Capoulas Santos diz que gestão do Pinhal de Leiria era “adequada”

  • Lusa
  • 18 Outubro 2017

O ministro Capoulas Santos adiantou que a gestão do Pinhal de Leiria, onde 80% da área foi consumida pelos incêndios, era a adequada,

O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural afirmou esta quarta-feira que tinha indicação de que a gestão do Pinhal de Leiria era a adequada, mas admitiu que aquela mata nacional possa vir a ser gerida de uma outra forma.

“A informação que tenho é que a gestão de combustível tem sido realizada, do ponto de vista técnico, de forma adequada”, afirmou hoje aos jornalistas o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, questionado sobre a gestão e limpeza do Pinhal de Leiria, também conhecido como Pinhal do Rei, que está a cargo do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

O ministro sublinhou que tem de confiar “nos serviços técnicos”, apesar de não menosprezar, nem subestimar, “os alertas e as opiniões de técnicos exteriores à administração e de cidadãos interessados”.

"A informação que tenho é que a gestão de combustível tem sido realizada, do ponto de vista técnico, de forma adequada.”

Capulas Santos

Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural

Apesar de recordar as informações prestadas pelo ICNF, Capoulas Santos sublinhou também as “restrições financeiras, de equipamentos e pessoais”, considerando que a “enorme redução de meios” na administração pública terá tido consequências a vários níveis, não podendo no entanto referir se essa é a causa imediata da destruição de 80% do Pinhal de Leiria por causa de um incêndio.

Questionado sobre a possibilidade de a gestão daquela mata nacional poder ser entregue à autarquia da Marinha Grande, o ministro referiu que “o Estado já demonstrou que, sempre que assumiu funções de empresário, normalmente não foi muito bem-sucedido”.

Há outras fórmulas, hoje, que permitem uma gestão mais eficiente do que a administração central“, notou, afirmando que, no contexto da reforma da floresta, há a perspetiva de colocar “na gestão da floresta, em primeiro lugar, quem está mais próximo dos interesses privados”.

O membro do executivo explanou que pode ser “uma hipótese” a utilização da figura da entidade de gestão florestal – diploma previsto na reforma da floresta e que ainda está em apreciação no Parlamento.

"Há outras fórmulas, hoje, que permitem uma gestão mais eficiente do que a administração central.”

Capulas Santos

Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural

“Estamos abertos a encontrar novas formas de gestão que sejam mais eficazes, mais próximas e que permitam uma gestão mais profissional”, sublinhou, recordando que essas mesmas entidades, previstas no diploma, podem ter a participação de empresas, cooperativas, autarquias ou entidades em que as autarquias participem.

Gabriel Roldão, um estudioso do Pinhal de Leiria, disse na terça-feira à agência Lusa que há anos que avisava que o incêndio de domingo que devastou a mata de pinheiro bravo “ia acontecer”.

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Governo assume compensações pelas vítimas de Pedrógão Grande através de mecanismo extrajudicial

  • Lusa
  • 18 Outubro 2017

Presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande anunciou que o Governo vai "assumir um mecanismo extrajudicial de forma a compensar os danos pelas vítimas mortais".

A Associação dos Familiares das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande anunciou esta quarta-feira que o Governo decidiu assumir as responsabilidades pelas pessoas que morreram no fogo de junho, através de um mecanismo extrajudicial de compensação.

“Considerando o teor dos relatórios da Comissão Técnica Independente e do professor Xavier Viegas e o parecer jurídico do Cenjur [da Presidência do Conselho de Ministros], o Governo decidiu assumir as suas responsabilidades relativamente às vítimas mortais de Pedrógão Grande. O Governo pretende connosco assumir um mecanismo extrajudicial de forma a compensar os danos pelas vítimas mortais, que será melhor apurado a partir de quinta-feira”, declarou a presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, Nádia Piazza.

Nádia Piazza falava no final de uma reunião de duas horas e meia em São Bento, com o primeiro-ministro, António Costa, na qual também esteve presente a titular da pasta da Justiça, Francisca Van Dunem.

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Empresa de Florentino Pérez lança contraproposta pela Abertis

Através de uma filial, a ACS formalizou esta quarta-feira a contraproposta sobre a Abertis, a gigante espanhola das infraestruturas rodoviárias. Propõe pagar prémio de 6%, num total de 18,6 milhões.

Já é oficial a contraproposta da ACS pela Abertis, a gigante espanhola das infraestruturas rodoviárias. A empresa de Florentino Pérez, através da filial Hochtief, já formalizou uma oferta e 18,76 euros por cada ação do grupo, um prémio de 6% em relação à última cotação das ações da empresa. A proposta avalia a Abertis em 18,579 milhões de euros.

O interesse da ACS nesta empresa já era conhecido desde julho. Agora, traduz-se numa proposta de compra de valor superior ao oferecido pela Atlantia, que se cifra nos 16,3 milhões de euros. A este valor deve ser somado os cerca de 16 milhões de euros em dívida nas contas da Abertis, que o comprador final terá de gerir. A notícia foi avançada esta quarta-feira pelo El Español, que acrescenta que a proposta da ACS sobre a Abertis é em dinheiro e/ou ações, consoante a vontade dos atuais acionistas.

Na estratégia da ACS está ainda elevar o dividendo em 90%, pelo menos enquanto isso permita uma notação de crédito de grau de investimento, detalha o El Español. Quer as ações da Abertis, quer as da ACS, foram suspensas na bolsa, devendo a suspensão ser levantada por volta das 15h00 de Lisboa. De recordar que, em cima da mesa, está ainda a proposta a Atlantia, que apresentou a OPA em maio e que contempla um aumento de capital para pagar até 23% em papel comercial.

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Wall Street em máximos. Dow Jones acima dos 23 mil pontos

A animar os investidores está mais uma época de apresentação de resultados positivos das maiores empresas do país. O índice industrial brilha, renovando máximos acima dos 23 mil pontos.

As bolsas norte-americanas continuam a bater novos recordes. Esta quarta-feira, Wall Street volta a abrir em alta e o Dow Jones já negoceia claramente acima dos 23 mil pontos, o novo marco histórico que alcançou na última sessão. A animar os investidores está mais uma época de apresentação de resultados positivos das maiores empresas do país.

O índice de referência S&P 500 está a valorizar 0,11%, para os 2.562,16 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq avança 0,13%, para os 6.232,28 pontos. Já o Dow Jones soma 0,5% e negoceia nos 23.111,63 pontos. O índice industrial chegou já aos 23.120,44 pontos, o nível mais elevado alguma vez alcançado.

A suportar os ganhos das bolsas estão algumas das empresas que apresentaram resultados recentemente. É o caso do Morgan Stanley, que reportou um lucro líquido de 1,8 mil milhões de dólares, acima das expectativas dos analistas, e está agora a valorizar perto de 1%, negociando acima dos 42 dólares por ação.

Destaque também para a IBM, que arrecadou receitas superiores a 19 mil milhões de dólares, também bastante acima do que o mercado esperava, e está agora a disparar quase 8%, para 134 dólares por ação.

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PCP quer nova meta do défice para gastar mais na floresta

  • Marta Santos Silva
  • 18 Outubro 2017

Após o que foi o "pior dia de incêndios do ano", uma moção de censura lançada e apoiada e uma proposta de Orçamento do Estado acabada de sair do forno, Costa enfrentou as perguntas dos deputados.

António Costa apresentou-se esta quarta-feira no Parlamento para mais um debate quinzenal que manteve o volume no máximo. Após os incêndios que vitimaram mais 42 pessoas desde domingo, a demissão da ministra da Administração Interna, aquilo que poderia ser lido como um ultimato do próprio Presidente da República e uma moção de censura lançada pelo CDS (e já apoiada parcialmente pelo PSD), Costa e o seu Governo estiveram debaixo de um escrutínio apertado. Releia aqui, intervenção a intervenção, o direto do debate quinzenal.

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Fundo de Resolução é Plano B se Novo Banco falhar emissão de 400 milhões para os rácios

O Novo Banco vai ter de emitir 400 milhões em títulos de dívida idênticos aos colocados pela CGD. Caso não consiga obtê-los no mercado, o Fundo de Resolução financia. Valor desconta à garantia.

O Novo Banco vai ter, como a Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve de fazer, de ir ao mercado colocar títulos de dívida altamente subordinada, de tal forma que conta para os rácios de capital. A obrigação, imposta pela Direção-Geral da Concorrência (DGComp), é a de emitir até 400 milhões de euros, tentativamente junto de investidores no mercado. Mas, se as taxas dispararem, o Fundo de Resolução garantiu já que toma firme a operação.

Até agora, o Novo Banco tinha apenas um requisito de CET1. Mas existe outro, o rácio de capital total, que o banco passou a ter de cumprir, sendo que para isso vai ter de ir ao mercado durante o próximo ano, apurou o ECO. Estas emissões de dívida Tier 2 têm, regra geral, custos elevados, tendo em conta o risco implícito. A CGD pagou 10,75%. Se os investidores exigirem um juro muito alto ao Novo Banco, há a alternativa: o Fundo de Resolução.

O banco liderado por António Ramalho terá de obter até 400 milhões de euros no mercado, mas o valor pode até ser superior. Certo é que estes 400 milhões estão garantidos pelo Fundo logo à partida, não se sabendo, no entanto, qual a taxa que o Novo Banco terá de pagar caso recorra a este Plano B.

Em troca desta garantia do Fundo, caso seja utilizado, o valor que for solicitado pelo Novo Banco sairá dos 3,89 mil milhões de euros que estão designados como garantia na operação de venda do banco ao Lone Star. O montante irá reduzir, assim, o valor que pode ser utilizado para cobertura das perdas dos ativos problemáticos que acompanham o Novo Banco.

Ao disponibilizar estes 400 milhões de euros, o Fundo de Resolução, ou seja, os bancos do sistema financeiro português, não só veem reduzido o montante elegível para cobertura de perdas potenciais, como conseguem uma remuneração pela garantia que prestam — já que o Novo Banco terá de pagar um juro. E o dinheiro é emprestado, ou seja, terá de ser ressarcido.

Crise severa abriu porta ao Estado

Além dos 400 milhões de euros para reforçar o rácio de capital total, para a capitalização do Novo Banco contribui também o facto de o Lone Star se ter comprometido a injetar já mil milhões de euros no banco. Se antes estava prevista a passagem de um cheque de 750 milhões pelos 75% do capital — o Estado tem os outros 25% — e 250 milhões em três anos, agora esta última parcela chega até ao final deste ano. Em caso de stress, há ainda o Estado.

“Apenas na medida em que surjam necessidades de capital em circunstâncias adversas graves que não possam ser resolvidas pela Lone Star ou por outros operadores de mercado, Portugal disponibilizará capital adicional limitado”, refere o comunicado da DGComp aquando da aprovação do plano de reestruturação, o último passo necessário para a venda agora concluída.

Esta medida representa uma inovação por parte das autoridades europeias, uma vez que à luz da nova regulamentação para o setor financeiro não existe margem para qualquer ajuda estatal — as regras vão no sentido do bail in, ou seja, serão os investidores e clientes dos bancos a suportar as perdas das instituições.

Só mesmo num caso extremo é que esta injeção deverá ser feita, não sendo publicamente referido qual o montante que pode ser aplicado pelo Estado no Novo Banco. Caso aconteça, será necessário apresentar um novo plano de negócios, bem como aplicados novos remédios pelas autoridades europeias (por exemplo, redução de balcões, diminuição do número de funcionários, entre outros).

Banco sólido. Sistema financeiro estabilizado

O Novo Banco, que demorou mais de três anos a ser vendido, deixando agora de ser um banco de transição, enfrentou vários obstáculos até chegar à assinatura do acordo com o Lone Star. Um desses obstáculos foi a oferta de troca de dívida sénior com a qual conseguiu obter uma almofada de capital de 500 milhões. O processo, chamado de LME (Liability Management Exercise), foi bem-sucedido. Foi mesmo o primeiro LME voluntário a nível europeu.

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, e Donald Quintin, senior managing director do Lone Star, na assinatura do contrato de venda do Novo Banco.Paula Nunes/ECO

A situação confortável de liquidez do banco liderado por António Ramalho foi uma das condições para o sucesso, mostrando aos investidores a solidez da instituição — contrariamente ao habitual, o Novo Banco ofereceu dinheiro em troca dos títulos de dívida. O outro fator determinante foi a combinação da oferta de dinheiro pela dívida com a proposta comercial de depósitos de elevada remuneração. Mais de 40% dos detentores da dívida eram pequenos investidores que adquiriram estas obrigações nos balcões.

"O setor bancário está hoje mais bem preparado para o desenvolvimento da economia portuguesa.”

Carlos Costa

Governador do Banco de Portugal

Ao superar este obstáculo, a venda avançou. E o governador do Banco de Portugal vê a conclusão deste processo como “um passo decisivo de estabilização do setor financeiro nacional”. Carlos Costa disse, na assinatura do acordo de venda, que esta “contribui para a melhoria da perceção interna e externa da banca”, o que vai ter um efeito positivo na economia portuguesa.

“O setor bancário está hoje mais bem preparado para o desenvolvimento da economia portuguesa”, salientou. “Através desta operação de venda e do processo de recapitalização (…), a posição de capital do Novo Banco melhorou significativamente”, disse Donald Quintin, senior managing director do Lone Star. “Hoje, o Novo Banco é uma instituição sólida e bem capitalizada”, acrescentou, salientando que estão “entusiasmados com o futuro da economia portuguesa e com o futuro do Novo Banco”.

Há um alinhamento entre o Banco de Portugal e o Lone Star, fundo que terá todo o interesse no bom desempenho da economia portuguesa. É que só passados três anos da compra poderá desinvestir no Novo Banco, conseguindo neste caso apenas a diferença entre o valor da compra e da venda — só ao final de oito anos poderá começar a retirar dividendos. No processo de valorização da instituição, não poderá alienar ativos a partes relacionadas, sendo que sempre que queira vender ou reestruturar ativos terá de ter o aval do Fundo de Resolução.

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Reclamações à Anacom sobem no semestre. Principal alvo: Meo

A Anacom recebeu 37.300 reclamações entre janeiro e junho, mais 17% do que no ano passado. A maioria centrou-se nas comunicações eletrónicas e a Meo foi a operadora mais reclamada, seguida pela Nos.

A Anacom recebeu 37.300 mil reclamações entre janeiro e junho, mais do que nos mesmos seis meses do ano passado. A maioria foi relativa a comunicações eletrónicas e a Meo foi o principal alvo das queixas. A operadora da Altice foi seguida de perto pela Nos que, ainda assim, conseguiu ser a única a reduzir a taxa de reclamações no semestre, em termos homólogos.

No relatório semestral das reclamações, publicado esta quarta-feira pelo regulador das comunicações, a Anacom informa que as 37.300 queixas no primeiro semestre deste ano representaram uma subida de 17% em relação ao mesmo período de 2016. Além disso, a entidade nota que, do total, 30.500 queixas diziam respeito a comunicações eletrónicas, um aumento de 13,5%.

Ora, neste campo, a Meo foi a operadora mais reclamada, de acordo com a Anacom — alvo de 38,5% das reclamações. Na lista segue-se a Nos com 36,2% das queixas. No terceiro lugar ficou a Vodafone, com 19,6% das reclamações e, de seguida, a Nowo, com 4,2%, lê-se no documento. “Entre os prestadores de maior dimensão, a Nos foi o único prestador que viu a sua taxa de reclamações diminuir face ao semestre homólogo”, escreve a entidade liderada por João Cadete de Matos.

Vendas e cancelamentos na base das queixas

A Anacom detalha ainda quais os principais motivos das queixas. Desde logo, os consumidores apresentaram reclamações, na maioria dos casos, por problemas com a “venda do serviço” e o “cancelamento” do mesmo. As reclamações por “alterações das condições contratuais pelo operador” foram as que mais aumentaram no período, subindo 58,5%, representando 7,3% do total de queixas. De notar que este relatório ainda não abrange o período das medidas corretivas impostas pela Anacom às operadoras este verão, devido aos aumentos irregulares de preços realizados no final do ano passado.

Mais: “Os serviços em pacote foram a oferta mais reclamada no primeiro trimestre do ano, representando 28,4% das reclamações, seguindo-se o serviço telefónico móvel, com 24,9%”, continua o regulador. Além do maior volume de reclamações, os pacotes registavam também a maior taxa: 2,4 reclamações por cada mil clientes. “A Nowo e a Nos registaram taxas de reclamações superiores à media no período em análise, 6,1 e três reclamações por mil clientes, respetivamente, seguindo-se a Meo, com 1,9 reclamações e a Vodafone, com 1,4 reclamações”, lê-se no resumo do documento.

Reclamações contra os correios subiram 26,5%

Em último lugar estão as reclamações sobre serviços postais, que foram 5.435 nos seis primeiros meses de 2017. Representou 14,6% do total e um aumento homólogo de 26,5%. Os CTT registaram quase a totalidade das queixas — os Correios foram alvo de 92% das reclamações, enquanto os CTT Expresso acumularam 4,5%. A maioria das queixas disse respeito a “problemas na distribuição de envios postais” e os assuntos mais reclamados foram o atendimento, o extravio ou atraso significativo na entrega e a falta de tentativa de entrega ao destinatário.

A Anacom termina dizendo que “as reclamações sobre os serviços da sociedade da informação”, como “subscrição de serviços ou conteúdos digitais pela internet” têm registado “um aumento muito expressivo” no número de reclamações, embora representem apenas 3% do total. Já o serviço de Televisão Digital Terrestre (TDT) foi alvo de 201 reclamações entre janeiro e junho.

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Porto de Leixões continua a crescer em número de passageiros

Até setembro, o Porto de Leixões atingiu os 83.120 passageiros, um crescimento de 42% face a igual período do ano anterior. A meta dos 100 mil passageiros deve ser atingida até ao fim do ano.

O ano de 2017 deverá ser o melhor ano de sempre do Porto de Leixões. A senda de crescimento está para ficar, quer em número de passageiros, quer em número de escalas de navios de cruzeiros. Segundo os dados referentes aos primeiros nove meses do ano, o número de passageiros terá crescido 42%. Já o número de escalas de navios registou um aumento de 22%.

Em comunicado, o Porto de Leixões (APDL) refere que “até setembro foram contabilizados 83.120 passageiros e 83 escalas, contra os 58.449 passageiros e 68 escalas contabilizadas em igual período de 2016, fazendo de 2017 o melhor ano de sempre para atividade em Leixões“.

O mercado do Reino Unido continua a ser o maior contribuinte de origem dos passageiros que visitam o Porto e o Norte através de Leixões, logo seguido pelo mercado alemão e pelo norte-americano.

Ainda segundo o comunicado, o porto de Leixões registou “nove escalas inaugurais, estando ainda previstas mais três escalas inaugurais até ao final do ano”.

O Porto de Leixões adianta ainda que “até ao final do ano são esperados mais 17 escalas de navios de cruzeiro e mais cerca de 17.000 passageiros, perfazendo um total de 100 escalas e cerca de 100.000 passageiros”.

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Altice fala em “pressão sem precedentes” dos concorrentes

Altice diz estar "totalmente disponível para colaborar construtivamente" com a Autoridade da Concorrência, afim de ver a compra da TVI ser aprovada pelo regulador.

A Altice já reagiu à falta de decisão da ERC que fez o dossiê da compra da Media Capital avançar para a fase final, a da avaliação da Autoridade da Concorrência (AdC). Num longo comunicado, a dona da Meo diz estar “totalmente disponível para colaborar construtivamente com a AdC de forma a levar o procedimento regulatório relativo à Media Capital a uma conclusão positiva”. Tece também duras críticas aos concorrentes, acusando-os de utilizarem “os seus próprios meios de comunicação para veicular os seus próprios interesses”.

“Tomámos nota da pressão sem precedentes que impendeu sobre os reguladores nas últimas semanas, por parte de concorrentes, que utilizaram os seus próprios meios de comunicação para veicular os seus próprios interesses. O enquadramento regulatório português e europeu é bastante claro e este caso deverá ser analisado apenas com base nos factos e no mérito. Neste contexto, a AdC é quem melhor se posiciona para analisar esta transação na sua totalidade e determinar se, e que, condições serão necessárias”, considera a Altice.

Posto isto, o grupo de Patrick Drahi garante estar “totalmente disponível para colaborar construtivamente com a AdC” para que o negócio receba luz verde por parte este último regulador. A compra da Media Capital pela Altice é uma integração vertical, através da qual a operadora Meo, líder em quota de mercado, passa a deter o maior grupo de media português, que inclui ativos como a TVI, a rádio Comercial e a produtora Plural. A operação está avaliada em 440 milhões de euros.

A declaração da Altice surge menos de um dia depois da ERC ter finalmente emitido um parecer sobre este dossiê. A falta de consenso no regulador português dos media, em que dois dos membros estariam contra o negócio e um seria a favor, levou a que o negócio tramitasse para a AdC por deferimento tácito — isto é, incapacidade da ERC de decidir que sentido dar ao parecer final. A posição da ERC era aguardada com grande expectativa, na medida em que a entidade tinha nas mãos o poder vinculativo de chumbar o negócio nos termos em que é proposto. Na base desta incapacidade esteve a fragilidade do conselho regulador, que está reduzido a três de cinco unidades, o que obriga à unanimidade na tomada destas decisões. Sem ela, o negócio deu mais um passo.

Tomámos nota da pressão sem precedentes que impendeu sobre os reguladores nas últimas semanas, por parte de concorrentes, que utilizaram os seus próprios meios de comunicação para veicular os seus próprios interesses.

Altice

em comunicado

Uma aquisição “altamente benéfica” para o país

A Altice agarra ainda em todas as armas e lança oito argumentos que, garante, fazem com que esta operação seja “altamente benéfica para Portugal, para a cultura portuguesa” e “para a economia”. Primeiro, porque “trará investimento direto para Portugal” e, depois, porque “promoverá o progresso na agenda digital” do país.

O grupo diz ainda que a compra “tornará os conteúdos mais acessíveis para todos os portugueses”, “fortalecerá a criação de conteúdos locais portugueses”, “exportará conteúdos portugueses originais para mercados internacionais”, “garantirá um ambiente justo e competitivo no setor dos media em Portugal” e, por fim, “protegerá valores portugueses fundamentais” do “pluralismo dos media, liberdade de expressão e liberdade editorial”.

Assim, a Altice conclui: “Portugal possui um enquadramento regulatório claro e reguladores experientes, que dispõem das ferramentas necessárias para implementar e fazer cumprir as suas decisões. A Altice encontra-se plenamente confiante de que a AdC irá analisar a transação de forma objetiva, de acordo com as já bem consolidadas leis portuguesas e europeias.”

A aquisição da Media Capital pela Meo/Altice tem sido alvo de críticas oriundas de vários quadrantes. No setor das telecomunicações, a Vodafone e a Nos expressaram-se contra o negócio. Do lado dos media, foi da principal concorrente da Media Capital, a Impresa (dona da SIC), que o negócio tem merecido mais oposição. Em causa, preocupações de que a Altice possa bloquear o acesso a conteúdos, como a TVI24, bem como questões levantadas ao nível da concentração e do pluralismo. Antes da ERC, a Anacom recomendou no seu parecer que o negócio não seja aprovado nos termos em que foi proposto.

(Notícia atualizada às 13h06 com mais informações)

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Empresas reduzem exposição ao financiamento da banca

Dados do Banco de Portugal mostram que, no segundo trimestre, as empresas melhoraram a sua autonomia financeira no segundo trimestre e conseguiram melhores condições de acesso ao crédito.

As empresas portuguesas denotam estar a conseguir tornar-se menos dependentes do financiamento de terceiros após as sérias dificuldades em que mergulharam durante a crise financeira. Dados divulgados pelo Banco de Portugal, nesta quarta-feira, indicam que as empresas nacionais se tornaram mais autónomas financeiramente no segundo trimestre do ano, conseguindo ao mesmo tempo melhores condições no acesso ao financiamento da banca.

As estatísticas trimestrais da Central de Balanços da entidade liderada por Carlos Costa revelam que a autonomia financeira do setor empresarial — ou seja, o rácio entre o capital próprio e o total do ativo — se fixou em 36% no segundo trimestre deste ano. Ou seja, 0,4% abaixo do que se verificava no final do ano passado.

Simultaneamente, a dependência das empresas relativamente ao financiamento da banca reduziu-se no mesmo período. De acordo com os dados do Banco de Portugal, no segundo trimestre deste ano, o peso dos financiamentos obtidos no total do ativo fixou-se nos 36,4%, abaixo tanto dos 36,7% que se verificava no primeiro trimestre deste ano e dos 37,8% registados no final de 2016.

Estrutura do financiamento das empresas

Fonte: Banco de Portugal | Em percentagem do total do ativo18 outubro, 2017

Para além de conseguirem reduzir a sua dependência do financiamento, as empresas também viram baixar o custo do acesso ao crédito. “O custo do financiamento das empresas não financeiras (juros suportados / financiamentos obtidos) foi de 3,2% no segundo trimestre de 2017, valor inferior aos registados no trimestre homólogo (3,5%) e no final de 2016 (3,4%), refere o Banco de Portugal em comunicado.

A redução da dependência do financiamento da banca acontece num contexto de menor procura pelas empresas, mas em que os bancos também só disponibilizam crédito àquelas que ofereçam as melhores garantias. Os dados mais recentes do Banco de Portugal indicam que nos primeiros oito meses deste ano, os bancos disponibilizaram um total de 18,5 mil milhões de euros em crédito para as empresas. Ou seja, o valor mais baixo do histórico da entidade liderada por Carlos costa que remonta ao início de 2003.

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Passos Coelho: “Sinto vergonha pelo que se passou no país nestes meses”

  • Margarida Peixoto
  • 18 Outubro 2017

Pedro Passo Coelho criticou duramente o primeiro-ministro, defendendo que nunca pensou que houvesse um Governo que se comportasse desta maneira. "Não merece uma segunda oportunidade", disse.

Pedro Passos Coelho criticou duramente o primeiro-ministro António Costa, dizendo que sente “vergonha pelo que se passou no país nestes últimos meses.” O ainda líder do PSD defendeu que o que se passou, a tragédia provocada pelos incêndios deste ano, “implica um pedido de desculpa” e que o Executivo “não merece uma segunda oportunidade”.

Há uma “clara responsabilidade do primeiro-ministro nesta situação”, defendeu Passos Coelho, frisando que António Costa “toma decisões quando elas se impõem por si próprias, porque não há outra coisa a fazer.”

Em declarações transmitidas pela RTP3, o presidente do PSD reconheceu a “forma heroica como as pessoas se comportaram, que sabiam que não podiam contar com a ajuda de mais ninguém, nem do Estado, para se salvarem” e isso “implica um pedido de desculpa, de perdão do Estado, independentemente da responsabilidade direta” de cada governante.

“Sairei da liderança do PSD, não é por isso que digo isto: sinto vergonha pelo que se passou no país nestes meses. Nunca pensei que houvesse um Governo que se comportasse desta maneira, nestes termos. O que interessa não é salvar a pele do Governo. Este Governo não merece uma segunda oportunidade porque deitou fora todas as oportunidades que tinha,” disse o ainda presidente do PSD.

Passos continuou num tom duro: “O Estado falhou clamorosamente.” E ainda se referiu ao discurso do Presidente da República desta terça-feira, notando que até Marcelo “sentiu que [a morte de mais de 100 pessoas nos incêndios] era uma perda que pesava no seu mandato porque é Presidente da República e representa o seu país.”

Sobre o momento da saída da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, Passos argumentou que o primeiro-ministro se demitiu das suas responsabilidades ao permitir que a saída acontecesse quando a própria ministra diz que “já ninguém a convence a ficar.” E acusou: “Enquanto a ministra recebesse as críticas, elas não eram dirigidas ao primeiro-ministro, o que mostra todo o caráter.”

O primeiro-ministro não tem nenhumas condições para inspirar confiança ao país.

Pedro Passos Coelho

Presidente do PSD

E quase pediu a demissão de António Costa: “Acho que o primeiro-ministro não tem nenhumas condições para inspirar confiança ao país. Sinto vergonha pelo que se passa, o país não merecia ter um Governo que se comportasse desta maneira.”

A rematar, Pedro Passos Coelho acusou ainda o Governo e o Bloco de Esquerda de terem “um negócio feito para dizer que o problema da floresta é um problema de eucaliptos.”

(Notícia em atualização)

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Sérgio Monteiro: “Ainda não fui contactado” sobre a Operação Marquês

Sérgio Monteiro foi 'apanhado' num dos casos que foram extraídos do processo Marquês. À margem da venda formal do Novo Banco, o ex-governante afirmou estar "completamente tranquilo".

Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, diz estar “completamente tranquilo” pelo seu nome constar numa das 15 certidões extraídas do Processo Marquês. E diz, em declarações ao ECO à margem da assinatura do acordo de venda do Novo Banco ao Lone Star, que ainda não foi contactado.

“Quem está em funções públicas tem de estar sempre preparado para o escrutínio público. Estou completamente tranquilo”, salientou Sérgio Monteiro quando confrontado com as suspeitas de corrupção quanto à forma como foi negociado o acordo de compensação que o Estado português assinou com o consórcio que venceu o troço do TGV Poceirão-Caia. E acrescentou que “ainda não fui contactado”.

De acordo com o Observador e o Público, em causa está a parceria Elos, que envolve uma empresa do grupo Lena e outra do grupo Odebrecht, o Banco de Investimento da Caixa Geral de Depósitos e o CaixaBI, banco que representava à data.

Quem está em funções públicas tem de estar sempre preparado para o escrutínio público. Estou completamente tranquilo.

Sérgio Monteiro

Ex-secretário de Estado das Infraestruturas do Governo de Passos Coelho

Posteriormente, Sérgio Monteiro foi para o Governo e geriu o acordo de compensação devido no contrato depois do cancelamento do projeto do TGV, uma decisão do Governo de Passos Coelho. Monteiro é, atualmente, consultor externo do Banco de Portugal, tendo estado encarregue de montar o processo de venda do Novo Banco que agora ficou concluído.

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