Energia: 92% dos consumidores já estão no mercado livre

  • Juliana Nogueira Santos
  • 18 Julho 2017

Segundo a ERSE, 4,85 milhões os consumidores já têm contratos de energia no mercado liberalizado. O período transitório vigora até 31 de dezembro de 2020.

São já 4,85 milhões os consumidores com contratos de energia no mercado liberalizado. Os dados são da ERSE, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, e revelam que no mês de maio o mercado atingiu uma quota de 92,4%. Este valor representa um crescimento de 0,4% em relação ao mês de abril e um crescimento homólogo de 6,8%.

A transição entre mercado regulado e mercado liberalizado continua a acontecer, numa altura existem ainda dois clientes (com ligação de alta tensão) do segmento de grandes consumidores no mercado regulado. “Em maio de 2017 entraram 33.762 clientes no mercado livre, tendo 12.202 transitado do mercado regulado e 21.560 entrado diretamente para as carteiras de comercializadores em regime de mercado”, pode ler-se no relatório mensal da instituição.

Em termos de consumo, a tendência mensal foi negativa tendo-se registado um decréscimo de 0,4% na quantidade de GWh distribuídos.

EDP solidifica liderança

A registar uma maior parcela dos clientes do mercado está a EDP Comercial, que solidificou a sua posição como principal operador. Ao concentrar 84% do total de clientes do mercado, a empresa do grupo EDP também liderou no campo do consumo, tendo fornecido 44% da energia total do mercado.

A Galp apresenta-se como a como a segunda empresa a ter maior quota de mercado (5,5%), seguindo-se a Endesa (4%) e a Iberdrola (2,2%). A empresa que viu a sua quota de mercado a expandir-se mais no último mês foi a PH, que aumentou 0,1% p.p.

A Endesa reforçou em dezembro a sua liderança no segmento de clientes industriais (30%), tendo aumentado a sua quota em 0,2 p.p. face a abril, enquanto a Iberdrola (27%) mantém a liderança no segmento dos grandes consumidores, apesar da quebra de 0,1 p.p. na sua quota no mês de maio, refere o comunicado da ERSE.

No global, a carteira de clientes ainda fornecidos pelo CUR (comercializador de último recurso; entidade responsável por efetuar o fornecimento de energia elétrica mediante a aplicação de tarifas definidas pela ERSE) ascendia em maio de 2017 a cerca de 1,31 milhões de clientes (dos mais de seis milhões no total)”, finaliza a ERSE. O período transitório para os clientes mudarem para o mercado livre vigora até 31 de dezembro de 2020, tendo já sido adiado várias vezes, a última no Orçamento do Estado para 2017.

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Incêndios levam a corte da A25 entre Chãs de Tavares e Fornos de Algodres

  • Lusa
  • 17 Julho 2017

A A25 foi cortada entre a freguesia de Chãs de Tavares, no concelho de Mangualde e Fornos de Algodres (Guarda). Presidente da Câmara de Alijó decreta Estado de Emergência Municipal.

A Autoestrada 25 (A25) foi cortada esta segunda-feira entre a freguesia de Chãs de Tavares, no concelho de Mangualde (distrito de Viseu) e Fornos de Algodres (Guarda), devido a incêndios florestais, disse a Guarda Nacional Republicana (GNR) à agência Lusa.

Segundo o oficial de operações da GNR, a A25 está “totalmente cortada” entre estas duas zonas, assim como entre a localidade de Pínzio, concelho de Pinhel, e Alto de Leomil (distrito da Guarda), nos dois sentidos.

Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda acrescentou que a autoestrada foi cortada pelas 19:53, devido à progressão do incêndio que começou pelas 13:15 em Rochoso, no concelho da Guarda, e alastrou para os concelhos vizinhos de Almeida e do Sabugal.

Uma fonte do Comando Territorial da GNR da Guarda disse, também, que os veículos estão a ser impedidos de entrar na A25 e na Estada Nacional (EN) 16, que fazem a ligação entre Vilar Formoso e Guarda, logo na fronteira de Vilar Formoso.

O CDOS da Guarda adiantou, ainda, que um popular sofreu ferimentos ligeiros quando foi atingido pelas chamas na aldeia de Parada, no concelho de Almeida.

Segundo a mesma fonte, pelas 20:30, o incêndio, que começou numa zona de mato e de pinhal do concelho da Guarda, ardia “com grande intensidade”.

Pelas 20h55 a página da internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil indicava que o incêndio da Guarda, que lavra numa zona de mato e de pinhal na área da freguesia de Rochoso e de Monte Margarida, continuava ativo e era combatido por 232 operacionais apoiados 80 viaturas e três meios aéreos.

Presidente da Câmara de Alijó decreta Estado de Emergência Municipal

O presidente da Câmara de Alijó, Carlos Magalhães, decretou esta segunda-feira o Estado de Emergência Municipal por causa do incêndio que lavra no Concelho desde a madrugada de domingo e que se mantém com três frentes ativas.

A Comissão Municipal da Proteção Civil esteve reunida esta noite no posto de comando instalado na Chã e, no final, o autarca anunciou que o Plano de Emergência Municipal foi ativado.

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Wall Street em suspenso a aguardar resultados empresariais

Os principais índices bolsistas norte-americanos encerraram entre ganhos e perdas ligeiras na primeira sessão de uma semana recheada de resultados de grandes gigantes.

Cautela foi palavra de ordem nesse arranque de semana, com os principais índices bolsistas norte-americanos a encerrarem entre ganhos e perdas ligeiras. Os investidores mostram-se expectantes face ao elevado número de gigantes norte-americanos que prestam contas nesta semana.

O S&P 500 terminou a sessão a perder uns ligeiros 0,01%, para os 21.635,2 pontos, enquanto o Dow Jones recuou 0,04%, para os 21.629,14 pontos. O Nasdaq destoou pela positiva, com o índice tecnológico a somar uns ligeiros 0,03%, para os 6.314,43 pontos.

Este desempenho morno acontece numa semana rica em termos de prestação de contas de algumas das maiores cotadas norte-americanas. É o caso do Bank of America, Morgan Stanley, Goldman Sachs, Microsoft, IBM e a Johnson&Johnson.

Os analistas estimam que os resultados do segundo trimestre para as empresas do S&P 500 tenham aumentado 8,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Números que serão divulgados depois de os lucros registados no primeiro trimestre terem sido os melhores desde 2011, de acordo com dados da Thomson Reuters.

Os resultados empresariais serão acompanhados de perto pelos analistas que procuram perceber se as elevadas avaliações se justificam num contexto de baixa inflação e em que os dados sobre o comportamento da economia têm-se revelado mistos.

O S&P 500 tem negociado a cerca de 18 vezes as estimativas de resultados para os próximos 12 meses, o que compara com uma média de longo prazo de 15 vezes.

“O mercado dos Estados Unidos não está barato atualmente”, afirmou Phil Guarco, responsável pelos investimentos a nível global do JP Morgan Private Bank. “Os resultados vão assumir um papel importante. Estamos numa situação em que os resultados empresariais e os lucros que estas vão distribuir no futuro serão o grande interesse”, acrescentou o mesmo especialista.

"Após novos máximos que vimos na semana passada, o mercado merece um descanso, com os investidores a aguardarem grandes ganhos nesta semana.”

Dave Donabedian, CIBC Atlantic Trust rivate Wealth Management

“Após novos máximos que vimos na semana passada, o mercado merece um descanso, com os investidores a aguardarem grandes ganhos nesta semana“, defendeu Dave Donabedian, diretor de investimentos da CIBC Atlantic Trust rivate Wealth Management, citado pela Reuters. De salientar que o S&P500 e o Dow Jones terminaram a última semana em novos recordes históricos.

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Portugal já entregou candidatura ao Fundo de Solidariedade

O Governo anunciou que entregou esta segunda-feira em Bruxelas o pedido para acionar o fundo de solidariedade. Empresas vão ter comparticipação de 85% dos fundos comunitários.

O Governo anunciou que entregou esta segunda-feira em Bruxelas o pedido para acionar o fundo de solidariedade. Até ao final da semana será entregue a reprogramação do Portugal 2020, para permitir que os fundos comunitários financiem a reconstrução de empresas, anunciou o ministro das Infraestruturas.

Em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, Pedro Marques explicou que as empresas vão poder contar com uma comparticipação do Portugal 2020 até 85%, a fundo perdido, um valor superior ao que é normal, mas também com uma antecipação de 25% do valor, que o Estado português se compromete a avançar.

Pedro Marques sublinhou que “o Portugal 2020 não permite reconstruir empresa” e por isso foi necessário avançar com uma reprogramação do atual quadro comunitário, “um trabalho feito em duas semanas”. Com este exercício as empresas passam a contar com “taxas de apoio mais altas”. Depois de entregue a reprogramação haverá técnicos que se vão deslocar ao terreno para ajudar as empresas a preencher as candidaturas, revelou ainda o ministro das infraestruturas.

“As empresas terão de mobilizar primeiro os seus seguros e só depois será mobilizado o apoio público”, disse Pedro Marques. Mas para garantir que os trabalhos de reconstrução do tecido empresarial começam o mais depressa possível, o responsável explicou que o Estado está disponível para avançar com 25% do montante do apoio, antes mesmo de Bruxelas disponibilizar as verbas. Segundo Pedro Marques, a Comissão deverá aprovar este pacote de ajuda em setembro. Um pacote que no máximo ascenderá a 12,5 milhões de euros, segundo avançou o ministro Vieira da Silva.

Recorde-se que a comissária europeia para a Política Regional disse, na terça-feira passada, que ainda aguardava o pedido de Portugal para recorrer ao fundo de solidariedade europeu após os danos causados pelo incêndio em Pedrógão Grande, Leiria. Ao ECO, fonte oficial do gabinete de Pedro Marques disse que o pedido deveria ser feito ainda nessa semana. “Não podemos acelerar o que não temos”, sublinhou, Corina Cretu, em conferência de imprensa, citada pela Lusa. “As autoridades portuguesas pediram-nos para acelerar o processo, mas não podemos sequer iniciá-lo porque não recebemos nenhum pedido” formal, disse ainda.

Ainda no capítulo dos apoio, o ministro do Planeamento garantiu que o Governo vai atribuir Rendimento Social de Inserção, Completo Solidário para Idoso e subsídios de perda de rendimento “à medida que estes vão sendo requeridos”. E para a população ter apoio no preenchimento destes requerimentos também se vão deslocar para o terreno mais técnicos da Segurança Social.

No que diz respeito às habitações, Pedro Marques reiterou que as obras até cinco mil euros podem avançar já. Os proprietários de casas de primeira habitação cujas obras de recuperação não excedam este valor podem iniciar os trabalhos, bastando depois apresentar a fatura. Em causa estão cerca de 120 casas, que não necessitam de licenciamento de um total de 209 casas que primeira habitação que foram destruídas pelos fogos de Pedrógão Grande. Pedro Marques sublinhou que já há obras no terreno, uma informação avançada, aliás, horas antes pelo primeiro-ministro António Costa.

O ministro avançou ainda que, esta segunda-feira, as câmaras de Pedrógão e Pombal chegaram a acordo para criar projetos-tipo de casas de tipologia T1, T2 e T3, cujo licenciamento poderá ser obtido de imediatamente. “Uma boa notícia”, classificou, para acelerar a construção de casas que ficaram totalmente destruídas e com as quais não se quis comprometer que estariam concluídas até ao Natal, como exigiu o Presidente da República.

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Paulo Neves passa a chairman executivo da Altice Portugal. PT Portugal vai ter novo CEO

A Altice vai promover Paulo Neves a chairman executivo do grupo em Portugal, função a efetivar após reguladores aprovarem a operação da Media Capital. A PT Portugal vai ter um novo gestor executivo.

O presidente executivo da PT Portugal, Paulo Neves, vai assumir novas responsabilidades no grupo Altice no âmbito da compra da Media Capital, apurou o ECO junto de fontes da empresa. O gestor vai passar a ser o ‘chairman executivo’ da Altice em Portugal, com a coordenação estratégica das duas empresas, e, neste quadro, a PT Portugal vai designar nos próximos dias um novo presidente executivo.

A Altice anunciou na passada sexta-feira o acordo com os espanhóis da Prisa para a compra do grupo Media Capital por 440 milhões de euros, operação a realizar através da PT Portugal. E, na conferência em que estiveram presentes as mais altas cúpulas do grupo francês, como Patrick Drahi e Michel Combes, a questão da governação das duas empresas não foi um tema central. Ficou, pelo menos, a intenção de manter Rosa Cullel na Media Capital. “[Ficar] é a minha intenção. A minha intenção é ficar cá em Lisboa, com a minha equipa. Mas depende do novo acionista”, apontou a gestora, na mesma conferência. E deixou um alerta: “Acho que os media independentes são fundamentais para qualquer país.” Michel Combes, presidente executivo da Altice, logo foi questionado acerca do assunto. “Estamos extremamente empenhados em trabalhar com a Rosa no conselho de administração.”

Agora, segundo apurou o ECO, Paulo Neves será o homem-forte da operação em Portugal, com funções de presidente de conselho de administração nas duas empresas, logo que a compra da Media Capital seja aprovada pelos reguladores, o que poderá suceder até ao final do ano. Ainda assim, a Altice decidiu que Paulo Neves deverá deixar desde já a gestão operacional da PT Portugal e concentrar-se no que é necessário fazer para terminar esta operação.

Depois da aprovação do negócio pelos reguladores, Paulo Neves passará a ser formalmente o máximo responsável do grupo em Portugal e trabalhará diretamente com Rosa Cullel, da Media Capital, e com o novo gestor executivo da PT Portugal.

Contactada oficialmente, a PT Portugal não fez quaisquer comentários.

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Relatório final da CGD já admite “pressões”, “nomeações partidárias” e “erros de gestão”

Depois de uma primeira versão que afastava pressões dos governos sobre a gestão da Caixa, o relatório final já admite que houve "situações de intervenção e de pressão" e não exclui "erros de gestão".

Já está redigido o relatório final da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que será votado na terça-feira. O documento redigido pelo deputado socialista Carlos Pereira, que na versão preliminar afastava a existência de pressões por parte dos vários governos sobre a política de concessão de crédito da CGD, e também não detetava erros de gestão que possam ter levado às atuais necessidades de recapitalização, admite agora todas estas hipóteses, depois de incluídas várias das propostas de alteração apresentadas por Moisés Ferreira e Miguel Tiago, os deputados do Bloco de Esquerda e do PCP, respetivamente, que integram a comissão. PSD e CDS-PP não fizeram qualquer proposta de alteração ao relatório.

O relatório final continua a sustentar que “não existe qualquer indício documental ou testemunhal na CPI sobre eventuais pressões praticadas por membros do Governo”, mas já não exclui por completo a existência destas pressões.

Nomeações partidárias, a pressão sobre os dividendos a distribuir ao Estado, a utilização do fundo de pensões como medida extraordinária para melhorar o défice do país ou a ‘sensibilização’ para determinados projetos e o cuidado em perguntar sobre a classificação de determinado projeto nacional, tudo isso aconteceu durante este período.

Relatório final da comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD

“Não obstante os ex-detentores da pasta das Finanças dos vários governos refutarem a ideia de intervenção política em operações concretas da CGD, é possível verificar que, para além das situações de nomeação de administradores e de estabelecimento de linhas estratégicas, ocorreram, ao longo do tempo, situações de intervenção e de pressão em vários assuntos, assim como o alinhamento entre o que eram as políticas económicas de cada Governo e as políticas da própria Caixa Geral de Depósitos. Nomeações partidárias, a pressão sobre os dividendos a distribuir ao Estado, a utilização do fundo de pensões como medida extraordinária para melhorar o défice do país ou a ‘sensibilização’ para determinados projetos e o cuidado em perguntar sobre a classificação de determinado projeto nacional, tudo isso aconteceu durante este período”. Esta é uma das novas conclusões que agora constam do relatório final, a que o ECO teve acesso.

Ao mesmo tempo, a ideia de que estas pressões não existiram deixou de ser repetida de forma tão exaustiva. O ponto que na versão preliminar concluía que “não há factos que demonstrem a concessão de crédito por pressão ou por favor” deixou de constar da versão final.

Por outro lado, são levantadas dúvidas sobre alguns dos maiores negócios em que a Caixa se envolveu nos últimos anos. “Não ficou claro o racional de determinados comportamentos da Caixa, nomeadamente na concessão de crédito para aquisição de ações do BCP ou a forma como a CGD se envolveu, não só com o financiamento, mas também participando no capital em determinados projetos, como o Vale do Lobo ou a La Seda”, aponta o relatório.

Não se pode excluir que o aumento de imparidades, de crédito em incumprimento e de prejuízos com participações financeiras não estejam a refletir também erros de gestão e comportamentos menos prudentes no passado.

Relatório final da comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD

No fundo, o deputado Carlos Pereira mantém que os depoimentos prestados por antigos governantes e gestores não permitem concluir que houve pressões ou favores, mas, agora, deixa essa possibilidade em aberto:

“Na sequência dos diversos depoimentos para este período de análise, não há elementos que comprovem a ideia de que a dimensão das necessidades de capitalização da CGD seja devida a pressão dos governos para aprovação de créditos de favor, ignorando deliberadamente o risco associado. No entanto, também não fica demonstrada a inexistência dessa pressão. O que se afigura, portanto, mais consistente é não ficar totalmente excluída a existência de erros de concessão de crédito por deficiente avaliação e previsões pouco rigorosas. No entanto, é igualmente plausível concluir que uma parte de negócios com grandes grupos económicos tem arquiteturas cujos racionais não ficaram cabalmente esclarecidos”, pode ler-se no relatório.

Pode ter havido erros de gestão. E subprime não explica tudo

Também os erros de gestão, que dantes não eram sequer mencionados, fazem agora parte do documento. “Ainda que a subcapitalização de 2012, o recurso a Coco’s que reduziram a margem financeira da Caixa, a crise económica, a baixa das taxas e as novas exigências regulatórias tenham impactado a Caixa, levando-a a novas necessidades de capital, não se pode excluir que o aumento de imparidades, de crédito em incumprimento e de prejuízos com participações financeiras não estejam a refletir também erros de gestão e comportamentos menos prudentes no passado“.

O relatório final deixa ainda de atribuir à “crise do subprime” todas as culpas pela deterioração do balanço da Caixa. “Os resultados da Caixa são influenciados pela crise, mas nem todas as imparidades e prejuízos se podem explicar pelo subprime” é a conclusão que agora surge. “Ao não ter sido possível aceder à lista dos maiores devedores à Caixa Geral de Depósitos, e ao não ter sido possível apurar as datas de produção dos créditos que geraram e/ou geram mais imparidade ou perdas, não é possível escrutinar que outros fatores impactaram negativamente nos resultados da Caixa nestes ou em anos futuros”, aponta o documento. “É, isso isso, possível verificar um aumento das imparidades ao longo dos anos, que refletem, em alguma medida, alterações nas regras de supervisão e nos modelos de mensuração das mesmas, mas não só: refletirão também a crise e o seu impacto nas famílias e empresas que deixaram de conseguir fazer face às suas responsabilidades para a CGD, assim como decisões de gestão, de participações financeiras e de concessão de crédito que expuseram a Caixa a situações que acabaram por produzir perdas e prejuízos”, acrescenta.

Caixa foi “financiador fiel” de operações “com garantias frágeis”

Outro aspeto levantado na versão final do relatório é o possível favorecimento dado pela Caixa a grandes grupos económicos. “Apesar de haver perdas substantivas em muitos dos grandes negócios referidos, não se pode considerar que a Caixa tenha atuado isoladamente no mercado, sendo que muitas dessas perdas afetaram outras instituições bancárias, ou seja, a CGD acompanhou a estratégia de outras instituições ao financiar determinados projetos”, refere o relatório.

Contudo, ressalva, “isso não significa que a gestão da Caixa, ao longo das últimas décadas e determinada pela ação de sucessivos governos, se tenha distanciado o suficiente dos interesses dos grupos económicos que dominam ou dominaram boa parte da economia nacional”. Aliás, “em alguns casos, a CGD agiu como qualquer outro banco privado, sendo um financiador fiel e constante de operações financeiras, muitas vezes com garantias frágeis, independentemente de ter existido nesses negócios uma intervenção ou pressão do representante acionista”.

Porta aberta a nova comissão de inquérito

A versão final do relatório é clara em afirmar que a votação final vai concretizar-se na terça-feira, apesar das contestações do PSD e do CDS-PP, que queriam prolongar os trabalhos até que os deputados recebam a documentação pedida ao Banco de Portugal, à Caixa Geral de Depósitos e à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que têm recusado divulgar os documentos solicitados. Mas o deputado Carlos Pereira deixa em aberto a realização de uma nova comissão, para fazer o “contraditório” após a conclusão do processo criminal que decorre atualmente.

“É verdade que está em curso um processo de inquérito com o objeto similar ao da presente CPI”, admite o relatório. “Sucede que o inquérito criminal está em segredo de justiça; a última decisão conhecida pela CPI ainda não transitou em julgado; o Ministério Público considera que o objeto dos autos se constitui numa matéria factual de complexidade elevada — facto relevante para a determinação do prazo máximo de duração do inquérito”, acrescenta.

Assim, conclui o deputado socialista, “não há qualquer previsão temporal para conclusão do processo”, pelo que se mantém o prazo acordado para a votação do relatório final. Seja como for, “o término da presente CPI não invalida a realização de um contraditório após a conclusão do processo criminal”, ressalva, dando a entender que poderá ser realizada uma nova comissão.

Em causa está uma investigação, a decorrer no Departamento de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que está a averiguar factos suscetíveis de integrarem crime de gestão danosa cometida por gestores da CGD. Os investigadores suspeitam de que a CGD tem vindo a acumular, desde meados da década de 2000, vários negócios de concessões de crédito sem garantias bancárias adequadas. O Ministério Público aponta para a existência de créditos em incumprimento que não estão registados como imparidades. As suspeitas são de que exista “ação deliberada no sentido de omitir o passivo gerado na esfera do banco”.

Na semana passada, o PSD também já fez saber que não afasta a hipótese de pedir uma nova comissão. “A democracia não pode ficar sem responder aos cidadãos quando se faz um processo de recapitalização em que os contribuintes injetam cerca de 5 mil milhões no banco público”, disse Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, em entrevista ao Expresso (acesso pago).

Notícia atualizada pela última vez às 20h10.

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Tancos: Chefe do Exército volta a nomear os cinco comandantes exonerados

  • Lusa e ECO
  • 17 Julho 2017

Decisão foi tomada "considerando que com a conclusão destas averiguações se encontram ultrapassadas as razões que justificaram a exoneração dos comandantes", avança um comunicado do Exército.

O chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, voltou a nomear para os mesmos cargos os cinco comandantes que tinha exonerado para não perturbar as averiguações internas sobre o furto de material de guerra em Tancos.

“O Exército informa que os oficiais em causa foram nomeados pelo Chefe do Estado-Maior do Exército para os mesmos cargos, com efeitos a partir de 18 de julho de 2017”, é referido num comunicado do Exército.

Esta decisão foi tomada “considerando que com a conclusão destas averiguações se encontram ultrapassadas as razões que justificaram a exoneração dos comandantes“.

A exoneração destes militares tinha sido anunciada no passado dia 1 pelo CEME, em declarações à RTP.

“Não quero que haja entraves às averiguações e decidi exonerar os cinco comandantes das unidades que de alguma forma estão relacionadas com estes processos”, anunciou Rovisco Duarte, em declarações à RTP.

O porta-voz do ramo, tenente-coronel Vicente Pereira, esclareceu posteriormente que estas exonerações visavam um “afastamento temporário” e que no final das investigações internas poderiam “voltar a funções”.

Os militares que tinham sido exonerados são o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida, tenente-coronel Correia, o comandante do Regimento de Infantaria 15, coronel Ferreira Duarte, o comandante do Regimento de Paraquedistas, coronel Hilário Peixeiro, o comandante do Regimento de Engenharia 1, coronel Paulo Almeida, e o comandante da Unidade de Apoio de Material do Exército, coronel Amorim Ribeiro.

A decisão do CEME de exonerar os cinco comandantes de unidade suscitou polémica no Exército, com dois generais da estrutura superior do Exército a assumirem publicamente a sua discordância face à forma como o Rovisco Duarte geriu este caso.

O tenente-general António de Faria Menezes pediu a exoneração do comando das Forças Terrestres, ocupado agora em “suplência” pelo número 2, major-general Cóias Ferreira.

A segunda “baixa” foi a do tenente-general Antunes Calçada, que pediu a passagem à reserva por, segundo noticiou o semanário Expresso, “divergências inultrapassáveis” com o CEME alegadamente devido à forma como o general Rovisco Duarte decidiu exonerar os cinco comandantes.

O Exército referiu ainda esta segunda-feira que o material militar atualmente nos Paióis Nacionais de Tancos vai ser transferido para outros paióis.

A transferência do material para “outros paióis” foi decidida face à “obrigatoriedade de salvaguardar informação classificada de natureza estritamente militar”, indica o Exército em comunicado.

Uma das possibilidades em análise é a transferência para o paiol das instalações militares de Santa Margarida, disse à Lusa fonte militar.

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PGR investiga processo da Segunda Circular por queixa do PSD e CDS-PP em Lisboa

  • Lusa
  • 17 Julho 2017

Em setembro do ano passado, a Câmara de Lisboa anulou o concurso da Segunda Circular e abriu um inquérito para averiguar eventuais conflitos de interesses, detetados pelo júri do procedimento.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está a investigar, após queixa dos vereadores do PSD e do CDS-PP na Câmara de Lisboa, o concurso lançado pela autarquia para requalificação da Segunda Circular, anulado por alegado conflito de interesses.

Em resposta escrita enviada hoje à agência Lusa, a PGR informou que “existe um inquérito a correr no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa, o qual teve origem numa participação recebida no último trimestre de 2016”.

A PGR acrescentou que o caso se “encontra em investigação”.

Em setembro do ano passado, a Câmara de Lisboa anulou o concurso da Segunda Circular e abriu um inquérito para averiguar eventuais conflitos de interesses, detetados pelo júri do procedimento, por parte de um projetista que também comercializa a mistura betuminosa que iria ser usada no piso.

Entretanto, a auditoria interna — agora concluída — admitiu que o projetista poderá ter prejudicado as empresas concorrentes devido à forma como prestou esclarecimentos, tendo sempre como referência esse produto que comercializa.

Esta conclusão levou o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS) a pedir ao Ministério Público para analisar o concurso da Segunda Circular. O anúncio foi feito à Lusa na quinta-feira passada pelo vereador das Finanças, João Paulo Saraiva.

No dia seguinte, a lista do PSD à liderança da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas assinalou, em comunicado enviado às redações, que a candidata autárquica e também vereadora social-democrata, Teresa Leal Coelho, já havia pedido, juntamente com outros dois eleitos do partido e um do CDS-PP, que o Ministério Público investigasse o processo.

No documento divulgado no final da semana passada e datado de 28 de outubro de 2016, os vereadores Fernando Seara e Teresa Leal Coelho (PSD) e João Gonçalves Pereira (CDS-PP) frisam ser “imperativo que o processo seja remetido às entidades competentes para aferição da legalidade dos procedimentos concursais”.

“Enquanto vereadores eleitos e também como cidadãos, perante a existência de indícios com gravidade necessária para anular um concurso público de tamanha importância […], não podemos demitirmo-nos de, em defesa do superior interesse público, garantir o apuramento de todos os factos e de eventuais responsabilidades pelas entidades competentes para o efeito designadamente pela Procuradoria-Geral da República”, sublinham.

Os autarcas adiantam que, “se existiram eventuais alegados conflitos de interesses por parte de uma empresa privada, e se esses indícios forem comprovados pelas autoridades judiciais, então deve proceder-se em conformidade”.

Questionada pela Lusa se já recebeu a queixa da maioria socialista na Câmara de Lisboa, a PGR afirma que, “até ao momento, não deu entrada”.

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1,3 milhões para a 73100. Confuso? Não, é o apoio do Horizonte 2020

  • ECO
  • 17 Julho 2017

A PME portuguesa 73100 vai receber mais de 1,3 milhões de euros do Horizonte 2020. O programa de Carlos Moedas já apoiou 70 PME portuguesas inovadoras, com mais de 17 milhões de euros.

Portugal continua a mostrar um grande desempenho no que respeita a inovação“, disse Carlos Moedas no dia em que foi revelado que o Programa Horizonte 2020 concedeu um investimento de 97 milhões de euros a 64 PME, de 16 países, entre os quais Portugal. “Contamos que os bons resultados para Portugal incentivem ainda mais PME e Startups portuguesas a concorrer e a tirar proveito das oportunidades deste instrumento”, acrescentou.

A 73100 é a empresa nacional escolhida para receber um investimento de 1,3 milhões através do Instrumento PME — que já financiou mais de 70 PME portuguesas inovadoras, com mais de 17 milhões de euros, revela o comunicado da Comissão Europeia.

Esta PME de Borba “desenvolveu e patenteou um novo biopolímero fermentado bacteriano – FucoPol – como fonte natural para a produção eficiente de L-fucose pura. A L-fucose é um açúcar raro e um precursor de carboidratos complexos, como Oligosacarídeos de Leite Humano (HMO)”, explica o comunicado a Comissão. “Os HMO foram reconhecidos recentemente como moléculas naturais com alto potencial para aplicações nutricionais e biomédicas. O FucoPol — como fonte natural de monossacarídeos puros — resolve os principais problemas industriais relacionados à produção de L-fucose, como a complexidade, os custos e a eficiência”, acrescenta a Comissão.

Nesta segunda fase do Instrumento PME, cada projeto pode receber até 2,5 milhões de euros (cinco milhões para projetos no domínio da saúde) para financiar várias etapas de desenvolvimento dos projetos: a demonstração, o ensaio, a fase-piloto, a fase de expansão e a miniaturização, para além de desenvolver um plano de negócios sólido. Além disso, as empresas terão ainda acesso a 12 dias de formação empresarial.

Esta é diferente da primeira fase, na qual as empresas apenas podem receber, no limite, até 50 mil euros. O objetivo é que cada PME prepare uma proposta de negócios para uma ideia que tenha potencial disruptivo, estudando a viabilidade do conceito proposto. Além do estímulo financeiro, as empresas também recebem até três dias de aconselhamento personalizado e outros serviços de apoio à gestão e criação de negócios.

Desde o lançamento do programa a 1 de janeiro de 2014, foram selecionadas 774 PME para financiamento ao abrigo da Fase 2 do Instrumento PME, dez das quais portuguesas. A próxima fase de resultados deste instrumento terá lugar a 18 de outubro de 2017. Já na Fase 1 foram selecionadas 2.337 PME para financiamento, 62 das quais portuguesas. Aqui a próxima data-limite é 6 de setembro.

De acordo com o mesmo comunicado do gabinete de Carlos Moedas, Espanha, Dinamarca e Itália são os três países cujas PME mais beneficiam deste instrumento na Fase 2. Portugal surge em 15.º lugar.

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Na OCDE só há dois países piores que Portugal na fiscalidade

Portugal ficou nos últimos três lugares entre 35 países da OCDE, acusando políticas fiscais pouco competitivas.

Entre os 35 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) avaliados, Portugal só supera Itália e França na qualidade das suas políticas em termos de fiscalidade. O IVA é o que mais puxa o país para baixo no ranking da Tax Foundation. A Estónia lidera a lista há três anos.

Portugal está no 33.º lugar do Índice de Regulação Fiscal 2016-2017 da Tax Foundation. Analisando as políticas separadamente, a melhor classificação é obtida nos impostos sobre a propriedade, nos quais Portugal consegue a vigésima posição. Segue-se o tratamento em termos de tributação de resultados internacionais, critério que consegue o 29.º lugar e o IRC, que vale ao país o 30.º lugar. O IRS desce ao 31.º.

O IVA é a categoria em que Portugal tem a pior classificação, ficando-se pelo 33.º lugar — a taxa normal é de 23% em Portugal. Neste aspeto, a Suíça destaca-se em primeiro lugar e só a Polónia e a Hungria estão abaixo de Portugal. Na Hungria, a taxa do IVA é de 27%.

A Estónia é o país que sai vencedor — pela terceira vez consecutiva. O país tem “o código tributário mais bem desenhado da OCDE” aponta o relatório, distinção explicada por quatro fatores. Destaca-se a simplicidade do IRS, que cobra invariavelmente 20% sobre um mínimo que fica isento. No caso das empresas, não há cobrança de imposto sobre os lucros, apenas sobre os distribuídos através de dividendos. Além disso, o sistema de impostos da propriedade incide sobre o valor do terreno em vez de “valorações arbitrárias”. Por fim, os lucros obtidos no estrangeiro estão totalmente isentos de impostos.

A Estónia é seguida no ranking pela Nova Zelândia, Letónia, Suíça e Suécia, por esta ordem, completando o pódio. No extremo oposto surge França, que ocupa o último lugar, e a Itália está em penúltimo. Ambos os países são penalizados sobretudo pelos impostos cobrados tanto sobre os resultados auferidos pelas empresas como sobre a propriedade.

O Índice de Regulação Fiscal 2016-2017, que avalia as políticas de 35 países da OCDE, foi divulgado pelo Foro Regulación Inteligente em parceria com a Tax Foundation, duas entidades privadas que se dedicam à matéria das políticas fiscais. No relatório, realçam a importância da estrutura das políticas fiscais que relacionam estritamente com o potencial de desenvolvimento económico, pois facilita o cumprimento das regras e o funcionamento das administrações públicas.

Notícia editada por Paulo Moutinho

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Pedrógão: António Costa diz que “há mais de cinco casas” em construção

  • Lusa
  • 17 Julho 2017

"Uma casa arde num minuto, mas infelizmente não se reconstrói num minuto e é nesse trabalho que nós temos que concentrar", afirmou o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro disse hoje que a prioridade em Pedrógão Grande do Governo é reconstruir as casas destruídas pelo incêndio de há um mês e adiantou que neste momento “há mais de cinco casas” em construção.

“A prioridade agora é fazer aquilo que é essencial, que é a reconstrução”, afirmou, adiantando que há “mais de cinco casas” que neste momento já estão em construção, estando também já restabelecidas as ligações rodoviárias, de comunicações e as redes elétricas.

Contudo, António Costa, que falava à margem da cerimónia de inauguração do novo terminal do aeroporto de Faro, sublinhou que o processo de reconstrução “vai levar o seu tempo” e que ninguém pode ter a ilusão de que se vai reconstruir mais rapidamente do que foi destruído.

“Uma casa arde num minuto, mas infelizmente não se reconstrói num minuto e é nesse trabalho que nós temos que concentrar, que temos que fazer e que estamos a fazer”, referiu o primeiro-ministro aos jornalistas, observando ainda que “nenhum arquiteto faz um projeto de um dia para o outro”.

Segundo o primeiro-ministro, o processo de reconstrução das casas está, por enquanto, a concentrar os donativos angariados por um fundo criado pelo Estado para ajudar as vítimas dos incêndios, que são essencialmente donativos vindos de outros países, já que em Portugal a preferência foi a de encaminhar os donativos para o setor social.

Os incêndios iniciados a 17 de junho em Pedrógão Grande provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos, consumindo mais de 53 mil hectares.

Os fogos da região Centro afetaram aproximadamente 500 habitações, quase 50 empresas e os empregos de 372 pessoas.

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Bruxelas aprova fusão entre motores de busca Priceline e Momondo

  • Lusa
  • 17 Julho 2017

Transação entre os dois motores de busca não levanta preocupações no âmbito da concorrência no espaço económico europeu.

A compra do grupo Momondo pelo grupo Priceline foi aprovada pela Comissão Europeia, uma vez que a transação entre os dois motores de busca de turismo não levanta preocupações no âmbito da concorrência no espaço económico europeu (EEU), foi hoje anunciado.

Em comunicado, o executivo comunitário explicou ter avaliado o impacto no mercado da compra do Momondo, que opera principalmente com os portais Cheapflights e Momondo de procura de serviços, pelo grupo Priceline, que inclui marcas como booking.com, priceline.com, agoda.com, KAYAK Rentalcars.com e Opentable.

“A Comissão avaliou o impacto da transação proposta nos mercados para a exploração de ‘sites’ de ‘meta-busca’ (pesquisa em portais de busca de serviços) dentro do EEU”, lê-se na nota de Bruxelas, referindo que o portal de meta-busca permite comparar ofertas.

“Por outro lado, oferecem serviços de publicidade para agências de viagens e prestadores de serviços de viagens, como companhias aéreas, hotéis e empresas de aluguer de automóveis”, precisou ainda a Comissão, que teve atenção às “relações verticais decorrentes” da fusão das empresas.

Bruxelas concluiu que as atividades em ‘meta-busca’ são complementares geograficamente no EEU, já que o Priceline tem uma atividade limitada nos países nórdicos, enquanto o Momondo tem uma “posição forte no mercado”.

A entidade que irá resultar da fusão irá competir com outros operadores globais como Skyscanner, Trivago, TripAdvisor, Google e operadores mais pequenos, estimou ainda Bruxelas, que não apresentou, assim, preocupações sobre concorrência.

O grupo norte-americano Priceline opera em 224 países e territórios da Europa, América do Norte, América do Sul, região do Pacífico asiático, África e Médio Oriente.

O grupo britânico Momondo está presente em 35 mercados internacionais, com foco na região nórdica.

A transação foi comunicada à Comissão no passado dia 12.

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