Governo extingue Lotaria do Património

  • Lusa
  • 9 Novembro 2022

No primeiro ano de atividade, a Lotaria do Património rendeu seis milhões de euros em resultados líquidos ao Fundo de Salvaguarda do Património Cultural.

A Lotaria do Património, lançada em 2021 para angariar verbas para o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural, foi extinta, anunciou esta terça-feira o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva. O anúncio do ministro foi feito no parlamento, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

No final da audição, questionado pela agência Lusa, Pedro Adão e Silva explicou que foi tomada a decisão de “não haver uma emissão específica [da lotaria] para o Património” e que “esse artigo não consta do Orçamento do Estado para 2023”. O ministro lembrou ainda que está decorrer “uma reflexão no contexto do Conselho Económico e Social” (CES) sobre o impacto social do vício daquele tipo de jogos de sorte, denominado ‘raspadinha’, e que a Lotaria do Património não terá continuidade.

A Lotaria do Património foi anunciada no mandato da ex-ministra da Cultura Graça Fonseca e inscrita no Orçamento do Estado de 2021, com o objetivo de, segundo o Governo, ajudar a responder a “necessidades de intervenção de salvaguarda e investimento”, em património classificado ou em vias de classificação.

A iniciativa não esteve isenta de críticas quando foi anunciada, nomeadamente do presidente do CES, Francisco Assis, que, em março de 2021, disse que iria promover um estudo sobre o impacto social do vício da ‘raspadinha’, na esperança de que o Governo reponderasse o lançamento da nova lotaria instantânea.

No primeiro ano de atividade – entre 18 de maio de 2021 e 18 de maio de 2022 –, a Lotaria do Património rendeu seis milhões de euros em resultados líquidos ao Fundo de Salvaguarda do Património Cultural. De acordo com a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), parte deste montante – 1,2 milhões de euros – foi aplicado no projeto de Instalação do Núcleo Arqueológico e de Recuperação dos Claustros Superior e Inferior da Sé Patriarcal de Lisboa, que ainda decorre.

Numa audição parlamentar em 2021, a então ministra da Cultura, Graça Fonseca, falava numa “missão nacional” envolvendo todos os portugueses na preservação do património, contando com a Lotaria do Património. “Para que cada cidadão se sinta parte da missão nacional de preservar o património. Fazer com que cada um de nós se sinta parte de algo que tem de ser de todos. 2021 será também o ano de envolvermos todos nesta missão nacional”, disse.

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Maioria das empresas aumenta investimento climático mas arrisca falhar zero carbono

Relatório da Accenture alerta que se as organizações não duplicarem a taxa de redução de emissões de carbono até 2030, a maioria não conseguirá cumprir os objetivos de descarbonização para 2050.

O aumento da inflação e insegurança energética estão a comprometer os objetivos de neutralidade carbónica e a torná-los “inatingíveis”, embora as organizações estejam cada vez mais empenhadas em definir metas claras e a alocar recursos suficientes que permitam concretizar esses compromissos. Segundo um estudo da Accenture, apesar de as organizações terem atingindo um “aumento recorde no número de metas corporativas validadas pela iniciativa Science-Based Targets (SBTi)” este ano, 93% das organizações estão em risco de falhar os objetivos de neutralidade carbónica previstos para 2050.

Se as organizações não duplicarem a taxa de redução de emissões de carbono até 2030, a maioria não conseguirá cumprir os objetivos estabelecidos pelo Net Zero 2050“, lê-se num estudo divulgado esta quarta-feira, no qual a consultora dá conta que apesar de mais de um terço (34%) das maiores empresas do mundo estarem já comprometidas com a descarbonização, a maioria (93%) não deverá conseguir atingir os seus objetivos se não duplicarem o ritmo de redução de emissões até 2030.

Com base numa análise dos compromissos de redução de emissões e dos dados das 2000 maiores organizações públicas e privadas em todo o mundo, o estudo Accelerating Global Companies toward Net Zero by 2050 da Accenture, conclui que o aumento da inflação dos preços da energia e da insegurança no fornecimento, potenciada pela guerra na Ucrânia, “está a tornar os compromissos inatingíveis”, mesmo que mais empresas em cada região estejam a estabelecer metas claras e publicamente visíveis de descarbonização. De facto, o relatório dá conta que 84% das empresas planeiam aumentar os investimentos nas suas iniciativas de sustentabilidade antes do final de 2022.

O estudo conclui que a aceleração para o zero carbono vai exigir maiores capacidades de incorporação de “inteligência carbónica” e dos critérios ESG (ambiente, social e governança) nos seus negócios core e nas cadeias de valor. “Isto inclui a integração de dados de carbono, energia e outros dados de sustentabilidade e insights, em informação de negócios financeira e operacional para ajudar a impulsionar a tomada de decisões diárias”, explica a consultora britânica.

Maximizar o valor das tecnologias maduras, como as energias digitais e certas renováveis, ao mesmo tempo que se acelera a implementação de soluções inovadoras como o hidrogénio, será fundamental. Mais importante ainda, alcançar o net zero exigirá transformações urgentes e profundas, uma vez que se trata de incorporar a sustentabilidade em tudo o que as organizações fazem, redefinindo o seu propósito, cultura e modelos de negócio

Jean-Marc Ollagnier, CEO da Accenture na Europa.

Com isto em conta, apenas 7% das empresas estão no caminho certo para atingir os seus objetivos de 2030 para descarbonização no que toca às emissões de scope 1 — emissões diretas provenientes de fontes próprias ou controladas — e de scope 2 — emissões indiretas provenientes da geração de eletricidade adquirida, vapor, aquecimento e arrefecimento consumidos pela organização. Se o cenário tiver em conta os objetivos para 2050, essa percentagem sobe mas apenas ligeiramente: 8%.

E, mesmo num cenário em que as empresas aceleram a redução de emissões para o dobro das taxas atuais, até 2030, e depois para o triplo, em 2050, as previsões mantém-se pouco animadoras, com mais de metade (59%) a permanecer em risco de falhar até meados do século, tal como prevê o Acordo de Paris.

“Agora é talvez o momento mais difícil para ser um CEO comparado com qualquer outro período no passado recente, em particular, tentar equilibrar os compromissos de sustentabilidade, pressões da inflação e recessão e a necessidade de entregar valor tanto para acionistas como outros, cita o relatório as declarações de Peter Lacy, diretor de Sustentabilidade da Accenture.

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Fidelidade e NOS lançam plataforma para prever ciberataques

  • ECO Seguros
  • 9 Novembro 2022

As empresas podem testar gratuitamente a sua exposição ao cibercrime e saber procurar soluções preventivas e reativas adequadas aos riscos que correm.

A seguradora Fidelidade e grupo de comunicações e entretenimento NOS acabam de lançar uma plataforma de diagnóstico que vai permitir às empresas portuguesas aferir o grau de exposição a ataques cibernéticos. O acesso à plataforma é gratuito.

Parceria foi estabelecida por Manuel Ramalho Eanes, administrador da NOS e Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade.

Ao mesmo tempo, as empresas adiantaram uma solução de cibersegurança da parceria Fidelidade e NOS que engloba uma componente preventiva com proteção antivírus, backup de informação, diagnóstico de vulnerabilidades, e uma componente reativa para permitir reaver facilmente os dados e recuperar dos prejuízos de um eventual ataque.

Para Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, “a Cyber Segurança é um dos grandes desafios da nossa sociedade, nomeadamente, para as empresas, refere Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, “temos já uma larga experiência neste segmento, e acredito que esta parceria será essencial para abordar o problema, criando uma solução robusta e integral para a proteção das empresas.”

De acordo com Manuel Ramalho Eanes, administrador executivo da NOS, “a transformação digital potenciou largamente a capacidade de as empresas armazenarem e utilizarem grandes volumes de dados. Estes fatores potenciaram a exposição ao risco de ciberataques, tanto pelo valor da informação, como pela crescente sofisticação do cibercrime”. O administrador da NOS refere ainda que “esta inovadora parceria oferece uma proteção 360º às empresas portuguesas”.

Segundo o Centro Nacional Cibersegurança, entre 2020 e 2021 registou-se um aumento de 26% no número de incidentes registados, com o phishing/smishing a representar 40% dos incidentes, a engenharia social 14% e a distribuição de malware 13%. Reforçando a relevância crítica da cibersegurança para o negócio das empresas, o IBM Data Breach Report 2021 indica que 51% das empresas que sofrem grandes incidentes de perda de dados fecham no período de dois anos após o incidente, sendo que 43% destas não reabre novamente.

As soluções de cibersegurança da Fidelidade e NOS integram o Fidelidade Cyber Safety, NOS Backup Pro e NOS Antivírus Pro. A solução Fidelidade Cyber Safety consiste num seguro que oferece coberturas e serviços para proteção do negócio, disponibilizando também uma análise do grau de exposição da empresa a riscos cibernéticos. As coberturas e garantias do seguro Cyber Safety abrangem a intrusão de terceiros nos sistemas informáticos, o incumprimento do dever de custódia de dados de carácter pessoal, responsabilidades informáticas do segurado, violação do direito à honra e intimidade pessoal de terceiro e, em opção, perda de lucros pela interrupção da atividade do segurado.

O NOS Backup Pro é um serviço integrado de armazenamento e backup na cloud desenvolvido em parceria com a Amazon Web Services (AWS) que permite reduzir custos de estrutura com armazenamento e backup e eliminar complexidade na proteção dos dados da empresa. Realiza backups dos dados de um computador para a cloud Amazon S3, de forma segura e automática e restaura a informação de forma rápida e fácil.

O NOS Antivírus Pro é um software de antivírus, que protege a empresa e todos os seus equipamentos fixos e móveis contra os principais tipos de ciberataques e outras ameaças como malware, ransomware e phishing. Adicionalmente, permite proteção de email, controlo de dispositivos ativos ou backup. Desenvolvido em parceria com a Trend Micro especificamente para o mercado empresarial, protege equipamentos fixos e móveis.

A plataforma pode ser acedida aqui.

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iCapital expande em Lisboa. Hub tem capacidade para acolher 250 pessoas

Neste momento, a fintech emprega mais de 150 pessoas em Portugal, entre engenheiros, criadores, designers, operações, e funções centrais de apoio, sob a liderança de Vanda Jesus.

A fintech iCapital está a expandir o seu hub em Lisboa. O novo espaço vai ter capacidade para acolher até 250 colaboradores, mais cem dos que os atuais cerca de 150 que trabalham no escritório liderado em Portugal por Vanda Jesus, sabe a Pessoas/ECO. Lisboa será o “núcleo global da empresa para o desenvolvimento e operações tecnológicas”.

“A nossa expansão em Lisboa é de grande importância para a estratégia de crescimento global e irá melhorar ainda mais a tecnologia e as soluções da iCapital, líder na indústria, alavancando a excelente reserva de talentos em Portugal”, diz Marco Bizzozero, head of international da iCapital.

A entrada da norte-americana iCapital — plataforma que auxilia gestores de fundos na disponibilização de oportunidades de investimento alternativas a consultores financeiros e seus clientes com património líquido elevado — em Portugal deu-se em outubro de 2020 com a compra da portuguesa Finsight, participada da Runtime Group, tendo absorvido os cerca de 70 colaboradores.

Capacidade do hub

Instalado no edifício Café Lisboa, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, com esta expansão o centro tecnológico e operacional passa a ter uma área de mais de 2.000 metros quadrados, e a ocupar três andares, assim como uma cafetaria no quarto andar, do edifício com seis pisos. O hub passa a ter capacidade para acolher até 250 pessoas.

Neste momento, a fintech emprega atualmente mais de 150 pessoas em Portugal, entre engenheiros, criadores, designers, operações, e funções centrais de apoio, sob a liderança de Vanda Jesus que, desde o verão assume como country manager.

Com a BlackRock, o Credit Suisse, o UBS, o Wells Fargo, Bank of America, JP Morgan ou PingAn entre os seus investidores estratégicos, a iCapital nos últimos 24 meses aumentou os ativos globais fora dos EUA de oito mil milhões para 32 mil milhões de dólares, valor que representa mais de 20% do total dos ativos da plataforma da iCapital de 148 mil milhões de dólares.

Zurique, Londres, Hong Kong, Singapura, e Toronto são alguns dos seus escritórios fora dos Estados Unidos, recebendo mais de 230 dos atuais 1.043 empregados.

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Vila Galé quer contratar 170 colaboradores para quatro novos hotéis em Portugal

Nas unidades hoteleiras que vão abrir em Beja, poderá haver a possibilidade de alojamento para os colaboradores.

O grupo Vila Galé pretende contratar cerca de 170 colaboradores para os quatro novos hotéis que vai abrir em Portugal no próximo ano: o Vila Galé Collection Tomar (Tomar), o Vila Galé Collection São Miguel (Ponta Delgada, Açores), o Vila Galé Nep Kids (Beja) e o Vila Galé Monte do Vilar (Beja). Com estes novos hotéis, o grupo hoteleiro português passará a ter 31 unidades em território nacional e dez no Brasil.

As vagas são para diferentes áreas e funções, como assistentes de direção, chefes e subchefes de restaurante, governantes, empregados de mesa, cozinheiros, técnicos de manutenção e empregados de andares.

O grupo procura pessoas com “gosto particular pelo atendimento ao cliente, com conhecimento de línguas, dinâmicas, empenhadas e com vontade de crescer dentro da organização”, lê-se em comunicado.

Descontos em alojamentos e serviços do grupo, prémios anuais de produtividade, seguro de saúde após seis meses de inclusão na empresa, ofertas no aniversário, bónus de noites nos hotéis da rede consoante a antiguidade e vantagens em entidades parceiras de saúde e bem-estar, cultura e ensino são alguns dos benefícios que a Vila Galé oferece aos seus colaboradores.

Além disso, o grupo hoteleiro assegura que promove a formação contínua, as oportunidades de mobilidade entre Portugal e o Brasil e a progressão na carreira.

Nas unidades que vão abrir em Beja poderá haver ainda a possibilidade de alojamento.

As candidaturas podem ser enviadas através da página de ‘carreiras’ no site da Vila Galé.

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Avaliar “justifica-se”. Mas acabar com vistos gold “é puro devaneio”, diz APEMIP

Associação que representa as empresas de mediação imobiliária considera que acabar com programa dos vistos gold não resolve problema da especulação imobiliária.

O primeiro-ministro admitiu na semana passada acabar com o programa dos vistos gold, mas as declarações não estão a ser bem recebidas pelo setor imobiliário. A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) considera que o fim do programa não vai resolver o problema da especulação imobiliária e que a solução passa por criar programas que permitam a inclusão de migrantes na sociedade e no mercado de trabalho.

“Pensar em acabar com um programa que, em dez anos, atraiu para o país cerca de 7.000 milhões de euros e foi catalisador determinante da reabilitação urbana e imobiliária empreendida nos centros históricos de Lisboa e Porto parece-nos uma decisão incongruente“, afirma a associação presidida por Paulo Caiado, em comunicado enviado esta quarta-feira.

Para a APEMIP, “justifica-se” fazer uma avaliação ao programa, uma vez que “haverá mudanças e melhoramentos a realizar”, mas “pensar, apressada e emotivamente, que erradicar o programa é a solução para acabar com a corrupção ou a especulação imobiliária é puro devaneio”.

“Afirmar, como verdade incontestável, que o programa é responsável pela alta generalizada dos preços das casas e, por isso, causador das carências generalizadas de habitação no nosso país, peca por desonestidade intelectual e alheamento da realidade“, lê-se.

A associação diz ser um “facto” que os estrangeiros que compram casas em “localizações caras e com valores acima de meio milhão de euros vêm aumentar a pressão da procura nesse nicho de mercado”, mas que, em dez anos, representam apenas 0,6% das transações no país.

Assim, a APEMIP defende que “a culpa poderá não estar no programa, mas naquilo que é uma velha pecha [falha, imperfeição] portuguesa: fiscalização, vistoria, monitorização e regulação de cumprimento”. Mas sublinha que “a ocorrência de irregularidades numa organização ou instituição ou programa não deve despertar como solução a sua extinção“.

Admitindo que o programa “cria uma situação injusta para aqueles que pretendem residir em Portugal e não têm 500 ou 700 mil euros para adquirir um imóvel”, a associação defende a criação de “programas que permitam a inclusão de migrantes na nossa sociedade e no nosso mercado de trabalho, com a expectativa do seu contributo laboral, social e financeiro“.

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GPA na ação que condenou o Cartel dos Camiões em Portugal

O departamento de Contencioso da GPA, coordenado pelo seu sócio João Frias Costa e pelo associado principal Victor Finizola, acompanhou os vários processos instaurados contra o Cartel dos Camiões.

A sociedade de advogados GPA acompanhou os vários processos instaurados contra o Cartel dos Camiões. A primeira sentença judicial condenatória já foi proferida, tendo uma das fabricantes de camiões integrantes no Cartel sido condenada no pagamento de uma indemnização.

“Trata-se de uma decisão judicial pioneira, que constitui marco no âmbito do private enforcement do Direito da Concorrência em Portugal, sendo de esperar iguais decisões condenatórias nos demais processos sobre a mesma matéria, também acompanhados pela GPA, e a correr termos no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão”, explicou o escritório em comunicado.

Tal ação judicial, que deu ganho de causa à autora nesse processo, foi instaurada no seguimento da decisão da Comissão Europeia de 19 de Julho de 2016 (Processo AT.39824), no âmbito da qual um conjunto de fabricantes de camiões foram condenadas ao pagamento de coimas, no valor global de quase três mil milhões de euros), por atuação em cartel por um período de cerca de 10 anos, infringindo assim o Direito Europeu da Concorrência.

O departamento de Contencioso da GPA, coordenado pelo seu sócio João Frias Costa e pelo associado principal Victor Finizola, acompanhou desde o início este processo, tendo sido constituída uma equipa de trabalho especializada para assessorar os diversos clientes no âmbito deste tema.

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74% das freguesias de baixa densidade sem antenas 5G

Rede móvel de quinta geração chega a cada vez mais pessoas, mas maioria das freguesias de baixa densidade não tem qualquer estação 5G instalada no seu território.

O 5G está a chegar a cada vez mais pessoas. Entre o segundo e o terceiro trimestre, o número de antenas instaladas em território nacional aumentou 48%, mas a rede móvel de última geração ainda só chega a 39% das freguesias do país — e a maioria das freguesias de baixa densidade ainda não tem este tipo de rede móvel.

O balanço trimestral foi divulgado esta quarta-feira pela Anacom, que contou 4.317 estações 5G no final de setembro, distribuídas por 271 concelhos, o que representa 88% dos concelhos do país. Já o número de freguesias com 5G é mais reduzido, com a tecnologia a estar presente em 1.191 freguesias.

As empresas de telecomunicações continuam a implementar este tipo de cobertura em Portugal, sendo que a grande maioria das antenas 5G estão em Áreas Predominantemente Urbanas (73% do total).

Enquanto isso, “a análise da distribuição das estações 5G pelas freguesias do país, tendo em consideração a sua densidade populacional, permite concluir que 20% do total (858 estações) estão instaladas em freguesias de baixa densidade”, frisa o regulador. Porém, visto de outra perspetiva, 74% das freguesias de baixa densidade ainda não dispõem de antenas 5G.

Olhando para as empresas, “a Nos é o operador que no final de setembro tinha instalado um maior número de estações 5G, num total de 1.974 estações (46%), seguindo-se a Vodafone com 1.604 estações (37%) e a Meo com 739 estações (17%). No entanto, considerando o total de antenas de rede móvel existente (incluindo 2G, 3G, 4G e 5G), a Anacom constata que “a Nos é o operador com menor número de estações”.

A Anacom diz ainda que 16,4% dos acessos totais à internet móvel já são através do 5G. Os utilizadores geraram um tráfego total de 4.953 TB (terabyte). “Significa que 7,6% do total de tráfego móvel já é suportado em redes 5G”, conclui o regulador.

Nos termos do leilão que terminou no final do ano passado, as empresas que adquiriram licenças para 5G estão sujeitas a várias obrigações de cobertura. Entre elas está a determinação de que, até 2023, 73% da população de cada uma das freguesias consideradas de baixa densidade e de cada uma das freguesias da Madeira e dos Açores têm de ter um serviço de banda larga móvel com um débito que varia entre 50 Mbps (megabits por segundo) e 100 Mbps, consoante o espetro que cada empresa tiver adquirido.

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Há assistentes operacionais que ficam de fora do aumento extra, alerta Frente Comum

O Governo apenas abrange a categoria de assistente operacional no salto complementar, deixando de fora outros trabalhadores da carreira. Sebastião Santana acusa o Governo de recuar.

assistentes operacionais que não vão ser abrangidos pelo salto nas posições remuneratórias, de duas posições para os que têm mais de 30 anos de serviço e uma para dos que têm mais de 15 anos, denuncia a Frente Comum. Em causa está o facto de o aumento apenas abranger a categoria de assistente operacional, deixando de fora os encarregados operacionais e gerais. Entre os assistentes técnicos, também são excluídos os coordenadores técnicos.

“Deste encontro sai mais do mesmo: o Governo senta-se à mesa e a evolução afinal foi um recuo”, começa por dizer Sebastião Santana à saída da reunião com a equipa do Ministério da Presidência. Isto já que o Executivo “continua a insistir que a solução é mexer em duas categorias de duas carreiras”, deixando de fora encarregados operacionais e coordenadores técnicos.

No caso dos assistentes operacionais, o Governo propôs subidas faseadas consoante a antiguidade, começando em 2023 para aqueles com 35 ou mais anos de serviço, que vão subir duas posições remuneratórias. Já em 2024, a subida de dois níveis ocorre para os profissionais entre 30 e 34 anos. A isto acresce o aumento já previsto para todos de, pelo menos, 52 euros, o que leva a uma subida salarial de pelo menos 156 euros para os assistentes operacionais com mais anos de serviço.

Segue-se em 2025 a subida de uma posição remuneratória para os assistentes operacionais que têm entre 22 e 29 anos de serviço, e em 2026 os que têm 15 a 21 anos de serviço sobem uma posição. Estarão abrangidos por esta medida um total de 115 mil trabalhadores.

No entanto, nestas apenas está abrangida a categoria de assistente operacional, deixando de fora os encarregados operacionais e encarregados operacionais gerais. Nesta posição estão na sua maioria trabalhadores mais velhos, como sinaliza a Frente Comum, e inclui por exemplo funcionários das autarquias, das oficinas de manutenção mecânica e auxiliares de ação médica.

O mesmo acontece para os técnicos superiores, onde apenas é abrangida a categoria e não a carreira, deixando de fora os coordenadores técnicos. Estes trabalhadores apenas vão ter o aumento de pelo menos 52 euros previsto para os funcionários públicos das carreiras gerais.

Sebastião Santana diz assim que a proposta é uma “mão cheia de coisa nenhuma”, criticando também o facto da valorização da antiguidade apenas abranger os que têm mais de 35 anos de serviço no próximo ano, quando a proposta inicial se focava naqueles com mais de 30 anos (que apenas vão ter o aumento adicional em 2024).

O dirigente sindical classifica a proposta manifestamente insuficiente, referindo também que os trabalhadores que terão um aumento de em média 3,6% vão ter “aumento insuficiente e ridículo face à inflação que temos”.

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Enfermeiros garantem contagem de todo o tempo para efeitos de progressão

  • Lusa
  • 9 Novembro 2022

O Sindicato dos Enfermeiros destacou que o acordo alcançado com o Governo sobre a progressão nas carreiras permite "valorizações salariais que acompanham a taxa de inflação", entre os 10% e os 15%.

Os dois primeiros sindicatos de enfermeiros a reunirem-se esta quarta-feira com o Ministério da Saúde saíram satisfeitos com o acordo conseguido, sobre contagem de todo o tempo de serviço para efeitos de progressão de carreira, seja qual for o vínculo.

Em declarações à agência Lusa, tanto o Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE) como o Sindicato dos Enfermeiros (SE) consideraram os resultados das reuniões desta quarta-feira como “um primeiro passo”.

Emanuel Boieiro, presidente do SNE, disse que o dia de hoje foi positivo para os enfermeiros, explicando que “houve uma aproximação do Governo” e que “algumas das situações foram respondidas”.

“Claro que nem todas as propostas foram consideradas. A retroatividade a 1 de janeiro de 2018 não foi possível, só chegaram até 1 de janeiro de 2022, mas de qualquer maneira vai ser pago, garantidamente este ano, pelo menos foi essa a informação que nos foi transmitida”, afirmou.

O responsável disse ainda que “a questão das injustiças relacionadas com as categorias de enfermeiro especialista, enfermeiro gestor e a questão da progressão também [será respondida], pois os pontos remanescentes vão ser considerados em progressões futuras”.

O presidente do SNE ressalvou que “nem tudo ficou resolvido” e que o sindicato já está “a trabalhar no futuro e na revisão da carreira e da tabela salarial”.

“Se nós queremos captar, atrair e reter os melhores no Serviço Nacional de Saúde, neste caso os melhores enfermeiros, aqueles que são mais qualificados, aqueles que mais apostam na sua profissão,(…) e evitar a saída deles para o setor privado e para a emigração, tem de haver claramente uma revisão da carreira e da tabela salarial, porque as coisas não podem continuar como estão”, insistiu.

Questionado sobre o que o acordo desta quarta-feira sobre progressão nas carreiras representa em termos de acréscimo salarial para os enfermeiros, o dirigente sindical explicou que se trata de “valorizações salariais que acompanham a taxa de inflação”, entre os 10% e os 15%.

“Houve aqui uma correção dessa injustiça, nomeadamente para os colegas que têm contrato individual de trabalho, que não tinham regras iguais aos que tinham contrato de trabalho em funções públicas”, acrescentou.

Também Pedro Costa, presidente do SE, disse à Lusa que a reunião desta quarta-feira foi “um marco importante” no avanço que se pretendia para “garantir a valorização a todos os profissionais”.

Com as garantias conseguidas esta quarta-feira, o Sindicato dos Enfermeiros saúda o facto de a contagem do tempo em sede de avaliação de desempenho para efeitos de progressão remuneratória passar a ser aplicada a todos os enfermeiros, independentemente do vínculo e de anteriores alterações de categoria profissional.

“Não vamos ter mais uma desvalorização dos mais qualificados, ou com maior diferenciação técnica. Efetivamente, o Governo vai fazer um esforço de mais de 70 milhões de euros para que essa diferenciação seja valorizada e que os enfermeiros não percam a questão dos pontos quando transitam para uma categoria superior”, explicou Pedro Costa.

“Ainda há muito pela frente para fazer. Percebemos que há muito a fazer, mas não se podia avançar com mais nada senão se valorizasse toda a gente. Com a negociação conseguimos que estes cerca de 72 milhões sejam pagos até final deste ano. Vai ser esforço adicional, pago de uma vez”, disse o dirigente sindical.

Segundo Pedro Costa, o ministro da Saúde garantiu que a avaliação de desempenho vai ser contabilizada por inteiro, para todos os enfermeiros, com contratos individuais de trabalho, ou com contratos de trabalho em funções públicas.

O dirigente sindical deu o exemplo de enfermeiros com mais de 20 anos de profissão que nunca progrediram e sublinhou que, este acordo, vai permitir que estes enfermeiros “possam subir escalões, uns 200 euros e outros 400 euros”.

“Assim começa a haver uma diferenciação de enfermeiros com 20 anos [para] que não ganhem o mesmo que enfermeiros que iniciam funções hoje. A valorização só acontece se houver diferenciação”, frisou Pedro Costa.

“Numa altura em (…) que há uma escassez muito intensa no SNS a nível de recursos humanos, (…) que já acontece em áreas metropolitanas como Lisboa, onde há uma oferta muito grande a nível de privados, (…) temos de ter profissionais motivados e, para isso, temos de os valorizar”, disse.

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Greve na Autoeuropa avança na próxima semana. Operários exigem aumentos

Comissão de Trabalhadores está mandatada para greve de duas horas por turno na próxima semana mas ainda vai tentar voltar à mesa das negociações com a administração da fábrica do grupo VW.

A Autoeuropa prepara-se para a segunda greve da sua história. Os operários da fábrica do grupo Volkswagen em Portugal mandataram a Comissão de Trabalhadores para marcar paralisações parciais na quinta e sexta-feira da próxima semana. A decisão foi tomada nos plenários dos últimos dois dias. Os funcionários exigem aumentos salariais extraordinários.

Tendo em conta a “intransigência por parte da direção da Autoeuropa”, a Comissão de Trabalhadores propõe greves de duas horas por turno, que inclui “todos os trabalhadores que estejam a laborar em outros turnos:

  • 17 de novembro – entre as 15h20 e as 17h20
  • 18 de novembro – entre as 23h40 e 1h40
  • 18 de novembro – entre as 7 horas e as 9 horas
  • 18 de novembro – entre as 15h20 e as 17h20

Além do pré-aviso de greve, foi aprovada uma moção que mandata a comissão de trabalhadores a “voltar à mesa das negociações e fechar um aumento salarial que reponha o poder de compra dos trabalhadores”. A intenção é fechar o acordo “até ao final de novembro”.

Administração e trabalhadores estão em sentidos diferentes na luta contra a inflação: a direção da fábrica, liderada por Thomas Hegel Gunther, quer pagar bónus únicos de 400 euros. Os operários defendem antecipação de aumentos de 5% com efeitos retroativos a julho e uma nova atualização dos salários em janeiro de 2023, que conjugue os dados da inflação e o acordo laboral, assinado no início de abril. Assim, se a taxa de inflação em 2022 for de 8%, os trabalhadores querem uma atualização no início do ano de 2% relativos ao acordo e mais 1% que reflete a inflação.

O pré-aviso de greve surge numa altura em que a Autoeuropa está a produzir um único modelo, o SUV T-Roc, e se prepara para registar o segundo melhor ano de produção de sempre. Em 2022, a fábrica de Palmela poderá fabricar mais de 230 mil unidades, segundo a Comissão de Trabalhadores. “Todos os trabalhadores são os grandes obreiros desses resultados e como tal merecem ser reconhecidos”, sinalizam os representantes dos 5.100 operários.

Em 2021, a Autoeuropa representou 1,5% do PIB português e contribuiu com 5% das exportações nacionais. É a maior fábrica de automóveis em Portugal.

(Notícia atualizada às 12h56 com mais informação)

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Bruxelas quer ajustamento orçamental à medida dos países e sanções mais pesadas

A Comissão Europeia defende um regime sancionatório mais pesado para países que não cumpram regras orçamentais, onde se inclui a suspensão do pagamento de fundos da União Europeia.

A Comissão Europeia apresentou esta quarta-feira as orientações para a revisão das regras orçamentais da União Europeia. A correção dos desequilíbrios das contas públicas vai assentar num plano a quatro anos, cuja vigilância será feita com base num indicador único de despesa primária. Bruxelas quer também um regime sancionário reforçado.

A pedra angular no novo quadro de governação económica da União Europeia proposto pela Comissão serão os planos estruturais orçamentais de médio prazo, que reúnem a política fiscal, de reformas e os compromissos de investimento de cada Estado-membro. As novas diretrizes sobre a governação económica da UE assentam também numa maior responsabilização dos Estados no processo de correção de desequilíbrios.

Os limites de 3% do PIB para o défice e de 60% para a dívida pública acordados no Tratado de Maastricht mantém-se inalterados. O Comissário da Economia, Paolo Gentiloni sublinhou na conferência de imprensa que a proposta da Comissão é “inspirada” por aquele tratado e que o objetivo é “pôr o crescimento e a estabilidade orçamental no mesmo nível, com resultados nas duas dimensões”.

A Comissão indicará recomendações específicas por país, que serão conhecidas no âmbito do Semestre Europeu e servirão de referência para o ajustamento. Caberá aos Estados-membros propor um plano de médio prazo, a quatro anos, com metas orçamentais, bem como os investimentos públicos prioritários e as reformas que, em conjunto, permitirão uma redução gradual e sustentada da dívida, mantendo “um crescimento inclusivo”.

Os orçamentos anuais terão de cumprir a trajetória acordada, garantindo que a dívida começará a convergir para níveis prudentes dentro do horizonte do plano. Os Estados-membros poderão solicitar períodos de ajustamento mais longos, justificados pela aplicação de reformas ou a realização de investimentos. O plano e as metas orçamentais terão de ser aprovadas pelo Conselho Europeu, após parecer positivo da Comissão.

O acompanhamento do plano pela Comissão será mais flexível e baseado nos riscos específicos de cada Estado, adaptando o ritmo de correção do endividamento excessivo aos níveis de dívida pública de forma a evitar uma consolidação orçamental agressiva logo no início do plano que ponha em causa o crescimento e tenha um efeito pró-cíclico.

A Comissão Europeia defende também uma revisão do Procedimento por Desequilíbrios Macroecómicos, com o objetivo de identificar mais cedo potenciais riscos, prevenir a emergência de desequilíbrios graves e corrigir os existentes. As políticas consideradas necessárias seriam incluídas no plano de médio prazo.

O acompanhamento do plano pela Comissão será mais flexível e baseado nos riscos específicos de cada Estado, adaptando o ritmo de correção do endividamento excessivo aos níveis de dívida pública de forma a evitar uma consolidação orçamental agressiva logo no início do plano que ponha em causa o crescimento e tenha um efeito pró-cíclico.

A necessidade de manter défices abaixo de 3% do PIB mantém-se, no entanto. Mas a proposta deixa cair a regra de que o rácio da dívida pública tem de baixar em 1/20 por ano, que Gentiloni considerou “irrealista”. A prioridade passa a ser uma redução “gradual e realista”.

A alteração representa uma mudança face ao acelerado ajustamento imposto durante a crise da dívida soberana e que empurrou países como Portugal para uma grave recessão. O comissário da Economia considerou que o desempenho da economia não esteve “ligado diretamente às regras”, mas concedeu que elas restringiram a capacidade de investimento público do bloco após a crise financeira.

A Comissão propõe também que seja usado um único indicador operacional, ancorado na sustentabilidade da dívida, que serviria de base para definir a trajetória de ajuste orçamental e realizar a supervisão anual, o que permitirá “simplificar significativamente o quadro fiscal e aumentar a transparência”.

O indicador proposto é a despesa pública primária, excluindo medidas de receita extraordinárias, despesas com juros e despesas cíclicas com apoios a desemprego, que terá de garantir uma trajetória de sustentabilidade da dívida. Este “indicador de vigilância único”, permitiria o funcionamento de estabilizadores automáticos, incluindo flutuações de receitas e despesas fora do controle direto do governo”, sustenta a Comissão.

Os governos terão de entregar relatórios anuais a dar conta do progresso realizado. O Executivo da UE quer também um enquadramento sancionatório mais robusto. “Estamos também a implementar instrumentos de aplicação da UE mais rigorosos para garantir a sua execução. O Procedimento de Défice Excessivo (PDE) seria mantido, enquanto o PDE baseado na dívida seria reforçado. Seria ativado quando um Estado-membro com uma dívida superior a 60% do PIB se desviasse da trajetória de despesas acordada”, explica a Comissão no comunicado divulgado esta quarta-feira.

“O uso de sanções financeiras seria mais eficaz com um corte maior nos valores. Também haveria sanções reputacionais mais fortes”, sustenta Bruxelas. Na prática, a Comissão quer aplicar o mesmo espírito da condicionalidade macroeconómica que existe para os fundos estruturais e para o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, permitindo que o financiamento da UE seja suspenso quando os Estados-membros não tenham adotado medidas eficazes para corrigir o défice excessivo.

“O uso de sanções financeiras seria mais eficaz com um corte maior nos valores. Também haveria sanções reputacionais mais fortes”, sustenta Bruxelas. Na prática, a Comissão quer aplicar o mesmo espírito da condicionalidade macroeconómica que existe para os fundos estruturais e para o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, permitindo que o financiamento da UE seja suspenso quando os Estados-membros não tenham adotado medidas eficazes para corrigir o défice excessivo.

É ainda proposta a criação de um novo instrumento para garantir a implementação dos compromissos de reformas e investimento com vista a acelerar o crescimento e melhorar a dinâmica de redução da dívida. Caso estes compromissos não sejam respeitados, a Comissão defende a possibilidade de o plano de ajustamento do Estado-membro ser revisto no sentido de o tornar mais exigente.

“As orientações procuram assegurar que o quadro seja mais simples, mais transparente e eficaz, com maior apropriação nacional e melhor aplicação, ao mesmo tempo que permite a reforma e o investimento e reduz os elevados rácios da dívida pública de forma realista, gradual e sustentada”, afirma o Executivo da UE no comunicado. “O quadro reformado deve ajudar a construir a economia verde, digital e resiliente do futuro, garantindo ao mesmo tempo a sustentabilidade das finanças públicas”, acrescenta.

A proposta agora apresentada terá de ser aprovada pelos Estados-membros, que a Comissão quer que aconteça antes dos procedimentos orçamentais para 2024. A adoção das novas regras obrigará à aprovação de nova legislação comunitária.

(notícia atualizada às 13h00)

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