As quatro grandes apostas do YouTube para 2024, segundo o seu CEO

A democratização da inteligência artificial, valorização dos criadores de conteúdo e proteção dos utilizadores face a uma crescente vaga de desinformação são algumas das apostas do YouTube para 2024.

No ano em que celebra 19 anos, muitas oportunidades, mas também desafios, se levantam para o YouTube. A tecnologia – e em particular a inteligência artificial – influencia cada vez mais a plataforma de vídeo que tem investido em criadores de conteúdos e em vídeo curtos com o YouTube Shorts.

Agora, o CEO da plataforma partilha a sua visão sobre o que está por vir em 2024, bem como quais são as apostas do YouTube. Numa carta dirigida a toda a comunidade da plataforma, Neal Mohan destaca que estas apostas passam pela democratização da inteligência artificial, pela valorização dos criadores de conteúdo, pelo crescimento das subscrições dos serviços da plataforma e pela proteção do ecossistema do YouTube e dos seus consumidores face a uma crescente vaga de desinformação.

Inteligência artificial e um acesso mais democrático a esta tecnologia

No que diz respeito à inteligência artificial (IA), Neal Mohan começa por defender que esta “deve capacitar a criatividade humana e não substituí-la” e que todos devem ter acesso a estas ferramentas para ampliar os limites da sua expressão criativa.

Segundo o seu CEO, o YouTube reforça este ano o seu compromisso de “democratizar o acesso a ferramentas de IA que permitem a qualquer pessoa partilhar vídeos divertidos a partir do seu telefone”, assim como pretende solidificar os “esforços para inovar de forma responsável”.

“O nosso compromisso de democratizar o acesso à IA baseia-se nas maneiras como estamos a permitir que todos partilhem vídeos divertidos diretamente a partir dos seus telefones com o [YouTube] Shorts”, refere, explicando que o Shorts é “uma maneira fácil para qualquer pessoa começar, e a inovação em IA irá ​​tornar possível que ainda mais pessoas criem”.

Segundo o CEO, o YouTube Shorts regista em média mais de 70 mil milhões de visualizações diárias e o número de canais que carregam Shorts tem crescido em cerca de 50%, ano após ano.

“Este ano, iremos continuar a garantir que a IA está ao serviço da criatividade através do nosso trabalho com as indústrias criativas, com a implementação de funcionalidades alimentadas por IA ao mesmo tempo que desbloqueamos oportunidades enquanto construímos proteções adequadas“, acrescenta Neal Mohan.

Reconhecimento e valorização dos criadores de conteúdo

Os criadores de conteúdo “estão a redefinir o futuro da indústria do entretenimento com narrativas de alto valor”, defende o CEO do YouTube, referindo que estas narrativas não podem ser classificadas apenas como “conteúdo gerado pelo utilizador”.

O YouTube encontra-se a ajudar estes criadores a diversificar as formas como ganham dinheiro na plataforma, ao mesmo tempo que ajuda o público na compra de produtos, refere-se na carta, onde se adianta que o próprio público apoia diretamente os seus criadores favoritos através de funcionalidades de financiamento de fãs, como a subscrição mensal de criadores através do Apoio ao Canal. Segundo os dados divulgados no mesmo documento, o número de criadores que dispõem de assinaturas aumentou mais de 50% no ano passado.

O caminho para a monetização por parte dos criadores começou a ser trilhado em 2007, com o lançamento do Programa de Parcerias do YouTube (YPP), que conta aos dias de hoje com cerca de três milhões de canais. Este programa “pagou mais do que qualquer outra plataforma de monetização para criadores”, tendo sido responsável pelo pagamento nos últimos três anos de mais de 70 mil milhões de dólares (cerca de 65 mil milhões de euros) a criadores, artistas e empresas de media.

O YouTube encontra-se também a trabalhar em programas para apoiar criativamente os criadores de conteúdo da plataforma, como o Creator Collective, que “reúne criadores para a partilha de experiências, construção de comunidades e colaboração”, explica Neal Mohan.

YouTube é cada vez mais visto na sala de estar. Subscrições da plataforma crescem

Os conteúdos do YouTube são cada vez mais consumidos de uma forma tradicional (na televisão, na companhia de amigos e familiares), refere o CEO da plataforma, adiantando que, globalmente e em média, os consumidores visualizam mais de mil milhões de horas de conteúdos do YouTube nas televisões todos os dias. Neste sentido “muitos criadores estão a otimizar o seu conteúdo para a sala de estar“.

“Estamos a trazer tudo o que os espectadores adoram no YouTube para a experiência na sala de estar”, diz Neal Mohan, exemplificando com a primeira temporada do NFL Sunday Ticket (transmissão de jogos de futebol americano).

Ao mesmo tempo tem sido observável “um interesse crescente do consumidor nos nossos serviços de subscrição“, refere Mohan, sendo que o YouTube TV já conta com cerca de oito milhões de assinantes e o YouTube Music e Premium já ultrapassou os 100 milhões de subscritores.

Proteger a economia criadora é “fundamental”

À medida que trabalhamos em todas estas prioridades, o nosso compromisso número um é proteger com responsabilidade a comunidade do YouTube“, diz o CEO da plataforma, referindo que o negócio enquanto serviço de streaming não depende apenas do envolvimento do público, mas também de dar aos espectadores e anunciantes “a confiança de que podem contar connosco para oferecer vídeos de alta qualidade”.

Proteger a economia criadora é, por isso, fundamental para tudo o que fazemos e é bom para os negócios“, acrescenta Mohan, referindo a importância de se criar “uma experiência online saudável para as crianças“, pelo que a plataforma se encontra “a apoiar o crescimento de crianças e adolescentes de forma ponderada e em coordenação com especialistas em parentalidade e saúde mental”.

No mesmo sentido, é também responsabilidade da plataforma “conectar as pessoas com informações de alta qualidade“, algo que assume uma especial importância num ano em que mais de 50 países realizam eleições este ano.

Estamos a garantir que quando as pessoas procuram notícias sobre eleições no YouTube surjam fontes confiáveis de forma proeminente nas suas pesquisas e recomendações. Passámos anos a investir num manual para gerir com responsabilidade o conteúdo no YouTube, incluindo políticas aplicadas rigorosamente e de longa data contra o discurso de ódio, incitação à violência, interferência eleitoral e muito mais”, lê-se na carta assinada pelo CEO do YouTube.

Evoluímos e adaptamo-nos rapidamente quando surgirem novos desafios, e iremos fazer isto de novo à medida que a IA generativa torna possível deepfakes mais sofisticados e levanta novas questões. Todas as nossas políticas existentes aplicam-se ao conteúdo gerado sinteticamente e iremos adicionar novas camadas de transparência e proteções“, acrescenta Neal Mohan, exemplificando com a implementação de etiquetas que informam os espectadores quando o conteúdo que virem é sintético.

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Rali de Portugal gerou impacto económico recorde em 2023

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2024

O Rali de Portugal gerou, em 2023, um impacto económico estimado de 164,7 milhões de euros, de acordo com um estudo realizado pela Universidade do Algarve.

O Rali de Portugal gerou, em 2023, um impacto económico estimado de 164,7 milhões de euros, de acordo com um estudo realizado pela Universidade do Algarve e divulgado esta quinta-feira pela organização, um recorde para o evento.

De acordo com o trabalho realizado pela universidade algarvia, são mais 10,9 milhões de euros do que no ano anterior, representando um crescimento de 7,1%.

Segundo os dados divulgados pela organização, a cargo do Automóvel Club de Portugal (ACP), a despesa direta gerada no rali, formada pelos gastos conjuntos de adeptos (residentes e visitantes), equipas e organização, ascendeu a 86,8 milhões de euros, mais 14% do que em 2022.

Mais de metade desse valor (50,5%) teve origem em equipas e adeptos estrangeiros, cujos gastos contribuem para um evento “inigualável no território nacional em termos de promoção de exportações”, apontam os especialistas do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR) da Universidade do Algarve.

Também a receita fiscal direta sobre o consumo durante o Rali de Portugal cresceu para valores inéditos desde que o evento é analisado (desde 2007), superando os 21,7 milhões de euros em IVA e ISP, mais 19% do que em 2022. “Isto permitiu ao Estado arrecadar mais de 25% do impacto económico direto da prova”, lê-se no documento divulgado à imprensa.

Ao longo dos quatro dias de prova, cerca de um milhão de espetadores assistiu ao vivo à corrida, quinta ronda do Campeonato do Mundo, sendo que mais de 267 mil eram oriundos de Espanha e França, os países mais representados entre os visitantes estrangeiros de acordo com este estudo, mas também da Estónia, Reino Unido, Finlândia, Irlanda, Bélgica ou Eslováquia.

Os visitantes estrangeiros permaneceram, em média, três noites em Portugal, um acréscimo face a 2022 (média de 2,75 noites), um valor que é quase o dobro da estada turística média nas regiões norte e centro do País naquela altura do ano. Mais de 38% dos turistas estrangeiros visitou aquelas regiões pela primeira vez.

Em termos mediáticos, a edição de 2023 da prova lusa atingiu registos inéditos ao nível da exposição e do alcance das suas plataformas digitais.

“Com mais de mil horas de transmissão televisiva em 110 países dos cinco continentes, o broadcast time da prova cresceu 14,8% em relação a 2022, contribuindo para os mais de 77,9 milhões de euros de valor monetário nos media”, explica o documento.

Desde 2007, ano de início da análise científica por parte da Universidade do Algarve, o contributo do Rali de Portugal para a economia nacional cifra-se em 1.728,6 milhões de euros.

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Rui Moreira critica “leilão eleitoral” e propostas que “não passam de intenções”

Presidente da Câmara do Porto pede aos partidos políticos para apresentarem programas económicos detalhados, especialmente com metas para o investimento público.

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, afirmou esta quinta-feira que a crise política em Portugal “gera necessariamente ansiedade” entre os agentes económicos e criticou várias propostas dos partidos no “leilão eleitoral”.

“A verdade é que muitas das propostas em matéria de rendimentos e fiscalidade não passam de boas intenções”, sublinhou o autarca, numa intervenção durante a 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto.

“O mercadejar eleitoral pode ser muito eficaz a vender ilusões e a conquistar votos, mas não resolve os graves problemas estruturais do país”, vincou.

Para o autarca independente, “o país deve apostar num paradigma de desenvolvimento baseado no conhecimento, no talento, na inovação e na digitalização“. Até porque, justificou, “o modelo de desenvolvimento está esgotado: Portugal já não consegue competir com base em baixos custos de produção, mas tem dificuldade em subir nas cadeias de valor e em transformar o seu perfil de especialização”.

Esta situação acontece, assinalou, “numa altura em que Portugal precisa de se libertar da «armadilha do rendimento intermédio», de forma a convergir com os seus parceiros europeus”.

O mercadejar eleitoral pode ser muito eficaz a vender ilusões e a conquistar votos, mas não resolve os graves problemas estruturais do país.

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

Para o presidente da câmara do Porto, “não há no país um ecossistema que realmente promova a iniciativa privada e leve a uma mudança do perfil de especialização, para que predominem na economia os setores de elevado valor acrescentado”. Exortou, por isso, os candidatos às próximas legislativas de 12 de março a apresentarem programas económicos detalhados, “realistas e fundamentados”, especialmente com metas para o investimento público.

Rui Moreira criticou ainda “a espécie de leilão eleitoral em que os partidos políticos competem entre si por salários mais altos e impostos mais baixos.” Um “leilão eleitoral” em que os “principais alvos são os eleitores mais velhos e aqueles que mais dependem do Estado“, colocando, por outro lado, de parte “os problemas dos jovens e as políticas para a juventude [que] têm estado arredados do debate político, talvez porque o peso eleitoral da juventude seja cada vez menor”.

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto

 

“É prioritário incentivar o retorno dos jovens emigrados”

Neste ponto e apoiado num estudo do Observatório da Emigração, o edil lembrou os 30% de jovens nascidos em Portugal que vivem no estrangeiro e consequente necessidade de haver políticas de incentivo ao seu regresso e fixação no país. “É por isso absolutamente prioritário travar esta sangria de jovens e, ao mesmo tempo, incentivar o retorno dos jovens emigrados“, sublinhou, alertando para a dificuldade em reter talento. “Mesmo com o aumento da imigração nos últimos anos, o talento e a força de trabalho começam a escassear em Portugal.”

A agravar este cenário, completou, “o envelhecimento populacional tem vindo a reduzir a população ativa, fazendo baixar a mão-de-obra disponível e elevando o custo do capital humano. Acresce que os jovens são, à partida, mais produtivos e trazem à economia iniciativa, dinamismo e criatividade”.

Por tudo isto, Moreira é perentório em afirmar que “Portugal é um país sonâmbulo, com uma população envelhecida e baixas perspetivas de carreira para a geração mais qualificada de sempre”. E chamou a atenção para o facto de a classe média ser “sacrificada pela quebra do poder de compra e por uma carga fiscal crescente”.

Daí a necessidade de se criar riqueza no país. De outra forma, defendeu o independente, “não é possível aumentar os salários e baixar os impostos. Acontece que para criar riqueza são precisas políticas públicas que, por um lado, estimulem o investimento privado e, por outro, garantam melhores condições para a atividade das empresas e para o reforço da sua competitividade”. Até porque, se tem “falado pouco de produtividade, competitividade, financiamento, inovação, transição digital e energética… Ora, tudo isto é determinante quer para a melhoria dos salários, quer para a redução da carga fiscal”.

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto

A este contexto de crise política nacional, Rui Moreira acrescentou o internacional. “2024 é o ano de todas as incertezas, tantas são as variáveis passíveis de alteração, tantos são os fatores de imponderabilidade, tantas são as indefinições que temos pela frente”. Desde logo, elencou, “a instabilidade geopolítica provocada pela guerra na Ucrânia foi agravada pela tensão no Médio Oriente, decorrente do conflito entre Israel e o Hamas”.

A somar a tudo isto, “a economia global estar a ser confrontada com nova perturbação geopolítica”: a disrupção nas cadeias de abastecimento pela crise energética e pela pressão inflacionista, além da “agravante desta perturbação ter o seu foco numa região rica em combustíveis fosseis e numa das principais rotas marítimas do mundo, o Mar Vermelho”. “Se a tudo isto somarmos a emergência climática, estão reunidas as condições para que 2024 seja mais um ano de estagnação económica global”, completou.

O autarca independente lembrou que “para a Europa está previsto um crescimento económico muito modesto, podendo até ser inferior a 1% do PIB. A boa notícia é que a inflação deverá continuar a baixar, parecendo estar a chegar ao fim o ciclo de taxas de juro elevadas”. Também para Portugal as “perspetivas económicas para 2024 não são as mais animadoras. As previsões de crescimento para Portugal têm sido revistas em baixa e tudo aponta para um aumento do PIB a rondar os 1,3%, valor aquém dos 2,3% de 2023”.

Todo este contexto económico é afetado ainda pela “persistência das taxas de juro em alta [que] vai continuar a penalizar as empresas portuguesas, bem como a estagnação económica dos principais mercados de destino das nossas exportações”. Contudo, notou, “o investimento público tarda em ser uma prioridade da política orçamental. Em 2022, Portugal foi o país da zona euro cujo investimento público registou o valor mais baixo: apenas 2,5% do PIB”.

Aliás, sustentou, “nos últimos 20 anos, a economia nacional foi das que menos cresceu da zona euro e Portugal viu-se ultrapassado por países recém-entrados na União Europeia em termos de PIB per capita”. Lamentou, por isso, que há já vários anos que o investimento público fica aquém do orçamentado e apresenta valores inferiores aos dos restantes Estados-membros da União Europeia”.

Para que Portugal seja mais competitivo, inovador, produtivo e sustentável, o Estado deve investir “de forma estratégica e eficiente em infraestruturas modernas, no sistema educativo, científico e tecnológico e na sustentabilidade ambiental“, concluiu.

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Sindicatos e Super Bock acordam aumentos salariais de 4,3% e redução do tempo de trabalho

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2024

Revisão do Acordo Coletivo de Trabalho prevê aumentos de 4,3% ou 75 euros, conforme o mais favorável para o trabalhador. Horário de trabalho na área industrial encolhe uma hora por semana.

Os sindicatos e a Super Bock chegaram a um acordo final sobre a revisão do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para 2024, que prevê um aumento de 4,3% ou 75 euros no salário base, anunciou esta quinta-feira fonte sindical.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab) avança que o acordo, fechado na quarta-feira e com efeitos desde 1 de janeiro, garante a atualização das tabelas salariais anexas ao ACT em 4,3%, ou 75 euros, conforme mais favorável, e uma atualização de todas as cláusulas pecuniárias do ACT em 4,3%.

Ainda prevista está a redução de uma hora ao período normal de trabalho semanal de todos os trabalhadores.

Para o Sintab, os “principais ganhos” deste acordo são “a abertura de portas à diminuição do período de trabalho semanal”, favorecendo um equilíbrio entre a vida pessoal e familiar e o trabalho, e um acréscimo suplementar do valor hora.

“Os horários de funções administrativas passam de 38 para 37 horas semanais, assim como os horários de funções da área industrial passam de 39 para 38 horas semanais”, detalha o sindicato, recordando que esta diminuição “vem no seguimento de ganhos dos anos anteriores, com a dispensa de trabalho para todos nos dias 24 e 31 de dezembro, bem como no dia de aniversário”.

O Sintab destaca ainda a “manutenção da premissa de revalorização das funções previstas no ACT Super Bock”, uma vez que, pelo segundo ano consecutivo, são garantidas, “em todas elas, um aumento superior ao do salário mínimo nacional, afastando salários e tabelas salariais da remuneração mínima de referência”.

Segundo nota, 2024 é já o segundo ano consecutivo de aumentos salariais mínimos de 75 euros nos salários e nas tabelas.

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Manifestação desmobilizada e estradas reabertas em Macedo de Cavaleiros

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2024

Dezenas de agricultores estão concentrados esta quinta-feira no nó da Amendoeira, em Macedo de Cavaleiros, Bragança, obrigando ao corte da A4 e ao IP2.

Dezenas de agricultores estiveram concentrados esta quinta-feira no nó da Amendoeira, em Macedo de Cavaleiros, Bragança, obrigando ao corte da A4 e ao IP2. A Guarda Nacional Republicana, que esteve a acompanhar o protesto, teve de vedar o acesso à A4 nos dois sentidos e ao IP2. Mas, ao final da manhã, o protesto foi desmobilizado, após encontro online com a ministra da Agricultura e as estradas reabertas.

Cerca das 10h30, a organização do protesto anunciou ter conseguido marcar duas reuniões – uma esta quinta-feira via ‘online’ às 12h00 e outra presencial às 16h00 na segunda-feira – com a ministra da Agricultura e apelou à desmobilização “ordeira” do protesto. Os agricultores exigiam garantias de que os apoios de 2023 serão pagos este mês, entre outras medidas.

A A4 esteve cortada, entre os nós de Lamas e Amendoeira, nos dois sentidos, tendo sido derrubada uma rede de vedação. Também o IP2 esteve cortado desde as primeiras horas da manhã com acessos vedados nos dois sentidos. Já a Estrada Nacional 15 (EN15) esteve condicionada junto ao nó de acesso, devido à presença de máquinas agrícolas.

As marchas lentas que marcaram a manhã no distrito de Bragança decorreram no nó do IC5 e do IP2 entre Macedo de Cavaleiros e Carrazeda de Ansiães. Fonte da GNR indicou à agência Lusa que foram identificadas algumas pessoas.

A organização estima que estiveram concentrados cerca de 300 agricultores, de Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Alfândega da Fé, Vimioso, Bragança, Vinhais, Mogadouro e Valpaços, no distrito de Vila Real em vários pontos de protesto.

(Notícia atualizada com a desmobilização dos trabalhadores)

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PSP recebeu em janeiro 260 denúncias relativas à burla “Olá pai, olá mãe”

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2024

A PSP recebeu em janeiro 260 denúncias relativas à burla "Olá pai, olá mãe", que acontece por mensagem escrita, e registou mais de 360 crimes de burla informática e comunicações.

A PSP recebeu em janeiro 260 denúncias relativas à burla “Olá pai, olá mãe”, que acontece por mensagem escrita, sobretudo através da aplicação WhatsApp, e registou mais de 360 crimes de burla informática e comunicações.

Os dados constam de um comunicado divulgado esta quinta-feira pela PSP, a propósito da operação de prevenção “Internet Mais Segura”, que decorre até dia 9 e pretende alertar para alguns dos riscos associados à utilização das novas tecnologias.

A nota dá conta de um aumento destes crimes nos últimos anos, sobretudo a partir da pandemia, indicando que em 2023 a PSP registou 12.238 crimes de burla informática e comunicações, mais 10% do que no ano anterior, e deteve 32 suspeitos.

No ano anterior à pandemia (2019) tinham sido registados 6.758 crimes do género e detidos dois suspeitos, valor que disparou para 8.760 (+29%) logo em 2020, ano em que foram detidos quatro suspeitos.

Segundo os dados divulgados esta quinta-feira, no ano passado foram identificados 434 autores deste tipo de crimes e detidos 32 suspeitos.

No que diz respeito à burla “Olá pai, olá mãe”, que acontece através de mensagem escrita em aplicações de comunicação (maioritariamente WhatsApp), a PSP refere que no ano passado foram registadas 4.389 denúncias e, no primeiro mês deste ano, houve 260 (dados provisórios).

A PSP lembra que, apesar de os idosos continuarem a ser as principais vítimas dos vários tipos de burlas, nos últimos anos estes crimes têm atingido outro tipo de vítimas.

Na nota, a PSP alerta que os casos da burla “Olá pai, olá mãe” têm vindo a aumentar e explica que a melhor forma de a pessoa se certificar é ligar para o número de origem da mensagem, uma vez que os burlões não atendem e acabam por optar apenas pela comunicação através de mensagens escritas.

Para a prática deste crime, através de mensagem escrita maioritariamente através de WhatsApp remetida de um número de contacto identificável, os suspeitos apresentam-se como familiar próximo (filho) da potencial vítima, argumentando que o telemóvel avariou ou se perdeu, que o contacto telefónico passa a ser aquele que estão a usar até comprar novo equipamento e pedem dinheiro (via transferência bancária ou envio por aplicação) para esta compra, ou reparação, considerando-a urgente.

Habitualmente, recorda a PSP, utilizam fotografia do familiar da vítima pela qual se fazem passar, para credibilizar a origem do contacto.

Os registos desta burla ocorrem “por todo o território nacional, com especial incidência nas zonas urbanas de maior densidade populacional”, refere a PSP, que destaca a importância de despistar a burla com contacto telefónico.

Quando a vítima tenta o contacto através de chamada de voz, a mesma não é atendida e é remetida mensagem escrita com uma justificação e incentivando o contacto só por mensagem escrita.

A PSP aconselha ainda quem receba este tipo de contactos a ligar sempre para o número original do familiar em causa para confirmar a informação, reportando a tentativa de burla às autoridades.

Recomenda que não se faça qualquer transferência e que se despiste estas tentativas de burla com perguntas simples que o familiar saiba responder, como quais as datas de aniversário de ambos, o curso e a universidade que frequentam ou frequentaram ou qual a matrícula do carro da família.

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Advogado de ex-autarca do Funchal defende mais juízes de instrução para ouvir arguidos

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2024

Paulo Sá e Cunha, advogado do ex-presidente da Câmara do Funchal, considerou que perante as preocupações com a demora na inquirição dos detidos, devia haver mais juízes a ouvir os arguidos.

O advogado do ex-presidente da Câmara do Funchal, detido no âmbito de suspeitas de corrupção na Madeira, considerou na quarta-feira que, perante as preocupações com a demora na inquirição dos detidos, devia haver mais juízes a ouvir os arguidos.

Se o Conselho Superior da Magistratura está preocupado, e tem boas razões para estar, podia ter mais juízes de instrução para ouvir os arguidos”, afirmou Paulo Sá e Cunha, questionando que se neste momento “há dois juízes a despachar” o processo, porque é que não há dois juízes a ouvir ouvir os arguidos ou três.

“Não vejo nenhum obstáculo a isto e isso tinha aligeirado as coisas e nós não tínhamos entrado no exagero que, de facto, parece que agora começa a ser em termos de tempo excessivo”, acrescentou.

À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), no Campus de Justiça, em Lisboa, após o segundo dia de inquirição de Pedro Calado, Paulo Sá e Cunha respondeu desta forma às questões sobre os 14 dias de detenção dos arguidos sem que conheçam as medidas de coação.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) disse em 31 de janeiro que estava “preocupado” com a demora nos primeiros interrogatórios judiciais, e admitiu estudar “soluções práticas” para fazer face à limitação de um direito constitucional dos arguidos, sugerindo mudanças na lei.

O advogado de Pedro Calado disse na quarta-feira que o seu constituinte “está cansado”, mas continua a responder ao juiz e a defender-se dos factos de que está indiciado pelo Ministério Público.

Questionado se a inquirição terminará na quinta-feira, Sá e Cunha respondeu esperar que sim, mas não que não o pode garantir. “As previsões da duração da diligência até aqui têm saído erradas, dependem de várias coisas”, explicou, apontando nomeadamente haver greve dos funcionários ou do número de perguntas sugeridas pelo Ministério Público.

A defesa tem tido oportunidade de exercer os seus direitos e acho que isso é bom. Já fiz muitos interrogatórios judiciais de arguidos detidos, que foram feitos à pressa, com muita pouca ponderação dos elementos de prova e coisas que se decidiam às vezes do dia para a noite e isso é pior”, salientou Paulo Sá e Cunha, defendendo, no entanto, que não se caia no exagero, pois “duas semanas já é um tempo excessivo”.

O advogado alertou que as celas da Polícia Judiciária (PJ) apresentam “muito más condições”, pois são pequenas, não permitem visitas ou passeios fora da cela, uma vez que “não estão pensadas para manter lá pessoas ininterruptamente duas semanas”.

Ainda assim, admitiu não lhe parecer que “haja aqui detenções para investigar” e, perante uma operação de buscas “das mais espetaculares e de maior dimensão” na justiça portuguesa, num inquérito que “tem os prazos legais todos ultrapassados”, espera “que o processo conduza rapidamente a uma acusação”.

Sobre uma pedra preciosa encontrada no gabinete de Pedro Calado, o advogado lamentou um exame “feito numa hora” e “sem nenhuma intervenção da defesa”, que devia ter sido notificada, o que pode “ser uma irregularidade”.

Paulo Sá e Cunha disse que continua “convencido, até prova em contrário, que o valor é insignificante” para uma pedra preciosa, que não quis quantificar, mas que estimou numa “coisa na casa das poucas centenas de euros, pouco mais”, e assegurou que “a Casa da Moeda não fez nenhuma avaliação”.

Quinze dias depois de ter sido detido, Pedro Calado cumpriu na quarta-feira o segundo dia de inquirição a cargo do juiz de instrução criminal Jorge Bernardes de Melo, depois de, na terça-feira, ter sido ouvido perto de três horas na parte da manhã e meia hora à tarde, tendo os trabalhos terminado cerca das 17h30.

Em relação ao teor do interrogatório, Sá e Cunha reafirmou que este “está a ser muito longo” e que normalmente “são mais rápidos e que as medidas de coação são conhecidas a seguir”.

Pedro Calado é o terceiro suspeito do caso de alegada corrupção na Madeira a ser ouvido, depois de terminados os interrogatório aos empresários Custódio Correia e Avelino Farinha, também detidos no âmbito do mesmo processo. Só no final de todos os interrogatórios serão conhecidas as medidas de coação.

A PJ realizou, em 24 de janeiro, cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

A operação também atingiu o presidente do Governo Regional da Madeira (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e renunciou ao cargo. A renúncia foi formalmente aceite pelo representante da República na região na segunda-feira e publicada em Diário da República no mesmo dia.

Na sequência das buscas, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado (PSD), o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.

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Tribunal notifica por engano Glovo em vez de Uber no processo que reconheceu contrato com estafeta

Sentença diz que a ré foi citada e não contestou, mas a Uber garante não ter sido notificada, nem ouvida. ECO apurou junto de várias fontes que notificação seguiu, por engano, para a morada da Glovo.

O Tribunal do Trabalho de Lisboa devia ter notificado a Uber, no âmbito do processo que deu origem à primeira sentença em Portugal que reconhece um contrato de trabalho entre um estafeta e uma plataforma digital, mas por engano enviou a citação para a Glovo, apurou o ECO junto de várias fontes ligadas às ações em curso. A associação que representa a Uber, a Glovo e a Bolt já veio denunciar, num comentário enviado ao ECO, que os processos têm sido “conduzidos de forma apressada, acelerados por pressão política“.

A sentença histórica garante que a — ou seja, a Uber Eats — foi citada e não contestou. Mas a plataforma em questão assegura que nunca foi notificada, nem ouvida.

Na terça-feira, já o ECO tinha noticiado, com base em várias fontes ligadas aos processos em curso para o reconhecimento de contratos de trabalho entre os estafetas e as plataformas digitais, que o Tribunal do Trabalho de Lisboa enviou a citação para outra plataforma. Por engano, a notificação seguiu para os escritórios da Glovo. O ECO tomou conhecimento, entretanto, que o erro se prendeu com um lapso na morada, o que coloca em risco a validade da decisão judicial.

Num comentário enviado ao ECO, a Associação Portuguesa das Aplicações Digitais (APAD) já veio alertar que, desde o início, “todos estes processos foram conduzidos de forma apressada, acelerados por pressão política e deram origem a vários erros“.

“Uma base frágil pode levar a erros processuais inevitáveis para todas as partes envolvidas, sem quaisquer benefícios para os estafetas e impedindo a necessária clarificação da lei”, criticou a associação, que continua a defender “modelos operacionais que permitam flexibilidade para os trabalhadores independentes que usam as plataformas digitais como fonte de rendimento”.

Na base deste processo está a alteração ao Código do Trabalho, que entrou em vigor a 1 de maio e abre a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores por conta de outrem das plataformas digitais, desde que sejam reconhecidos indícios de subordinação. Por exemplo, se a plataforma fixar a retribuição ou tiver poder disciplinar, pode estar em causa um laço de subordinação. No caso do processo da Uber Eats, o juiz deu como provados cinco dos seis indícios previstos na lei.

De acordo com o balanço mais recente da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), já chegaram ao Ministério Público quase 900 ações para o reconhecimento de contrato de trabalho entre os estafetas e as plataformas, que são relativas a 16 plataformas.

Além deste caso, há, portanto, centenas de outros processos em curso nos tribunais portugueses, alguns dos quais já com julgamento marcado.

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Trabalhar nas plataformas, estágios e recibos verdes. Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" leva até si, todas as quintas-feiras, tudo o que precisa saber sobre o que está a fazer mexer o mercado de trabalho nessa semana.

O que está a fazer mexer o mercado de trabalho? Todas as quintas-feiras, o podcast “Ao trabalho!” conta-lhe tudo o que precisa saber. Esta semana falamos sobre o reconhecimento de um contrato de trabalho entre um estafeta e as plataformas digitais, sobre os estágios, sobre os falsos recibos verdes e ainda sobre a vontade dos profissionais liberais entrarem na Concertação Social.

Ouça o episódio no leitor abaixo ou aqui.

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Na mesma semana foi anunciado que, pela primeira vez, um tribunal português tinha reconhecido um contrato de trabalho entre um estafeta e uma plataforma digital e que, afinal, essa decisão “provavelmente não terá efeito“. A Uber diz que não foi ouvida, apesar de a sentença garantir que a ré foi citada, não tendo contestado.

Por outro lado, o Tribunal de Contas Europeu deu conta que cerca de um terço dos estágios não são remunerados, o que pode agravar as desigualdades entre os jovens.

Já no que diz respeito ao trabalho independente, cerca de dez mil euros foram notificadas pela Autoridade para as Condições do Trabalho e têm agora até meados de fevereiro para corrigir.

Por fim, destaque para uma carta que os profissionais liberais enviaram aos partidos políticos, a exigir que tenham representação na Concertação Social. Isto porque entendem que a CGTP e a UGT não estão a dar voz às suas lutas de forma adequada.

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Bancos bloqueiam contas por falta de dados atualizados

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2024

A falta de atualização dos dados pessoais por parte de particulares está a levar ao bloqueio de contas bancárias. Em causa está uma lei de combate ao branqueamento de capitais.

A falta de atualização de dados pessoais por particulares está a levar ao bloqueio de contas bancárias, avança o Público. Não há dados concretos sobre o número de contas bloqueadas, estimando-se que cheguem às centenas, com base nas queixas que são recebidas pelo Banco de Portugal.

Em causa está uma lei criada para combater o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, que introduziu novas exigências de identificação dos titulares de contas, tanto para os novos clientes como para os antigos. Mas há lacunas, uma vez que nem a lei, nem o próprio supervisor, estabelecem regras claras para o cumprimento da lei, nomeadamente em relação às formas de contacto dos clientes para procederem a essa atualização, ou aos meios para a concretizar.

O bloqueio das contas impede a realização de levantamentos, pagamentos ou outras operações. Entre os mais afetados estão os cidadãos com baixa literacia financeira, como os idosos e emigrantes. Só nos primeiros sete meses de 2023 o Banco de Portugal recebeu 271 pedidos de informação e reclamações.

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Ministério Público diz que Declaração de Impacte da mina do Barroso “deve ser anulada”

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2024

O Ministério Público considera que a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) da mina de lítio do Barroso "padece do vício de violação da lei" e "deve ser anulada".

O Ministério Público (MP) considera que a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) da mina de lítio do Barroso “padece do vício de violação da lei” e “deve ser anulada”, segundo um documento divulgado esta quinta-feira pela Câmara de Boticas.

O MP foi notificado a pronunciar-se na sequência de uma ação judicial interposta pela Junta de Freguesia de Covas do Barroso, em Boticas, para anular a DIA da mina do Barroso, enviando um requerimento para o Tribunal Administrativo de Fiscal (TAF) de Mirandela onde corre o processo.

No documento, consultado pela agência Lusa, o MP conclui “que a DIA padece de vício de violação de lei e deve ser anulada”.

O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, reagiu com satisfação e afirmou que as conclusões do MP “vêm dar ainda mais força à luta contra a exploração de lítio” e “demonstram que os argumentos da população contra a mina são totalmente legítimos”.

Ponto por ponto vem desmontar o parecer que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) dá“, salientou o autarca, referindo que o MP apontou as “ilicitudes do projeto da mina e formulou uma posição clara no processo, sustentada por milhares de documentos”.

A APA viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso, distrito de Vila Real, emitindo uma DIA favorável, em maio, mas que integra um conjunto alargado de condicionantes.

A mina, que a empresa Savannah quer explorar, tem uma duração estimada de 17 anos e a área de concessão prevista é de 593 hectares.

Um aspeto destacado pelo MP é o risco que a ampliação da atividade mineira representa para o Sistema Importante do Património Agrícola Mundial (SIPAM) do Barroso, descaracterizando-o e, consequentemente, podendo levar à sua desclassificação, o que viola os compromissos internacionais que o Estado português assumiu com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), de proteger, apoiar e aumentar a qualidade de vida na região.

“Prevendo e aceitando a hipótese de desintegração do SIPAM, o ato administrativo corporizado na DIA erra manifestamente, nesta dimensão de violação do compromisso internacional do Estado, na apreciação dos factos e do direito, verificando-se vício de violação de lei, que implica anulabilidade”, pode ler-se no parecer do MP.

Refere ainda que a DIA viola legislação em vigor que não permite a revelação e aproveitamento de recursos minerais em território SIPAM, bem como a Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia e o Plano Estratégico da PAC 2023-2027 (PEPAC) para Portugal, colidindo com os objetivos dos financiamentos comunitários do programa SIPAM e investimentos de apoios financeiros do baldio do Barroso.

O projeto da mina do Barroso foi apresentado como uma ampliação, mas o MP entende que se trata de “um conjunto de novos subprojetos, que não foram analisados pela DIA, e cujo efeito, intensidade e complexidade vão muito para além da área a ampliar”.

O Ministério Público entende que a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) para a ampliação apresenta uma situação de referência para a atividade mineira existente a partir de um contrato prévio (2016) que não foi sujeito a avaliação ambiental, pelo que a DIA recente deveria confrontar a atividade viabilizada com a única DIA precedente (2005) com a que agora se pretende realizar.

É ainda referido que a DIA não faz uma correta avaliação da gestão de resíduos de extração mineira, não define o risco de vulnerabilidade a acidentes e catástrofes das seis barragens previstas nem a contaminação do meio hídrico (rio Covas e águas subterrâneas).

E, segundo o MP, não pondera o real impacto deste projeto cumulativamente com o da mina do Romano, prevista para Montalegre, devido à proximidade e dimensão dos dois projetos.

Relativamente ao lobo-ibérico, o MP aponta que as medidas de minimização previstas “carecem de demonstração de efetividade”.

Outro aspeto referido no documento é o de o promotor admitir que a China possa ser o destino do minério, pelo que não resolveria a problemática da dependência externa do fornecimento de lítio da União Europeia.

“Há muitas incongruências e muitas ilegalidades neste processo”, concluiu Fernando Queiroga, defendendo que o projeto deve ser anulado.

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Governo remete decisões sobre a VCI no Porto para o próximo Executivo

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2024

O atual Governo remeteu para um próximo Executivo as decisões sobre a reordenação do trânsito na Via de Cintura Interna (VCI), no Porto.

O atual Governo remeteu para um próximo Executivo as decisões sobre a reordenação do trânsito na Via de Cintura Interna (VCI), após confirmar que o presidente da Câmara do Porto defendeu estarem reunidas as condições para as tomar.

“O presidente da Câmara Municipal do Porto acredita estarem reunidas as condições para se avançar com as alterações na VCI e disso mesmo deu nota informalmente ao secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas. Contudo, a decisão de implementação, ou não, das referidas medidas deverá ser tomada pelo próximo Governo”, pode ler-se numa resposta da Secretaria de Estado das Infraestruturas à Lusa.

A Lusa tinha questionado o gabinete liderado por Frederico Francisco acerca da posição do autarca do Porto, Rui Moreira, noticiada pelo Porto Canal na segunda-feira, em que este se manifestava “mesmo convencido” de que, desta vez, se iriam fazer as alterações.

Num grupo de trabalho criado em 2020 foram propostas 27 medidas, baseadas em três áreas temáticas: gestão de portagens, melhorias de infraestruturas e a gestão das mesmas.

O grupo de trabalho propôs um cenário, denominado G, que consistia na redução tarifária no último pórtico sul da A28, na introdução de um novo pórtico na A28, a sul da interseção com a A41, na eliminação dos dois pórticos existentes no tramo poente da A4 e na introdução de um novo pórtico entre a A4 (nascente) e a A3 (tramo sul).

No dia 22 de janeiro, o autarca independente tinha exigido a aplicação das medidas para retirar pesados da Via de Cintura Interna (VCI), acordadas pelo grupo de trabalho em 2020, responsabilizando o Governo e Matosinhos pela não implementação.

No mesmo dia, a Câmara de Matosinhos defendeu que a mudança estrutural no cenário de trânsito na região só virá com a adoção do transporte público, após Rui Moreira ter responsabilizado o município pelo tráfego na Via de Cintura Interna (VCI).

No entanto, a autarquia liderada por Luísa Salgueiro (PS) disse concordar com o chamado cenário G, o que levou Rui Moreira a comunicar ao secretário de Estado que, no seu entendimento, estavam reunidas as condições para avançar com o projeto, segundo o Porto Canal.

Na Assembleia Municipal daquele dia, o movimento Aqui Há Porto!, que apoia Rui Moreira, apresentou ainda uma moção, que foi aprovada, em que instava o Governo a isentar, por um período experimental de um ano, as portagens na A41-CREP.

A moção instava ainda o secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas a aplicar taxas de portagens na VCI “a todo o tráfego de atravessamento”, exceto “aquele que tem como origem e destino a cidade do Porto”.

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