Lisboa no vermelho penalizada pelo setor energético

Cotadas do setor energético estão a penalizar o PSI, enquanto as papeleiras e o BCP impedem uma descida mais acentuada do índice.

A bolsa nacional negoceia em terreno negativo, pela quarta sessão consecutiva, penalizada pelas cotadas do setor energético, nomeadamente as da família EDP. Lisboa contraria, assim, os ganhos registados no resto da Europa.

O PSI está a perder 0,15%, para 5.931,48 pontos, com cinco cotadas no vermelho. A maior queda desta sessão cabe à GreenVolt, que recua 0,86%, para 6,92 euros, enquanto a EDP perde 0,78%, para 4,459 euros. A EDP Renováveis desvaloriza 0,57%, para 22,87 euros, acompanhada pela REN, que cai 0,17%, para 2,86 euros.

Destaque ainda para os títulos da Galp Energia, que recuam 0,23%, para 10,625 euros, depois de já terem estado a subir quase 2%. Este desempenho da petrolífera nacional acontece numa altura em que o preço do barril de petróleo está a valorizar nos mercados internacionais.

No lado oposto, a impedir uma queda mais acentuada do PSI estão as cotadas do setor do papel. A Semapa protagoniza a maior subida desta sessão, vendo as ações valorizarem 2,15%, para 13,28 euros, enquanto a Navigator avança 0,99%, para 3,858 euros. A Altri mantém-se inalterada.

Ainda nas subidas, destaque para o BCP, que soma 0,25%, para 0,1602 euros, acompanhado pela Jerónimo Martins, que ganha 1,08% para 20,52 euros.

Lisboa contraria a tendência positiva do resto da Europa, no dia em que o índice de referência europeu, Stoxx 600, avança 0,5%, para 447,30 pontos.

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Coreia do Norte promete reforçar capacidade nuclear

  • Lusa
  • 26 Abril 2022

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, prometeu aumentar a capacidade nuclear do país, durante um desfile militar em Pyongyang, para marcar o 90.º aniversário das forças armadas.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, prometeu aumentar a capacidade nuclear do país, durante um desfile militar na capital, Pyongyang, para marcar o 90.º aniversário das forças armadas da Coreia do Norte.

Segundo a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, Kim disse que o país “continuará a tomar medidas para reforçar e desenvolver as suas forças nucleares ao ritmo mais rápido possível”.

“Com vista a um contexto político e militar turbulento e a várias crises que estão por vir”, as armas nucleares são “um símbolo do poder nacional” e devem ser diversificadas, defendeu o líder norte-coreano.

Kim acrescentou que, embora as armas nucleares tenham sobretudo um papel dissuasor, podem ser utilizadas se os “interesses fundamentais” da Coreia do Norte forem ameaçados.

A KCNA não divulgou até ao momento imagens do desfile militar, mas disse que o míssil balístico intercontinental Hwasong-17 foi exibido, levando “os espetadores a soltarem altos gritos de alegria”.

A Coreia do Norte afirma ter lançado pela primeira vez o Hwasong-17 em março, um míssil apresentado em 2020 e que terá um alcance de 15 mil quilómetros.

Os desfiles militares na Coreia do Norte são uma forma recorrente de assinalar datas importantes para o regime de Pyongyang. Participam normalmente nestas paradas milhares de soldados, seguidos por um desfile de tanques e outros equipamentos militares.

Os observadores internacionais seguem atentamente estes desfiles à procura de indícios de novo armamento desenvolvido pela Coreia do Norte.

Várias fontes governamentais anónimas disseram à agência noticiosa Yonhap, da Coreia do Sul, no fim de semana, que esperavam que fosse “o maior desfile militar de sempre”, envolvendo cerca de 20.000 soldados.

A Coreia do Norte já realizou mais de uma dúzia de testes de armas este ano, incluindo o disparo de um míssil balístico intercontinental. Analistas norte-americanos e sul-coreanos advertiram que a Coreia do Norte poderia também retomar os testes nucleares, que não faz desde 2017, atendendo ao aumento da atividade detetada nos locais de testagem militar.

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Pequim avança com testagem em massa à Covid a 21 milhões de residentes

  • Lusa
  • 26 Abril 2022

Capital da China vai realizar testes à Covid-19 para a maioria dos 21 milhões de habitantes da cidade, anunciaram as autoridades de Pequim

A capital da China vai realizar testes à Covid-19 à maioria dos 21 milhões de habitantes da cidade, anunciaram as autoridades na segunda-feira à noite.

Os testes gratuitos já tinham arrancado para 3,5 milhões de moradores do distrito de Chaoyang, onde foram registados 46 dos 70 casos positivos de Covid-19 detetados em Pequim desde sexta-feira.

As autoridades de saúde chinesas anunciaram que a campanha de testagem vai ser alargada a 11 distritos, ficando de fora apenas os cinco distritos periféricos.

A capital chinesa também encerrou cinemas, bares de karaoke e outros locais de entretenimento, disse aos moradores para trabalharem a partir de casa, permanecerem nos bairros de residência ou numa área restrita.

Houve ainda um maior movimento nos mercados e supermercados para armazenar alimentos, por receio de um longo confinamento, semelhante ao imposto em Xangai há mais de duas semanas.

Xangai, principal centro financeiro da China, registou mais de 15 mil infeções e 52 mortes, nas últimas 24 horas, o número mais elevado desde fevereiro de 2020, no início da pandemia, elevando o número de mortos do atual surto para 190.

Anyang, no centro da China, e Dandong, na fronteira com a Coreia do Norte, tornaram-se nas últimas cidades a iniciar confinamentos, justificados com a variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2.

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Associação Industrial do Minho deixa “calote” de 5,8 milhões

  • ECO
  • 26 Abril 2022

Processo de insolvência resultou no pagamento de 2,9 milhões de euros a 29 credores. Mas de fora ficou um "calote" de 5,8 milhões de euros, sendo o Novobanco o maior lesado.

O Tribunal de Famalicão encerrou o processo de insolvência da extinta Associação Industrial do Minho (AIMinho) com o pagamento de 2,9 milhões de euros a 29 credores, um valor angariado com a venda de bens. Contudo, de acordo com o Jornal de Notícias, o montante equivale a um terço da dívida, tendo os credores perdido 5,8 milhões de euros.

O principal lesado foi o BES (atual Novobanco), que perdeu 5,7 milhões de euros, tendo recebido apenas 24 mil euros. Atrás aparece a Caixa Geral de Depósitos, que conseguiu reaver 2,5 milhões de euros por ter créditos garantidos por hipoteca, mas que ficou sem 3,8 milhões de euros.

Os 2,9 milhões de euros reembolsados aos credores resultaram da venda da sede de Braga, que acabou revendida ao Estado por 1,5 milhões de euros para albergar a Polícia Judiciária. Por sua vez, o edifício em Viana do Castelo foi comprado pela Câmara por 1,3 milhões de euros, escreve o JN.

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Putin diz a Guterres que ainda tem “esperança” nas conversações com a Ucrânia

  • ECO
  • 26 Abril 2022

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse esta terça-feira ao secretário-geral da ONU que ainda tinha esperança nas negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia

Apesar do facto de a operação militar estar em curso, ainda esperamos ser capazes de chegar a acordos na via diplomática. Estamos a negociar, não rejeitamos [conversações]“, disse Putin a António Guterres, que se encontra de visita a Moscovo.

Sentado frente a frente com Guterres, na já famosa longa mesa no Kremlin, o Presidente russo afirmou que os esforços nas negociações com a Ucrânia tinham “descarrilado” devido às alegações de atrocidades cometidas pelas forças russas em Bucha, uma localidade nos arredores da capital ucraniana.

“Houve uma provocação na aldeia de Bucha, com a qual o exército russo nada teve que ver”, reiterou, acrescentando que save “quem preparou esta provocação, por que meios, e que tipo de pessoas trabalharam nela”.

Putin disse ainda a Guterres que tem consciência das “preocupações [da ONU] acerca da operação militar russa” na Ucrânia e que está pronto a discuti-la, mas culpou a invasão ao país por aquilo que apelida de “golpe de Estado” que derrubou um presidente pró-russo em 2014.

Por sua vez, Guterres reiterou o apelo que fez no encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, pedindo que Moscovo e Kiev trabalhem em conjunto com a ONU na criação de corredores humanitários para ajudar à retirada de civis na Ucrânia.

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Hoje nas notícias: Englobamento de mais-valias, garantias Covid e Ricardo Salgado

  • ECO
  • 26 Abril 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O novo regime de tributação de mais-valias mobiliárias vai diminuir os ganhos em mais de um quinto. Mais de 2,8 milhões de garantias Covid ficaram por executar. O processo de insolvência da Associação Industrial do Minho já foi concluído, mas a associação deixou “calote” de 5,8 milhões de euros. Estas são algumas das notícias que marcam o dia.

Englobamento obrigatório tira um quinto das mais-valias

A partir de 2023, as mais-valias dos investimentos especulativos serão tributadas de forma englobada com os restantes rendimentos para contribuintes no último escalão de IRS, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2022. Segundo as simulações da Deloitte, este novo regime de tributação de mais-valias mobiliárias vai diminuir os ganhos dos investidores em mais de um quinto.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Mais de 2,8 mil milhões em garantias ligadas à Covid ficaram por executar

Dos 5,06% do PIB em garantias públicas disponibilizadas pelo Governo para ajudar a economia a suportar os impactos da Covid-19, 1,24% ficaram por executar, o equivalente a cerca de 2.815 milhões de euros. Do lado da execução, que corresponde a 3,82% do PIB, o destaque vai para o Apoio à Economia Covid-19, do qual se usou quase todo o valor disponível: 2,44% do PIB, equivalente a 5539 milhões, quando tinham sido reservados 2,5%. Pelo contrário, o Público destaca a linha Retomar, criada no final de setembro passado: foram usados menos de 0,01% do PIB, menos 22,7 milhões de euros, quando estavam em causa 0,47% do PIB, cerca de mil milhões.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

“Temos de começar a discutir aumentos salariais acima de 1%”, diz Mário Mourão

O novo secretário-geral da UGT defende que as atualizações da Função Pública devem chegar a 1,3% este ano. “Os salários reais baixaram 0,8%. E a produtividade aumentou”, disse Mário Mourão numa entrevista, afirmando que há “um défice no acompanhamento em relação à produtividade”. O responsável considera que o “Estado é o que primeiro tem de dar o exemplo para depois exigir [o mesmo] às empresas e aos seus parceiros de concertação social”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Associação Industrial do Minho deixa calote de 5,8 milhões

O Tribunal de Famalicão finalizou o processo de insolvência da Associação Industrial do Minho. O mapa do rastreio final indica que a venda de bens rendeu 2,9 milhões de euros e que os credores perderam, ao todo, cerca de 5,8 milhões, dado que a dívida total ascendia aos 8,7 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Salgado recebe 1.200 euros, mas mantém empregada, motorista e personal trainer

Depois de ter sido adiado por duas vezes, arranca esta terça-feira a fase instrutória do processo BES/GES. Ricardo Salgado é um dos 30 arguidos deste processo. O antigo banqueiro recebe 1.200 euros de uma pensão de 20 mil euros, tem bens arrestados, incluindo a casa onde vive, mas mantém vários empregados, como um motorista, uma empregada doméstica e um personal trainer, segundo o relatório social feito a Salgado.

Leia a notícia completa na CNN Portugal (acesso livre).

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📹 Do A ao L, saiba os anexos que tem de preencher no IRS

Cada anexo da declaração de IRS contempla diferentes responsabilidades fiscais, e nem todos têm necessidade de os preencher. Veja quais existem.

Quando chega a altura de entregar o IRS, quem não tem a declaração automática depara-se com várias páginas que pode ter de completar. Para além da folha de rosto do IRS, existem 12 anexos, que vão desde o A ao L, destinados a diferentes rendimentos que os portugueses podem ter de declarar ao Fisco.

Com características diferentes, nem todos serão necessários para os contribuintes, sendo também de destacar que alguns são individuais e outros devem ser preenchidos com as informações de ambos os elementos dos casais tributados em conjunto.

Veja o vídeo:

http://videos.sapo.pt/MQmPjbFkHrTRKKfB6Ctb

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Petróleo recupera 2,61% para 104,99 dólares com alívio de pressão na China

Preços do petróleo recuperam mais de 2% esta terça-feira, com os investidores a digerirem sinais positivos de apoio por parte da China, apesar da vaga de Covid-19 que assola o país.

Os preços do petróleo subiram esta terça-feira, um avanço que era, contudo, insuficiente para ofuscar a queda de mais de 4% registada na primeira sessão da semana.

Pelas 21h30, o Brent encarecia em 2,61%, para 104,99 dólares o barril. Em simultâneo, o norte-americano WTI somava 3,19%, para 101,71 dólares.

Evolução do preço do Brent:

A subida dá-se um dia depois de o Brent, referência para as importações nacionais, ter caído mais de 4%, por causa dos receios em torno de uma menor procura por parte da China, o maior importador de petróleo do mundo.

Em causa está a vaga de Covid-19 que assola o país, exacerbada pelo facto de os mais idosos ainda mostrarem alguma resistência em se vacinar contra a doença.

Esta semana, o programa de testagem em massa à Covid-19 em vigor numa região de Pequim foi expandido a toda a cidade, envolvendo quase 22 milhões de pessoas, estando iminente um confinamento apertado, como aquele que enfrentaram os cidadãos em Xangai nas últimas semanas.

Os analistas estimam que os confinamentos na China podem resultar numa redução na procura por petróleo de mais de um milhão de barris diários.

Contudo, o anúncio do banco central chinês de que a China vai manter uma liquidez “razoavelmente ampla” nos mercados financeiros retirou alguma pressão da equação, segundo a agência Reuters.

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A lista de pedidos a Medina para o Orçamento de 2022

Esta terça-feira arranca o debate parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2022. À sua espera, o novo ministro das Finanças tem muitas reivindicações e pedidos, da esquerda à direita.

Dos partidos aos sindicatos, passando pelas associações empresariais, todos têm pedidos para o novo ministro das Finanças. Esta terça-feira Fernando Medina será ouvido na comissão de orçamento e finanças a propósito do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), arrancando o processo orçamental de mês e meio. O tema da inflação e dos salários, a carga fiscal e a preocupação com o crescimento económico deverão ser os temas a marcar a audição com os deputados.

Entre os partidos, a principal crítica é a não atualização dos salários e dos escalões de IRS à taxa de inflação. O PSD foi o primeiro a acusar o Governo de “austeridade encapotada” no Orçamento por este não responder à aceleração da inflação, “um erro capital”. Uma crítica partilhada à esquerda: “Quando o Governo se recusa a atualizar os salários à inflação o que está a dizer é que vamos ter uma quebra real dos salários em Portugal”, disse Catarina Martins, do Bloco, pedindo ao Governo que atue no que diz ser a “especulação de preços”, nomeadamente na energia.

A outra crítica feita ao Orçamento é o empobrecimento relativo de Portugal face a outros países europeus. O PSD diz que “Governo continua a recusar que o fraco crescimento económico em Portugal é o principal problema estrutural do país“. A Iniciativa Liberal, que tem elegido este tema como o mais importante para o país, tem criticado a falta de uma estratégia económica e acusou o PS de estar “viciado” em impostos: “Se não houver alterações fiscais em linha com a inflação, como a atualização dos escalões de IRS à taxa de inflação, isso sim representa um aumento de impostos”, alertou João Cotrim Figueiredo.

Quanto a propostas em concreto, será preciso esperar mais umas semanas. O prazo para a entrega de propostas por parte dos partidos com assento parlamentar deverá correr até meio de maio. Como o PS tem maioria absoluta, serão os socialistas a decidir o que passa ou não para a versão final do OE2022. Uma das dúvidas é saber se, ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, o número de propostas de alteração ao OE2022 vai baixar.

Empresários queixam-se de falta de ação do Governo

Do lado dos empresários, a maior queixa é a falta de medidas mais agressivas por parte do Governo. A começar pelo presidente da CCP, João Vieira Lopes, que esperava que a proposta do OE introduzisse medidas adicionais de desagravamento fiscal para mitigar os efeitos na perda generalizada do poder de compra”. O líder da CCP tem dúvidas sobre o ritmo de redução do défice orçamental, argumentando que “com tantas incertezas não apostar em medidas efetivas de mitigação da crise pode revelar-se um erro“.

Por outro lado, os empresários da indústria, assim como a CIP, alertaram que não é possível atualizar salários à taxa de inflação. “É utópico pensar que as empresas ou o próprio Estado, sejamos honestos no raciocínio, pode de um momento para o outro aumentar salários para manter o poder de compra”, disse o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva.

No caso da AHRESP, a associação reivindica medidas de apoio à recuperação para empresas do turismo: “O OE2022 deve ser ajustado ao atual clima de incerteza causado pela guerra e ao galopante aumento dos custos da energia e dos bens alimentares”, disse a associação logo a seguir à apresentação do OE2022.

Sindicatos querem subida de salários e já

Os sindicatos estão a exigir uma subida intercalar dos salários na Função Pública, mas Fernando Medina já rejeitou essa hipótese. Os dirigentes sindicais criticam a postura do Governo face ao défice, que dizem esperar não se tornar uma “religião”, e têm na agenda reivindicativa os aumentos salariais. Dias depois, António Costa disse que a atualização salarial dos 733 mil funcionários públicos dependerá da “natureza” estrutural ou temporária da inflação e da “capacidade orçamental” do país.

No setor privado, nos últimos meses, já houve várias greves e a pressão sindical deve aumentar nos próximos tempos, a começar pela CGTP. “Depois do aproveitamento que foi feito da pandemia pelos grandes grupos económicos para acumularem lucros colossais […], temos agora um aproveitamento da situação da guerra e das sanções para desencadear este brutal aumento de preços e degradação do poder de compra e dos salários“, disse Isabel Camarinha.

A presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, pediu uma “reavaliação muito urgente” do salário mínimo nacional por considerar que o aumento verificado no início do ano “já foi completamente absorvido pelo custo de vida”. O Governo tem afastado uma compensação total do aumento do custo de vida e o primeiro-ministro já indiciou que o salário mínimo vai subir para 750 euros em janeiro de 2023, mantendo a trajetória prometida nas últimas eleições.

Para já, o Governo promete negociação e pede boa-fé. “Temos de ultrapassar desconfianças, que muitas vezes não têm razão de ser, e de dar sinais concretos, provas de boa-fé, seja do lado das entidades empregadoras, seja do lado das organizações sindicais. Podemos divergir aqui e acolá sobre o ritmo e como o fazer, mas estamos de acordo que Portugal será bem melhor se tiver uma sociedade mais inclusiva, com mais oportunidades para todos”, disse o novo secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes.

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5 coisas que vão marcar o dia

Esta terça-feira, Fernando Medina vai ser ouvido no Parlamento sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2022. Arranca a fase instrutória do caso BES. Eurostat mede o "pulso" ao setor automóvel.

Esta terça-feira, Fernando Medina vai ser ouvido na Assembleia da República, a propósito da proposta de Orçamento do Estado para 2022. Na Justiça, arranca a fase instrutória do processo BES/GES. No plano económico, o Santander Portugal vai apresentar as contas referentes primeiro trimestre de 2022, enquanto o Eurostat mede o “pulso” ao setor automóvel.

Fernando Medina é ouvido na AR

O ministro das Finanças, Fernando Medina, vai ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República, a propósito da discussão na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022). No documento divulgado, o Governo reviu em baixa o crescimento económico para 4,9% este ano, ainda assim e apesar do impacto da guerra, o PIB português deverá conseguir completar a retoma.

Arranca fase instrutória do caso BES/GES

Depois de ter sido adiado por duas vezes, arranca esta terça-feira a fase instrutória do processo BES/GES. Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso conta 30 arguidos (dois quais 23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes. Segundo a acusação do Ministério Público, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

Santander Portugal apresenta contas ao mercado

Esta terça-feira, o Santander Portugal vai apresentar os resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2022. É o primeiro grande banco em Portugal a apresentar contas do trimestre. O Santander Portugal fechou 2021 com lucros de 298,2 milhões de euros, o que representa uma subida de 1% em relação a 2020.

Fim do prazo para entrega de candidaturas aos estágios da administração pública

Esta terça-feira, termina ainda o prazo de candidaturas das entidades públicas ao programa de estágios da administração pública, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ao abrigo da reforma “Capacitação da AP – formação de trabalhadores e gestão do futuro” e que conta com uma dotação de 12,3 milhões de euros. Em causa está a abertura de 1.000 vagas para jovens licenciados, mas o número poderá ser maior, dado que esta nova edição vai acolher as vagas que sobraram da primeira edição. Esta segunda edição do programa arrancou a 8 de janeiro e estava previsto que terminasse a 21 de fevereiro, mas o prazo foi prorrogado.

Como evolui o setor automóvel na União Europeia?

O Eurostat divulga, esta terça-feira, as estatísticas relativas ao comércio de automóveis na União Europeia (UE) em 2021. Em 2020, a venda de automóveis na Europa recuou 23,7% para menos de dez milhões de veículos, penalizada pelas medidas tomadas para fazer face à pandemia, segundo os dados da associação de fabricantes europeus (ACEA). Portugal foi o terceiro mercado que mais sofreu.

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Novobanco vai tomar conta do fundo que ficou com os créditos de Vieira

Fundo que ficou com os créditos e ativos do grupo de Vieira não atinge objetivos e Novobanco vai assumir controlo da gestão que estava nas mãos da sociedade C2 Capital Partners, de Gaioso Ribeiro.

O Novobanco vai tomar conta do fundo que ficou a gerir os créditos e ativos do grupo económico de Luís Filipe Vieira, por não conseguir cumprir as metas previstas no acordo de reestruturação assinado com a sociedade gestora C2 Capital Partners, de Nuno Gaioso Ribeiro, segundo as informações recolhidas pelo ECO.

O banco detém quase 96% das unidades de participação deste fundo de investimento alternativo especializado (FIAE) Promoção e Turismo, criado em 2017 para gerir as dívidas e ativos da Promovalor. Os outros 4% pertencem ao antigo presidente do Benfica.

Há cinco anos, no âmbito do processo de reestruturação, foram transferidos créditos na ordem dos 134 milhões de euros do Novobanco para o FIAE (em troca de 96% das unidades de participação do fundo), tendo sido ainda reestruturados pelo banco financiamentos existentes de 85,8 milhões de euros. Por seu turno, foram integrados no fundo mais de duas dezenas ativos imobiliários localizados em Portugal, Espanha, Brasil e Moçambique, negócios serviriam para pagar as dívidas de Vieira.

Contactada pelo ECO, a instituição financeira não faz comentários. Já a sociedade gestora diz que não pode confirmar esta situação, “porque não tem nenhuma informação a esse respeito”. Salienta também “que sempre se dispôs perante os participantes a cessar esse mandato a qualquer momento, inclusivamente prescindido da compensação financeira” prevista no contrato.

Ainda assim, o ECO sabe que o Novobanco se prepara para retirar a gestão do FIAE à C2 Capital por incapacidade de valorização do património, mas só avançará se não perder as garantias adicionais e se obtiver autorização do Fundo de Resolução.

O contrato prevê que o não cumprimento de metas ou objetivos pode desencadear um conjunto de faculdades e direitos dos participantes do FIAE, incluindo o direito de substituição da sociedade gestora.

Este processo de reestruturação já tinha sido alvo de duras críticas por parte do Banco de Portugal, que considerou que o plano de negócios do FIAE se afigurava “ambicioso e pouco realista” e com “pouca aderência à realidade”, nomeadamente no que toca ao desenvolvimento de alguns projetos imobiliários – iam precisar de financiamento bancário, o que se avizinhava muito difícil, pois o Novobanco não ia aumentar a exposição ao devedor. Já o banco defendeu-se dizendo que era a solução que melhor protegia os seus interesses, aliás, como os próprios serviços do supervisor vieram a concluir, apesar das críticas.

Há um ano, falando na comissão de inquérito ao Novobanco, Gaioso Ribeiro já admitia dificuldades no cumprimento do plano de negócios do FIAE, o qual previa a devolução de 60 milhões de euros ao banco no final do quinto ano – ou seja, este ano.

“Têm existido dificuldades operacionais no fundo que podem comprometer, nesta conjuntura inesperada e no curto prazo, alguns objetivos previstos atingir ao fim de cinco anos”, reconhecia aos deputados em abril do ano passado, explicando que parte dos problemas se deveram a atrasos na integração dos ativos no fundo, a “litígios complexos” com credores históricos (nomeadamente com a construtora Odebrecht no Brasil), sendo que as dificuldades do fundo vieram a ser “muito agravadas” pela pandemia. “Provocou a interrupção da colocação comercial dos imóveis e da exploração hoteleira, o que impactou o plano de negócios, a libertação de caixa e a posição global de liquidez do fundo”, salientou.

Segundo Gaioso Ribeiro, o cumprimento da meta passaria pela venda do edifício de escritórios em Moçambique ou pela venda do hotel no Brasil. Sobre o edifício de escritórios em Maputo, o gestor dizia que ia ser preciso uma “sorte inesperada” para encontrar um comprador. Em relação ao hotel, localizado na Reserva do Paiva, encontra-se encerrado desde o início da crise pandémica, sendo que o fundo terminou o contrato de exploração com o grupo Sheraton e perspetiva-se agora a entrada do Vila Galé.

C2 Capital defende trabalho

Em declarações ao ECO, a C2 Capital defende o trabalho feito no fundo. “Na gestão do FIAE, a sociedade gestora fez mais do que lhe era exigível e do que lhe foi estabelecido pelos participantes”, considera a entidade, adiantando que, entre outros, apresentou propostas para o desenvolvimento de ativos, resolveu litígios e contingências que geraram poupanças de 15,7 milhões e financiou o próprio FIAE com capital próprio da sociedade, e isto sem receber comissão desde 2020.

Porém, “por razões a que a sociedade gestora é alheia, não foram concretizadas algumas das propostas e soluções apresentadas, por não terem sido aprovadas ou respondidas ou financiadas pelos participantes e financiadores”, acrescenta, lembrando que a criação do mecanismo de capital contingente em 2017 – posterior à constituição do fundo – veio “introduzir alterações relevantes nas circunstâncias”.

A C2 Capital refere ainda que, “sem prejuízo de não ter atingido as metas estabelecidas inicialmente no plano de negócios”, o “FIAE representou e representa para o Novobanco (como credor) uma alternativa muito mais favorável às existentes (pelo reforço de garantias e liquidez)”.

E ressalva que o balanço sobre a recuperação de capital só se pode fazer mais tarde, aquando da efetiva venda, desenvolvimento ou exploração dos ativos integrados no perímetro do FIAE.

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📹 Riqueza gerada pela agricultura em queda desde década de 80

Esta terça-feira celebra-se o dia da Produção Nacional e Portugal e, em 30 anos, o número explorações agrícolas caiu para mais de metade. As três principais culturas são olival, cereais e vinha.

Um ano marcado por uma das mais severas secas das últimas décadas e pela guerra da Ucrânia colocou os holofotes no setor agrícola nacional. O agravamento da inflação com o aumento exponencial dos preços da energia e de alguns produtos agrícolas reacendeu o debate da independência energética e alimentar.

A riqueza criada pela agricultura tem vindo a diminuir de ano para ano, desde a década de 80. Em 2021, o setor apenas gerou 3,5 mil milhões de euros, um reflexo da redução do número de explorações agrícolas, do número de trabalhadores e dos baixos salários.

Esta terça-feira celebra-se o dia da Produção Nacional e a Pordata compilou uma série de indicadores do INE sobre a agricultura em Portugal.

Veja o vídeo com alguns deles.

http://videos.sapo.pt/kk3svtH9R6eZmVlm4ZLz

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