Estratégia para o hidrogénio está a criar uma “movida” junto de investidores

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

No âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), Portugal organiza na quarta-feira uma conferência sobre hidrogénio.

Portugal vai ser um país exportador de energia, apoiado no hidrogénio, uma estratégia que está a criar uma “movida” junto de investidores, afirma o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.

O Governo português aposta no hidrogénio como uma das formas de descarbonizar a economia, e a energia (obtida da água – formada por oxigénio e hidrogénio – por eletrólise) já é apontada como solução no Roteiro para a Neutralidade Carbónica e no Plano Nacional de Energia e Clima.

No âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), Portugal organiza na quarta-feira uma conferência sobre hidrogénio.

A propósito da conferência, em entrevista à Lusa, o ministro explica porque entende ser o hidrogénio verde (porque obtido através de energias renováveis) a melhor aposta para o país, que vai deixar de fazer de Portugal um país tradicionalmente importador de energia para se tornar um exportador.

“Estamos neste momento em condições de poder pensar Portugal como um país que vai ser exportador de energia”, algo que vai acontecer não para já mas dentro de seis ou 10 anos. “Mas este é mesmo um caminho que temos e que devemos trilhar”.

Além de haver uma estratégia nacional para o hidrogénio, há também, salienta Matos Fernandes, uma estratégia europeia, e em Portugal o tema gerou uma “movida” junto dos investidores, portugueses e estrangeiros.

A “movida” justifica-a Matos Fernandes com factos, lembrando que quando Portugal lançou a primeira “call” do hidrogénio para saber quem eram os interessados em concorrer ao “Important Project of Common European Interest” (IPCEI), onde Portugal se juntou à Holanda, apareceram projetos já conhecidos mas também projetos em que nunca tinha ouvido falar. A empresa Bondalti, de Estarreja, candidatou um projeto (entre 74) de produção de hidrogénio verde de 2,4 mil milhões de euros.

“Nunca tínhamos ouvido falar dele. E ainda hoje lemos notícias nos jornais, de empresas que estão a desenvolver tecnologias, nomeadamente empresas portuguesas, para a produção de hidrogénio”, diz o ministro, concluindo que está apontado o caminho para a produção de hidrogénio verde de forma segura e barata.

Matos Fernandes justifica a aposta no hidrogénio porque se trata de um substituto dos combustíveis de origem fóssil, sendo que pode ter ainda outras aplicações, como ser utilizado como matéria-prima para a indústria ou ser utilizado como forma de armazenar eletricidade produzida a partir de fontes renováveis. E nem sequer é um gás novo, que já é utilizado por exemplo na refinação de combustíveis fósseis.

“Descarbonização não é sinónimo de eletrificação”, salienta o ministro, explicando que o país está cada vez mais eletrificado, nesta altura com 60% da eletricidade produzida a partir de fontes renováveis mas podendo, “com investimento e com ambição”, chegar aos 80% em 2030.

Mas “há um conjunto de processos onde a eletricidade não basta ou não é custo-eficaz”, diz, apontando como os transportes pesados.

Se um camião pode fazer 500 quilómetros com baterias elétricas, de lítio, “essas baterias seriam tão pesadas que era quase um contrassenso”, porque uma parte da energia consumida era também a transportar as próprias baterias.

É aqui que entra o hidrogénio. Como entra na indústria química, onde a eletricidade não tem a intensidade energética necessária para um conjunto de processos industriais, ou na substituição de gás natural, com vantagens nomeadamente na balança comercial, evitando “centenas de milhões de euros” de importações.

Por isto, e porque “descarbonização não é sinónimo de eletrificação”, o hidrogénio tem uma estratégia própria para completar a eletrificação, para que Portugal “cumpra o objetivo maior que é ser neutro em carbono em 2050”.

Num futuro em parte movido a hidrogénio, Matos Fernandes considera que “faz todo o sentido” que cada estação de serviço tenha uma produção própria, porque “o projeto do hidrogénio é mesmo um projeto que tem uma componente territorial espalhada país fora”.

A Estratégia para o Hidrogénio (apresentada em 2020) preconiza que até 2030 existam entre 50 a 100 postos de abastecimento de hidrogénio, “muitos deles” com produção própria, preconiza.

E de caminho lembra que a estratégia portuguesa para os gases renováveis passa pelo hidrogénio mas também pelo biogás, já hoje a fazer funcionar camiões do lixo em Trás-os-Montes.

Refere igualmente a intenção de criar um “cluster” de hidrogénio em Sines, a pensar na exportação e para o qual já há sete projetos identificados, em busca de financiamento, parte deles a partir de Bruxelas, porque são fundos de grandes dimensões que o país não consegue suportar.

“Estamos a falar de sete mil milhões de euros. E Bruxelas, porque há uma estratégia europeia para o hidrogénio, tem fundos próprios”.

Portugal também vai apoiar projetos nesta área mas reserva entre 400 e 500 milhões de euros para produção de gases renováveis, ao longo de 10 anos. O primeiro aviso até já foi lançado e o apoio máximo é de cinco milhões de euros, naturalmente não aplicável aos projetos de Sines, alguns deles de mais de mil milhões de euros.

Matos Fernandes aceita que tudo isto é novo, que o hidrogénio “ainda tem alguns passos para dar”, que hoje ainda é mais caro do que o gás natural. Mas acredita que com a “maturidade da tecnologia” e a aplicação de taxas de carbono no gás natural a situação se vai inverter.

E enquanto isso não acontecer, “com o único objetivo de proteger os consumidores do preço, queremos também apoiar de forma transparente, e por leilão, uma parte dessa diferença, sendo que obviamente só apoiaremos num leilão a ser lançado quem nos pedir menos, isto é, quem já produzir mais barato”, avisa.

Colocar hidrogénio verde na rede de gás natural em Portugal é fácil, porque há uma rede nova e preparada para tal, especialmente a rede domiciliária, havendo limitações é nos equipamentos pessoais.

Ainda assim, diz, ainda que se substitua até 03% do gás natural por hidrogénio significa poupar cerca de 500 milhões de euros nas importações a 10 anos. Portugal quer chegar a 2030 com a substituição de 15% do gás natural.

E colocar hidrogénio verde em navios? Aviões? Grandes consumidores de energia como cimenteiras? Matos Fernandes responde que a evolução da tecnologia tem trazido boas surpresas, que tudo está a acontecer muito depressa. Fala do encerramento antecipado das centrais a carvão, da refinaria de Matosinhos.

“Por isso aquilo que virá a ser o escalar da tecnologia do hidrogénio eu não consigo adivinhar e acho que é difícil poder ser adivinhado”. Certo é que, por exemplo, nos autocarros, com os próximos fundos comunitários, os apoios vão ser apenas para autocarros elétricos, de bateria, ou elétricos com injeção de hidrogénio.

Mas se não adivinha o que será o futuro, o ministro não tem dúvidas do quanto é “importante estar na linha da frente”, o importante existir ciência portuguesa, existir patentes portuguesas e existir em Portugal essa passagem do hidrogénio para uma escala industrial.

E o país tem um microclima muito próprio para desenvolver este tipo de projetos. Matos Fernandes lembra que 70% do custo da produção de hidrogénio é energia, que tem de ser renovável para ser hidrogénio verde.

“E o preço que tivemos na produção de eletricidade, nos últimos dois leilões, e em que batemos dois recordes do mundo, coloca Portugal numa posição absolutamente invejável”.

Ou seja, com energia a pouco mais de 11 euros o megawatt/hora, contra os habituais 45 a 55 euros no mercado ibérico, “é mesmo possível produzirmos hidrogénio verde a um valor que nenhum país da Europa do Norte consegue produzir”.

Portugal, com as energias renováveis, já criou 10 mil empregos, e nos cenários para 2050, o mais provável para ser possível a descarbonização é também aquele em que a economia mais cresce.

Matos Fernandes diz mesmo que as grandes apostas de desenvolvimento económico para o país estão no Ministério do Ambiente, porque são muito ligadas à energia.

A descarbonização também é importante por isso. Mas Matos Fernandes adianta outro motivo, muito mais importante. Porque é dela que depende “a sobrevivência de todos nós neste planeta”.

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Ética, cultura organizacional e responsabilidade social

  • PESSOAS + EY
  • 5 Abril 2021

Edivaldo João, Consultant EY, People Advisory Services, explica em que medida estes três conceitos se interligam e a sua importância nas organizações em contextos de crise.

Um dos temas que tem vindo a ganhar interesse dentro contexto organizacional e social, principalmente nos últimos tempos, é a temática da ética organizacional, sobretudo nestes períodos de crises sociais e económicas generalizadas.

A ética, enquanto avaliação teórica dos princípios que regem as escolhas práticas, ganha relevância no âmbito organizacional na medida que as organizações existem em comunidade, competem em comunidade e sobrevivem em comunidade. Por outras palavras, a ética justifica-se porque as organizações se relacionam com outras entidades (atores) e, nesta medida surge a necessidade de existir um conjunto de valores (práticas) éticos que orientem o comportamento das organizações no relacionamento com todos os seus stakeholders (partes interessadas no negócio da empresa).

"Ética e cultura organizacional são dois elementos que estão ligados, pois, é através da cultura organizacional que a ética se manifesta nas organizações e é através dela que a ética ganha sentido. ”

Edivaldo João

Consultant EY, People Advisory Services

A ética, em si, é essencial para o negócio, pois, influencia direta ou indiretamente a reputação e confiança na organização, interna e externamente. Tomemos como exemplo o caso da multinacional alemã Volkswagen (caso dieselgate de 2015). O caso dieselgate foi um escândalo que envolveu várias técnicas fraudulentas usadas pela Volkswagen, de 2009 a 2015, para reduzir as emissões de dióxido de carbono e óxido de nitrogénio de alguns dos seus motores a diesel e gasolina nos testes regulatórios de poluentes. Como consequência, a empresa viu o seu nome manchado no mercado nacional e internacional, bem como foi alvo de penalizações acima dos 30 mil milhões de euros até 2020. A atuação não ética, por parte das organizações, podem trazer consequências gravíssimas e muitas vezes irreparáveis.

Relativamente à cultura organizacional, Robbins (2001) define-a como “perceções partilhadas pelos membros de uma organização “. Greenberg (2000) define cultura organizacional como “aspetos cognitivos, tais como atitudes, valores, normas de comportamento, e expectativas partilhadas pelos membros de uma organização”. De forma resumida, com base nestas definições, podemos concluir que a cultura organizacional é um conjunto de vários elementos partilhados pelos membros de uma determinada organização e que definem a forma como estes indivíduos interagem entre si e com os seus parceiros de negócio.

As culturas organizacionais podem ser caracterizadas por cultura organizacional forte (incorporada pela maior parte dos colaboradores) ou fraca (incorporada por uma parte insignificante dos colaboradores). Contudo, é importante alertar que nem sempre uma cultura organizacional forte é necessariamente uma cultura organizacional positiva, pois, em certas medidas, estas podem estar carregadas de práticas que não são éticas. Ética e cultura organizacional são dois elementos que estão ligados, pois, é através da cultura organizacional que a ética se manifesta nas organizações e é através dela que a ética ganha sentido. Quando as regras estão claras e bem estabelecidas, a conduta padrão e a identidade organizacional também tendem a ser fortalecidas. Além disso, é mais claro determinar como agir diante das irregularidades, definindo os traços da cultura organizacional da Empresa.

Por fim, resta ligar a responsabilidade social aos dois temas já referenciados. Uma organização ética é, consequentemente, uma organização socialmente responsável, o contrário não é possível. A responsabilidade social é uma consequência ética que resulta da forma como as organizações olham para todos os seus parceiros.

Concluindo, épocas de crise, como a que estamos a viver, devido à pandemia da Covid-19, são caracterizadas por trazerem grandes desafios às organizações nas questões de ética organizacional, responsabilidade social e cultura organizacional.

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Só algumas operações do Banco de Fomento vão ter impacto no défice

As eventuais perdas do Banco de Fomento não vão contar para o défice, mas algumas das suas operações poderão ir. O esclarecimento é feito pelo INE ao ECO.

A par dos bancos de fomento de outros países europeus, também o Banco Português de Fomento (BPF) não vai contar para o saldo orçamental. Isto quer dizer que eventuais perdas deste banco promocional com o financiamento a empresas não vão penalizar o défice, mas há exceções. As autoridades estatísticas vão analisar as operações uma a uma, podendo algumas ser incluídas nas contas públicas.

“Tendo em consideração a análise preliminar efetuada e em diálogo com o Eurostat, considerou-se que o BPF possui autonomia de decisão, que incorre em riscos e benefícios na prossecução da sua função principal em condições semelhantes aos seus congéneres europeus e, tendo presente os manuais do Sistema Europeu de Contas 2010 e do Défice e da Dívida das Administrações Públicas (MDD), foi classificado no setor das sociedades financeiras“, responde o Instituto Nacional de Estatística (INE) ao ECO.

A lista das entidades que estão no perímetro das administrações públicas relativa a 2020, ano em que o Banco do Fomento foi criado, foi atualizada na sexta-feira e o banco promocional não constava. E assim vai manter-se, confirmou o INE, explicando que esta instituição tem “características comuns a vários outros bancos de fomento/desenvolvimento na União Europeia também controlados pelas respetivas AP [Administrações Públicas] e integrantes do setor institucional das Sociedades Financeiras”.

Os bancos de fomento alemão (KfW), francês (BPI France), espanhol (ICO), italiano (CDP), esloveno (SID Banka), holandês (InvestNL) e finlandês (Tesi) estão fora do perímetro das Administrações Públicas dos respetivos países, isto é, os seus resultados não contam automaticamente para o saldo orçamental. Já na Irlanda (SBCI) e na Croácia (HBOR) estão dentro do perímetro, assim como no antigo Estado-membro da União Europeia, o Reino Unido (BBB).

Tal como estes bancos promocionais, o objetivo do BPF será colmatar falhas de mercado, unindo esforços com o Banco Europeu de Investimento, por exemplo, ou com bancos congéneres, para dar financiamento às empresas que, de outra forma, não teriam acesso a crédito através da banca comercial. Esta atividade envolve risco e, portanto, poderá levar a perdas. Ainda recentemente o ministro das Finanças, João Leão, admitiu que as linhas de crédito para as empresas com garantia estatal — que foram criadas pela SPGM, entidade na qual se fundiu a IFD e a PME Investimentos para dar origem ao BPF — vão começar a gerar perdas para o Estado e estas serão superiores ao esperado anteriormente.

A discussão sobre se o Banco de Fomento ia contar ou não para o défice surgiu ainda antes da sua criação em novembro de 2020 e tem implicações na sua capacidade potencial para apoiar a economia portuguesa. Ao ficar fora do perímetro, a dívida e as eventuais perdas (ou ganhos) do BPF não contarão para a dívida pública nem para o défice, dando mais espaço ao banco para ajudar a economia sem ter receio de prejudicar as contas públicas. Em outubro do ano passado, o Jornal de Negócios escrevia que dentro do Ministério das Finanças havia o receio de que o banco pudesse contar para o défice.

Contudo, a questão não é assim tão simples uma vez que as operações terão de ser analisadas uma a uma para se saber o potencial impacto do BPF no défice. “Tal não impede que algumas das suas operações, se revestirem as características referenciadas no ponto 1.2.4.5 do MDD, possam ser reencaminhadas para as contas das AP com impacto na sua capacidade/necessidade de financiamento“, esclarece o gabinete de estatísticas.

O ECO questionou o INE e o Eurostat sobre exemplos de operações que poderão ser incluídas no défice. O INE respondeu que não pode adiantar exemplos de operações. “Analisaremos as operações efetivamente realizadas e decidiremos em consequência quanto à sua classificação“, acrescentou. O Eurostat não respondeu até à publicação deste artigo.

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Banco de Fomento incluído na lista de instituições com requisitos prudenciais

  • Lusa e ECO
  • 5 Abril 2021

Ao ser incluído na lista de instituições com requisitos prudenciais, o Banco Português de Fomento passa a ser obrigado a cumprir os rácios de capital à semelhança da banca comercial.

O elenco de entidades sujeitas a requisitos prudenciais europeus foi alterado esta segunda-feira por aviso do Banco de Portugal, publicado em Diário da República, para incluir o Banco Português de Fomento. Isto significa que a instituição criada em novembro de 2020 passa a ter de cumprir rácios de capital à semelhança dos restantes bancos comerciais, apesar de a sua função primordial ser suprir falhas de mercado.

Aqueles requisitos prudenciais, estabelecidos num regulamento europeu, são exigidos, além do Banco Português de Fomento, a todas as sociedades financeiras de crédito, sociedades de investimento, sociedades de locação financeira, sociedades de factoring, sociedades de garantia mútua e algumas sucursais de instituições financeiras com sede no estrangeiro.

O aviso do Banco de Portugal, publicado esta segunda-feira em Diário da República, passa a incluir a instituição financeira criada em meados de 2020, por decreto-lei do Conselho de Ministros, com o nome de Banco Português de Fomento (BPF) e que financia projetos sem que os respetivos montantes sejam contabilizados na dívida do Estado português.

No aviso, o banco central lembra o decreto-lei que, em setembro passado, procedeu à fusão por incorporação da PME Investimentos – Sociedade de Investimento e da IFD, na SPGM – Sociedade de Investimento, tendo esta alterado o nome para Banco Português de Fomento (BPF) e a IFD sido extinta no âmbito da mesma fusão.

O regulador acrescenta que o BPF resultou da sucessão legal da PME Investimentos, da IFD e da SPGM, e que qualquer uma das três se sujeita ao quadro regulamentar aplicável no aviso do Banco de Portugal de 2014, alterado esta segunda-feira.

No dia em que o Conselho de Ministros aprovou a criação do BPF, o ministro da Economia, Siza Vieira, explicou que a nova instituição ia ter “a possibilidade de realizar um conjunto alargado de operações, quer de crédito direto às empresas, quer a gestão do sistema de garantias de Estado, quer de capitalização de empresas e de apoio às exportações e internacionalização” das empresas.

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LG abandona negócio dos telemóveis por causa da concorrência

A LG vai deixar de produzir "smartphones" devido à forte concorrência no mercado. Chegou a ser uma marca de grande relevância, mas atualmente já não estava sequer entre as sete principais fabricantes.

O negócio de smartphones da LG perdeu 4,5 mil milhões de dólares nos últimos cinco anos. Agora, vai fechar portas.

A informação foi confirmada pela empresa num comunicado enviado aos mercados: “Vamos parar a produção e as vendas no negócio dos telemóveis devido à sua queda continuada e à concorrência aguerrida. Vamos melhorar o nosso portefólio empresarial focando de forma mais eficiente os nossos recursos em áreas core“, lê-se na nota citada pelo Financial Times (acesso pago).

Os rumores de que a marca sul-coreana estaria a ponderar desistir do segmento mobile circulavam há algumas semanas. A empresa tem tido dificuldade em concorrer com empresas como a Apple, mas também com marcas chinesas de gama média ou inferior, como Xiaomi, Oppo e, noutro nível, também a Huawei.

O Financial Times lembra que a LG foi uma marca bastante relevante no mercado dos telemóveis antes da chegada dos modelos mais “inteligentes”. No entanto, chegou atrasada ao mundo dos smartphones como os conhecemos hoje, o que prejudicou o seu percurso. Para comparação, a Samsung vendeu 256 milhões de telemóveis em 2020. A LG vendeu apenas 23 milhões, segundo dados da consultora Counterpoint.

Estes números explicam o facto de a LG já nem sequer figurar entre as sete principais marcas de smartphones a nível mundial em quota de mercado. A empresa mantinha-se relevante apenas no mercado norte-americano, como o terceiro maior player (onde a Huawei tem pouca expressão) e o quinto maior na América Latina.

A LG vinha a perder quota de mercado e decidiu deixar de produzir telemóveis.Pixabay

Os investidores também vinham a pressionar a LG para a tomada desta decisão. Muitos consideravam a aposta empresa nos smartphones como uma má alocação de recursos. A propósito, na informação citada pelo jornal britânico, a empresa admite que o encerramento da unidade de smartphones levará a uma melhoria da competitividade e da situação financeira da LG no longo prazo.

A LG vai continuar a vender telemóveis até esgotar o stock existente. Para o futuro, a empresa estava a preparar um modelo inovador, a que tinha chamado de LG Rollable: um smartphone cujo ecrã estica e “cresce” até se transformar num pequeno tablet.

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Saiba quais os dez países que mais “pesaram” nas importações e exportações nacionais

Espanha foi o principal parceiro comercial de Portugal no ano da pandemia. Angola foi o nono país que mais bens comprou a Portugal em valor.

Espanha foi, de longe, o principal parceiro comercial de Portugal em 2020. Num ano marcado pelos constrangimentos da pandemia, Portugal comprou a Espanha 22,1 mil milhões de euros em bens, tendo vendido para o mercado espanhol 13,7 mil milhões de euros em bens, mostram dados do Eurostat publicados esta segunda-feira.

O mercado espanhol “pesou”, assim, 33% nas importações portuguesas de bens e 25% nas exportações. Na lista dos principais parceiros comerciais de Portugal repetem-se alguns nomes, mas há algumas diferenças notórias. Desde logo, o segundo país de onde Portugal importou mais bens em 2020 foi a Alemanha, enquanto, do lado das exportações, o segundo lugar da tabela é ocupado por França.

Outra diferença digna de nota é o facto de a China surgir entre os dez países de onde Portugal mais importou em 2020, ocupando a sexta posição, apesar de esse mercado asiático, pelas suas características, não figurar entre os dez países com mais “peso” nas exportações. Em sentido inverso, Angola foi o nono país que mais bens comprou a Portugal em valor (quase 871 milhões de euros), não surgindo na tabela dos dez países mais relevantes nas importações.

Importações: onde mais comprou Portugal?

Fonte: Eurostat

Exportações: quem mais comprou a Portugal?

Fonte: Eurostat

Olhando para o conjunto da União Europeia (UE), o cenário é significativamente distinto. Com um “peso” de 22% nas importações de bens em valor, a China foi o país de onde a região mais importou (383,4 mil milhões de euros), seguindo-se os EUA (12%), Reino Unido (10%), Suíça (6%) e Rússia (6%).

Do lado das exportações de bens, os EUA compraram 352,9 mil milhões de euros à UE e “pesaram” em 18% nas exportações, seguindo-se o Reino Unido (14%), a China (10%), a Suíça (7%) e a Rússia (4%). Os dados completos do Eurostat podem ser visualizados aqui e a base de dados completa pode ser acedida aqui.

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Fórum admite queda menor do PIB no primeiro trimestre

A recuperação da economia em março levou o Fórum para a Competitividade a rever em ligeira alta a sua previsão do PIB para o primeiro trimestre deste ano.

O Fórum para a Competitividade reviu em alta a previsão para o PIB do primeiro trimestre. Na nota de conjuntura de março divulgada esta segunda-feira, a instituição vê agora a economia a cair, no máximo, 3% em cadeia (face ao quarto trimestre), por causa do segundo confinamento. Em termos homólogos, o PIB cairá no máximo 5,5%, o que fica abaixo da queda de 6,1% registada no quarto trimestre.

O Fórum para a Competitividade estima agora uma variação homóloga entre -3,5% e -5,5%, e uma variação em cadeia entre -1% e -3%“, lê-se na nota de conjuntura. Anteriormente, o intervalo em termos homólogos ia dos -5,5% aos -8,5% e em cadeia dos -3% aos -6%. Ou seja, o cenário melhor da estimativa feita há um mês passou a ser o cenário pior da nova previsão, mostrando uma clara melhoria.

O que justifica esta revisão em alta? Por um lado, o Fórum considera que, “como seria de esperar, devido ao severo confinamento decretado, os dados de janeiro e fevereiro foram bastante negativos, em particular nas vendas a retalho, serviços e turismo”. Contudo, com a melhoria da situação epidemiológica e o arranque do desconfinamento, os “dados de elevada frequência de março sugerem uma apreciável recuperação”. Assim, a visão passou a ser “um pouco menos pessimista”.

O setor mais atingido pela crise pandémica no arranque do ano será, sem surpresas, o dos serviços — “o turismo foi o setor com quedas mais fortes, agravadas por não poderem beneficiar nem do Carnaval nem da Páscoa“, recorda o Fórum –, ao passo que a indústria e a construção conseguem resistir melhor.

Na última atualização das suas previsões em fevereiro, a Comissão Europeia estimou uma contração em cadeia do PIB de 2,1% no primeiro trimestre, a maior entre os 27 Estados-membros. Este valor fica agora dentro do intervalo definido pelo Fórum.

Enquadramento externo para os próximos trimestre é “ambivalente”

O Fórum antevê que o segundo trimestre seja “já de alguma recuperação”, tal como anteciparam vários economistas ao ECO, porque “deverá haver um forte alívio do confinamento e restrições que vigoraram durante quase todo o primeiro trimestre e porque o trimestre homólogo foi o de maior quebra da pandemia, com queda do PIB trimestral de 13,9%”.

Contudo, a incerteza ainda não se dissipou, principalmente porque o “enquadramento externo é ambivalente”. Por um lado, “tem havido claras revisões em alta do PIB, a nível mundial, auxiliadas de forma importante pelo pacote orçamental americano”. Por outro lado, a Europa parece estar a caminho de uma situação pior, com revisão do PIB em baixa na Alemanha, por exemplo, e o agravamento da pandemia, em contraciclo do que se passa em Portugal. Caso haja novos confinamentos em países europeus, estes terão “impactos claros nas nossas exportações e turismo”, avisa o Fórum.

No cômputo geral, estamos agora um pouco menos pessimistas em relação à evolução da atividade ao longo de 2021, mas a elevada incerteza leva-nos a manter as previsões anteriores“, conclui a nota de conjuntura de março. A última previsão anual do Fórum aponta para um intervalo entre uma queda de 4% do PIB e um crescimento de 1%.

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Desemprego mantém-se nos 6,9% em fevereiro e população empregada aumenta

No segundo mês de 2021, a taxa de desemprego fixou-se em 6,9%, de acordo com o INE. População empregada aumentou, em pleno confinamento.

A taxa de desemprego fixou-se em 6,9%, em fevereiro, mantendo-se estável em relação ao mês anterior. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, no segundo mês de 2021, a população empregada aumentou 0,2%, face a janeiro, apesar de o país estar na altura em pleno confinamento. Por outro lado, a taxa de subutilização do trabalho agravou-se em 0,1 pontos percentuais (p.p.) para 13,9%.

De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira, em fevereiro, a população empregada correspondeu a 4.677,5 mil pessoas, mais 0,2% do que no mês anterior, mas menos 1,7% do que no período homólogo. Este crescimento do número de pessoas com um posto de trabalho deu-se em pleno confinamento, isto é, numa altura em que milhares de empregadores tinham a sua atividade suspensa ou encerrada por imposição legal ou administrativa. Os dados vêm mostrando, contudo, que este segundo confinamento teve um impacto menos severo na economia do que o da primavera de 2020, o que ajuda a explicar o aumento da população empregada agora identificado pelo INE.

Por outro lado, fevereiro foi sinónimo de uma diminuição da população desempregada face ao mês anterior. Em causa está uma quebra de 0,3% para 344,2 mil pessoas. Em comparação com fevereiro de 2020, verificou-se, ainda assim, um aumento de 3,8%.

Já no que diz respeito à taxa de desemprego, o segundo mês do ano não trouxe alterações face ao mês anterior. O indicador em questão manteve-se em 6,9%, o mesmo valor que em janeiro, mas mais 0,4 pontos percentuais que no período homólogo.

Entre os jovens, a taxa de desemprego situou-se em 21,6%, menos 1,4 pontos percentuais do que no mês anterior. Em comparação, entre os adultos, o indicador fixou-se significativamente abaixo (5,9%), mas registou-se a tendência inversa, isto é, aumentou (0,1 pontos percentuais).

O INE indica, além disso, que, em fevereiro, a taxa de subutilização do trabalho agravou-se em 0,1 pontos percentuais, face ao mês anterior, para 13,9%. Em comparação com fevereiro de 2020, verificou-se um salto de 1,2 pontos percentuais. A subutilização do trabalho inclui a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis e os inativos disponíveis mas que não procuram emprego.

Na nota divulgada esta segunda-feira, é detalhado que, tal como a população desempregada, também a população inativa diminuiu em fevereiro. Face ao mês anterior, caiu 0,3% para 2.653,7 mil pessoas, valor que fica, ainda assim, acima daquele registado em fevereiro de 2020. Contas feitas, a taxa de inatividade situou-se em 34,6%, menos 0,1 p.p. do que em janeiro, mas mais 0,9 p.p. do que em fevereiro de 2020.

Em fevereiro, a população ativa aumentou, face ao mês anterior, 0,2% para 5.021,7 mil pessoas, estima o INE. Ainda assim, na comparação com fevereiro de 2020, registou-se um recuo de 1,3%. “Este padrão foi também observado para a taxa de atividade desse mês (65,4%): aumentou 0,1 p.p. quando comparada com janeiro de 2021 e diminuiu 0,7 p.p. e 0,9 p.p. quando comparada com novembro e fevereiro de 2020, respetivamente”, sublinha o Instituto de Estatística.

Para mitigar a escalada do desemprego provocado pela pandemia de coronavírus, o Governo tem lançado vários apoios para as empresas, como o lay-off simplificado e o apoio à retoma progressiva. O Executivo de António Costa estima, no Orçamento do Estado para 2021, que, no conjunto do ano, a taxa de desemprego se situe em 8,2%. Já o Banco de Portugal vê esse indicador nos 7,7%.

(Notícia atualizada às 11h40)

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A importância dos Fundos de Pensões

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  • 5 Abril 2021

O problema das pensões é real e não deve ser subestimado. Albino Oliveira, da Direção de Gestão de Ativos da Real Vida Seguros, aborda o contributo que poderá ser dado pelos Fundos de Pensões.

O problema das pensões nem sempre é devidamente reconhecido. Um número crescente de estudos e artigos tem vindo a ser publicado nos últimos anos sobre o facto de uma parte significativa da população não estar a preparar-se adequadamente para a sua reforma, de modo a evitar uma futura deterioração no seu padrão de vida como consequência de uma quebra no rendimento disponível.

Esta inadequada preparação está frequentemente relacionada com baixas taxas de poupança, mas também poderá, muitas vezes, ser o resultado da incapacidade demonstrada para escolher os instrumentos de poupança mais adequados. Nesse sentido, a escolha de uma solução como um Fundo de Pensões poderá revelar-se particularmente atrativa e assertiva quando inserida no esforço para preparar a reforma de uma forma adequada e atempada.

Albino Oliveira – Direção de Gestão de Ativos da Real Vida Seguros

Os Fundos de Pensões representam uma resposta a este problema…

Um Fundo de Pensões acumula capital ao longo do tempo através de investimentos realizados nos mercados financeiros, distinguindo-se, desta forma, de outros instrumentos de poupança. Consequentemente, quanto mais cedo for constituído o Fundo de Pensões, maior será o montante de poupança que poderá será acumulado, o que garantirá maior tranquilidade assim que as condições necessárias para o seu reembolso tiverem sido preenchidas.

… e os seus riscos não devem ser sobrestimados…

Infelizmente, em muitos casos, os Fundos de Pensões acabam por não ser considerados como uma resposta ao problema das pensões, fruto dos riscos que exageradamente lhes são associados. Na verdade, estes riscos acabam por ser na prática inferiores ao que muitas vezes é assumido, se tivermos em conta importantes conceitos financeiros como a diversificação nas decisões de investimento, a Time Diversification ou a definição do perfil de risco do investidor.

"(…) a escolha de uma solução como um Fundo de Pensões poderá revelar-se particularmente atrativa e assertiva quando inserida no esforço para preparar a reforma de uma forma adequada e atempada.”

Albino Oliveira

Direção de Gestão de Ativos da Real Vida Seguros

Uma das principais características e, ao mesmo tempo, um importante conceito financeiro aplicado na gestão de um Fundo de Pensões é a diversificação nas suas decisões de investimento, ao ser alocado capital não só a diferentes instrumentos financeiros, como frequentemente a distintas classes de instrumentos financeiros. Daqui resultará um menor nível de risco, fruto de uma menor volatilidade no valor das unidades de participação do fundo de pensões.

Outro relevante conceito financeiro que nos ajuda a melhor compreender a importância de incluir Fundos de Pensões na resposta ao problema de preparar a reforma de forma adequada, é o conceito usualmente designado por Time Diversification. Com este conceito pretende-se salientar, de uma forma simples, a ideia em como períodos desfavoráveis nos mercados financeiros dão geralmente lugar a períodos favoráveis nos mercados financeiros, particularmente relevante dada a natureza de longo prazo associada a um investimento em Fundos de Pensões.

Na prática, existem vários tipos de Fundos de Pensões, sendo decisivo na sua escolha ter em consideração o perfil de risco do investidor. A tolerância e a capacidade de assumir risco estão normalmente associadas aos contornos psicológicos de um investidor, assim como a um conjunto de fatores pessoais como a idade, o seu património, reservas e necessidades de liquidez, nível de rendimento ou a sua situação familiar.

Entre todos estes fatores é usualmente destacada a idade do investidor ou, colocado de outra forma, o tempo que irá ainda decorrer até à idade da sua reforma. Isso porque, segundo a teoria financeira, um investidor mais jovem ou mais afastado da sua idade de reforma detém mais human capital, ou seja, conta com mais anos futuros de atividade profissional, podendo assim mais facilmente compensar eventuais variações desfavoráveis no seu património.

"(…) quanto mais cedo for constituído o fundo de pensões, maior será o montante de poupança que poderá será acumulado, o que garantirá maior tranquilidade assim que as condições necessárias para o seu reembolso tiverem sido preenchidas.”

Albino Oliveira

Direção de Gestão de Ativos da Real Vida Seguros

O reconhecimento do perfil de risco é decisivo de modo que um investidor em Fundos de Pensões não esteja exageradamente preocupado com as flutuações diárias que os mercados financeiros irão inevitavelmente apresentar desde que é realizada a primeira contribuição para o fundo de pensões até ao momento do seu reembolso.

Desta forma, a Real Vida Seguros disponibiliza várias soluções entre os Fundos de Pensões oferecidos, procurando ir de encontro às preocupações, motivações e perfis de investimento existentes, com o objetivo de contribuir para as importantes decisões relacionadas com a poupança e a adequada preparação da reforma. Particularmente orientada para investidores com perfil de reduzida tolerância ao risco (isto é, investidores bastante sensíveis ao risco de mercado), a oferta da Real Vida Seguros inclui, de igual forma, soluções onde é garantida a preservação do capital investido, ou seja, soluções nas quais o investidor, assim que as condições necessárias para o reembolso do fundo de pensões tiverem sido preenchidas, não poderá receber um valor ilíquido inferior ao montante das contribuições que tiverem sido efetivamente investidas.

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Petróleo cai quase 2% com maior oferta da OPEP+

O preço do barril de Brent negoceia abaixo dos 64 dólares, depois de os produtores de petróleo decidirem reduzir os cortes à produção.

O petróleo está a recuar esta segunda-feira, numa altura em que o aumento da oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) e o aumento da produção iraniana contrabalança com sinais de uma forte recuperação económica nos Estados Unidos e esperanças de uma recuperação mais ampla da procura em 2021.

Em Londres, contrato de Brent para entrega em junho cai 2,20% para 63,43 dólares o barril. Do outro lado do Atlântico, o contrato de Crude WTI para entrega em maio recua 2,13% para 60,14 dólares.

No início deste mês, a OPEP reviu em baixa de 5% a subida do consumo mundial, perante o impacto estimado das novas restrições na Europa para tentar conter a terceira vaga da pandemia.

A organização, e os aliados, decidiram também avançar com aumentos de produção mensais de maio a julho, reduzindo gradualmente os cortes na produção de petróleo a partir de maio. O grupo, que implementou cortes profundos desde o colapso do preço do petróleo devido à pandemia em 2020, concordou em reduzir as restrições à produção.

“A decisão da OPEP+, talvez impulsionada pelo aumento da produção iraniana com destino à China, provavelmente significa que vimos o melhor do rally do petróleo nos próximos meses”, disse Jeffrey Halley, da Oanda, citado pela Reuters.

Os investidores estavam também atentos às conversações indiretas entre o Irão e os Estados Unidos, como parte das negociações para reviver o acordo nuclear de 2015. No entanto, o Irão recusou conversações com os EUA, reiterando que iria negociar com a comissão conjunta de países abrangidos no acordo.

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Grupo de Florentino Pérez quer aumentar capital até 574 milhões de euros

Grupo ACS convocou assembleia geral de acionistas para aprovar um aumento de capital até 574 milhões de euros. Este aumento será realizado através da emissão de novas ações.

O grupo ACS, referência mundial na indústria da construção e desenvolvimento de infraestruturas, convocou a assembleia geral de acionistas para 7 de maio para aprovar um aumento de capital até 574 milhões de euros, bem como as nomeações de Carmen Fernández Rozado e José Eladio Seco Domínguez como diretores independentes, avançou o Cinco Días.

O grupo presidido por Florentino Pérez informou esta segunda-feira a Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários espanhola (CNMV) que o aumento de capital será realizado através da emissão e circulação de novas ações, com um valor nominal de 0,5 euros cada.

O aumento de capital será totalmente suportado pelas reservas, sem prémio de emissão, e as novas ações serão atribuídas gratuitamente aos acionistas. A empresa explicou que o aumento de capital pode ser executado pelo conselho de administração em uma ou duas datas diferentes.

As datas para executar este aumento de capital estão previstas, no caso da primeira execução, no prazo de três meses a contar da data da reunião e, no caso de uma segunda execução, o mais tardar no final do primeiro trimestre de 2022, coincidindo assim com as datas em que a ACS tem tradicionalmente distribuído o dividendo final e o dividendo provisório.

O montante máximo previsto no primeiro aumento de capital será de um máximo de 426 milhões de euros, enquanto no segundo, caso seja realizado, não poderá exceder 148 milhões de euros. A soma de ambas as operações não pode exceder 574 milhões de euros.

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OutSystems já recruta com “contrato remoto” e não quer desperdiçar talento

Tecnológica está a recrutar colaboradores com contrato de trabalho remoto: novidade está alinhada com política de recursos humanos e beneficia a atração de talento, independentemente da localização.

Pessoas Awards 2020
Eduardo Andrade, People Success Manager da OutsystemsHugo Amaral/ECO

A OutSystems começou a contratar colaboradores para Portugal através de contratos remotos. A alternativa, que já conta com nove contratos com trabalhadores a nível nacional, segue um caminho que tem vindo a ser feito pela tecnológica para que a localização geográfica não determine o acesso e a contratação de talento, que foi acelerado durante a pandemia.

“Já tinha surgido, no passado, uma necessidade clara de não nos cingirmos aos sítios onde tínhamos escritórios porque sentíamos, mesmo antes da pandemia, que centros onde temos escritório — Braga, Lisboa e Proença-a-Nova — estavam completamente exaustos em termos de talento. Já não havia muito por onde explorar”, começa por contar Eduardo Andrade, People Success Manager da OutSystems.

Na tecnológica, que conta com 80% da força de trabalho da área da engenharia, a pandemia acelerou, entre outras coisas, as necessidades de contratar talento. A trabalhar remotamente desde a primeira vaga de coronavírus em Portugal, o unicórnio está a repensar as dinâmicas de trabalho e ponderar o regresso ao escritório em moldes diferentes do período pré-pandemia.

“Chegámos a um momento em que, em meados do ano passado, começámos a perceber que havia uma série de talento, no Algarve, no Porto, que começava a aparecer em pipeline. E sentimos que havia uma decisão a tomar, sobretudo no sentido de saber que estas pessoas não queriam nem iriam ficar anexadas a um escritório (…) Os contratos remote são só a efetivação de um conjunto de ideias e de abordagens a talento que já vinham a ser trabalhadas”, justifica Eduardo.

Em termos práticos, a grande diferença entre os contratos que implicam uma alocação a um escritório e os remotos é que os primeiros, mesmo trabalhando em equipas que permitem funcionar de modo remoto, cabe ao trabalhador assegurar os custos inerentes às deslocações à empresa sempre que necessário. “Quando tens o contrato remote, muda um bocadinho: existe, à partida, a flexibilidade para trabalhares de onde quiseres, genuinamente. Não tens de ir ao escritório e, se tiveres de ir, ou a outro sítio, para um team building, um brainstorming, etc., os custos são suportados pela empresa”, detalha Eduardo, em conversa com a Pessoas.

Decidimos começar a contratar pessoas remote mas, para já, não alterar os contratos existentes todos para remote, pelo menos até a pandemia estabilizar.

Eduardo Andrade

People Success Manager da OutSystems

Ao mesmo tempo que as pessoas na OutSystems percebiam que “não precisavam de ir ao escritório”, outras houve a entrar na equipa que também tinham a mesma vontade. “Decidimos começar a contratar pessoas remote mas, para já, não alterar os contratos existentes, pelo menos até a pandemia estabilizar. Porquê? Porque a alteração legal total obriga ao tratamento de um volume grande de contratos, seguros de saúde, e até em termos de benefícios são precisas alterações. Decidimos contratar, sempre que existirem casos, para não perder talento por causa do sítio onde as pessoas estão, mas vamos manter para já as pessoas que estão na OutSystems com um contrato vinculado a um local de trabalho, até que seja tomada uma decisão da empresa sobre a abordagem a seguir”, diz o People Sucess Manager da OutSystems.

Gestão e flexibilidade

Uma das expressões que, segundo Eduardo, descreve os últimos meses, foi dita pelo próprio Paulo Rosado, CEO da OutSystems. “What works for you, works for OutSystems”, cita o responsável, afirmando que a frase detalha a flexibilidade global que foi sendo trabalhada, ao longo dos meses, até se tornar um hábito. “Começámos a perceber que a coisa funciona de modo remoto, as equipas até aumentaram algumas coisas muito importantes como o sentido de pertença, o próprio compromisso com a empresa e a identificação com a cultura. A frase do Paulo ficou porque a flexibilidade era global, as pessoas tinham completa flexibilidade — sobretudo com a gestão doméstica coordenada com o trabalho a partir de casa — para fazerem o que quisessem”, detalha.

Durante o segundo confinamento, a OutSystems ofereceu a todos os trabalhadores com filhos até aos 12 anos, a possibilidade de tirarem oito horas por semana para lhes prestarem um acompanhamento mais próximo.

“Não fizemos nada para ir atrás de pessoas que estavam remotas, mas também não fizemos nada para descartar pessoas com talento que tivesse esta propensão para trabalhar a partir de outro sítio. Neste momento temos já algumas pessoas com contratos remote e tudo indica, ou é expectável, que este contexto se continue a adensar”, assinala.

Por ser uma tendência, a OutSystems tem olhado, com outros olhos, para as equipas “completamente distribuídas pelo mundo”. A empresa conta com equipas remotas em Espanha, Reino Unido, Índia e Estados Unidos, entre outras localizações, por isso “não fazia sentido deixar para trás” as questões ligadas à cultura de trabalho remoto. Para materializar essa realidade, a OutSystems preparou o “Guia para o novo normal”, com recomendações e partilha de uma visão de futuro. “Está a ser pensado um conceito de ‘polos’, espalhados pelos países onde estamos, e esses escritórios não terão mesas de trabalho, ou seja, vão ser todos transformados em salas de reunião e de brainstorming onde as equipas vão pontualmente para iniciarem algum projeto, tratar de planeamento, etc.. Depois voltam para suas casas para fazer o trabalho do dia-a-dia, mais operacional”, detalha Eduardo. Ainda assim, a equipa de gestão de pessoas enviou para as equipas uma diretriz que recomenda às equipas encontrarem-se com alguma cadência para “manterem o tal sense of belonging“. No entanto, assegura Eduardo, “a verdade é que quanto mais se estende a pandemia no tempo mais nós aprendemos a fazer nutrir esse sentimento de pertença remotamente”.

Diferentes localizações, o mesmo salário

Outra das novidades implementadas pela empresa durante os últimos meses foi a equalização das bandas salariais: os valores de salários são públicos na área tecnológica mas, até há um ano e meio, os trabalhadores da OutSystems em Portugal eram pagos de forma diferente, consoante a localização. “Tínhamos uma banda para Lisboa, uma para Braga e uma para Proença-a-Nova. A de Braga era 10% abaixo da de Lisboa, a de Proença-a-Nova era 25% abaixo da de Lisboa. Já em contexto pandémico, tomámos a decisão de haver uma única banda salarial para Portugal. Isto significa um passo em frente em direção a este contexto remoto”, sublinha.

Com a medida, explica Eduardo, a OutSystems “assume que há uma tábua rasa do ponto de vista de custo de vida”, ao mesmo tempo que dá às pessoas “a liberdade de escolherem, de acordo com o que querem gastar, o sítio a partir de onde querem trabalhar”. “Podem escolher um sítio mais barato para viver fora de uma metrópole, ou viver numa cidade, mas o referencial de salário é o mesmo”.

 

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