Bruxelas aprova 920 milhões para compensar Irlanda por impacto do Brexit

  • Lusa
  • 6 Dezembro 2021

A Comissão Europeia aprovou a atribuição de 920,4 milhões de euros à Irlanda ao abrigo do instrumento criado para ajudar os Estados-membros a fazer face ao impacto financeiro causado pelo Brexit.

A Comissão Europeia aprovou esta segunda-feira a atribuição de 920,4 milhões de euros à Irlanda ao abrigo do instrumento criado para ajudar os Estados-membros a fazer face ao impacto financeiro causado pela saída do Reino Unido do bloco europeu.

A Irlanda, que é o maior beneficiário da chamada “reserva de ajustamento ao Brexit”, torna-se assim também o primeiro Estado-membro a receber o seu pré-financiamento, especificando o executivo comunitário que Dublin irá receber 361,5 milhões de euros ainda este ano, 276,7 milhões em 2022 e 282,2 milhões em 2023, podendo o financiamento cobrir despesas desde 01 de janeiro de 2020.

“O Brexit tem tido um impacto negativo na vida de muitas pessoas. Dentro da UE, são as pessoas na Irlanda que mais o sentem […] O financiamento que a Irlanda vai receber irá contribuir para melhorar o nível de vida, apoiar o crescimento económico no país e mitigar os impactos negativos nas comunidades locais”, comentou a comissária da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira.

A Comissão Europeia acrescentou que ao longo das próximas semanas deverá adotar decisões de pré-financiamento para outros Estados-membros.

A reserva de ajustamento, que faz parte do orçamento plurianual da UE para 2021-2027, e que visa compensar os 27 Estados-membros pelo impacto do Brexit, está dotada com um montante total de 5,4 mil milhões de euros.

A chave de repartição dos fundos tem em conta a importância das trocas comerciais, a pesca na zona económica exclusiva do Reino Unido e ainda as relações de vizinhança para as regiões que têm fronteira marítima com Londres, e a Portugal caberá uma verba de 81,3 milhões de euros, a preços correntes.

O acordo pós-Brexit entre a UE e o Reino Unido permite que ambas as partes continuem a negociar sem quotas ou tarifas após a saída do país do bloco comunitário, mas tal protocolo não evita novos custos e burocracia para as empresas europeias que fazem negócios com Londres.

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Apoio à fixação no interior alargado até 2023

O Governo decidiu prolongar o apoio à fixação de trabalhadores no interior do país até 2023. A portaria agora publica alarga também o âmbito de aplicação desta medida.

O Governo decidiu prolongar até 2023 o Emprego Interior MAIS, um programa de apoios à mobilidade de trabalhadores para o interior do país. A portaria publicada esta segunda-feira em Diário da República estabelece também o alargamento desta media aos trabalhadores em teletrabalho e a emigrantes que regressem a Portugal.

“Prolonga-se o horizonte temporal de aplicação da medida até ao final de 2023, alargando-se simultaneamente a sua cobertura às situações em que os trabalhadores se encontrem a prestar trabalho a distância, nomeadamente ao abrigo de um acordo de teletrabalho entre empregador e trabalhador, em território do interior, mas também aos emigrantes que tenham saído de Portugal após 31 de dezembro de 2015, que tenham residido fora do país durante pelo menos um ano e que pretendam regressar a Portugal para se fixar em território do interior”, lê-se no diploma, que entra em vigor esta terça-feira.

O Governo decidiu, além disso, alargar o âmbito desta medida, com vista a atrair cidadãos estrangeiros para Portugal, abrindo-a a nacionais de países da União Europeia, da Suíça, do Espaço Económico Europeu e de países terceiros, desde que pretendam residir e trabalhar no interior do país.

O Emprego Interior Mais consiste num apoio financeiro direto às pessoas que iniciem atividade laboral no interior de Portugal, no âmbito de processos de mobilidade geográfica. Este subsídio é passível de majoração em função da dimensão do agregado familiar e pode incluir também uma comparticipação dos custos associados ao transporte de bens.

O valor base do apoio financeiro inicial é 2.600 euros, mas que pode chegar ao teto de 4.800 euros, mediante as despesas de instalação e transporte. Este subsídio é pago pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional a trabalhadores que celebrem contratos de trabalho ou criem o seu próprio emprego ou empresa no interior. Os desempregados e os trabalhadores à procura do primeiro emprego também podem ser abrangidos.

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Pandemia afunda em 73% tráfego aéreo de passageiros na UE

O transporte aéreo de passageiros em Portugal registou menos 69,9% de tráfego em 2020 face ao ano anterior, abaixo da média europeia de 73,3%, segundo dados do Eurostat

O transporte aéreo de passageiros afundou 73,3% na União Europeia (UE) em 2020, uma quebra provocada pela pandemia. Portugal registou uma das reduções percentuais mais baixas, tendo registado uma queda de 69,9% no número de passageiros, em comparação com o ano anterior.

Todos os Estados-Membros registaram descidas acentuadas do tráfego aéreo de passageiros em 2020, em comparação com 2019, mas as maiores quedas deram-se na Eslovénia (-83%), e na Eslováquia e Croácia, ambos os países com quedas de 82%.

Já as descidas menos acentuadas verificaram-se no Luxemburgo (com menos 67%), Bulgária (com 68%) e Grécia (com 69%). Portugal insere-se em quinto lugar no grupo dos cinco países com a menor redução no transporte aéreo de passageiros em 2020.

Na UE, onde viajaram 277 milhões de pessoas em 2020, os voos para fora do bloco baixaram em seis pontos percentuais, para 45% do total de transporte aéreo de passageiros, sendo que os voos internos europeus caíram apenas um ponto percentual, para 33%.

Em Portugal, a realidade muda de contornos e os voos internos europeus registaram mais de metade de todo o transporte aéreo de passageiros nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro. Na Madeira, os voos nacionais representaram 49,5% do tráfego, e 91,7% em Ponta Delgada. Em Portugal continental, os voos para fora da UE refletiram o segundo maior segmento em todos os aeroportos analisados.

Paris-Orly foi o destino com maior número de passageiros tanto no aeroporto de Lisboa como no do Porto, sendo que apenas o aeroporto de Faro rompe com esta tendência, onde se viajou mais para Londres/Gatwick. Os destinos com maior número de passageiros nos Açores e na Madeira foram, em ambos os casos, Lisboa e Porto.

Desde o início de 2020 que os Estados-membros adotaram um conjunto de medidas para restringir a propagação da pandemia de Covid-19, sendo que a indústria de transporte aéreo foi uma das mais afetadas. Embora os dados do INE revelem um aumento de tráfego aéreo superior a 92,7% no 3º trimestre de 2021, nos aeroportos nacionais, os números estão longe de atingir os níveis de 2019, antes da pandemia.

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A caixa de Pandora, a curiosidade e os HR Analytics

  • PESSOAS + EY
  • 6 Dezembro 2021

De que forma é que abrir a “caixa” e explorar o potencial dos HR Analytics pode ser relevante para potenciar as organizações? Sandy Antunes Manager EY, People Advisory Services, responde à questão.

Os mitos podem ser fontes inesgotáveis de aprendizagem e inspiração. E, para mim, os que mais me marcam, assumem finas camadas de significados sobrepostos de forma muito elegante que, a cada nova leitura, me levam a descobrir uma nova possibilidade de interpretação.

É aqui que o mito da caixa de Pandora me parece uma boa metáfora para a relevância e forma de utilização dos HR Analytics pelas organizações.

Primeiro, há que clarificar que Pandora e a sua famosa caixa representam a curiosidade e, de seguida, apresentar em que medida podemos associar o seu significado aos HR Analytics.

De acordo com a mitologia grega, Pandora foi a primeira mulher criada, a viver com os homens na Terra. Ela recebeu muitos presentes dos poderosos deuses gregos, sendo um desses presentes a curiosidade. Zeus, o rei dos deuses gregos, sabendo da curiosidade de Pandora, entregou-lhe uma caixa com a recomendação de que a mesma não deveria ser aberta. Pandora não conseguiu resistir à curiosidade e, abrindo a caixa, libertou todos os males que a caixa continha: a guerra, a discórdia, o ódio, a inveja, as doenças do corpo e da alma. Arrependida, tornou a fechá-la, mas já só havia a esperança na caixa.

Este mito é, claramente, carregado de significado. Se por um lado, sugere que, apesar de todos os males e todas as angústias, podemos apegar-nos à esperança; por outro lado, também nos mostra como a curiosidade, que nos incentiva a aprender e a explorar, também pode nos trazer aspetos menos positivos.

Assumindo que faz parte da curiosidade humana querer saber como e porque é que as coisas acontecem no mundo, então de que forma é que abrir a “caixa” e explorar o potencial dos HR Analytics pode ser relevante para potenciar as organizações?

Sabemos hoje que as transformações só se fazem através das pessoas e que, por essa razão, os recursos humanos (RH) assumem uma nova centralidade nas organizações do futuro. E, mais do que nunca, se espera que tenham um papel de destaque a liderar os desafios da transformação e a antecipar o futuro das organizações contribuindo para a realidade das Data Driven Organizations.

"Há que colocar esta curiosidade em prática e abrir a “caixa” dos HR Analytics que representam um método de identificação e quantificação sistemática de dados, orientado para solucionar e evitar problemas relacionados com as pessoas na organização.”

Sandy Antunes

Manager EY, People Advisory Services

É aqui que entra a curiosidade, que implica o querer saber mais, cruzar dimensões de análise, complementar e/ou corroborar perceções e intuições com informação clara e objetiva, que permita gerar insights relevantes e, assim, encontrar pistas para potenciais respostas aos desafios.

Esta curiosidade é hoje basilar. Há que colocar esta curiosidade em prática e abrir a “caixa” dos HR Analytics que representam um método de identificação e quantificação sistemática de dados, orientado para solucionar e evitar problemas relacionados com as pessoas na organização.

Na realidade, durante muito tempo, as equipas de RH tinham acesso a dados importantes que nem sempre eram utilizados, tratados ou analisados e hoje percebemos o potencial de um conjunto de informação tão poderosa quanto assustadora, permitindo cruzar os dados de tal forma que é possível identificar padrões de comportamento, tendências que indicam ou justificam determinada situação, tal e qual a caixa de Pandora.

"Serão certamente reveladas fragilidades, temas sensíveis e desafiantes. Não obstante, teremos sempre a esperança na forma de encontrar soluções para os desafios, desde que saibamos fazer as perguntas certas e ter o drive da curiosidade para encontrar soluções que façam as pessoas das organizações serem mais e melhor.”

Sandy Antunes

Manager EY, People Advisory Services

Há que medir para conhecer e conhecer para tomar boas decisões ao nível da gestão de pessoas.

Assim, tal como na caixa de Pandora, nem tudo o que daí sair será positivo. Serão certamente reveladas fragilidades, temas sensíveis e desafiantes. Não obstante, teremos sempre a esperança na forma de encontrar soluções para os desafios, desde que saibamos fazer as perguntas certas e ter o drive da curiosidade para encontrar soluções que façam as pessoas das organizações serem mais e melhor.

Por fim, destacaria que importa fazermos o melhor uso possível desta “caixa de pandora” que são os HR Analytics e que é importante não termos qualquer receio de a abrir. Afinal, é lá que reside a esperança!

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Quer investir numa carreira nas tech? Ironhack abre candidaturas para bootcamps

Dia 13 de dezembro haverá um encontro para promover networking entre profissionais e estudantes.

As candidaturas para os bootcamps de web development, UX/UI design, data analytics e cybersecurity da Ironhack já estão abertas. Estas formações intensivas, em regime de part-time ou full-time, destinam-se a todos aqueles que pretendem mudar de carreira, investindo no mercado tecnológico, ou melhorar as suas competências neste setor.

“Há vários sinais que revelam que está na altura de trocar de percurso profissional, como stress, pouca motivação ou mesmo irritabilidade. Numa altura em que há uma carência acentuada de talento tecnológico, a Ironhack pretende ser o ponto de partida para o reskilling, ou seja, reajustamento de competências”, explica Munique Martins, responsável pelo campus de Lisboa, citada em comunicado.

“Compreendemos que poderá ser um passo assustador e, por isso, oferecemos as condições necessárias para entrar nesta área de forma rápida e prática, ganhando competências em apenas nove semanas”, continua.

Os dados mais recentes, divulgados pela Randstad, indicam que, em Portugal, há cerca de 19 mil vagas por preencher, no setor tecnológico. Nesse sentido, a Ironhack, que defende que a experiência prévia na área não é condição seletiva para ingresso nos seus bootcamps, está a preparar mais um ano dedicado não só a quem pretende aprofundar os conhecimentos no setor, como também para quem procura uma mudança total de carreira.

A escola de formação tecnológica irá promover, ainda, um evento que irá contar com a partilha de experiências reais de alunos que realizaram a transformação da sua carreira para a área tecnológica, dia 13 de dezembro, a partir das 18h45. O “New Year, New Career” terá lugar no campus de Lisboa, no Heden Santa Apolónia, e pretende abordar temas como os bootcamps, as saídas profissionais de cada um ou mesmo as opções de financiamento, nomeadamente o Acordo de Rendimento Partilhado, promovido em conjunto com a Fundação José Neves.

As inscrições para o evento podem ser feitas aqui.

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Presidente da República promulga subida do salário mínimo e dos ordenados da Função Pública

É oficial. O salário mínimo vai subir para 705 euros a partir de janeiro, e os ordenados dos funcionários públicos vão crescer 0,9%. Diplomas foram promulgados pelo Chefe de Estado.

O Presidente da República promulgou esta segunda-feira o decreto-lei que atualiza o salário mínimo nacional dos atuais 665 euros para 705 euros. Também recebeu “luz verde” de Marcelo Rebelo de Sousa o diploma que aumenta em 0,9% os salários dos trabalhadores da Administração Pública.

“O Presidente da República promulgou hoje [esta segunda-feira] dois decretos do Governo: o que aprova a atualização da retribuição mínima mensal garantida e o que atualiza as remunerações da Administração Pública”, lê-se na nota publicada no site da Presidência.

No que diz respeito à retribuição mínima mensal garantida, foi proposto pelo Governo e recebeu agora “luz verde” de Marcelo Rebelo de Sousa um aumento de 40 euros para 705 euros brutos mensais, estando em causa o acréscimo mais expressivo de sempre, em termos absolutos. Segundo já explicou a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, 880 mil trabalhadores deverão ver os seus salários subirem, a partir de janeiro de 2022, à boleia desta atualização.

A par deste aumento do salário mínimo, o Governo preparou uma compensação para os empregadores, garantindo-lhes um apoio de 112 euros por cada trabalhador que passe da atual retribuição mínima garantida (665 euros) para a nova (705 euros). Este subsídio segue os moldes da compensação aplicada este ano, sendo, portanto, pago uma única vez às empresas, numa data ainda a determinar. De acordo com o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, a medida custará em torno de 100 milhões de euros.

Quanto aos trabalhadores da Administração Pública, os que recebem atualmente pelo nível remuneratório mais baixo beneficiarão de um aumento de 40 euros, por efeito da subida do salário mínimo nacional. Os demais verão os ordenados subirem 0,9%.

Convém explicar que o Governo chegou a mostrar abertura para ir além dos referidos 0,9%, caso a inflação anual registada em novembro superasse a esperada, mas o valor provisório desse indicador divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no início da semana indica que tal não aconteceu.

De acordo com a ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, 110 mil funcionários públicos serão abrangidos pelo aumento do salário mínimo — o que custará 80 milhões de euros — enquanto os salários de 612 mil trabalhadores do Estado terão subidas de 0,9%, atualização que custará 225 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 11h51)

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Países adotam mandato para negociar salários mínimos adequados na UE

  • Lusa
  • 6 Dezembro 2021

Conselho da União Europeia acordou a sua posição comum para as negociações com o Parlamento Europeu em torno de um quadro legal para "salários mínimos adequados" na União Europeia (UE).

O Conselho da União Europeia, instituição na qual estão representados os Estados-membros, acordou esta segunda-feira a sua posição comum para as negociações com o Parlamento Europeu em torno de um quadro legal para “salários mínimos adequados” na União Europeia.

A posição do Conselho da UE foi adotada em Bruxelas, numa reunião de ministros do Emprego e Assuntos Sociais da UE, menos de duas semanas depois de o Parlamento Europeu, o outro colegislador, ter adotado também a sua posição negocial em torno da proposta de diretiva apresentada pela Comissão Europeia em outubro de 2020, pelo que as negociações poderão arrancar agora.

Na posição comum acordada, o Conselho defende que os Estados-membros devem promover o reforço da capacidade dos parceiros sociais para se envolverem na negociação coletiva, apontando que os países onde esta é elevada tendem a ter uma menor proporção de trabalhadores com baixos salários e salários mínimos mais elevados do que os países com uma baixa cobertura de negociação coletiva.

“Se a sua cobertura na negociação coletiva for inferior a 70%, deveriam também estabelecer um plano de ação para promover a negociação coletiva”, defende o Conselho, que preconiza igualmente uma atualização, de forma regular e atempada, dos salários mínimos legais, de acordo com um conjunto de critérios estáveis e claros, e eventualmente ajustamentos por mecanismos de indexação automática.

À entrada para a reunião em Bruxelas, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, comentou que se trata de “um dia muito especial”, pois a adoção da posição comum do Conselho sobre a proposta de diretiva relativa a salários mínimos adequados na UE é um “primeiro passo concreto após a cimeira social do Porto”, celebrada em maio passado, durante a presidência portuguesa do Conselho da UE.

Comentando que “a solidariedade não é opcional”, a ministra defende a importância de desenvolver um “modelo de solidariedade baseado no modelo social”, pois “esse foi o compromisso da cimeira social do Porto”, e é aquilo que os 27 estão agora a “transformar em realidade”.

Em 25 de novembro passado, também o Parlamento Europeu aprovou o seu mandato de negociação, defendendo designadamente que “o salário mínimo deve assegurar aos trabalhadores um nível de vida decente”, “a negociação coletiva deve ser reforçada nos países em que cobre menos de 80% dos trabalhadores”, e “as prerrogativas nacionais e a autonomia dos parceiros sociais para determinar os salários devem ser respeitadas”.

Mandatados para negociar uma posição sobre o assunto quando 21 Estados-membros têm um salário mínimo definido por lei e seis outros países recorrem à negociação coletiva, os eurodeputados exigem a “definição de requisitos mínimos para proteger os salários em toda a UE, quer estabelecendo um salário legal – o salário mais baixo permitido por lei –, quer permitindo aos trabalhadores negociar os seus salários com os seus empregadores”.

Além disso, “a nova legislação deve aplicar-se a todos os trabalhadores da UE que tenham um contrato ou uma relação de trabalho”, defendem os parlamentares.

Salvaguardado está que os países da UE em que o salário mínimo é protegido exclusivamente através de acordos coletivos não sejam obrigados a introduzir salários mínimos ou a tornar estes acordos universalmente aplicáveis.

O projeto de diretiva europeia estipula que os Estados-membros avaliem e informem se os salários mínimos legais aplicados (se for o caso) são suficientes, utilizando critérios para estabelecer condições de trabalho e de vida decentes e incluir elementos como o poder de compra e a taxa de pobreza.

No que toca à negociação coletiva, prevê-se um reforço e alargamento da sua cobertura, de forma a proporcionar um salário mínimo através destas negociações.

A definição de um salário mínimo europeu justo e digno é um dos elementos da negociação do plano de ação para implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que foi acordado conjuntamente pelo Parlamento Europeu, o Conselho em nome dos Estados-membros e a Comissão Europeia em novembro de 2017.

O Pilar Social é um texto não vinculativo para promover estes direitos na Europa e no qual, além de outras questões, é feita uma referência à remuneração, defendendo que “os trabalhadores têm direito a um salário justo que lhes garanta um nível de vida decente”.

Em outubro de 2020, a Comissão Europeia apresentou uma proposta legislativa sobre os salários mínimos europeus, mas admitiu dificuldades nas negociações no Conselho, razão pela qual assegurou não querer impor valores aos países, mas antes indicadores para garantir uma qualidade de vida decente aos trabalhadores.

Os tratados reconhecem a competência de cada Estado-membro na fixação de salários, mas a Comissão recorreu a uma interpretação flexível que integra o salário nas condições de trabalho.

Atualmente, 21 Estados-membros têm um salário mínimo definido por lei, enquanto nos restantes seis – Áustria, Chipre, Dinamarca, Finlândia, Itália e Suécia – tal só existe através de negociação coletiva. Nos países onde existem, os salários mínimos mensais variam entre 332 euros na Bulgária e 2.202 euros no Luxemburgo.

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Pinto Ribeiro Advogados assessorou venda da Warpcom ao grupo espanhol Evolutio

A equipa da Pinto Ribeiro foi liderada pelo sócio João André Antunes e contou com a participação das associadas Ana Luísa de Oliveira e Sofia Ginestal Albuquerque.

A Pinto Ribeiro Advogados assessorou a operação de aquisição de 100% do capital social da Warpcom SA por parte do grupo espanhol Evolutio Cloud Enabler.

“A Warpcom, sociedade spin-off da anterior Dimenson Data, conheceu nos últimos anos, graças ao trabalho de inovação da sua equipa de gestão, um crescimento exponencial enquanto integrador tecnológico líder de mercado no desenvolvimento de soluções end-to-end nas áreas de Networking & Infrastructure, Collaboration & Customer Experience, Data Center & Multi Cloud e Cybersecurity, tendo iniciado a sua internacionalização exatamente para o mercado espanhol durante o ano de 2017”, refere a firma em comunicado.

Com esta integração, a Evolutio Cloud Enabler perspetiva a criação de sinergias naturais entre as duas empresas, numa abordagem conjunta e integrada ao mercado ibérico, reforçando a sua posição de liderança no mesmo e juntando à sua presença consolidada em Espanha o trabalho desenvolvido pela Warpcom nos seus escritórios sitos em Lisboa, Porto, Faro e Funchal e pela sua equipa de mais de 130 profissionais.

A equipa da Pinto Ribeiro Advogados foi liderada pelo sócio João André Antunes, que destacou a importância que esta operação assume para as duas empresas tendo em conta a sua forte complementaridade e a grande sintonia existente no que diz respeito aos respetivos princípios e objetivos.

“A tenacidade que a Warpcom revelou nos últimos cinco anos, fruto do trabalho e visão da sua equipa de gestão, é mais uma confirmação de que as empresas portuguesas, quando bem lideradas, são capazes de exponenciar o melhor que há nas suas equipas e alcançar resultados ao nível dos melhores standards internacionais. Da nossa parte, enquanto assessores jurídicos, coube-nos apenas assegurar que esta transação potenciará, mais do que uma mera alteração da estrutura acionista, a continuação do trajeto de crescimento que vem sendo seguido e de que o mercado tecnológico profissional é testemunha presente“, explicou.

Esta operação envolveu ainda as advogadas Ana Luísa de Oliveira e Sofia Ginestal Albuquerque, advogadas associadas do departamento de Direito Empresarial da Pinto Ribeiro Advogados.

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Fim dos automóveis com motores a combustão em 2030 ameaça 500 mil empregos, diz o setor

  • Joana Abrantes Gomes
  • 6 Dezembro 2021

Os fornecedores europeus de automóveis avisam que o plano de Bruxelas para proibir os veículos com motores a combustão até 2035 colocará em risco meio milhão de empregos no setor.

As fabricantes europeias de automóveis alertaram que, se a Comissão Europeia acabar mesmo por proibir os carros com motores a combustão a partir de 2035, cerca de meio milhão de empregos poderão ser postos em causa no setor. A notícia é avançada pelo Financial Times (acesso pago).

No início deste ano, o executivo europeu anunciou que pretende proibir a venda de automóveis que usem combustíveis fósseis após 2035, de modo a eliminar 100% das emissões de CO2 dos automóveis novos até essa data. Um plano que está a gerar apreensão no setor.

A sondagem, que envolveu quase 100 empresas da Associação Europeia de Fornecedores Automóveis, CLEPA, revelou que, dos 501 mil postos de trabalho em perigo, mais de dois terços desapareceriam nos cinco anos anteriores a 2035, o que dificultaria a mitigação dos “impactos sociais e económicos” causados pelo desemprego em massa.

Contudo, em simultâneo, um inquérito da PwC mostrou que seriam criados 226 mil novos empregos no fabrico de peças para os automóveis elétricos, o que reduziria as perdas de postos de trabalho para cerca de 275 mil durante as próximas décadas.

Ainda que Bruxelas não tenha ordenado a substituição dos automóveis com motores de combustão por carros movidos a energia elétrica em concreto, fabricantes de automóveis como a Volkswagen, a maior da Europa, praticamente excluíram outras tecnologias, como o hidrogénio.

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Eles Vêm Aí: “Pessoas motivadas produzem mais”

Trabalhadores motivados são mais produtivos e isto não é um chavão. Quem o diz é Gonçalo Gil Mata, "coach" executivo, autor e convidado do novo episódio do Eles Vêm Aí.

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Num país marcado pelos baixos níveis de produtividade, há um “enorme potencial” para contrariar essa realidade na “gestão emocional” dos trabalhadores e na sua motivação. Quem o diz é Gonçalo Gil Mata, coach executivo e convidado do episódio mais recente do podcast Eles Vêm Aí.

“Temos, acredito eu, um enorme potencial de produtividade relacionado com a nossa gestão emocional. Às vezes, olhamos para a produtividade apenas como um fator económico, mas gosto sempre de alertar que há muita produtividade que assenta na capacidade de conseguirmos comunicar bem, liderar bem as pessoas, liderar a motivação das pessoas, conduzir positivamente a cultura organizacional”, diz Gonçalo Gil Mata, que acaba de lançar o livro “Reinvente-se: três passos para se sentir mais realizado”, editado pela Porto Editora.

O coach reconhece, contudo, que “não temos os líderes treinados para casar a motivação das pessoas e a produtividade das organizações”. Neste episódio do Eles Vêm Aí, falamos também sobre flexibilidade, trabalhar menos horas sem sentir culpa e sobre a liberdade que nos pode dar o modelo híbrido de teletrabalho e trabalho presencial.

O podcast “Eles Vêm Aí” é um projeto da jornalista do ECO Isabel Patrício. Pode ouvir os episódios e seguir o projeto aqui.

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BCE vai mudar desenho das notas do euro e Elvira Fortunato vai ajudar

  • ECO
  • 6 Dezembro 2021

Atuais notas têm janelas, portas e pontes, mas o BCE quer mudar esses desenhos. Criou grupo de conselheiros para ajudar na seleção de temáticas das futuras notas, do qual Elvira Fortunato faz parte.

Vinte anos depois de terem sido lançadas, o Banco Central Europeu (BCE) prepara-se para dar uma nova imagem às notas de euro, num processo que deverá levar a uma decisão final em 2024. A investigadora portuguesa Elvira Fortunato faz parte do painel de especialistas que vai ajudar o banco central nesta operação, nomeadamente na seleção de possíveis temáticas para ilustrar as futuras notas.

“As notas de euro vieram para ficar. São um símbolo tangível e visível de que nos mantemos unidos na Europa, particularmente em tempos de crise, e continua a haver uma forte procura pelas notas”, afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde.

“20 anos depois, é tempo de rever o visual das nossas notas para torná-las mais próximas dos cidadãos de todas as idades e backgrounds”, acrescentou a responsável francesa.

Segundo o BCE, o processo iniciar-se-á com a criação de focus groups, que terão a missão de recolher as opiniões das pessoas em toda a Zona Euro sobre possíveis temáticas para ilustrar as notas. Depois, um grupo de conselheiros formado por um especialista de cada país da região — e do qual a vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, Elvira Fortunato, faz parte — irá submeter uma lista final de novos temas ao conselho de governadores.

As notas atuais têm desenhos de janelas, portas e pontes.

Recebidas as propostas do grupo de conselheiros, o BCE irá pedir o contributo do público em relação aos temas selecionados. Seguir-se-á um processo concorrencial para a criação das novas notas, depois do qual o BCE voltará a consultar o público. A decisão final caberá ao conselho de governadores do BCE.

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Portuguesa Rita Amorim vence prémio “Melhor Sucesso Profissional” no Hospitality ON Awards 2021

A portuguesa e o tailandês Bonn Krongsak Paramacharoenroj foram distinguidos no evento anual que reúne profissionais da hotelaria de todo o mundo graças ao "sucesso profissional" que demonstram.

Rita Amorim e Bonn Krongsak Paramacharoenroj são os vencedores do prémio “Melhor Sucesso Profissional”.

O Hospitality ON, o evento anual que reúne profissionais da hotelaria de todo o mundo, distinguiu a portuguesa Rita Amorim, ex-aluna do Glion Institute of Higher Education, com o prémio “Melhor Sucesso Profissional”. O prémio, atribuído a jovens profissionais com menos de 30 anos que tenham trabalhado durante um máximo de cinco anos, foi também recebido pelo tailandês Bonn Krongsak Paramacharoenroj.

“Estou extremamente grata pelo reconhecimento pelos pares”, afirma Rita Amorim, citada em comunicado, licenciada em hospitality management, com especialização em international hotel development and asset management.

Atualmente, a profissional supervisiona uma carteira de propriedades no Reino Unido da Accor, que geram um volume de negócios anual de mais de 20 milhões de libras esterlinas em receitas de quartos. Paralelamente à sua posição na Accor, é consultora do Hotel Arribas Sintra para a estratégia comercial e, mais recentemente, iniciou a sua própria viagem empresarial como cofundadora da Amorim & Petit Solutions, uma empresa de consultoria hoteleira e imobiliária.

Bonn Krongsak Paramacharoenroj, também vencedor deste prémio, frequentou a licenciatura de international hospitality business, com especialização em real estate finance & revenue management no Glion Institute of Higher Education. Hoje, na Onyx, supervisiona todos os aspetos de desenvolvimento hoteleiro da empresa, desde o sourcing de negócios hoteleiros, a revisão de planos técnicos, planeamento de estudos de viabilidade financeira, até à preparação de contratos de gestão, passando pela gestão de relações com os proprietários, abraçando assim a vertente financeira do desenvolvimento hoteleiro.

Os candidatos a este prémio são avaliados segundo três critérios: a qualidade dos seus resultados académicos como estudantes, o início exemplar da sua carreira profissional e a eficiência das ações e projetos que alcançaram na empresa onde desenvolvem a sua atividade.

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