Da requalificação aos salários dos gestores: o dia no Parlamento

  • Lusa e ECO
  • 23 Setembro 2016

Foram várias as iniciativas que foram hoje discutidas pelos deputados: desde o fim do sistema de requalificação aos salários dos gestores.

A esquerda uniu esforços e votou favoravelmente o fim do regime de requalificação, criticando aquilo que considera ser uma injustiça criada pelo anterior Governo. Pelo Bloco de Esquerda, a deputada Joana Mortágua sublinhou que estava em causa “um verdadeiro regime de injustiça e de chantagem, erradamente chamado de requalificação, mas que era regime de despedimento encapotado”.

Já Rita Rato, do PCP, sublinhou que “a receita não era nova, era aliás bem antiga: retirar funções aos trabalhadores, impondo a perda de direitos e salários, pressionar psicologicamente para forçar as rescisões ditas amigáveis, a que hipocritamente chamavam de rescisões por mútuo acordo”.

Os limites dos salários das entidades reguladoras e dos gestores públicos também passaram pelo Parlamento: os projetos de lei dos Verdes, Bloco de Esquerda e CDS desceram à especialidade, reunindo unanimidade entre deputados.

As iniciativas pretendem alterar a legislação em vigor para que a referência salarial seja a do primeiro-ministro, com eventuais ajudas de custo de representação, e serão agora debatidas nos próximos 45 dias em sede de especialidade na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Já as apreciações parlamentares requeridas por PSD e CDS-PP para eliminar a decisão governamental de alterar o Estatuto do Gestor Público de forma a excecionar os limites remuneratórios da nova administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foram chumbadas por PS, BE, PCP e PEV, com a abstenção do PAN.

Pelo caminho ficam também os projetos do Bloco de Esquerda e PCP, que pretendiam congelar e proibir qualquer aumento do valor das propinas no Ensino Superior público.

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Banca europeia deprime bolsas, BCP fixa mínimos

Principais praças europeias fecharam a semana em terreno negativo, com o setor financeiro sob pressão. Em Lisboa, o BCP atingiu um novo mínimo histórico.

O PSI-20, o principal índice português, fechou a cair 0,77% até aos 4.576,23 pontos, acompanhando o sentimento negativo nas principais congéneres europeias: a bolsa de Madrid cedeu mais de 1%, enquanto Frankfurt e Paris recuaram em torno de 0,5%.

“A sessão ficou marcada por algumas correções com os investidores a fechar as suas posições antes de irem para o fim de semana”, explicou José Correia, gestor da XTB Portugal.

A pressionar os investidores esteve sobretudo o setor bancário. O índice da Bloomberg que acompanha os principais bancos europeus cedeu 1,5%, com vários bancos a afundarem mais de 3% – foi o caso do Bank of Ireland, Bankia, Intesa Sanpaolo, Santander, CaixaBank, Bankinter e Sabadell.

"A sessão ficou marcada por algumas correções com os investidores a fechar as suas posições antes de irem para o fim de semana.”

José Correia, gestor da XTB Portugal

No caso do banco catalão CaixaBank, o desempenho negativo em Madrid surgiu depois da conclusão do aumento de capital de 1,4 mil milhões de euros, através da emissão de novas ações, numa operação que vai servir financiar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI. Sobre o banco português, de resto, a cotação não registou alterações e fechou nos 1,13 euros, perto do valor oferecido pelos espanhóis.

Por cá, o BCP esteve sob intensa pressão vendedora, com o título a desvalorizar mais de 5% para atingir um novo mínimo de sempre nos 1,46 cêntimos. E isto no dia em que a Jefferies atribuiu aos títulos da instituição liderada por Nuno Amado um preço alvo de dois cêntimos com uma recomendação de underperform, ou seja, antecipa um desempenho inferior das ações face aos restantes bancos europeus.

No mercado do petróleo, o barril de ‘brent’, referência para as importações nacionais, desvalorizava 2,64% até aos 46,39 dólares por barril, ao mesmo tempo que o contrato genérico do crude perdia 2,96% até 44,95 dólares por barril. Isto depois da Arábia Saudita, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, ter descartado perspetivas de um acordo para estabilizar os preços na reunião da próxima semana da OPEP.

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EpiPen: A anafilaxia da Mylan

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Setembro 2016

O medicamento de tratamento de alergia em caso de emergência foi alvo de um aumento de preço de 461%. O Congresso quer saber porquê.

A farmacêutica Mylan e a sua diretora-executiva, Heather Bresch, estão debaixo de fogo depois de, no final de agosto, vinte senadores democratas americanos tornarem pública uma carta enviada à empresa na qual criticavam o aumento de preço de um dos seus fármacos.

A EpiPen, uma caneta de auto injeção de epinefrina indicada para o tratamento de emergência de reações alérgicas aguda, escalou de 56,64 para 317,82 dólares. Esta subida foi gradual e verificou-se desde 2007, ano em que a empresa comprou os direitos do produto à Merck KGaA.

Perfazendo um aumento de 461%, esta escalada torna-se ainda mais chocante, pois as canetas são vendidas em embalagens de duas unidades, num total de 608,61 dólares. A administração da substância torna-se uma questão de vida ou de morte em caso de anafilaxia que causa o inchaço das vias respiratórias e consequente fecho.

A carta, assinada por nomes como Bernie Sanders e Elizabeth Warren, dava também conta que, no mesmo período de tempo, o salário da diretora executiva foi alvo de um aumento de 671%. Era incluída também uma data limite para Bresch apresentar esclarecimentos, 12 de setembro.

O assunto foi ganhando atenção e mediatismo, com Hillary Clinton a juntar-se à lista de críticos através de declarações nas quais afirmava que, se se tornasse a próxima Presidente dos Estados Unidos, iria travar os aumentos de preço de fármacos. Referiu-se também a este assunto da sua conta de Twitter: “As EpiPen podem ser a diferença entre vida e morte. Não há justificação para estas subidas de preço”.

Após o procurador-geral de Nova Iorque, Eric Schneiderman, ter aberto uma investigação sobre o assunto, as senadoras Susan Collin e Claire McCaskill exigiram que Bresch se apresentasse perante a Câmara dos Deputados, no Congresso. Esta exigência foi cumprida esta quarta-feira, marcada pela unanimidade dos senadores que acusavam a empresa de se aproveitar do monopólio que detém e da necessidade dos seus clientes.

A presidente do conselho de administração garantiu que a empresa recebe, pelas embalagens de duas unidades, 274 dólares. Retirando o seu preço de custo, que é de 69 dólares, e custos relacionados, o lucro ficaria nos 100 dólares. Como medida de apaziguamento, anunciou o lançamento de uma versão genérica do produto que se vai situar no patamar dos 300 dólares. Contudo, não foram dadas garantias que o preço se manterá inalterado durante o próximo ano ou nos seis seguintes.

Este não foi o único produto a sofrer aumento: mais de vinte outros foram alvo de subidas de 20%, mas, por serem indicados para o tratamento de doenças menos comuns como bexiga hiperativa, não mereceram tanta cobertura.

Bresch irá apresentar-se novamente no Congresso para detalhar os motivos da subida, bem como os lucros obtidos a partir deste produto.

Em Portugal, cada unidade da EpiPen custa 43,28 euros.

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Para combater a pobreza não basta criar mais empregos. Têm de ser bons

  • Marta Santos Silva
  • 23 Setembro 2016

O aumento da pobreza deve-se em parte à proliferação de trabalhos temporários de baixa remuneração -- os mini jobs. Michael Förster da OCDE ajuda a pensar em caminhos para as políticas públicas.

As mudanças nos mercados de trabalho e nos padrões do emprego são uma das principais causas do aumento das desigualdades de rendimento nos anos da crise. Quem o diz é Michael Förster, da divisão de políticas sociais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e autor de um relatório sobre as tendências da desigualdade nos países pertencentes à OCDE. Em parte, essas mudanças no mercado de trabalho prendem-se com o tipo de trabalhos que se têm tornado disponíveis – muitos deles são temporários e de vínculo frágil.

À margem da conferência de apresentação do estudo Portugal Desigual, realizado por Carlos Farinha Rodrigues para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, Michael Förster falou ao ECO da importância de repensar as políticas públicas de combate à pobreza no contexto do novo mercado de trabalho, que está segmentado entre um mercado de trabalho primário com segurança laboral e trabalhos permanentes, e um secundário onde os empregos são de curta duração e sem vínculo, levando a situações de precariedade. Os mini jobs, termo cunhado na Alemanha para estes trabalhos temporários de salários normalmente baixos, têm proliferado com a ajuda de apps e de novos modelos de negócio, mas nem sempre têm beneficiado aqueles que os realizam.

Para criar políticas de redução da pobreza e estímulo de emprego, importa pensar no contexto do agregado familiar, diz Förster, assim como olhar com especial atenção para os casos dos jovens, das mulheres e das pessoas menos qualificadas. E agora mais do que nunca, enquanto a taxa de desemprego é usada como arma de arremesso política, também importa pensar noutras questões: não só quantas pessoas têm um emprego, mas também quantas pessoas têm um bom emprego — permanente, a tempo inteiro, com uma boa remuneração no contexto do agregado familiar.

Porque é que é importante olhar para a situação de toda a família quando se pensa em políticas de combate à pobreza?

Quando se fala em políticas de emprego, normalmente pensamos em indivíduos, e nas oportunidades do indivíduo, e no salário mínimo. Muitas vezes esquecemos o contexto do agregado familiar, o que é cada vez mais importante com as novas formas de emprego que têm surgido.

O que se vê com os mini jobs na Alemanha, por exemplo, é que têm beneficiado mais os agregados mais ricos, porque vieram somar-se a carreiras permanentes de nível alto. Quando os mini jobs estão concentrados em agregados de rendimento inferior, onde só existem outros mini jobs e mesmo situações de desemprego, aí existe um grande risco de pobreza.

Para criar políticas de combate à pobreza é preciso ter em conta todo o contexto do agregado, e assim sim, criar incentivos e medidas que beneficiem as pessoas que precisam de um efeito trampolim para chegar a melhores empregos. Nalguns países até há um efeito contrário — em França, por exemplo, é mais fácil encontrar um trabalho permanente se se estiver desempregado do que se se tiver um trabalho temporário. Claramente há algo de errado aqui.

Como se podem encontrar soluções para quem está no mercado de trabalho secundário, a fazer trabalhos temporários por baixos salários?

Há um grande debate. Claro que todos concordamos que precisamos de reduzir a segmentação do mercado de trabalho entre um mercado de trabalho primário onde as pessoas estão protegidas e o novo, arriscado, volátil mercado de trabalho secundário. Mas depois há duas propostas. Uma solução seria desmantelar todo o mercado de trabalho primário e torná-lo secundário, acabando com as proteções. Isto não pode ser uma hipótese. Do outro lado propõem adaptar as mesmas medidas de proteção do mercado primário ao secundário, mas assim criar-se-ia mais desemprego.

É preciso tentar encontrar uma forma de conciliar isto, por exemplo através de contratos de trabalho unificados que garantam um nível de proteção mínimo que seja alto, ao mesmo tempo que se flexibilizam algumas das rigidezes que existem. Mas é preciso que as pessoas tenham vontade, e que os seus representantes tenham vontade, para podermos criar uma economia mais inclusiva.

Fala-se muito na taxa de desemprego, mas seria possível trazer uma 'taxa de bons empregos' para o centro do discurso público?

É exatamente isso que estamos a tentar fazer na OCDE. A estratégia da OCDE para o emprego no final da década de noventa e no princípio dos anos 2000 era demasiado focada na quantidade de empregos disponíveis. Agora, a nova estratégia permite definir a qualidade de um emprego. A questão da qualidade do trabalho pode e deve entrar no debate político.

É importante porque usando apenas um indicador de manchete, como a taxa de desemprego, é difícil encontrar soluções.

Olhando apenas para a taxa de desemprego há problemas que ficam escondidos. Por exemplo nos países do sul da Europa, as pessoas vivem em famílias, e há muitos mais desempregados a longo prazo que vivem com as famílias. Se fores um jovem de 25 anos desempregado no Reino Unido ou na Holanda, não estás na mesma situação que um desempregado em Espanha ou Itália. Mesmo que haja menos pessoas jovens que estejam fora do mercado de trabalho no Reino Unido e na Holanda, aqueles que não estão no contexto de um agregado familiar têm mais problemas. Todos estes contextos precisam de ser tomados em conta.

Editado por Mónica Silvares.

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Impacto do Brexit em Portugal? Para o turismo, “é zero”, diz Governo

A secretária de Estado do Turismo acredita que a saída do Reino Unido da União Europeia não vai afetar relação dos turistas britânicos com Portugal. Até agora, os números dão-lhe razão.

Os turistas britânicos não se deixaram intimidar pela desvalorização abrupta da libra, motivada pelo resultado do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia, e deverão manter-se como o principal mercado emissor do setor do turismo em Portugal. A garantia é dada por Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo.

“O impacto do Brexit tem sido zero”, disse a governante, em entrevista à Bloomberg, na quinta-feira. “O mercado britânico está a crescer. Portugal e o Reino Unido têm mantido uma aliança muito forte há vários anos e o Brexit não vai alterar essa relação”, reforçou.

A julgar pelos números mais recentes do setor, a secretária de Estado tem, para já, razão. A desvalorização da libra, que se fez sentir logo após o referendo de 23 de junho, não só não assustou os turistas britânicos como estes continuam a chegar em cada vez maior número. Entre janeiro e julho deste ano, os britânicos foram responsáveis por 5,1 milhões de dormidas em Portugal, um aumento de 12% face ao ano passado e número que faz deles o principal mercado estrangeiro do turismo português, representando um quarto de todas as dormidas de estrangeiros. Considerando apenas junho e julho, os meses já afetados pelo efeito Brexit, as dormidas do britânico subiram 7,7% face aos mesmos meses de 2015.

A justificar estes valores está, em parte, o clima de insegurança que se tem feito sentir em alguns destinos concorrentes, como o norte de África ou França, e que tem desviado turistas para Portugal.

O turismo é um dos principais motores da nossa economia.

Ana Mendes Godinho

Secretária de Estado do Turismo

Na entrevista à Bloomberg, Ana Mendes Godinho aproveita para lembrar que o turismo responde por cerca de 10% do PIB e por 8,2% dos empregos. “O turismo é um dos principais motores da nossa economia”, frisou.

Por isso mesmo, quer continuar a impulsionar o número de turistas, não só do Reino Unido como de outros destinos, e, para isso, o governo está a apostar em linhas de financiamento a projetos turísticos, ao mesmo tempo que constrói uma rede de wi-fi gratuito nos centros históricos das cidades e promove o país como um destino para o ano inteiro.

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Facebook. Erro inflacionou métrica de vídeos durante anos

Durante dois anos, o Facebook calculou mal uma das principais métricas para os anunciantes: a quantidade média de tempo gasto a ver um vídeo. Exagero terá chegado aos 80%.

É complicado. A relação entre o Facebook e os anunciantes fragilizou-se, depois de a rede social norte-americana revelar que uma das principais métricas relativas aos vídeos foi mal calculada durante anos e inflacionada artificialmente entre 60% e 80%, avançou o The Wall Street Journal.

A métrica em causa é a quantidade média de tempo que os utilizadores gastaram a ver um vídeo. Segundo o jornal norte-americano, só contavam para este valor os utilizadores que tivessem visto mais de três segundos de vídeo. Isso deu aos anunciantes uma ideia distorcida do tempo médio de visualização durante praticamente dois anos.

O problema já foi assumido e corrigido pela rede social, que introduziu a nova métrica para todos os vídeos, independentemente de quanto tempo os utilizadores gastam a vê-los. “Recentemente descobrimos um erro na forma como calculamos uma das métricas dos nossos vídeos. Foi corrigido, não influenciou a faturação e já notificámos os nossos parceiros”, refere o Facebook num comunicado citado pelo jornal. O nome da métrica foi ainda alterado para “Tempo Médio de Visualização”.

Nos últimos anos, o Facebook celebrou o rápido crescimento que o vídeo estaria a ter na plataforma. Mas os dados estatísticos inflacionados acabaram por induzir em erro diversos anunciantes, que terão tomado decisões com base em informação de performance de vídeo manifestamente exagerada. Além disso, de acordo com o mesmo jornal, o problema poderá ter um impacto negativo na escolha do Facebook como plataforma de divulgação de vídeo, face a outras soluções como o YouTube, o Twitter ou mesmo a televisão.

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Sem turismo, exportações estariam a cair 2,9%. Défice da balança comercial seria de 2,2 mil milhões

O governo defende que as exportações estão a crescer face ao ano passado, mas a verdade é que, sem as receitas turísticas recorde que têm vindo a registar-se, a balança comercial seria deficitária.

Foi uma discussão prolongada no debate quinzenal que decorreu esta quinta-feira no Parlamento: afinal, as exportações estão a acelerar ou a recuar? Neste fact check, o ECO já explicou como a resposta depende da inclusão de bens e serviços nas contas, ou apenas dos bens. Agora, neste artigo, detalhamos quanto valem, exatamente, os serviços — especificamente, o turismo.

Começando do início: de acordo com os dados mais recentes do Boletim Estatístico do Banco de Portugal, no conjunto dos sete primeiros meses do ano, as exportações portuguesas de bens e serviços superaram ligeiramente os 43 mil milhões de euros. As importações, por seu lado, ascenderam a 40,8 mil milhões de euros. Contas feitas, a balança corrente registou um saldo positivo de 2,18 mil milhões neste período.

Exportações de bens e serviços, em milhares de milhões de euros

Estes valores do Banco de Portugal divergem dos que foram apresentados na quinta-feira pelo governo, o que pode dever-se ao fator “preços constantes”, que consta nos gráficos do governo e não nos dados reunidos pelo Banco de Portugal. O governo não revela, contudo, a fonte dos valores que apresentou:

O PSD, por seu lado, optou por contabilizar apenas as exportações de bens, que são as que são apresentadas mensalmente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE):

Exportações de bens, em milhares de milhões de euros

Seja como for, não é sequer necessário descontar a fatia das exportações de serviços por inteiro, que ascenderam a 14,22 mil milhões no acumulado de janeiro a julho (com a balança de serviços a fixar um saldo de 6,7 mil milhões). Basta cortar o contributo do turismo e a balança corrente passa a ser deficitária.

Nos primeiros sete meses — que já apanham o início da época alta do turismo — os turistas deixaram em Portugal 6,58 mil milhões de euros. Isto num ano em que o setor volta a bater recordes, com a hotelaria nacional a receber 10,6 milhões de hóspedes, responsáveis por mais de 29 milhões de dormidas, entre janeiro e julho. Já os turistas portugueses gastaram lá fora 2,19 mil milhões. Feitas as contas, a balança turística registou um saldo de 4,38 mil milhões. Descontado este valor na balança corrente, esta passa a apresentar um défice de 2,19 mil milhões de euros.

Importa dizer que este peso não é de agora. No conjunto do ano passado, as receitas turísticas já representaram mais de 15% do total de exportações de bens e serviços.

Receitas turísticas, em milhares de milhões de euros

O problema — e é essa parte que não bate certo com os números apresentados pelo governo, que defende que, juntado bens e serviços, há um crescimento das exportações — é que, mesmo incluindo os serviços, as exportações estão a cair face ao ano passado. Entre janeiro e julho do ano passado, as receitas com exportações totalizaram 43,58 mil milhões de euros. O que significa que, no conjunto dos sete primeiros meses deste ano, as receitas com exportações recuaram 1,2% face ao que foi registado no ano passado.

Mesmo considerando apenas o segundo trimestre — o período para o qual o governo apresentou números, nos gráficos que distribuiu pelo Parlamento durante o debate quinzenal — a tendência continua a ser de quebra. No segundo trimestre deste ano, e ainda de acordo com os dados do Banco de Portugal, as exportações de bens e serviços totalizaram 18,97 mil milhões de euros, quando, em igual período do ano passado, tinham ascendido a 19,23 mil milhões de euros. Há, portanto, uma queda de 1,3%.

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McLaren nega conversações com Apple

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Setembro 2016

Os rumores de investimento surgiram esta semana reavivando as notícias do desenvolvimento do iCar.

A McLaren garante que não, mas os rumores não param. Agora é o influente jornal britânico Financial Times que avança que a Apple estaria em conversações com a produtora de carros britânica em relação a um potencial investimento estratégico.

Segundo o mesmo jornal, a gigante tecnológica estará em conversações com a Lit Motors, uma startup originária de São Francisco, para uma potencial aquisição. Embora esta empresa seja especializada na produção de veículos elétricos de um passageiro, é detentora de uma dezena de patentes relacionadas com a condução autónoma e já apresentou mais de oitenta candidaturas internacionalmente.

A aparente procura de negócios especializados em produção e inovação automóvel traz de volta os rumores de que a criadora do iPhone pode estar a trabalhar num projeto que vai revolucionar o ramo, o Project Titan. O objetivo é desenvolver um veículo elétrico de condução autónoma E este tem sido apontado como o motivo das contratações e despedimentos surpreendentes.

Embora as empresas apresentadas se posicionem em eixos diferentes do setor – a McLaren nos super carros e nos veículos de Fórmula 1 e a Lit Motors nos citadinos ecológicos -, a escolha parece ser obter know-how de ambos, aliando a qualidade da engenharia à inovação tecnológica e ambiental.

O assunto continua envolto em mistérios e suposições, não havendo para já qualquer declaração da Apple.

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Joint-venture grega quer transformar abrigo de refugiados em resort

Um abrigo de refugiados vai ser transformado num resort na Grécia. Pelo menos é essa a vontade de um fundo de capital grego que planeia investir 500 milhões de euros neste empreendimento.

Ex-aeroporto Hellinikon e, possivelmente, ex-abrigo de refugiados se o plano da Lamda Development SA for para a frente. É assim que se vai apelidar o novo resort de luxo que, avança a Bloomberg, vai ser um dos maiores projetos de imobiliário da Europa.

A afirmação é do presidente executivo da empresa, o grego Odisseas Athanassiou, que está apoiado pela chinesa Fosun. Atualmente, o local alberga 2500 refugiados.

O projeto deve arrancar no verão de 2017 e vai tentar angariar capital adicional em breve. O dinheiro vai ser investido não só num hotel à beira-mar, mas também num aquário, centro comercial e uma torre residencial. A área total vai ser duas vezes maior do que a ocupada pelo Central Park em Nova Iorque.

Este empreendimento resulta da parceria entre a Fosun International — que detém em Portugal a seguradora Fidelidade (que pertencia à Caixa Geral de Depósitos), a Luz Saúde, detém pelo menos 5% da REN e tem agora uma proposta para entrar no capital do BCP (o objetivo é deter 30% do capital do banco liderado por Nuno Amado) –, a Eagle Hills e o Latsis Group, representados pelo The Global Investment Group.

Imagine o Hyde Park, numa zona costeira, com sol 300 dias por ano e tecnologia do século 21

Odisseas Athanassiou, presidente executivo da Lamda Development

Bloomberg

A Bloomberg conta que este grupo comprou o ex-aeroporto ao Estado grego na altura das privatizações em 2014 por 915 milhões. Antes de o empreendimento começar, o projeto tem de passar pelo Parlamento, o Governo, o Conselho de Estado grego e tem de assegurar um decreto presidencial.

Athanassiou, responsável pela implementação do projeto, promete adicionar 70 mil empregos para a economia grega.

hellinikon
Projeto do empreendimento da LAMDA Development.LAMDA Development

As ações da Lamda Development na bolsa grega já aumentaram 13% desde o início do ano em comparação com o total da bolsa que deu uma queda de 10%.

Editado por Mónica Silvares

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Twitter pode ser comprado em breve. Ações disparam em bolsa

As ações da rede social Twitter estão a subir quase 18% na bolsa de Nova Iorque. A empresa estará em conversações informais com potenciais compradores, onde se incluem a Salesforce e a Google.

A rede social Twitter abriu a sessão desta sexta-feira a disparar quase 18% na bolsa de Nova Iorque. Trata-se da maior subida em mais de dois anos, de acordo com a agência Bloomberg. Na origem da escalada, a informação avançada pela CNBC de que a empresa poderá receber uma oferta de compra em breve. As ações do Twitter valem já cerca de 20 euros (22,5 dólares).

De acordo com a CNBC, o Twitter está em conversações informais com potenciais compradores, entre os quais a Google e a Salesforce. Há já vários meses que circulam rumores de que a empresa estaria para ser vendida e a notícia da CNBC, que não cita fontes, parece confirmar essa informação. Em causa está a estagnação no número de utilizadores ativos, a pouca captação de novos utilizadores e, consequentemente, os fracos resultados trimestrais que têm sido apresentados pelo Twitter nos últimos tempos.

As ações do Twitter caíram já quase 20% este ano, segundo a Bloomberg. A tendência foi agora revertida e, escreve a agência, Vala Afshar, executivo da Salesforce, publicou um tweet que parece confirmar a intenção de compra: “Porquê o Twitter? Um: ferramenta de aprendizagem pessoal; dois: as melhores notícias contextuais, em tempo real; três: democratização da inteligência; quatro: um sítio bestial para promover outras coisas.”

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Theresa May é a mais influente dos mercados

A Bloomberg elegeu os mais influentes dos mercados financeiros. A vencedora é a nova primeira-ministra britânica, Theresa May, seguida por Donald Trump e Hillary Clinton, ambos em segundo lugar.

O árbitro é a Bloomberg. De um lado Donald Trump. Do outro Hillary Clinton. Quem vence? Nenhum. A nova primeira-ministra britânica, Theresa May, foi eleita a mais influente dos mercados financeiros pela Bloomberg e deixou os candidatos à Casa Branca empatados no segundo lugar. A agência de informação não se conseguiu decidir entre Trump e Clinton, esperando pelos resultados das eleições de novembro.

São vários os líderes europeus a figurar no top 50 da Bloomberg. Para além de Theresa May, a chanceler alemã Angela Merkel surge em sexto lugar, logo seguida do governador do Banco Central Europeu, Mário Draghi. Segue-se na lista a presidente da Reserva Federal norte-americana Janet Yellen.

Além dos candidatos aos EUA, os americanos destacam-se na lista, nomeadamente os empresários como Jeff Bezos da Amazon (5º lugar), Warren Buffett da Berkshire Hathaway (9º) e Elon Musk da Uber (11º). Mark Zuckerberg do Facebook só surge em 39º lugar.

O Presidente chinês, Xi Jinping, surge em quarto na lista, e o governador do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, em 14º. Em 10º lugar surge o juiz federal mais conhecido do Brasil, Sérgio Moro, responsável pelas investigações de corrupção e lavagem de dinheiro.

Editado por Mónica Silvares

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Agosto leva 50 mil desempregados aos centros de emprego

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 23 Setembro 2016

No final do mês, estavam inscritas quase 499 mil pessoas sem emprego.

Os centros de emprego receberam 50.372 novos desempregados em agosto, o valor mais alto desde abril. Em causa está uma subida de 6,6% face a julho, embora os dados continuem a apontar para quebras homólogas (-4,9% face a agosto de 2015), indicam os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

A entrada destes 50 mil desempregados nos centros de emprego ajudou a empurrar o número total de inscritos. No final de agosto, o IEFP contabilizava 498.763 desempregados, mais 0,2% face ao mês anterior e menos 7% comparando com o período homólogo.

Além deste grupo, o IEFP também registava mais de 95 mil “ocupados” (pessoas integradas em programas de formação e em medidas de emprego que não implicam integração direta no mercado de trabalho) e ainda 64 mil empregados (que pretendem mudar de ocupação) e cerca de 22 mil pessoas indisponíveis temporariamente (por motivos de doença).

Número de desempregados inscritos nos centros de emprego no final do mês

Fonte: ????? (Valores totais)
Fonte: IEFP

 

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