trabalho.

Esta posição, segundo fontes socialistas, foi assumida por António Costa na segunda intervenção que proferiu perante a Comissão Nacional do PS, que se realizou no Centro da Esquerda, em Lisboa.

Nesta sua intervenção, o líder socialista e primeiro-ministro considerou que a atual crise sanitária provocada pela Covid-19, que está a ter pesadas consequências nos planos económico e social, “tornou ainda mais evidente a fragilidade do mercado de trabalho” em Portugal.

António Costa falou mesmo que, na ação do Governo, as maiores dificuldades na resposta resultaram da existência de diversas formas graves de precariedade laboral e de completa desproteção social.

A forma como ao longo dos anos se foi desorganizando o mercado de trabalho em Portugal é mesmo assustadora“, declarou António Costa, citado por membros da Comissão Nacional do PS. Para combater os “abusos” por entidades patronais e reforçar a proteção social, de acordo com o secretário-geral, os socialistas e o Governo “devem liderar a reforma da legislação laboral”.

No seu discurso, também segundo fontes do PS, o primeiro-ministro destacou também a importância de o país, ao longo dos próximos anos, aplicar bem as verbas provenientes da União Europeia.

“Só haverá boa execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do programa Portugal 2030 se houver uma parceria em rede e se o processo for descentralizado”, disse perante os membros da Comissão Nacional do PS.

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Bial cresce 11% e contrata 90 colaboradores em ano de pandemia

Nem a pandemia impediu a Bial de manter os investimentos previstos. Investiu 110 milhões numa nova filial de biotecnologia nos EUA, entrou em novos mercados e está a reformular o parque industrial.

A economia voltou a fechar para travar os efeitos da pandemia. Para quando a retoma? O ECO foi falar com vários empresários sobre as perspetivas de retoma nos seus respetivos setores e o que é necessário para ultrapassar as dificuldades.

http://videos.sapo.pt/zg420mtG2Lb9MdHbrPWF

Com a pandemia, a procura por medicamentos disparou e a farmacêutica portuguesa Bial cresceu 11% e contratou, o ano passado, 90 colaboradores a nível global, sendo que 60 foram recrutados para Portugal. Esta contratação visou dar resposta aos planos de desenvolvimento a longo prazo, à entrada em novos mercados — o ano passado a Bial entrou no mercado suíço e este ano em França — e para responder à procura de medicamentos que disparou 50% no início da pandemia.

O presidente da farmacêutica Bial, António Portela, conta ao ECO, que conseguiram, de forma geral, cumprir com os planos que estavam previstos para 2020. “Acabou por ser um ano positivo onde crescemos 11%, embora tenhamos ficado aquém daquilo que gostaríamos de ter feito”, refere.

Mesmo em cenário de pandemia, a Bial manteve os investimentos que estavam previstos, entre eles o centro de inovação em Boston dedicado à doença de Parkinson, um investimento de 110 milhões de euros. Paralelamente a este investimento, a Bial começou, o ano passado, a reformular o parque industrial na Trofa.

António Portela explica que a área de investigação é “absolutamente crítica para o desenvolvimento” da Bial. “É a descoberta de novos e inovadores medicamentos, principalmente na área do Parkinson e epilepsia, que tem conseguido transformar a empresa”. Acrescenta que a farmacêutica investe, em média, cerca de 50 a 60 milhões de euros por ano no desenvolvimento de novos medicamentos. A descoberta destes novos medicamentos são um dos ingredientes para o crescimento da empresa e representa cerca de dois terços da faturação da Bial.

Cerca de 20% da faturação anual da farmacêutica portuguesa destina-se à Investigação e desenvolvimento. Face a esta aposta em investigação, a Bial foi a segunda empresa portuguesa com maior investimento em I&D, ocupando a 395.ª posição no ranking de mil empresas europeias.

Em ano de pandemia, a Bial conseguiu a aprovação e entrada do medicamento para o Parkinson nos EUA, Japão e Coreia. “Estas concretizações tiveram um impacto grande e foi a partir daqui que conseguimos crescer durante o ano de 2020, embora já estivessem planeadas há muito tempo”, refere o presidente da farmacêutica.

A Bial tem dez filiais está presente em mais de 55 mercados a nível global e emprega mil colaboradores espalhados por vários países, sendo que mais de 500 estão em Portugal. A equipa é composta por 90% de licenciados e 10% doutorados.

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“Não lançámos AppCoins para especulação”, diz cofundador da criptomoeda portuguesa

Três anos depois de lançar a criptomoeda AppCoins, Álvaro Pinto, em entrevista ao ECO, faz um balanço do desenvolvimento do projeto e comenta o impacto da euforia das criptomoedas na sua iniciativa.

Álvaro Pinto, cofundador da Aptoide e do projeto AppCoins.Hugo Amaral/ECO

O cofundador da criptomoeda portuguesa AppCoins acredita que a euforia em torno dos ativos virtuais é positiva para o seu projeto, e que o “valoriza”. Numa entrevista ao ECO, três anos depois de lançar a iniciativa, Álvaro Pinto defende que investimentos como o da Tesla em bitcoin permitem “que o mercado mexa e que o mundo perceba que é tecnologia que faz sentido para mais projetos”.

Foi em novembro de 2017, em pleno boom das criptomoedas, que a empresa de ADN português Aptoide anunciou a intenção de lançar uma moeda digital. O objetivo era criar um “ecossistema” com maiores margens financeiras para os programadores de aplicações móveis, assente numa moeda virtual para compras e pagamentos no interior dessas mesmas aplicações.

As primeiras AppCoins foram então vendidas no Web Summit de 2017, com um valor base de 10 cêntimos de dólar, a desconto para os participantes da feira de tecnologia, num processo então conhecido por ICO (Initial Coin Offering), popular nessa altura. A oferta serviu para angariar capital para o desenvolvimento desse “ecossistema” e as criptomoedas começaram a ser transacionadas em algumas corretoras de criptoativos em janeiro desse ano.

Ao chegarem ao mercado, o apetite dos investidores fez o preço das AppCoins disparar para perto de 4 dólares, um potencial de valorização de cerca de 3.900%. A criptomoeda portuguesa chegou mesmo a atingir um valor de mercado de várias centenas de milhões de dólares, sendo então considerada uma da 50 criptomoedas mais valiosas do mundo.

Mas tudo o que sobe tanto também desce, gerando potenciais perdas avultadas para os especuladores que adquiriram os tokens no pico. Pouco mais de três anos depois, as AppCoins voltaram ao patamar inicial e estão a cotar a 0,11 dólares, havendo pouco mais de 245 milhões de unidades em circulação. A moeda ocupa agora o 649.º lugar entre as criptomoedas acompanhadas pelo site CoinMarketCap.

“Estas flutuações de mercado não são um exclusivo das AppCoins. É um fenómeno das criptomoedas em geral. Foi um fenómeno [em 2018] e hoje estamos a assistir outra vez a uma nova vaga”, justifica Álvaro Pinto ao ECO, salientando que o preço atual está, aproximadamente, em linha com o preço a que as moedas foram vendidas aos participantes do Web Summit em 2017. No entanto, reforça: “A nossa expectativa é a de valorização.”

Evolução da cotação das AppCoins desde 2018:

Fonte: CoinMarketCap

Propósito é utilidade, não a especulação

Álvaro Pinto repete a mensagem de 2017 e 2018: o projeto das AppCoins tem utilidade e não foi feito a pensar na especulação típica do mercado das criptomoedas. Ainda assim, assume que o instrumento pode ser usado por quem procura ganhos rápidos, ou perdas inesperadas.

“Uma coisa é a especulação do mercado e, sobre isso, fazer um prognóstico é impossível. Mas não lançámos para especulação, mas como utility token. Esse é o propósito”, salienta. E, após três anos de desenvolvimento, Álvaro Pinto faz um balanço positivo do projeto AppCoins e das plataformas que as usam como meio de pagamento. “O projeto tem crescido e a evolução tem sido muito boa”, assegura.

“Em 2018, metemos mãos à obra para desenvolver a tecnologia, o protocolo. Demorou algum tempo a ser desenvolvido. É a plataforma Catappult, um marketplace que liga os programadores às múltiplas lojas”, desde a própria Aptoide à chinesa Xiaomi, passando pela Softonic e Meizu. “Esse projeto foi lançado em finais de 2018, início de 2019”, explica Álvaro Pinto.

Atualmente, a Catappult conta com cerca de 155 mil programadores e 12 lojas de aplicações. Estes programadores usam a plataforma para distribuir as suas aplicações e possibilitam, em simultâneo, a utilização das AppCoins para compras dentro das suas apps, recorrendo ao protocolo desenvolvido pela equipa de Álvaro Pinto.

Inicialmente, a ideia era que as AppCoins viessem encarar outras problemáticas no mundo das aplicações, como dar mais eficiência à publicidade. Mas a empresa decidiu, entretanto, focar os esforços na criação de um protocolo que trouxesse mais transparência às compras no interior das apps.

Na calha estão agora outras novidades, como a possibilidade de os programadores usarem as AppCoins para desenvolver modelos de negócio com base em subscrições, assim como o lançamento de um sistema de e-vouchers que Álvaro Pinto acredita ter potencial para atrair o interesse dos mais jovens.

Estas flutuações do mercado não são exclusivas das AppCoins. É um fenómeno das criptomoedas em geral.

Álvaro Pinto

Cofundador do projeto AppCoins

Aptoide detém 4,7 milhões em AppCoins

Questionado sobre quantas unidades da criptomoeda detém a Aptoide, Álvaro Pinto afirmou serem cerca de 40 milhões de tokens. A preços de mercado, a posição equivale a um montante na ordem dos 4,7 milhões de dólares, segundo cálculos do ECO.

Porém, há o reverso da medalha quando se fala em blockchain. O protocolo das AppCoins corre na rede Ethereum (outra criptomoeda) e Álvaro Pinto diz que há “dores de crescimento”. “A blockchain e a rede Ethereum continuam a ter alguns problemas, quer do ponto de vista da velocidade, quer do custo”, afirma.

Por isso, a empresa desenvolveu um novo tipo de moedas que circulam fora da blockchain, para permitir compras mais rápidas nas aplicações, diretamente com cartão de crédito. À medida que vai criando essa nova moeda eletrónica, que tem o mesmo valor unitário das AppCoins “reais”, a Aptoide vai “queimando” criptomoedas, reduzindo a oferta disponível.

Essas moedas alternativas, que funcionam em paralelo às AppCoins, chamam-se AppCoins Credits. E a empresa já eliminou de circulação mais de 820 mil moedas, segundo estatísticas do site APPC Explorer.

Quanto ao impacto nas AppCoins da nova euforia em torno das criptomoedas, Álvaro Pinto afirma que o fenómeno é positivo para o projeto, pois fomenta o investimento no desenvolvimento de tecnologia. É o caso da aposta de 1,5 mil milhões de dólares da Tesla em bitcoin, a criptomoeda mais popular do mundo, operação conhecida em fevereiro. A fabricante automóvel de Elon Musk também planeia começar a aceitar pagamentos em bitcoin pelos seus veículos.

“O que queremos e gostaríamos que acontecesse era que surgissem novas startups“, diz Álvaro Pinto. Notícias como a do envolvimento da Tesla no mundo das criptomoedas “permite que o mercado mecha” e ajuda o conhecimento a chegar a mais pessoas e a mais projetos. “Só nos valoriza e ajuda-nos”, garante.

Entre AppCoins e AppCoins Credits, Álvaro Pinto estima existirem cerca de 170 mil pessoas com estas moedas na “carteira”.

AppCoins são valores mobiliários?

Uma das notícias que marcaram a atualidade recente em torno das criptomoedas foi a acusação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) à Ripple, uma criptomoeda que ganhou popularidade em 2017, mas que assenta numa blockchain privada e centralizada, ao contrário da maioria.

A SEC considerou que as criptomoedas lançadas pela empresa com o mesmo nome constituem valores mobiliários (como se fossem ações) e processou a empresa, acusando-a de ter realizado uma Oferta Pública Inicial (IPO) não autorizada. As IPO são reguladas no mercado de capitais.

Instado a comentar o caso, à luz da situação da Aptoide e das AppCoins, Álvaro Pinto recorda que, quando promoveu o ICO das AppCoins, houve “essa preocupação” para garantir que tudo ia ao encontro da lei. “Lançámos em Singapura porque, na altura, havia vários ICO a serem lançados em Singapura. Do ponto de vista regulatório, era mais transparente e mais seguro para nós”, diz.

“Tivemos o cuidado de consultar pessoas no Governo de Singapura, que até avaliou o projeto”, afirma. A conclusão, segundo Álvaro Pinto, é a de que as AppCoins são um utility token usado para transações, e não um valor mobiliário. “Quem compra AppCoins não tem expectativa em relação aos resultados da AppCoins ou da Catappult”, conclui.

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Criptomoeda portuguesa desvaloriza 99% face ao máximo de 2018

Quem comprou caro e vendeu barato, perdeu 99% do capital. E quem adquiriu AppCoins no WebSummit 2017 e ainda as mantém, terá conservado relativamente o seu valor. Raio-X à criptomoeda portuguesa.

O valor de mercado da criptomoeda portuguesa AppCoins ronda 27,7 milhões de dólares e existem cerca de 245,4 milhões de moedas em circulação. Cada uma é transacionada a 11 cêntimos de dólar, um recuo de 97% face ao recorde de 4,287 dólares, preço a que trocou de mãos na primeira vaga de euforia das moedas virtuais, a 10 de janeiro de 2018.

As AppCoins foram lançadas há três anos pela startup portuguesa Aptoide, de Paulo Trezentos e Álvaro Pinto. Com sede em Lisboa, a empresa desenvolveu e gere uma loja virtual de aplicações concorrente da Play Store da Google e da App Store da Apple, com expressão no mercado asiático. Quem detém AppCoins pode usar estas moedas em pagamentos dentro de aplicações na Aptoide, ou noutras lojas parceiras do projeto.

O token, nome técnico para as criptomoedas que funcionam na tecnologia blockchain, chegou a ser considerado uma das 50 criptomoedas mais valiosas do mundo pelo site CoinMarketCap, que acompanha as flutuações de mercado destes criptoativos. Atualmente, é preciso descer mais de 600 posições na tabela até encontrar as AppCoins, um resultado da desvalorização acentuada deste criptoativo ao longo dos últimos anos.

A 13 de março de 2020, no rescaldo do crash das bolsas mundiais espoletado pela pandemia, o valor das AppCoins bateu no fundo. A moeda chegou a trocar de mãos a apenas 1,53 cêntimos de dólar. Quem vendeu nessa altura terá incorrido em menos-valias expressivas, de 99,6% se tivesse adquirido as moedas pelos 4,287 dólares a que cotaram em 2018, ou de cerca de 80% se as tivessem adquirido no ICO (Initial Coin Offering) que teve lugar durante o Web Summit de 2017 em Lisboa.

Nessa oferta inicial, numa altura em que o preço da bitcoin disparava para valores estratosféricos (ainda que muito aquém dos recordes alcançados já em 2021), as AppCoins foram disponibilizadas a um preço de 10 cêntimos de dólar, sujeito a um desconto para os participantes da feira internacional. O montante angariado — que Álvaro Pinto, cofundador, diz ao ECO terem sido 17 milhões de dólares — serviu para financiar o desenvolvimento da plataforma e do protocolo para a utilização das AppCoins no ecossistema das aplicações móveis.

Evolução do valor das AppCoins desde janeiro de 2018:

Fonte: CoinMarketCap

Álvaro Pinto estima que existam cerca de 170 mil pessoas com AppCoins na “carteira”, se contabilizando uma outra “moeda” paralela, as AppCoins Credits, que a empresa lançou para contornar algumas limitações da blockchain. Estas outras moedas virtuais têm valor equivalente, mas podem ser mais facilmente adquiridas usando meios de pagamento tradicionais. À medida que vai emitindo novas AppCoins Credits, a empresa responsável pelo projeto tem “queimado” os tokens originais e já retirou mais de 820 mil de circulação.

De acordo com dados da plataforma oficial Appcexplorer, que centraliza um conjunto de estatísticas sobre as AppCoins, a utilização da criptomoeda em compras no interior de aplicações tem vindo a aumentar constantemente desde agosto. Nos últimos 30 dias, foram feitas 300 mil compras usando AppCoins ou AppCoinsCredits, aproximadamente.

Mas o volume não tem acompanhado o número de operações. Em dezembro, 169.797.870 milhões de moedas foram transacionadas nestas compras (o equivalente a quase 18,7 milhões de dólares em transações). Em fevereiro de 2021, o volume ficou-se nos 70.035.948 milhões de moedas, ou 7,7 milhões de dólares, aproximadamente.

A divergência entre o aumento do número de transações e a quebra no volume pode ser explicada por outro indicador: o número de aplicações que aceitam AppCoins como meio de pagamento deu um pulo nos últimos meses, crescendo de 420 para 694 apps. Em linhas gerais, existirão mais transações, mas com um menor valor associado.

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