CGD arrisca perder 900 milhões com investimento na La Seda Barcelona

  • ECO
  • 2 Novembro 2016

Investimentos e empréstimos feitos durante o governo de José Sócrates, a empresas que hoje estão falidas, pesam nas contas da Caixa.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) arrisca perder mais de 900 milhões de euros, resultado de operações de risco que fez na década passada. Em causa estão as operações feitas com o grupo do setor petroquímico La Seda Barcelona.

A história é contada, esta quarta-feira, pelo Público, que lembra as origens destas operações. As decisões de investimento e financiamento foram tomadas durante o governo de José Sócrates, quando Carlos Santos Ferreira era presidente da CGD e Armando Vara vice-presidente.

Há quatro empresas envolvidas: a espanhola La Seda, que produzia poliéster termoplástico para fabricar garrafas, e as portuguesas Selenis (acionista da La Seda e fabricante de plásticos), Artlant (fornecedora da La Seda) e Barbosa Almeida (acionista). Entre 2006 e 2010, estas empresas cruzaram-se por intermédio da CGD. O banco público foi financiador das quatro empresas, investidor da La Seda e da Artlant e promotor do projeto que iria revitalizar o complexo de Sines.

Hoje, a La Seda, a Artlant e a Selenis são três dos grandes devedores da CGD, mas, conta o Público, nenhuma tem como pagar. A empresa catalã pediu proteção contra credores, a Artlant está em Plano Especial de Revitalização (PER) e a Selenis, que hoje se chama Jupiter, declarou-se falida.

A CGD investiu 121,3 milhões de euros na La Seda e financiou esta empresa em 75 milhões; aplicou 25 milhões na Artlant, a quem também reclama créditos de 520 milhões; e concedeu créditos de 165 milhões à Selenis. Contas feitas, a exposição do banco público a estas empresas ascende a 906,3 milhões de euros, à volta de 22% dos 4,1 mil milhões de dinheiros públicos que vão contribuir para a recapitalização de 5,2 mil milhões da Caixa.

Além disto, refere o Público, a CGD contabilizou ainda mais de 6 mil milhões de euros em créditos perdidos entre 2011 e 2015, dos quais 4,2 mil milhões resultam empréstimos saídos da banca de investimento da área de project finance. A pesar nas contas do banco está ainda o empréstimo superior a mil milhões aos acionistas do BCP, em 2007.

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Startup Lisboa. Depois da incubação, o merchandise

Incubadora lisboeta aposta na primeira coleção apparel. O design é da autoria da criadora de moda portuguesa Alexandra Moura.

A incubadora de startups lisboeta Startup Lisboa apresenta esta quarta-feira a primeira coleção apparel, da autoria da designer portuguesa Alexandra Moura. O lançamento, anunciado em comunicado, é um teste ao mercado, numa altura em que Lisboa está em contagem decrescente para receber mais de 50 mil pessoas que participarão no Web Summit, o maior evento de tecnologia e empreendedorismo do mundo.

“UP” serve de mote à coleção, já disponível na loja online instalada na plataforma Facestore, uma das incubadas virtualmente da Startup Lisboa. Os produtos vão estar também à venda, a partir de 7 de novembro, nas instalações da Startup Lisboa no número 80 da Rua da Prata.

“A nossa missão é acolher e ajudar os empreendedores a desenvolver os seus negócios e promover o a inovação e a criação de emprego. A aposta em criar uma linha de merchandising deve-se à vontade de inovar e de potenciar a marca Startup Lisboa que, ao longo destes quase cinco anos de existência, foi construída de forma orgânica e muito assente na comunidade de empreendedores que têm passado por esta casa, e também para garantir novas fontes de receita, numa altura em que queremos crescer e melhorar o apoio aos muitos empreendedores nacionais e internacionais que nos procuram”, sublinha Miguel Fontes, diretor executivo.

A parceria com a Startup Lisboa é um delicioso desafio desde o início. Uma parceria entre pessoas empreendedoras.

Alexandra Moura

Designer

A escolha de Alexandra Moura para desenhar a primeira linha de produtos não foi casual. Ana Santiago, responsável pela comunicação da Startup Lisboa, diz que Moura é “empreendedora nata, com uma visão inovadora e apostada em colaborar com outras formas de estar no mercado”.

Primeira coleção de apparel da Startup Lisboa é assinada por Alexandra Moura.
Primeira coleção de apparel da Startup Lisboa é assinada por Alexandra Moura.

“A parceria com a Startup Lisboa é um delicioso desafio desde o início. Uma parceria entre pessoas empreendedoras. Em cada ideia nasce o entusiasmo, a paixão e a vontade de pôr mãos à obra em prol de um novo projeto. Parcerias assim alimentam a alma e a criatividade”, diz Alexandra Moura.

A segunda coleção apparel mais conceptual, será assinada por Alexandra Moura, já está em preparação e vai incluir peças como blusões bombers e hoodies “na linha do que tem sido a marca da estilista, que reinterpreta peças clássicas com uma visão artística, tornando-as intrigantes, dinâmicas e divertidas”, assinala o comunicado.

Tudo nacional

A Startup Lisboa planeia também alargar o convite de colaboração a outros criadores nacionais. “Queremos que o merchandising Startup Lisboa seja para empreendedores e não só. Os nossos produtos serão um reflexo da criatividade nacional e de uma cidade inovadora e sofisticada e, ao mesmo tempo, informal e tolerante”, assinala Miguel Fontes. Também por isso, a loja online está construída em inglês e em português e, já a primeira coleção aposta em conceitos que pretendem cativar vários tipos de públicos.

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Revista de imprensa internacional

Do Brasil a Espanha, conheça as notícias que estão a marcar o mundo esta quarta-feira.

Das investigações que decorrem no Brasil aos primeiros desafios que Mariano Rajoy enfrenta, passando pelas expectativas do mercado para o Facebook, deixamos-lhe algumas das notícias que estão a marcar o início desta semana, no mundo.

Folha de São Paulo

Marcelo Odebrecht fica preso até final de 2017

O empresário brasileiro Marcelo Odebrecht, herdeiro da construtora Odebrecht que foi apanhado na Operação Lava Jato, vai ficar preso, até dezembro de 2017, em regime fechado, ou seja, vai permanecer num estabelecimento prisional. A notícia é avançada pelo Folha de São Paulo, que detalha que a pena total será de dez anos, dos quais dois anos e meio em regime fechado. Marcelo Odebrecht, suspeito de desviar dinheiro da Petrobras, está preso desde junho do ano passado. A partir de dezembro de 2017, passa a cumprir regime de prisão semiaberta e aberta, o que significa que poderá cumprir a pena em casa. Leia a notícia completa na Folha de São Paulo. (Conteúdo em português / Acesso gratuito).

MarketWatch

Lucros do Facebook aumentam 70%?

O Facebook deverá ter registado um aumento de 70% dos lucros no terceiro trimestre, graças ao crescimento das receitas e da publicidade da maior rede social do mundo. Pelo menos é o que esperam os analistas em Wall Street. O lucro deverá ter ficado nos 97 cêntimos por ação no último trimestre, acima dos 57 cêntimos reportados no mesmo período do ano passado. Para o analista Michael Patcher, da Wedbush, o Facebook goza de uma “vantagem competitiva praticamente intransponível”, com mais de 1,7 mil milhões de utilizadores ativos mensais e mais de três milhões de anunciantes. Mark Zuckerberg apresenta as contas mais logo, quando as bolsas norte-americanas fecharem. Leia a notícia completa no MarketWatch. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito).

Reuters

Brasil investiga investimentos feitos em hotel de Trump

Um procurador público brasileiro abriu uma investigação aos investimentos feitos por dois fundos de pensões públicos no Trump Hotel Rio, hotel do Rio de Janeiro que pertence ao império de Donald Trump. Segundo a Reuters, em causa está o “elevado nível de risco” implicado no investimento, que ultrapassa os 36 milhões de euros. O dinheiro foi investido na construtora LSH Barra Empreendimentos Imobiliários, responsável pela construção do hotel. Leia a notícia completa na Reuters. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito).

El País

O primeiro desafio de Rajoy: reformar o sistema de pensões

Ainda não está formado, mas o novo governo de Mariano Rajoy já tem o principal desafio: reformar o sistema público de pensões, que abrange 6,7 milhões de espanhóis e que, só este ano, vai precisar de 120 mil milhões de euros, o que representa cerca de um terço das despesas públicas de Espanha. Neste momento, conta o El País, o Fundo de Reserva da Segurança Social espanhola conta com apenas 24 mil milhões de euros. Leia a notícia completa do El País. (Conteúdo em castelhano / Acesso gratuito).

The Guardian

Acordo comercial pré-Brexit fica mais difícil

Liam Fox, secretário de Estado britânico para o comércio internacional, tem vindo a tentar, nas últimas semanas, fechar um acordo comercial com a União Europeia antes que o Reino Unido deixe definitivamente a União Europeia. Mas as tentativas podem vir a ser em vão. Segundo o The Guardian, a comissária europeia polaca Danuta Hübner, responsável pelo comité dos assuntos constitucionais, insiste que tal acordo não pode ser feito enquanto o Reino Unido permanecer como membro da UE. Leia a notícia completa no The Guardian. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito).

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Deco avança com processo judicial contra a Volkswagen 

  • Ana Luísa Alves
  • 2 Novembro 2016

Em comunicado, a Deco referiu que foi ultrapassado o "tempo razoável de espera para os consumidores portugueses", e vai levar a tribunal o fabricante de carros alemão.

A DECO vai avançar com um processo judicial contra a Volkswagen, de modo a que os consumidores afetados sejam recompensados, um ano depois de se ter tornado pública a manipulação fraudulenta de emissões, avança esta quarta-feira o jornal i. A importadora portuguesa SIVA, SEAT e a Volkswagen espanhola também vão ser levadas a tribunal.

Em comunicado, a DECO refere que assim que possível vão ser divulgadas mais informações do processo. Em causa está a emissão fraudulenta dos automóveis e o reconhecimento por parte da SIVA da existência de cerca de 50 mil carros que continuam à espera de intervenção técnica para resolver o problema. No entanto, a importadora não sabe ao certo do tempo que vai ser necessário para isto.

A DECO revela ainda que fez um teste e comprovou a ineficácia da intervenção em curso, ou seja, as emissões acima do permitido não foram solucionadas.

O Governo, nomeadamente o Ministério do Ambiente, já foi questionado sobre o impacto do excesso de emissões, e o Ministério da Economia, sobre o estado da realização das tarefas anunciadas no relatório preliminar.

No mesmo comunicado, a DECO refere que acompanhou os “contactos realizados pela Federação Europeia das Associações de Consumidores (BEUC) que tentou sensibilizar a Volkswagen para a necessidade de promover a igualdade de tratamento entre todos os consumidores europeus e norte-americanos”. Nos Estados Unidos da América, o fabricante alemão vai pagar aproximadamente 14 mil milhões de dólares em compensações. Deste valor, 10 mil milhões serão usados para a indemnização dos clientes afetados. Na Europa, a marca nega qualquer pagamento.

Texto editado por Mariana de Araújo Barbosa.

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Ações da EDP cedem com investigação da Concorrência

Bolsa nacional iniciou sessão condicionada por 16 cotadas. Entre as quedas estava a EDP, depois de a Autoridade da Concorrência ter avançado com uma investigação à elétrica liderada por António Mexia.

Seguindo em queda pela terceira sessão, o PSI-20, o principal índice português, perdia 0,77% até aos 4.589,12 pontos, pressionado por 16 das 18 cotadas que compõem o índice. Entre as principais quedas estava a EDP, cujas ações desvalorizavam cerca de 0,5% até 2,96 euros, depois de a Autoridade da Concorrência ter decidido avançar com uma investigação contra-ordenacional à EDP por considerar haver indícios de práticas restritivas da concorrência no mercado de serviços de sistema.

Entre os pesos-pesados, também a Galp e a Jerónimo Martins cediam em torno de 0,5%. No caso da petrolífera, a desvalorização das ações acompanha a queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais.

Ações da EDP em queda nos últimos dias

Fonte: Bloomberg (Valores em euros)
Fonte: Bloomberg (Valores em euros)

“A abertura nacional deverá ser marcada pela deterioração da conjuntura externa”, antecipavam os analistas do BPI no Diário de Bolsa, ainda antes da abertura dos mercados. “A incerteza relativa à campanha presidencial americana deverá continuar a afetar os mercados europeus. Além do impacto direto, o reacender da incerteza no panorama político americano causa a debilidade do dólar e por consequência a valorização do euro”, reforçavam os analistas.

"A incerteza relativa à campanha presidencial americana deverá continuar a afetar os mercados europeus. Além do impacto direto, o reacender da incerteza no panorama político americano causa a debilidade do dólar e por consequência a valorização do euro.”

Analistas do BPI

Diário de Bolsa

Ainda na praça lisboeta, nota para as ações do BCP, que voltam às quedas depois de ontem ter registado a primeira valorização desde que procedeu à fusão dos títulos. Caem 0,9% até 1,22 euros. Na próxima semana discute-se o futuro da instituição liderada por Nuno Amado: há relatório e contas a apresentar no dia 8 e, logo no dia a seguir, os acionistas reúnem-se em assembleia geral para abrir caminho à entrada do grupo chinês Fosun.

No plano europeu, as quedas eram mais acentuadas no arranque desta quarta-feira. As perdas nos índices de Frankfurt, Milão, Paris e Madrid superavam os 1% perante a relativa aversão ao risco que se observou também nos mercados asiáticos à medida que se aproximam as eleições presidenciais na maior economia do mundo.

(notícia em atualizada às 8h22 com mais informações)

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Petróleo em queda pelo quarto dia

Aumento do stock de petróleo na indústria americana sinaliza menor consumo energético e prolonga queda do preço do ouro negro para mínimos de mais de um mês.

O petróleo mantém-se em queda pela quarta sessão consecutiva. Depois de a OPEP não ter chegado a um acordo quanto à limitação de quotas de produção, notícia que fez tombar os mercados da matéria-prima, agora são os sinais de menor consumo da parte da indústria norte-americana a pressionar os preços do barril de petróleo nos mercados internacionais.

O contrato genérico de ‘Brent‘, referência para as importações nacionais, cedia 0,44% até 47,95 dólares por barril. Também o crude, negociado em Nova Iorque, perdia 0,64% até 46,37 dólares por barril. Em ambos os casos, trata-se do quarto dia de desvalorização com as cotações a renovarem mínimos de mais de um mês.

Apesar do falhanço no acordo no seio do cartel petrolífero, há alguma divergência no que toca à futura evolução os preços do ‘ouro negro’. O Goldman Sachs não acredita que os países membros da OPEP consigam alcançar um entendimento em torno do corte de produção e, por isso, antecipa a queda do barril para os 40 dólares. Opinião contrária têm o Bank of America Merrill Lynch e os altos responsáveis da própria organização, que mantêm confiança num acordo.

Brent desvaloriza no último mês

Fonte: Bloomberg (Valores em dólares)
Fonte: Bloomberg (Valores em dólares)

“O que estamos a assistir é a uma retirada do otimismo em torno de uma acordo na OPEP”, referiu Michael McCarthy, economista-chefe da CMC Markets. “Há uma fraqueza subjacente no mercado petrolífero. Para o crude, um preço entre 45 dólares e 48 dólares parece-me um valor neutro”, acrescentou.

"O que estamos a assistir é a uma retirada do otimismo em torno de uma acordo na OPEP. Há uma fraqueza subjacente no mercado petrolífero. Para o crude, um preço entre 45 dólares e 48 dólares parece-me um valor neutro.”

Michael McCarthy

Economista-chefe da CMC Markets

Nos EUA, foi revelado que os stocks de petróleo em Cushing, Oklahoma, o maior centro de armazenamento de petróleo norte-americano, aumentaram em 1,03 milhões de barris na semana passada, de acordo com a API. Ao nível de todo o território norte-americano, as reservas terão aumentado em dois milhões de barris, segundo uma sondagem da Bloomberg, antecipando menor consumo energético da parte das famílias e empresas.

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Gestores da CGD ameaçam demissão se tiverem de declarar rendimentos

  • ECO
  • 2 Novembro 2016

António Domingues e a restante equipa tinham de declarar rendimentos ao Tribunal Constitucional até segunda-feira, mas não o fizeram.

Alguns administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) estão a ameaçar renunciar aos cargos se forem obrigados pelo Tribunal Constitucional (TC) a apresentarem as suas declarações de rendimentos e património. A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios, na edição desta quarta-feira.

A equipa de António Domingues defende que está a “respeitar escrupulosamente a lei” e não tem qualquer intenção de declarar os rendimentos, independentemente das reivindicações dos deputados.

Só o Tribunal Constitucional pode exigir que o façam, mas, se isso acontecer, há administradores que ameaçam demitir-se, diz o Negócios, sem citar nomes.

Em causa está o facto de as alterações que o Governo fez ao Estatuto do Gestor Público terem isentado os gestores da Caixa de prestarem contas quer ao TC, quer à Procuradoria-Geral da República ou à Inspeção Geral de Finanças. No entanto, há uma lei, de 1983, que obriga a que os rendimentos tenham mesmo de ser declarados ao TC nos 60 dias seguintes à tomada de posse.

O prazo destes 60 dias terminou na sexta-feira sem que António Domingues e a restante equipa apresentassem qualquer declaração ao TC. Agora, cabe a esta entidade esclarecer se terão, ou não, de declarar os rendimentos, mas não é certo que o TC venha sequer a tomar uma posição sobre o assunto.

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OPEP. Afinal o que querem os produtores (agora)?

  • Rita Atalaia
  • 2 Novembro 2016

O cartel de petróleo ainda não conseguiu chegar um acordo sobre um corte da produção. Um acordo que tem sido travado por desentendimentos entre os países. Saiba o que cada produtor pede (agora).

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) esteve reunida no fim de semana. Mas a reunião não deu frutos. Há muita discordância em relação ao corte de produção. Especificamente sobre quais os números que devem ser usados como referência para o corte da oferta de petróleo.

Embora alguns países já tivessem expressado vontade de avançar com este corte, agora deram um passo atrás. Mas, apesar de haver muito ceticismo, os países vão tentar encontrar um consenso até à reunião de Viena, na Áustria, no final do mês. Até lá, fique a saber o que é que cada produtor pede (agora) para fazer parte desta tentativa de redução da produção.

Arábia Saudita. Primeiro inunda, agora quer reduzir

A Arábia Saudita tem sido fortemente penalizada por um período longo de preços baixos do petróleo. Uma situação que o próprio país fomentou ao inundar o mercado de petróleo num contexto de fraca procura. Agora é o produtor que está a tentar promover um acordo para reduzir a produção da matéria-prima. Mas com pouco sucesso. E está disposta a acertar posições com o rival Irão, mas dificilmente será possível chegarem a acordo na reunião de novembro.

A Arábia Saudita e o Irão não conseguem concordar sobre as estatísticas que seriam usadas para determinar os níveis de produção para um eventual congelamento — um termo usado pelos grandes produtores para limitar a produção no nível atual ou abaixo dele. Por isso, os iranianos querem ficar fora deste acordo.

Petróleo

Iraque e Irão. Congelar produção? Não, obrigado

E não é só o Irão que pede para não fazer parte de um congelamento da produção. O Iraque também está do mesmo lado. O ministro iraquiano, Jabber Al-Luaibi, afirmou que o país não vai parar a produção do petróleo por estar em guerra com os militares do Daesh. Por outro lado, o ministro do Petróleo iraniano, Bijan Zanganeh, já tinha dito que o país “não congelará a produção até alcançar os quatro milhões de barris por dia e depois veremos”. O nível corresponde ao que o Irão considera ser a sua quota de mercado antes de aplicadas as sanções internacionais.

E fora da OPEP?

Representantes do Azerbaijão, Brasil, Cazaquistão, México, Omã e Rússia também estiveram presentes na reunião do fim de semana. Mas os países fora do cartel também não contribuíram para que fosse alcançado um entendimento. Embora tenham dito há relativamente pouco tempo que estavam dispostos a reduzir a produção, agora a vontade parece que esmoreceu.

No início do mês, a Rússia disse estar disposta a considerar congelar ou mesmo cortar a produção de petróleo em cooperação com a OPEP. Agora saiu da reunião sem se comprometer com uma redução. Já Omã diz que quer cortar a produção como parte de um acordo com os outros produtores, mas quer que a OPEP alcance primeiro um acordo internamente antes de tomar uma decisão sobre a dimensão da redução.

O Brasil não demonstra tanta flexibilidade. O país da América Latina deixa bem claro que não vai limitar a produção. Embora esteja disposto a realizar futuras conferências da OPEP já no início do próximo ano.

Para o ministro da Energia do Azerbaijão, Natiq Aliyev, o resultado depende da decisão do Irão e do Iraque. Já o vice-ministro da Energia do Cazaquistão refere que, embora a reunião de sábado tenha sido um bom “primeiro passo” para um acordo, os países produtores de petróleo têm de continuar a dialogar e “definir números reais” antes de o corte da produção poder começar.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

  • Rita Atalaia
  • 2 Novembro 2016

Na Europa, há dados sobre o setor industrial. Nos EUA, a tão aguardada decisão sobre a política monetária da Fed. Mas, em Portugal, o foco está virado para Mário Centeno.

Desde a apresentação de resultados do Facebook e da gigante Alibaba, aos dados sobre o setor industrial da Zona Euro e mercado laboral norte-americano, passando pela decisão da Reserva Federal dos EUA sobre as taxas de juro, o dia será preenchido depois do feriado. O mercado petrolífero também deve entrar em cena depois de serem divulgadas as reservas de energia dos EUA. E em Portugal, a presença de Mário Centeno no Parlamento para continuar a explicar o Orçamento de Estado para 2017 estará em foco.

Centeno regressa ao Parlamento

Mário Centeno regressa ao Parlamento para continuar a explicar o Orçamento para 2017. O ministro das Finanças poderá ter de enfrentar duas polémicas. Uma delas é a dos salários dos gestores da Caixa Geral de Depósitos. Os vários partidos já deixaram claro que se não for o Tribunal Constitucional a obrigar os administradores a mostrarem os rendimentos, será o Parlamento a fazer isso. A outra é dos mapas do OE. Os deputados devem querer explicações sobre os mapas em falta no Orçamento para o próximo ano.

Como estás, Zona Euro?

A região da moeda única vai ser novamente posta em cheque. A Zona Euro vai divulgar os dados sobre o índice de gestores de compras para o setor industrial. Analistas consultados pela Bloomberg antecipam que o índice permaneça nos 53,3 pontos. Com esta leitura, os investidores esperam obter mais pistas sobre a saúde da economia da moeda única. Mas não só. Mais tarde, o mercado vai olhar para o mercado laboral dos EUA. Estes dados podem ajudar a perceber quais serão os próximos passos da Reserva Federal dos EUA.

Falando na Reserva Federal dos EUA…

O banco central dos EUA deve manter a política monetária até dezembro. Pelo menos é isso que o mercado espera. Por isso, a reunião que termina esta quarta-feira deverá servir apenas para perceber qual será a trajetória adotada pela Reserva Federal dos EUA. As pistas dadas pelos responsáveis não têm sido muito claras. Uns dizem que é melhor esperar para subir novamente as taxas de juro em dezembro, outros não excluem a hipótese de subir já. Em que é que ficamos?

Resultados. Agora é a vez do Facebook e da Alibaba

A época de resultados continua a influenciar a negociação dos mercados. Agora é a vez do Facebook e da Alibaba apresentarem resultados. Analistas consultados pela Bloomberg antecipam que a rede social liderada por Mark Zuckerberg tenha um lucro por ação de 0,974 dólares, um ligeiro aumento face ao obtido no trimestre anterior.

Mais um golpe para o petróleo

O mercado petrolífero tem sido muito penalizado nos últimos tempos. E a incerteza em torno de um possível acordo entre os países da OPEP para reduzir a produção não tem ajudado. O que pode também pressionar ainda mais serão as reservas de energia dos EUA, conhecidas esta tarde através do Departamento de Energia dos EUA. O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, já tocou mínimos de um mês esta semana. Está abaixo dos 50 dólares por barril.

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Vai poder partilhar um Uber com desconhecidos em Lisboa

A partir desta sexta-feira poderá partilhar um Uber com estranhos e pagar menos no fim da viagem. O serviço UberPool estará disponível de forma predefinida durante o Web Summit, em Lisboa.

A partir desta sexta-feira poderá partilhar uma viagem da Uber com um ou vários desconhecidos em Lisboa. A empresa de transporte privado vai disponibilizar na capital, entre 4 e 13 de novembro, o serviço UberPool, uma funcionalidade da aplicação já disponível em 33 das maiores cidades onde a Uber opera.

Durante esse período, que coincide com a realização da conferência Web Summit, os clientes da plataforma poderão optar por permitir que o motorista faça desvios para transportar outros passageiros cujo trajeto seja coincidente. Entre as vantagens, um corte de até 20% no custo final da viagem para todos os passageiros.

Rui Bento, diretor-geral da Uber no país, explicou que este é um “projeto-piloto” para avaliar uma introdução definitiva e futura da funcionalidade na cidade. “Lisboa merece ter o benefício de uma alternativa de mobilidade partilhada como UberPool. Uma viagem mais económica e partilhada vai ser boa para os utilizadores e vai ser boa, em última análise, para a própria cidade”, disse.

Durante os dias do teste, a funcionalidade estará ativa de forma predefinida na aplicação. O UberPool corresponde ao serviço base, o UberX, com a diferença de ter um preço fixo indicado logo no começo da viagem. O utilizador terá também de escolher quantas pessoas vai transportar, até um máximo de dois passageiros. Os restantes dois lugares poderão — ou não — ser ocupados por outros clientes.

“Nas maiores cidades onde estamos presentes, o que acontece é que há uma sobreposição muito grande de viagens, ou seja, há muitas pessoas a viajarem na mesma direção. É muito fácil haver um cruzamento dos pedidos de viagem”, explicou Rui Bento. Com o UberPool, “duas viagens em dois carros” transformam-se “numa viagem num carro”, acrescentou.

O UberPool será a opção predefinida durante a conferência Web SummitPaula Nunes/ECO

Partilhar? Nem toda a gente gosta

Segundo Rui Bento, o feedback de passageiros e motoristas nas cidades onde o serviço já está ativo “é muito interessante”, pois as pessoas “conseguem ter viagens acessíveis, simples e ainda mais económicas”.

No entanto, uma reportagem publicada pelo site Motherboard em maio deste ano indica que serviços como o UberPool e o Lyft Line (o serviço correspondente da transportadora Lyft) são pouco apreciados em algumas cidades. Certos passageiros veem no UberPool uma forma de ter uma viagem mais barata, esquecendo o facto de que terão de partilhar o mesmo automóvel com um estranho.

Há ainda relatos de viagens que demoram mais tempo do que o previsto e de mal-estar entre passageiros. Mas mais relevante do que isso, caso a aplicação não encontre passageiros para partilhar a viagem, os motoristas devem receber a diferença entre o valor que custaria o serviço normal e o preço pago pelo único cliente do UberPool, algo que, por vezes, não acontece, aponta o mesmo artigo.

Quanto a Lisboa, é também inesperada a forma como reagirão os taxistas portugueses, que se têm manifestado contra plataformas como a Uber e a Cabify. Questionado pelo ECO acerca deste tema, o diretor-geral da Uber em Portugal disse esperar “que corra tudo pelo melhor”. “Esperamos que as pessoas rapidamente se habituem e gostem da experiência de partilharem viagens com pessoas que nem conhecem”, conclui.

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AdC abre investigação à EDP

A AdC entende haver indícios de práticas restritivas da concorrência. A EDP pode ser alvo de uma coima que ascende a 10% das receitas.

A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu avançar com uma investigação contra-ordenacional à EDP por considerar haver indícios de práticas restritivas da concorrência no mercado de serviços de sistema. Essas práticas terão sido identificadas entre 2009 e 2014, diz o Público.

O jornal refere (acesso pago) que a conduta da empresa liderada por António Mexia no mercado de serviços e sistemas, no qual tem uma posição dominante, esteve a ser escrutinada por um auditor independente, a sociedade norte-americana Brattle Group.

Foi no seguimento desta avaliação que a AdC decidiu avançar com a abertura da investigação à EDP. O Público refere que esta decisão já foi comunicada pelo regulador ao secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches.

Contactada, fonte oficial da AdC recusou fazer qualquer comentário. A EDP não comenta, mas em declarações anteriores, a propósito das conclusões da auditoria, fonte oficial afirmou que a eléctrica “está convicta de ter actuado sempre de acordo com a legislação aplicável”.

Este trabalho foi acompanhado pela AdC, pela Direção-geral de Energia (DGEG), pelo regulador da energia (ERSE) e pela REN (que gere estes serviços, destinados a assegurar a cada momento o equilíbrio perfeito entre a procura e a oferta de eletricidade).

Caso a AdC venha a condenar a EDP, na eventualidade de uma coima a empresa liderada por António Mexia poderá ter de pagar até 10% do volume de negócios da empresa.

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Portugal vai criar carro elétrico com o Brasil

  • Lusa
  • 1 Novembro 2016

António Costa revelou, ao lado do presidente do Brasil, Michel Temer, que depois da experiência com o Embraer KC-390, o próximo passo é lançar um carro elétrico.

O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje que Portugal e o Brasil estão “num novo patamar de relacionamento” e destacou um “novo projeto muito ambicioso” sobre a construção de um carro elétrico.

Antes destas declarações, foram assinados acordos bilaterais, um dos quais sobre mobilidade elétrica, entre a Fundação Parque Tecnológico Itaipu, do Brasil, e o Centro de Excelência e Inovação para a Indústria Automóvel (CEIIA), de Portugal.

No final da XII Cimeira Luso-Brasileira, o primeiro-ministro português começou por agradecer ao Presidente Michel Temer por “ter feito questão de logo no início deste seu mandato reestabelecer as reuniões bilaterais entre Portugal e o Brasil, que não tinham lugar há mais de três anos”.

 

“É muito importante que, para além de toda a história que já construímos em conjunto, nos concentremos no muito que ainda podemos fazer nos próximos anos. E hoje o patamar das relações entre Portugal e o Brasil já é muito diferente daquele que era há uns anos”, acrescentou.

António Costa salientou a evolução das relações económicas e comerciais entre os dois países: “Hoje já não falamos só de importação e exportação de petróleo, de carne, de vinho ou de azeite. Hoje podemos falar na cooperação técnica e científica ao mais alto nível”.

O primeiro-ministro considerou que “a experiência do [avião da Embraer] KC-390 é exemplar”, por ser um projeto desenvolvido “em conjunto, mobilizando o melhor da engenharia brasileira e portuguesa”, com a produção feita parcialmente em Portugal, na fábrica em Évora, e parcialmente no Brasil.

“É um projeto que já está a ser replicado agora num novo projeto muito ambicioso, que foi aliás objeto de dois acordos aqui hoje assinados, que tem a ver construção de um carro movido exclusivamente a eletricidade”, adiantou António Costa, concluindo: “Estamos por isso hoje num novo patamar de relacionamento”.

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