UE: em breve vai poder usar Netflix ou Spotify quando viaja

A Comissão Europeia chegou a um acordo para que os cidadãos europeus possam aceder à Netflix, ao Spotify ou outro tipo de serviço online nos países da União Europeia.

Os europeus vão, em breve, poder usar as subscrições em serviços online dentro da União Europeia, anunciou a Comissão Europeia esta terça-feira. As negociações entre o Parlamento Europeu, os Estados-membros e a Comissão Europeia chegaram a um acordo para os serviços de filmes, de música, eventos desportivos, e-books ou jogos de vídeo. Em causa estão empresas como a Netflix, Spotify, HBO Go, Amazon Prime e Origin.

Brevemente, se estiver num país da União Europeia vai poder ver a série que o viciou ou ouvir o novo álbum do seu artista favorito. Os legisladores europeus deram esta terça-feira o primeiro passo para a “modernização” das regras de direitos de autor, tal como a Comissão Europeia já tinha proposto na sua estratégia para o Mercado Único Digital, uma matéria liderada por Andrus Ansip.

A regulação, no futuro, vai permitir que os consumidores tenham acesso aos serviços online quando viajam pelos países da União Europeia, da mesma forma que poderiam fazê-lo em casa. A Comissão Europeia dá um exemplo: “Quando um consumidor francês subscrever o serviço online do Canal+ de filmes e séries, o utilizador pode ter acesso aos filmes e séries disponíveis em França quando ele ou ela for em férias para a Croácia ou numa viagem de negócios à Dinamarca”.

O acordo alcançado hoje irá trazer benefícios concretos para os europeus.

Andrus Ansip

Vice-presidente para o Mercado Único Digital

O comunicado de imprensa explica que estes serviços vão verificar o país de residência do subscritor “usando os detalhes de pagamento, a existência de um contrato de internet ou verificando a morada de IP”. Todas as empresas que ofereçam este tipo de serviços vão ter de seguir estas novas regras. A Comissão esclarece que os serviços sem pagamento podem escolher entre fornecer ou não essa portabilidade aos subscritores.

“O acordo alcançado hoje irá trazer benefícios concretos para os europeus. Os cidadãos que subscreveram as suas séries favoritas ou músicas ou eventos desportivos, em casa, vão poder aproveitá-los quando estiverem a viajar na Europa“, afirmou, esta terça-feira, o vice-presidente da Comissão Europeia destacado para este tema.

Andrus Ansip defende que este é um “passo importante para quebrar as barreiras” do Mercado Único Europeu. “São agora necessários acordos em outras propostas para modernizar as regras da União Europeia em relação aos direitos de autor para garantir um acesso mais amplo ao conteúdo criativo para lá das fronteiras”, pediu o vice-presidente para o Mercado Único Digital.

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CTT muda governação e tem novo chairman

Francisco de Lacerda passa o cargo de chairman para António Gomes Mota, anterior vice-presidente, mantendo-se ainda assim como presidente executivo e vice-presidente da administração dos CTT.

Há mudanças na governação dos CTT CTT 0,00% . A empresa vai separar os cargos de presidente executivo (CEO) e presidente do conselho de administração (chairman), até aqui acumulados por Francisco de Lacerda.

Num documento submetido aos mercados, a cotada portuguesa avança que Francisco de Lacerda deixará de ser chairman, passando a vice-presidente do conselho administrativo dos CTT e mantendo o cargo de presidente executivo. Já António Gomes Mota, atual vice-presidente do conselho de administração, será o novo chairman da empresa postal.

O mandato desta administração terminou no final de 2016 e, com esta proposta, a comissão de governo societário dos CTT apresenta a nova administração a levar à assembleia geral de acionistas, com data prevista para dia 20 de abril. O próximo mandato deverá durar até 2019.

Na lista recomendada não constam os nomes de Manuel Castelo-Branco nem de Ana Jordão, que deixam assim a comissão executiva. Entram como administradores executivos António Pedro Silva e Francisco Simão, dois diretores de primeira linha da empresa. Como não executivos, juntam-se João Bento, Luísa Anacoreta Correia e Belén Amatriain Corbi.

A lista vai ao encontro das recomendações da comissão de governo societário dos CTT, descriminadas no documento. Entre elas, o objetivo de atingir a quota “de 30% do género feminino no conselho de administração deste mandato”, superior até à indicação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). É também objetivo a nomeação de uma comissão mais internacional, com uma maioria de conselheiros independentes.

A separação dos cargos era, de resto, uma intenção antiga, veiculada logo depois da privatização da empresa em 2014. Desta forma, os CTT vão ao encontro das boas práticas de corporate governance — por outras palavras, a separação de cargos executivos com os de quem reporta diretamente aos acionistas.

Notícia atualizada às 19h14 com mais informação.

Gráfico: Cotação dos CTT na Bolsa de Lisboa

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Fosun fica com 24% do BCP, Sonangol com 15%

A atual participação do grupo chinês ainda está abaixo do objetivo, que passa por ficar a deter 30% do banco português.

A Fosun aproveitou o aumento de capital para reforçar a posição no BCP para 23,92%. Apesar do aumento face aos 16,67% que detinha até agora, a atual participação ainda fica abaixo do objetivo do grupo chinês, que passa por ficar a deter 30% do banco português. Já os angolanos da Sonangol, que ainda não tinham confirmado se iam reforçar a posição no banco, aumentaram a participação de 14,87% para 15,24%.

A informação foi comunicada esta tarde pelo BCP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“O BCP informa ter recebido dos acionistas Chiado [a empresa constituída pela Fosun para comprar participações no BCP] e Sonangol-Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola informação sobre as respetivas participações qualificadas (23,92% e 15,24%, respetivamente”, referiu o banco, em comunicado.

Ao que o ECO já tinha apurado, a participação da Fosun ficou abaixo do objetivo de 30% devido à forte procura registada pelos novos títulos do BCP. A operação foi totalmente subscrita e o número total de ações solicitadas pelos investidores acabou por superar em 22% o número de títulos em oferta. O aumento de capital de 1.330 milhões de euros vai permitir ao banco reembolsar ao Estado os 700 milhões de euros que restam dos CoCos, além de reforçar os rácios de capital.

Notícia atualizada pela última vez às 18h30.

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BCP afunda com inundação de novas ações

Foi sobretudo por causa do tombo do BCP que a bolsa portuguesa encerrou a sessão desta terça-feira em terreno negativo. Vêm aí mais 14 mil milhões de novos títulos do banco.

As ações do BCP afundaram mais de 9% quando o banco se prepara para lançar na bolsa mais 14 mil milhões de novas ações na sequência do aumento de capital de 1.300 milhões de euros, que foi totalmente subscrito com forte participação dos acionistas de referência. Os analistas justificam a queda com um movimento de correção após as valorizações nos últimos dias. Quinta-feira termina oficialmente o reforço de capital do maior banco privado português com a entrada em negociação dos novos títulos do BCP.

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Metro quadrado: 125 de Outubro, escritórios à medida no centro de Lisboa

  • ECO + JLL
  • 7 Fevereiro 2017

O edifício 125 de Outubro localiza-se no centro de negócios de Lisboa e tem ainda disponíveis 2.219 m² de escritórios, comercializados pela JLL em co-exclusividade.

A Avenida 5 de Outubro é uma das principais zonas empresariais de Lisboa. A sua centralidade é sinónimo de bons acessos, de uma diversificada rede de transportes públicos, bem como de uma vasta gama de serviços na envolvente. A sua proximidade à Praça de Espanha torna também mais fácil o acesso aos grandes eixos rodoviários.

O edifício 125 de Outubro localiza-se em plena Avenida 5 de Outubro e resulta da reabilitação de um imóvel dos anos 80. A intervenção exterior e interior traduz-se em acabamentos de elevada qualidade e na atualização das infraestruturas técnicas e tecnológicas, conferindo uma imagem mais marcante e moderna à fachada.

Com um total de 10 pisos de escritórios e duas lojas no piso 0, o edifício tem disponíveis para comercialização escritórios com áreas a partir de 198 m², num total de 2.219 m². A comercialização é feita pela JLL em regime de co-exclusividade.

Conheça os benefícios que o edifício oferece à sua empresa:

  • Escritórios com possibilidade de projeto à medida e pavimento à escolha
  • Rede de dados estruturada instalada
  • Segurança 12h e Central de Vigilância em circuito fechado.
  • Ar Condicionado (sistema VRV)
  • Valores muito competitivos de renda e de condomínio.

Saiba mais sobre o imóvel aqui.

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Um Mégane cheio de pressa, mas a gasóleo

A Renault decidiu dar mais fôlego ao seu pequeno familiar. Montou-lhe um motor diesel para manter os consumos reduzidos, mas com 165 cv para permitir fazer o gosto ao pé.

O Renault Mégane já todos conhecem. A novidade está na versão GT que a marca francesa decidiu apresentar agora. É o mesmo pequeno familiar (seja na versão berlina ou carrinha) que tantos portugueses estão habituados a ver nas estradas, mas com um look mais desportivo que não se limita à aparência. Debaixo do capô tem um motor de 165 cv… a gasóleo. Promete fazer o gosto ao pé, mas com consumos reduzidos.

O motor 1.6 diesel ganhou mais alma nesta versão GT. Este bloco permite uma potência de 165 cv graças a dois turbocompressores: “O primeiro turbo é de baixa inércia e tem 90% do binário máximo disponível a partir das 1.500 rpm”, já o “segundo turbo entra em funcionamento em regimes mais elevados”.

Enquanto os Talisman, Espace e a nova Grand Scénic (lançada em breve) contam com o mesmo bloco, mas de 160 cv, o Mégane tem cinco cavalos extra que “resultam de uma calibração específica feita pela Renault Sport, com o objetivo de otimizar os desempenhos”, diz a marca. Que desempenhos? Dos 0 aos 100 km/h são precisos 8,9 segundos, sendo a velocidade máxima de 214 km/h.

Do violeta… ao vermelho

A Renault permite aos condutores personalizarem o Mégane GT em função da necessidade ou do estado de espírito do condutor. “Através do R-LINK 2 ou de um botão específico posicionado na consola central, podem ser selecionados diferentes modos de condução: Sport, Neutral, Comfort e Perso“, refere a fabricante francesa.

Consoante a opção selecionada, estará a alterar a “parametrização do automóvel ao nível da suspensão, direção, velocidade de resposta do acelerador e do motor, mas também o ambiente do habitáculo – quatro cores: vermelho, castanho, azul e violeta – bem como a rapidez das passagens de caixa”, acrescenta.

Desportivo, também na aparência

Em termos dinâmicos, o GT revela ser uma proposta aliciante para o dia-a-dia: bons desempenhos com consumos comedidos — a Renault anuncia um consumo médio é 4,6 litros aos 100 km graças — ao motor a diesel. Isto num Mégane em tudo idêntico ao equivalente a gasolina, tanto no exterior como no interior. Embora seja mais caro que o 1.6 TCe: 35.400 euros para a berlina e 36.300 para a Sport Tourer.

O Mégane GT dCi 165 herda “o mesmo pacote estético da versão a gasolina de 205 cavalos: a grelha dianteira específica, as bonitas jantes em liga leve de 18 polegadas, bem como as assinaturas GT, Renault Sport e 4CONTROL em diferentes pontos da carroçaria”, diz a marca, salientando que este conjunto fica completo com as luzes LED na dianteira e na traseira.

Por dentro encontrará “bacqet” com os apoios de cabeça integrados. “Está lá a assinatura Renault Sport, o volante desportivo em couro com as patilhas que comandam a caixa de velocidades, os detalhes cromados, os pedais em alumínio, bem como o moderno painel de instrumentos personalizável”, destaca a marca.

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Isabel dos Santos sai do BPI e ganha 80 milhões

Está desfeito o mistério: Isabel dos Santos aceitou vender a posição no BPI ao CaixaBank e tem uma mais-valia superior a 80 milhões de euros.

Isabel dos Santos deixou de ser acionista do BPI: a empresária angolana deu ontem uma ordem de venda da participação de 18,5% que tinha no BPI na Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank a 1,134 euros por ação, revelou ao ECO em primeira mão uma fonte conhecedora do processo. Contas feitas, entrou em 2009, saiu em 2017 e ganhou mais de 80 milhões de euros.

Com base nas comunicações realizadas ao mercado de participações qualificados ocorridas ao longo destes anos, a mais-valia de Isabel dos Santos resulta da venda da atual participação e também dos dividendos entretanto ganhos, de cerca de 12,6 milhões de euros, referentes aos anos de 2008 e 2009.

A empresária não ganha apenas com a venda da posição no BPI. Isabel dos Santos passou a controlar a maioria do capital do BFA, através da Unitel, o maior banco angolano que estava, até há poucas semanas, sob domínio do BPI. Mário Silva, aliás, é um gestor de confiança de Isabel dos Santos e presidente da Fidequity, passou a ser o chairman do BFA e substituição de Fernando Ulrich.

Com a decisão de Isabel dos Santos, está garantido o sucesso da OPA do CaixaBank sobre o BPI. Os catalães, recorde-se, já controlam cerca de 45% do capital do banco liderado por Fernando Ulrich.

Já hoje, o ECO revelou que o maior acionista português, o grupo Violas, também deu ordem de venda para a sua participação de 2,6% do capital.

O resultado da oferta será apurado em Sessão Especial de Mercado Regulamentado da Euronext Lisbon, que terá lugar amanhã, dia 8 de fevereiro.

O BPI registou um aumento de 32,5% dos lucros para 313,2 milhões de euros em 2016.

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REN concretiza compra de gasoduto no Chile

Gestora da rede elétrica nacional finalizou esta terça-feira a compra de um gasoduto no Chile por cerca de 170 milhões de euros. Negócio enquadra-se no plano de internacionalização da empresa.

A gestora de rede elétrica nacional REN finalizou esta terça-feira a aquisição de 42,5% do capital da Electrogas à ENEL Generacións Chile, num negócio avaliado em 171,9 milhões de euros, informou a empresa liderada por Rodrigo Costa num comunicado enviado à CMVM.

A Electrogas detém um gasoduto na zona central do Chile com 165,6 quilómetros de comprimento, tratando-se de um gasoduto de grande relevância no país, que liga o terminal de regaseificação de Quintero a Santiago (a capital e o maior centro populacional chileno) e a Valparaíso (um dos portos mais importantes do Chile).

O contrato de compra já tinha sido anunciado em dezembro do ano passado. Porém, estava dependente do não exercício dos direitos de preferência de outros acionistas da Electrogas, um direito que não veio a ser exercido.

A REN informa que o negócio será concretizado “com recurso a linhas de crédito de longo prazo disponíveis no grupo“.

A aquisição deste gasoduto enquadra-se no plano de internacionalização da gestora da rede elétrica e no seu plano estratégico aprovado para o triénio 2015-2018, procurando “cumprir um dos seus objetivos de médio e longo prazo ao adquirir uma participação relevante num ativo enquadrado num dos setores onde detém ampla experiência e num país com uma economia estável e competitiva”.

As ações da REN fecharam esta terça-feira nos 2,565 euros, acumulando uma perda de 5% desde o início do ano.

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“O euro é irreversível”, mas a moeda não é de ferro

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2017

O Banco Central Europeu saiu em defesa do euro, mas as palavras de Mario Draghi não estão a conseguir acalmar os investidores. As eleições na região estão a pesar no desempenho da moeda única.

Mario Draghi voltou a sair em defesa da moeda única. O presidente do Banco Central Europeu (BCE) defendeu, perante ataques da candidata às presidenciais francesas, Marine Le Pen, que o projeto do euro é “irreversível”, mas as palavras do responsável máximo pela autoridade monetária da região não estão a ter a força de outros tempos. Os receios dos investidores em torno de todos os atos eleitorais que vão ter lugar este ano na Zona Euro estão a pesar no desempenho da divisa.

Marine Le Pen afirmou que se ganhar as presidenciais, a França sai do euro. E não é a única candidata das várias eleições a realizar este ano na região a ameaçar sair da Zona Euro. Em Itália, o Movimento 5 Estrelas — cada vez mais próximo do Partido Democrata nas sondagens — já anuncia um referendo à população para avaliar a manutenção da moeda única.

Ameaças numa altura em que a Europa está a ser confrontada com a saída do Reino Unido da União Europeia, que vêm aumentar o nível de alerta dos investidores. O reflexo disso mesmo é o desempenho do euro. A moeda que disparou após os EUA afirmarem que estava “extremamente subvalorizada” face ao dólar, tem vindo a perder valor. Cai 0,57% para 1,0689 dólares, recuando pela segunda sessão consecutiva.

A saída do euro assusta os investidores. Mas é possível? É, mas tem custos elevados. “Se um país saísse da Zona Euro, os ativos e passivos dos seus bancos em relação ao BCE teriam de ser completamente liquidados”, disse Draghi, numa carta enviada aos eurodeputados Marco Valli e Marco Zanni. Zanni contra-atacou que essa resposta significava que os países podiam sair se quisessem.

“Quis trazer a questão da saída do euro e de como ela podia acontecer”, afirmou Zanni numa entrevista. “Draghi agora admitiu claramente que tal saída é possível e que é necessário haver uma maior clareza sobre o preço a pagar. Tenho a certeza de que no caso de a Itália deixar o euro, os prós excederiam os contras”.

Benoit Coeure, membro executivo do BCE, disse em entrevista ao Le Parisien que “deixar o euro afetaria as poupanças e o emprego em França” e levaria a um “agravamento das taxas de juro”. “Seria escolher propositadamente o empobrecimento”. O seu testemunho foi partilhado por Francois Villeroy de Galhau, membro do Conselho do BCE, que escreveu no Le Figaro sobre como abandonar a moeda única levaria a um acréscimo dos custos do serviço da dívida de França em 30 mil milhões de euros ao ano.

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Tombo de 9% do BCP atira Lisboa para o vermelho

Pharol disparou 6%, mas a bolsa portuguesa acabou no vermelho. Culpa do BCP, que afundou mais de 9%, e da Galp, que cedeu mais de 1%. Juros aliviaram ligeiramente antes de Portugal ir aos mercados.

O tombo de 9% das ações do BCP, a dias de entrar em negociação mais 14 mil milhões de novas ações do banco, arrastou a bolsa nacional para o vermelho. O dia só não foi pior em Lisboa porque a Pharol voltou a brilhar e o grupo EDP fechou em terreno positivo. No mercado de dívida, na véspera de o Tesouro português ir ao mercado, os juros nacionais observaram uma ligeira correção.

Apenas sete cotadas fecharam abaixo da linha de água: Corticeira Amorim, BCP, CTT, Mota-Engil, Galp, REN e Sonae Capital. Mas estes desempenhos foram suficientes para deixar o PSI-20 a contabilizar mais perdas: o principal índice português caiu 0,74% para os 4.563,21 pontos. Lisboa desvaloriza mais de 2% desde o início do ano.

O BCP foi um dos principais protagonistas do mercado nacional. As ações afundaram 9,46% para 0,157 euros, com os analistas a explicarem a pressão vendedora em torno do banco liderado por Nuno Amado com um movimento de correção após as valorizações nas últimas sessões. E isto quando na quinta-feira vão para o mercado mais 14 mil milhões de novas ações do BCP, na sequência do aumento de capital de 1.300 milhões de euros, uma operação que foi totalmente subscrita com forte presença dos acionistas e que permitiu a dispensa da tomada firme do sindicato bancário que organizou este reforço de capital.

“O BCP está a corrigir os ganhos das últimas sessões”, referiu Eduardo Silva, gestor de ativos da XTB Portugal. “O sentimento de risk off na Europa com incidência sobre o setor da banca é evidente, depois de dois dias de fortes subidas, o BCP está a ceder parte dos ganhos e acompanha o setor com uma desvalorização acentuada. A volatilidade é ainda mais forte em Itália onde o risco político e a pressão sobre o setor da banca têm estado em foco”, acrescentou.

Também a Galp, com uma queda de 1,19% para 13,67 euros, pressionou o índice português, cuja queda foi amparada essencialmente pela expressiva valorização da Pharol (+6,%), EDP (+0,94%) e EDP Renováveis (+0,77%). No caso da Pharol, a empresa reforça o estatuto de cotada nacional com mais ganhos em 2017, numa altura em que a Oi prossegue o seu plano de recuperação perante o interesse de investidores na operadora brasileira.

Também o BPI subiu 1,63% para os 1,124, no último dia em que os acionistas podiam vender na Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI. Os espanhóis ofereciam 1,134 euros.

Entretanto, no mercado secundário de dívida, os juros portugueses registaram algum alívio na sessão desta terça-feira. A taxa associada à dívida a dez anos cede mas continua acima dos 4,2%. Também nas maturidades a cinco e sete anos, as yields registavam descidas ligeiras, na véspera de o IGCP tentar levantar até 1.250 milhões de euros em obrigações nestes dois prazos.

No plano europeu, depois de uma manhã globalmente positiva, algumas praças sentiram alguma pressão vendedora e encerraram o dia no vermelho. Foi o caso das bolsas de Madrid, Paris e Milão, que apresentaram perdas inferiores a 0,5%.

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Marcelo: Redução do défice é “obra deste Governo”

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2017

O Presidente da República reconheceu o mérito do anterior executivo PSD/CDS-PP na diminuição do défice, mas considerou que a redução "é em larga medida obra deste Governo".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu hoje o mérito do anterior Executivo PSD/CDS-PP na diminuição do défice, mas considerou que a redução “é em larga medida obra deste Governo”, que tem seguido a trajetória correta.

À saída da cerimónia de entrega das medalhas de honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre os sinais de alerta que têm surgido nos últimos dias para a economia portuguesa, tendo recordado que quando assumiu funções há um ano muitos diziam que era “rigorosamente e matematicamente impossível” ter um défice em 2016 inferior a 3%.

“E hoje os mesmos dizem: o défice vai ser menos de 3%. Como dizia a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] ontem [segunda-feira] é uma grandiosa realização, o que mostra bem que não se esperava que fosse apontar-se agora para números como 2,3%, que são números impensáveis há um ano e impensáveis há dois, três, quatro, cinco anos no nosso país”, disse.

Um reiterar das afirmações do Chefe de Estado na sua primeira grande entrevista após um ano de mandato.

Para o Presidente da República, “isso é obra, há que reconhecer, do Governo anterior, mas é em larga medida obra deste Governo”.

Marcelo Rebelo de Sousa foi ainda questionado sobre a preocupação da agência de notação financeira Moddy´s com a existência em Portugal de “um Governo minoritário que depende de partidos de esquerda que fazem pressão para uma política orçamental mais expansionista”.

Era um risco, como sabemos, que existiu desde a primeira hora. O que tem sido positivo é que, apesar desse risco de divergência de posições, ter havido uma trajetória – como eu disse ontem [segunda-feira] – correta. É preciso fazer mais e melhor, mas a trajetória seguida tem sido correta.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

“Era um risco, como sabemos, que existiu desde a primeira hora. O que tem sido positivo é que, apesar desse risco de divergência de posições, ter havido uma trajetória – como eu disse ontem [segunda-feira] – correta. É preciso fazer mais e melhor, mas a trajetória seguida tem sido correta”, defendeu.

O Chefe de Estado deu os exemplos positivos da “consolidação orçamental, diminuição do défice e cumprimento dos compromissos europeus”.

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Valor pedido por apartamentos novos em Lisboa atingiu 1,5 milhões em 2016

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2017

O valor pedido por apartamentos novos em Lisboa atingiu um máximo de 1,5 milhões de euros em 2016. Vistos gold ajudaram a impulsionar preços da habitação na capital, diz relatório.

A oferta de apartamentos novos em Lisboa variou entre 250 mil e 1,5 milhões de euros em 2016, enquanto os apartamentos usados oscilaram entre os 145 mil e os 780 mil euros, segundo um relatório hoje divulgado.

“Observou-se, nos imóveis para venda, uma elevada concentração em valores de oferta superiores aos quinhentos mil euros”, revelou a consultora imobiliária REVC, considerando os imóveis existentes em base de dados do portal imobiliário Imovirtual no mês de outubro de 2016.

De acordo com o relatório sobre o mercado residencial em Lisboa, aos elevados valores da oferta de imóveis para venda “não é indiferente a procura associada aos designados ‘golden visa e/ou regime fiscal de residentes não habituais’”.

Em relação à procura, os valores para apartamentos novos variaram “entre os 180 mil e os 800 mil euros”, enquanto os valores para apartamentos usados oscilaram “entre os 94 mil e os 600 mil euros”.

A análise referente à procura e à oferta no município de Lisboa incidiu sobre a base de dados do portal Imovirtual. Na análise da oferta, a consultora REVC considerou os imóveis existentes em base de dados no mês de outubro, já a procura incidiu sobre a análise do número de contactos gerados através do portal para o ano de 2016.

“O município de Lisboa tem tido uma representatividade expressiva nos contactos gerados para os segmentos de valores mais elevados, sobretudo nos apartamentos novos e nas moradias”, apurou a consultora REVC, acrescentando que, no entanto, “no âmbito geral, os contactos gerados, quer para arrendamento, quer para venda, tendem a posicionar-se em segmentos de valores inferiores aos da oferta”.

"O município de Lisboa tem tido uma representatividade expressiva nos contactos gerados para os segmentos de valores mais elevados, sobretudo nos apartamentos novos e nas moradias.”

REVC

Em termos de tipo de imóvel para venda, verificou-se “a concentração nos apartamentos”, quer do lado da oferta, quer do lado da procura, em todas as zonas de Lisboa.

Relativamente à venda de apartamentos novos, a oferta disponível incidiu maioritariamente nas tipologias T1, T2 e T3, e a procura direcionou-se maioritariamente para a tipologia T2.

Segundo o relatório, a zona da Baixa lisboeta (Misericórdia, Santa Maria Maior, Santo António e São Vicente) “é considerada a zona ‘prime’ de Lisboa, com procura não apenas de âmbito nacional, mas de foro internacional”.

Na análise da procura, “o maior número de contactos gerados para apartamentos novos incidiu na zona Noroeste (Carnide, Lumiar e Santa Clara)”, revelou a consultora imobiliária.

Na venda de apartamentos usados, as tipologias de maior relevância foram os T2 e T3, quer em termos de oferta, quer em termos da procura.

“As zonas com maior ‘stock’ destes imóveis eram o Centro litoral (Penha de França, Beato e Marvila) e o Centro interior (Benfica, Campolide e São Domingos de Benfica). Do lado da procura, as zonas dos Bairros tradicionais (Estrela e Campo de Ourique), Centro litoral e Noroeste destacaram-se face às demais, com um elevado número de contactos gerados”, indicou o relatório.

Em relação ao arrendamento, “a oferta do tipo de imóveis é mais heterogénea, com uma maior predominância nos apartamentos, lojas e escritórios”.

Na análise dos apartamentos para arrendamento, o relatório englobou as categorias ‘novos’ e ‘usados’, dado que “a representatividade dos imóveis novos é bastante diminuta, não tendo expressividade quando se desagrega por zonas”.

Baixa lisboeta é a zona mais procurada.D.R.

Neste sentido, o relatório sobre o mercado residencial em Lisboa apurou que a oferta e a procura por apartamentos para arrendamento incidiram nas tipologias T1 e T2.

“No âmbito geral, no arrendamento, no período considerado, observou-se um equilíbrio entre o que se oferece e os contactos gerados”, afirmou a consultora imobiliária, referindo que a zona mais representativa em termos de procura foi o Centro litoral e em termos de oferta foram as zonas da Baixa lisboeta e das avenidas (Arroios, Avenidas Novas, Areeiro e Alvalade).

O relatório da consultora imobiliária REVC concluiu ainda que “a oferta de moradias no concelho é escassa”, acrescentando que a oferta e a procura deste tipo de imóveis para venda tiveram uma maior expressividade nas zonas Sudoeste (Belém, Ajuda e Alcântara) e Nordeste (Olivais e Parque das Nações).

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