“Temos de nos manter atentos e vigilantes quanto à inflação”, alerta João Leão

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

O ministro das Finanças disse que a "taxa de inflação vai desacelerar ao longo deste ano e, sobretudo, espera-se uma forte redução a partir do segundo semestre deste ano”. Pede atenção e vigilância.

O ministro das Finanças, João Leão, defendeu esta terça-feira que Portugal se deve manter “atento e vigilante” à inflação, perante subidas nas taxas que pressionam os preços, esperando “uma forte redução” no segundo semestre deste ano.

“A taxa de inflação está mais alta do que esperado, sabemos que tem componente significativa que é de natureza temporária, mas temos de nos manter atentos e vigilantes e acompanhar a sua evolução [porque] sabemos também que afeta a vida da população”, declarou o governante, falando à imprensa portuguesa em Bruxelas.

No final da reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (UE), o Ecofin, João Leão indicou que “Portugal tem das taxas de inflação mais baixas” do espaço comunitário, mas “deverá acompanhar o reflexo europeu”, com percentagens ainda elevadas no primeiro semestre de 2022 e mais reduzidas e estáveis no segundo.

“A análise que foi feita pelo BCE [Banco Central Europeu] e pelos ministros das Finanças é que a taxa de inflação vai desacelerar ao longo deste ano e, sobretudo, espera-se uma forte redução a partir do segundo semestre deste ano”, acrescentou o responsável.

Em termos concretos, o Governo antecipa agora que “a inflação fique, no próximo ano, acima do que estava previsto por todos”, acima de 1% em Portugal e além dos 2% ao nível europeu, precisou o governante.

Ainda assim, esta é “uma taxa de inflação mais elevada do que esperado, mas com uma forte componente temporária”, reforçou João Leão.

A posição portuguesa surgiu depois de, na segunda-feira, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, ter afirmado esperar uma redução das “pressões inflacionistas” ao longo do ano na zona euro, perante subidas na inflação ‘puxadas’ pelos preços energéticos, prevendo uma melhoria à medida que as cadeias de abastecimento estabilizam.

O BCE tem vindo a considerar que a inflação deverá estabilizar nos 2% a médio prazo.

Ainda hoje, João Leão apontou que “o BCE não antecipa, no curto prazo, a necessidade de ter alterar as taxas de juro, e por isso mesmo também a política monetária a esse nível vai-se manter estável”.

“Sabemos que os mercados, ao nível do financiamento dos países e das empresas, estão a reagir e as taxas de juro estão aí a aumentar e esse é um desafio que vamos ter de enfrentar, pela primeira vez nos últimos anos, que é o aumento das taxas de juro para o futuro”, concluiu o ministro das Finanças.

O BCE tem como principal mandato a estabilidade dos preços, considerando-se que tal é importante para a estabilidade económica, social e até política, pelo que estabeleceu, em 2021, uma nova estratégia que contempla um objetivo simétrico de inflação de 2% a médio prazo, uma meta mais flexível que admite desvios temporários e moderados.

A inflação anual na zona euro atingiu, em novembro passado, 4,9%, sendo esta a taxa mais elevada desde o início da série, em 1997, segundo o Eurostat.

O BCE prevê que os preços aumentem em média 3,2% este ano e 1,8% em 2023 e 2024.

A contribuir para a inflação estão, de momento, os custos energéticos e os problemas nas cadeias de abastecimento globais.

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Larry Fink defende “capitalismo de stakeholders”, que diz não ser “woke”

O CEO da gestora de fundos Blackrock defendeu o capitalismo de stakeholders enquanto uma questão de capitalismo a trabalhar para todas as partes interessadas, e não uma agenda política ou social.

Larry Fink, líder da BlackRock, que gere ativos avaliados em mais de 10 biliões de dólares, defendeu esta terça-feira que o capitalismo de stakeholders não é uma questão política, não tem uma agenda social ou ideológica, nem é “woke”, escreveu na carta que dirige anualmente aos presidentes executivos.

Na missiva, Fink explica que o capitalismo de stakeholders é impulsionado pela “relação benéfica” entre o CEO e “os funcionários, clientes, fornecedores e comunidades” dos quais a empresa depende para prosperar. É o capitalismo a trabalhar para todas as partes interessadas, pode ler-se, ao invés de só para os acionistas.

A carta aberta surge em resposta a acusações da gestora usar a sua influência para incentivar uma agenda progressista e “woke” – termo comummente usado nos EUA para apelidar pessoas conscientes e muito empenhadas em questões de justiça social. Nos últimos anos, a gestora foi também criticada por políticos conservadores, empresários e ativistas, por apoiar o investimento segundo critérios ESG (isto é, com base em padrões ambientais, sociais e de boa governação).

Fink sublinha a necessidade de o CEO criar valor não só para os seus acionistas, mas para toda as partes interessadas da cadeia de valor, a fim de criar valor a longo prazo. Este valor a longo prazo, entende Fink, é a medida pela qual os mercados vão determinar o sucesso da empresa, alertando para a possibilidade de as empresas ficarem para trás se não adotarem práticas sustentáveis.

Entre os temas abordados, Fink esclareceu ainda a posição da Blackrock em relação às empresas ligadas aos combustíveis fósseis, alegando que desinvestir nestes setores, ou a sua simples transição dos mercados de capitais para private equity não irá fazer o mundo chegar à neutralidade carbónica. Assim, “por regra”, a BlackRock não procura desinvestir de empresas petrolíferas ou de gás.

“Focamo-nos na sustentabilidade não porque somos ambientalistas, mas porque somos capitalistas e fiduciários para os nossos clientes”, escreve Fink. O responsável alega ainda que não são apenas as startups a poder gerar disrupção e novas indústrias, mas também as empresas já estabelecidas o podem e devem fazer. Fink fala ainda do dever de governos e empresas continuarem a assegurar o acesso a energia fiável e a preços acessíveis.

Fink apelou às empresas para se tornarem mais apelativas para os seus funcionários em função do atual contexto do mercado de trabalho. “Trabalhadores a exigirem mais dos seus empregadores é uma característica essencial do capitalismo eficaz”, escreveu o gestor. Segundo os dados da BlackRock, as empresas que criaram mais e melhores ambientes inovadores para os seus trabalhadores registaram níveis mais baixos de rotatividade e retornos mais elevados durante a pandemia.

O gestor aproveitou, por fim, a oportunidade para anunciar o lançamento do Centre for Stakeholder Capitalism da BlackRock, de modo a criar um “fórum” para a investigação, diálogo, e debate, para aprofundar a relação entre o envolvimento das partes interessadas, e o valor acionista. Fink expressa que a convicção é de que as empresas têm um melhor desempenho quando refletem e têm assente qual o seu papel na sociedade, e agem no interesse de todos os stakeholders.

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Municípios pedem divulgação urgente do parecer da PGR sobre confinados

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

A Associação Nacional de Municípios Portugueses pede a divulgação rápida do parecer pedido pelo Governo à PGR sobre a votação nas legislativas de pessoas em isolamento devido à Covid-19.

Os municípios pediram esta terça-feira à Procuradoria-geral da República a divulgação rápida do parecer pedido pelo Governo sobre a votação nas legislativas de pessoas em isolamento devido à Covid-19, para que possam preparar as eleições em segurança.

Num comunicado, a presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Luísa Salgueiro, alerta para a necessidade de as Câmaras Municipais terem “a informação necessária urgentemente, de modo a não haver quaisquer problemas” nos “diferentes momentos de votação, no cumprimento da lei e das normas de saúde pública”.

A posição da ANMP foi assumida num Conselho Diretivo realizado esta terça-feira online, para analisar o papel dos municípios na logística das eleições legislativas, numa altura em que os especialistas estimam poderem estar em isolamento cerca de meio milhão de eleitores.

“O que nós queremos é, em concreto, regras claras e o reforço dos equipamentos de proteção individual, de modo a termos condições de segurança para quem está nas mesas de voto e ou envolvido na recolha de votos no domicílio, assim como para quem vai votar”, sublinhou a presidente Luísa Salgueiro, citada na nota de imprensa.

A ANMP considera que “é importante garantir o direito de voto a todos os cidadãos interessados em votar (seja através do voto em mobilidade, seja pelo voto antecipado, seja ainda pelo voto em confinamento obrigatório), confiando que os municípios, desde que atempada e claramente informados, cumprirão, como sempre, as suas obrigações legais”, apesar “do esforço” que lhes é exigido.

O Governo pediu um parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) para saber se o isolamento no quadro da covid-19 impede o exercício do direito de voto ou se poderá ser suspenso para esse efeito.

Este pedido de parecer feito por causa das eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro foi comunicado aos jornalistas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 05 de janeiro, no final de mais uma sessão sobre a situação da covid-19 em Portugal, no auditório do Infarmed, em Lisboa.

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Governo e Comissão assinam acordo operacional do PRR

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

A assinatura do acordo vai permitir a apresentação do primeiro pedido de desembolso, no valor de 1.336 milhões, prevista para a próxima semana.

O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, e o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, assinaram o Acordo Operacional que regula a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), anunciou esta terça-feira o Governo.

Em comunicado enviado às redações, Nelson de Souza explicou que se trata do acordo que “estabelece o conjunto de indicadores que definem o exercício semestral de avaliação do cumprimento de metas e marcos, a que Portugal se sujeitará até 2026 para receber o financiamento do PRR”.

Assim, a assinatura daquele acordo vai permitir a apresentação do primeiro pedido de desembolso, no valor de 1.336 milhões de euros, prevista para a próxima semana.

Aquele valor, apontou o Governo, deverá chegar durante o primeiro trimestre de 2022.

“Em termos acumulados, Portugal terá assim recebido 3.494 milhões de euros, que correspondem a 21% do valor total do PRR”, referiu o ministro do Planeamento.

Portugal foi o primeiro país da União Europeia a ver aprovado o seu Plano de Recuperação e Resiliência.

O Governo lembrou que, no total, as reformas e os investimentos absorvem 16.644 milhões de euros de financiamento do PRR, distribuídos por 13.944 milhões de euros de subvenções (84%) e 2.700 milhões de euros de empréstimos (16%).

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Activision Blizzard dispara 30% após negócio milionário com Microsoft

Microsoft vai comprar a produtora do videojogo Call of Duty por 69 mil milhões de dólares. Ações da Activision Blizzard disparam 32% em Wall Street.

As ações da Activision Blizzard disparam mais de 30% em Wall Street, depois de a Microsoft ter anunciado um acordo para a compra da produtora dos videojogos Call of Duty e World of Warcraft por 69 mil milhões de dólares, o maior negócio da história da empresa. Já a fabricante de software cede 2%.

A Microsoft oferece 95 dólares por cada ação da Activision Blizzard, acenando com um prémio de 45% face à cotação de fecho da sessão desta segunda-feira. Em reação, as ações da produtora de videojogos valorizam 32% para 86,47 dólares, aquém, ainda assim, da contrapartida oferecida pela Microsoft, que se prepara para fechar o maior negócio de sempre no setor tecnológico.

“Esta aquisição vai acelerar o crescimento da Microsoft no negócio do gaming no mobile, PC, consolas e cloud e vai servir de base ao metaverso”, justificou a tecnológica liderada por Satya Nadella. Já as ações da Microsoft estão em baixa de 2,13% para 303,60 dólares.

Apesar deste mega negócio, as bolsas de Nova Iorque iniciaram a sessão em forte baixa, com o setor tecnológico a ser o mais penalizado pela subida das taxas de juro das obrigações do Tesouro norte-americanas. O índice tecnológico Nasdaq recua 1,52% para 14.672,34 pontos, com o Facebook, Amazon, Netflix a caírem mais de 1%. A Apple cede 0,54% para 172,13 dólares.

O Dow Jones e o S&P 500 perdem 1,48% e 1,35%, respetivamente.

“A castigar o sentimento está o aumento das probabilidades dos bancos centrais subirem as taxas de juro mais cedo do que o previsto. O reflexo é visível na subida das yields de divida soberana e isso castiga os ativos de risco, como o mercado de ações, em especial as empresas designadas growth, que negoceiam com múltiplos mais elevados”, dizem os analistas da sala de mercados do BCP.

“A Goldman Sachs, Charles Schawb e Truist Financial recuam após reportarem os resultados trimestrais”, acrescentam.

(Notícia atualizada às 14h45)

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Unicórnio Remote lança programa de apoio gratuito à contratação de refugiados

O "Remote for Refugee" destina-se a empregadores que contratam refugiados em qualquer um dos países em que a Remote está presente.

A Remote está a oferecer os seus serviços globais de apoio à contratação para todos os trabalhadores refugiados que vivam em países onde a empresa está presente. O unicórnio de ADN português acaba de lançar o “Remote for Refugees”, um programa que promete tornar mais fácil e rentável para as empresas a contratação de refugiados. O objetivo é capacitar as organizações a nível mundial para apoiarem os profissionais refugiados.

“Temos vindo a trabalhar com governos e organizações que fornecem recursos aos refugiados para encontrar soluções conjuntas que os ajudem a reconstruir as suas vidas. Este trabalho é mais urgente do que nunca, com milhões de pessoas a serem deslocadas do Afeganistão, Síria e outros países devastados pela guerra”, começa por dizer Job van der Voort, CEO e cofundador da Remote, jutamente com o português Marcelo Lebre, numa publicação no blogue do unicórnio.

Se está a contratar pessoas refugiadas, fale com a equipa da Remote e saiba mais sobre o programa aqui.

“Como empresa que permite oportunidades globais de emprego, sentimos que é nossa responsabilidade moral ajudar os refugiados a recuperarem através de um emprego digno”, continua.

“A nossa missão é abrir o vasto potencial de qualquer pessoa, negócios e países, construindo um mundo onde todos podemos evoluir. Emprego digno é uma força multiplicadora, permitindo aos refugiados reconstruir a sua vida e contribuir para as comunidades onde residem. Melhores oportunidades de emprego enriquecem as comunidades e dão lugar a mais perspetivas diversas”, defende o CEO.

Como funciona o “Remote for Refugees”?

  • Quem é elegível para o programa?

“Esta oferta está disponível para todos os refugiados que possam mostrar documentação sobre o seu estatuto de refugiado e tenham o direito de trabalhar ou uma autorização de trabalho no seu país de acolhimento”, detalha a Remote.

  • Esta oferta vai manter-se ativa por quanto tempo?

“Enquanto a pessoa tiver o estatuto de refugiado, este desconto especial aplicar-se-á. Pretendemos manter o programa aberto durante, pelo menos, os próximos cinco anos, com vista a prolongar o programa.”

  • Em que países de acolhimento é que o programa pode ser ativado?

“Desde que o refugiado tenha o direito legal de trabalhar, podemos empregá-los em qualquer país onde tenhamos uma entidade. Verifique no nosso country explorer os países abrangidos. Se é refugiado e não tem a certeza se tem o direito de trabalhar no seu novo país, recomendamos vivamente que discuta a sua situação com o seu representante de realojamento ou autoridade local.”

  • Sou refugiado. Como posso ativar o programa?

“O ‘Remote for Refugee’ é destinado a empregadores que contratam refugiados. Se for refugiado, e já estiver a falar com um empregador, pode informá-los sobre esta oferta ou acrescentar uma nota no seu CV.”

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David Neeleman acusa António Costa de “afirmações falsas” e exige pedido de desculpas

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

O ex-acionista de referência da companhia aérea TAP acusou o primeiro-ministro de proferir "afirmações falsas" no debate de segunda-feira, exigindo um pedido de desculpas.

O ex-acionista da TAP David Neeleman espera um pedido de desculpas de António Costa, que diz ter “faltado à verdade” com declarações que afetaram o seu “nome e reputação”, no âmbito da pré-campanha para as legislativas.

Numa nota enviada à Lusa, David Neeleman faz alguns esclarecimentos face ao que acusa de serem “afirmações falsas” sobre a sua pessoa por parte do líder do PS, António Costa, no debate para as próximas eleições legislativas com o candidato do PSD, em que – cita o empresário – o também primeiro-ministro disse que o Estado comprou a companhia “‘para prevenir precisamente que aquele privado que lá estava e que não merecia confiança, não daria cabo da TAP no dia em que fosse à falência'”.

À Lusa, o empresário afirma que “desde o início” da sua carreira teve “a oportunidade de criar cinco empresas de aviação em diferentes países como os Estados Unidos da América, Canadá e Brasil” e que, “apesar de nos dois últimos anos a indústria da aviação ter passado pela sua maior crise de sempre [devido à pandemia de Covid-19], nenhuma dessas empresas foi à falência nem foi sujeita a qualquer tipo de intervenção similar até à presente data“.

Num frente a frente entre o líder do PS e primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do PSD, Rui Rio, moderado e transmitido pela RTP, SIC e TVI em 13 de janeiro, no âmbito da pré-campanha para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro, António Costa – desafiado a garantir que o Estado não vai colocar mais dinheiro na TAP, para lá dos três mil milhões de euros já injetados – disse que, se o Estado não tivesse readquirido 50% do capital da transportadora aérea nacional, a TAP teria “ido para o buraco” quando as várias empresas do acionista privado David Neeleman foram à falência.

“Comprámos [a TAP] para prevenir precisamente que aquele privado que lá estava e que não merecia confiança, não daria cabo da TAP no dia em que fosse à falência. Em 2020, as empresas do senhor Neeleman foram caindo em todo o mundo”, afirmou o primeiro-ministro.

Ao contrário do que o Dr. António Costa disse nesse debate, todas as empresas de aviação que fundei foram e continuam a ser projetos de grande sucesso com valorizações consideráveis para os seus ‘stakeholders’, tendo demonstrado ser sustentáveis e resilientes o suficiente para sobreviver neste cenário de crise”, reforça David Neeleman na mesma nota à Lusa.

O ex-acionista da TAP refere também que “há muita informação sobre essas empresas, desde logo por serem cotadas”, lembrando que é, por isso, “dispensável estar a detalhar a situação de cada uma delas”, mas refere algumas notícias nas quais destaca “os enormes sucessos” da Jet Blue e da Azul e do mais recente projeto nos Estados Unidos da América, a Breeze, que “iniciou atividade em plena pandemia”.

É com surpresa que noto que o Dr. António Costa entende que eu não sou merecedor de ‘confiança’, isto depois de, após o início da pandemia, o Dr. António Costa ter reconhecido em 30 de abril de 2020, em entrevista à RTP, que a TAP até à pandemia estava a executar o plano estratégico que tinha sido aprovado pelo Estado”, afirma ainda.

David Neeleman aproveita para desejar “as maiores felicidades à TAP e aos seus trabalhadores excecionais”.

O Dr. António Costa faltou à verdade e com as suas declarações afetou o meu nome e a minha reputação, pelo que espero um pedido de desculpas“, conclui.

Em 13 de janeiro, o presidente do PSD acusou a TAP de prestar um serviço “absolutamente indecente”, insistindo que deve ser privatizada “o mais depressa possível”, enquanto António Costa defendeu, então, que foi a presença do Estado que permitiu salvar a transportadora aérea nacional.

O Estado português concretizou, em 2 de outubro de 2020, a aquisição de participações sociais dos acionistas privados da TAP, no qual o consórcio Atlantic Gateway, do empresário David Neeleman, detinha 45% do capital, que resultou no controlo público de 72,5% da companhia aérea, ficando o empresário Humberto Pedrosa com 22,5% e os trabalhadores com os restantes 5%.

Em 11 de dezembro de 2021, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse, durante a apresentação do plano de reestruturação do grupo, que o acionista David Neeleman perdeu 169 milhões de euros quando saiu da TAP.

David Neeleman “tinha direito a prestações acessórias de 224 milhões de euros”, ou seja, “no momento em que o Estado se tornasse maioritário, o privado ia pedir 224 milhões de euros”, disse o governante em conferência de imprensa.

“O Estado não ia aceitar, ia disputar”, indicou, salientando que a solução mais aceitável foi pagar 55 milhões de euros ao acionista.

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Microsoft compra produtora dos jogos Call of Duty e WoW por 69 mil milhões, o maior negócio de sempre da tecnológica

A Microsoft vai comprar a produtora de videojogos Activision Blizzard por 69 mil milhões de dólares. É o maior negócio de sempre da tecnológica e reflete uma indústria em franco crescimento.

A Microsoft confirmou esta terça-feira que chegou a um acordo para adquirir a Activision Blizzard, a empresa que desenvolve os populares videojogos Call of Duty e World of Warcraft, por 69 mil milhões de dólares (cerca de 60,4 mil milhões de euros). A notícia foi avançada pela Bloomberg e pelo WSJ, que notam que este é o maior negócio da história da tecnológica.

A aquisição desta empresa, que resultou da fusão da Activision com a Blizzard, pela dona das consolas Xbox, vai combinar duas das maiores empresas do mundo na indústria dos videojogos. O preço de perto de 70 mil milhões de dólares (95 dólares por ação) a pagar pela Microsoft reflete o crescimento que o setor tem experienciado nos últimos anos, exacerbado pelos efeitos da pandemia nos hábitos de consumo.

“Esta aquisição vai acelerar o crescimento da Microsoft no negócio do gaming no mobile, PC, consolas e cloud e vai servir de base ao metaverso”, justificou a tecnológica liderada por Satya Nadella, fazendo, assim, referência direta a uma das maiores tendências do setor tecnológico nos últimos meses. Em face desta notícia, os títulos da Activision Blizzard estão a subir mais de 30% nas negociações antes da abertura dos mercados. Já as ações da Microsoft recuam 1,7%.

Com a compra desta empresa, a Microsoft herda também alguns problemas. A Activision Blizzard tem estado no centro de um escândalo relacionado com múltiplas denúncias de assédio sexual a trabalhadoras da companhia. Precisamente esta terça-feira, o WSJ noticiou que foram despedidos mais de 30 funcionários da Activision Blizzard desde julho e 40 outros foram alvo de medidas disciplinares em casos associados a condutas impróprias, sendo públicos os sérios problemas na cultura empresarial da companhia.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h31)

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Testagem de um milhão de alunos à Covid nas escolas públicas arranca esta terça-feira

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

Cerca de um milhão de estudantes das escolas públicas de todo o país vão poder ser testados a partir de hoje através de um acordo entre os diretores escolares e as farmácias.

Cerca de um milhão de estudantes das escolas públicas de todo o país vão poder ser testados a partir desta terça-feira através de um acordo entre os diretores escolares e as farmácias.

A decisão foi avançada à Lusa na semana passada pelo presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, que explicou que este projeto resultava de um protocolo entre a ANDAEP e a Associação Nacional das Farmácias (ANF).

“A iniciativa de testagem Covid-19 arranca hoje”, anunciam as duas entidades num comunicado conjunto, explicando que o objetivo é “garantir a segurança dos alunos durante o novo período letivo”.

Depois da pausa letiva do Natal, as aulas presenciais recomeçaram uma semana mais tarde devido à evolução da pandemia de Covid-19, altura em que começou também uma nova campanha de testagem à Covid-19 de docentes e pessoal não docente nas escolas de todo o país.

Neste processo de testagem os alunos ficaram de fora, por decisão da Direção-Geral da Saúde (DGS). A Lusa questionou a DGS sobre os motivos da medida, mas não obteve resposta.

O programa agora organizado pela ANF e ANDAEP prevê que o serviço de testagem seja articulado localmente entre cada escola e as farmácias de proximidade, podendo a testagem ser realizada nas instalações da farmácia ou da escola.

Para o presidente da ANDAEP, a iniciativa “vai permitir que os alunos possam ser todos testados a custo zero para as famílias e para as escolas”.

Filinto Lima acrescentou ainda que “os diretores não baixarão a guarda de exigência relativamente ao cumprimento das regras e observação das normas implementadas nas escolas públicas”.

Também a ANF sublinhou que a medida vai permitir estender a testagem aos estudantes do ensino público de todo o país: “Trata-se de um programa flexível, porque será ajustável à realidade de cada localidade e concelho”, sublinhou a presidente da ANF, Ema Paulino.

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Já há 166 mil inscritos para voto antecipado em mobilidade

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

Mais de 166 mil eleitores inscreveram-se até às 12h00 desta terça-feira para votar antecipadamente em mobilidade, em 23 de janeiro, nas eleições legislativas, segundo dados do MAI.

Mais de 166 mil eleitores inscreveram-se até às 12h00 desta terça-feira para votar antecipadamente em mobilidade, em 23 de janeiro, nas eleições legislativas, segundo dados do Ministério da Administração Interna (MAI) enviados à Lusa.

“O número de cidadãos eleitores que se inscreveram para votar no voto em mobilidade, até às 12h00 desta terça-feira, é de 166.695”, indica o MAI.

O Ministério da Administração Interna avança que entre domingo e segunda-feira, dois primeiros dias de inscrições para o voto antecipado em mobilidade nas eleições legislativas de 2022, tinham-se inscrito 157.100 eleitores.

Os eleitores recenseados no território nacional podem inscrever-se até quinta-feira para votar antecipadamente em mobilidade no domingo 23 de janeiro, uma semana antes das eleições legislativas de 30 de janeiro.

Nesta modalidade, os eleitores inscrevem-se num local de voto à sua escolha num município do continente ou das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, através deste site ou por correio enviado para a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.

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Portugueses gerem novo fundo de 26 milhões focado em blockchain

Liderado por três portugueses, o fundo Lightshift I conta com alguns dos principais investidores da indústria, incluindo Diogo Mónica, da Anchorage Digital, o 7.º unicórnio com ADN nacional.

O Lightshift Capital anunciou esta terça-feira o lançamento de um novo fundo de 30 milhões de dólares (o equivalente a cerca de 26 milhões de euros), focado em blockchain. Apesar de não ser um fundo português, o Lightshift I é liderado pelos portugueses Simão Cruz, CEO & founding managing partner, David Nogueira, CTO & founding managing partner, e Roberto Machado, founding partner, e conta com a participação de alguns dos principais investidores na indústria. Diogo Mónica (Anchorage Digital — o sétimo unicórnio com ADN nacional), Gavin Wood (fundador Ethereum e Polkadot), Marc Andreessen (a16z) e o DCG (Digital Currency Group) são alguns dos investidores que participam neste fundo.

“Os três sócios fundadores querem contribuir com o seu investimento e expertise em tecnologia e produto, depois de terem criado e participado em aplicações de blockchain bem sucedidas e comunidades”, lê-se em comunicado.

A estratégia deste novo fundo early stage centra-se em ativos digitais e serviços financeiros descentralizados, apresentando-se como uma comunidade de criadores e especialistas nesta tecnologia, com o objetivo de desenvolver a próxima geração de casos de utilização da blockchain, que consideram a evolução tecnológica recente mais significativa. “As suas características abertas e descentralizadas eliminam a dependência de uma única equipa e abrem a possibilidade da contribuição de várias, que operam de forma independente e global.”

A Lightshift, que pretende ser a melhor plataforma para apoiar a próxima geração de blockchain, crypto e web3, está concentrada na participação em projetos descentralizados e no investimento nos seus tokens.

“O fundo investe nas primeiras fases de desenvolvimento [early stage] e alavanca equipas de engenharia para acelerar e empoderar o seu portefólio de empresas. Essas equipas são parte integrar do processo de desenvolvimento coordenando outros criadores na direção de uma visão comum”, pode ler-se no comunicado.

Gavin Wood (fundador Ethereum e Polkadot), Marc Andreessen (a16z), DCG (Digital Currency Group) e Diogo Mónica (Anchorage) são alguns dos investidores que participam neste fundo.

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Fusões e aquisições aceleram 30% em 2021 e movimentam 19,2 mil milhões

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

Setores da tecnologia e imobiliário foram os setores mais ativos, com 109 e 62 operações, de acordo com a plataforma TTR. Sonae MC protagonizou um dos negócios do ano.

O mercado de fusões e aquisições português registou 553 transações no valor de 19.200 milhões de euros em 2021, mais 31% das operações e 2% do capital mobilizado que em 2020, anunciou a plataforma Transactional Track Record (TTR).

Num comunicado divulgado esta terça-feira, a plataforma tecnológico-financeira TTR precisa que os setores da tecnologia e imobiliário foram os setores mais ativos, com 109 e 62 operações, respetivamente, e que no quarto trimestre foram registadas 142 fusões e aquisições, entre anunciadas e encerradas, no valor total de 3.200 milhões de euros.

O capital mobilizado por empresas norte-americanas em Portugal aumentou para 1.500 milhões de euros em 2021, mais 193% do que no ano anterior, adianta a TTR.

Em relação ao número de transações, Espanha foi o país que mais investiu em Portugal, com 63 operações, seguido pelos EUA, com 47 operações, e pela França, com 28 transações.

As empresas portuguesas escolheram Espanha como principal destino de investimento, com 31 transações, que foi seguida pelo Brasil, com oito operações, e pelo Reino Unido, com sete transações.

As aquisições estrangeiras no setor de tecnologia e internet aumentaram 165% em 2021 face a 2020, indica a TTR, adiantando que em relação aos fundos estrangeiros de private equity e venture capital, que investem em empresas portuguesas, houve uma diminuição de 4% no período em análise.

Até dezembro de 2021, foram contabilizadas 51 transações de private equity, no valor total de 2.300 milhões de euros, com o número de operações a subir 30% face a 2020.

Em venture capital, foram realizadas 113 operações de investimentos no valor de 1.500 milhões de euros, com o número de transações a subir 85%.

No segmento de asset acquisitions, o capital mobilizado atingiu 4.200 milhões de euros e foram registadas 115 transações, mais 30% do número de operações que em 2020.

A TTR refere ainda que a transação destacada em 2021 foi a venda, pelo Grupo Sonae, da participação de 24,99% na Sonae MC à Camoens Investments, entidade detida indiretamente por fundos geridos pela CVC Capital Partners, no valor de 528 milhões de euros.

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