Santander recusa ter “processo de rescisões por mútuo acordo” em curso

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2021

O banco Santander negou ter “qualquer processo de rescisões por mútuo acordo”, depois de os sindicatos terem apelado ao banco que suspenda rescisões, tendo em conta o agravamento da pandemia.

O banco Santander recusou esta terça-feira ter “qualquer processo de rescisões por mútuo acordo”, depois de os sindicatos terem apelado ao banco que suspenda rescisões, tendo em conta o agravamento da pandemia de Covid-19.

Numa declaração por escrito, o Santander disse que “partilha as considerações dos referidos sindicatos quanto à coragem e espírito de sacrifício que os trabalhadores bancários têm demonstrado desde o inicio da pandemia”, garantindo que “não tem neste momento, como já referido em diversas ocasiões, em curso qualquer ‘processo de rescisões por mútuo acordo’”.

O Santander esclarece que tem, por outro lado, “proposto a diversos colaboradores nos últimos meses, como o vem fazendo há diversos anos, a possibilidade de uma pré-reforma ou da revogação do seu contrato de trabalho”. Segundo o banco, “estes contactos foram e são feitos sem qualquer pressão e dando todo o espaço aos colaboradores para responderem como melhor entenderem e quando melhor entenderem”, lê-se na mesma declaração.

“O Santander assegura que, não obstante a necessidade – que todos conhecemos – de o setor bancário europeu se ajustar à realidade atual da atividade bancária, esta instituição não deixará em momento algum de ter como primeira consideração a preocupação e a solidariedade com os seus colaboradores”, disse a instituição.

Os sindicatos que representam os bancários pediram a suspensão do processo de reestruturação do Santander, tendo em conta o agravamento da pandemia, segundo dois comunicados divulgados esta terça-feira. “O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), o Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN) e o Sindicato Independente da Banca (SIB) entendem que o processo de reestruturação em curso no banco Santander deve ser suspenso até à estabilização da situação do país, tendo como base a responsabilidade laboral, social ética e humanista”, lê-se numa das notas.

O Santander decidiu “implementar um plano de reestruturação, que, segundo foi comunicado, visa a otimização da sua estrutura, para os anos de 2020 e 2021, com especial incidência neste último ano”, indicaram os sindicatos.

No entanto, “após o início desse processo de reestruturação, ocorreu uma relevante alteração superveniente das circunstâncias, designadamente a implementação pelo Decreto n.º 3-A/2021, de 14 de janeiro, do dever geral de recolhimento obrigatório, que, na prática, resulta num confinamento do país, cujos efeitos são atualmente desconhecidos e imprevisíveis”, referiram.

Tendo em conta o “atual estado de emergência sanitária e as “medidas legais implementadas e a implementar, decorrem efeitos e riscos tão imprevisíveis, quanto gravosos, para os trabalhadores que nesta altura cessem os respetivos contratos de trabalho através de rescisões ou reformas antecipadas”.

Também esta terça-feira, o Mais Sindicato e o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) pediram ao Santander que suspenda “o processo em curso de rescisões por mútuo acordo”, tendo em conta o agravamento da pandemia.

Em comunicado, as duas estruturas sindicais apelam a este adiamento “até os bancários terem condições para em segurança receberem aconselhamento e informação e, reunidos com as famílias, tomarem uma decisão esclarecida e refletida”.

“Perante o período pandémico que o país atravessa, com o aumento exponencial do número de infetados, de doentes, de internados nas unidades hospitalares e de iminente rutura do SNS, urge travar esta escalada e devolver segurança e condições de trabalho a todos”, dizem os sindicatos, afirmando que “é conhecido, e por todos comprovado, o espírito de resistência e de combate dos bancários portugueses, que nas fases de maior dificuldade e perigo de contágio mantiveram e mantêm os balcões abertos e a atividade bancária em pleno funcionamento”.

Os cinco sindicatos em questão já fizeram chegar as suas preocupações ao Santander, indicaram.

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Centros de estudo vão continuar abertos para crianças até aos 12 anos

Depois dos ATL, o Governo decidiu também permitir a reabertura dos centros de estudo para crianças até aos 12 anos. Medida foi publicada esta terça-feira em Diário da República.

Já foi publicada em Diário da República o decreto-lei que regula as novas medidas do confinamento, que entram em vigor a partir das 00h00 desta quarta-feira. Depois dos ATL, o Governo permitiu também a abertura dos centros de estudo para crianças até aos 12 anos. Além disso, o Executivo clarificou que os limites de funcionamento do comércio, não se aplicam a alguns setores, como hospitais, farmácias ou funerárias.

Estabelecimentos educativos, de ensino e de formação profissional, creches, centros de atividades ocupacionais, espaços onde funcionem respostas no âmbito da escola a tempo inteiro, onde se incluem atividades de animação e de apoio à família, componente de apoio à família, e atividades de enriquecimento curricular, bem como centros de atividades de tempos livres, centros de estudo e similares, nestes últimos casos, apenas para crianças menores de 12 anos” vão poder ficar abertos, apesar do confinamento, lê-se no decreto-lei n.º 3-B/2021 publicado esta terça-feira em Diário da República.

Após o Conselho de Ministros extraordinário desta segunda-feira, o primeiro-ministro anunciou que o Governo decidiu permitir a abertura dos ATL para as crianças até aos 12 anos, contudo, os centros de estudo eram até agora uma incógnita. Inicialmente, no decreto de lei provisório aquando do anúncio das medidas, na passada quinta-feira, constava que os ATL se manteriam abertos. Contudo, no decreto-lei final lia-se que, afinal, estes estabelecimentos teriam de fechar portas. Esta decisão gerou uma onda de críticas, sobretudo por parte dos encarregados de educação, que se queixavam de não terem com quem deixar os filhos, sobretudo os mais pequenos.

Além da reabertura dos ATL, António Costa anunciou na segunda-feira uma dezena de medidas que agravam as restrições ao confinamento. A maioria das novas regras são dirigidas ao comércio, sendo que entre as quais o Executivo limitava o horário de funcionamento do comércio. Nesse sentido, todos os estabelecimentos são obrigados a encerrar às 20h00 durante a semana e às 13h00, com exceção do retalho alimentar, que aos fins de semana, se poderá prolongar até às 17h00.

Entretanto, o decreto-lei publicado em Diário da República vem ainda clarificar que a limitação de horários não se aplica aos hospitais, farmácias ou funerárias, por exemplo. Assim, de fora desta limitação de horário ficam os seguintes estabelecimentos:

  • Estabelecimentos onde se prestem serviços médicos ou outros serviços de saúde e apoio social, salvo para atendimentos urgentes, “designadamente hospitais, consultórios e clínicas, clínicas dentárias e centros de atendimento médico-veterinário com urgência, bem como aos serviços de suporte integrados nestes locais”;
  • Farmácias;
  • Os estabelecimentos educativos, de ensino e de formação profissional;
  • Os estabelecimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local, bem como os estabelecimentos que garantam alojamento estudantil;
  • Os estabelecimentos que prestem atividades funerárias e conexas;
  • Excluem-se ainda as “atividades de prestação de serviços, designadamente áreas de serviço e postos de abastecimento de combustíveis, que integrem autoestradas”;
  • Também os postos de abastecimento de combustíveis não abrangidos por esta limitação, assim como os postos de carregamento de veículos elétricos, “exclusivamente na parte respeitante à venda ao público de combustíveis e abastecimento ou carregamento de veículos no âmbito das deslocações admitidas nos termos do presente decreto”;
  • Os estabelecimentos de prestação de serviços de aluguer de veículos de mercadorias sem condutor (rent-a-cargo) e de aluguer de veículos de passageiros sem condutor (rent-a-car);
  • Os estabelecimentos situados no interior de aeroportos situados em território continental, após o controlo de segurança dos passageiros

 

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Processo de recuperação da Orey Antunes transitou em julgado

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2021

A sentença que homologou o processo especial de revitalização da sociedade comercial Orey Antunes transitou em julgado, tornando-se assim definitiva, revela um comunicado enviado à CMVM.

A sentença que homologou o processo especial de revitalização da sociedade comercial Orey Antunes transitou em julgado, tornando-se assim definitiva, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A “Sociedade Comercial Orey Antunes, S.A. (SCOA) informa que transitou em julgado a sentença que homologou o plano de recuperação, aprovado no âmbito do Processo Especial de Revitalização da SCOA”, lê-se na mesma nota.

“Por efeito do trânsito em julgado, a sentença que homologou o plano de recuperação da SCOA tornou-se definitiva”, disse o grupo, consignando que “o plano de recuperação vincula a empresa e os credores, mesmo que não hajam reclamado os seus créditos ou participado nas negociações, relativamente aos créditos constituídos à data em que foi proferida a decisão prevista no n.º 4 do artigo 17.º- C – cf. artigo 17.º- F, n.º10 do CIRE [Código de Insolvência e Recuperação de Empresas]”.

O plano de recuperação da Orey Antunes foi homologado pelo tribunal, depois da sua votação favorável pela maioria dos créditos, a 27 de julho do ano passado, adiantou o grupo em comunicado, nessa altura.

Na mesma nota, a sociedade indicou que, “no seguimento do comunicado do dia 26 de junho do corrente ano relativo ao Processo Especial de Revitalização, onde se informou da votação favorável do plano pela maioria do total dos créditos – 51,94% -, o plano de recuperação foi homologado pelo tribunal competente”. A Orey Antunes agradeceu ainda “aos credores, colaboradores e a todos os que participaram para que este processo de revitalização” se concretize, adiantou o comunicado.

Num comunicado enviado à CMVM no dia 26 de junho, a empresa referiu que o administrador judicial provisório apresentou ao Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa um requerimento para junção aos autos do “auto de abertura de votos e respetivos anexos, a lista de credores com evidência do sentido de voto e votos rececionados e quadro resumo de votação final”.

De acordo com o referido requerimento, votaram 73,78% dos créditos totais, tendo-se registado a abstenção de 26,22%. Dos que votaram o plano de revitalização, favoravelmente foram 51,94% do total de créditos e contra 21,84% do total de créditos, resultado que dá ‘luz verde’ ao plano de pagamentos da Orey Antunes.

“Nos termos do n.º 3, do art.º 17.º-F, do CIRE, o Administrador Judicial Provisório, Dr. Jorge Calvete, emitiu o seu entendimento ao plano de pagamentos da SCOA no sentido de que o mesmo se encontra aprovado”, lê-se no comunicado.

No dia 27 de maio, o grupo indicou que tinha depositado a versão final do plano de recuperação, tendo este instrumento “por base uma proposta aos credores detentores de créditos não subordinados e créditos subordinados”.

Segundo a Orey Antunes, “o plano de recuperação proposto considera que a sociedade é suscetível de recuperação, sendo esta, na perspetiva da sociedade, a solução que melhor tutela os interesses dos credores”.

Em novembro de 2019, a Orey Antunes requereu um PER e apontou a existência de créditos de 63,4 milhões de euros sobre a empresa, propondo um perdão de 90% a 95%, dependendo de negociação, e perdão de juros de 100%, relativamente aos perto de 37,451 milhões de euros de créditos comuns.

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José Sócrates é assistente no processo da EDP por causa da Odebrecht

O ex-primeiro ministro fez um pedido à Justiça portuguesa para se constituir assistente no processo das chamadas rendas excessivas da EDP.

José Sócrates — arguido no processo da Operação Marquês por 21 crimes, entre eles corrupção ativa — pediu para ser constituído assistente no processo da chamadas rendas excessivas da EDP, apurou o ECO junto de fonte do processo. Processo este que envolve Manuel Pinho (seu ex-ministro da Economia), António Mexia (ex-CEO da EDP) e João Manso Neto (ex-presidente executivo da EDP Renováveis) e João Conceição, administrador da REN.

Dias depois de ter sido revelado um despacho de Carlos Alexandre que indicava que Manuel Pinho, António Mexia e João Manso Neto terão sido corrompidos pela Odebrecht na obra da barragem do Baixo Sabor, o ex-primeiro ministro fez o pedido à Justiça portuguesa para se constituir assistente.

O ECO sabe que esse pedido foi feito com base na alínea e) do artigo 68º do Código de Processo Penal (CPP) em que qualquer cidadão pode pedir para ser assistente num processo em casos de “crimes contra a paz e a humanidade, bem como nos crimes de tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, denegação de justiça, prevaricação, corrupção, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e de fraude na obtenção ou desvio de subsídio ou subvenção”. O que se verifica neste caso que investiga alegados crimes de corrupção e participação económica em negócio. O mesmo artigo do CPP que muitos jornalistas usam para poder aceder a processos judiciais mediáticos, como a própria Operação Marquês.

O processo EDP investiga factos ocorridos entre 2004 e 2014, e incide sobretudo no processo de entrada em vigor dos contratos conhecidos como CMEC (custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual), em 2007, e na extensão da concessão de dezenas de barragens da EDP, em 2008.

Os arguidos estão indiciados pelo crime de participação económica em negócio, suspeitando o Ministério Público que lesaram a elétrica, com pagamentos de 13 milhões de euros à construtora Odebrecht que não estavam previstos no contrato de construção da barragem do Baixo Sabor.

Ora, é precisamente este o ponto em comum entre o processo EDP e o processo do Marquês: a construtora brasileira Odebrecht. No processo Marquês, o Ministério Público investigou os contratos ganhos em Portugal pela construtora e Andrade Gutierrez, durante a governação de José Sócrates. Contratos esses que valeram cerca 900 milhões de euros. E relativos às barragens do Sabor e Alqueva, autoestradas na Grande Lisboa, Baixo Tejo e Douro Litoral e a modernização de escolas, ao abrigo da Parque Escolar, uma das grandes bandeiras da governação de José Sócrates.

E o que é ser assistente num processo judicial?

Ser assistente num processo implica que um cidadão — neste caso arguido no processo — possa intervir diretamente no andamento do processo. E que, ao fazê‑lo, assume uma posição de colaboração com o Ministério Público, entidade a quem compete investigar, deduzir acusação e sustentá‑la efetivamente.

Em particular, o assistente tem os direitos de intervir no inquérito e na instrução, oferecendo provas e requerendo as diligências que considere necessárias (mas não realizar, ele próprio, atos de investigação), interpor recurso das decisões que o afetem, mesmo que o Ministério Público o não tenha feito, dispondo para tanto de acesso aos elementos processuais imprescindíveis.

O assistente tem ainda outros direitos, com destaque para os relativos à fase de julgamento. Pode, nomeadamente, participar na audiência, fazer alegações no final desta através do seu advogado, pronunciar‑se sobre os meios de prova, arrolar testemunhas e questionar diretamente essas testemunhas e as arroladas pelo arguido.

A constituição de alguém como assistente implica o pagamento de taxa de justiça e obriga a ter advogado. Em princípio, só o ofendido pelo crime pode constituir‑se assistente.

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Grupo Zurich vai abandonar projeto Nord Stream 2

  • ECO Seguros
  • 19 Janeiro 2021

A seguradora suíça reagiu à notícia vincando que se orienta por regras de compliance abrangentes e que está pronta para cumprir a aplicação de qualquer regime de sanções.

O Zurich Insurance Group vai abandonar o projeto Nord Stream 2, da Rússia, face à iminência de sanções dos EUA contra as empresas europeias que apoiam a construção do gasoduto de 11 mil milhões de dólares, noticiou a Reuters.

O Departamento de Estado norte-americano avisou as empresas que ajudam na construção do gasoduto para estarem prontas para enfrentar o risco de sanções, uma vez que a administração Trump, presidente cessante, prepara uma ronda final de medidas punitivas contra o projeto.

O grupo Zurich, que tem parcela importante de negócios nos EUA, é uma das cerca de 20 seguradoras que apoiam o projeto, disse fonte da agência internacional de informação. A companhia suíça recusou-se a comentar sobre clientes específicos, mas explicou: “A Zurich guia-se por normas de compliance abrangentes e cumprirá integralmente as condições de um quadro de sanções aplicáveis“.

O consórcio do projeto Nord Stream 2 anunciou na última semana que os trabalhos preparatórios para completar o gasoduto submarino (que ligará à Alemanha) em águas dinamarquesas irão prosseguir, após notificações recentes da Autoridade Marítima Dinamarquesa.

A construção do Nord Stream 2 foi interrompida em dezembro de 2019, na sequência de uma ameaça de sanções por parte dos Estados Unidos, que pretendem reduzir a dependência da Europa face aos recursos energéticos russos e vender o seu próprio gás natural liquefeito à região.

No aviso lançado há cerca de uma semana, Washington disse que se as empresas não suspenderem a sua colaboração com o projeto, seja através de seguros ou na verificação do equipamento de construção, poderão enfrentar sanções norte-americanas. Durante o seu mandato, o presidente cessante criticou a Alemanha, repetidamente, por ser parte no projeto e por importar energia com origem na Rússia.

Joe Biden, o presidente eleito que irá tomar posse a 20 de janeiro, também foi contra o projeto do gasoduto quando era vice-presidente de Barack Obama.

O Nord Stream 2, liderado pela estatal russa Gazprom, foi desenhado para duplicar a capacidade do gasoduto submarino já existente (Nord Stream), da Rússia para a Alemanha, para 110 mil milhões de metros cúbicos por ano, o que representa mais de metade das exportações totais de gás através de pipelines da Rússia para a Europa.

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Bruxelas quer prolongar até fim do ano ajudas estatais temporárias

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2021

A Comissão Europa defende um aumento dos limites máximos da ajuda concedida ao abrigo do quadro temporário, aprovado no âmbito da pandemia.

A Comissão Europeia propôs esta terça-feira aos Estados-membros prolongar até 31 de dezembro o quadro temporário relativo a auxílios estatais e reajustar o seu âmbito de aplicação, face ao contínuo impacto da pandemia da Covid-19.

“Com a segunda vaga do surto de coronavírus a continuar a afetar profundamente as nossas vidas, as empresas por toda a Europa precisam de mais apoio para resistir à crise. É por isso que propomos o prolongamento do quadro temporário de auxílios estatais até 31 de dezembro de 2021 e o aumento dos montantes de ajuda disponíveis para as empresas”, justificou a vice-presidente executiva Margrethe Vestager, responsável pela Concorrência.

Para já, o executivo comunitário enviou às 27 capitais um esboço de proposta, para consulta, e, de acordo com Vestager, o “caminho a seguir” será decidido “tendo em conta os pontos de vista de todos os Estados-Membros e a necessidade de preservar uma concorrência efetiva no mercado único”.

No entanto, este primeiro esboço de proposta já tem em conta as “reações iniciais dos Estados-membros a um inquérito lançado pela Comissão, em dezembro de 2020, a solicitar a sua opinião sobre a implementação quadro temporário relativo a ajudas estatais”.

O projeto de proposta enviado esta terça-feira por Bruxelas aos 27 Estados-membros prevê então o prolongamento das disposições existentes do quadro temporário até 31 de dezembro de 2021, com o objetivo de “permitir aos Estados-Membros continuarem a apoiar as empresas no contexto da crise contínua, protegendo ao mesmo tempo a igualdade de condições”.

Por outro lado, e tendo em conta a prolongada duração da crise, a Comissão advoga um aumento dos limites máximos para montantes limitados de ajuda concedida ao abrigo do quadro temporário. Atualmente, os limites são de até 120 mil euros por empresa ativa no setor da pesca e da aquicultura, 100 mil euros por empresa ativa na produção primária de produtos agrícolas, e de 800 mil euros por empresa ativa em todos os outros setores.

No mesmo sentido, Bruxelas propõe também o aumento dos limites máximos de financiamento de medidas que contribuam para os custos fixos das empresas que não são cobertas pelas suas receitas (atualmente até 3 milhões de euros por empresa).

Por fim, o projeto de proposta da Comissão contempla a possibilidade de permitir aos Estados-membros converter também, numa fase posterior, os instrumentos reembolsáveis concedidos, incluindo empréstimos em subvenções diretas, explicando Bruxelas que o objetivo desta medida passa por “fornecer incentivos aos Estados-Membros para optarem, em primeiro lugar, por instrumentos reembolsáveis como forma de ajuda”.

Os Estados-membros têm agora a possibilidade de comentar o projeto de proposta da Comissão.

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AG para discussão do referendo do sistema de previdência volta a ser adiada para março

A Assembleia Geral foi novamente adiada para dia 26 de março devido à pandemia. Em causa está a discussão sobre o referendo da escolha do regime de previdência: CPAS ou SS.

Após o adiamento da Assembleia Geral marcada para o dia 30 de novembro de 2020 para 28 de janeiro, o bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão, voltou a adiar a mesma para 26 de março devido à evolução da pandemia. Na Assembleia irá ser discutido a convocação de um referendo relativo à escolha do sistema de previdência – Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) ou Segurança Social.

“A evolução muito negativa que a pandemia está a registar torna manifestamente impossível a realização da Assembleia na data então agendada. Temos tido sistematicamente um número de infeções diário acima dos 10.000, sendo que hoje atingimos o número diário de 218 mortes, o mais elevado de sempre. Seria, por isso, uma grande irresponsabilidade reunir centenas ou mesmo milhares de advogados numa única sala, por maior dimensão que a mesma tivesse, nesta fase tão crítica”, refere o bastonário em comunicado.

Luís Menezes Leitão relembra ainda que, segundo a lei, todos os auditórios, pavilhões de congressos, salas polivalentes, salas de conferências e pavilhões multiusos estão encerrados, salvo se em contexto de eventos da campanha eleitoral no âmbito da eleição do Presidente da República.

“O elevado número de advogados inscritos não permite a realização de uma assembleia geral da Ordem dos Advogados por videoconferência, dado que não há possibilidade de controlar o apuramento do voto de milhares de participantes que se inscrevessem por essa via”, acrescenta o líder da OA. Para o bastonário seria muito arriscado avançar com um AG por videoconferência, “não permitindo assim apurar qual a vontade dos advogados”.

Desta forma, Luís Menezes Leitão afirma que não há neste momento quaisquer condições para realizar a Assembleia Geral. “Apesar de a Ordem dos Advogados ter a possibilidade de a realizar, não vai naturalmente a mesma contribuir para o agravamento de uma situação epidémica, que neste momento já atinge no nosso país o estado de catástrofe”, refere.

Ainda que adiada, a OA refere que mantêm-se válidas as procurações já recebidas para esta Assembleia, podendo as mesmas ser usadas para a nova data, “salvo se entretanto forem revogadas pelos respetivos mandantes.

No próximo dia 26 de março de 2021 será então discutida o referendo sobre a escolha do regime de previdência dos advogados. Outros dos pontos de ordem da Assembleia Geral são a apresentação, discussão e deliberação sobre o Orçamento do Conselho Geral para o ano de 2021 e a apresentação, discussão e deliberação sobre o Orçamento Consolidado da Ordem dos Advogados para o ano de 2021.

Em junho, mais de três mil advogados solicitaram ao bastonário a convocação de uma AG, para aprovar a realização de um referendo onde seria votada a possibilidade de os advogados poderem escolher o seu regime de previdência social.

A discussão sobre o regime de previdência social dos advogados tem sido recorrente ao longo dos anos, mas face ao período de estado de emergência que o país enfrentou, intensificou-se. Durante este período os tribunais estiveram encerrados impedindo que os advogados tivessem direito a qualquer apoio social por parte da CPAS.

Uma vez que os advogados não descontam para a Segurança Social, mas antes para a CPAS, estes profissionais não têm direito aos apoios do Estado. Face à pandemia Covid-19, a OA por várias vezes alertou a direção da CPAS para a adoção de algumas medidas, de forma a garantir o apoio aos beneficiários. Ainda assim, a Caixa de Previdência recusou-se a isentar os associados.

A Juventude Socialista (JS) através do Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS) apresentou na semana passada um projeto de lei para a eventual integração da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) no regime geral da Segurança Social.

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“Não há uma comparação Stilwell vs Mexia. É sobre fazer crescer a EDP”, diz novo CEO

Com grande parte do atual plano estratégico cumprido, o novo CEO da EDP anunciou que vai, ainda no primeiro trimestre de 2021, divulgar novos objetivos para o período até 2025.

A primeira palavra de Miguel Stilwell d’Andrade foi de agradecimento ao antecessor António Mexia, com quem rejeita comparar-se. “Não é uma comparação de Stilwell vs Mexia, é como se consegue fazer crescer e criar valor para o acionista”, diz o novo presidente do Conselho de Administração, que foi eleito esta terça-feira, pondo fim a 14 anos de era Mexia.

Quero agradecer a António Mexia e a João Manso Neto a liderança e trabalho incansável que indiscutivelmente marcou os últimos 15 anos da EDP. Foi com a gestão de Mexia e Manso Neto, nos últimos 15 anos, que o grupo EDP fez a sua grande aposta nas energias renováveis. Soubemos antecipar essa tendência. Isso permite-nos ser hoje uma das maiores empresas do mundo nas energias renováveis”.

Foi assim que o novo CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade se referiu ao antecessor (que substituiu de forma interina nos últimos sete meses) na conferência de imprensa que se seguiu à eleição do conselho de administração para o mandato 2021-2023. Do processo judicial das rendas excessivas, que levou ao afastamento de Mexia e Manso e no qual a EDP também é arguida, disse apenas estar convicto que a empresa atuou dentro da legalidade. E rejeitou quaisquer danos, até reputacionais, relacionados com o caso.

"Foi com a gestão de Mexia e Manso Neto, nos últimos 15 anos, que o grupo EDP fez a sua grande aposta nas energias renováveis. Soubemos antecipar essa tendência.”

Miguel Stilwell d'Andrade

CEO da EDP

Apesar de referir a “continuidade” da nova equipa, quis tirar o foco do presidente e colocá-lo na equipa. “São esforços coletivos de equipas. A estratégia tem sido boa e faremos a nossa parte para manter a empresa a crescer“, sublinhou.

Novo plano estratégico apresentado no primeiro trimestre

Sobre a liderança interina, Stilwell admite que “foram meses difíceis e desafiantes”, mas lembrou que a EDP tinha várias operações em curso, que ficaram fechadas no final do ano. “Soubemos manter a estabilidade da empresa e apesar das adversidades nunca desistimos e nunca deixámos de tomar as decisões que tínhamos de tomar”. Essas operações concretizaram-se mais rápido do que a empresa esperava, levando agora a uma revisão estratégica.

Com grande parte do plano estratégico apresentado em 2019 pela EDP já cumprido, o novo CEO da empresa anunciou que vai, ainda no primeiro trimestre de 2021, divulgar ao mercado um novo plano estratégico para o horizonte até meados da década. Os novos objetivos da elétrica terão agora como meta o ano de 2025.

"Estamos agora a fazer uma reflexão estratégica que já se iniciou há algum tempo, mas que vamos continuar agora ao longo das próximas semanas com vista a podermos anunciar ao mercado durante o primeiro trimestre, um plano estratégico que irá materializar a nossa ambição até 2025.”

Miguel Stilwell d'Andrade

CEO da EDP

Stilwell destacou a meta de 7 GW de renováveis, atingida muito antes de 2022, a compra da Viesgo em Espanha (para a qual aumentou o capital em mil milhões de euros), com portefólio de redes e também energia limpas, a venda de ativos em Espanha e nos EUA, mais as seis barragens do Douro a um consórcio liderado pela Engie.

“Com isto fechámos o plano estratégico que tínhamos até 2022”, adiantou. “Estamos agora a fazer uma reflexão estratégica que já se iniciou há algum tempo, mas que vamos continuar agora ao longo das próximas semanas com vista a podermos anunciar ao mercado durante o primeiro trimestre, um plano estratégico que irá materializar a nossa ambição até 2025”.

“Olhando para o futuro, vamos continuar a investir muito em renováveis, em redes inteligentes, em inovação, estes são os eixos que têm enquadrado a nosso liderança energética“, disse o novo CEO. Questionado sobre a venda de novos ativos ou a política de remuneração dos acionistas, remeteu para essa altura. Sobre os dividendos acrescentou apenas que “é do conhecimento público que a EDP tem tido uma política muito estável”.

(Notícia atualizada às 18h45)

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Preparadas para a transformação digital? Quase dois terços das empresas dizem possuir os recursos necessários

Em apenas dois anos, mais de 20% das empresas aumentaram os recursos, ao nível tecnológico e de liderança, para melhor enfrentar a transformação digital.

Se a transformação digital já estava em curso, a pandemia mundial tem vindo, por um lado, a acelerar o seu ritmo e, por outro, a evidenciar a sua importância. As empresas parecem mais confiantes sobre terem o que precisam para serem bem-sucedidas nesta missão.

De acordo com o estudo “Digital Mastery 2020: organizations have progressed in their digital transformations over the past two years”, realizado pelo Capgemini Research Institute, 60% das empresas revelam possuir os recursos necessários para fazer uma transformação digital de maneira eficaz, mais 24% do que em 2018.

No que toca a recursos ao nível da tecnologia, 60% das empresas afirma estar preparada, um valor muito próximo dos recursos possuídos ao nível da liderança (62%), verificando-se um crescimento de 36% em ambas as áreas. “Em apenas dois anos registou-se um aumento exponencial das competências digitais e de liderança necessárias para alcançar o sucesso nos projetos de transformação digital. O ritmo acelerado e contínuo da inovação tecnológica e a disrupção dos modelos de negócio nos últimos dois anos, com a Covid-19 a obrigar muitas empresas a reinventarem-se, foram possivelmente os responsáveis por este avanço,” afirma Claudia Crummenerl, managing director, people and organization da Capgemini Invent, em comunicado.

Desigualdades no setor e na dimensão

É certo que o grau de evolução das competências digitais nas empresas aumentou de uma forma transversal, mas também o fosso entre digital masters (empresas com elevado nível de competências digitais e de liderança) e as demais empresas se acentuou.

“A pandemia Covid-19 revelou ser um importante acelerador da digitalização, ao colocar uma maior pressão sobre as empresas no que toca à necessidade de mudança. Os níveis de entusiasmo e otimismo das empresas face à maturidade das suas competências e recursos também aumentaram. Não obstante, desde 2018 verifica-se que as empresas têm demorado a compreender quais os desafios que é necessário superarem para alcançar a transformação digital bem-sucedida”, lê-se no comunicado da Capgemini.

Existem também algumas desigualdades consoante o tipo de atividade em questão, com o setor do retalho a destacar-se das demais áreas de negócio. Em 2020, 73% dos retalhistas dizem possuir os recursos digitais necessários para a transformação, enquanto em 2018 apenas 37% podia afirmá-lo.

Também o setor das telecomunicações está a ganhar terreno, com 71% das empresas a afirmarem possuir as competências e ferramentas a que a transformação digital obriga. O crescimento em termos de competências é, no entanto, liderado pelo setor automóvel, que passou dos 32%, em 2018, para 69%, em 2020.

Além do setor de atividade ser um fator influenciador, também a dimensão da empresa acaba por determinar o grau de preparação para enfrentar a transformação digital. As grandes empresas, com receitas de, pelo menos, 20 mil milhões de dólares, estão em vantagem na evolução dos recursos digitais e de liderança. Enquanto 68% destas empresas afirmam estar preparadas, apenas 55% das empresas com receitas inferiores a 10 mil milhões de dólares pode dizer o mesmo.

A barreira está nas soft skills e na cultura

Ainda que o estudo realizado pela multinacional francesa revele que as empresas estão, mais do que em 2018, a conseguir envolver os seus colaboradores na jornada da transformação digital, menos de metade das empresas (48%) está, realmente, a investir no desenvolvimento de soft skills, como a inteligência emocional, a adaptabilidade e a colaboração.

Esta é talvez a maior barreira à transformação digital, a par da cultura empresarial. “Algumas empresas simplesmente possuem culturas que não valorizam as novas ideias e a experimentação”, lê-se no comunicado.

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Stilwell acumula funções de CEO da EDP e EDP Renováveis. Rui Teixeira é CFO

O novo conselho de administração irá dividir-se por áreas, em vez de empresas. Com o papel das renováveis no grupo, "é natural" assumir a lideranças de ambas as empresas, justifica Stilwell.

Miguel Stilwell d’Andrade vai ser não só CEO da EDP como também da EDP Renováveis, numa reorganização da liderança do grupo. O novo conselho de administração irá dividir-se por áreas, em vez de empresas. O CFO das duas empresas será Rui Teixeira.

“O novo conselho de administração vai ter cinco membros [contra nove da anterior administração liderada por António Mexia]. É uma equipa mais pequena, ágil, focada em dar resposta aos desafios de um mercado em evolução“, começou por explicar Stilwell, na conferência de imprensa que se seguiu à assembleia geral de acionistas. “É uma equipa de continuidade escolhida pelo mérito”.

Na assembleia geral estiveram representados 73,9% dos acionistas, sendo que quase todos aprovaram a eleição dos membros do Conselho de Administração Executivo para o mandato relativo ao triénio 2021-2023. Além do presidente Stilwell, este é integrado ainda pelos administradores Rui Teixeira, Miguel Setas e Vera Pinto Pereira e Ana Paula Marques (esta última vinda da operadora Nos).

A proposta que foi apresentada hoje [terça-feira] foi aprovada por 99,98%, o que demonstra a confiança para este novo mandato. Queria agradecer por isso aos acionistas“, sublinhou Stilwell, que chega a CEO efetivo sete meses depois de ter assumido funções de forma interina, após Mexia ter sido afastado judicialmente.

Stilwell quer ter mão nas renováveis, mas não tirá-las de bolsa

Não só há mudanças no número de administradores como também na organização da liderança do grupo. “Face ao papel que as renováveis têm tido dentro do grupo — representa 75% do investimento –, é natural que o CEO do grupo passe a ser também CEO das renováveis, por isso irei assumir essas funções”, explicou, adiantando que também o CFO será o mesmo para as duas companhias: Rui Teixeira.

Stilwell justificou assim a razão para ficar com o controlo da gestão das duas empresas, numa altura em que os ativos renováveis são a grande aposta do grupo e que a subsidiária EDP Renováveis se tornou a cotada com mais peso da bolsa de Lisboa. Apesar disso, o CEO rejeita a possibilidade de uma fusão financeira que retirar a eólica da bolsa.

Ter a empresa cotada é positivo, dá uma maior transparência aos investidores, é uma coisa positiva para a EDP. Neste momento, não está nos planos tirar a EDP Renováveis de bolsa“, garantiu, recordando que em 2017 a EDP lançou uma oferta pública de aquisição à EDP Renováveis, mas conseguiu apenas comprar 5% do capital, para os atuais 82,5%.

Nas restantes áreas, Miguel Setas sobe a presidente do Conselho de Administração do Brasil e assume a coordenação global das redes de distribuição do grupo, enquanto João Marques da Cruz assume as antigas funções de Setas como presidente executivo da EDP Brasil. Vera Pinto Pereira ficará com o pelouro da comercialização, atividades sociais e culturais e Ana Paula Marques com a geração convencional e inovação do grupo.

(Notícia atualizada às 18h15)

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Metade dos europeus planeia viajar já este semestre

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2021

O principal motivo apontado para as viagens de curta duração é o lazer (63%), seguindo-se a visita a amigos e familiares (21%) e as viagens de negócios (9%), indica a European Travel Commission.

Mais de 50% dos europeus inquiridos pretendem viajar nos próximos seis meses, um terço dos quais já na primavera, e principalmente para lazer. A conclusão resulta de um questionário realizado pela entidade europeia de turismo sobre viagens em altura de pandemia.

Em causa está o inquérito realizado no final do ano passado pela European Travel Commission (ETC) e agora divulgado, no âmbito do qual 52% dos questionados afirmam ter planos para viagens de curta duração ou querer viajar nos próximos seis meses, segundo os resultados divulgados esta terça-feira pela entidade à imprensa.

Apesar de se assistir a novos ressurgimentos da Covid-19 na União Europeia (UE), o que tem motivado também novas medidas restritivas para conter os surtos, a confiança dos viajantes europeus tem vindo a melhorar, sendo que 32% dos inquiridos indicaram que pretendem fazer uma viagem já na primavera.

Neste questionário, relativo ao Sentimento de Monitorização de Viagens Domésticas e Intraeuropeias, apenas 12% dos respondentes disseram querer viajar entre janeiro e fevereiro.

“A confiança nas viagens aéreas também parece estar a aumentar constantemente: 52% dos europeus declaram agora que estão dispostos a viajar de avião, em comparação com 49% em setembro”, observa a ETC no comunicado, atribuindo esta melhoria das intenções dos turistas europeus aos processos de vacinação contra a Covid-19 em curso na UE e às facilidades dadas para reservas de transporte e alojamento.

Quanto aos destinos, “há mais inquiridos dispostos a fazer uma viagem a outro país europeu (40%) do que viagens domésticas (36%)”, ou seja, no seu próprio país, acrescenta.

O principal motivo apontado para estas viagens de curta duração é o lazer (63%), seguindo-se a visita a amigos e familiares (21%) e as viagens de negócios (9% dos inquiridos).

Para a ETC, estes dados revelam que “protocolos rigorosos de saúde e segurança criam confiança e paz de espírito e tornam as viagens mais agradáveis”, numa altura em que a pandemia de Covid-19 ainda não está controlada.

Cerca de 67% dos inquiridos sentem-se suficientemente seguros e relaxados para desfrutar da sua viagem quando os protocolos rigorosos estão em vigor e apenas 22% dos europeus afirmam que tais medidas podem, até certo ponto, estragar a experiência de viagem, enquanto outros 11% afirmam que não lhes faz diferença”, elenca o organismo.

Porém, segundo a entidade europeia de turismo, “as medidas de quarentena, o aumento dos casos de Covid-19 no destino e um eventual adoecimento durante as férias continuam a ser as principais preocupações para 15%, 14% e 14% dos europeus com planos de viagem a curto prazo, respetivamente”.

A ETC promoveu, entre 20 de novembro e 03 de dezembro, inquéritos a 5.742 cidadãos da UE.

Esta entidade é composta pelo Turismo de Portugal e outros organismos de promoção turística a nível nacional e europeu. Atualmente, é liderada pelo presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo.

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Médicos só deram 12 mil códigos para a StayAway em meio milhão de infeções

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2021

Em quatro meses, foram gerados para a StayAway Covid mais de 12 mil códigos num universo de meio milhão de infeções. A aplicação conta, até ao momento, com 2.970.708 downloads.

Em quatro meses de funcionamento da aplicação StayAway Covid, foram gerados mais de 12 mil códigos de casos positivos ao SARS-CoV-2 num universo de mais 500 mil novas infeções registadas no país.

Em resposta à agência Lusa, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) avançou que desde o lançamento da aplicação, a 1 de setembro, foram gerados e inseridos na aplicação mais de 12 mil códigos referentes a utilizadores que testaram positivo ao novo coronavírus.

Os 12.050 códigos foram gerados pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), sendo que destes os utilizadores introduziram 2.804 na aplicação.

Nos quatro meses de funcionamento da aplicação, foram contabilizadas mais 508.715 novas infeções pelo SARS-CoV-2 em Portugal, sendo que aquando do lançamento da Stayaway Covid o país registava 58.243 casos positivos.

A aplicação conta, até ao momento, com 2.970.708 downloads dos sistemas operativos da Google, Apple e Huawei.

O instituto do Porto estima que 40% das aplicações estão ativas. ​​​​​​​

A aplicação móvel permite rastrear de forma rápida e anónima, através da proximidade física entre smartphones, as redes de contágio por Covid-19, informando os utilizadores que estiveram, nos últimos 14 dias, no mesmo espaço de alguém infetado com o novo coronavírus.

No dia do lançamento da aplicação, o primeiro-ministro, António Costa, considerou que instalar nos telemóveis a aplicação Stayaway Covid era um “dever cívico” para travar a pandemia enquanto não existisse uma vacina.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.041.289 mortos resultantes de mais de 95,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 9.246 pessoas dos 566.958 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

(Notícia corrigida a 20/01/2021 após nota de correção da agência Lusa)

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