Lisboa no verde com Galp Energia a subir 2%

A impulsionar o PSI está a Galp Energia que beneficia das subidas de cotações de petróleo nos mercados internacionais e após ter apresentado lucros acima pelo esperado pelos analistas.

A bolsa de Lisboa arranca a sessão desta terça-feira em terreno positivo, contrariando a tendência da generalidade das praças europeias. A impulsionar o PSI está a Galp Energia que beneficia das subidas de cotações de petróleo nos mercados internacionais e após ter apresentado lucros acima pelo esperado pelos analistas na segunda-feira.

Pela Europa, o Stoxx 600 arranca a sessão inalterado, enquanto o francês CAC-40 recua 0,21%, o espanhol IBEX–35 recua 0,3% e o alemão DAX cai 0,2%, depois de novos receios com o fornecimento de gás da Rússia. Em contrapartida, o britânico FTSE 100 avança 0,38%. Por cá, o PSI avança 0,30% para 6.020,55 pontos.

O desempenho do índice de referência nacional está a ser suportado, em parte, pelos ganhos da Galp Energia, cujos títulos avançam 2% para 10,22 euros, após ter comunicado na segunda-feira uma subida do lucro para 421 milhões de euros e do EBITDA para 2.114 milhões de euros. Ambos os indicadores saíram melhor do que o esperado pelo mercado, com impostos aquém do estimado e o bom desempenho da divisão comercial, de acordo com o CaixaBank/BPI. A petrólífera portuguesa está ainda a beneficiar das subidas de cotações de petróleo nos mercados internacionais.

No grupo EDP, a “casa mãe” soma 0,34% para 4,781 euros, enquanto a EDP Renováveis avança 0,29% para 24,15 euros. Ainda pelo setor energético, a GreenVolt valoriza 0,85% para 8,31 euros, ao passo a REN está inalterada a cotar nos 2,73 euros por ação.

Nota ainda para o BCP, que soma 0,41% para 14,62 cêntimos, no dia em que comunicou ao mercado que o Bank Millennium, com sede em Varsóvia, e no qual o banco liderado por Miguel Maya detém uma participação de 50,1%, terminou o primeiro semestre com um prejuízo de 56,6 milhões de euros.

Em contraciclo, e a evitar ganhos mais expressivos do PSI, está a Jerónimo Martins e a Nos. A retalhista dona do Pingo Doce recua 0,75% para 21,30 euros, enquanto a empresa de telecomunicações cede 0,16% para 3,766 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Antigo braço direito de Isabel dos Santos colabora com autoridades e avança novos detalhes

  • ECO
  • 26 Julho 2022

Mário Leite da Silva, gestor e antigo braço direito de Isabel dos Santos, partilha que empresária terá usado a própria empresa para reembolsar Sonangol pelo financiamento da participação na Galp.

Mário Leite da Silva, o antigo braço direito de Isabel dos Santos, anunciou querer colaborar com as autoridades angolanas nos processos onde a empresária é arguida, disse em carta dirigida ao Presidente João Lourenço antes da morte de José Eduardo dos Santos, noticia esta terça-feira o Observador (acesso pago).

Segundo a carta de 51 páginas de Mário Leite da Silva, Isabel dos Santos terá utilizado a sua empresa, Exem Energia Investimentos, como meio de reembolsar a Sonangol pelo acordo de financiamento realizado com o marido da empresária, para adquirir uma participação na Galp. Isabel dos Santos, também líder da Sonangol, terá autorizado a transação de 72 milhões de euros, sendo que o seu marido, Sindika Dokolo, terá registado um ganho de 12 milhões de euros.

O gestor partilha também que Manuel Vicente, ex-líder da Sonangol, se encontra sob proteção das autoridades angolanas e acusa o Presidente João Lourenço, e o Procurador-Geral de Angola, de ocultarem acordos entre a Sonangol e Isabel dos Santos das autoridades holandesas. Mário Leite da Silva também é arguido, ao lado de Isabel dos Santos, em diversos processos em Portugal e Angola, mas o gestor procura agora separar a sua “situação jurídica” face à da empresária.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Petróleo avança mais de 1% com preocupações com a oferta

Matéria-prima sobe pelo segundo dia consecutivo, na sequência das crescentes preocupações sobre uma redução na oferta.

Os preços do petróleo nos mercados internacionais sobem pelo segundo dia consecutivo, na sequência das crescentes preocupações sobre uma redução na oferta, após a Rússia, um importante fornecedor de petróleo e gás natural para a região, ter comunicado que parou de funcionar mais uma turbina no gasoduto Nord Stream 1.

Pelas 7h37 de Lisboa, o brent, que serve de referência às importações nacionais avança 1,61% para 106,84 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, valoriza 1,55% para 98,21 dólares.

Na segunda-feira, a empresa estatal russa Gazprom informou que parou de funcionar mais uma turbina no gasoduto Nord Stream 1, um gasoduto que liga a Rússia à Alemanha e que tem estado debaixo de holofotes pela diminuição dos fluxos para o Velho Continente, que têm colocado preocupações do ponto de vista da segurança energética.

O corte na oferta de energia proveniente da Rússia deixará os países incapazes de cumprir suas metas de reabastecer o armazenamento de gás natural antes do período de maior procura do inverno. A Alemanha, maior economia mundial, estará já a preparar um plano de emergência que inclui um racionamento de energia para o setor da indústria tendo em vista conseguir manter os seus cidadãos aquecidos durante os meses de inverno.

Nesse contexto, esta situação poderá levar os utilizadores a trocar o gás por derivados de petróleo, principalmente o diesel. Mas isso também traz riscos, já que a Rússia fornece a maior parte do diesel da região e os preços deverão aumentar. “Os preços mais altos do gás, desencadeados pelo aperto do gás na Rússia, podem levar a uma mudança adicional do gás para o crude e conduzir a um aumento dos preços do petróleo”, aponta Hiroyuki Kikukawa, analista da Nissan Securities, citado pela Reuters.

Além disso, esta semana espera-se que Reserva Federal norte-americana (Fed) volte a subir as taxas de juro, para combater a escalada da inflação, o que coloca uma pressão adicional sobre a procura de petróleo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Professores, TAP e Isabel dos Santos

  • ECO
  • 26 Julho 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo português tem dois meses para aumentar os salários dos professores a contrato, na sequência de uma queixa de Bruxelas no Tribunal de Justiça da União Europeia. As perdas acumuladas da TAP no Brasil, durante os seus 13 anos de operação, ascendem aos 593 milhões. O cumprimento das metas climáticas do Acordo de Paris pode levar a um corte de até 1,7% no Produto Interno Bruto português. Antigo braço de Isabel dos Santos colabora com as autoridades angolanas e revela como a empresária financiou participação na Galp.

Governo forçado a aumentar professores

A Comissão Europeia deu dois meses ao Governo português para aumentar os salários dos professores a contrato. Caso contrário, Bruxelas irá avançar com uma queixa no Tribunal de Justiça da União Europeia. Em causa está o facto de os docentes contratados ganharem sempre o mesmo valor, independentemente do número de anos de serviço, sendo que a Comissão Europeia abriu um procedimento contra Portugal em novembro do ano passado, alegando que discriminação dos professores contratados viola a legislação comunitária.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Negócio de manutenção no Brasil da TAP perdeu quase 600 milhões em 13 anos

O negócio de manutenção e engenharia da TAP no Brasil (TAP ME, antiga VEM) encerrou no final de maio. Durante os 13 anos em que a transportadora aérea portuguesa deteve a totalidade do capital da ex-VEM, as perdas acumuladas ascendem aos 593 milhões, segundo os dados fornecidos por Sérgio Palma Brito, no livro TAP – que futuro?, e relatórios recentes da companhia aérea.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

PIB pode encolher até 1,7% com aumento da taxa de carbono

Aumentar a taxa de imposto sobre o carbono para mais de 30%, tendo em vista atingir as metas climáticas do Acordo de Paris, pode provocar um corte de até 1,7% no Produto Interno Bruto (PIB) português, segundo um estudo divulgado pelo Banco de Portugal. A instituição liderada por Mário Centeno alerta para a necessidade de aumentar este imposto, apesar dos “impactos negativos” na economia e dos “efeitos muito assimétricos” no bem-estar dos trabalhadores.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Antigo braço direto de Isabel dos Santos colabora com as autoridades e avança novos detalhes

Mário Leite da Silva, o ex-braço-direito de Isabel dos Santos, anunciou querer colaborar com as autoridades angolanas nos processos onde a empresária é arguida, disse em carta enviada ao Presidente João Lourenço antes da morte de José Eduardo dos Santos. Segundo a carta de 51 páginas de Leite da Silva, Isabel dos Santos terá utilizado a sua empresa, Exem Energia Investimentos, como meio de reembolsar a Sonangol, que financiou com o marido da empresária uma participação na Galp. Isabel dos Santos, também líder da Sonangol, terá autorizado a transação de 72 milhões de euros, e o seu marido, Sindika Dokolo, terá registado um ganho de 12 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

Mercado negro de tabaco cresce na internet

Nos últimos cinco anos a GNR apreendeu perto de 40 milhões de euros em folha de tabaco e cigarros ilegais, ou o equivalente a mais de 200 toneladas de tabaco. Agora, as autoridades viram-se para o meio virtual e estão a monitorizar a internet para apanhar os vendedores. O mercado negro de tabaco lesa o Estado em mais de cem milhões de euros diariamente, e prolifera através das redes sociais podendo mesmo haver uma entrega direta em casa. Os vendedores adquirem grandes quantidades de tabaco em Espanha que chega a Portugal através de várias rotas. Nos últimos cinco anos foram registados 150 indivíduos ligados ao contrabando, sendo 2019 o ano com maior número de detidos (54).

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Provisões levam banco do BCP na Polónia para prejuízos de 56 milhões no primeiro semestre

Avultadas provisões registadas com carteira de crédito em moeda estrangeira atiraram resultados do Bank Millennium para prejuízos de 56,6 milhões de euros. Banco antecipa prejuízos para 3.º trimestre.

O Bank Millennium, com sede em Varsóvia, e no qual o BCP detém uma participação de 50,1%, terminou o primeiro semestre com um prejuízo de 56,6 milhões de euros (-262,6 milhões de zlótis), informou esta terça-feira a instituição bancária, num comunicado enviado à CMVM. Um resultado em grande medida explicado pelas provisões para riscos legais relacionados com a carteira de créditos hipotecários denominada em moeda estrangeira, muito em particular com os créditos em francos suíços. Mas o banco antecipa já novos prejuízos no terceiro trimestre devido ao reconhecimento upfront dos custos com moratórias de crédito, que implicará que os rácios de capital se fixem temporariamente abaixo dos requisitos mínimos, uma hipótese que levou o banco a lançar um plano de recuperação.

“O resultado líquido do primeiro semestre de 2022 foi substancialmente influenciado por provisões para riscos legais relacionados com a carteira de créditos hipotecários denominada em moeda estrangeira, que totalizou 1.014,6 milhões de zlótis (218,8 milhões de euros), dos quais 918,6 milhões de zlótis (198,1 milhões de euros) atribuíveis a créditos hipotecários em francos suíços originados pelo Bank Millennium e 96 milhões de zlótis (20,7 milhões de euros) relativos à carteira de créditos hipotecários em francos suíços do Euro Bank”, pode ler-se no comunicado enviado ao mercado.

“As provisões acumuladas para risco de litigância sobre créditos hipotecários em francos suíços no final do primeiro semestre de 2022 representavam 36,3% da carteira de crédito hipotecário denominada em moeda estrangeira, originada pelo Bank Millennium”, acrescenta a mesma nota.

Sem provisões o banco tinha lucros

No entanto, se não fossem as provisões e as contribuições para o Fundo de Resolução os resultados teriam positivos, ou seja, a unidade polaco do BCP teria tido um lucro de 243,2 milhões de euros.

“Excluindo itens extraordinários relacionados com créditos hipotecários denominados em moeda estrangeira, ou seja, provisões para risco legal, custos com acordos extrajudiciais com clientes e outros custos legais associados aos créditos hipotecários em francos suíços, e com distribuição linear da contribuição para o fundo de resolução do BFG (sem impacto líquido da contribuição do IPS), o lucro líquido no primeiro semestre 2022 teria sido de 1.127,8 milhões de zlótis (243,2 milhões de euros), representando um aumento em base comparável de 106,2%”, precisa o comunicado.

Neste período, o banco apresentou um bom desempenho operacional. O produto bancário total aumentou 39,5% em termos homólogos, a margem financeira aumentou 67,6% face ao primeiro semestre de 2021, refletindo o aumento das taxas de juros ocorrido desde outubro de 2021 e as comissões líquidas cresceram 3,1% também em termos homólogos. No entanto, os custos operacionais (sem BFG/IPS) aumentaram 9,4%.

O banco revela um crescimento de 4% do crédito a retalho, em termos homólogos (12%, em termos homólogos, excluindo créditos concedidos em moeda estrangeira), com uma nova produção trimestral de créditos hipotecários, 2,2 mil milhões de zlótis (0,5 mil milhões de euros) no segundo trimestre de 2022, um aumento de 12%, em termos homólogos. “Em junho de 2022, a quota de mercado de nova produção de crédito à habitação situou-se 13,5% e em 9,8% na nova produção de cash loans“, diz o banco.

No caso das empresas, houve um aumento de 5% do crédito, em termos homólogos, registando-se um crescimento de 24% dos depósitos, em termos homólogos e um crescimento homólogo de 8% do volume de negócio de leasing.

Bank Millennium antecipa prejuízos para o terceiro trimestre

O banco polaco do BCP antecipa que vai voltar a ter prejuízos no terceiro trimestre, não pelo impacto das provisões que há muito penalizam os seus resultados, mas devido à contribuição adicional do setor bancário para o Fundo de Apoio aos Mutuários (FWK) — de 1,4 mil milhões de zlótis — e ao impacto das moratórias de crédito.

A Polónia criou uma Lei a 7 de julho com um conjunto de medidas destinadas a apoiar os mutuários de créditos hipotecários denominados em zlótis, nomeadamente a possibilidade de suspender até oito prestações mensais (duas prestações no terceiro trimestre e outras duas no quarto trimestre e uma em cada trimestre de 2023. Em causa está apenas um crédito à habitação por família, para créditos concedidos antes de 1 de julho de 2022.

O Bank Millennium antecipa que o custo máximo das moratórias de crédito será de 1,8 mil milhões de zlótis ao nível do grupo, caso 100%
dos mutuários elegíveis usem esta opção e que o custo upfront das moratórias a registar no terceiro trimestre, “com base numa taxa de participação esperada entre 75% a 90%, acima da média de mercado (66%) anunciada até o momento”, tenha impacto negativo nos próximos resultados trimestrais. “Espera-se que o reconhecimento upfront dos custos com moratórias de crédito resulte num resultado líquido negativo no terceiro trimestre“, lê-se no comunicado.

Por outro lado, a instituição também antecipa uma redução em cerca de 300 p.b. dos rácios de capital, admitindo que “o maior défice” será ao nível do rácio T1, que no grupo “poderá reduzir-se em 118-174 p.b., situando-se abaixo dos atuais requisitos mínimos estabelecidos pela Autoridade de Supervisão Financeira Polaca (‘PFSA’)”.

Ora, o risco de incumprimento dos rácios de capital levou o banco a lançar um plano de recuperação, que foi aprovado pelo regulador em fevereiro. “Cada banco deve ter um plano de recuperação pronto e atualizado pelo menos uma vez por ano junto da PFSA”, explica o comunicado ao mercado, sendo que durante o processo de recuperação, o BCP não paga o imposto especial sobre o setor bancário, que supera os 80 milhões de zlótis por trimestre.

O banco revela que “pretende aumentar confortavelmente os rácios de capital acima dos níveis mínimos exigidos através de uma combinação de melhoria da rendibilidade operacional e iniciativas de otimização de capital, como a gestão de ativos ponderados pelo risco (incluindo securitizações)”.

(Artigo atualizado com mais informações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

Conselho da União Europeia discute risco de corte no abastecimento de gás pela Rússia. Fed reúne para decidir subida das taxas de juro. INE publica dados económicos.

Os ministros europeus que tutelam a Energia vão discutir o risco de corte no gás russo, bem como a controversa proposta da Comissão Europeia para reduzir o consumo de gás em 15% até 2023. Do outro lado do Atlântico, os responsáveis pela política monetária americana vão debater um novo aumento das taxas de juro — que, todavia, só será anunciado amanhã.

UE debate corte do gás russo

Os ministros que tutelam a pasta da Energia na UE vão reunir esta terça-feira para discutir a “segurança no abastecimento energético” da região. Neste Conselho extraordinário, espera-se que os governantes debatam medidas para garantir reservas de gás natural para o inverno, numa altura em que paira a ameaça de corte do fornecimento por parte da Rússia. Será também neste encontro que os ministros irão discutir a proposta da Comissão Europeia para que os países reduzam o consumo de gás em 15% entre agosto de 2022 e março de 2023, uma sugestão que está a gerar controvérsia. Portugal é um dos países que estão contra a medida.

Fed discute nova subida dos juros

A Reserva Federal dos EUA inicia hoje uma reunião de dois dias para discutir uma nova subida das taxas de juro. Será a quarta vez que o banco central aperta a política monetária este ano. A Fed espera que o aumento dos juros contribua para o controlo da inflação, que atingiu 9,1% em junho, um novo máximo desde novembro 1981. Os economistas estão a antecipar que Jerome Powell, presidente, anuncie uma subida de 75 pontos base na quarta-feira, numa altura em que a economia já dá sinais de abrandamento.

Como evoluiu o défice?

A Direção-Geral do Orçamento (DGO) vai divulgar a síntese de execução orçamental até junho. Na análise mais recente, o organismo revelou que o défice orçamental em contabilidade pública encolheu para 411 milhões de euros até maio, uma redução superior a 92% face aos 5.183 milhões observados no mesmo período de 2021. A melhoria, no segundo mês de Fernando Medina como ministro das Finanças, deveu-se ao efeito comparativo, dado que, no ano passado, a atividade económica estava “fortemente afetada por um confinamento geral”.

BCP apresenta resultados na Polónia

O Bank Millennium, banco polaco do BCP, apresenta hoje os resultados do primeiro semestre. Entre janeiro e março, tinha registado prejuízos equivalentes a 26,4 milhões de euros, resultado “substancialmente influenciado por provisões” relacionadas com o caso que ficou conhecido por “Francowicze”. O Bank Millennium tem vindo a penalizar sucessivamente os resultados do BCP. Em junho deste ano, foi divulgado que o banco teve de contribuir com 55 milhões para o fundo de resolução polaco e que a nova lei das moratórias obrigou a instituição a assumir custos de até 370 milhões. Face a este cenário, o Bank Millennium avisou os investidores de que deverá apresentar prejuízos no terceiro trimestre.

INE publica dados económicos

O Instituto Nacional de Estatística (INE) prevê publicar esta terça-feira dois conjuntos de dados com relevância económica. Entre eles está uma análise aos custos de contexto das empresas referente a 2021, que correspondem “a efeitos negativos decorrentes de regras, procedimentos, ações e/ou omissões que prejudicam a atividade das empresas e que não são imputáveis ao investidor, ao seu negócio ou à sua organização”. Além disso, o INE publica as estatísticas do rendimento ao nível local referentes a 2020, que lançará luz sobre a evolução das finanças pessoais dos portugueses.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Faltam ainda 132 anos para existir igualdade de género

Entre os 146 países abrangidos pelo índice, Portugal está no 29.º lugar do "Global Gender Gap Index Ranking", com um score de 0,766. O valor representa uma ligeira queda relativamente ao ano passado.

Serão precisos mais 132 anos para eliminar definitivamente a desigualdade entre géneros. Significa isto que, muito provavelmente, só em 2154 haverá, finalmente, paridade entre homens e mulheres. Os seus filhos ainda não vão assistir a este marco, nem talvez os seus netos… O número representa, contudo, uma ligeira melhoria de quatro anos face à estimativa apresentada em 2021, que apontava para um caminho a percorrer de 136 anos até à paridade, revela o mais recente “Global Gender Gap Report”, do World Economic Forum (WEF).

No estudo, que abrange 156 países, Portugal surge no 29.º lugar do ranking, imediatamente antes dos Barbados e depois da Holanda. Numa escala de zero a um que avalia a paridade de género em cada país, Portugal obteve uma pontuação de 0,766. A Islândia tem, novamente, o primeiro lugar da lista, com pontuação de 0,908, e o Afeganistão volta a figurar em último, com 0,435.

“Em 2022, no meio de crises multifacetadas e agravantes incluindo o aumento do custo de vida, a pandemia em curso, a emergência climática e os conflitos e deslocamentos em grande escala, o progresso no sentido da paridade de género está a estagnar”, começa por explicar Saadia Zahidi, managing director do World Economic Forum.

“À medida que os líderes lidam com uma série crescente de choques económicos e políticos, o risco de inversão está a intensificar-se. Não só milhões de mulheres e raparigas estão atualmente a perder o acesso a oportunidades, como esta paragem no progresso para a paridade é uma catástrofe para o futuro das nossas economias, sociedades e comunidades. Acelerar a paridade deve ser uma parte central da agenda pública e privada”, continua, citada no próprio relatório do WEF.

Embora nas últimas décadas, mais mulheres tenham arranjado trabalhos remunerados e estejam, cada vez, mais em posições de liderança, a trajetória foi interrompida de rompão com a pandemia da Covid-19. E as feridas teimam em não desaparecer. “Mulheres e raparigas em todo o mundo correm o risco de ficar com cicatrizes permanentes no que toca ao mercado de trabalho”, alerta Saadia Zahidi.

Não só milhões de mulheres e raparigas estão atualmente a perder o acesso a oportunidades, como esta paragem no progresso para a paridade é uma catástrofe para o futuro das nossas economias, sociedades e comunidades. Acelerar a paridade deve ser uma parte central da agenda pública e privada.

Saadia Zahidi

Managing director do World Economic Forum

Durante a pandemia, as carreiras das mulheres — e também dos jovens — foram as mais vulneráveis. As indústrias dos serviços onde, tipicamente, há uma maior fatia de mulheres empregadas, como o retalho e a hospitalidade, sofreram as consequências dos bloqueios nacionais. Muitas mulheres suportaram o duplo fardo da vida profissional e da prestação de cuidados a familiares, em casa, tendo sido mesmo obrigadas, em alguns casos, a fazerem uma pausa nas suas carreiras.

“Não houve empregadores suficientes que conseguissem encontrar um meio-termo e oferecessem a flexibilidade de que estas profissionais necessitavam”, aponta o WEF.

Os dados apresentados no relatório de 2022 mostram também que existe um acentuado desequilíbrio de género ao nível dos papéis de liderança em quase todos os países e indústrias. As mulheres estão sub-representadas nos cargos de maior visibilidade e responsabilidade dentro das organizações, detendo menos de um terço dos cargos de liderança a nível mundial.

Portugal na 29.ª posição, entre 146 países

Entre os 146 países abrangidos pelo índice de 2022, Portugal situa-se na 29.ª posição do “Global Gender Gap Index Ranking”, com uma pontuação de 0,766, numa escala de zero a um. Comparativamente ao ranking do ano anterior, a pontuação nacional viu uma ligeira queda na pontuação, de 0,009 pontos, e uma mais acentuada no ranking, descendo sete patamares.

Portugal apresentou os seus melhores valores na área do sucesso escolar, com 0,990, e da saúde e sobrevivência com 0,973. No que respeita à participação e oportunidade económica, o sucesso é menor, tendo obtido 0,737. Mas o pior resultado foi ao nível do empoderamento político, em que apresentou uma pontuação de 0,364. Também a nível global, os piores resultados têm ocorrido, sobretudo, na área política.

No relatório, a Europa permanece, ainda assim, a região com melhor desempenho. Os lugares do pódio pertencem às economias nórdicas. Islândia (0,908), Finlândia (0,860) e Noruega (0,845) ocupam, respetivamente, os primeiros lugares do ranking em matéria de paridade de género.

No top 10, embora haja maioritariamente países europeus, está também presente a Nova Zelândia, o Ruanda, o Nicarágua e a Namíbia.

Olhando para a ponta oposta da lista, o Afeganistão, o Paquistão e a República Democrática do Congo são os países menos evoluídos no que diz respeito à igualdade de género, com scores de 0,435, 0,564 e 0,575, respetivamente.

Importa ainda salientar que, entre os países europeus, a Grécia é aquele que encerra a lista, ficando em 100.º lugar e pontuando 0,689. A partir daqui não surge no ranking mais nenhum país da Europa.

Vanuautu, no sul do Oceano Pacífico, foi o território que deu o maior pulo relativamente ao ano passado (tendo aumentado 0,045 pontos), ocupando agora a 111.ª posição. No sentido inverso, Benin, na África Ocidental, caiu 0,041 pontos, ficando na 138.ª posição.

“Será necessária uma ação coletiva, coordenada e abrangente para criar melhorias sustentadas e travar os riscos de reviravoltas. Como base para a ação, um acompanhamento estreito e constante do fosso entre géneros é um primeiro passo crítico. Os resultados do ‘Global Gender Gap Report’ deste ano servem como instrumento para os líderes identificarem áreas de ação individual e de recolha”, alerta a managing director do WEF.

“O aumento das disparidades de género relacionadas com o trabalho aumenta a necessidade de proteção social e dos trabalhadores, oportunidades de requalificação e reintegração, infraestruturas de cuidados reforçadas, reforço da liderança feminina em indústrias onde as mulheres estão sub-representadas e uma abordagem mais proativa para preparar o terreno para a paridade de género nas indústrias em crescimento do futuro.”

Este relatório vem juntar-se a outros que confirmam as dificuldades acrescidas que a pandemia trouxe às mulheres, e que demonstram, por exemplo, a desigualdade ao nível de rendimentos, cargos de liderança ou partilha das tarefas.

Consulte na íntegra o relatório de 2022 do WEF aqui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugueses precisam do equivalente a 11,4 anos de salários para comprar uma casa

Entre o final de 2019 e o final de 2021, a evolução média dos preços da habitação na OCDE foi de 13%. Preços das casas estão mais altos do que estariam se a Covid não tivesse existido.

Entre o final de 2019 e o final de 2021, a evolução média dos preços da habitação na OCDE foi de 13%, de acordo com um estudo daquela organização. Os preços têm disparado nos últimos anos, mas os rendimentos das famílias não têm acompanhado essa evolução. Os portugueses precisam do equivalente a 11,4 anos de salários para conseguir comprar uma casa com 100 metros quadrados. Estudo mostra ainda que preços estão atualmente mais altos do que provavelmente estariam se a Covid não tivesse existido.

Os preços das casas tiveram um “rápido crescimento” durante a pandemia, tendo aumentado, em média, 13% nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) entre o final de 2019 e o final de 2021. O estudo “Tributação da habitação nos países da OCDE” indica que o preço da habitação e o rendimento líquido das famílias avançaram a velocidades diferentes nas últimas décadas.

E isso trouxe consequências. O rendimento total que uma família deve alocar para comprar uma casa aumentou exponencialmente. Analisando as 31 principais economias da OCDE, observa-se que, em 2020, em Portugal, um agregado familiar precisava do equivalente a 11,4 anos de salários para comprar uma casa de 100 metros quadrados, praticamente o mesmo do que precisava em 2000 (11,3 anos).

Número de anos precisos para o rendimento médio acumulado do agregado familiar ser igual ao preço médio de uma habitação de 100m2 | Fonte: OCDE

Portugal aparece, assim, acima do meio da tabela, à frente de países como os Estados Unidos (onde as famílias precisam do equivalente a 4,1 anos de salários), Noruega (7,8 anos), Reino Unido (11 anos) ou Suécia (11,2 anos). Atrás de Portugal, com um esforço ainda maior, aparecem países como a Suíça (12,6 anos), França (12,8 anos), Luxemburgo (15,8 anos) ou Nova Zelândia (18,7 anos).

“A diminuição da acessibilidade à habitação levou a desafios económicos e sociais que afetam desproporcionalmente as famílias mais pobres e os jovens”, afirma a OCDE. Os preços das casas e as rendas “subiram mais rapidamente do que a inflação e os rendimentos nas últimas décadas e, embora a redução das taxas de juro tenha reduzido os custos das hipotecas, amorteceu apenas parcialmente o impacto dos preços mais altos das casas“, lê-se.

A organização afirma que o peso médio das despesas relacionadas com a habitação nas despesas gerais das famílias aumentou em toda a OCDE entre 2005 e 2015. E isto acaba por ter um maior impacto nas famílias de baixos rendimentos e mais jovens. “O aumento dos preços das casas contribui para uma crescente divisão económica entre as famílias” que são proprietárias de uma casa e aquelas que não são.

Preços das casas estão mais altos do que estariam se a Covid não tivesse existido

Os preços das casas assistiram a um “aumento sustentado e significativo ao longo do século passado, com um crescimento particularmente forte desde meados da década de 1990“, afirma a OCDE, no mesmo estudo.

Entre 1921 e 2021, “embora tenha havido algumas flutuações”, houve um “crescimento forte e contínuo dos preços reais da habitação, com o índice a aumentar seis vezes ao longo do século passado“. A partir de meados da década de 90, “houve uma aceleração significativa no crescimento dos preços da habitação (…), apenas brevemente interrompida por um declínio temporário dos preços da habitação após a crise financeira global”.

Índice de preços das casas – média de 14 países. 1921-2021 | Fonte: OCDE

Em 2020, a pandemia fez disparar ainda mais os preços das casas, diz a OCDE – 11 países viram crescimentos acima dos 15%, enquanto seis países tiveram aumentos inferiores a 5%. “O crescimento dos preços das casas ficou acima da tendência pré-pandemia em quase todos os países, o que indica que os preços estão agora mais altos do que provavelmente estariam se a pandemia não tivesse ocorrido“, lê-se no estudo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal de Contas deteta pagamentos indevidos no programa Escola Digital

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Julho 2022

Um relatório do Tribunal de Contas sobre o programa Escola Digital revelou atrasos na entrega dos 100 mil computadores previstos e pagamentos indevidos às operadoras por serviços móveis não ativados.

Os prazos e os pagamentos pela aquisição de 100 mil computadores portáteis, hotspots e serviços de conectividade na pandemia, no âmbito do programa Escola Digital, decorreram em desconformidade com o que foi contratualizado. A conclusão é do Tribunal de Contas (TdC), que, no relatório sobre a Fase Zero da aquisição de computadores e conectividade para alunos com Ação Social Escolar (ASE), indica que dos nove milhões de euros com IVA (ou 7,4 milhões sem IVA) previstos para a rede móvel, o anterior Governo pagou apenas 6,6 milhões com IVA. Ao mesmo tempo, há equipamentos que ainda permanecem por entregar aos alunos, apesar de terem sido faturados e pagos.

Para a aquisição dos equipamentos, a Secretaria-Geral da Educação e Ciência (SGEC) celebrou, em 2020, três contratos para os computadores, por 24,4 milhões de euros, e outros três para a conectividade, por 7,4 milhões, num montante total de 31,8 milhões (sem IVA), financiado a 100% por fundos europeus. Contudo, em 2021 (com efeitos a 2020), foi permitido o financiamento por dotações do Orçamento do Estado, no valor de 318 mil euros, porque a distribuição dos equipamentos, inicialmente prevista para alunos com ASE do ensino básico e secundário de escolas públicas, incluiu também alunos com ASE de escolas de ensino particular e cooperativo, com contrato de associação.

Embora constate que o âmbito dos equipamentos foi alargado, o TdC considera errado que os estabelecimentos de ensino particular e cooperativo não tenham sido considerados nos contratos, visto que “a distribuição de computadores deveria incluir todos os alunos com ASE”. Além disso, o tribunal sublinha que “quaisquer alterações contratuais não podem revestir forma menos solene que a do contrato celebrado, pelo que se deveria ter procedido à outorga das respetivas adendas, o que não sucedeu”.

Ao mesmo tempo, os computadores distribuídos a esses estabelecimentos foram suportados pelas dotações do Orçamento do Estado, mas “apresentavam, indevidamente, a identificação de cofinanciamento por fundos europeus”. A SGEC esclareceu, a este respeito, que à data da entrega dos equipamentos “ainda se considerava possível financiamento pelo POCH (Programa Operacional do Capital Humano, inserido no Portugal 2020), motivo pelo qual continham a referência ao cofinanciamento por fundos comunitários”. O TdC apela, nesse sentido, à regularização da situação.

O relatório do TdC aponta também que não foram cumpridos os prazos contratualmente previstos para a distribuição dos equipamentos. A entrega às escolas dos computadores portáteis, hotspots e cartões SIM estava estipulada para ocorrer entre 10 de setembro e 15 de outubro de 2020, mas decorreu apenas em finais de novembro e dezembro de 2020 e ainda em janeiro de 2021, havendo computadores por entregar aos alunos, seja por ainda não terem procedido ao levantamento, ou não o fizeram com celeridade; pela existência de muitas recusas, justificadas com a má qualidade dos equipamentos, receios de perda ou quebra e morosidade e elevados custos de reparação.

Quanto aos contratos de conectividade, além do atraso nos prazos de entrega, o relatório revela que os pagamentos, no total de 6,6 milhões de euros com IVA, ficaram aquém do contratualmente previsto de 9 milhões com IVA (7,4 milhões sem IVA). O contratualizado era que as prestações eram devidas desde a data da ativação até 31 de agosto de 2021; porém, o TdC constatou que “foi paga a prestação de serviços de conectividade de equipamentos entregues às escolas, mas não aos alunos e, portanto, sem qualquer ativação”.

Em dois dos três contratos, o montante faturado acabou por ser superior às obrigações contratuais num valor estimado de 1,3 milhões de euros (com IVA), uma desconformidade que, segundo o tribunal, “é crítica para determinação de eventuais pagamentos indevidos”.

"Impõe-se concluir o processo de reverificação e validação do cumprimento das obrigações contratuais por parte dos adjudicatários e das faturas emitidas, que a SGEC refere já estar a levar a cabo, com vista a determinar o montante dos pagamentos indevidos (estimados em cerca de 1,3 milhões de euros) e das verbas a repor, para subsequente notificação às operadoras.”

Tribunal de Contas

A auditoria relata ainda deficiências e insuficiências no sistema de acompanhamento e controlo dos equipamentos, nomeadamente na plataforma “Escola Digital – registo dos equipamentos”. Entre elas, destacam-se bloqueios frequentes que dificultaram o registo célere da informação – mas que, segundo a SGEC, “foram resolvidos de forma expedita e célere”; dificuldades nas opções de escolha do equipamento a afetar, devido à quantidade de informação, o que conduziu a erros no registo e inconsistência dos dados; limitações nos registos por só existir uma password de acesso; e falta de registo do histórico dos equipamentos – que a SGEC justifica com o facto de a plataforma ter sido criada em setembro de 2020 e ter sido aperfeiçoada desde então, com o registo histórico a ser iniciado em julho de 2021, não abrangendo todas as situações.

Por fim, o tribunal recomenda à SGEC que “prossiga o apuramento de desconformidades entre os montantes faturados e pagos no âmbito dos contratos de aquisição de hotspots e serviços de conectividade e os montantes devidos à luz das correspondentes obrigações contratuais” e “adote as medidas necessárias para suprir as deficiências e insuficiências identificadas na auditoria e melhorar os sistemas de acompanhamento, gestão e controlo dos equipamentos”.

Com um financiamento de 400 milhões de euros, o programa Escola Digital foi uma das bandeiras do anterior Governo, sob a alçada do ex-ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues, e foi planeado ainda antes de a pandemia de Covid-19 ter evidenciado as fragilidades existentes em termos de acesso a ferramentas digitais por parte dos alunos que no final do ano letivo de 2019/2020 tiveram de recorrer às aulas à distância.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amazon sobe em 25% preço da assinatura em Portugal por causa da inflação

Assinatura da Amazon vai ficar mais cara em Portugal, pouco mais de um ano depois de o serviço chegar ao país. Mensalidade sobe um euro e anuidade aproxima-se dos 50 euros a partir de 15 de setembro.

A Amazon vai subir os preços do serviço Prime em Portugal, uma assinatura que dá acesso a ofertas exclusivas, a envios rápidos e mais acessíveis e à plataforma de streaming da empresa, o Prime Video. O aumento está relacionado com a subida da inflação e dos custos no mercado português.

“Como consequência do aumento da inflação e dos custos específicos do serviço Prime em Portugal, que continuam a aumentar, vamos atualizar o preço do Prime em um euro por mês, de 3,99 para 4,99 euros, e a subscrição anual de 36 para 49,90 euros”, disse ao ECO fonte oficial da Amazon. A mensalidade sofrerá assim um agravamento de 25%.

O Amazon Prime chegou formalmente a Portugal em maio de 2021, apesar de alguns clientes no país já assinarem o serviço através da Amazon Espanha. O lançamento coincidiu com um período em que a tecnológica norte-americana pôs em marcha uma estratégia específica para o mercado português, com a tradução para português europeu da loja espanhola e a criação de uma área especial para marcas nacionais.

Vamos atualizar o preço do Prime em um euro por mês, de 3,99 para 4,99 euros, e a subscrição anual de 36 para 49,90 euros.

Fonte oficial da Amazon

Cerca de 15 meses depois, a conjuntura económica é diferente, por causa dos efeitos da invasão da Rússia à Ucrânia. No mês passado, a taxa de inflação em Portugal acelerou para 8,7%, a mais elevada desde 1992, à boleia da subida dos preços da energia e dos alimentos. Uma subida que é transversal à generalidade dos países ocidentais.

Assim, com base neste cenário, a Amazon vai subir os preços do Prime “a partir de 15 de setembro de 2022”. Os clientes vão sentir o efeito da subida “a partir da data de renovação mensal ou anual” — ou seja, um cliente cuja assinatura renove no dia 14 de cada mês só deverá sentir o aumento em 14 de outubro, por exemplo.

“Os clientes podem consultar os detalhes da sua próxima data de renovação, mudar para um plano anual (com uma poupança mínima de nove euros ao ano em relação ao pagamento mensal) ou cancelar a sua adesão” na página do Amazon Prime, indica a empresa.

Assinatura do Amazon Prime em Portugal fica mais cara em setembroPixabay

Esta subida de preços por parte da Amazon não será exclusiva do mercado português. Questionada pelo ECO, fonte oficial da empresa diz que “esta mudança de preços aplica-se ao Reino Unido, França, Itália, Espanha e Alemanha e às extensões locais, incluindo Portugal, Irlanda, Bélgica e Áustria”. “Não temos mais nenhum país a anunciar neste momento”, conclui.

O ECO perguntou também quantos clientes portugueses é que a empresa já tem no serviço Prime em Portugal. No entanto, fonte oficial disse não divulgar “dados relativos a subscritores” a “nível local”.

O serviço Prime permite envios rápidos e gratuitos através de uma mensalidade ou anuidade, sendo adequado para clientes que façam habitualmente compras na loja online da companhia. Permite ainda o acesso a uma plataforma de streaming de filmes e séries, o Prime Video, que é um dos principais concorrentes da Netflix.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street misto à espera da reunião da Fed

Investidores preparam-se para um aumento dos juros na próxima reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que vai acontecer esta semana. 

As ações dos Estados Unidos encerraram sem uma tendência definida esta segunda-feira e praticamente inalteradas, com os investidores a preparem-se para um aumento esperado dos juros na próxima reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que vai acontecer esta semana.

O índice de referência financeiro, S&P 500, encerrou a somar 0,13% para 3.966,84 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que valorizou 0,28% para 31.990,04 pontos. A contrariar esta tendência esteve o tecnológico Nasdaq ao recuar 0,43% para 11.782,67 pontos.

“Atualmente, estamos apenas num padrão de espera, à espera que todos esses desenvolvimentos aconteçam”, diz Michael O’Rourke, estrategista-chefe de mercado da Jones Trading, citado pela Reuters. “Obviamente, estamos a ver mais fraqueza na tecnologia”.

Espera-se que a Fed anuncie um aumento de 75 pontos-base na taxa de juros no final da reunião de política monetária de dois dias esta quarta-feira, encerrando efetivamente o apoio da era da pandemia à economia dos EUA.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Já há empresas da Zona Franca da Madeira a recorrer para o Tribunal Geral da UE

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

“Há empresas que estão a reagir contra a decisão da Comissão Europeia, junto do Tribunal Geral mesmo sem terem sido notificadas pela AT", indica advogado.

A recuperação das ajudas estatais consideradas ilegais a empresas da Zona Franca da Madeira vai aumentar a litigância, acredita o jurista Nuno Cunha Barnabé, e algumas já estão a contestar a decisão de Bruxelas no Tribunal Geral da UE.

As notificações da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) às 311 empresas da Zona Franca da Madeira (ZFM) identificadas como tendo recebido ajudas de Estado ilegais começaram a seguir no final de junho, mas segundo referiu à Lusa Nuno Cunha Barnabé, da Abreu Advogados, há empresas que mesmo não tendo recebido ainda esta notificação já estão a reagir.

Há empresas que estão a reagir contra a decisão da Comissão Europeia, junto do Tribunal Geral [da União Europeia] mesmo sem terem sido notificadas pela AT, porque entendem que devem fazê-lo”, precisou o jurista.

À parte estes casos, Nuno Cunha Barnabé acredita que este processo vai gerar vários tipos de reações por parte das empresas. Haverá, indica, aquelas que vão pagar sem contestar evitando “uma discussão longa e complexa”, mas outras “irão usar de todos os meios de que dispõem” para contestar, começando por usar o direito de audição que consta da notificação, respondendo no prazo de 25 dias indicado – para depois avançarem para a via judicial, se tal se revelar necessário.

O processo de notificação das empresas visadas irá prolongar-se por vários meses, durante este ano segundo indicou na semana passada o Ministério das Finanças em resposta à Lusa. Recorde-se que em causa estão empresas que, ao abrigo do chamado Regime III da Zona Franca da Madeira (ZFM) tenham beneficiado de auxílios fiscais entre 2007 e 2020, como taxas de IRC reduzidas, mas que, segundo concluiu a Comissão Europeia (CE) após uma investigação aprofundada, não reuniam as condições para beneficiar das ajudas de Estado concedidas ao abrigo daquele regime.

Na sequência desta investigação, a CE indicou que Portugal tinha de recuperar os apoios irregularmente prestados, centrando-se esta recuperação nas ajudas num montante superior a 200 mil euros. As notificações são feitas por anos, pelo que cada empresa poderá receber mais do que uma o que, em caso de recurso para a via judicial, poderá fazer com que uma mesma empresa tenha de avançar com vários processos.

O Regime III foi aprovado em 2007 para o período compreendido entre 01 de janeiro desse ano e 31 de dezembro de 2013, sendo que as empresas registadas até ao final de 2013 poderiam beneficiar de uma redução do imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas ou de outras isenções fiscais.

Em 4 de dezembro de 2020, na sequência de uma investigação aprofundada lançada já em 2018, o executivo comunitário anunciou ter concluído que “a implementação do Regime III da Zona Franca da Madeira em Portugal não está em linha com as decisões de ajudas de Estado da Comissão.

De acordo com o executivo comunitário, o objetivo do regime III era contribuir para o desenvolvimento da região ultraperiférica da Madeira através de incentivos fiscais, dirigidos exclusivamente a empresas que criassem postos de trabalho na região, o que concluiu não se ter verificado. Perante a decisão de Bruxelas, o Estado português e a Região Autónoma da Madeira apresentaram, entretanto, um recurso no Tribunal Europeu de Justiça.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.