Bancos denunciam à Justiça suspeitas de fraude com criptomoedas

  • ECO
  • 20 Novembro 2021

A Política Judiciária e o Ministério Público estão a receber comunicações das instituições financeiras em Portugal relacionadas com operações com criptomoedas suspeitas de lavagem de dinheiro.

Os bancos portugueses têm vindo a fazer chegar denúncias à Unidade de Informação Financeira (UIF) da Polícia Judiciária e ao Ministério Público, relativas a operações suspeitas em que os fluxos financeiros têm origem em criptomoedas.

A informação é avançada pelo Expresso (acesso pago) na edição deste sábado, citando fontes ligadas à prevenção do branqueamento de capitais. De forma oficial, só a Caixa Geral de Depósitos confirma comunicações relacionadas com operações de risco com criptoativos, nomeadamente “transferência de fundos relacionados com situações de fraude”.

Referenciando Portugal como um paraíso para criptoinvestidores, o semanário lembra que as criptomoedas podem ser convertidas em moeda fiduciária e se o dinheiro for creditado numa conta bancária, o banco deve comunicar essa operação às autoridades, a título preventivo e sem informar o cliente. E se tiver suspeitas sobre a origem do dinheiro, deve até abster-se de aceitar o depósito e esperar orientações das autoridades.

Em maio deste ano, o Gabinete de Cibercrime da Procuradoria-geral da República (PGR) emitiu um alerta sobre burlas em plataformas online de suposta negociação no mercado de criptomoedas e cambial no valor de milhares de euros, adiantando ter recebido várias denúncias e falando numa “atividade criminosa organizada, de grande dimensão”.

Na altura, o Ministério Público chamou a atenção para o facto de estarem ativas na internet múltiplas páginas fraudulentas que publicitam investimentos em criptomoedas e no mercado cambial de divisas estrangeiras que dizem captar investimentos nestes ativos e prometem grande rentabilidade, recorrendo a métodos agressivos de abordagem, incluindo contactos telefónicos.

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Pandemia destruiu 173 mil empregos, mas já foram criados 209 mil

  • Lusa
  • 20 Novembro 2021

A destruição do emprego afetou sobretudo os trabalhadores mais jovens e os precários, enquanto mais de metade da recuperação do emprego verificou-se nas grandes empresas.

Desde o início da pandemia até junho deste ano, foram destruídos 172,6 mil postos de trabalho, mas, entretanto, foram criados 208,9 mil, segundo um barómetro do Observatório sobre Crises e Alternativas.

A destruição do emprego afetou sobretudo os trabalhadores mais jovens e os precários, que ainda não conseguiram recuperar, já que a maioria dos postos de trabalho criados foram para pessoas com mais de 45 anos, mostra a análise do observatório do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra feita com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE)

Durante a pandemia, a destruição de emprego foi diferenciada segundo o sexo, tendo afetado 3,4% dos homens empregados e 3,8% das mulheres; e também segundo a idade, já que afastou 18,6% dos trabalhadores até aos 24 anos e 7% dos trabalhadores com idades entre 25 e 34 anos. Por seu lado, indica o observatório, a destruição de emprego afetou menos os trabalhadores com idades entre 35 e 44 anos (4,5%) e as pessoas com idades entre 45 e 54 anos (1,2%).

Partindo dos dados dos descontos feitos para a Segurança Social relativos ao 4.º trimestre de 2019, o CES conclui ainda que foram as grandes empresas (mais de 250 trabalhadores) quem mais afastou trabalhadores (51% da quebra verificada) desde o início da pandemia.

Por regiões, a maioria do emprego destruído situou-se na Área Metropolitana de Lisboa (32,9%), no Centro (28,9%), Norte (19,6%) e Algarve (9,2%). Segundo o documento, a maior parte dos empregos destruídos estava no setor dos serviços (76,6% do total), sobretudo no comércio (34,6%), no alojamento e restauração (23,5%) e na administração pública (9,9%).

89% dos empregos criados para maiores de 45 anos

A retoma do emprego arrancou a partir do 2.º trimestre de 2020, com a reabertura progressiva da atividade após o primeiro confinamento geral decidido em março para conter a pandemia. “No seu conjunto e comparando os valores do 1.º trimestre de 2020 com os de 2021, verificou-se uma criação líquida de 208,9 mil novos postos de trabalho, ou seja, um valor já superior ao verificado no 2.º trimestre de 2019”, referem os investigadores do observatório.

Para esta subida contribuiu o emprego por conta de outrem (72,7% do total), sobretudo os contratos sem termo (80%). A subida do emprego a partir do 2.º trimestre de 2020 fez-se com uma maioria de mulheres (51%) e com trabalhadores dos escalões etários mais velhos.

Cerca de 89% dos postos de trabalho criados corresponderam a trabalhadores com mais de 45 anos, enquanto os jovens até aos 24 anos corresponderam a 6,7% do novo emprego líquido e os trabalhadores entre 25 e 34 anos a 8,6%. “Assim, os postos de trabalho de jovens até aos 34 anos destruídos com a pandemia estão longe de ser repostos pela retoma“, concluem os investigadores.

Estes dois escalões perderam, respetivamente, 14% e 17,9% do seu emprego e recuperaram até ao 3.º trimestre de 2021, respetivamente, 7% e 1,6%, “sem beneficiarem grandemente da recuperação do emprego”.

Mais de metade da recuperação do emprego (54%) verificou-se nas grandes empresas. A Área Metropolitana de Lisboa não conseguiu recuperar totalmente o emprego perdido, ao contrário das regiões Centro e Norte, que viram o emprego subir.

Entre as atividades que recuperaram totalmente as suas perdas de emprego, estão a indústria transformadora, os transportes e armazenagem e o setor financeiro.

O CES destaca ainda que “o Estado desempenhou um papel relevante na recuperação de emprego”, uma vez que do total de 208,9 mil novos postos de trabalho criados, 59% correspondem a atividades que costumam ser tidas como funções públicas, como é o caso da administração pública, defesa e segurança (mais 49,3 mil), educação (mais 44,1 mil) e saúde e apoio social (mais 29,9 mil). “Sem essas atividades, a recuperação do emprego teria ficado a 98,2% dos valores do emprego de referência do 2.º trimestre de 2019”, sublinham os investigadores.

A retoma “frágil”, refere o CES, não chegou a atividades como a agricultura, produção animal e pescas, a construção, o comércio e reparação, alojamento e restauração, atividade imobiliária e atividades administrativas de apoio às empresas.

Os valores da retoma económica foram ainda beneficiados com a situação de diversas atividades que, desde o início da pandemia até agora “não perderam emprego”, como o setor de informação e comunicação, atividades de consultoria, científicas e técnicas.

O que se passa com os salários?

Quanto aos salários, o observatório indica que as remunerações brutas totais têm registado “uma ligeira melhoria” pelo menos desde 2017, data a partir da qual o INE começou a publicar estas estatísticas.

Porém, “os seus valores atualizados (com o índice de preços no consumidor a preços de junho de 2021, estimado pelo INE) mostram uma relativa estabilidade, observando-se uma muito ténue subida ao longo do período, sem ganhos reais significativos”, realça o observatório.

Esta “ténue tendência ascendente” nos valores nominais das remunerações foi interrompida no 1.º trimestre de 2020, na sequência do fecho da economia para combater a pandemia e no 1.º trimestre de 2021 em consequência de nova vaga da pandemia, até que se fizessem sentir os efeitos da vacinação generalizada da população. “Em todo o caso, os níveis remuneratórios médios mantêm-se prolongadamente baixos”, pode ler-se no documento.

As atividades com mais baixos níveis de remuneração, que representam mais de metade dos postos de trabalho, revelam uma maior dificuldade em recuperar os níveis de emprego anteriores à pandemia. “É certo que parte desta dificuldade tem que ver com a menor capacidade de realizar trabalho remotamente, sendo, assim, forçados à paragem ou limitação de atividade”, conclui o observatório.

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Um em cada três imigrantes legais chega a Portugal para trabalhar

  • Lusa
  • 20 Novembro 2021

O reagrupamento familiar e o estudo foram os outros principais motivos para a atribuição das novas autorizações de residência. Brasil, Índia, Itália, França e Angola lideram lista de novos imigrantes.

Cerca de um terço dos estrangeiros que obtiveram uma autorização de residência em Portugal este ano foi por motivos profissionais, com os que chegaram ao país para trabalhar a totalizarem quase 30 mil pessoas.

Os dados enviados à agência Lusa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) dão conta que até 15 de outubro deste ano fixaram residência em Portugal 93.487 estrangeiros, sendo a atividade profissional (29.492), o reagrupamento familiar (25.555) e o estudo (8.670) os principais motivos da atribuição das novas autorizações de residências. Em 2020 tinham sido atribuídas 188.124 autorizações de residência.

Os novos imigrantes são na sua maioria oriundos do Brasil, tendo 32.574 brasileiros obtido uma autorização de residência em Portugal pela primeira vez, seguido dos indianos (6.484), italianos (4.551), franceses (4.105) e angolanos (3.873).

Ainda de acordo com o SEF, os concelhos com maior número de população estrangeira residente são Lisboa, Faro, Setúbal, Porto e Leiria.

Os dados enviados à Lusa indicam também que foram submetidas este ano ao SEF 48 mil manifestações de interesse, pedido formalizado junto deste serviço de segurança para obter uma autorização de residência, sendo feito através da plataforma eletrónica Sistema Automático de Pré-Agendamento (SAPA). Em 2020 tinham sido 35.500 manifestações de interesse, que na sua maioria são feitas para trabalhar no país.

Em Portugal vivem legalmente 702.214 estrangeiros, um aumento de cerca de 6% face a dezembro de 2020, quando o total de imigrantes se situava nos 662.095.

Acordo sobre trabalhadores marroquinos “em fase avançada”

A negociação do acordo sobre imigração legal de trabalhadores marroquinos para Portugal está “em fase avançada” e o texto final poderá ficar fechado numa reunião este mês, revelou à Lusa o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

A negociação deste acordo foi anunciada pelo Governo depois de, no final de 2019, terem começado a surgir casos de marroquinos a tentar desembarcar ilegalmente na costa do Algarve, levantando suspeitas de uma nova rota de migração ilegal.

A celebração do acordo encontra-se agora “em fase de negociação avançada”, estando “prevista uma ronda de consultas para a eventual finalização do texto no final do mês de novembro”, adiantou o ministério, questionado pela Lusa sobre as políticas que Portugal tem para a atração de trabalhadores migrantes.

O acordo tem por objetivo regular e criar as condições para o emprego e a permanência de cidadãos marroquinos em Portugal, para exercerem funções assalariadas com base em autorizações de residência permanentes e não meramente o trabalho sazonal, embora ele esteja também abrangido.

Uma das questões que tem estado em análise, havendo já um parecer da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), datado de novembro de 2020, são as garantias relativas à proteção dos dados pessoais.

Portugal tem vindo a celebrar acordos de mobilidade com outros países, adiantou o ministério, recordando que foi assinado, em setembro, um acordo com a Índia sobre recrutamento de cidadãos indianos.

Ainda em processo com vista à sua ratificação, este acordo bilateral visa facilitar “os fluxos de migração laboral legal e segura entre os dois países”, estabelecendo os procedimentos para que cidadãos indianos possam desempenhar uma atividade profissional, sob contrato de trabalho, em Portugal.

Noutras geografias, Portugal assinou uma convenção-quadro para promover e facilitar a mobilidade no espaço ibero-americano de quadros qualificados, particularmente jovens, estudantes, professores, investigadores, empreendedores e investidores.

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CGTP volta às ruas de Lisboa com pacote laboral na agenda

"Milhares de trabalhadores" de todos os distritos do país rumam este sábado à capital para defender o aumento dos salários e pensões, a valorização das carreiras e profissões, e o fim da precariedade.

A CGTP volta às ruas este sábado para uma manifestação nacional em Lisboa em que que espera juntar “muitos milhares de trabalhadores de todos os distritos e setores de atividade”. Entre as principais reivindicações, que se vão fazer ouvir durante o cortejo pela Avenida da Liberdade, estão o aumento geral dos salários, a redução do horário de trabalho e a defesa da contratação coletiva.

“A expectativa é muitos milhares de trabalhadores de todos os distritos e setores de atividade”, sinaliza Ana Pires, dirigente da CGTP. Em declarações ao ECO, a responsável pela ação reivindicativa assegura que há comboios e autocarros provenientes de todos os distritos de Portugal continental, sublinhando contar igualmente com a “mobilização de distritos mais perto” de Lisboa.

Com o mote “Avançar é Preciso”, a concentração vai começar às 14:30 no Marquês de Pombal. Os grupos com origem nos vários distritos “vão confluir todos na Avenida da Liberdade”, seguindo até aos Restauradores, explica a dirigente sindical. É aí que estará montado o palco, onde Isabel Camarinha vai dar voz às reivindicações dos trabalhadores.

A questão central é a necessidade de avançar. Não pode continuar esta situação de degradação das situações de vida e de trabalho dos trabalhadores.

Ana Pires

Dirigente da CGTP

As revindicações centrais desta manifestação envolvem temas como o aumento geral dos salários, as 35 horas sem redução de salário, a erradicação da precariedade e a defesa da contratação coletiva. E toca também em “questões gerais e importantes”, como as pensões e o reforço dos serviços públicos, acrescenta Ana Pires.

Ainda assim, sublinha, “a questão central é a necessidade de avançar, não [pode] continuar esta situação de degradação das situações de vida e de trabalho dos trabalhadores”. Para a CGTP, “o nível salarial é muito baixo e tem levado a um aumento da pobreza, mesmo entre quem trabalha“, pelo que é necessário “valorizar o trabalho e os trabalhadores”.

Nesta reivindicação inclui-se também o valor do salário mínimo nacional (SMN), sendo que esta estrutura sindical defende a necessidade de “aumentar para 850 euros a curto prazo”, embora assinale que este é um número que “não pode ser visto de forma isolada”. É uma “visão integrada, de aumento geral de todos os salários”, esclarece Ana Pires, apontando que o SMN “tem vindo a absorver outras grelhas salariais”, pelo que “tem de ser considerado na perspetiva de que é uma base”.

A proposta que o Governo apresentou aos parceiros sociais foi de aumentar o salário mínimo nacional em 40 euros, para se fixar nos 705 euros em 2022. Para a CGTP, esta proposta continua a ser “manifestamente insuficiente e a gerar situações de pobreza de quem trabalha”.

Além disso, há também um “conjunto de matérias de extraordinária importância” nesta luta, sendo que, por exemplo, a legislação laboral é uma “questão fundamental”, nomeadamente a revogação da caducidade da contratação coletiva, destaca a dirigente sindical.

A manifestação deste sábado será um momento de grande importância, em que os trabalhadores de todos os setores de atividade trarão à rua as suas reivindicações concretas, em luta pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho, exigindo a valorização do trabalho e dos trabalhadores e uma política que garanta um futuro melhor num país desenvolvido que dignifique quem trabalha e produz a riqueza”, como resumiu o Conselho Nacional do sindicato na resolução que aprovou a manifestação.

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Endesa mantém preço da eletricidade para as famílias em 1 de janeiro

  • Lusa
  • 19 Novembro 2021

Depois da EDP anunciar aumentos médios de 2,4% em 2022, a concorrente Endesa adianta que irá manter os preços da eletricidade para as famílias e pequenos negócios no próximo dia 1 de janeiro.

A Endesa vai manter os preços da eletricidade para as famílias e pequenos negócios em 1 de janeiro, disse à Lusa fonte oficial da comercializadora de energia no mercado liberalizado.

“Na área B2C (mercado residencial e pequenos negócios) irá manter os preços na atual carteira de clientes, a partir de 1 de janeiro de 2022“, disse a energética espanhola em resposta à Lusa.

Referindo que “respeita sempre as condições contratuais negociadas com os clientes”, a Endesa adianta que “a revisão será definida em conformidade com a evolução dos mercados”.

A evolução dos preços da eletricidade no próximo ano resulta do impacto negativo da subida do preço nos mercados grossistas, que atingiu valores recorde este ano, e da redução das tarifas de acesso às redes para as famílias e pequenos negócios, que será de 52,2%, conforme anunciou o regulador em 15 de outubro.

Já em relação ao mercado empresarial, a Endesa refere que este “se rege por contratos 100% negociáveis”. Assim, acrescenta, “todos os contratos que vierem a terminar no decorrer do ano de 2022 serão revistos em conformidade com a evolução dos mercados grossistas”.

Neste contexto, a Endesa diz acreditar que o seu departamento empresarial está “à altura para encontrar ou trabalhar nas melhores soluções para que os seus clientes atuais ou futuros sintam o menor impacto no valor da sua fatura em 2022”.

De acordo com dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), em setembro de 2021, o mercado livre representa mais de 86% do número total de clientes e cerca de 95% do consumo em Portugal Continental, exibindo um aumento de 1,2 pontos percentuais e de 0,4 pontos percentuais, respetivamente, relativamente ao peso relativo do mês homólogo. No mesmo mês, manteve a quase totalidade dos fornecimentos a grandes consumidores.

Em setembro, a Endesa manteve a quota de mercado em termos de clientes (de 7,9%), e de 17,4% em consumo abastecido, sendo o segundo operador depois da EDP Comercial.

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Nasdaq fecha pela primeira vez acima dos 16 mil pontos

A Europa encerrou a sessão no vermelho e Nova Iorque foi atrás, com os investidores americanos a assumirem menor apetite pelo risco por causa da nova vaga da pandemia no Velho Continente.

O índice tecnológico Nasdaq fechou acima da fasquia dos 16 mil pontos pela primeira vez na sua história, mas Wall Street foi fortemente condicionado pelo agravamento da pandemia na Europa.

O Nasdaq somou 0,40% para 16.057,44 pontos, o valor mais alto de sempre. Apesar deste bom desempenho, os outros dois principais índices de Wall Street fecharam a sessão em baixa: o Dow Jones caiu 0,75% e o S&P 500 baixou 0,14%.

A Europa encerrou a sessão no vermelho e Nova Iorque foi atrás, com os investidores americanos a assumirem menor apetite pelo risco por causa da nova vaga da pandemia no Velho Continente que já obrigou a Áustria de novo para o confinamento e a Alemanha a ponderar seguir os mesmos passos.

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Diretor de supervisão do BCE preocupado com sobreavaliação de ativos

  • Lusa
  • 19 Novembro 2021

"Há alguns segmentos dos mercados financeiros, em particular, que estão altamente alavancados", avisa Andrea Enria, diretor da supervisão bancária do Banco Central Europeu.

O diretor da supervisão bancária do Banco Central Europeu (BCE), Andrea Enria, mostrou-se esta sexta-feira preocupado com a potencial sobreavaliação de ativos nos mercados à saída da pandemia, alertando para os efeitos na estabilidade financeira.

Estou preocupado que à saída das medidas de apoio extraordinário, que foram implementadas pela política monetária e orçamental neste período, possa haver solavancos nos mercados financeiros“, disse Andrea Enria em declarações ao podcast do Banco de Portugal.

De acordo com o responsável italiano, “há alguns segmentos dos mercados financeiros, em particular, que estão altamente alavancados, com concentração de posições, em que provavelmente há problemas de sobreavaliação agora”.

“Ajustamentos aí poderiam levantar preocupações de estabilidade financeira”, alertou o responsável do regulador bancário europeu.

Andrea Enria entende que esse deverá ser “no curto prazo, o foco principal” para Frankfurt, antes de temas mais perenes como a digitalização e as alterações climáticas.

Já a administradora do BdP, Ana Paula Serra, no mesmo fórum, referiu-se ao caso específico português, lembrando que o país “terminou as moratórias públicas em setembro”.

“Estamos a esperar para ver qual é a avaliação da qualidade do crédito. Poderá dar-se o caso de que alguns dos riscos ainda não se materializaram”, referiu.

Ana Paula Serra referiu-se ainda às questões de rendibilidade da banca como um risco, bem como à dívida pública.

“Alguns bancos portugueses ainda estão bem expostos a dívida soberana, e claro que aí esse risco poderia danificar o sistema português”, considerou a administradora.

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Costa recebe partidos na terça e quarta-feira antes de Governo aprovar medidas

  • Lusa
  • 19 Novembro 2021

O primeiro-ministro deve receber os partidos na próxima semana antes de aprovar novas medidas para a pandemia no Conselho de Ministro.

O primeiro-ministro recebe na terça e quarta-feira os partidos com representação parlamentar sobre a situação epidemiológica em Portugal, antes de o Governo aprovar medidas contra a covid-19, o que poderá acontecer no Conselho de Ministros de quinta-feira.

Este calendário, que ainda não foi oficialmente comunicado pelo executivo, ficou praticamente fechado após a reunião desta tarde entre especialistas e responsáveis políticos, no Infarmed, em Lisboa, num momento em que o país regista um crescimento das taxas de incidência e de transmissão (Rt) da covid-19.

No final da reunião do Infarmed, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa – ladeado pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e pelo primeiro-ministro, António Costa – afirmou que continua a haver “conjugação total dos órgãos de poder político” na resposta à covid-19, mas escusou-se a falar de medidas, remetendo essa decisão para o Governo, após consulta aos partidos.

Quanto às medidas a adotar, o chefe de Estado disse que “os especialistas apresentaram o que consideravam indispensável para esta fase” e que “a decisão sobre essa matéria pertencerá naturalmente ao Governo”, que “vai ouvir os partidos políticos e vai decidir”.

“Se for necessária a intervenção do Presidente, já disse que o Presidente está disponível para intervir. Se for necessária a intervenção da Assembleia, se estiver em condições disso, o mesmo se dirá. Quer dizer, continua a haver uma conjugação total dos órgãos do poder político”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, que nos últimos dias afastou um novo recurso ao estado de emergência.

Na quinta-feira, o Presidente da República declarou que, se fosse considerada necessária a intervenção do parlamento para adotar medidas contra a covid-19, estava disponível para decretar a sua dissolução no limite do prazo, que terá de ser decretada entre 1 e 5 de dezembro, entre 60 e 55 dias antes das eleições legislativas de 30 de janeiro.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que hoje ao fim do dia iria ter reunião semanal com o primeiro-ministro, que lhe iria comunicar “aquilo que o Governo considera que é fundamental” para conter a propagação da covid-19 em Portugal, e “o que depende da competência do Governo, que está em plenitude de funções, o que precisa da intervenção da Assembleia da República”

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Dona da Pizza Hut, Burger King e KFC reduz prejuízos para 20 milhões até setembro

  • Lusa
  • 19 Novembro 2021

A Ibersol, que explora as cadeias de restaurantes Pizza Hut, Burguer King e KFC, registou prejuízos de 20,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

Os prejuízos da Ibersol IBS 0,60% foram reduzidos, nos primeiros nove meses do ano, para 20,2 milhões de euros, face ao período homólogo, indicou a empresa, num relatório publicado esta sexta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Com a progressiva diminuição das restrições à mobilidade durante os meses de verão, decorrente do crescente aumento do número de pessoas vacinadas, o volume de negócios consolidado nos primeiros nove meses de 2021 ascendeu a 241,7 milhões de euros que compara com 213,9 milhões registado no período homólogo de 2020, o que corresponde a um crescimento de 13%”, referiu a empresa, na mesma nota.

De acordo com a Ibersol, a “reabertura gradual da generalidade dos restaurantes ao longo deste terceiro trimestre – ainda que com algumas limitações – permitiu que, no final de setembro, a Ibersol tivesse 95% dos restaurantes próprios em operação, estando os restaurantes encerrados maioritariamente localizados em aeroportos e estações de serviço”, garantiu.

Por sua vez, o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) “ascendeu a 54,0 milhões de euros, representando um aumento de 50,5% face a igual período do ano anterior”, sublinhou a Ibersol.

A empresa indicou ainda que o “resultado operacional consolidado no final dos primeiros nove meses atingiu o valor de -9,8 milhões de euros, que compara com o registado em igual período de 2020 que ascendeu a -31,6 milhões de euros”.

Numa análise à atividade destes nove meses, a empresa referiu que o “segmento de concessões e catering, apesar de continuar a ser o mais penalizado, evidenciou neste trimestre um ritmo de recuperação significativo por efeito do levantamento das restrições e limitações do tráfego aéreo, bem como do ritmo de vacinação que acelerou o aumento da confiança dos consumidores.

Em Espanha, onde o grupo opera restaurantes em nove aeroportos, “o tráfego de passageiros registou perdas no terceiro trimestre de 46% (77% no segundo trimestre), quando comparadas com as de 2019, sendo os aeroportos localizados nas ilhas Canárias e Baleares menos penalizados do que os urbanos”, salientou.

Em Portugal, “as perdas foram de 45% no terceiro trimestre nos aeroportos em que o grupo tem presença”, referiu a Ibersol, nos resultados dos primeiros nove meses deste ano.

Além disso, “durante os primeiros nove meses do ano, verificou-se o encerramento definitivo de 17 unidades, 12 das quais franquiadas e concretizou-se a abertura de quatro novos restaurantes da Pizza Hut e Burger King em Portugal e a conversão de dois restaurantes Pasta Caffé em Taco Bell”, lê-se no documento.

A Ibersol indicou ainda que “o encerramento dos cinco restaurantes próprios resultou da opção de não renovação de três contratos de arrendamento (dois restaurantes da Pans e um da Pizza Hut) e do termo dos contratos de concessão de dois restaurantes localizados nos aeroportos de Madrid e Bilbao”.

Assim, “no final de setembro, o número total de unidades era de 610 (530 próprias e 80 franquiadas)”, em Portugal, Espanha e Angola e outras localizações, destacou.

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Esta é uma “boa altura” para comprar casa, sobretudo porque preços deverão subir

Mercado imobiliário está a ter um bom desempenho do lado das imobiliárias, que apontam para uma estabilização dos preços, embora com tendência de crescimento.

Se está a pensar comprar casa, esta é uma boa altura para o fazer. As taxas de juro estão “muito baixas” e os spreads estão “acessíveis”, explicam os profissionais dos setores, que falam num momento de “estabilização” dos preços. Mas o setor aconselha a não esperar muito tempo, isto porque, em breve, os preços deverão começar “naturalmente” a subir.

No ano passado, as casas ficaram 8,4% mais caras e nem a pandemia foi capaz de travar essa subida. Este ano, os preços continuam a crescer e, no segundo trimestre, subiram 6,8%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). O preço médio do metro quadrado estava, nesse período, nos 1.268 euros, ou seja, um T2 com 70 metros quadrados pode custar facilmente cerca de 88 mil euros.

O mercado imobiliário está a passar por um bom momento, pelo menos do lado do vendedor. Na Remax, os primeiros oito meses do ano “têm sido os melhores de sempre”, diz ao ECO a responsável. “O mercado tem estado estável, após alguns meses de várias incertezas derivadas da pandemia”, diz Beatriz Rubio, que já nota uma “subida dos preços que, embora não muito significativa, reflete o processo de ajuste natural do mercado”.

Do lado da Century 21, Ricardo Sousa também assiste ao mesmo panorama. “Atualmente, o mercado residencial está a registar níveis de procura bastante elevados“, diz o CEO da imobiliária, antecipado que a tendência se deverá manter em 2022.

A justificar este momento do mercado imobiliário estão vários fatores. Um estudo da Century concluiu que são muitos os portugueses que pretendem trocar de casa como consequência da pandemia. Isto porque o teletrabalho trouxe novas necessidades, como casas mais espaçosas, com escritório e zonas ao ar livre. Além disso, existem ainda os fatores económicos: baixas taxas de juro e spreads e o excesso de liquidez no mercado.

De acordo com o INE, as taxas de juro no crédito à habitação estão em mínimos de sempre. Os dados mais recentes, referentes a setembro, indicam que a taxa está a descer há 13 meses consecutivos, situando-se em 0,785%.

“É, naturalmente, uma boa altura para comprar casa por várias razões, mas destacando-se duas: o crédito à habitação com taxas de juro muito baixas e spread acessíveis, assim como a tendência para o aumento natural dos preços“, diz Beatriz Rubio, referindo ainda a “liquidez bancária que permite elevada concessão de empréstimos à compra de habitação”, “o mercado de arrendamento pouco concorrencial” e “a subida dos preços dos materiais de construção” como outros motivos que indicam “a manutenção de uma evolução crescente dos preços”.

Ricardo Sousa acredita que, para as famílias que precisam de casa, essa é uma “necessidade objetiva” e que, “independentemente de qual seja o ciclo de mercado”, “não há momento certo ou errado” para comprar. Contudo, defende que “a melhor decisão é comprar já” porque “esperar que o mercado caia implica uma grande imprevisibilidade”.

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Produtores de leite portugueses estão no limite e pedem preços iguais aos da UE

  • Lusa
  • 19 Novembro 2021

Uma centena de produtores de leite concentraram-se esta sexta, frente à Agros, para pedir a “subida urgente” do preço do leite.

Mais de uma centena de produtores de leite reivindicou esta sexta-feira, na Póvoa de Varzim (Porto), a “subida urgente” do preço pago à produção do leite, avisando que estão no “fim da linha” e ser “imoral” 30 cêntimos por litro.

Pela sobrevivência do setor 0,38 € /litro”, “Exigimos um preço do leite justo pago à produção”, “Anunciamos a morte do setor”, “É urgente justiça no setor”, “Lutaremos até ao fim”, “É imoral, uma vergonha”, “Quem fica com o nosso dinheiro?”, “Antes tínhamos um teto, agora não temos nenhum”. Estas eram algumas das frases que se podiam ler nos cartazes que os produtores de leite portugueses mostravam esta sexta na manifestação marcada para a entrada da cooperativa de leite Agros.

O custo do litro de leite pago ao produtor em outubro transato em Portugal foi de 30 cêntimos, enquanto que a média paga na União Europeia é 38 cêntimos, um preço que os produtores de leite exigem que lhes seja pago já este mês de novembro, sob a pena de terem de fechar dezenas de vacarias em Portugal.

“Os custos de produção têm vindo a subir de uma forma brutal. Nós suportámos algum tempo com algum esforço a nossa parte, mas chegámos a um ponto que não dá mais. Estamos no limite. Isto é o fim da linha”, declarou à Lusa António Araújo, produtor de leite há cerca de 15 anos, e um dos mais de cem produtores de leite do Norte de Portugal que se concentrou em frente da Agros, criada em 11 de abril de 1949 e que agrega mais de 40 cooperativas de leite nacional.

Dezenas de tratores estacionados junto à cooperativa de leite Agros serviam como uma espécie de escudo protetor aos produtores de leite portugueses que se concentraram em frente àquela estrutura para entregar aos responsáveis da Agros uma carta aberta, assinada pelos Produtores de leite Unidos, onde é pedido que seja pago à produção no “mínimo 38 cêntimos por litro de leite produzido” o preço médio praticado pelos países da União Europeia.

Patrícia Sousa, segunda da uma geração de produtores de leite com 150 animais, também quer que seja aumentado o preço do leite pago à produção, para que consigam sustentar os negócios da família.

“O meu pai sujeitou-se a comprar uma sociedade para nós [Patrícia e o irmão], continuarmos lá a trabalhar, somos jovens agricultores, e não vemos futuro nisto, caso isto continue assim”, lamenta a jovem agricultora, lembrando que Portugal é o “país da Europa mais mal pago em relação ao leite” e que as despesas que teve para a certificação do bem-estar do animal foram pagas sem qualquer ajuda da cooperativa.

Manuel Januário, produtor de leite há mais de 10 anos, tem 120 cabeças de gado, afirma que o preço do leite pago à produção em Portugal é uma “injustiça”.

Como é que um litro de leite pode custar menos do que um café”, questiona, afirmando que “ninguém sonha” os custos de produção que tem o leite.

Segundo Manuel Januário, o dinheiro que está a ser pago à produção nem sequer dá para pagar as rações, que “estão a aumentar todas as semanas”, nem para pagar o gasóleo.

“Estamos todos cheios de dívidas. A Agros não faz nada por nós (…) A ministra da Agricultura ninguém a vê, ninguém sabe dela. Não faz nada por nós, não faz nada pela agricultura, não faz nada pelo leite”, acusa o produtor Manuel Januário, pedindo que seja efetivamente aumentado o preço de leite pago à produção.

“Se esse aumento for feito nas grandes superfícies, as pessoas não sentem e para nós era muito bom. Agora estarem a dar-nos esmolas de um cêntimo não vale a pena. Senão isto vai tudo para o galheiro”, defende Manuel Araújo, acrescentando que está previsto fecharem até ao final de 2021 100 vacarias.

António Martins, da cooperativa de Barcelos que tem cerca de 100 funcionários, também criticou a indiferença da ministra da Agricultura ao setor do leite.

“Acho que a ministra da Agricultura demonstrou ao longo do seu percurso que nunca deu importância a um setor tão vital [leiteiro]. Porque as políticas agrícolas do país é que definem se realmente esta atividade é ou não é rentável. As ajudas que existiram, os projetos que ficaram na gaveta, a indefinição que existe a nível de futuro, tudo isso complica-nos e muito”.

António Martins, antes de entrar para uma reunião com responsáveis da Agros, disse aos jornalistas que se está a destruir uma atividade que “era e pode ser sustentável”.

“Sabemos que de há cinco anos para cá, a diminuição de explorações é drástica e isso é preocupante. É preocupante para mim como agricultor, porque a minha exploração pode acabar dentro de meses, como também é preocupante para as organizações que vivem da agricultura”, defendeu.

O leite está a ser pago ao produtor em média a 32 cêntimos por litro de leite, mas há promoções nos hipermercados a 39 cêntimos, explicou António Martins, referindo que desse valor tem de se feita a transformação, recolha e a margem dos hipermercados.

“Tudo isso é gozar um bocado com o nosso trabalho. A culpa pode não ser dos supermercados. A culpa se calhar foi do comodismo ao longo dos anos”, concluiu.

Os produtores de leite conseguiram entregar a carta aberta aos responsáveis da Agros.

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80% das pessoas que morreram de Covid-19 em outubro estavam vacinadas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Novembro 2021

Das 165 mortes por Covid-19 em outubro, 80% eram pessoas que estavam vacinadas contra a doença. Os restantes 20% foram pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta.

No mês de outubro, morreram 132 pessoas com esquema vacinal completo contra a Covid-19, o que corresponde a 80% dos óbitos por infeção com o coronavírus nesse período. Os restantes 20% (33 óbitos) de mortes foram de pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta, revela o relatório de Monitorização das Linhas Vermelhas divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Face ao anterior relatório, o número de novos casos de infeção por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, subiu de 138 para 203 casos, com tendência fortemente crescente a nível nacional. Ao mesmo tempo, passou a registar-se uma incidência superior ao limiar de 240 casos nas regiões do Algarve e do Centro.

Já a incidência cumulativa mais expressiva verifica-se, agora, no grupo etário dos 0 aos 9 anos (298 casos), que compreende idades que não são elegíveis para vacinação. No entanto, o documento ressalva que a incidência cumulativa a 14 dias apresenta uma “tendência crescente” em todos os grupos etários.

O R(t) – índice de transmissibilidade – indica “uma tendência crescente da incidência de infeções a nível nacional“, estando agora fixado em 1,17 em todas as regiões. “A manter esta taxa de crescimento, a nível nacional, estima-se que o limiar de 240 casos em 14 dias por 100 000 habitantes possa ser ultrapassado em menos de 15 dias”, estimam as autoridades de saúde.

Comparando com os valores apresentados no relatório da passada semana, a região Centro foi a única em que o R(t) desceu, passando de 1,21 para 1,16. Nas restantes regiões do continente, o valor médio do R(t) subiu, o que demonstra “uma aceleração da velocidade de crescimento da epidemia”. A DGS e o INSA destacam, neste caso, a região Norte, em que o R(t) passou de 1,14 para 1,20, Lisboa e Vale do Tejo, que viu o R(t) aumentar de 1,13 para 1,15, o Alentejo (de 1,06 para 1,29), e o Algarve (de 1,16 para 1,25).

O número de doentes por Covid-19 internados em unidades de cuidados intensivos no continente mantém-se numa tendência estável. Do valor crítico definido de 255 camas ocupadas, estão ocupadas 28% (72 camas), mais três pontos percentuais face à semana anterior.

A DGS e o INSA avançam ainda que a proporção de testes positivos foi de 4,3%, mais 0,9 pontos percentuais do que no último balanço, encontrando-se já acima do limiar definido de 4%. Nos últimos sete dias, houve um novo aumento do número de testes realizados para a deteção de SARS-CoV-2, sendo que a proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 2,8%, quando na semana passada foi de 4,1%. Ou seja, mantém-se abaixo do limiar de 10%.

Quanto aos casos positivos, o relatório indica que, nos últimos sete dias, 96% dos casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação. “No mesmo período, foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os contactos em 92% dos casos” – uma descida face à semana passada -, acrescenta.

A variante Delta mantém-se dominante em todas as regiões, com uma frequência relativa de 100% dos casos avaliados na semana compreendida entre 1 e 7 de novembro.

Esta sexta-feira, decorreu uma nova reunião entre políticos e peritos no Infarmed, prevendo-se que o Governo anuncie novas medidas nos próximos dias para fazer face ao crescimento da pandemia no país.

Notícia atualizada às 19h37

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