Novo Banco: CMVM pede esclarecimentos a BPI e BCP

  • Lusa
  • 7 Novembro 2016

O regulador do mercado de capitais pediu esclarecimentos ao BPI e ao BCP a propósito do processo de venda do Novo Banco.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) solicitou esclarecimentos ao Banco BPI e ao BCP devido às notícias que dizem que ambas as entidades apresentaram propostas finais para a compra do Novo Banco.

Como o BPI e o BCP são cotados na bolsa de Lisboa, e está em causa informação relevante, a Lusa questionou o supervisor sobre a matéria, tendo fonte oficial da CMVM confirmado que “foram pedidos esclarecimentos ao BPI e ao BCP a propósito do processo de venda do Novo Banco”.

De resto, a mesma fonte assinalou que este é o procedimento “habitual nestes casos”.

Na sexta-feira, o Banco de Portugal disse, em comunicado, que foram apresentadas cinco propostas finais para a compra do Novo Banco, sem revelar o nome dos candidatos.

“O Banco de Portugal recebeu cinco propostas no âmbito dos dois procedimentos de venda, Procedimento de Venda Estratégica e Procedimento de Venda em Mercado”, afirmou o regulador e supervisor bancário, acrescentando que será feita a análise das propostas “à luz dos critérios estabelecidos nos respetivos cadernos de encargos, divulgados no passado mês de abril”.

Segundo a imprensa, os candidatos à compra do Novo Banco que apresentaram proposta foram os bancos BCP e BPI e os fundos Apollo/Centerbridge, em parceria, e Lone Star, que apresentaram propostas no âmbito do processo de venda direta, e a ‘holding’ China Minsheng, que se propõem ser acionista do Novo Banco através da opção de venda em mercado.

Mas o BCP e o BPI, ambos cotados, não prestaram até ao momento qualquer informação ao mercado sobre esta operação, o que levou a CMVM a pedir-lhes esclarecimentos.

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BPI apela aos acionistas para venderem BFA

A administração do BPI considera operação de venda do BFA "fundamental". BPI diz mesmo que o banco pode ser "confrontado com iniciativas" do BCE que "teriam consequências gravissimas" para o banco.

A administração do BPI alerta para a necessidade dos acionistas aprovarem a venda de 2% do BFA à Unitel de Isabel dos Santos sob pena do banco e os seus acionistas “serem confrontados com iniciativas da autoridade de supervisão que teriam gravíssimas consequências para a situação do banco e por consequência para o valor das suas ações”.

A solução, adianta o BPI, “apresenta-se como fundamental para o interesse do banco e de todos os seus stakeholders“.

A declaração da administração consta num documento apresentado esta tarde pelo BPI à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), através do qual o banco explica aos acionistas porque devem votar na assembleia geral marcada para o próximo dia 23 de novembro, na Casa da Música, no Porto, a favor da venda da participação do BFA à Unitel.

A administração liderada por Fernando Ulrich volta a sublinhar, a exemplo do que já fez em ocasiões anteriores, que a operação de venda do BFA à Unitel “é a única solução para o problema da ultrapassagem do limite dos grandes riscos com que o banco se confrontou desde o fim de 2014“. E adianta que o problema “não se podia prolongar mais no tempo”.

A venda do BFA, com a consequente perda de controlo por parte do BPI, que após o negócio ficará detentor de 48,1% do banco angolana foi proposta pela administração liderada por Fernando Ulrich tendo em vista resolver a exposição dos grandes riscos a Angola, uma imposição do BCE. Em troca da desblindagem dos estatutos do banco, o que aconteceu na última assembleia geral de acionistas.

 

 

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Acionistas do BPI votam venda do BFA a 23 de novembro

Acionistas do BPI votam venda de 2% do BFA à Unitel a 23 de novembro e resolvem problema dos riscos de exposição a Angola, uma exigência do BCE.

Os acionistas do BPI voltam a reunir-se no próximo dia 23 de novembro para deliberarem sobre a venda dos 2% do capital do BFA à Unitel, empresa detida por Isabel dos Santos. Ainda nesse mesmo dia, mas em assembleia geral distinta será aprovada a cooptação dos dois representantes do CaixaBank para a administração do banco.

A convocatória da primeira AG — que será realizada na Casa da Música, às 16 horas — publicada esta segunda -feira no portal da Justiça tem apenas um ponto de ordem de trabalhos “deliberar sobre a venda pelo Banco BPI à Unitel de vinte e seis mil, cento e onze ações, representativas, no seu conjunto de 2% do capital social do Banco de Fomento de Angola, nos termos previstos no contrato de compra e venda celebrado entre aquelas duas entidades”.

A aprovação da operação proposta pela administração liderada por Fernando Ulrich é o ponto que falta para o banco cumprir as exigências do Banco Central Europeu sobre a elevada exposição aos riscos de Angola. O BPI propôs à Unitel a compra de 2% do BFA por 28 milhões de euros, em troca da aprovação do fim da blindagem dos estatutos do BPI, o que aconteceu na última assembleia geral realizada no Porto. Com a realização da venda, o BPI passa a deter 48,1% do BFA.

Mas o dia ficará ainda marcado por uma outra assembleia geral de acionistas, marcada para as 17h30. Nessa reunião os acionistas são chamados a pronunciar-se sobre a cooptação dos dois representantes do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, presidente executivo dos catalães, e Pablo Forero, administrador responsável pelo risco que entram para os lugares deixados vagos por António Domingues, que saiu para presidir à CGD e de Edgar Ferreira que renunciou ao cargo já este mês em desacordo com a atual administração por divergências quanto à OPA do CaixaBank sobre o BPI.

Nesta segunda AG será ainda votada a alteração dos estatutos do banco no que diz respeito à composição e competência da comissão de riscos financeiros, comissão de auditoria e controlo interno.

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OPA do CaixaBank sobre BPI aprovada pelo BCE

  • Lusa
  • 28 Outubro 2016

O BCE já aprovou a OPA do CaixaBank sobre o BPI, revelou esta manhã o presidente do grupo catalão.

A operação de aquisição do BPI pelo CaixaBank foi autorizada pelo Banco Central Europeu (BCE), revelou hoje em Barcelona o presidente executivo do banco espanhol, Gonzalo Gortázar.

Recebemos a autorização do BCE para avançar” e esperamos levar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) em curso “a bom porto nos próximos meses”, disse Gortázar no início da conferência de imprensa em que apresentou os resultados dos primeiros nove meses de 2016 do CaixaBank.

O banco catalão já fez o pedido de registo da OPA junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre a totalidade do capital social do BPI, e aguarda agora pela decisão da autoridade portuguesa.

"Recebemos a autorização do BCE para avançar.”

Gonzalo Gortázar

Presidente do CaixaBank

O CaixaBank já é o maior acionista do BPI, com cerca de 45%.

Gonzalo Gortázar sublinhou a “decisão importante” tomada pelo BPI de acabar com a limitação ao direito de votos, tomada em finais de setembro último, condição essencial para o CaixaBank continuar com a OPA lançada em abril último.

O banco com sede em Barcelona teve lucros de 970 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2016, menos 2,6% face ao período homólogo, incluindo impactos extraordinários associados à integração do Barclays em 2015.

Segundo “informação relevante” prestada hoje pelo banco catalão à CNMV (Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhola), o resultado antes de impostos foi de 1.314 milhões de euros, um aumento de 45,2% do que no mesmo período do ano passado.

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Lucro de 332 milhões do CaixaBank supera estimativas

Grupo catalão que lançou uma oferta sobre o BPI viu os lucros subirem 15% no último trimestre.

O CaixaBank registou um lucro de 332 milhões de euros no terceiro trimestre do ano, o que corresponde a um aumento de 15% face ao resultado de 288 milhões de euros alcançado no mesmo período do ano passado. Além disso, compara com os 274 milhões de euros esperados pelos analistas sondados pela Bloomberg.

Com o principal negócio do banco em queda, Gonzalo Gortázar, presidente do CaixaBank, está a reduzir os custos operacionais, enquanto direciona atenções para o negócio da área do seguro e da gestão de ativos para compensar o abrandamento na atividade de empréstimos, cujas receitas cedem à pressão das baixas taxas de juro na Zona Euro.

De resto, a margem financeira do banco — a receita que obtém dos juros dos empréstimos menos a despesa que paga com juros dos depósitos — permaneceu nos 1,04 mil milhões de euros. Ainda assim, o facto de as provisões para o malparado terem recuado para os 265 milhões de euros ajudaram o banco a melhorar o desempenho no último trimestre.

O CaixaBank está a finalizar a compra do banco português BPI. A Oferta Pública de Aquisição (OPA) já foi submetida à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e aprovada pela administração do banco, com os espanhóis a oferecerem uma contrapartida de 1,134 euros por cada ação que ainda não detém na instituição portuguesa. No total, oferecem cerca de 900 milhões de euros para passar a deter os restantes 55% do capital do banco nacional que ainda não está a sua posse.

As ações do CaixaBank desvalorizam 15% desde o início do ano, sendo uma das cotadas com pior desempenho na bolsa madrilena. A capitalização bolsista do banco catalão é de cerca de seis mil milhões de euros.

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ATM: Valor da OPA ao BPI deveria ser de 3,15 euros

A associação de pequenos investidores fez as contas à oferta do CaixaBank. Diz que o preço justo da OPA é muito superior aos 1,134 euros.

O CaixaBank oferece 1,134 euros por cada ação do BPI. É um valor que a ATM, a associação dos pequenos investidores, considera baixo, especialmente depois da transferência de controlo do BFA para a Santoro. O preço justo? 3,15 euros, mas por pouco mais de dois euros já não haveria problemas.

Octávio Viana, o presidente da ATM, explica que na base da discórdia relativamente ao valor da contrapartida está o BFA. “Estamos numa terceira OPA, desta vez obrigatória, que resulta da desblindagem dos estatutos. Essa desblindagem só foi possível por causa da Santoro, de Isabel dos Santos. E é possível fazer ligação entre a venda de 2% do BFA e a desblindagem”.

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Octávio Viana (à direita), presidente da ATM, diz que na base da discórdia está o BFA

“A Unitel comprou 2% do BFA. Comprou o controlo do BFA. O BPI reclamou o prémio nos 2% mas não sobre os restantes. Os acionistas do BPI ficaram privados desse prémio de controlo. Se distribuirmos esse valor, conseguimos chegar a um valor ligeiramente superior ao da OPA, mas isto sem controlo”, referiu num encontro com jornalistas em Lisboa.

Aquilo que o BPI “tinha antes e tem agora… há uma diferença de 600 milhões de euros. São mais 2,12 euros por ação. Chegamos assim a um valor justo da OPA de 3,15 euros. É elevado. É um esforço financeiro para o CaixaBank, mas o próprio BPI há um ano avaliava os títulos em 2,26 euros”.

É neste sentido que a ATM solicita a intervenção do regulador através da nomeação de um auditor independente. “Se houve auditor independente, a probabilidade de estipular os 3,15 euros… não vejo forma de um auditor se afastar muito deste valor”, diz Octávio Viana. Mas “os 2,26 euros poderiam evitar processos judiciais”.

Se não houver um auditor independente, partimos para a litigância. E isso demora. E o BCE atuará. Quem perde é o CaixaBank, o BPI e os seus investidores… Vai retirar valor a todos”, sublinha, acrescentando que o regulador está ciente disso.

“Falámos com o regulador. Está ciente disto. Concorda que a resolução do problema tem de passar por um acordo alargado entre todos os acionistas. Isto significa que terá de haver uma subida da contrapartida que agrade aos minoritários e que não ponha em causa do CaixaBank”, remata.

Nao vejo conflito de interesses. A Dr. Gabriela é uma pessoa com grande retidão que consegue distanciar-se

Octávio Viana

presidente da ATM


Octávio Viana também reagiu à notícia avançada pelo ECO este final de semana que dava conta que Gabriela Figueiredo Dias, a nova presidente da CMVM, pediu escusa em relação a decisões do regulador sobre o BPI.

A justificação é simples. O pai, Jorge de Figueiredo Dias, é vogal do Conselho Fiscal do banco liderado por Fernando Ulrich, o que deixa a nova presidente da CMVM pouco confortável quando o assunto em causa está relacionado com vida do BPI.

O presidente da ATM disse que a sua associação reuniu-se com Gabriela Figueiredo Dias e que não vê qualquer incompatibilidade. “Nao vejo conflito de interesses. A Dr. Gabriela é uma pessoa com grande retidão que consegue distanciar-se. (…) Que tome a iniciativa de se afastar, é uma decisão dela”, afirmou Octávio Viana.

“Confiamos na CMVM. Se há entidade que tem técnicos responsáveis é a CMVM”, rematou Viana.

As ações do BPI seguem esta manhã a negociar em alta de 0,27% para os 1,133 euros.

(Notícia atualizada às 11h55 com mais informação)

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Resultados empresariais insuficientes para animar bolsa nacional

Lucro do BPI subiu e da Navigator ficou acima do esperado. Ainda assim, Lisboa abriu com perdas ligeiras perante uma Europa igualmente em queda.

Com 10 cotadas abaixo da linha de água, o PSI-20, o principal índice português, abriu praticamente a perder 0,24% até aos 4.690,54 pontos. Esta evolução acontece depois do banco BPI e da produtora de papel Navigator terem prestado contas ao mercado. As notícias foram positivas, mas insuficientes para animar a bolsa portuguesa.

No caso do banco liderado por Fernando Ulrich, apresentou esta quarta-feira uma subida de mais de 20% do lucro para 183 milhões de euros até setembro, impulsionado sobretudo pelo desempenho da sua operação em Angola. As ações do banco valorizavam neste arranque cerca de 0,3% até aos 1,13 euros.

Já a Navigator, liderada por Diogo da Silveira, reportou um lucro de 134,3 milhões de euros relativos ao exercício dos primeiros nove meses do ano. O resultado líquido representa uma quebra de 5,4% face ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, bateu a estimativa do CaixaBI que apontava para um lucro de 128,1 milhões de euros no mesmo período. Os títulos subiam cerca de 0,1%.

No entanto, era a queda de pesos pesados como a Jerónimo Martins (-1,18%) e Galp (-0,01%) e da Mota-Engil (-1%) que mantinham o principal índice português sob ligeira pressão vendedora. O último mês, ainda assim, tem sido de alguma recuperação.

PSI-20 recupera no último mês

Fonte: Bloomberg (Valores em pontos)
Fonte: Bloomberg (Valores em pontos)

“A apresentação de resultados continua a ser um dos temas da bolsa nacional”, diziam os analistas do BPI no Diário de Bolsa online. “Na Europa, a primeira fase da sessão será dominada pela reação aos resultados que foram publicados antes da abertura. Entre os diversos resultados, os do Deutsche Bank ganham primazia. O banco alemão reportou um lucro líquido de 256 milhões de euros, que superou as previsões de uma perda de 394 milhões”.

 

O banco alemão surpreendeu então os analistas de forma positiva e as ações subiam pelo segundo dia seguido até aos 13,375 euros.

Ainda assim, as principais bolsas europeias negociavam em queda no arranque da sessão. As quedas nos índices alemão, francês e espanhol não superavam os 0,5%, pressionados pela desvalorização do barril de petróleo e pela expetativa de que a Reserva Federal norte-americanca vai começar a subir os juros ainda este ano.

(notícia em atualizada às 8h29 com mais informação)

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BPI convoca AG para vender BFA

A administração do BPI vai convocar uma assembleia geral para proceder à venda dos 2% do BFA à Unitel. Gonzalo Gortázar Rotaeche e Pablo Forero Calderón vão entrar na administração.

Em dia de apresentação de resultados, o BPI anuncia que vai convocar uma assembleia geral de acionistas para proceder à venda de 2% do capital do BFA à Unitel, anunciou o banco em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A compra dos 2% do BFA por 28 milhões de euros foi proposta pela administração do BPI no âmbito do fim da exposição dos grandes riscos a Angola, uma exigência do Banco Central Europeu.

Ainda segundo o comunicado divulgado esta tarde, a administração do BPI dá conta da cooptação de dois novos membros para o conselho de administração: Gonzalo Gortázar Rotaeche e Pablo Forero Calderón.

Os dois novos membros entram para as vagas deixadas em aberto depois da renúncia de António Domingues, atual presidente da CGD e de Edgar Ferreira, representante da holding Violas Ferreira que ainda este mês apresentou a sua renúncia no âmbito das divergências que tem com a administração do BPI, devido à OPA do CaixaBank.

O BPI informa ainda que Isidro Fainé Casas e Marcelino Armenter Vidal apresentaram a renúncia aos cargos de administradores da instituição.

 

 

 

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Ulrich: Quem vê pontos positivos na OPA “deve guardar as ações”

  • Rita Atalaia
  • 26 Outubro 2016

O presidente do BPI diz que aquilo que o banco podia fazer em relação à OPA do Caixabank já foi feito na sua maioria. Fernando Ulrich diz que “não há mais nada a fazer” em relação a esta operação.

Fernando Ulrich diz que o que o banco podia fazer em relação à oferta pública de aquisição (OPA) do Caixabank já foi feito. “Não há mais nada a fazer” em relação esta operação, diz o presidente do banco. O banco espanhol aumentou a oferta para 1,134 euros por ação, mas ainda há acionistas que consideram o preço baixo. As regras para se definir o preço mudaram assim que a oferta se tornou obrigatória aos olhos do regulador, uma vez que foram eliminados os limites de 20% dos direitos de votos.

“Quem tem de responder a perguntas sobre a OPA [do Caixabank] é o oferente. Neste momento aquilo que havia a fazer por parte da administração do banco está maioritariamente feito“, explicou o presidente do BPI na conferência de imprensa para apresentar os resultados referentes aos primeiros nove meses do ano.

Ulrich refere ainda que “os acionistas que entendam que o banco ser controlado pelo Caixabank tem fatores positivos, que são sublinhados pelo BPI no seu relatório sobre a OPA, devem guardar as suas ações“, diz Fernando Ulrich, quando questionado sobre o preço que está a ser oferecido pelo banco espanhol. O presidente diz que os que têm uma visão mais pessimista podem optar por sair. O responsável defendeu assim a sua posição sobre a oferta do Caixabank.

Quem tem de responder a perguntas sobre a OPA [do Caixabank] é o oferente. Neste momento aquilo que havia a fazer por parte da administração do banco está maioritariamente feito

Fernando Ulrich

Presidente do BPI

E há motivos para os investidores estarem otimistas. O banco fechou este período com um lucro consolidado de 182,9 milhões de euros, um crescimento de 21,2% face a igual período do ano anterior. Os resultados foram impulsionados pelo Banco Fomento de Angola (BFA). Outro tema que também foi discutido na conferência. O BFA vai desaparecer das contas? Não.

“Não vamos passar para uma situação de BPI sem BFA”, o que vai acontecer é que o banco vai reduzir a participação. “Vamos continuar a contar com o contributo do banco para os resultados”, explica. Em relação ao rácio de capital, a desconsolidação do BFA “vai aumentar um pouco o rácio de capital do BPI”. O banco aproveitou para dizer que já pediu para que seja convocada uma assembleia-geral extraordinária para proceder à venda de 2% do capital do BFA à Unitel, a solução encontrada para diminuir a exposição do banco a Angola e cumprir assim as regras europeias.

BPI e Caixabank “de acordo” sobre o Novo Banco

O BPI vai vender uma “fatia” do BFA. E poderá comprar o Novo Banco após a OPA do CaixaBank? “Se há matéria em que nós [BPI] e o CaixaBank estamos completamente de acordo é o que toca com o Novo Banco”. O presidente executivo do BPI desmente que a sua administração e o seu maior acionista não estejam em sintonia em relação à corrida ao banco que resultou da falência do Banco Espírito Santo.

No entanto, Fernando Ulrich não deu mais detalhes sobre esta questão. “Assinámos um acordo de confidencialidade”, explica. “Seguramente que não foi feito nada que merecesse ser divulgado ao mercado”, acrescenta.

Malparado? “Não é um assunto do BPI”

Sobre o veículo para resolver o malparado que está a ser criado pelo Governo, o presidente do banco diz que “ninguém falou connosco”. “Nunca me passaria pela cabeça que os bancos que estão bem terem de ajudar os que não estão. Já basta o que temos de contribuir para o Fundo de Resolução”, o dono do Novo Banco, diz. “Estou completamente tranquilo. Isto não é um assunto para o BPI”, nota.

“Em relação a todas as instituições que dão opiniões, acho que deviam olhar para os outros países que têm sob a sua alçada”, explica, dizendo que as análises deviam ser mais abrangente. Fernando Ulrich diz que há países em situações piores do que a de Portugal.

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Nova presidente da CMVM afasta-se das decisões sobre a OPA ao BPI

Gabriela Figueiredo Dias pediu escusa em relação a decisões da CMVM sobre o BPI e, por isso, não vai participar na avaliação sobre o registo da OPA do CaixaBank.

Sempre que o BPI for o tema de qualquer reunião da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a nova presidente Gabriela Figueiredo Dias não vai participar. Foi a própria que pediu escusa de qualquer processo de decisão do regulador em relação ao banco português, sabe o ECO. Ou seja, quando for chamada a decidir sobre a nomeação ou não de um auditor independente para rever a contrapartida da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank, Gabriela Figueiredo Dias vai sair da sala.

A justificação é simples. O pai, Jorge de Figueiredo Dias, é vogal do Conselho Fiscal do banco liderado por Fernando Ulrich, o que deixa a nova presidente da CMVM pouco confortável quando o assunto em causa está relacionado com vida do BPI. É por isso que, ainda enquanto vice-presidente do regulador, Gabriela Figueiredo Dias tem evitado pronunciar-se sobre o banco português para evitar qualquer tipo de conflito de interesses no que toca à política seguida por quem regula os mercados de capitais em Portugal.

Contactada pelo ECO, a CMVM não quis prestar qualquer declaração.

A CMVM encontra-se atualmente à espera de luz verde da parte do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco Nacional de Angola (BNA) para poder decidir-se sobre o registo da OPA do grupo catalão. Depois de passar no crivo dos reguladores internacionais, a oferta será passada a pente fino pelas autoridades nacionais. E a questão do preço surge como tema em maior evidência depois de a própria administração do banco ter aprovado a operação mas com uma sugestão de revisão em alta da contrapartida dos 1,134 euros por ação que os espanhóis oferecem para os 1,38 euros.

Assim, se considerar que a contrapartida oferecida pelo CaixaBank não é equitativa, a CMVM poderá determinar a nomeação de um auditor independente para definir um preço mínimo, numa decisão que não terá qualquer contributo de Gabriela Figueiredo Dias.

Se o Código de Valores Mobiliários é claro quanto à abertura desse procedimento, também pode revelar-se ambíguo e aberto a interpretações pessoais no que toca a uma justificação que suporte uma decisão final sobre a nomeação de um auditor externo. De acordo com o artigo 188, há três cenários que podem levar o regulador a intervir na questão do preço:

  • Se o preço mais elevado tiver sido fixado mediante acordo entre o adquirente e o alienante através de negociação particular;
  • Se os valores mobiliários em causa apresentarem liquidez reduzida por referência ao mercado regulamentado em que estejam admitidos à negociação;
  • Se tiver sido fixada com base no preço de mercado dos valores mobiliários em causa e aquele ou o mercado regulamentado em que estes estejam admitidos tiverem sido afetados por acontecimentos excecionais.

É em relação ao primeiro e terceiro pontos onde podem surgir as maiores dúvidas no seio da CMVM. O facto de a Unitel e o BPI terem chegado a um acordo para dar o controlo do banco angolano BFA a Isabel dos Santos poderá ser interpretado como um “acontecimento excecional” ou “acordo privado entre acionistas” que teve influência no desenrolar da oferta do CaixaBank. Se for esse caso, não será Gabriela Figueiredo Dias a tomar qualquer decisão.

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Quanto recebem os administradores dos bancos?

  • Rita Atalaia
  • 19 Outubro 2016

Já se sabe que o novo presidente da CGD, António Domingues, vai receber um salário anual de 423 mil euros, o equivalente a mais de 30 mil euros por mês. E os administradores dos outros bancos?

O BPI e o Santander Totta pagam salários mais elevados do que os que foram anunciados para a Caixa Geral de Depósitos. Mas incluem prémios de gestão, que são atribuídos apenas se forem cumpridos os objetivos fixados pelos acionistas. Os vencimentos em vários bancos estiveram ou estão ainda sujeitos a constrangimentos que resultam de intervenções públicas, ou mesmo resolução.

Apenas o Santander Totta e o BPI estão livres desta restrição. O Santander é o mais lucrativo dos grandes a operar em Portugal e é o que paga os valores mais altos, incluindo prémios de gestão. No ano passado, o vice-presidente executivo, António Vieira Monteiro, recebeu um salário bruto fixo de 568 mil euros. Para além disso, recebeu um prémio em dinheiro de 225 mil euros, mais 209 mil euros cujo pagamento ficou retido. Os administradores receberam rendimentos anuais entre os 200 mil e os 337 mil euros. Mas são valores fixos aos quais é preciso juntar prémios de gestão acima dos 200 mil euros.

O BPI livrou-se desta restrição quando reembolsou o apoio público em 2014. O CEO, Fernando Ulrich, recebeu em 2015 um vencimento fixo de 462 mil euros e teve direito a um prémio de gestão da ordem dos 122 mil euros. Já o novo presidente da CGD, António Domingues, vai ganhar a mesma remuneração anual fixa que recebeu no ano passado no BPI enquanto vice-presidente. O salário foi de 423,5 mil euros. Também teve direito a prémios de gestão, uma possibilidade que também existe na Caixa. Os outros administradores executivos tiveram remunerações fixas de 326 mil euros, mais prémios anuais na casa dos 87 mil euros.

BCP e Novo Banco enfrentam restrições

O BCP ainda não devolveu a ajuda estatal e enfrenta limites salariais. O vice-presidente executivo, Nuno Amado, recebeu um salário anual bruto de 385 mil euros. Os rendimentos anuais dos outros administradores oscilaram entre os cerca de 270 mil euros e os 352 mil euros auferidos pelo vice-presidente.

No Novo Banco, o presidente executivo — na altura Eduardo Stock da Cunha — recebeu no ano passado cerca de 384 mil euros. Nos administradores executivos, as remunerações fixas anuais variaram entre os 212,7 mil euros e os 271,4 mil euros. Aqui o salários também estão abaixo dos que são recebidos na CGD.

 

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Em dia de Orçamento do Estado, importa olhar para a evolução do risco de Portugal no mercado da dívida. Em termos empresariais, nota de destaque para o BPI e para a Galp.

Em dia de Orçamento do Estado, importa olhar para a evolução do risco de Portugal no mercado da dívida. Em termos empresariais, nota de destaque para o BPI e para a Galp, que podem registar maior volatilidade no arranque da sessão. Lá por fora, dois assuntos principais: agências reveem a notação de Espanha e Grécia e, em Wall Street, a banca começa a revelar as contas do último trimestre.

Juros à espera do OE

A semana tem sido de alívio na perceção de risco dos investidores em relação a Portugal. A yield associada à dívida a 10 anos cedeu esta quinta-feira pela terceira vez na semana, sugerindo que os investidores estão relativamente descansados em relação às contas que o Governo vai apresentar no Orçamento do Estado para 2017.

BPI quer melhor oferta

A administração do BPI aprovou a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank. Ainda assim, torceu o nariz ao preço que os catalães oferecem — a contrapartida da OPA é de 1,134 — e sugerem uma revisão em alta. Com os títulos a cotar nos 1,129 euros, a margem de valorização continua limitada.

Os preliminares da Galp

A petrolífera nacional divulga informação operacional preliminar referente ao terceiro trimestre. Estes dados têm como objetivo fornecer estimativas da empresa sobre as condições macro, operacionais e comerciais a que esteve sujeita nos últimos três meses. Para os investidores, funcionam como preliminares antes da apresentação das contas da Galp.

Agências reveem Espanha e Grécia

É às sextas-feiras que as agências de notação financeira fazem a revisão dos soberanos. Hoje toca à Fitch anunciar a sua decisão sobre a Espanha e à Moody’s analisar o rating da Grécia. A sexta-feira de Portugal acontece na próxima semana, quando a DBRS ditar a sua sentença sobre a nossa dívida.

A banca de Wall Street

A demissão de John Stumps da liderança do Wells Fargo surge num momento particularmente sensível para o setor financeiro em Wall Street. É que começa esta sexta-feira a temporada de resultados dos bancos norte-americanos. Além do Wells Fargo, também o JPMorgan Chase e o Citigroup prestam contas aos mercados antes da abertura da bolsa nos EUA.

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