Quotas para travar alojamento local em Lisboa avançam em 2018

A Câmara de Lisboa vai arrancar já com um estudo para definir as "capacidades máximas de alojamento local por zona da cidade". Também vai ser criado um gabinete de fiscalização do alojamento local.

A imposição de quotas para limitar o número de alojamentos locais em Lisboa deverá avançar já no próximo ano. O plano consta do acordo assinado entre o Bloco de Esquerda e o PS para a Câmara Municipal de Lisboa, que prevê ainda a criação de um gabinete municipal de fiscalização de alojamento local.

Entre as medidas para as áreas da habitação e património municipal, Ricardo Robles, vereador da Câmara de Lisboa pelo Bloco de Esquerda, e Fernando Medina, o presidente reeleito, definem como prioridade as “alterações ao enquadramento legal do alojamento local”, para que as autorizações para a exploração deste tipo de empreendimento passem a ser concedidas pela câmara.

Ao mesmo tempo, vai ser iniciado “de imediato o estudo técnico para definição de capacidades máximas de alojamento local por zona da cidade para assegurar a multifuncionalidade dos bairros, em particular, nas zonas históricas”. Depois de concluído este estudo, a Câmara vai “aprovar, no prazo máximo de três meses após a aprovação legislativa, o mapa de quotas definindo a capacidade máxima referida, após ampla discussão legislativa”.

Ou seja, a imposição de quotas ainda fica dependente da decisão do Parlamento sobre este assunto. PS, PCP, Bloco de Esquerda e CDS-PP já apresentaram iniciativas legislativas para alterar o regime jurídico do alojamento local e o objetivo, disse o deputado Luís Testa ao jornal i, é arrancar com as discussões em torno deste assunto logo após o debate sobre o Orçamento do Estado, que é votado na generalidade esta sexta-feira e será depois discutido na especialidade durante o mês de novembro. A votação final global está marcada para 28 de novembro.

A votação das propostas apresentadas pelos vários partidos deverá, assim, ficar agendada para 2018 e a expectativa, diz ao ECO fonte oficial do Bloco de Esquerda, é que estas alterações comecem a avançar já no próximo ano.

A proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda prevê a limitação da atividade de alojamento local a 90 dias por ano (para lá deste limite a atividade será considerada “turismo habitacional” e terá um enquadramento legislativo próprio), enquanto o PCP quer impor uma taxa aos proprietários que tenham alojamentos locais, a pagar aos condomínios. Já o PS propõe que sejam os condomínios a conceder autorização para a exploração de um alojamento local e o CDS-PP quer distinguir os “profissionais e não profissionais” da atividade de alojamento local.

A imposição de quotas para o alojamento local foi uma das bandeiras do Bloco de Esquerda durante a campanha para as autárquicas e mesmo Fernando Medina já tinha admitido que poderia avançar com uma quota máxima de alojamento local nos bairros históricos. Para Ricardo Robles, a ideia passa por distinguir “alojamento local”, o conceito de partilha de casa, e “turismo habitacional”, onde as casas são utilizadas a 100% para o turismo. “Sempre que é um serviço de hotelaria, deve haver uma quota máxima em determinadas zonas da cidade”, disse Ricardo Robles, em entrevista ao ECO, em junho.

Também no prazo de três meses após a aprovação do novo enquadramento legislativo, vai ser criado “um gabinete municipal de fiscalização do alojamento local e turismo habitacional que atue de forma rápida perante queixas de moradores e retire licenças em casos de comprovada infração com reincidência”, define o acordo assinado entre Fernando Medina e Ricardo Robles.

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Emissões fazem quase 5.000 veículos da Audi regressar às oficinas

  • ECO
  • 2 Novembro 2017

A Audi apela ao retorno dos veículos, após a descoberta de excessivas emissões de óxido de nitrogénio. A fabricante alemã foi acusada recentemente de violar as leis da concorrência na UE.

São 4.997 veículos em toda a Europa que a Audi está a chamar às oficinas. Trata-se do modelo A8 com motor diesel, dos quais 3.660 foram fabricados na Alemanha entre setembro de 2013 e agosto de 2017. Em causa está um erro de software que impediu as excessivas emissões de óxido de nitrogénio, o mesmo gás que levou a Volkwagen para a luz de uma polémica relacionada com manipulações de emissões de gases poluentes nos seus veículos, avança a Reuters.

A fabricante alemã espera arrancar com uma nova versão do software no primeiro trimestre de 2018, após os testes de inverno. “Ao longo dos testes, será assegurado que o novo software não trará desvantagens para os clientes em termos de consumo de combustível ou de desempenho”, cita a mesma fonte.

Este ano, a Audi, juntamente com outras fabricantes de automóveis alemães, foram acusados de organizar reuniões secretas desde 1990. O cartel combinava entre si os fornecedores e os componentes para o sistema de filtragem das emissões poluentes. A denúncia valeu uma inspeção sem aviso prévio da autoridade da Concorrência da Comissão Europeia às instalações da BMW em Munique na semana passada.

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Costa arranca debate do OE2018 repetindo cinco vezes que este é um orçamento de “futuro”

  • Margarida Peixoto
  • 2 Novembro 2017

Na abertura do debate de generalidade do OE2018, Costa primeiro usou todos os trunfos dos resultados económicos. Mas depois repetiu cinco vezes que o orçamento é de "futuro" e explicou porquê.

António Costa, na chegada ao Parlamento para o debate de generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2018.

“Este é um Orçamento de continuidade e de futuro”, defendeu António Costa esta quinta-feira, no arranque de uma maratona de debate parlamentar de 686 horas, que culminará com a votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2018. Depois de o ainda líder do PSD, Pedro Passos Coelho, ter anunciado o chumbo ao documento por este não acautelar o “futuro”, Costa fez questão de afirmar cinco vezes que é para o futuro que o Governo está a olhar.

Depois de apresentar, um por um, os trunfos que já reuniu ao longo do mandato — a recuperação da confiança dos consumidores, o aumento do investimento, a recuperação do emprego, o crescimento do PIB, as metas orçamentais, a redução da dívida — Costa estruturou a apresentação das principais medidas do OE2018 de forma a evidenciar como o Executivo quer acautelar o futuro em diversas áreas. Nos últimos dias, a questão de saber em que medida o OE2018 prepara o futuro tem sido uma das principais linhas de argumentação da oposição de direita, que acusa o Governo de desaproveitar a oportunidade que a economia está a dar para preparar o país para os ciclos menos positivos.

Primeiro, recordou todas as grandes alterações propostas, desde o alívio no IRS ao aumento de pensões, passando pelo reforço da proteção social e pelo combate à precariedade no Estado, bem como pelas medidas fiscais de apoio à tesouraria, capitalização e reestruturação das empresas.

Mas depois repetiu: “Se este é um orçamento que continua e aprofunda as boas políticas que recolocaram Portugal na rota da convergência, é também um orçamento virado para o futuro.”

E passou a explicar. Primeiro, porque “aposta na sustentabilidade das finanças públicas” e reforça a sustentabilidade da Segurança Social. “Segundo, este orçamento é um orçamento para o futuro porque investe na inovação como motor do desenvolvimento”, continuou. “Terceiro, este é um orçamento virado para o futuro porque coloca as novas gerações no centro das políticas públicas”, completou, lembrando, entre outras medidas, o aumento do abono de família e o reforço da rede pré-escolar.

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Advogados: Elina Fraga ganhou mais 15 mil euros que Marinho

Auditoria encomendada por atual bastonário critica gastos da anterior bastonária Elina Fraga. Ao ECO, Elina Fraga admite processar judicialmente os envolvidos.

Por ano – e durante o triénio que durou o seu mandato – a anterior bastonária da Ordem dos Advogados (OA), Elina Fraga, auferiu cerca de 61 mil euros. Mais 15 mil euros que o seu antecessor, Marinho e Pinto. Esta é uma das conclusões da auditoria encomendada pelo atual bastonário Guilherme de Figueiredo às contas da instituição, feita pela consultora PKF & Associados.

O documento – já avançado pelo jornal Público na quarta-feira – revela que aquela que foi a líder dos advogados de 2014 até dezembro de 2016, e que perdeu as últimas eleições para o seu colega e atual bastonário Guilherme de Figueiredo por uma margem mínima, auferia por mês a quantia de 8.730 euros, durante 14 meses. Já o seu antecessor, e atual eurodeputado Marinho e Pinto, recebia por mês 7.780 euros. A remuneração do cargo de bastonário acontece apenas desde 2008, quando o então líder dos advogados Marinho e Pinto instituiu essa regra.

O trabalho da consultora, a que o ECO teve acesso, admite ainda que, quer na altura, quer atualmente, as quotas cobradas às sociedades de advogados – segundo prevê o Estatuto da OA – não estão a ser efetivamente cobradas. E sublinha que os valores cobrados aos advogados deveriam variar conforme o rendimento que cada um aufere. Por mês, são cobrados a todos os advogados 37,5 euros (aos que têm mais de cinco anos de atividade) e 18 euros aos que exercem há menos de cinco anos. “Outra situação que julgamos que também poderá merecer uma avaliação interna é a forma como está estabelecido o valor da quota”, diz a auditoria. “O valor é fixo e é totalmente indiferente aos níveis de faturação de cada advogado”.

O trabalho denuncia ainda que, em dezembro de 2016, estavam 7,2 milhões de valores de quotas por cobrar, dos quais 2,6 milhões com antiguidade superior a cinco anos. “A não aplicação de qualquer sanção, pecuniária ou outra, pelo não pagamento ou pagamento fora de prazo”, diz o relatório, “faz com que estes montantes tenham vindo a aumentar de ano para ano. Contudo, eventuais alterações a esta questão, como a não permissão de voto na Assembleia Geral, ou a indisponibilidade de obter da OA declarações ou documentação necessárias ao exercício de atividade, terão de ser objeto de aprovação em sede de Assembleia Geral”.

Na contratação de serviços para representação e defesa da OA em processos judiciais, “a seleção do advogado ou da sociedade de advogados e a negociação dos honorários era realizada diretamente pelo bastonário”. E desde 2014 e até 2016 – anos do mandato de Elina Fraga – 98% dos montantes pagos por serviços jurídicos foram para apenas cinco sociedades de advogados, num valor que ascende aos 525 mil euros. Num dos casos, o sócio de uma destas sociedade recebeu em três anos, a título individual, honorários de 187 mil euros. E cerca de 84% dos montantes pagos ficaram concentrados em apenas três advogados. Sendo que dois destes advogados faziam parte do Conselho Geral presidido por Elina Fraga. O documento aconselha a OA a instituir “procedimentos que permitam auferir da razoabilidade de honorários e custo dos serviços prestados por advogados e sociedades de advogados a quem são atribuídos processos judiciais como mandatários”. E arrasa com os procedimentos da instituição dizendo que “atualmente a grande maioria das notas de honorários/faturas não apresentam justificação para os montantes debitados”.

Ao ECO, Elina Fraga acusa Guilherme de Figueiredo de lançar “uma campanha persecutória” contra o seu mandato e a sua pessoa. “A auditoria contém informação incorreta e deturpada”. Por isso, a advogada admite que vai “desencadear as diligências judiciais que reputar por adequadas à reposição da verdade e da minha honra e consideração”. E sublinha que os advogados e advogadas “como pessoas inteligentes que são, têm a consciência da tentativa de assassinato de caráter em curso”. E admite ter recebido “nos últimos dias centenas de mensagens a expressarem a sua consternação e solidariedade”.

Falta de controlo orçamental, uma dispersão de verbas por mais de 200 contas bancárias, uma deficiente gestão de tesouraria, funcionários sem remunerações uniformes e o incumprimento do Código da Contratação Pública com a aquisição de serviços sem qualquer consulta ao mercado foram outras das críticas assumidas na avaliação.

O ECO contactou o atual bastonário Guilherme de Figueiredo que preferiu não prestar declarações sobre o assunto.

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FESAP lamenta que integração de precários não inclua todos

  • Lusa
  • 2 Novembro 2017

A FESAP diz que este é um programa “que só resolve a situação de alguns e algumas situações específicas” e “empurra para a frente um problema”.

O secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, considerou esta quinta-feira positivo que haja uma nova oportunidade para a integração dos precários, mas lamentou que ainda assim muitos sejam excluídos do processo.

“Consideramos positivo que haja mais uma oportunidade, mas serão poucos agora, o número não será muito significativo, porque estamos sempre a falar do mesmo universo dos que concorreram anteriormente”, disse o dirigente em declarações à agência Lusa.

O Governo anunciou esta manhã que vai abrir na próxima segunda-feira uma segunda fase do Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP), destinado a trabalhadores da Administração direta e indireta do Estado ou do setor empresarial do Estado.

A lei foi aprovada, resolve alguns problemas, mas não resolve o problema de todos os trabalhadores que estão precários. Há gente que continua precária há anos e nas mais diversas situações

José Abraão

FESAP

A FESAP defende assim que se alargue o âmbito de aplicação do PREVPAP, uma vez que “há trabalhadores em regime de ‘outsourcing’ e prestação de serviços que ficaram de fora e vão continuar a ser excluídos”.

“O processo já é uma novela, deixa de fora trabalhadores que satisfazem necessidades permanentes de serviços. A lei foi aprovada, resolve alguns problemas, mas não resolve o problema de todos os trabalhadores que estão precários. Há gente que continua precária há anos e nas mais diversas situações”, lamentou José Abraão.

A FESAP insiste assim que o Governo criou um programa “que só resolve a situação de alguns e algumas situações específicas” e “empurra para a frente um problema”.

Em comunicado divulgado esta manhã, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social adianta que o novo período vai decorrer entre os dias 6 e 17 de novembro e destina-se a todos os trabalhadores que podiam ter submetido requerimento no período que decorreu em maio e junho últimos, mas que por algum motivo não o fizeram.

 

O primeiro período de candidaturas do PREVPAP decorreu entre 4 de maio de 30 de junho e terá reunido cerca de 30 mil requerimentos. Contudo, só em outubro foi aprovada no Parlamento a proposta de lei Governo alterada na especialidade por PS, BE, PCP e PEV.

Do total de requerimentos, 27.410 foram entregues pelos trabalhadores, 1.163 foram identificados pelos dirigentes e 2.248 eram contratos emprego inserção (CEI) ou CEI+, mas, durante a discussão na especialidade.

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Cuatrecasas organiza debate sobre Contratação Pública

  • ECO
  • 2 Novembro 2017

A sociedade de advogados trará o tema a discussão na sexta-feira, num pequeno-almoço a realizar na cidade do Porto

No próximo dia 3 de novembro, a Cuatrecasas organizará um pequeno-almoço para debater as alterações ao regime jurídico do Código dos Contratos Públicos, a entrar em vigor a partir de janeiro do próximo ano. O evento terá lugar no edifício Oceanus, no Porto, onde se encontra o escritório da sociedade na cidade Invicta.

A sessão contará com o sócio e diretor do escritório, Filipe Avides Moreira, e os associados sénior Vasco Moura Ramos, Raquel Freitas e Maria Benedita Lacerda. Os oradores abordarão os aspetos mais relevantes da alteração. Em causa está o novo Código dos Contratos Públicos, que estabelece como “regra” para adjudicações o da proposta “economicamente mais vantajosa” e avalia um preço como “anormalmente baixo” com base na média das propostas apresentadas.

Segundo o Governo, o diploma – que entra em vigor a 1 de janeiro de 2018 – pretende “simplificar, desburocratizar e flexibilizar os procedimentos de formação de contratos públicos”, “aumentar a eficiência da despesa pública” e “facilitar o acesso aos contratos públicos”.

No âmbito das alterações introduzidas para adaptação às diretivas europeias, o decreto-lei passa a considerar como “critério regra” para adjudicação o da proposta economicamente mais vantajosa, “tendo por base a melhor relação qualidade-preço e o preço ou custo, utilizando uma análise custo-eficácia, nomeadamente os custos do ciclo de vida”.

“Ainda assim – nota o Governo – continua a ser possível adjudicar pelo preço mais baixo, quando for esse o critério mais adequado”.

Outra das alterações introduzidas nas regras da contratação pública tem a ver com o critério de determinação do denominado “preço anormalmente baixo”, que “deixa de estar indexado ao preço base – atualmente é considerado ‘anormalmente baixo’ o valor de uma proposta que fique 40% ou mais abaixo do preço base definido pelo adjudicante – e passa a ser assim classificado tendo por base a média dos preços das outras propostas a admitir.

O alargamento do regime dos contratos entre entidades do setor público “para abranger mais formas de cooperação entre entidades públicas” e a “possibilidade de reserva de contratos para entidades que empreguem pessoas com deficiência ou desfavorecidas” são outras das alterações introduzidas no novo CCP decorrentes da transposição das diretivas europeias.

Já no que respeita às revisões feitas com vista à “simplificação, desburocratização e flexibilização” da contratação pública, destaca-se a fixação nos 5% do valor máximo da caução, a libertar gradualmente; a recuperação da possibilidade de corrigir erros de uma proposta que não cumpriu alguma formalidade “não essencial” sem excluir essa proposta; a inclusão das pequenas empreitadas de obras públicas até 5.000 euros no regime de ajuste direto simplificado; o alargamento do procedimento de concurso público urgente às empreitadas até 300 mil euros; o encurtamento dos prazos do ajuste direto e da consulta prévia; e novas regras para transmissão de bens móveis por entidades públicas.

Destaca-se ainda a criação da figura do gestor do contrato (cuja função é acompanhar permanentemente a execução do contrato) e a proibição da utilização do critério do momento de entrega da proposta como critério de desempate.

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Governo detalha medidas extra e impacto da sua ação no défice passa a nulo

  • Margarida Peixoto
  • 2 Novembro 2017

Na sequência do diálogo com a Comissão Europeia, o ministro das Finanças reviu a informação enviada no Projeto de Plano Orçamental. Agora inclui mais detalhe sobre medidas extraordinárias.

Mário Centeno, ministro das Finanças, com João Leão, secretário de Estado do Orçamento, na conferência de imprensa de apresentação do Orçamento do Estado para 2018.Paula Nunes / ECO

O Ministério das Finanças atualizou a informação que já tinha enviado para a Comissão Europeia com mais detalhes sobre as medidas extraordinárias que está a considerar. As medidas especificadas não são novas mas, o facto de passarem a estar incluídas na tabela que dá conta dos impactos orçamentais que dependem da decisão do Governo português, muda as contas. Enquanto na tabela inicial a ação do Executivo dava uma ajuda de 0,3% do PIB para baixar o défice, agora o resultado dessa ação é nulo.

Na primeira tabela que o ministro das Finanças, Mário Centeno, enviou para Bruxelas — a mesma que incluiu no relatório da proposta de Orçamento do Estado para 2018 entregue na Assembleia da República — as medidas discricionárias do Executivo ajudavam a baixar o défice em 0,3% do PIB.

Este resultado era conseguido na totalidade através da redução na despesa. Tal como o ECO explicou, de acordo com esta tabela as medidas de política tomadas do lado da receita compensavam-se umas às outras e o resultado final acabava por ser nulo. Já do lado da despesa, entre iniciativas que subiam os gastos e outras que geravam poupanças, haviam uma redução de 0,3% do PIB na despesa pública.

Ora, esta tabela estava, afinal, incompleta aos olhos de Bruxelas. No âmbito de “comunicações correntes entre os serviços e a Comissão”, como explicou o Ministério das Finanças ao ECO, Mário Centeno enviou informação atualizada a 20 e a 23 de outubro. Mais tarde, o próprio Projeto de Plano Orçamental seria atualizado de forma a refletir essa atualização.

E qual é a diferença? A diferença está precisamente nas medidas incluídas na tabela que dá conta da ação do Governo — um quadro que passou a ser incluído nos relatórios desde os tempos da troika com o objetivo de ajudar a identificar se a ação dos governos em termos orçamentais contribui para melhorar ou degradar o saldo.

Agora Centeno inscreveu um conjunto de medidas extraordinárias, com impacto tanto em 2017 como em 2018. Para este ano, as novas medidas incluídas são:

  1. Receita extraordinária de IRC, devido à antecipação de pagamentos por parte das empresas, que ajuda a baixar o défice em uma décima de PIB. Ao que o ECO apurou, estarão em causa 230 milhões. Conforme avançou o Jornal de Negócios, este efeito é em grande parte da responsabilidade da EDP.
  2. A venda dos F-16 à Roménia, que tem um efeito positivo nas contas, mas inferior a uma décima de PIB;
  3. O impacto dos ativos por impostos diferidos, que soma 0,1% do PIB à despesa, ou seja, cerca de 200 milhões de euros;
  4. O custo das compensações aos clientes do BES, que representa mais 0,1% do PIB nos gastos;
  5. Os custos com os swaps da STCP e da Carris, no valor também de 0,1% do PIB.

Contas feitas, todas as medidas de ação política do Governo (extraordinárias ou não) deverão ajudar a consolidar o défice de 2017 em 0,5% do PIB. Em 2018, as medidas agora detalhadas e incluídas são:

  1. O reverso da receita extraordinária de IRC obtida em 2017: esta antecipação terá um impacto negativo de igual valor (em torno de 200 milhões de euros), no próximo ano;
  2. Os ativos por impostos diferidos, que somam 0,1% do PIB à despesa pública;
  3. O impacto dos incêndios, cujo valor é inferior a uma décima de PIB;
  4. Os pagamentos à Grécia, no âmbito da ajuda internacional, também inferiores a uma décima de PIB.

Somados estes efeitos aos das medidas que já tinham sido identificadas pelo Governo, a ação do Executivo sobre o défice (uma vez mais, considerando as medidas extraordinárias e as outras) passa a ter um impacto nulo. Na receita prescinde-se de 0,2% do PIB, mas esse montante é poupado do lado da despesa.

A atualização dos documentos oficiais foi tornada pública precisamente no mesmo dia em que o ministro das Finanças respondeu à carta que tinha sido enviada pela Comissão Europeia, desvalorizando a questão e mantendo os números e a estratégia orçamental. Nessa carta, o vice-presidente Valdis Dombrovskis e o comissário Pierre Moscovici pediam esclarecimentos adicionais e alertavam para o risco de “desvio significativo” face às regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

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CTT admitem passar a gestão dos seus balcões a terceiros

Em conferência com analistas, os CTT revelaram que o plano de reestruturação da empresa poderá incluir a atribuição da gestão de balcões dos Correios a entidades terceiras.

A acentuada quebra dos seus lucros nos nove primeiros meses deste ano colocou em cima da mesa a necessidade de os CTT avançarem para uma reestruturação que poderá incluir a passagem a entidades terceiras a gestão dos balcões dos Correios. A possibilidade foi colocada em cima da mesa durante a conferência com analistas.

Esta possibilidade é avançada numa nota de research enviada aos clientes pelo Haitong, no seguimento de uma questão colocada pelo analista do banco de investimento Nuno Estácio.

“Quando questionado acerca do potencial encerramento de balcões e a abordagem dos reguladores nesse sentido, os CTT mencionaram que uma das formas de manter a rede poderia ser a passagem de balcões para uma terceira parte, embora nada tenha sido decidido nesse sentido”, escreveu o analista do Haitong.

A passagem a terceiros da gestão de balcões seria uma das formas de a instituição liderada por Francisco de Lacerda conseguir reduzir a sua estrutura de custos. Aquando da apresentação de resultados na passada terça-feira, os CTT anunciaram precisamente que iriam avançar com um plano de reestruturação de custos como forma de se reposicionarem no mercado. Na ocasião a empresa anunciava que “uma reestruturação considerável dos custos, para ajustar a escala de operações às atuais necessidades, está a ser preparada, para ser apresentada antes do final do ano”, prazo que foi confirmado pelos CTT aquando da conferência desta manhã.

Relativamente à conversa de responsáveis dos CTT com os analistas desta manhã para discutir as contas apresentadas, o Haitong diz que a “administração não foi capaz de mudar a perspetiva negativa que os investidores tinham após os resultados”.

O desempenho bolsista do título comprova isso mesmo. As ações dos CTT estendem as perdas, tendo já sinalizado um novo mínimo histórico ao tombarem perto de 5% até aos 3,771 euros. Neste momento, as ações dos CTT recuam 4,24%, para os 3,792 euros, perda que estende para um quarto a perda de capitalização bolsista da dona dos Correios em apenas duas sessões.

(Notícia atualizada às 15h30 com mais informações)

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À procura de bilhetes? Esqueça! Web Summit está esgotado

CEO do maior evento de tecnologia e empreendedorismo do mundo comunicou a novidade esta tarde, através da sua página do Facebook.

Se ainda não tem bilhete para o Web Summit, é hora de talvez… começar a programar o próximo ano. Paddy Cosgrave anunciou esta tarde, através da sua página de Facebook, que os bilhetes para a maior conferência de tecnologia e empreendedorismo do mundo estão… esgotados.

Os últimos bilhetes, garante Paddy Cosgrave, vão acabar antes da véspera do início do evento. São mais de 60.000 as entradas que a organização disponibilizou para assistentes.

Pelo segundo ano consecutivo em Portugal, o Web Summit reúne durante três dias, na capital portuguesa, alguns dos grandes nomes da tecnologia no mundo inteiro. Pelo palco passarão ainda muitos portugueses: António Guterres, Carlos Moedas e Sara Sampaio são alguns dos nomes com sotaque português entre os speakers do evento.

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BE quer um OE2018 sem cativações nos serviços públicos

  • Marta Santos Silva e Margarida Peixoto
  • 2 Novembro 2017

Governo e partidos discutiram as principais matérias do Orçamento do Estado para 2018. Carga fiscal, metas orçamentais, devolução de rendimentos, estratégia de futuro foram alguns dos temas quentes.

O Orçamento do Estado para 2018 esteve em debate esta quinta-feira na Assembleia da República. António Costa trouxe os trunfos económicos na manga e sublinhou aquela que considera ser uma estratégia para o futuro, contida na proposta de OE2018. Ao mesmo tempo, deixou garantias aos partidos de esquerda que apoiam o Governo de que está disponível para corrigir as alterações previstas para o regime simplificado de IRS.

Já a direita criticou o Executivo por aumentar os impostos de forma encapotada, cortar nos investimentos públicos e não aproveitar a atual conjuntura económica favorável para preparar o futuro da economia portuguesa. O ECO acompanhou o debate em direto — reveja como aconteceu.

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Henrique Salinas será orador numa conferência no Brasil

O sócio da CCA ONTIER será orador na conferência “Tecnologias Disruptivas: Desafios de Direito e Tecnologia no Século XXI”

Henrique Salinas, Sócio da CCA ONTIER e professor na Faculdade de Direito da Universidade Católica, será orador na conferência “Tecnologias Disruptivas: Desafios de Direito e Tecnologia no Século XXI”, que se realiza no Rio de Janeiro, Brasil, nos dias 9 e 10 de Novembro.

Um evento organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Direito Rio em parceria com a Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa e que irá reunir várias personalidades académicas, políticas, advogados, e estudantes interessados nas relações entre Brasil e Portugal nos aspectos tecnológicos e jurídicos.

O Sócio da CCA ONTIER irá falar no primeiro dia, 9 de Novembro, sobre as “Implicações das novas tecnologias na investigação criminal”.

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A manhã num minuto

  • Rita Frade
  • 2 Novembro 2017

Não sabe o que se passou durante a manhã? Não faz mal. Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais importantes, num minuto.

A dívida pública portuguesa caiu 1.200 milhões de euros em setembro, regressando a valores abaixo do patamar dos 250 mil milhões, segundo dados revelados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal. Baixou, assim, do recorde fixado em agosto, sendo que no próximo mês deverá cair ainda mais fruto do reembolso de mais de seis mil milhões de euros em obrigações do Tesouro.

Entre 2011 e 2016, a banca nacional registou a terceira maior quebra no número de trabalhadores, de acordo com um estudo da Oliver Wyman. Portugal foi também o quinto país que mais balcões fechou nesse intervalo de tempo. Estes resultados refletem a reestruturação que o setor bancário sofreu durante o período da crise.

As discussões na generalidade do Orçamento do Estado para 2018 começam esta quinta-feira e Pedro Filipe Soares, líder Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), garante que o Governo aceitou discutir a adição de uma medida ao Orçamento do Estado para 2018. Está em causa um bónus para os pensionistas que pediram a reforma antecipada durante os anos da troika.

O acordo entre o Bloco de Esquerda e Fernando Medina para a Câmara de Lisboa foi aprovado, permitindo uma maioria governativa para a capital. Este acordo traz como condições a gratuitidade imediata dos manuais escolares até ao terceiro ciclo, o alargamento do metropolitano à zona ocidental da capital e o avanço das quotas no alojamento local.

Em Espanha, o Ministério Público pediu a detenção de todos os ex-conselheiros do governo catalão deposto, à exceção de Santi Vila que pediu a demissão um dia antes da votação da declaração unilateral de independência.

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