Remodelação de “amiga e colega” Margarida Marques não foi punição

  • Lusa
  • 18 Julho 2017

Santos Silva diz que remodelação de "amiga e colega" Margarida Marques não foi punição. Nem teve a ver com atrasos na transposição das diretivas", esclareceu o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que a “remodelação” da sua “colega e amiga” Margarida Marques, anterior secretária de Estado dos Assuntos Europeus, “não significa nenhuma punição” e “muito menos pelos atrasos na transposição das diretivas”.

“A remodelação não significa nenhuma punição, seja pelo tema A ou B, muito menos pelo tema relativo aos atrasos na transposição das diretivas, que são da responsabilidade do Governo no seu conjunto e não da responsabilidade de um ministro ou de um secretário de Estado”, disse o ministro, em resposta ao PSD, numa audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

Santos Silva foi chamado ao parlamento pelos sociais-democratas para responder sobre os atrasos na transposição de diretivas comunitárias para a legislação nacional, uma das razões que foi apontada para a exoneração, na semana passada, de Margarida Marques, que a própria classificou como “surpreendente”.

Margarida Marques foi uma das secretárias de Estado afetadas com a remodelação no Governo, mas garantiu que foi apanhada de surpresa com a decisão do ministro dos Negócios Estrangeiros, visto que não pediu para sair.

“Como dizia o meu ministro há dias, somos todos precários no Governo. Concluo que o primeiro-ministro entendeu que eu já não era necessária no Governo”, esclareceu ao Público na semana passada.

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Medina desvaloriza investigação pelo Ministério Público

  • Lusa
  • 18 Julho 2017

Presidente da autarquia lisboeta considera normal o processo de investigação de obras na capital pelo Ministério Público. Fernando Medina critica, ainda assim, a "judicialização da política".

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, considerou normal o processo de investigação de obras da autarquia pelo Ministério Público e criticou a “judicialização da política” em ano de autárquicas.

A PGR informou que, após queixa dos vereadores do PSD e do CDS-PP na Câmara de Lisboa, “existe um inquérito a correr no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa, o qual teve origem numa participação recebida no último trimestre de 2016”, relativo ao concurso lançado pela autarquia para requalificação da Segunda Circular, anulado por alegado conflito de interesses.

“Naturalmente, dentro da lei, o Ministério Público tem de avaliar, tem de averiguar, tem de investigar, e nós, dentro da nossa obrigação enquanto entidade pública, prestamos todos os esclarecimentos sobre esta matéria”, afirmou esta terça-feira o presidente da câmara.

É normal que o Ministério Público faça as suas investigações, é normal e exigível que toda a gente colabore com as investigações. É normal. O que seria desejável, noutro contexto, seria que tivéssemos uma oposição que fizesse uma oposição na cidade com ideias políticas e sem judicializar a política, mas isso são as escolhas de outros partidos”, acrescentou, salientando não poder confirmar nenhuma investigação a decorrer relativa a assuntos específicos.

"Naturalmente, dentro da lei, o Ministério Público tem de avaliar, tem de averiguar, tem de investigar, e nós, dentro da nossa obrigação enquanto entidade pública, prestamos todos os esclarecimentos sobre esta matéria.”

Fernando Medina

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Segundo o jornal Público, o DIAP está a investigar também outras obras realizadas durante os mandatos de António Costa e de Fernando Medina, nomeadamente a construção da torre de Picoas e a ampliação do Hospital da Luz, e a Associação de Turismo de Lisboa.

Medina afirmou não poder indicar quantas e quais as investigações em causa e criticou “a atitude de bota abaixo da oposição”, realçando que “o PSD e o CDS-PP decidem enviar uma queixa ao Ministério Público” sobre “qualquer questão que há na cidade”.

“Foi assim sobre as obras da Avenida Fontes Pereira de Melo, sobre licenciamentos de águas, foi assim sobre as obras na 2.ª Circular quando não se realizaram, quando antes tinham criticado por elas se irem realizar. O que eu gostaria é que não tivéssemos uma campanha para as autárquicas baseada ‘no bota abaixo’ e nos casos. Mas quanto a isso não posso fazer nada”, salientou.

Em setembro do ano passado, a Câmara de Lisboa anulou o concurso da Segunda Circular e abriu um inquérito para averiguar eventuais conflitos de interesses, detetados pelo júri do procedimento, por parte de um projetista que também comercializa a mistura betuminosa que iria ser usada no piso.

Entretanto, a auditoria interna – agora concluída – admitiu que o projetista poderá ter prejudicado as empresas concorrentes devido à forma como prestou esclarecimentos, tendo sempre como referência esse produto que comercializa.

Esta conclusão levou o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), a pedir ao Ministério Público para analisar o concurso da Segunda Circular. O anúncio foi feito à Lusa na quinta-feira passada pelo vereador das Finanças, João Paulo Saraiva.

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Sauditas dão gás aos preços do petróleo

Barril de ouro negro continua abaixo dos 50 dólares com produção da Líbia que a Arábia Saudita tenta rebater. Sauditas ponderam reduzir exportações para impulsionar preços. E já está a fazê-lo.

O preço do barril de petróleo está a acelerar para máximos de duas semanas depois das notícias de que a Arábia Saudita está a considerar mais cortes nas exportações do ouro negro.

Tanto o contrato Brent, negociado em Londres, como o contrato WTI, avançam mais de 1% esta terça-feira. O contrato europeu valoriza 1,38% para 49,09 dólares, mantendo-se, ainda assim, abaixo da fasquia psicológica dos 50 dólares. Também o contrato americano avança 1,3% para 46,62 dólares.

Esta aceleração das cotações surge depois de a consultora Petroleum Policy Intelligence ter dito que a Arábia Saudita avalia um corte adicional nas exportações de petróleo em cerca de um milhão de barris por dia, perante os sinais de que o corte na produção promovido pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não está a surtir os efeitos desejados na redução do excesso desta mercadoria nos mercados.

Petróleo em máximos de duas semanas

Fonte: Bloomberg (valores em dólares)

“Pensamos que eles [Arábia Saudita] estão a olhar para outras possibilidades para acelerar o reequilíbrio no mercado”, salientou Bill Farren-Price, fundador daquele instituto, à agência Bloomberg. O relatório desta consultora cita “players chave dentro e fora da OPEP” para antecipar o comportamento saudita.

A Líbia, que está excluída do acordo entre o cartel petrolífero e outros exportadores de ouro negro, está a aumentar a sua produção, absorvendo parte do impacto dos cortes de produção na oferta global. Por esta razão, os preços do petróleo têm-se mantido abaixo dos 50 dólares por barril, com os responsáveis sauditas a ponderarem agora uma redução das vendas ao exterior.

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A alínea que pode obrigar o SIRESP a indemnizar o Estado

Existe uma alínea no contrato entre o Estado e os privados que pode obrigar o SIRESP a pagar uma indemnização. Em causa estão as redundâncias da rede e a escolha da localização das instalações.

É uma exceção à exceção. O polémico artigo 17 do contrato firmado entre o Estado e o SIRESP abre uma exceção ao cumprimento das obrigações contratuais em casos de Força Maior. Mas a alínea 17.4 abre uma nova exceção: caso se determine que as redundâncias do SIRESP falharam ou que a escolha das localizações das instalações não tenha maximizado a segurança em caso de catástrofe ou calamidade, então o Estado pode responsabilizar a operadora, mesmo se se verificar um caso de Força Maior que protege a empresa no contrato.

Assim, tudo dependerá das conclusões que forem retiradas das investigações em curso ao incêndio de Pedrógão Grande. Se se provar que as redundâncias do SIRESP falharam, os privados poderão ter de responder perante o Estado dado o incumprimento do contrato. Além disso, poderá haver também uma avaliação à escolha das localizações das instalações.

Exceptua-se do disposto nos Números anteriores os casos que determinem a indisponibilidade do Sistema em violação das obrigações emergentes do Contrato relativas às redundâncias do SIRESP e da exigência de escolha de localizações que maximizem a segurança das instalações em caso de catástrofe ou calamidade pública.

Contrato relativo à concepção, projecto, fornecimento, montagem, construção, gestão e manutenção do SIRESP

Ponto 17.4, dentro do artigo 17 - Força Maior

Este é um “caminho plausível” para o Estado, considera o advogado Pedro Melo, da PLMJ, ao ECO. Reconhecendo que o artigo relativo à Força Maior é uma “questão juridicamente intrincada”, Pedro Melo afirma que se o Estado quiser responsabilizar o SIRESP “faz sentido analisar com cuidado todo o contrato e este [alínea 17.4] é certamente um caminho”. O Estado pode optar pela “demonstração de que houve falhas técnicas, designadamente relacionadas com a redundância”. Contudo, o advogado alerta que o Estado terá de provar esse incumprimento do SIRESP e, por isso, “provavelmente” terá de requerer uma perícia técnica no tribunal arbitral. Pedro Melo refere que não bastarão as conclusões da comissão técnica ou das auditorias pedidas.

A mesma interpretação tem o advogado especialista em direito público, António Magalhães Menezes: “Este número [17.4] específico exceciona do âmbito da cláusula de força maior as situações em que o incumprimento contratual se deve à violação de obrigações assumidas pela Operadora do SIRESP”. Ao ECO, o advogado da CMS Rui Pena & Arnaut considera que “tudo dependerá das causas das alegadas falhas e, portanto, das conclusões dos relatórios e investigações em curso”. António Magalhães Menezes refere ainda que as cláusulas de Força Maior “são comuns nos contratos de PPP’s, sobretudo nos contratos que envolvam uma componente de obras públicas”.

Esta possibilidade de indemnização passou a colocar-se quando o Ministério da Administração Interna revelou que recorreu à Linklaters para esclarecer exatamente a interpretação do artigo 17. Na semana passada, o Ministério liderado por Constança Urbano de Sousa anunciou esse pedido: “Tendo surgido dúvidas sobre a interpretação de uma cláusula do Contrato SIRESP, o Ministério da Administração Interna decidiu solicitar à referida sociedade de advogados [Linklaters] uma análise sobre a mencionada cláusula, que permita ter um quadro mais completo de avaliação da respetiva aplicação”. A Linklaters, recorde-se, foi a sociedade contratada pelo BPI em 2003 para assessorar o banco, e o Estado, no contrato do SIRESP.

Inicialmente, a interpretação que havia era que a cláusula de força maior ilibaria por completo o SIRESP de qualquer responsabilidade na tragédia de Pedrógão Grande. O enquadramento do contrato, no entanto, não é preto no branco. A alínea 17.4 cria uma exceção e abre a porta para o Estado ganhar mais argumentos para poder pedir uma indemnização aos privados. No contrato existem ainda mais de 40 anexos: o anexo 29 refere-se ao “Procedimento de aferição das deduções por Falhas de Disponibilidade e por Falhas de Desempenho”, um documento técnico que estabelece parâmetros para avaliar o desempenho e a disponibilidade do SIRESP e que poderá ser crucial também para este processo.

Esta segunda-feira, o primeiro-ministro criticou o uso de cabos aéreos, mas não é claro que António Costa se referia à escolha de localização prevista na alínea 17.4. “É de senso comum que numa zona de grande densidade florestal, onde há elevado risco de incêndio, o sistema de comunicações de uma determinada companhia, que não vou dizer o nome para não me criticarem, assentar em cabos aéreos, e nessa rede circular não só a comunicação normal como as comunicações de emergência, expõe a rede a uma fragilidade inadmissível”, afirmou o primeiro-ministro, referindo-se à exploração feita pela PT, detida pela multinacional Altice. “Temos de obrigar quem explora essa rede de emergência a cumprir as suas obrigações em pleno”, disse ainda, referindo-se às falhas identificadas na rede SIRESP.

Existem várias conclusões relacionadas com as alegadas falhas. No relatório que produziu após a catástrofe, o SIRESP assegurava que “não houve interrupção no funcionamento da rede SIRESP, nem houve nenhuma Estação Base que tenha ficado fora de serviço em sequência do incêndio”. “Mesmo em situações extremas como a que se verificou em Pedrógão Grande, fica demonstrado que a Rede SIRESP funcionou de acordo com a arquitetura que foi desenhada para esta Rede“, lia-se no relatório.

O próprio contrato prevê no ponto 17.5 que, caso “fique impossibilitada de cumprir uma obrigação contratual em consequência de caso de Força Maior”, a operadora deve “dar conhecimento imediato por escrito à Entidade Gestora [o Estado] especificando as obrigações não cumpridas e a causa desse incumprimento”. Caso não o faça, pode não ser exonerada do cumprimento dessas obrigações. Contactado pelo ECO, o Ministério da Administração Interna não esclareceu se esta notificação foi feita, referindo que “não se pronuncia sobre o contrato SIRESP” e que “aguarda a auditoria determinada à IGAI”.

Quando fique impossibilitada de cumprir uma obrigação contratual em consequência de caso de força maior, a Operadora deverá dar conhecimento imediato por escrito desse facto à Entidade Gestora especificando as obrigações não cumpridas e a causa desse incumprimento, sob pena de não ficar exonerada do cumprimento dessas obrigações.

Contrato relativo à concepção, projecto, fornecimento, montagem, construção, gestão e manutenção do SIRESP

Ponto 17.5 do artigo 17 - Força Maior

Contudo, a “fita do tempo” da Proteção Civil mostrava dez falhas críticas durante as primeiras 48 horas do incêndio de Pedrógão Grande. Anteriormente, numa resposta enviada ao primeiro-ministro, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) assumia falhas na rede SIRESP, entre sábado e terça-feira, no teatro de operações de combate ao incêndio de Pedrógão Grande, mas alegava que foram supridas por “comunicações de redundância”.

Tendo em conta as conclusões contraditórias, a ministra da Administração Interna pediu à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) para fazer uma auditoria ao cumprimento, por parte da Secretaria-Geral da Administração Interna, enquanto entidade gestora do SIRESP, das obrigações legal e contratualmente estabelecidas, designadamente ao nível da gestão, manutenção e fiscalização.

A ministra determinou ainda a realização “de um estudo independente sobre o funcionamento do SIRESP em geral, e em situações de acidente grave ou catástrofe, em particular”, pelo Instituto de Telecomunicações (IT).

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CDS retira apoio a André Ventura. PSD respeita, mas lamenta

O polémico candidato do PSD/CDS a Loures deixou de ter o apoio dos centristas. Até ao momento, André Ventura continua a ser apoiado pelo PSD e pelo Partido Popular Monárquico (PPM).

O CDS anunciou esta terça-feira que retirou o apoio a André Ventura, o candidato ainda apoiado pelo PSD, no seguimento das mais recentes declarações polémicas sobre a comunidade cigana em Loures. As eleições autárquicas estão marcadas para dia 1 de outubro. Depois da entrevista ao jornal i esta segunda-feira, o candidato a Loures recebeu críticas, nomeadamente de vozes do CDS como o vogal da comissão política, Francisco Mendes da Silva.

“No seguimento das recentes declarações do candidato à Câmara Municipal de Loures, Dr. André Ventura, e depois de o CDS ter manifestado no seio da coligação o seu profundo incómodo com as referidas afirmações, decidiu o CDS seguir um caminho próprio no Concelho de Loures nestas eleições autárquicas de 2017“, anunciou o líder distrital de Lisboa, João Gonçalves Pereira, em comunicado. Ao ECO, o dirigente do CDS confirmou que o partido terá um candidato próprio.

Em reação à decisão do CDS, a distrital de Lisboa do PSD decidiu manter o apoio a André Ventura. “Acho que CDS não se sente confortável a 100%, temos de respeitar. Está no seu direito legítimo”, afirmou Pedro Pinto ao Público. À Lusa, fonte oficial do PSD afirmou que o partido “mantém o apoio ao candidato”, lamentando que o CDS não faça o mesmo.

A polémica começou numa entrevista cedida ao Notícias ao Minuto onde o candidato de coligação, até a este momento, dizia que havia “excessiva tolerância com alguns grupos e minorias étnicas”. “Não compreendo que haja pessoas à espera de reabilitação nas suas habitações, quando algumas famílias, por serem de etnia cigana, têm sempre a casa arranjada”, acrescentou. Dias depois, André Ventura afirmava, em entrevista ao jornal i, que havia pessoas a viver “quase exclusivamente de subsídios do Estado” e que se acham “acima das regras do Estado de direito”, referindo-se à etnia cigana.

As declarações levaram o Bloco de Esquerda a fazer uma queixa à Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial contra o candidato agora apoiado apenas pelo PSD/PPM.

Francisco Mendes da Silva, vogal da comissão política nacional do CDS, tinha reagido esta segunda-feira às declarações do candidato do seu partido a Loures. “Não há praticamente nada que André Ventura diga que eu não considere profundamente errado, ligeiro, fruto da ignorância e de um populismo que tanto pode ser gratuito, telegénico ou eleitoralista”, considerou, referindo que não se importava que Ventura perdesse. “Se perder, tudo bem: que nem mais um dia o meu partido fique associado a tão lamentável personagem”, concluiu, na sua página de Facebook.

Também a candidata do PSD à Câmara Municipal de Lisboa criticou André Ventura, ainda que a concelhia de Loures do PSD tenha mantido o apoio ao candidato. “Repudiamos as declarações proferidas pelo candidato à Câmara de Loures respeitantes à comunidade cigana”, afirmou Teresa Leal Coelho, em comunicado, esta segunda-feira. “Não nos revemos nem em pensamento, nem em discurso de natureza discriminatória“, considerou a candidata social-democrata à capital.

Segundo o Público, o líder da concelhia de Loures do PSD, Ricardo Andrade, garantiu esta segunda-feira que André Ventura continuará a ser o candidato social-democrata ao concelho. Ricardo Andrade afirmou que para a candidatura “ninguém tem menos direitos” e todos têm “as mesmas responsabilidades”, referindo que em Loures há problemas no cumprimento de leis. O líder da concelhia rejeitou que Ventura tivesse associado o incumprimento da lei a uma etnia específica, neste caso, a etnia cigana.

(Atualização às 15h47)

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Resultados mornos tramam Wall Street

As bolsas americanas arrancaram a sessão em baixa, condicionadas por resultados mornos. O chumbo pelo Senado do programa de saúde da administração de Donald Trump também pesa.

As ações norte-americanas arrancaram a sessão em queda ligeira, com os principais índices a serem penalizados pelas reticencias em relação aos resultados empresariais, mas também pelos receios em torno da capacidade da administração de Donald Trump conseguir dar seguimento à sua política favoráveis ao crescimento.

O S&P 500 abriu a recuar 0,15%, para os 2.455,13 pontos, enquanto o industrial Dow Jones arrancou a perder 0,18%, para os 21.584,94 pontos. No mesmo sentido seguiu também o Nasdaq, com o índice tecnológico a desvalorizar 0,15%, para os 6.304,813 pontos, na abertura.

Esta quebra de fôlego das ações norte-americanas acontece numa ocasião em que os investidores mostram alguns receios em relação à atual época de apresentação de resultados que segue um primeiro trimestre positivo, apesar das boas surpresas por parte do Bank of America e o Goldman Sachs que apresentaram contas antes da abertura do mercado.

Os analistas estimam que os resultados do segundo trimestre para as empresas do S&P 500 tenham aumentado 8,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Números que serão divulgados depois de os lucros registados no primeiro trimestre terem sido os melhores desde 2011, de acordo com dados da Thomson Reuters.

Os resultados empresariais serão acompanhados de perto pelos analistas que procuram perceber se as elevadas avaliações se justificam num contexto de baixa inflação e em que os dados sobre o comportamento da economia têm-se revelado mistos.

O S&P 500 tem negociado a cerca de 18 vezes as estimativas de resultados para os próximos 12 meses, o que compara com uma média de longo prazo de 15 vezes.

O arranque da sessão bolsista norte-americana está a ser marcado pelo chumbo no Senado do programa de saúde da administração de Donald Trump na passada segunda-feira ao final do dia. Este chumbo coloca dúvidas sobre a capacidade de Donald Trump conseguir dar seguimento às suas políticas económicas favoráveis ao crescimento.

“O sentimento dos investidores é pessimista esta manhã”, afirmou Naeem Aslam, responsável da análise de mercados da Think Markets UK, citado pela Reuters. “O fiasco do projeto de lei da saúde, significa que as reformas de impostos ou o designado programa de gastos em infraestruturas estão em perigo”, acrescentou o mesmo responsável.

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Bruxelas analisa pedido português ao Fundo de Solidariedade

  • Marta Santos Silva
  • 18 Julho 2017

Se o Fundo não chegar, a Comissão está aberta a outras hipóteses, disse ainda a comissária europeia para a Política Regional Corina Cretu.

A Comissão Europeia já está a analisar o pedido português ao Fundo Europeu de Solidariedade. A comissária europeia para a Política Regional, Corina Cretu, disse esta terça-feira que o pedido foi recebido e está a ser estudado, mas não avançou para já valores, assinalando no entanto que existem soluções caso o Fundo de Solidariedade não seja suficiente.

“Ontem [segunda-feira] recebemos a candidatura de Portugal para o Fundo de Solidariedade, por isso começámos hoje a analisá-lo”, afirmou Corina Cretu em esclarecimentos aos jornalistas. “Vamos ter de ver quais são os custos incluídos e se são tecnicamente elegíveis”, acrescentou.

A comissária disse ainda que Bruxelas está “em contacto próximo com as autoridades portuguesas”, com equipas no terreno, para que haja “ajuda quanto antes”. Sublinhou que, “se este fundo de solidariedade não chegar, estou aberta, e já o disse às autoridades europeias, a alterar rapidamente programas se for necessário”. Pedro Marques, ministro do Planeamento e Infraestruturas, também já disse que a opção de alterar programas operacionais está a ser equacionada.

Corina Cretu deixou também uma palavra de agradecimento aos bombeiros, “que estão atualmente a combater os fogos em Portugal e também no Sul de França, um exemplo de coragem para todos”.

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Mão-de-obra “desperdiçada” em Portugal superava 19% em 2015

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 18 Julho 2017

Entre desempregados, situações involuntárias de trabalho a tempo parcial e alguns grupos de inativos, Portugal contava com uma taxa de 19,1% em 2015. É o sexto valor mais elevado da União Europeia.

A taxa de desemprego dá apenas uma imagem parcial da evolução do mercado de trabalho. Juntando trabalhadores em situação involuntária de part-time e alguns grupos de inativos, é possível identificar uma “folga” no mercado de trabalho — aquilo a que a Eurofound chama de labour market slack no seu relatório mais recente — e que atingia, em 2015, uma dimensão significativa em Portugal.

Por cá, a taxa de labour slack, era, em 2015, de 19,1%, acima da média europeia de 14,9%, revela a Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound). É o sexto valor mais elevado entre 28 estados-membros, numa tabela liderada pela Grécia (28,8%), seguindo-se Espanha (28,4%) e Itália (24%). Já a taxa de desemprego portuguesa ficava em 12,9%, a quinta mais elevada e acima da média europeia de 9,5%.

Em 2015, a União Europeia contava com 22,8 milhões de desempregados, entre 330 milhões de pessoas em idade ativa. Mas existiam ainda 10 milhões de trabalhadores numa situação involuntária de trabalho a tempo parcial e 11 milhões de inativos disponíveis para trabalhar que não procuravam emprego (incluindo os desencorajados) ou que procuravam emprego mas não estavam imediatamente disponíveis para trabalhar, indica a Eurofound baseando-se em dados do Eurostat. Estas pessoas representam assim um grupo adicional de mão-de-obra potencial.

Portugal não é exceção. A taxa de labour slack de 19,1% em 2015 compreende 640 mil desempregados, 23 mil inativos que procuram emprego mas não estão disponíveis para trabalhar, 243 mil inativos disponíveis mas que não procuram emprego e conta ainda com o tempo adicional de trabalho que as pessoas em situação involuntária de part-time gostariam de trabalhar (média por trabalhador equivalente de 114 mil).

Comparando com 2008, o aumento é significativo: os 19,1% comparam com 10,2% em Portugal. Na UE, subiu de 11,8% para 14,9%.

A Eurofound conclui que a taxa de labour slack aumentou “mais lentamente do que a taxa de desemprego logo após a Grande Recessão”, mas também demorou mais a atingir o pico e só começou a recuperar em 2014, um ano mais tarde comparando com a taxa de desemprego.

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Deslocalizar Força Aérea do Montijo custará 130 milhões nos próximos cinco anos

  • Lusa
  • 18 Julho 2017

Chefe da Força Aérea estimou que se gastem 130 milhões de euros nos próximos cinco anos na deslocalização da atividade militar para transformar a base do Montijo em aeroporto complementar.

O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Manuel Teixeira Rolo, estimou que se gastem 130 milhões de euros nos próximos cinco anos, na deslocalização de atividade militar para transformar a base do Montijo em aeroporto complementar.

“[Os custos de 130 milhões de euros] diria que isso teria que acontecer nos próximos cinco anos ou seja quando o Montijo estiver a operar em pleno, com mais de 12 movimentos, já perto dos 18 movimentos por ano, teoricamente a Força Aérea já teria que estar nas suas bases”, explicou o militar, à margem da conferência sobre o novo aeroporto, a decorrer esta terça-feira na Assembleia da República.

Segundo a sua proposta, a Força Aérea pretende que as “obras acontecessem em simultâneo: enquanto se está a construir a infraestrutura civil, estar-se-ia a construir a infraestrutura militar e a renovação das infraestruturas em outras bases”.

Aos jornalistas, o militar precisou estarem em causa dois custos diferentes: “Há os custos da deslocalização para outras unidades para o cumprimento da sua missão, o que ronda os 130 milhões de euros, e depois há os custos da deslocalização do campo de tiro [de Alcochete], de uma cifra mais significativa, na ordem dos 240 milhões de euros, mas que não se antecipa que tenha de ser feito já”.

Os 240 milhões de euros poderão ser desembolsados “para lá de 2023/2024”, acrescentou, referindo que deverá ser possível compatibilizar o uso do campo militar de tiro, “com a ajuda da NAV”, por ser necessário desviar o tráfego aéreo civil para “salvaguardar os períodos de tiro mais específico”.

“Quando houver os 24 movimentos [de aviões] será praticamente impossível que isso aconteça [a compatibilização entre voos civis e atividade militar]”, referiu o Chefe de Estado Maior da Força Aérea.

O militar precisou que a proposta da Força Aérea explicita “todos os constrangimentos” face ao aumento do número de movimentos, cujo “crescimento é exponencial”, pelo que “tem de se encontrar as soluções de forma mais rápida”: A Força Aérea terá que sair mais cedo do que eventualmente se poderia ter pensado”.

Manuel Teixeira Rolo referiu ainda que compensações à NATO estão já cifradas e que se houver uma deslocalização para Tancos as “despesas relacionadas com infraestruturas” naquele local já “acomodam essa circunstância”.

“O que temos é que continuar a disponibilizar à NATO um espaço e uma aérea suficiente para eles continuarem a operar e para se continuar a assegurar os compromissos que estão assumidos pelo Estado português”, concluiu.

A parte dos custos “terá agora de ser pensada”, nomeadamente com o Estado a negociar com a ANA (gestora dos aeroportos nacionais), que recebe taxas aeroportuárias, como “é que os custos adicionais, que são subordinados à deslocalização da Força Aérea como serão suportados”.

A proposta da Força Aérea foi entregue ao Ministério da Defesa, com o militar a referir estar “feito o trabalho a montante”, assim como a coordenação com o Exército, “que não põe qualquer objeção à reativação de Tancos”.

“Dentro da área da Defesa Nacional, o assunto está resolvido”, garantiu.

Depois da sua intervenção na conferência parlamentar, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, garantiu que o “trabalho está muito avançado da parte da Força Aérea, um estudo sobre as condições para manterem a operacionalidade de forma adequada e partilharem aquela infraestrutura com a utilização civil”.

“Este é um trabalho muito detalhado e feito com muito rigor e foi ao encontro do trabalho realizado em 2016 como poderíamos partilhar a infraestrutura militar e civil e nesse sentido demos mais um passo muito importante para a realização desta solução”, afirmou.

Em fevereiro, Governo e a ANA assinaram um memorando para aprofundar o estudo para a transformação da base aérea militar do Montijo como aeroporto complementar de Lisboa.

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Vai haver mais procura por crédito com spreads a descer

Esta é a visão das cinco instituições bancárias inquiridas pelo Banco de Portugal, com base nos aumentos ligeiros do segundo trimestre. Espera-se que a tendência continue.

Os bancos estão a dar mais crédito. E acreditam que a dinâmica vai continuar no próximo trimestre, tanto junto das empresas como dos particulares, nomeadamente no caso da habitação. Uma expectativa revelada no Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito que tem aumentado a concorrência entre as instituições para concederem o financiamento que se traduz em spreads mais baixos.

“Para o terceiro trimestre de 2017, em termos agregados, apenas uma instituição antecipa um ligeiro aumento da procura de empréstimos por parte de empresas“, refere o inquérito do banco central depois de perguntas aos cinco grupos bancários sobre as perspetivas de concessão de crédito à economia. Ainda assim, acrescenta que “para o mesmo período, três das cinco das instituições inquiridas antecipam um aumento da procura de empréstimos de particulares, tanto no segmento para aquisição de habitação como no segmento para consumo e outros fins”.

Previsões que surgem num contexto de maior competitividade entre os principais bancos nacionais para conquistar quota de mercado no crédito e que motivou, recentemente, uma revisão em baixa do spread no crédito à habitação pelo BCP para 1,25%, igualando o spread oferecido pelo Santander. Em junho, o Banco CTT decidiu reduzir para 1,30% o spread mínimo possível de negociar com o banco.

Isto mesmo foi sinalizado por uma das instituições inquiridas, que indicou que “a pressão exercida pela concorrência entre instituições bancárias e não bancárias, no caso do segmento do crédito ao consumo, contribuiu para a adoção de critérios de concessão de crédito ligeiramente menos restritivos” no último trimestre. Quanto ao segmento dos empréstimos para aquisição de habitação, “o mesmo banco reportou também uma avaliação mais favorável das perspetivas para o mercado de habitação”, salienta o relatório.

Isto depois de um segundo trimestre em que os bancos registaram um aumento geral da procura, segundo o inquérito relevado esta terça-feira pelo Banco de Portugal.

As PMEs destacaram-se, por exemplo, com um aumento ligeiro dos pedidos de empréstimo para investimento. A preferência recaiu sobre os empréstimos a longo prazo. Esta situação foi reportada por uma única instituição. Outra afirma ter aumentado a procura em todos os tipos de empréstimos. Mas as restantes três registam uma estabilização no crédito pedido pelas empresas.

Do lado dos particulares, existem mais discrepâncias nos resultados do inquérito. Duas instituições assistiram a um aumento na procura de créditos à habitação mas também para consumo e outros fins. Outra só reforçou a concessão de crédito nesta última categoria. As restantes notaram mais uma vez estabilidade no comportamento dos clientes. O nível baixo das taxas de juro é visto como uma das principais motivações para esta evolução, assim como um aumento da confiança dos consumidores. A evolução dos preços da habitação também foi mencionado como fator adjuvante por uma instituição.

(Notícia atualizada às 14h24)

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CGD: PSD acusa esquerda de “maior branqueamento de escrutínio da nossa democracia”

Luís Montenegro deixa em aberto a possibilidade de propor uma nova comissão de inquérito à recapitalização da CGD. E quer reformulações legais para garantir acesso a documentos.

“O primeiro-ministro António Costa, a deputada Catarina Martins e o deputado Jerónimo de Sousa são os responsáveis pelo maior branqueamento de apuramento e de escrutínio da nossa democracia”. Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, comenta assim o fim da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que deverá ficar encerrada esta terça-feira, sem que os deputados tenham tido acesso aos documentos que pediram a várias entidades. Este bloqueio deve-se, no entender do PSD, ao “conluio entre PS, Bloco de Esquerda e PCP”.

Em conferência de imprensa, esta manhã, Luís Montenegro fez saber que o PSD vai votar contra o relatório final, que considera ser um “pseudo-relatório”, já que os deputados não chegaram a ter acesso à documentação pedida ao Banco de Portugal, à CGD e à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Assim, para o PSD, “a comissão de inquérito ainda não terminou” e “não é possível retirar conclusões válidas nem consequências dos factos apurados”.

O líder parlamentar do PSD deixa por isso em aberto a possibilidade de propor a criação de uma nova comissão, ainda que não confirme que o partido vai fazer este pedido. “Sendo esta uma comissão cujos trabalhos não acabaram, os partidos devem reponderar, e o PSD fá-lo-á também, a possibilidade de revisitar esta questão. O respeito pelos eleitores não merece que este assunto fique por aqui”, sublinhou.

O PSD quer ainda que haja uma revisão do estatuto das comissões parlamentares, para garantir que o Parlamento tem acesso a documentação considerada essencial. “Os grupos parlamentares devem revisitar as regras segundo as quais se deve consagrar na lei a impossibilidade de haver vetos de gaveta em termos de investigação. É preciso que os partidos ponderem e encontrem uma formulação legal que evite este atropelo”, diz Montenegro.

O relatório final desta comissão de inquérito, redigido pelo deputado socialista Carlos Pereira, vai ser votado esta tarde. Se for aprovado, fica fechada a comissão criada para apurar o que levou às necessidades de capitalização do banco público. Isto apesar de ainda não terem sido entregues documentos pedidos pelos deputados ao Banco de Portugal, à Caixa Geral de Depósitos e à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O Tribunal da Relação decidiu, em fevereiro, que essas três entidades têm mesmo de entregar os documentos pedidos pelos deputados. Banco de Portugal, CGD e CMVM acabaram por recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça para evitarem entregar a documentação solicitada. Este tribunal ainda não tomou uma decisão, mas já deixou um aviso: se a comissão for encerrada, os deputados não vão chegar a receber os documentos que consideram essenciais para avaliar a gestão feita no banco público nos últimos anos.

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Novo aeroporto? “País não pode esperar mais anos”, diz ministro

Ministro do Planeamento e Infraestruturas diz que novo aeroporto de Lisboa tornou-se numa "emergência" para o país. Base aérea do Montijo é a melhor solução para Pedro Marques.

O novo aeroporto de Lisboa “deixou de ser urgente e transformou-se numa emergência” e “o país não pode estar à espera por mais anos” para encontrar uma solução para reforçar a sua capacidade aeroportuária, defendeu esta manhã o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.

O responsável, que falava no debate parlamentar sobre o novo aeroporto de Lisboa, sublinhou a emergência de “o país tem de ter uma solução para a capacidade aeroportuária”.

“Não pode estar à espera por mais anos. É óbvio que o Aeroporto Humberto Delgado está a atingir o limite da sua capacidade“, disse Pedro Marques à saída do debate, defendendo que a melhor solução passa por Montijo, onde deverão operar as companhias aéreas low cost.

"O país não pode estar à espera por mais anos. É óbvio que o Aeroporto Humberto Delgado está a atingir o limite da sua capacidade.”

Pedro Marques

Ministro do Planeamento e das Infraestruturas

“O país precisa de uma solução que sustente as próximas décadas do crescimento aeroportuário e tudo indica que neste momento a melhor solução para Portugal é o Montijo”, disse, citado pela RTP3.

“A operacionalidade para voos de longo curso está assegurada no Aeroporto Humberto Delgado. Para os voos de médio curso, que é tudo aquilo onde as companhias de baixo custo operam, o aeroporto do Montijo terá plena capacidade de resposta“, disse o ministro.

ANA afirma capacidade de crescimento do aeroporto do Montijo

O presidente executivo da ANA – Aeroportos de Portugal, Carlos Lacerda, assumiu que poderá haver no futuro mais uma pista no aeroporto do Montijo, mas que, por agora, os trabalhos serão de reforço do piso e aumento da pista existente.

Na conferência sobre o novo aeroporto, a decorrer no parlamento, o responsável explicou que o plano atual é “beneficiar a pista já existente”, mas perante a eventualidade de necessidade de crescimento no futuro, “a configuração da base aérea” permite mais uma pista.

Mas não há intenção de ir construir já uma pista nova“, uma vez que os projetos são de reforçar o piso e aumentar em cerca de 350 metros a atual, de 2.147 metros, segundo Lacerda, que afirmou que a “solução do Montijo tem capacidade de crescimento”.

“A ideia de que estamos limitados pelo tamanho da pista ou por qualquer outro constrangimento não é verdade”, garantiu.

O responsável informou ainda que se “está a entrar em muito mais detalhe” no estudo ambiental do Montijo, que “irá ser concluído no final do ano”.

(Notícia atualizada às 14h32)

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