EDP fecha contrato no Canadá para vender energia armazenada em baterias

Novo contrato prevê a venda de energia pelo período de 20 anos à Ontario Independent Electricity System Operator. Início da operação previsto para 2027.

A EDP Renováveis assegurou um contrato de longo prazo no Canadá para a venda de energia, de capacidade e serviços conexos a partir de baterias.

O contrato prevê a venda de energia pelo período de 20 anos à Ontario Independent Electricity System Operator, a partir da instalação Edgeware BESS. Esta tem a capacidade de armazenar 300 megawatts-hora (MWh) de energia através de baterias.

O projeto está localizado na cidade de St. Thomas, no Ontário, e prevê-se o início da operação para 2027.

A EDPR já garantiu aproximadamente 10 gigawatts de adições de capacidade para o período de 2024 a 2026, mais de 70% do objetivo. A revisão do Plano Estratégico foi apresentada em maio de 2024, e a empresa afirma continuar “a reforçar o seu perfil de baixo risco e estratégia de crescimento”, sustentada no desenvolvimento de projetos “competitivos” e com visibilidade de longo prazo.

Na altura, a EDP anunciou uma “desaceleração do investimento” até 2026, colocando como objetivo para o horizonte entre 2024 e 2026 um investimento bruto de 17 mil milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Espero ter o mínimo de problemas geopolíticos, mas não os ignoro”, diz novo chairman da EDP

António Lobo Xavier diz que diversidade da EDP a nível global, incluindo acionistas variados com perspetivas diferentes, é "difícil de gerir". Mas acredita que tem o perfil certo para criar consensos.

Eleito em abril para presidir ao Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP EDP 0,78% , António Lobo Xavier reconhece que o órgão é “difícil de gerir” e que tem de ter em atenção os acionistas, que no caso da energética têm perspetivas, pretensões, preocupações e perfis culturais diferentes.

Questionado, em entrevista ao site da EDP, sobre as prioridades do mandato, Lobo Xavier começou por responder que o CGS “tem funções raras no contexto português”. “Este órgão mistura responsabilidades de conselho de administração, com responsabilidades de conselho fiscal, com responsabilidades de assembleia geral”, explica. “É muito difícil de gerir, são funções muito variadas”.

Sublinha que tem de “ter em atenção os acionistas e de ver as suas pretensões e preocupações, gerir a informação e a discussão com eles”, além de colaborar com os executivos, não só para conhecer o negócio, mas também para participar na definição da estratégia a médio e longo prazo.

Segundo o site da EDP, a China Three Gorges, controlada pelo Estado chinês, é a maior acionista da empresa, com 21,01% do capital. Em segundo lugar está a Oppodium Capital (detida em 55,9% pela espanhola Masaveu Internacional, com os restantes 44,1% a pertencerem ao Liberbank) com 6,83% e em terceiro a norte-americana BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, com 6,33%.

“A EDP tem uma enorme diversidade, o que é uma ajuda”, afirma Lobo Xavier, vincando que se as coisas estão a correr mal num lado, podem estar a correr bem no outro. “Mas é algo muito difícil de gerir. Não quero exagerar, mas em grande medida, uma parte do mundo está em pré-guerra. Todos os negócios com exposição a muitas geografias têm o drama da geopolítica. A EDP também. Depois também temos acionistas variados, com perspetivas diferentes sobre o mundo“.

“Espero ter o mínimo de problemas geopolíticos, mas não os ignoro”, diz o chairman. Salienta que escala global da EDP é algo a que está habituado, sobretudo na experiência na embalagem de vidro, BA Glass, onde foi administrador, numa empresa que tem presença no México, Roménia, Bulgária, Polónia, Grécia, Espanha, Portugal e já teve o Brasil. “Estou habituado a perceber as diferenças das jurisdições: do sistema legal, do sistema de pensamento, do sistema cultural”, afirma.

“Eu julgo que o que se espera de mim – que tenho experiência política e até fiz parte de um Conselho de Estado – é que tenha alguma capacidade para proteger os interesses da EDP em presença de tantas diferenças” explica. “Quer das jurisdições, quer até dos estilos e dos perfis culturais de acionistas, e dos perfis culturais dos colaboradores“.

Em relação à transição energética, Lobo Xavier diz que é preciso convencer os stakeholders que o percurso continua a ser importante. “Nós estamos numa situação internacional em que há, novamente, enormes forças de recuo – o mundo do oil & gas está com mais força hoje, paradoxalmente, do que tinha há dois anos”, aponta. “Isso é fruto de várias razões, entre elas a incerteza do mundo, das crises económicas, as guerras, a própria pandemia e as dificuldades geopolíticas”.

Recorda que e EDP estava na linha da frente da transição energética, “levava a bandeira, de repente para o mundo, isso já não é um valor assim tão aceite“.

“Há muitas pressões para que se proteja um valor de curto prazo recuando na passada da transição energética” e esse é um dos grandes desafios: “convencer os stakeholders da EDP de que o trajeto continua a ser importante, mesmo do ponto de vista da criação de valor”.

“Já não se trata apenas de uma missão de salvar o mundo, é também uma missão de se contribuir para a sustentabilidade do mundo, mas produzindo valor Isso hoje nem sempre está claro”, conclui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Direitos da EDP Renováveis sobem 4,9% no último dia de negociação. Títulos vão ser convertidos em novas ações

Os direitos de incorporação das ações da EDP Renováveis acumularam uma valorização de 21,5% desde 6 de maio. Em breve serão convertidos em novas ações que serão negociadas a partir de 24 de maio.

Os mais de 1 milhão de direitos de incorporação da EDP Renováveis que estavam em negociação desde 6 de maio encerraram a sessão desta segunda-feira a subir 4,9% face ao fecho de sexta-feira para 0,2429 euros. Nas 11 sessões de bolsa em que estiveram a negociar em bolsa, apenas por três ocasiões fecharam no vermelho.

Esta foi a última sessão em que os investidores puderam negociar estes títulos que, em breve, serão convertidos em novas ações da EDP Renováveis na proporção de 63 direitos por uma nova ação — que começarão a ser negociadas a 24 de maio juntamente com as já existentes na Euronext Lisboa.

Depois de no primeiro dia de negociação estes títulos terem fechado a cair 25%, com a cotação a resvalar até aos 0,1508 euros, que rapidamente recuperaram e, desde então, a cotação esteve sempre acima dos 0,2 cêntimos com que começaram a negociar a 6 de maio.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

De acordo com uma operação aprovada a 4 de abril em Assembleia Geral que permitirá aumentar o capital da EDP Renováveis até 81,3 milhões de euros, foi entregue aos acionistas da empresa um direito de incorporação por cada ação detida da empresa liderada por Miguel Stilwell até 30 de abril e mantida até 3 de maio (data de registo).

Posteriormente, os acionistas puderam tomar uma de três decisões: vender os direitos no mercado e encaixar o dinheiro da operação ao preço que o mercado estava a negociar, vender à EDP Renováveis até 17 de maio ao preço fixo de 20 cêntimos ou manter os direitos em carteira.

Os investidores que ao dia de hoje ficaram em carteira com um número de direitos diferentes de um múltiplo de 63 (rácio de conversão dos direitos pelas novas ações) perderão os direitos pela respetiva diferença, não recebendo nada em troca por esses títulos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCE e Galp “ligam” máximos de uma década em Lisboa

2024 está a ser amigo para as bolsas. "Pior já ficou para trás", admitem analistas. Lisboa escala para máximos de dez anos. Galp brilha com descoberta de petróleo na Namíbia. O que esperar a seguir?

O ano de 2024 tem sido amigo para as bolsas. Lisboa acumula ganhos de 8% desde o início do ano e encontra-se a negociar no nível mais elevado em dez anos. A perspetiva de alívio dos juros está a animar os investidores. O Banco Central Europeu (BCE) poderá cortar as taxas já no próximo mês. E o facto de os principais índices de ações estarem em máximos históricos leva a crer que o pior já passou, segundo os analistas.

Apesar do bom desempenho, o PSI — que dá um pulo de mais de 1% esta sexta-feira, para 6.907,01 pontos, o valor mais elevado desde junho de 2014 — está longe de acompanhar os ganhos de 16% do Stoxx 600, o índice de referência europeu. Melhor performance regista o alemão DAX, que soma 20% no mesmo período.

Mas a praça nacional não sai tão mal na fotografia se compararmos com os desempenhos dos principais índices de Espanha e França: o madrileno IBEX-35 valoriza 9,4% e o CAC-40 de Paris avança quase 7%.

PSI escala para máximos de uma década

Fonte: Refinitiv

“O bom desempenho dos mercados bolsistas este ano (não só na Europa, mas também nos EUA) deve-se ao facto de o combate à inflação estar num bom caminho e de as perspetivas de alívio das políticas monetárias dos bancos centrais a curto prazo, em particular o BCE, estarem a apoiar as valorizações destes mercados”, explica Henrique Tomé, analista da XTB.

“Apesar de se a inflação ter vindo a revelar algo mais persistente do que o desejado pelos bancos centrais, limitando assim a sua margem de manobra em termos de cortes de taxas, a verdade é que assumiu uma tendência consistentemente decrescente que permite ao mercado projetar taxas de juro mais baixas para um futuro próximo, ajudando assim também a justificar as elevadas avaliações do mercado acionista”, completa Fernando Castro e Sollar, partner da Baluarte.

"A verdade é que já se assumiu uma tendência consistentemente decrescente que permite ao mercado projetar taxas de juro mais baixas para um futuro próximo, ajudando assim também a justificar as elevadas avaliações do mercado acionista.”

Fernando Castro e Solla

Partner da Baluarte

Tomé adianta ainda que com os principais índices bolsistas na Europa em máximos históricos, e numa altura em que começam a surgir sinais de melhorias na dinâmica económica, “os mercados estão a assumir que a pior fase em termos de macroeconómica já passou”.

Fernando Castro e Solla concorda: “Parece agora mais evidente que a temida recessão económica terá sido evitada“.

Em suma, estamos perante “um contexto que agrada aos mercados: crescimento com inflação controlada e resultados em alta“, destaca o responsável da Baluarte.

Stoxx soma o dobro do PSI

Fonte: Refinitiv

Namíbia dá asas à Galp

O ano tem sido particularmente positivo para meia dúzia de cotadas nacionais, com a Galp GALP 0,06% em grande evidência.

As ações da petrolífera já valorizaram quase 50% desde 1 de janeiro. Os ganhos aceleraram depois da descoberta de petróleo muito promissora na Namíbia e permitiram à Galp retirar à EDP o título de maior cotada da bolsa de Lisboa.

Para CTT, BCP, Navigator, Semapa e Altri o ano de 2024 também tem sido bastante positivo. Cada cotada tem uma história diferente para apresentar, mas todas acumulam ganhos na ordem dos 20%.

“Os resultados fortes e as suas perspetivas futuras impulsionaram os preços das ações dessas empresas. Estas empresas encontram-se em setores que beneficiaram dos seus contextos”, explica Henrique Tomé.

“BCP e CTT beneficiaram da subida das taxas de juro por parte do BCE. No caso da Galp, beneficiou do contexto geopolítico e da descoberta na Namíbia, e as produtoras de papel beneficiaram do preço da matéria-prima”, frisa o analista da XTB.

Winners and losers no PSI

Fonte: Refinitiv

Nem todos têm razões para sorrir, ainda assim. Três pesos pesados da bolsa registam perdas este ano, desempenhos que condicionam a performance geral do PSI.

A EDP Renováveis EDPR 2,39% perde mais de 21% este ano e a casa-mãe EDP EDP 0,78% cede quase 19%, o que também ajuda a explicar a ultrapassagem da Galp como cotada portuguesa mais valiosa.

As ações da Jerónimo Martins acumulam uma desvalorização de 13%.

"BCP e CTT beneficiaram da subida das taxas de juro por parte do BCE. No caso da Galp, beneficiou do contexto geopolítico e da descoberta na Namíbia, e as produtoras de papel beneficiaram do preço da matéria-prima.”

Henrique Tomé

Analista da XTB

O que esperar a seguir?

Para Henrique Tomé, os dados da economia estáveis dão margem para “mais aumentos generalizados em todas as empresas” do PSI, “em linha com os índices europeus”.

Ainda assim, o analista recomenda que se esteja atento à “trajetória da inflação” e, ligado a isso, ao rumo “das políticas monetárias”, e ainda aos resultados das empresas cotadas. Estes fatores devem estar no centro das atenções e “deverão ser o driver dos mercados” nos próximos tempos.

Fernando Castro e Solla sublinha o fenómeno da Inteligência Artificial que vai continuar a impulsionar, “em primeira linha, todo o universo de empresas tecnológicas mais diretamente ligadas ao ecossistema que lhe está associado, mas dando já alguns sinais de arrastamento de outras áreas da economia que por outras vias, nomeadamente por via dos ganhos de produtividade, são também beneficiários líquidos do fenómeno”.

Mas “há naturalmente um conjunto de riscos presentes no atual contexto e vários deles com potencial para perturbar este ambiente de glodilocks (de equilíbrio ideal)”, atira o partner da Baluarte.

“Até ao momento têm sido menos valorizados pelo mercado”, com os investidores mais atentos ao desempenho económico das empresas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP sobe mais de 4% em bolsa após resultados acima do esperado e revisão de metas

O momento positivo nos mercados acontece após a apresentação de resultados de ambas as cotadas do grupo EDP, divulgados esta quinta-feira, e a revisão das metas para o triénio que termina em 2026.

Os títulos da EDP EDPR 2,39% estão a subir mais de 4% em bolsa, depois de a elétrica portuguesa ter apresentado os resultados do primeiro trimestre e ter revisto as metas até 2026.

No final desta manhã, a EDP valorizava 4,38% para os 3,86 euros e a EDP Renováveis EDPR 2,39% somava 2,37% para os 14,69 euros.

O momento positivo nos mercados acontece após a apresentação de resultados de ambas as cotadas, divulgados esta quinta-feira, e a revisão das metas para o triénio que termina em 2026.

A EDP publicou o balanço do primeiro trimestre já após o fecho da sessão bolsista de quinta-feira, registando uma subida de 17% para os 354 milhões de euros. Os resultados do primeiro trimestre superaram as expectativas dos analistas em 11,7%, já que o consenso apontava para os 317 milhões de euros.

Esta sexta-feira, no início da manhã, a equipa de gestão executiva reuniu-se com analistas, através de uma chamada telefónica, para prestar contas sobre os resultados. Nesta ocasião, revisitou também as perspetivas até 2026, reduzindo as metas avançadas em março do ano passado, no Capital Markets Day. O investimento, que a EDP esperava chegar aos 25 mil milhões entre 2023 e 2026, reduz-se em 2 mil milhões. Entre 2024 e 2026, a empresa espera investir um total de 17 mil milhões de euros.

Na ótica da casa de investimento RBC, a revisão do valor da dívida líquida, que a EDP espera fixar nos 16 mil milhões em 2026 — ao invés dos anteriormente perspetivados 17 mil milhões –, “deverá agradar ao mercado“. Isto, uma vez que a descida é paralela à obtenção de “receitas semelhantes”, defende a mesma entidade. No que toca às receitas, a perspetiva é que em 2026 se situem entre 1,2 e 1,3 mil milhões de euros, quando, anteriormente, a EDP colocava a fasquia nos 1,4 a 1,5 mil milhões de euros.

Já o Bestinver realça que o corte nas perspetivas está relacionado com o negócio de renováveis, mas acredita que este fator já havia sido descontado pelo mercado.

A Reuters realça que a EDP se posicionou, esta sexta-feira, entre as cotadas com maiores subidas do índice que agrega as maiores cotadas europeias, o Stoxx 600. Pelas 12h30, ocupava o 11.º lugar deste ranking. Se o desempenho se mantiver, a ação da EDP poderá fechar o seu melhor dia em 16 meses.

EDPR: atualização recebida “com agrado”

Surpresas semelhantes registaram-se no dia anterior em relação à EDP Renováveis, já que esta cotada prestou contas aos investidores antes da abertura do mercado e revisitou as metas durante a tarde. A EDP Renováveis lucrou 68 milhões no primeiro trimestre do ano e, segundo a Reuters, o consenso dos analistas apontava, em média, para um lucro de 65,7 milhões de euros.

A EDPR (na qual e EDP tem uma participação de 71,27%%) vai investir (em termos líquidos, financiado por fluxo de caixa e dívida líquida) 4 mil milhões de euros entre 2024 e 2026, menos 3 mil milhões do que no anterior plano (apresentado em março de 2023).

Os analistas do Goldman Sachs acreditam que “o mercado acolherá com agrado esta atualização estratégica, uma vez que redefine os objetivos operacionais e financeiros, se concentra em projetos de maior retorno e é maioritariamente autofinanciada”.

“Os novos objetivos implicam, em nossa opinião, uma redefinição significativa dos objetivos operacionais e financeiros, o que deverá eliminar um das principais pesos sobre as ações”, sublinharam.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP Renováveis corta plano de investimento até 2026 em 3 mil milhões

A energética reviu ainda o plano de aumento de capacidade para cerca de 3 Gigawatts por ano em 2025 e 2026, face à anterior meta de cerca de 4 GW por ano. Ações invertem e disparam 5%.

Pressionada pela forte queda dos preços da energia, especialmente na Europa, e a manutenção de um ambiente de taxas de juro altas, entre outros fatores, a EDP Renováveis EDPR 2,39% esta quinta-feira reviu em baixa as metas do plano estratégico até 2026.

“O contexto do mercado alterou-se rapidamente no período dos +últimos 12 meses, o que levou a uma recalibração dos objetivos de investimento para 2025-2026 apresentados ao mercado em março de 2023″, afirmou a empresa, numa apresentação divulgada no site da CMVM.

Essas alterações incluíram “uma diminuição dos preços da eletricidade a prazo na Europa, taxas de juro mais elevadas durante mais tempo, pressionando o custo do capital e desafios no fornecimento de capacidade em 2023, com impacto no fluxo de caixa”, adiantou.

Em teleconferência com os analistas, Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDPR (e da EDP, maior acionista de renovável com 71,27% do capital) explicou em maior detalhe a decisão de rever algumas metas do plano estratégico.

Temos de reconhecer que o mercado mudou drasticamente nos últimos 12 meses, em termos de preços da energia e de expectativas quanto ao custo do capital”, referiu.

Adiantou que a EDPR tem um cenário “positivo” em termos de carteira e de crescimento da procura, mas, ao mesmo tempo, está muito consciente “do que se passa no mercado e assistimos a uma descida significativa dos preços da eletricidade a prazo na Europa, em especial nos últimos meses, o que tem impacto nas nossas receitas esperadas devido a alguma exposição aos preços grossistas da eletricidade na Europa”.

Sublinhou que “é também consensual que continuaremos a assistir a juros mais elevados durante mais tempo, particularmente nos EUA, enquanto na Europa, parece haver alguns indícios ou expectativas de que haverá alguma descida nos próximos meses”, explicando que “globalmente, isto significa que houve um aumento do custo do capital, e nós reconhecemos esse facto”.

Não estamos a ignorar estes sinais e pressupostos do mercado, pelo que estamos a recalibrar os nossos objetivos para 2023, que pensamos que maximizarão a criação de valor para os acionistas.

Miguel Stilwell de Andrade

CEO da EDP e da EDPR

Antes do anúncio da revisão das metas, as ações da EDPR caiam 0,66% para 13,63 euros, Às 15h39 o desempenho já tinha invertido, com uma subida de 4,74% para 14,37 euros. Os títulos da empresa acumulavam (até ao fecho de quarta-feira) um tombo de 25,42% desde o início do ano.

Os títulos da EDP sobem 2,35% para 3,707 euros, numa sessão em que o índice PSI avança 1,53%.

A empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade vai investir (em termos líquidos, financiado por fluxo de caixa e dívida líquida) 4 mil milhões de euros entre 2024 e 2026, menos 3 mil milhões do que no anterior plano (apresentado em março de 2023).

O investimento bruto (total, que inclui financiamento via rotações de ativos e receitas do sistema Tax Equity Investors) irá atingir os 12 mil milhões de euros. Quase metade (47%) irá ser destinado à America do Norte, enquanto um quarto será dirigido para a Europa.

Em termos de tecnologia, 55% do investimento irá ser projetos de energia solar, 20% em éolica, 16% em eólica offshore, e 9% em baterias.

A energética adiantou que reviu o plano de aumento de capacidade instalada para uma média de cerca de 3 Gigawatts (GW) por ano em 2025 e 2026, da qual 84% na Europa e nos EUA, o que compara à anterior meta de instalar mais de 4 gigawatts anualmente.

Entre 2024 e 2026 a empresa prevê adicionar 10 GW de capacidade, mas sublinha que 70% desse crescimento já está assegurado e em vias de ser implantado, faltando garantir 3 GW a serem garantidos.

Lucro recorrente de 700 milhões em 2026

Em termos de projeções de EBITDA recorrente- lucros antes de juros, impostostos, depreciações e amortizações – a prevê agora que atinja 1,9 mil milhões de euros este ano e 2,4 mil milhões em 2026, o que representaria uma subida anual composta de 9% entre 2023 e 2026, ou 15% sem contabilizar a rotação de ativos.

A EDPR adiantou que deverá acabar este ano com lucro líquido recorrente de cerca de 400 milhões de euros este ano, abaixo dos 500 milhões de 2023, mas espera recuperar nesta rubrica para cerca de 700 milhões em 2026.

A dívida líquida, que terminou o primeiro trimestre no 6,7 mil milhões de euros, deverá estar em cerca de 7 mil milhões no final do ano, mesmo que valor que o previsto para o final de 2026.

Em relação à remuneração acionista, a EDPR promete uma “política de dividendos atrativa através do programa Scrip Dividend [no qual oferece aos acionistas a possibilidade de usar os dividendos para participar em aumentos de capital], com um rácio de pagamento [face aos lucros] de 30-50%”.

A EDPR anunciou antes da abertura da bolsa esta quinta-feira que o lucro líquido subiu 4% para 68 milhões no primeiro trimestre do ano, impulsionado por descidas nos custos financeiros líquidos e nos interesses não controláveis.

(Notícia atualizada às 15h40)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucro da EDP Renováveis sobe 4% para 68 milhões no 1.º trimestre

A EDPR beneficiou de menores custos financeiros líquidos e interesses não controláveis, que mais que compensaram uma queda de 11% nas receitas. Investimento caiu 20% e analistas esperam novas metas.

O lucro líquido da EDP Renováveis (EDPR) EDPR 2,39% subiu 4% para 68 milhões no primeiro trimestre do ano, impulsionado por descidas nos custos financeiros líquidos e nos interesses não controláveis, informou a empresa esta quinta-feira.

“O resultado líquido ascendeu a 68 milhões (+4% em termos homólogos), impactado por uma menor contribuição do top line e pelo aumento de impostos, devido ao tratamento fiscal dos ganhos com rotação de ativos, e compensado por uma redução dos custos financeiros líquidos e dos interesses não controláveis (-11% em termos homólogos)”, adiantou a empresa, num relatório divulgado no site da CMVM.

“As receitas situaram-se em 632 milhões (-11% em termos homólogos), devido ao menor preço médio de venda (-3% em termos homólogos) e menor produção de energia (-3% em termos homólogos)”, adiantou.

Segundo a Reuters, o consenso dos analistas apontava, em média, para um lucro de 65,7 milhões de euros para um volume de negócios de 633,5 milhões de euros.

Os analistas do Goldman Sachs referiram, em nota, que “apesar de acreditarmos que estes números coloquem a EDPR no caminho para ir ao encontro das expectativas no consenso dos analistas para 2024 – EBITDA de cerca de 2 mil milhões e lucro líquido de cerca de 470 milhões (ambos incluindo ganhos de 200 milhões com a rotação de ativos), notamos que, mais uma vez, a dívida líquida aparece mais alta do que esperado, nos 6,7 mil milhões”.

A dívida líquida ascendeu a 6,7 mil milhões, um aumento de 0,9 mil milhões face a dezembro 2023, refletindo os investimentos efetuados no período, sublinhou a empresa.

O rácio de dívida líquida face ao EBITDA dos últimos dois meses subiu para 3,7 vezes no final de março, face aos 3,2 vezes no fim do ano passado.

O preço médio de venda foi de 61 euros por megawatt-hora (MWh), ou menos 3% em termos homólogos, “refletindo os preços mais baixos do mercado da eletricidade na Europa”. A
comparação face ao ano anterior foi também impulsionada pela revisão regulatória em baixa dos preços da eletricidade de 2023 para os ativos regulados em Espanha, anunciada em junho de 2023, referiu.

Os Custos Operacionais diminuíram -5% face ao período homólogo, refletindo a redução de 15% em Outros Custos Operacionais, com os impostos clawback na Europa a refletir apenas o impacto non-cash de 13 milhões da reversão de coberturas na Roménia e com a descontinuação do imposto clawback na Polónia, sendo que esta diminuição foi parcialmente compensada pelos custos de 27 milhões com PPA (Power Purchase Agreements) relacionados com o projeto na Colômbia.

Assim, o EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – da elétrica subiu 1%, para 454 milhões de euros entre janeiro e março.

Os resultados financeiros, de 108 milhões no primeiro trimestre de 2024 (-14% em termos homólogos), foram impactados pela estratégia de rebalanceamento do mix cambial da dívida, com aumento do euro e redução do dólar , e pelo aumento das despesas financeiras
capitalizadas, devido aos atrasos na execução de projetos juntamente com a manutenção do custo da dívida em 4,66%, devido ao menor custo da dívida dos novos refinanciamentos.

 

Analistas esperam revisão de metas

Numa entrevista ao Jornal de Negócios a 18 de abril, Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDPR e da EDP (que detém 71,27% do capital da EDPR), afirmou que o grupo vai rever o plano estratégico anunciado em março de 2023, tanto em termos de capacidade em MW como em investimento.

Segundo os analistas do Goldman Sachs, a administração da EDPR deverá fornecer objetivos atualizados para 2026 durante a teleconferência com os analistas esta quinta-feira às 14h00.

“Estes deverão refletir taxas de juro mais elevadas e preços de energia mais baixos, face aos pressupostos adotados no Capital Markets Day de 2023″, referiram. “Esperamos menores acréscimos de capacidade bruta e líquida, e um mark-to-market nos preços da eletricidade (cerca de 30% das receitas são comerciais, ou seja, expostas aos preços da eletricidade).

“Os dados de consenso da Visible Alpha são, para 2026, EBITDA e lucro líquido (excluindo ganhos de rotação de ativos) de 2,4 mil milhões e 689 mil milhões, respetivamente”, disseram, sublinhando que, tendo em conta a provável redução do Capex e a queda dos preços da energia, estas estimativas podem revelar-se otimistas”.

Esta quinta-feira as ações da EDPR caem 0,87% para 13,60 euros, numa sessão em que o índice PSI segue praticamente inalterado. Os títulos da empresa acumulam um tombo de 25,42% desde o início do ano.

Capex caiu em todas as regiões

Na rubrica de investimento, o Capex da EDPR caiu 20%, em termos homólogos, para 731 milhões de euros, com descidas em todas as regiões, incluindo de 37% na Europa e de 16% na América do Norte.

A 18 de abril, a EDPR informou que a produção de renováveis no primeiro trimestre diminuiu 3% em termos homólogos, para 9,9 Terawatt horas, principalmente impactada pela rotação de ativos eólicos durante os últimos 12 meses, pela subida gradual da produção da nova capacidade
instalada no quarto trimestre e pelos recursos renováveis ligeiramente mais baixos face ao mesmo período do ano passado.

Adiantou também que avançou com a instalação de mais 0,5 gigawatts (GW) de nova capacidade renovável no primeiro trimestre. Desse valor, 0,4 GW são provenientes da instalação de nova capacidade solar nos EUA, “dada a normalização da cadeia de fornecimento de painéis solares nos EUA após as restrições observadas em 2023”.

(Notícia atualizada às 10h53)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP Renováveis fecha novo contrato para fornecer energia à Walmart por 15 anos

Desde 2018, a Walmart tem trabalhado com a EDP Renováveis em projetos de produção de eletricidade renovável de larga escala como de geração distribuída. Novo contrato vai durar 15 anos.

A EDP Renováveis EDPR 2,39% e a Walmart assinaram um novo acordo para o fornecimento de energia durante 15 anos. A energia será produzida por um projeto solar de 250 megawatts-pico (MWp) que está a ser desenvolvido no Texas, nos Estados Unidos.

O contrato com a Walmart diz respeito a uma parte do projeto, ficando a empresa com 225 MWp. Este Contrato de Aquisição de Energia (CAE) complementa os restantes contratos corporativos de compra de energia que a Walmart já tem com a EDPR e que, agora, chegam aos 395 megawatts (MW) em energia solar e eólica de larga escala, e cerca de 50 MWp em energia solar distribuída.

O novo projeto terá capacidade suficiente para fornecer anualmente o equivalente a mais de 27 mil casas do Texas e “contribui com benefícios económicos significativos para a região”, indica a elétrica portuguesa, nomeadamente através de pagamentos a proprietários de terras.

Ao longo da vida útil do projeto, que será de “várias dezenas de anos”, estima-se também o investimento de mais 42 milhões de dólares (cerca de 39 milhões de euros) em projetos locais, beneficiando escolas, infraestruturas locais e outros serviços públicos. Ao desenvolver este parque, a EDPR já participa ativamente na comunidade e já doou cerca de 9.000 euros ao distrito escolar local. Em paralelo, o projeto vai criar 300 empregos durante a sua construção.

Este contrato é adicionado ao portefólio da Walmart, que conta com mais de 600 projetos de energia renovável em operação ou em desenvolvimento em mais de dez países, com o objetivo de alcançar até 10 gigawatts (GW) em novos projetos de energia limpa até 2030.

Este projeto ajudará a construir uma comunidade mais forte, uma rede de energia mais forte e contribuirá para os nossos objetivos operacionais de energia limpa“, afirmou Frank Palladino, vice-presidente de estratégia de energias renováveis da Walmart.

Desde 2018, a Walmart tem trabalhado com a EDP Renováveis em projetos de produção de eletricidade renovável de larga escala como de geração distribuída. Em larga escala, a Walmart compra energia dos parques eólicos Bright Stalk e Harvest Ridge, que a EDPR desenvolveu no Estado do Illinois, bem como do parque eólico Headwaters II, no Estado do Indiana.

No total, o volume de aquisições fechado entre as duas empresas seria suficiente para alimentar mais de 68 mil casas. Já na geração descentralizada ou distribuída, a EDPR e a Walmart colaboraram numa capacidade solar de cerca de 50 MWp distribuída por 66 locais da Walmart que são geridos e operados pela EDPR.

A EDPR é um dos principais promotores de energia renovável do Texas, com mais de 1,2 GW de capacidade renovável instalada em todo o estado, o que gera eletricidade equivalente ao consumo de mais de 230 mil casas médias da região. O Texas é um mercado estratégico no portfólio da EDPR e a empresa tem projetos adicionais em desenvolvimento avançado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucros da EDP Renováveis encolhem 70% no primeiro semestre, para 80 milhões de euros

Entre janeiro e junho, as receitas da empresa ascenderam a 1.225 milhões de euros, 1% abaixo do período homólogo, “devido a uma produção fraca, juntamente com um menor preço médio de venda”.

Os lucros da EDP Renováveis caíram 70% nos primeiros seis meses deste ano, para 80 milhões de euros, reportou a empresa em comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Neste período, as receitas foram 1% inferiores em relação ao ano anterior, para 1.225 milhões de euros, “devido a uma produção fraca, juntamente com um menor preço médio de venda, parcialmente compensado pela capacidade adicional instalada durante os últimos doze meses (+1,4 GW de crescimento líquido)”, com o EBITDA a baixar 23%, para 754 milhões.

Já os custos operacionais aumentaram 10%, incluindo impostos de clawback na Europa (34 milhões de euros relacionados com a Roménia e a Polónia), mas também custos de pessoal mais elevados devido ao aumento de 11% no número de colaboradores e à inflação. A empresa destaca igualmente os custos incorridos com atrasos nas adições de capacidade nos Estados Unidos e na Colômbia, no valor de 41 milhões.

A dívida líquida totalizava 5,7 mil milhões de euros no final de junho, 700 milhões acima da registada no término do ano passado, com uma relação de 2,9 vezes face ao EBITDA nos últimos doze meses, “refletindo o aumento dos investimentos no período compensado pelo aumento de capital”. A EDP Renováveis contabiliza um investimento bruto de 2,3 mil milhões na primeira metade do ano, com 85% do Capex a ser investido na Europa e na América do Norte.

Na terça-feira, a EDP Renováveis tinha anunciado a venda do projeto Sorolla à austríaca Verbund por um valor 460 milhões de euros. A transação englobou nove projetos eólicos operacionais com uma idade média de 14 anos e com a “possibilidade de repotenciação e capacidade solar híbrida adicional”, segundo informou ao mercado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Produção elétrica da EDP cai 7% no semestre. El Niño prejudica EDP Renováveis

Empresa liderada por Miguel Stilwell d'Andrade viu produção total descer 7% no primeiro semestre de 2023. Já a produção da EDP Renováveis caiu 8% nos EUA com impacto do El Niño.

A EDP EDP 0,78% produziu 7% menos eletricidade entre janeiro e junho do que nos mesmos seis meses do ano passado, revelou a empresa esta sexta-feira, numa súmula de dados operacionais divulgada através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No mesmo período, a EDP Renováveis EDPR 2,39% , que é detida em mais de 71% pela EDP, conseguiu aumentar a produção de eletricidade em 1%. Num balanço semelhante, também remetido esta sexta-feira à CMVM, a empresa nota as “condições eólicas anormalmente fracas” nos EUA no segundo trimestre.

EDP duplica geração solar

Segundo os dados agora conhecidos, a EDP viu a produção total cair 7% no semestre, em termos homólogos. O segundo trimestre foi particularmente negativo: a produção desceu 20% em comparação com o mesmo trimestre de 2022.

A produção eólica desceu 3%, a produção a partir do gás na Península Ibérica baixou 45% e a produção total com recurso a carvão desceu para menos de metade, após uma queda de 51%. No sentido inverso, a geração hídrica melhorou 20% e a solar mais do que duplicou, ao registar uma melhoria de 105% no semestre.

Neste balanço operacional, é referido que a capacidade instalada da EDP aumentou em 2,1 GW de projetos renováveis nos últimos 12 meses. A empresa nota ainda que a eletricidade distribuída no primeiro semestre aumentou 1% em Portugal, mas desceu 1% no conjunto do mercado ibérico, “refletindo a diminuição dos volumes vendidos a clientes empresariais em Espanha”.

Cotação das ações da EDP

El Niño castiga EDP Renováveis

O fenómeno meteorológico El Niño já prejudicou a atividade da EDP Renováveis no segundo trimestre: “O segundo trimestre de 2023 apresentou condições eólicas anormalmente fracas nos EUA, impactadas pelo evento El Niño que está a afetar principalmente a região Centro-Oeste, e que compara com as fortes condições de vento no primeiro semestre de 2022″, nota a EDP Renováveis.

“Os recursos eólicos nas nossas operações na América do Norte estiveram 5% abaixo da média a longo prazo no primeiro semestre de 2023, versus 2% acima da média no primeiro trimestre de 2023 e 10% acima da média no primeiro semestre de 2022″, detalha a empresa. Tal “resultou numa queda de 8%” na produção renovável neste mercado em termos homólogos, quando, no total, como referido, aumentou 1%.

Desagregando as estatísticas, a produção elétrica da EDP Renováveis em Espanha caiu 7% e em Portugal desceu 5%. Feitas as contas, no conjunto da Europa, encolheu 7%. Apesar da descida de 8% na América do Norte, pelo contrário, na América do Sul, a produção da EDP Renováveis cresce 113%, ou seja, mais do que duplicou.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h12)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

WindFloat da EDP em Viana do Castelo tem “capacidade muito grande de escalar”

Após mostrar o parque eólico flutuante à comissária europeia, Miguel Stilwell d’Andrade falou ao ECO do desejo de “expandir bastante” a produção offshore, à espera do caderno de encargos do leilão.

Windfloat Atlantic EDP - 24AGO21
WindFloat AtlanticHugo Amaral/ECO

Com 25 MW e três turbinas eólicas a 20 quilómetros da costa de Viana do Castelo, o WindFloat Atlantic foi o primeiro parque eólico flutuante da Europa Continental. Em operação há três anos e com “ótimas produções” – tem uma produção anual equivalente a abastecer 25 mil famílias –, o presidente da EDP assume ao ECO que “há a possibilidade de expandir bastante mais”.

“Estamos a falar de 25 MW. Ao todo, a nível mundial, temos projetos de eólico de 16.000 MW e o flutuante representa cerca de 6.000 MW. Portanto, passar de 25 MW para 6.000 MW de eólico flutuante é, obviamente, uma capacidade muito grande de escalar”, referiu Miguel Stilwell d’Andrade.

Do que depende? “Depende do desenvolvimento, de licenciamentos, depende também das condições regulatórias e de se conseguirem incentivos para que se consiga, efetivamente, vender essa energia em condições interessantes. Há uma série de condições que têm de ser preenchidas antes de investir”, respondeu o gestor.

A secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, admitiu que este projeto de transformação do vento em energia pode ser replicado ao longo da costa nacional. “É uma paisagem que podemos ver noutras latitudes da nossa costa, com muitos benefícios para o país, trazendo-nos energia limpa, fiável, a custos cada vez mais competitivos – e benefício para todos os portugueses”, disse a governante, em conferência de imprensa.

Kadri Simson (comissária europeia da Energia), Miguel Stilwell d’Andrade (presidente da EDP) e a Secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia.DR 11 maio 2023

Poucos minutos depois de, na companhia da comissária europeia da Energia, ter sobrevoado este parque eólico em mar alto – a plataforma está ligada à rede através de um cabo de alimentação que percorre os 20 quilómetros que o separam da estação instalada na capital do Alto Minho –, o líder da EDP falou num “bom exemplo de uma boa tecnologia implementada em Portugal” e de um case study que Kadri Simson “teve interesse em vir cá conhecer”.

Em declarações ao ECO, no aeródromo da Maia, Miguel Stilwell d’Andrade indicou que este é o único parque do género que a EDP tem já operacional, mas lembrou que a empresa portuguesa está a construir outro em França e tem também projetos com a mesma tecnologia na Escócia e nos Estados Unidos da América, que “vão ser desenvolvidos ao longo da próxima década”.

E para esses projetos já sabe que pode contar com o suporte da União Europeia. “Queremos apoiar estes projetos, como o que vi hoje, para que possam receber apoio financeiro da UE”, garantiu Kadri Simson. A comissária da Energia, que está de visita a Portugal, frisou que, para chegar à nova meta de 42,5% nas renováveis até 2030, “precisamos de todas as fontes de renováveis, incluindo a do vento, seja em terra ou offshore”.

EDP aguarda caderno de encargos do leilão

Em consórcio com a Engie, a EDP tem interesse em avaliar o caderno de encargos do primeiro leilão de energia eólica offshore, que o primeiro-ministro, António Costa, já disse que quer realizar até ao último trimestre deste ano, com o objetivo de atingir os 10 gigawatts de capacidade produzida por energia eólica offshore até 2030.

“Aguardamos para saber exatamente em que condições é que esse concurso vai ser lançado. Depois tomaremos a decisão de investir ou não – e em que condições. É preciso definir as zonas onde se pode investir, em que condições, quais é que são os critérios para a atribuição dessas zonas”, sublinhou ao ECO o presidente da EDP.

A secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, assegurou, em declarações prestadas aos jornalistas, que “os trabalhos técnicos estão a decorrer para que depois o leilão possa decorrer com segurança” e “envolvendo, necessariamente, as unidades locais neste esforço que é partilhado por todos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP Renováveis regista lucros de 65 milhões de euros a abrir o ano

Crescimento do EBITDA foi “neutralizado” pelos custos financeiros mais elevados nos primeiros três meses deste ano, segundo os dados reportados à CMVM. pela empresa de energia.

A EDP Renováveis registou um resultado líquido foi de 65 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, “em linha” com os 66 milhões obtidos no período homólogo, com o crescimento dos resultados operacionais a ser “anulado pelo aumento dos custos financeiros” — o custo médio da dívida aumentou para 4,6% —, “penalizados pela valorização a mercado de impactos cambiais”.

Em comunicado enviado à CMVM esta quarta-feira, a empresa destaca o crescimento de 24% nas receitas entre janeiro e março, que alcançaram os 706 milhões de euros, que diz ter sido suportado por um aumento de 11% na produção de eletricidade renovável e pela subida do preço médio de venda.

Já os custos operacionais subiram 19% no mesmo período, incluindo impostos clawback na Europa, nomeadamente na Polónia e Roménia (25 milhões registados), e por via dos maiores gastos com pessoal, justificados pelo aumento de 10% no número de colaboradores da empresa.

O crescimento de 14% do EBITDA, para 448 milhões, foi impulsionado até março pelo crescimento das receitas, “com todas as quatro plataformas regionais a contribuírem para este crescimento”: subiu 21% na Europa, 14% na América do Norte, +63% na América do Sul e 63% na Ásia Pacífico, tendo a aquisição da Sunseap sido concluída em fevereiro do ano passado por 600 milhões de euros).

Com o investimento bruto de mil milhões de euros a ser compensado pelo aumento de capital no mesmo montante “realizado com sucesso para o suporte dos planos de crescimento da EDPR”, a dívida líquida totalizava 4,8 mil milhões de euros no final do primeiro trimestre. Isto é, 600 milhões acima do que era há um ano, “refletindo o investimento em novos projetos de energias renováveis”.

Na terça-feira, a EDP Renováveis anunciou o lançamento do seu programa de scrip dividend e aprovou toda a documentação associada a essa operação. O programa confere um direito de incorporação no valor de 0,265 euros por cada título em carteira, podendo ser convertido em novas ações por cada 75 direitos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.