Banco Montepio diz que já cumpria em dezembro requisitos de capital

  • Lusa
  • 14 Março 2019

O banco da Associação Mutualista Montepio Geral divulgou esta quinta-feira, através de comunicado à CMVM, os rácios de capital exigidos pelo Banco de Portugal a partir de 01 de julho de 2019.

O Banco Montepio disse que já cumpria em final de 2018 os requisitos de capital exigidos pelo Banco de Portugal a partir de 01 de julho de 2019, segundo informação ao mercado.

O banco pertencente à Associação Mutualista Montepio Geral divulgou esta quinta-feira, através de comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os rácios de capital exigidos pelo Banco de Portugal a partir de 01 de julho de 2019.

Segundo a informação, a partir dessa data tem de ter, pelas regras do período de transição, rácio CET1 de 10,125%, rácio T1 de 11,625% e rácio total de 13,625%.

O Montepio divulga ainda os rácios que tinha em 31 de dezembro de 2018 nestes indicadores (13,5%, 13,5% e 14,1%, respetivamente), o que significa que já cumpria no ano passado os rácios pedidos pelo banco central para meados deste ano.

“Os rácios de fundos próprios reportados a 31 de dezembro de 2018 pelo Banco Montepio encontram-se acima dos níveis prudenciais exigidos, que incorporam os referidos requisitos específicos em termos de Pilar 2 e as demais reservas aplicáveis”, refere no comunicado ao mercado.

Os rácios de capital são indicadores de solvabilidade de um banco, sendo contabilizados em função dos ativos ponderados pelo risco.

O Banco Montepio teve lucros de 12,6 milhões de euros em 2018, um aumento face aos 6,4 milhões de euros de 2017.

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Banco Montepio vai confirmar Dulce Mota como CEO efetiva

De CEO interina a CEO efetiva. Dulce Mota vai ser confirmada pelo Banco Montepio como a presidente da comissão executiva até final do mandado.

Apresentação de resultados do Montepio - 11MAR19
Dulce Mota entre Carlos Tavares (esquerda) e Pedro Ventaneira, durante a apresentação dos resultados do Banco Montepio.Hugo Amaral/ECO 11 março, 2019

Se dúvidas restavam sobre a continuidade de Dulce Mota na liderança do Banco Montepio, elas deverão ficar dissipadas nos próximos meses. É intenção do banco propor a continuidade da ex-ActivoBank enquanto presidente da comissão executiva até final do mandato, apurou o ECO.

Até agora, Dulce Mota era CEO interina do Banco Montepio, funções exercidas por inerência do seu cargo atual de vice-presidente do banco, isto após Carlos Tavares ter deixado de acumular os cargos de CEO e chairman no mês passado para passar a concentrar-se nas funções de presidente do conselho de administração.

O processo de confirmação de Dulce Mota ainda segue os trâmites legais, isto é, o dossiê deverá dar entrada no Banco de Portugal e a proposta ainda terá de ser submetida e aprovada em assembleia geral do banco a realizar até final de maio.

Com isto, põe-se termo a um ano de indefinição na liderança do banco da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Carlos Tavares tomou posse em março do ano passado e durante quase um ano acumulou as funções de CEO e chairman, devidamente autorizado pelo Banco de Portugal, isto para dar tempo ao banco para encontrar um nome para liderar o conselho de administração.

Chegaram a estar em cima da mesa os nomes de Álvaro Nascimento (ex-chairman da Caixa Geral de Depósitos) e ainda de João Ermida (antigo gestor do Santander Totta), mas nenhuma das propostas vingou realmente. A solução encontrada passou assim pela passagem de Carlos Tavares a chairman e de Dulce Mota a CEO.

Dulce Mota vai liderar uma comissão executiva composta por Nuno Mota Pinto, José Sequeira Mateus, Pedro Ventaneira, Carlos Leiria Pinto, Helena Costa Pina e Leandro Silva.

O banco registou lucros de 12,6 milhões de euros no ano passado. O resultado duplicou face ao ano anterior, mas foi negativamente afetado por vários fatores não recorrentes, como a coima do Banco de Portugal no valor de 2,5 milhões de euros. Carlos Tavares adiantou aos jornalistas que, apesar de esse valor ter sido provisionado nas contas do ano passado, o banco vai recorrer da decisão do supervisor.

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Banco Montepio com lucros de 12,6 milhões. Coima do Banco de Portugal penaliza resultado

O Banco Montepio teve lucros 12,6 milhões de euros em 2018, subindo 96,5% em relação a 2017. Mas resultados teriam sido o dobro sem alguns fatores não recorrentes, como a coima do Banco de Portugal.

O Banco Montepio registou lucros de 12,6 milhões de euros em 2018, que teriam sido o dobro caso não tivessem ocorrido uma série de fatores não recorrentes, como a coima de 2,5 milhões de euros recentemente aplicada pelo Banco de Portugal. Carlos Tavares decidiu provisionar essa multa nas contas do ano passado, apesar de ter anunciado que vai apresentar recurso.

Mas a multa imposta pelo supervisor bancário ao banco não foi o único fator excecional a influenciar negativamente os resultados, a saber:

  • A alienação do Banco Terra Moçambique que determinou uma redução do lucro de 3,7 milhões;
  • A venda de uma carteira de créditos em incumprimento no montante de 239 milhões (operação Atlas), que determinou a redução do lucro de 8,4 milhões;
  • O custo com a cobertura cambial de uma participação denominada em reais, realizada como medida de preservação do capital, no montante de 4,1 milhões;
  • A provisão para a coima resultante de processo de contraordenação do Banco de Portugal 2009 e 2014 no valor de 2,5 milhões.

Assim sendo, “excluindo o efeito dos fatores anteriormente descritos e tudo o mais constante, o resultado líquido de 2018 situar-se-ia em 30 milhões de euros“, indica o Banco Montepio que apresentou esta segunda-feira as contas relativas ao exercício do ano passado.

Apesar da provisão para a coima do supervisor, Carlos Tavares, chairman do banco, adiantou aos jornalistas que vai ser apresentado um recurso da decisão no âmbito de uma contraordenação que implicou ainda multas a antigos administradores, como Tomás Correia (1,25 milhões) ou Almeida Serra (400 mil euros) — estes dois antigos gestores também vão recorrer da decisão.

Carlos Tavares explicou ainda a recente polémica relativa ao facto de ser o banco a pagar as custas judiciais de ex-gestores por proposta de Tomás Correia aprovada há um ano em assembleia geral. Será o Banco Montepio a pagar as coimas dos antigos gestores? Não, respondeu o chairman: “É esse o entendimento que os auditores tiveram baseado na interpretação linear da proposta que foi aprovada e que é concordante com a dos nossos serviços jurídicos”.

Sobre se as notícias em torno da eventual saída de Tomás Correia da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) estão a ter impacto na atividade do banco, Carlos Tavares reconhece que “muito ruído não é positivo para o banco”. Ainda assim, adiantou, “não temos notado perturbações no negócio, temos um nível de liquidez que é excessivo e normalmente quando há notícias desfavoráveis é neste capítulo que mais sentimos impacto, o que não está a ser o caso”.

Resultados duplicam

Apesar dos fatores não recorrentes terem tido impacto negativo nas contas, o banco conseguiu duplicar os lucros face a 2017. Foi um aumento de 96% face aos resultados positivos de cerca de seis milhões.

Dulce Mota, CEO interina do Banco Montepio, explicou aos jornalistas que este desempenho teve sobretudo a ver com a redução da remuneração oferecida aos depositantes e com o corte nos custos operacionais.

Em relação ao primeiro ponto, os juros e encargos similares (com depósitos e outras aplicações) caíram quase 25%. Sobre o segundo, os resultados da instituição mostram que os custos operacionais recuaram 3,2% para 259,5 milhões de euros.

Olhando para a operação do banco, destaque para a margem financeira que cedeu quase 7% para para 248 milhões de euros, “refletindo o impacto negativo associado à ausência do rendimento da carteira de títulos de dívida pública alienada em 2017 estimado em cerca de 28 milhões e o efeito positivo relacionado com o recálculo dos juros do BCE em oito milhões”. “Excluindo estes efeitos, a margem financeira ficaria praticamente estável”, diz o banco. As comissões diminuíram 1,2%

No balanço, que Carlos Tavares diz que “está hoje mais saudável”, por causa da alienação de ativos problemáticos como o Atlas, verifica-se que os depósitos de clientes atingiram 12,6 mil milhões de euros, mantendo-se face a 2017.

Já o crédito a clientes situou-se em 13 mil milhões de euros, traduzindo uma diminuição de 7% face a 2017, “determinado pelas reduções das carteiras de crédito à habitação e às empresas, bem como pelo abate da carteira de crédito em incumprimento (venda de 209 milhões de euros de NPL e write offs de 150 milhões)”. “Sem esses efeitos, a decida do crédito teria sido de 4,5%, em linha com a variação do setor na atividade doméstica”, sublinha o banco.

O Banco Montepio chegou a 31 de dezembro com rácios CET1 e Total de 13,5% e 14,1%, respetivamente.

Em termos de trabalhadores e agências, houve uma redução, como na generalidade da banca. Eram 3.700 os trabalhadores na atividade doméstica (-66) e 324 balcões. Há planos para aumentar a rede comercial, com o projeto-piloto em curso para a abertura de uma dezena de agências low-cost. A primeira vai ser inaugurada em Abraveses, Viseu, no dia 25 de março.

Carlos Tavares adiantou também que o banco continua à procura de um auditor, dado que a KPMG vai deixar de exercer esse cargo. Esta segunda-feira foi possível observar a saída de Luís Magalhães, presidente da Deloitte, das instalações do banco, enquanto os jornalistas aguardavam pelo início da conferência. Confrontado com o assunto, o chairman disse que o Banco Montepio se encontra em fase de consulta junto de mercado, tendo ouvido cinco auditoras, sendo uma delas a Deloitte, que acaba de lá ir para uma reunião para esse efeito.

(Notícia atualizada às 18h27)

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Fitch baixa rating da dívida sénior não garantida do Banco Montepio

Downgrade surge depois de o governo português ter reforçado a proteção dos grandes depósitos de empresas, em detrimento da dívida sénior dos bancos.

A agência de notação financeira Fitch baixou os ratings da dívida sénior não garantida do Banco Montepio em dois níveis, de “B+” para “B-“, justificando-se com decisão do governo português de reforçar proteção aos grandes depósitos de empresas, em detrimento da dívida sénior dos bancos.

“Com a preferência de todos os depósitos, os depósitos de empresas e instituições em Portugal passam a ser privilegiados face a reclamações de dívida não garantida em caso de resolução ou liquidação [de um banco], estando ao lado dos depósitos de retalho e de pequenas e médias empresas”, refere a agência.

Mais nenhum rating do banco é afetado por esta decisão. Atualmente, o Banco Montepio tem um rating de “B+” e um “outlook” estável.

Na base desta decisão está um diploma que o Parlamento português já deu luz verde no passado dia 18 de fevereiro, isto depois de ter sido aprovado em Conselho de ministros no final do ano passado. “Esperamos que o Presidente da República promulgue a lei nas próximas semanas. Vai entrar em vigor no dia a seguir à publicação em Diário da República”, refere a Fitch.

No atual regime, em caso de liquidação ou resolução de um banco, são prioritários os depósitos abrangidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos até 100 mil euros e os depósitos de pessoas singulares e micro/pequenas e médias empresas acima dos 100 mil euros.

Embora isto se vá manter no novo regime, a partir de agora também os depósitos das outras empresas (incluindo instituições do Estado) acima dos 100 mil euros vão gozar desta proteção, quando até agora estavam ao lado dos detentores de dívida sénior na escala de credores.

(Notícia corrigida às 19h07)

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Associação Mutualista Montepio põe banco a pagar custas judiciais de ex-gestores

Associação Mutualista aprovou há um ano uma proposta que determina que seja o Banco Montepio a pagar as custas judiciais de atuais e antigos administradores em processos relacionados com o banco.

Tomás Correia viu o Banco de Portugal condenar-lhe ao pagamento de uma coima de 1,25 milhões. Mas vai recorrer.Paula Nunes / ECO

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) aprovou há um ano uma proposta que coloca o Banco Montepio a suportar os custos processuais que possam ter atuais ou antigos administradores do banco, como Tomás Correia, que está a ser investigado pelo Ministério Público e se prepara agora para apresentar recurso contra uma coima do Banco de Portugal no valor de 1,25 milhões de euros.

Foi Eugénio Rosa, antigo membro do conselho geral do banco, quem revelou no fim de semana a assembleia geral “sui generis” do banco, realizada no dia 16 de março de 2018, e na qual, numa situação de “conflito de interesses”, Tomás Correia aprovou, em nome do único acionista (a AMMG), uma proposta que veio determinar que cabe ao banco a cobrir as custas processuais de antigos e atuais administradores em processos relacionadas com a atividade na então Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) — que hoje em dia se chama Banco Montepio.

“Na assembleia geral da CEMG, em que Tomás Correia era o único representante do acionista que é a Associação Mutualista (uma assembleia unipessoal ‘sui generis’), realizada em 16 de março de 2018, em que foi destituída a administração de Félix Morgado e os restantes órgãos, foi aprovado o pagamento pelo banco de todos os custos que podiam ter os atuais ou antigos administradores (o que inclui Tomás Correia — conflito de interesses, mas supervisores e governo ainda nada fizeram) com processos resultantes da sua atividade na CEMG que decorressem de decisões de entidades oficiais”, relata Eugénio Rosa num relatório publicado este domingo.

Uma fonte do banco confirmou que os custos processuais dos seus gestores passaram suportados pelo próprio banco com essa decisão, mas afirmou que não se trata de uma situação que seja exclusiva do Montepio, sendo antes uma prática generalizada noutras instituições, e que decorre de uma “defesa sobre a normal atividade dos administradores”.

Na altura, Eugénio Rosa fazia parte do conselho de supervisão da CEMG, órgão que foi entretanto extinto com as mudanças no modelo de governação no banco. Foi ainda candidato da lista C, liderada por António Godinho, para presidente do Conselho Fiscal da AMMG nas últimas eleições, que Tomás Correia venceu no passado mês de dezembro.

Eugénio Rosa, economista afeto ao PCP e um dos maiores críticos da gestão de Tomás Correia, nota no mesmo documento que, “contrariamente ao que sucede com as resoluções da assembleia geral da CEMG anteriores, que estão disponíveis no site do Banco Montepio, esta resolução não foi divulgada e compreende-se agora a razão”.

Na assembleia geral da CEMG, em que Tomás Correia era o único representante do acionista que é a Associação Mutualista (uma assembleia unipessoal ‘sui generis’), realizada em 16 de março de 2018 (…), foi aprovado o pagamento pelo banco de todos os custos que podiam ter os atuais ou antigos administradores com processos resultantes da sua atividade na CEMG que decorressem de decisões de entidades oficiais.

Eugénio Rosa

Antigo membro do conselho de supervisão da CEMG

Tomás Correia foi condenado pelo Banco de Portugal ao pagamento de uma coima de 1,25 milhões de euros, devido a irregularidades cometidas entre 2009 e 2014, quando era presidente da CEMG. Foram identificados sete ilícitos, como por exemplo falhas no controlo interno do risco de crédito, conflito de interesses na concessão de crédito, incumprimento na verificação da origem dos fundos ou concessão de crédito a entidades dominadas pelo Montepio, entre outros. O atual presidente da AMMG já disse que vai recorrer da decisão.

Mas, para lá do processo de contraordenação desenvolvido pelo supervisor, Tomás Correia também enfrenta uma investigação do Ministério Público, sendo suspeito de ter recebido 1,5 milhões de euros na sequência de um crédito ao construtor civil José Guilherme, estando em causa suspeitas de burla qualificada, abuso de confiança, branqueamento de capitais e fraude fiscal.

No total, incluindo os 2,5 milhões de euros que o Banco Montepio vai ter de pagar (e cujo recurso ainda se encontra em análise), são cerca de cinco milhões de euros de coimas aplicadas a antigos gestores e banco.

José Almeida Serra, antigo braço-direito de Tomás Correia, também deixou ao ECO a indicação de que vai apresentar recurso face à coima de 400 mil euros que lhe foi aplicada pelo supervisor — foi a segunda maior entre os antigos gestores do banco. “Se você achasse que tivesse sido uma decisão injusta, o que faria? Pois, já está a perceber a minha posição”, disse o ex-administrador do banco.

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Montepio muda de imagem para se distinguir da Mutualista. Carlos Tavares diz que banco “dificilmente poderia ter melhor acionista”

Carlos Tavares e Dulce Mota apresentaram a nova marca do Banco Montepio, que faz uma "clara distinção" face à Mutualista. Mas o chairman diz que "dificilmente" o banco poderia ter melhor acionista.

Apresentação da nova marca Montepio com Dulce Mota e Carlos Tavares.Hugo Amaral/ECO 20 Fevereiro, 2019

O Banco Montepio apresentou esta quarta-feira uma nova imagem para se distinguir de forma clara face à Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Apesar deste afastamento, que os reguladores vinham solicitando há vários meses, o chairman Carlos Tavares diz que “o banco dificilmente poderia ter melhor acionista”.

“A AMMG tem fins sociais que são nobres, tem uma ação que vai além dos seus associados. E temos muita honra nos nossos 620 mil acionistas que temos que são os associados da AMMG. Há uma relação muito boa entre banco e acionista”, considerou Carlos Tavares, durante a sessão de apresentação da nova marca.

Além da designação comercial — deixa de ser Caixa Económica Montepio Geral para passar a chamar-se Banco Montepio –, Carlos Tavares e Dulce Mota, a presidente executiva do banco, revelaram o novo logótipo da instituição, que o ECO adiantou em primeira mão. As mudanças chegam aos mais de 300 balcões da rede Montepio até final de maio, começando já hoje em cinco principais agências em Lisboa e Porto e nos canais digitais, nomeadamente o site.

Carlos Tavares disse que foi um processo que demorou mais tempo do que o esperado, desde o registo da marca até à autorização do Banco de Portugal, acrescentando que nunca esteve em cima da mesa abandonar o nome “Montepio”.

“Tirar a designação Montepio nunca achei que fosse uma boa opção. Foi possível conjugar esta distinção institucional clara com a preservação da marca que para nós tem muito valor”, frisou o chairman do Banco Montepio.

Para Dulce Mota, desde a semana passada a CEO interina do banco, também fazia sentido manter o Montepio por ser uma “marca que tem os valores de sempre a alma”. “E quem tem alma tem vida. É mostrar que o Banco Montepio tem esta história também quer estar no futuro”, explicou.

Apresentação da nova marca Montepio - 20FEV19
Nova marca do Banco Montepio já é visível na sede em Lisboa.Hugo Amaral/ECO

Além do Banco Montepio, Carlos Tavares também apresentou o novo Banco de Empresas Montepio (BEM), marca e logo incluído, que será dirigido às PME e empresas do middle market com faturação anual superior a 20 milhões de euros.

Vai ser lançado até final de março e terá sede no antigo Finibanco (vai operar com a sua licença bancária), em Lisboa, funcionando com uma rede de dez centros de empresas espalhados por todo o país.

Estas mudanças fazem parte do plano de transformação que Carlos Tavares e a sua equipa têm vindo a empreender no banco desde que tomaram posse há quase um ano. Na apresentação, Carlos Tavares disse que espera aproximar a rentabilidade do banco aos 10% pois desta forma conseguirá gerar organicamente mais capital e permitirá que a AMMG comece a reverter os quase 600 milhões de euros de imparidades que estão registadas nas suas contas.

O Banco Montepio deverá apresentar resultados em março. O banco registou lucros de 22 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano passado.

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Montepio tem nova cara. É esta a nova imagem do banco

Banco liderado por Dulce Mota prepara-se para apresentar a nova imagem da instituição. Além do nome, também há mudanças no logótipo para marcar distanciamento face à Associação Mutualista.

Será esta a nova imagem de marca do Banco Montepio.

Adeus, Caixa Económica. Olá, Banco Montepio. Há algum tempo que se sabia que a instituição ia mudar de designação comercial, mas ainda não se conhecia a nova imagem. Aqui está. O ECO revela em primeira mão a nova cara do banco liderado por Dulce Mota.

As mudanças na forma como o banco vai passar a apresentar-se ao público a partir das próximas semanas vem responder a uma exigência de longa data dos reguladores a propósito uma clara separação face ao seu acionista maioritário, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG).

A necessidade de distinção das duas marcas era um ponto vital para as autoridades para evitar confusões como aquelas que aconteceram no passado, como a venda de papel comercial do Grupo Espírito Santo pelo BES.

Neste caso, enquanto o Banco Montepio é supervisionado pelo Banco de Portugal, assim como o são os produtos financeiros como os depósitos bancários (e que gozam de proteção do fundo de garantia de depósitos), a AMMG e os produtos mutualistas vendidos nas agências do banco eram supervisionados apenas pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social até há pouco tempo — estão agora na alçada da Autoridade de Supervisão dos Seguros e Fundos de Pensões (ASF) — e apenas estão garantidos pelo capital da instituição liderado por Tomás Correia.

Foi perante este imperativo de “separar as águas” que Carlos Tavares mudou no verão passado o nome do produto mais popular da AMMG de Capital Certo para Poupança Mutualista. Isto para deixar claro junto dos clientes que, embora seja comercializado aos balcões do banco, se trata de uma aplicação mutualista e que não está abrangida pelo fundo de garantia de depósitos.

Além da marca, também o logótipo sofre uma remodelação evidente para se afastar ainda mais da mutualista: passa a apresentar apenas um pelicano, e não dois como era sua imagem de marca. Todo este trabalho de rebranding foi realizado pela agência Label.

Neste momento, o banco de Dulce Mota está a proceder à substituição dos elementos de identificação nos balcões e outros canais, devendo apresentar publicamente a nova imagem nas próximas semanas. De resto, parte das mudanças já foi concretizada, nomeadamente no próprio site da instituição.

Também para as próximas semanas as contas anuais do Banco Montepio deverão ser apresentadas. O banco registou lucros de 22 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano passado.

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Montepio já é Banco Montepio. Falta nova imagem

Alterações na marca do banco liderado por Carlos Tavares já são visíveis no site desde o dia 1 de fevereiro. Novo endereço passou a ser bancomontepio.pt. Ainda falta apresentar nova imagem.

O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) já concedeu a autorização de registo da marca Banco Montepio, que permite a Carlos Tavares substituir a anterior designação comercial da Caixa Económica Montepio Geral, em cumprimento de uma recomendação do Banco de Portugal.

Esta alteração já é visível no site da instituição. Desde o dia 1 de fevereiro que o portal montepio.pt passou a ter o endereço bancomontepio.pt. “O mesmo site, o mesmo serviço. Um novo caminho”, diz a instituição.

“Caso o acesso seja efetuado digitando (ou recuperando do histórico de navegação) o endereço montepio.pt, é realizado automaticamente o redirecionamento para o novo endereço bancomontepio.pt. Este redirecionamento não representa qualquer risco de segurança para os utilizadores do site e do serviço Net24, tendo sido estabelecido para comodidade dos utilizadores“, informa o banco.

Por outro lado, todas as propriedades como, por exemplo, o net24.montepio.pt ou simuladores.montepio.pt passarão também a contar com a designação “bancomontepio” convertendo-se, por isso, em net24.bancomontepio.pt e simuladores.bancomontepio.pt, acrescentou ainda.

Carlos Tavares anunciou a alteração da marca em setembro passado e, no final de outubro, deu entrada com o pedido de registo da marca no INPI. O processo ficou concluído agora sem que houve oposição ao registo, conforme dá conta o Jornal de Negócios (acesso livre).

A mudança de nome tem estado em cima da mesa nos últimos anos, com os reguladores (nomeadamente o Banco de Portugal) a apelarem para uma maior diferenciação entre o banco e o seu acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral.

Com a mudança da marca também virá uma mudança na imagem que o Banco Montepio pretende apresentar até final deste mês. A figura do pelicano que o banco partilha com a AMMG deverá sofrer alterações. Neste momento, a instituição está a iniciar processo de substituição dos elementos de identificação nos balcões.

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Montepio confirma Dulce Mota. Será vice-presidente do banco

Dulce Mota saiu do ActivoBank em dezembro, aceitando o convite de Carlos Tavares para ir para o Banco Montepio. Vai ser vice-presidente da instituição, depois da autorização do Banco de Portugal.

O Montepio confirmou que Dulce Mota foi aprovada pelo Banco de Portugal para o exercício de funções no banco. A antiga CEO do ActivoBank vai ser vice-presidente da comissão executiva da entidade liderada por Carlos Tavares.

Além de Dulce Mota, um nome que já tinha sido adiantado pelo ECO para ficar com o pelouro da rede de retalho, o Banco Montepio confirmou Carlos Alves como administrador não executivo e membro da comissão de auditoria da instituição, segundo o comunicado publicado esta sexta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Internamente, Carlos Tavares já distribuiu as pastas pelos seus sete administradores, com as mudanças a entrarem em vigor a partir do dia 1 de fevereiro:

  • Dulce Mota – Rede de Retalho (Norte e Centro, Sul e Ilhas, Dinamização Comercial e Marketing Operacional)
  • Nuno Mota Pinto – Análise de Crédito (Análise de Crédito, Economia Social e Gabinete do Cliente)
  • Pedro Ventaneira – Risco (Risco, Validação de Modelos, Gestão de Informação, Estratégia, Planeamento e Controlo)
  • José Carlos Mateus – Financeiro (Financeira e Internacional, Contabilidade e Reporte Financeiro e Controlo de Custos)
  • Carlos Leiria Pinto – Recuperação de Crédito (Recuperação de Crédito, Avaliação de Imóveis)
  • Leandro Silva – Operações e Meios (Serviços e Operações, Sistemas de Informação, Serviços Partilhados, Compras e Transformação e Inovação)
  • Helena Soares de Moura – Pessoas e Jurídicos (Gestão de Pessoas, Compliance, Contencioso e Proteção de Dados)

Enquanto CEO, o próprio Carlos Tavares vai acumular várias pastas, entre as quais Ativos Financeiros, Auditoria e Inspeção, Comunicação e Marca, Transformação e Inovação (partilhada com Leandro Silva) e Estratégia, Planeamento e Controlo (partilhada com Pedro Ventaneira). Isto para lá das funções adicionais que acumula enquanto chairman do banco, as quais vai desempenhar por mais algum tempo até decisão do Banco de Portugal em relação ao nome de João Ermida.

O banco está em pleno processo de transformação. Nos próximos dias, Carlos Tavares deverá desvendar a nova imagem e marca da instituição — ainda se chama Caixa Económica Montepio Geral. Além disso, vem aí o Banco de Empresas Montepio e também o Montepio Crédito terá uma “nova vida”. O plano de reestruturação inclui ainda a abertura de agências “low cost”, um novo conceito de balcão de proximidade com baixos custos operacionais, em locais menos urbanos. Alguns destes balcões vão surgir em localidades onde a Caixa Geral de Depósitos (CGD) saiu, tal como o ECO noticiou.

Carlos Tavares está prestes a cumprir um ano à frente do banco que registou lucros de 22 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano passado. Foi em março que tomou posse, após saída abrupta de José Félix Morgado, em rota de colisão com Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG).

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Carlos Tavares distribui pelouros pela equipa. “Novo” Montepio chega a 1 de fevereiro

José Carlos Mateus será o CFO do Banco Montepio. Mota Pinto fica com o pelouro da Análise de Crédito. Nova organização entra em vigor a 1 de fevereiro. Carlos Tavares continua a arrumar a casa.

Continua em marcha o processo de transformação do Banco Montepio sob a batuta de Carlos Tavares. O CEO e chairman do banco já distribuiu as “pastas” pelos seus sete administradores executivos. José Carlos Mateus será o administrador financeiro (CFO). Nuno Mota Pinto, que fora inicialmente apontado para CEO, ficará com o pelouro da Análise de Crédito. E, como o ECO avançou em primeira mão, Dulce Mota veio do ActivoBank para gerir toda a rede de retalho.

Estas mudanças, que entram em vigor a partir do dia 1 de fevereiro, já foram reveladas internamente, de acordo com uma comunicação feita aos trabalhadores a que o ECO teve acesso. Carlos Tavares apresentou-lhes a distribuição dos pelouros pela sua administração. É a seguinte:

  • Dulce Mota – Rede de Retalho (Norte e Centro, Sul e Ilhas, Dinamização Comercial e Marketing Operacional)
  • Nuno Mota Pinto – Análise de Crédito (Análise de Crédito, Economia Social e Gabinete do Cliente)
  • Pedro Ventaneira – Risco (Risco, Validação de Modelos, Gestão de Informação, Estratégia, Planeamento e Controlo)
  • José Carlos Mateus – Financeiro (Financeira e Internacional, Contabilidade e Reporte Financeiro e Controlo de Custos)
  • Carlos Leiria Pinto – Recuperação de Crédito (Recuperação de Crédito, Avaliação de Imóveis)
  • Leandro Silva – Operações e Meios (Serviços e Operações, Sistemas de Informação, Serviços Partilhados, Compras e Transformação e Inovação)
  • Helena Soares de Moura – Pessoas e Jurídicos (Gestão de Pessoas, Compliance, Contencioso e Proteção de Dados)

Enquanto CEO, o próprio Carlos Tavares vai acumular várias pastas, entre as quais Ativos Financeiros, Auditoria e Inspeção, Comunicação e Marca, Transformação e Inovação (partilhada com Leandro Silva) e Estratégia, Planeamento e Controlo (partilhada com Pedro Ventaneira.

Isto para lá das funções adicionais que acumula enquanto chairman do banco, as quais vai desempenhar por mais algum tempo. O Banco de Portugal ainda se encontra a avaliar o nome de João Ermida para presidente do conselho de administração.

Esta segunda-feira, dia 21, terminava o prazo dado pelo supervisor para a entrega de uma proposta para chairman. Esse prazo foi cumprido porque o nome proposto seguiu para o Banco de Portugal ainda no final do ano passado, tal como informaram banco e mutualista num comunicado conjunto emitido a 3 de janeiro.

Nova marca, mais negócios

Com esta nova organização interna, o banco diz estar “em condições de lançar a nova marca comercial e a nova imagem”, segundo uma comunicação a que o ECO teve acesso. E muito em breve se dará início “ao processo de substituição dos elementos de identificação nos balcões, bem como de reformulação dos canais digitais”, acrescenta. A nova marca Banco Montepio substituirá a atual designação Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), prevendo-se alterações ao nível do grafismo — isto para dar resposta às recomendações do Banco de Portugal relativamente a uma clara distinção face à Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG).

Entre outras novidades comunicadas aos trabalhadores está ainda a criação do Centro de Transformação e Inovação, que terá a responsabilidade de coordenar e liderar a execução do Plano de Transformação. Este departamento interno será coordenado por Leandro Silva. Ainda assim, Carlos Tavares abre a porta à contração de elementos externos especializados para a execução do projeto.

O novo plano dá também uma nova vida ao Montepio Investimento — a partir de agora Banco de Empresas Montepio — e ao Montepio Crédito. O primeiro visa assegurar uma oferta de serviços de banca comercial, banca de investimentos e apoio ao negócio internacional às empresas com faturação superior a 20 milhões de euros — empresas com faturação interior passarão a ser tratadas pela rede comercial do Banco Montepio.

Já sobre o Montepio Crédito, Tavares diz que “está em curso a montagem do processo que permitirá que as operações de crédito individual e crédito especializado (leasing) sejam asseguradas operacionalmente pela Montepio Crédito, sem prejuízo da manutenção do relacionamento comercial dos clientes com os respetivos responsáveis no Banco Montepio ou no Banco de Empresas Montepio”.

Transformação para sair da crise

Carlos Tavares está prestes a cumprir um ano à frente do banco que registou lucros de 22 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano passado. Foi em março que tomou posse, após saída abrupta de José Félix Morgado, em rota de colisão com Tomás Correia, presidente da AMMG. Os americanos da Bain & Company estiveram no ano passado a elaborar um plano de transformação do banco, isto com o objetivo de produzir “resultados num espaço de três a quatro anos”.

Além da nova marca e novo figurino do BEM e Montepio Crédito, o plano prevê a abertura de agências “low cost”, um novo conceito de balcão de proximidade com baixos custos operacionais, em locais menos urbanos. Alguns destes balcões vão surgir em localidades onde a Caixa Geral de Depósitos (CGD) saiu, tal como o ECO noticiou.

Isto acontece numa altura em que o banco apresenta rácios de capital mais reforçados. Já nos últimos dias do ano passado, a AMMG subscreveu um empréstimo de obrigações subordinadas do Banco Montepio no valor de 50 milhões de euros para reforçar os níveis de solvabilidade do banco, depois de a instituição liderada por Carlos Tavares ter desistido de avançar com a colocação de um montante até 250 milhões de euros de obrigações subordinadas perante as “condições adversas do mercado”.

Não houve um aumento da exposição do acionista ao banco dado que o montante aplicado no empréstimo correspondeu “basicamente às disponibilidades libertadas pelo reembolso no vencimento de outras emissões obrigacionistas da CEMG que a AMMG tinha em carteira”, garantiu o Banco Montepio.

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Montepio falha colocação de obrigações no mercado. Mutualista injeta 50 milhões para reforçar rácios do banco

Montepio quis colocar até 150 milhões em obrigações subordinadas, mas a emissão falhou. Foi a mutualista a subscrever empréstimo de 50 milhões para reforçar rácios do banco antes do final do ano.

Foi já nos últimos dias do ano passado que a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) teve de subscrever um empréstimo obrigacionista subordinado do seu Banco Montepio no valor de 50 milhões de euros, isto depois de o banco liderado por Carlos Tavares ter falhado uma colocação de obrigações no mercado que poderia atingir os 150 milhões de euros e que serviria para reforçar os rácios de capital num nível mais confortável face às exigências do Banco de Portugal para 2019.

Ao que o ECO apurou, o Banco Montepio realizou um roadshow internacional nos últimos dois meses do ano passado, tendo como objetivo colocar uma emissão de obrigações subordinadas a 10 anos no montante máximo de 150 milhões de euros.

Como contrapartida por estes títulos de capital tier 2 (que incorporam um maior grau de risco face às obrigações mais comum pois, em caso de falência do banco, os seus detentores apenas são reembolsados após os outros credores por dívida não subordinada), o banco acenou aos investidores com uma taxa de 8%. Em reação a esta notícia, o Montepio veio acrescentar que o juro não foi de 8%, mas não esclarece qual a taxa oferecida.

A remuneração apresentada terá sido superior aos 5,75% que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve de suportar em meados do ano passado por uma emissão de títulos subordinados a 10 anos, com montante de 500 milhões de euros, mas em linha, por exemplo, com aquela que o Novo Banco pagou por uma operação semelhante também realizada em junho de 2018 (8,5% por 400 milhões).

Ainda assim, a operação levada a cabo pelo Banco Montepio em novembro e dezembro do ano passado veio a revelar-se um fracasso no que toca a captação de investidores interessados na oferta, com a taxa de juro a ser insuficiente para convencer o mercado.

Ao ECO, o Banco Montepio confirma que teve de voltar atrás com a operação devido às condições adversas do mercado — condições estas que, de resto, também levaram a Sonae MC a cancelar a sua ida para a bolsa ou a Vista Alegre a travar os seus planos de aumento de capital e expansão do capital disperso no mercado.

“O adiamento da operação prevista para 2018 deveu-se à deterioração das condições de mercado no final do ano – e foi aconselhado pelos assessores financeiros do banco – e ao facto de se ter constatado não ser necessária a referida emissão face à evolução favorável dos níveis de capitalização”, disse fonte oficial da instituição. “Provavelmente vai ser retomada em 2019”, adiantou a mesma fonte.

"O adiamento da operação prevista para 2018 deveu-se à deterioração das condições de mercado no final do ano – e foi aconselhado pelos assessores financeiros do banco – e ao facto de se ter constatado não ser necessária a referida emissão face à evolução favorável dos níveis de capitalização.”

Banco Montepio

Fonte oficial

Falhada a colocação de obrigações subordinadas junto dos investidores, e perante a exigência de um rácio de capital de 13,625% (acima dos 12,9% exigidos para 2018) que o Banco Montepio tinha de apresentar no dia 1 de janeiro de 2019, o seu acionista entrou em cena já na última semana de 2018 em auxílio da sua instituição financeira.

Uma fonte disse ao ECO que nos últimos dias de 2018 a AMMG subscreveu um empréstimo obrigacionista subordinado com maturidade a 10 anos, no valor de 50 milhões de euros, para que o banco – agora com outros acionistas minoritários, após a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e outras IPSS – pudesse reforçar os rácios de capital de acordo com os níveis exigidos pelo regulador liderado por Carlos Costa.

O banco diz que “os valores regulamentares dos rácios de capital seriam cumpridos mesmo sem a operação referida”. “Com os 50 milhões de euros emitidos assegurou-se apenas um conforto acrescido”, explicou ainda.

Mais: “O acionista também realizou uma operação com boa rentabilidade e em condições de mercado, conforme atestado pelos auditores. O montante aplicado corresponde basicamente às disponibilidades libertadas pelo reembolso no vencimento de outras emissões obrigacionistas da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) que a AMMG tinha em carteira”, detalhou a instituição liderada por Carlos Tavares.

"Os valores regulamentares dos rácios de capital seriam cumpridos mesmo sem a operação referida. Com os 50 milhões de euros emitidos assegurou-se apenas um conforto acrescido.”

Banco Montepio

Fonte oficial

O banco registou lucros de 22 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Mas o resultado no fecho do ano deverá ser penalizado pela venda do Banco Terra (em Moçambique) e também pela alienação de uma carteira de crédito malparado de 240 milhões de euros. Estas duas transações ocorreram já em dezembro e vão dar um prejuízo de 3,6 milhões e sete milhões, respetivamente. Deste modo, também a AMMG poderá ver gorada a sua expectativa de ver revertida em 2018 42 milhões de euros da imparidade constituída sobre o banco em 2015 e 2017, no montante de 498 milhões de euros, tal como previu no seu plano de ação e orçamento para 2019.

Para lá do reforço de capital, Carlos Tavares tem procurado dar um novo impulso ao negócio do banco, através do chamado Plano de Transformação, que deverá entrar em execução plena este ano. Entre outros pontos, o plano prevê a criação de um novo Banco Empresas Montepio – que vai ficar com o negócio do crédito das empresas –, estando ainda em curso um projeto-piloto que passa pela abertura de várias agências low cost em zonas menos urbanas. Carlos Tavares já anunciou aos trabalhadores onde vai abrir os primeiros balcões, apostando em localidades onde a CGD fechou portas, tal como o ECO avançou em primeira mão.

Também está em vista a apresentação da nova marca do Banco Montepio até final do mês. Antes disso, será preciso clarificar a posição de chairman. Carlos Tavares obteve autorização para acumular essa função com a de CEO até ao dia 21 de janeiro. João Ermida está à espera de aval do Banco de Portugal para ser nomeado presidente do conselho de Administração.

(Notícia atualizada às 15h08 com a reação do Banco Montepio que corrige o montante máximo da emissão de dívida de 250 para 150 milhões de euros. No mesmo comunicado, o banco desmente a taxa de 8%, mas não avança qual o juro oferecido na operação)

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BdP pede mais informação sobre João Ermida, nome proposto para chairman do Montepio

  • ECO
  • 14 Janeiro 2019

A Associação Mutualista vai ter de dar mais informações ao Banco de Portugal (BdP) sobre o currículo de João Ermida, o nome proposto por Tomás Correia para chairman do banco Montepio.

O supervisor da banca quer mais informações sobre João Ermida, o nome proposto pelo presidente da Associação Mutualista Montepio para ocupar o cargo de chairman do banco Montepio.

Em causa está um pedido de informação adicional feito pelo Banco de Portugal (BdP) à associação liderada por Tomás Correia, noticiado pelo Dinheiro Vivo esta segunda-feira. O regulador quer mais detalhes sobre o currículo de João Ermida, na sequência da avaliação que se encontra a fazer à idoneidade e adequação do profissional para ocupar o cargo de presidente não executivo do Montepio Geral.

Segundo o jornal, a escolha de João Ermida tem gerado polémica no seio da Associação Mutualista Montepio, pelo facto de ter sido sócio de António Godinho, rival de Tomás Correia nas últimas eleições para a liderança da associação. O jornal escreve ainda que a dona do Montepio já está a preparar um plano B, a implementar caso Ermida não passe na avaliação da entidade liderada por Carlos Costa.

Atualmente, Carlos Tavares acumula os cargos de chairman e presidente executivo do banco Montepio Geral, mas só o pode fazer até dia 21 de janeiro, altura em que expira a autorização do BdP para a acumulação dos dois cargos.

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