Sonaecom aumenta lucros. Dá mais dividendos

  • ECO
  • 13 Março 2017

A Sonaecom fechou o ano com lucros de 48,1 milhões de euros. Os resultados líquidos cresceram, levando a empresa a aumentar os dividendos. Vai entrar metade aos acionistas.

A Sonaecom aumentou os lucros no último ano. Apresentou resultados líquidos de 48,1 milhões de euros, valor suportado em grande parte pela Armilar Venture Funds, três capitais de risco adquiridas ao Novo Banco. Perante o crescimento dos lucros, a empresa liderada por Ângelo Paupério decidiu aumentar os dividendos, propondo-se a distribuir metade dos resultados obtidos.

O resultado líquido atribuível ao grupo fixou-se em 48,1 milhões de euros, que compara com 34,6 milhões de euros obtidos em 2015″, refere a empresa. Ou seja, houve um aumento de 39,1%. Estes lucros “incluem resultados indiretos no montante de 28,5 milhões de euros, relacionados com a aquisição da Armilar Venture Funds”, sendo que sem este efeito o lucro seria de 19,7 milhões.

“A Armilar Venture Funds são três fundos de capital de risco nos quais a Sonae IM detém unidades de participação adquiridas ao Novo Banco”, refere a empresa.

O EBITDA consolidado cifrou-se em 17,9 milhões de euros, encolhendo 16,6% face ao ano anterior, “essencialmente pelo decréscimo do EBITDA do portefólio” mas também pelo contributo da ZOPT, que está dependente dos resultados da Nos. As receitas, por seu lado, aumentaram em 0,8% para 130,5 milhões de euros.

Metade vai para dividendos

Perante os resultados apresentados, a administração aprovou a proposta de um dividendo de 7,7 cêntimos por ação, representando um rácio de pay out de 50% do resultado líquido e um retorno do dividendo de 3% com base na cotação de 31 de dezembro de 2016. A Sonaecom encerrou a última sessão nos 2,75 euros, o que coloca a rendibilidade da remuneração aos acionistas em 2,8%.

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BES: Lesados do papel comercial que aceitem solução recebem primeira tranche até julho

  • Lusa
  • 13 Março 2017

O grupo de trabalho diz que espera que “o início de pagamento possa vir a acontecer entre o final do mês de junho e o início do mês de julho de 2017”.

Os lesados do papel comercial do BES receberão nas próximas semanas os documentos com a proposta de solução e os que aceitarem deverão receber a primeira indemnização até julho, segundo o grupo de trabalho criado para este tema.

O grupo de trabalho estima poder estar em condições de promover a consulta inicial ao universo de destinatários do modelo de solução sobre a aceitação ou rejeição deste [modelo de solução] entre o final de março e o início de abril de 2017”, lê-se no comunicado enviado à Lusa.

Ainda na nota de imprensa é dito que, se houver uma “vontade maioritária de aceitação do modelo de solução”, haverá então um “procedimento individualizado de adesão, que deverá decorrer no mês de maio”. Ou seja, é nessa data que será apresentado o contrato de adesão a cada cliente lesado.

Quanto ao pagamento das indemnizações aos lesados, o grupo de trabalho diz que espera que “o início de pagamento possa vir a acontecer entre o final do mês de junho e o início do mês de julho de 2017”.

Desde o início de 2017 que o grupo de trabalho dos lesados do papel comercial (constituído por Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, CMVM, Banco de Portugal, ‘banco mau’ BES, com mediação do Governo, através do advogado Diogo Lacerda Machado) se reúne regularmente para operacionalizar a solução encontrada no final do ano passado para compensar os mais de 4.000 clientes que investiram, aos balcões do BES, em papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo (GES).

Em causa estão 434 milhões de euros investidos nas empresas Espírito Santo Financial e Rio Forte, poucos meses antes do colapso do grupo, que ocorreu no verão de 2014.

De acordo com o mecanismo de compensação já conhecido, os clientes que aceitem a solução proposta irão recuperar 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, isto se tiverem aplicações até 500 mil euros. Já acima desse valor, irão recuperar 50% do valor investido.

Por exemplo, para uma aplicação de 400 mil euros serão pagos 250 mil euros, o valor máximo possível para esse montante, ainda que seja abaixo dos 75%. Já para uma aplicação de 600 mil, serão pagos 300 mil euros.

Ou seja, os clientes assumem perdas, mas recebem desde já dinheiro por que teriam de esperar anos, provavelmente, para recuperar em processos em tribunal e de forma incerta.

O pagamento do dinheiro será feito por parcelas, sendo que a primeira parte (cerca de 30% do total) será ainda este ano, após a assinatura do contrato de adesão por cada lesado, sendo o restante valor reembolsado até 2019.

O valor será pago aos clientes lesados por um fundo de indemnizações a ser criado. Contudo, como este fundo não tem capital para pagar os montantes em causa, a solução passa por pedir um empréstimo junto da banca, com garantia do Estado.

A consulta inicial que o grupo de trabalho vai promover junto dos clientes lesados entre final de março e início de abril visa perceber o valor que o fundo de indemnizações precisa de garantir junto da banca para reembolsar as pessoas envolvidas.

Quanto aos clientes que queiram aderir a esta solução, têm que cumprir uma série de obrigações.

Em primeiro lugar, têm que ceder os direitos judiciais dos processos já colocados em tribunal, contra entidades e administradores ligados ao GES, ao fundo de indemnizações, que assumirá a litigância desses processos na Justiça e que receberá as eventuais compensações decididas pelos tribunais.

O objetivo é que esse fundo consiga recuperar em tribunal nos próximos anos pelo menos o valor pago aos clientes lesados.

Os clientes terão ainda de comprometer-se a renunciar a reclamações e processos judiciais contra uma série de entidades, que, para já, são o Banco de Portugal, a CMVM, o Fundo de Resolução bancário, o Estado, o Novo Banco e o seu futuro comprador. A lista ainda pode ser revista.

A solução para os lesados do papel comercial poderá não ser aceite por todos os clientes, nomeadamente os que têm valores mais altos, acima dos 500 mil euros, que consideram que ficam prejudicados.

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Regulador dá “luz verde” ao plano da EDP Distribuição mas propõe corte no investimento

  • Lusa
  • 13 Março 2017

O regulador propõe uma redução em cerca de 10% do plano de investimentos para não ter impacto nas tarifas.

O regulador da energia dá “luz verde” ao plano de investimento da EDP Distribuição para os próximos cinco anos, num montante de 511 milhões de euros, mas propõe uma redução em cerca de 10% para não ter impacto nas tarifas.

No parecer hoje divulgado, “a ERSE considera que o operador da rede nacional de distribuição de eletricidade deve reformular a proposta no sentido de reduzir o total do investimento proposto em cerca de 10% […] num montante da ordem dos de 50 milhões de euros (a custos primários)”.

Nesse sentido, a EDP Distribuição deverá adiar “em um ou dois anos a calendarização da entrada em exploração de um conjunto de projetos de investimento que não sejam urgentes”, propõe o regulador da energia como forma de conseguir que não tenha qualquer impacto nos preços finais pagos pelos consumidores na conta da eletricidade.

No parecer que agora será remetido ao Governo, a ERSE elenca os investimentos propostos que podem ser adiados, como o aumento da resiliência de linhas aéreas, cujo montante de investimento é de 7,5 milhões de euros, o acesso a novo serviços – com um montante previsto de 34 milhões de euros -, o programa de renovação e reabilitação de ativos de média e alta tensão – orçado em 83 milhões de euros – ou o vetor de investimento ‘outros’, com um investimento de 53 milhões de euros, deixando inalterados os programas de “investimento obrigatório”, “investimento corrente urgente” e “promoção ambiental”.

“Esta redução do investimento em, pelo menos, 50 milhões de euros do total proposto permitirá que a concretização dos projetos previstos na Proposta de Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Distribuição de Eletricidade (PDIRD-E 2016) não contribua para o agravamento das tarifas de acesso às redes em cenários mais conservadores de evolução da procura”, defende o regulador da energia.

Entre os 511 milhões de euros de investimento proposto, 280 milhões de euros correspondem a projetos e programas de investimento que já constavam do PDIRD-E 2014, que foi aprovado pelo Governo em 22 de abril de 2015, através da secretaria de Estado da Energia, que abrangia projetos para o período de 2015 a 2019.

A segurança do abastecimento representa um investimento de 104 milhões de euros, isto é, cerca de 20% do total do plano, o que corresponde a uma média anual de 21 milhões de euros, ligeiramente inferior aos 22 milhões de euros de investimento médio verificado no período 2014-2016.

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Mota-Engil acelera, mas a bolsa derrapa

  • ECO
  • 13 Março 2017

A praça lisboeta fechou o primeiro dia da semana no vermelho, invertendo a tendência da abertura. A Mota-Engil destacou-se pela positiva, mas as outras empresas não conseguiram acompanhar.

A Mota-Engil foi a grande estrela da sessão de abertura desta semana. A construtora conseguiu um acordo para a construção de uma linha de caminhos-de-ferro em Moçambique, que está orçada em 2,3 mil milhões de euros. A vitória agradou aos investidores, e a empresa chegou ao final desta segunda-feira a valorizar 4,65% para 1,80 euros.

Também a EDP fechou o dia de hoje de forma positiva, a valorizar 0,07% para os 2,83 euros, e a EDP Renováveis a valorizar 0,07% para os 6,10 euros. O anúncio da venda da Portgas, a empresa de produção e distribuição de gás, que deverá acontecer até ao final do próximo mês, agradou aos investidores, bem como a previsão da entrada de mais 500 milhões de euros para a EDP.

Destaque ainda para a Galp Energia que subiu 0,44% para os 13,71 euros, já na banca, o BCP subiu 0,25% para os 0,16 euros. E até os CTT recuperaram dos mínimos históricos registados no final da semana passada. E a bolsa subiu? Não. O PSI-20 chegou ao fim desta segunda-feira a descer 0,15% para os 4619,16 pontos, contrariando a tendência das praças europeias — o Stoxx 600 somou 0,4%.

A pressionar o índice esteve, essencialmente, a Jerónimo Martins. A retalhista, que tem um elevado peso no índice de referência da bolsa nacional, terminou a sessão com uma queda de 1,08% para os 15,55 euros, impedindo um desempenho do PSI-20 em linha com o dos congéneres europeus.

Além da empresa liderada por Pedro Soares dos Santos também a Nos recuou. A operadora desvalorizou 1,25% para os 5,07 euros, isto no dia em que a Pharol cedeu 2,05%.

Nota ainda para a queda de mais de 3% das unidades de participação do Montepio. O banco cedeu em bolsa após uma avaliação do Banco de Portugal onde é assinalado o perfil de “risco elevado” do banco. O presidente do banco esclarece que a carta citada pelo Expresso é “uma versão preliminar de decisão final” e sublinha que o banco já respondeu à carta, esclarecendo “situações ultrapassadas ao longo de 2016”.

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Produção automóvel encolhe em fevereiro

  • Lusa
  • 13 Março 2017

A produção automóvel tinha crescido no arranque do ano, mas voltou a encolher em fevereiro. Recuou mais de 20%, mantendo o saldo no ano em terreno negativo.

A produção automóvel em Portugal atingiu 11.401 unidades em fevereiro, caindo 21,7% face a igual mês de 2016 e depois de ter subido em janeiro em termos homólogos, revelou hoje a associação do setor.

De acordo com os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), “após uma ligeira subida em janeiro, os números da produção automóvel voltaram [em fevereiro] a sofrer um recuo”.

Segundo a ACAP, em fevereiro verificou-se uma queda de 27,4% na produção de ligeiros de passageiros face ao mês homólogo, para 7.695 unidades.

Já no segmento de ligeiros de mercadorias foram produzidas 3.191 novas viaturas, representando uma quebra de 12,7% face ao período homólogo, ao passo que nas viaturas pesadas houve um aumento de 59,9%, com 515 novas unidades produzidas.

Em relação aos valores acumulados, nos dois primeiros meses deste ano, “os números são menos negativos”, já que foram produzidos em Portugal 24.008 veículos automóveis, isto é, mais 4,9% do que no período homólogo do ano anterior.

Assim, nos dois primeiros meses deste ano foram produzidos 15.826 automóveis ligeiros de passageiros (mais 10,3% do que em igual período do ano anterior), 7.097 ligeiros de mercadorias (menos 10,3%) e 1.085 veículos pesados (mais 72,8%).

Segundo a ACAP, os números de fevereiro mostram, uma vez mais, o peso que as exportações representam para o setor automóvel, já que 96,9% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino a exportação, o que contribui de “forma significativa” para a economia portuguesa.

A Europa continua a ser o principal mercado para as exportações dos veículos fabricados em Portugal – totalizando 78% –, com a Alemanha, Espanha, França e o Reino Unido no topo da lista.

Em termos geográficos, o mercado asiático, encabeçado pela China (12,4%), mantém o segundo lugar nas exportações de automóveis “made in Portugal”.

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Presidente do Montepio escreve aos colaboradores a tranquilizá-los

  • Margarida Peixoto
  • 13 Março 2017

José Félix Morgado assina um comunicado distribuído aos colaboradores onde procura tranquilizá-los sobre a situação do banco: diz que o alerta do Banco de Portugal "não reflete a situação em 2016".

O presidente do Montepio não perdeu tempo. No primeiro dia de trabalho depois da notícia do Expresso — que dá conta de uma avaliação do Banco de Portugal onde é assinalado o perfil de “risco elevado” do banco — José Félix Morgado enviou um comunicado aos colaboradores para os tranquilizar. Félix Morgado fez questão de garantir aos trabalhadores que as fragilidades identificadas se reportavam a 2015.

No comunicado interno do conselho de administração do Montepio, assinado pelo próprio José Félix Morgado, e a que o ECO teve acesso, a gestão tenta desvalorizar a notícia e repete os argumentos já expostos no comunicado enviado às redações no sábado.

O presidente do banco esclarece que a carta citada pelo jornal é “uma versão preliminar de decisão final” e sublinha que o banco já respondeu à carta, esclarecendo “situações ultrapassadas ao longo de 2016”.

Para demonstrar que a avaliação feita pelo regulador já não reflete o “quadro atual” do banco, Félix Morgado cita um parágrafo da carta, onde o regulador diz que “foi considerada a informação de natureza prudencial com referência a 31 de dezembro de 2015”.

"É claro que a carta em causa toma como data referência 31 de dezembro de 2015, sem prejuízo de alguns elementos posteriores que, tendo sido avaliados possam ter sido considerados pelo Banco de Portugal. É também claro que a situação reportada na notícia não reflete a situação em 2016 e, portanto, o quadro atual.”

José Félix Morgado

Presidente do conselho de administração do Montepio

“É claro que a carta em causa toma como data referência 31 de dezembro de 2015, sem prejuízo de alguns elementos posteriores que, tendo sido avaliados possam ter sido considerados pelo Banco de Portugal”, assinala o presidente do Montepio, em negrito. “É também claro que a situação reportada na notícia não reflete a situação em 2016 e, portanto, o quadro atual”, soma, ainda em negrito.

De seguida, Félix Morgado recorda que ainda em 2015 o banco reviu os procedimentos, controlo e governo internos, “tendo sido implementados até ao final de 2016 um conjunto de ações que robusteceram o sistema de controlo interno e das quais o Conselho de Administração deu nota ao Banco de Portugal na resposta à audiência prévia antes referida”. E garante: “Essa mesma evolução vem sendo reconhecida pelo regulador.”

“De referir, por último, a falta de ética e profissionalismo, de quem a coberto do anonimato continua a desprezar o dever de sigilo e reserva sobre os assuntos internos da nossa instituição, desrespeitando a Lei bem como o trabalho e esforço diário de todos os trabalhadores do Montepio prosseguindo, por certo, interesses próprios que não os da instituição”, remata o presidente do banco.

No sábado, na sequência da publicação da notícia, fonte oficial do Montepio já tinha reagido em comunicado enviado às redações, garantindo que as falhas identificadas pelo regulador já foram corrigidas. O ECO procurou confirmar junto do regulador se as fragilidades identificadas se reportavam a 2015 e se já foram ultrapassadas. Contudo, ainda não foi possível obter resposta.

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Espanha de olhos postos no cargo de Vítor Constâncio

Espanha quer um lugar na comissão executiva do BCE e agora deixou claro. "É uma prioridades do Governo", anunciou o ministro de Guindos. Próximo lugar a ficar vago é o de Vítor Constâncio.

De olhos postos em Vítor Constâncio. Espanha quer reaver o seu lugar na Comissão Executiva do Banco Central Europeu (BCE) já no próximo ano, justamente quando termina o mandato do português na autoridade monetária do euro. O ministro da Economia espanhol disse-o hoje abertamente. “É uma das prioridades do Governo espanhol”, assumiu Luis de Guindos. Em Madrid, trata-se de uma operação para voltar a ter influência em Frankfurt.

De Guindos, falando num discurso em Madrid, disse esta segunda-feira estar “convencido” de que Espanha vai recuperar a seu assento na comissão executiva do banco central. “Será uma prioridade absoluta para o Governo espanhol”, frisou o responsável.

"Será uma prioridade absoluta para o Governo espanhol.”

Luis de Guindos

Ministro da Economia de Espanha

O próximo lugar a ficar vago naquela comissão composta por seis elementos surge em maio de 2018, quando termina o mandato do vice-presidente do BCE, Vítor Constâncio. Depois disso, só em 2019, quando expira os mandatos de três membros da comissão, incluindo o presidente Mario Draghi.

Para Madrid, a estratégia de colocar um responsável espanhol numa posição de topo na instituição apresenta-se como fundamental para recuperar influência e poder em Frankfurt, onde grande parte das decisões sobre política monetária e sobre a vida dos bancos é tomada.

Uma necessidade que se tornou mais evidente depois de verificar o tratamento especial que a banca italiana tem tido nos últimos meses, nomeadamente no âmbito do resgate ao problemático Monte dei Paschi.

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Não é só o azeite que sobe. Prepare as carteiras

O aumento dos preços das matérias-primas tende a ser uma má notícia para as famílias, mas pode ser uma oportunidade de investimento. Saiba porquê e como aproveitar essa realidade.

O azeite vai ficar mais caro. E a culpa é de quem? Do mercado. A produção nacional de azeitona caiu 30%, no ano passado, devido às condições climatéricas adversas que também penalizaram a oferta de países produtores como a Tunísia, Grécia e a Itália. Com menos matéria-prima disponível, o efeito imediato é o aumento dos preços que os produtores de azeite já estão a antecipar. O mesmo aconteceu recentemente também com as curgetes. Em fevereiro, no intervalo de poucos dias, o preço deste legume tão utilizado na culinária nacional quase triplicou. Tudo por “culpa” das baixas temperaturas que se abateram sobre alguns dos países onde existem as maiores plantações de curgetes da Europa, o que acabou por afetar a produção do legume.

Ou seja, trata-se da lei da procura e da oferta e o mercado a funcionar. A mesma lei e o mesmo mercado que acaba por reger os preços dos alimentos que chegam à mesa dos portugueses todos os dias por mais distante em termos espaciais esteja a sua produção. Por isso, se os Estados brasileiros da Bahia e do Espírito Santo, ou a Índia têm sofrido com a seca, ou a doença de citrus greening está a afetar as laranjeiras na Florida e no Brasil, o mais certo é que venha a pagar por isso. É que estas regiões dispõem de algumas das maiores produções mundiais de matérias-primas que ajudam a compor a mesa dos portugueses: o café, o açúcar e o sumo de laranja. Quando há constrangimentos no lado da oferta, quem procura não encontra e se encontra precisa de desembolsar mais por isso.

Evolução do índice de matérias-primas agrícolas

Fonte: Bloomberg

Mas se o que cai no prato ou no copo das famílias fica mais caro por esse tipo de constrangimentos, também é possível tirar partido dessa realidade como investidor. Ou seja, através do investimento em matérias-primas. Essa aposta pode ser feita de diversas formas: diretamente nas matérias-primas onde acredita existir maior potencial de ganhos, ou de forma indireta através de produtos financeiros como os fundos de investimento ou de títulos de empresas ou setores que beneficiam dessas tendências.

Matérias-primas em alta

Tendo em conta sobretudo constrangimentos impostos pela natureza, mas também da procura, existe um conjunto de matérias-primas que podem apresentar algum potencial de valorização. Com base em previsões de analistas e os recentes sinais de alerta relacionados com constrangimentos do lado da oferta, fique a conhecer algumas das matérias-primas agrícolas que poderão oferecer maior potencial de valorização nos próximos tempos.

  • Sem energia? Sim, é que não há café

O Brasil é o maior produtor do mundo de café, mas abriu a porta à importação da matéria-prima durante quatro meses. Pode parecer estranho, mas a decisão resulta da necessidade de colmatar as falhas de produção num tipo específico de café: o robusta. Grande parte da responsabilidade dessa falha na oferta da matéria-prima resulta da seca que atingiu principalmente o Estado do Espírito Santo. Contudo, não é o único fenómeno que leva a antecipar um desequilíbrio entre a procura e a oferta desta matéria-prima que serve de base ao expresso que toma todos os dias, e por isso mesmo a expectativa aponta para um aumento de preços.

De acordo com dados complicados pela Bloomberg, a média das estimativas atribuídas pelos analistas atribui um potencial de subida dos preços do café em torno de 7% no segundo trimestre e de 11% até ao final do ano, tendo em conta o atual nível de preços. O Goldman Sachs aposta na subida do preço desta matéria-prima. O banco de investimento antecipa que a aceleração do crescimento económico mundial — 3,5% (para 2017) e 3,75% (para 2018) — combinado com a rotação do consumo para os países emergentes, como a China, vai no sentido de um aumento da procura global da matéria-prima, valorizando ainda o impacto dos constrangimentos provocados pela seca no Brasil. “Não acreditamos que a oferta seja capaz de recuperar suficientemente em 2017-18 de modo a compensar o crescimento continuado da procura”, dizia o Goldman Sachs num research recente, acrescentando que os riscos em termos de preço vai “no sentido da subida”.

  • Açúcar para adoçar as carteiras

No caso do açúcar, parte da justificação que leva a antecipar um aumento de preços tem origem na Índia, mas não é a única explicação. Existe um consenso no mercado em relação à escassez de oferta de açúcar para fazer face a uma procura em crescimento a nível global. De acordo com um estudo recente levado a cabo pelo Abares, organismo oficial para as matérias-primas da Austrália, antecipou recentemente que os preços do açúcar deverão manter-se pressionados em alta, atribuindo essa responsabilidade à força da procura. Um outlook que reflete “a expectativa de que o consumo mundial de açúcar irá crescer mais rápido do que a produção, reduzindo as reservas e o rácio de reservas-uso”, diz o Aberes. As suas previsões vão no sentido de que a produção mundial de açúcar cresça a uma média anual de 1,6%, enquanto o consumo deverá aumentar a uma média anual de 2,3%.

Num prazo mais curto as estimativas dos analistas apontam para uma valorização da cotação da matéria-prima na ordem dos 9% no segundo trimestre deste ano face à atual cotação, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Uma evolução a que poderá não ser alheia a quebra da colheita de cana-de-açúcar na Índia nesta época devido à seca — um dos maiores produtores mundiais — que já está a provocar alguma ansiedade no mercado.

  • Vai um sumo de laranja? Desculpe, mas não temos

A citrus greening, doença que atinge as laranjeiras, tem sido uma das principais dores de cabeça dos produtores. No Brasil — o maior exportador de sumo de laranja do mundo (80% da oferta global) — a doença que faz com que a fruta reduza de tamanho ou caia precocemente, levou os produtores a abaterem milhares de árvores e a procurarem outras regiões para cultivar laranjeiras. Em resultado a produção de laranja, que também sofreu os efeitos nefastos do El Nino, caiu no ano passado no Brasil para o patamar mais baixo das últimas duas décadas.

O efeito da doença das laranjeiras também se têm feito sentir mais a norte, nos EUA. A produção de laranja na Flórida — a segunda maior produtora mundial de sumo de laranja do mundo — há anos que vem a cair, prepara-se para atingir mínimos de cinco décadas. Quebras que têm tido impacto nos futuros sobre o sumo de laranja que só nos últimos 12 meses apresentaram uma valorização de quase 44%. Como os problemas de oferta desta matéria-prima não se deverão resolver de um dia para o outro as perspetivas vão no sentido de que os respetivos preços continuem a aumentar.

Investir através de fundos que seguem as matérias-primas

O investimento direto numa matéria-prima não é, contudo, uma forma prática de ganhar exposição — exige, regra geral, conhecimentos mais profundos de produtos financeiros complexos, de risco elevado. Mas há alternativas: pode optar por investir através de fundos, sejam eles tradicionais ou os ETF.

Nos Exchange Traded Funds (ETF), a gestão é totalmente passiva, pelo que a expectativa de quem neles investe será sempre a de obter um retorno próximo do alcançado pelo índice que lhe serve de referência, quer se trate de um cabaz de matérias-primas ou commodity em particular. Os ETF são negociados em bolsa e compram-se e vendem-se através dos bancos ou corretoras tal como se faz com ações.

Um dos pontos a favor deste instrumento prende-se com o facto de as comissões serem mais baratas do que as cobradas pelos fundos de investimento tradicionais. Mas se preferir também pode optar por apostar diretamente em fundos de investimento de commodities, procurando um retorno superior fruto da gestão ativa que está associada a estes produtos. Em Portugal existem vários produtos financeiros com estas características.

Apostar nos setores ligados às matérias-primas

Investir em empresas que produzem determinado bem é outra das formas de ter exposição a determinada matéria-prima. Isto porque, geralmente, as cotações das empresas produtoras são influenciadas pelo valor de cotação dos seus produtos no mercado. Se uma empresa que se dedica à colheita de café será consensual que a subida do seu valor se traduza numa margem de lucro superior, o que beneficia os seus acionistas.

A exposição a essas empresas pode ser feita diretamente em títulos da empresa ou, alternativamente, através de fundos de investimento expostos a empresas do setor.

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BBVA vê Portugal a crescer 1,7%

  • Lusa
  • 13 Março 2017

O banco espanhol reviu em alta a estimativa de crescimento da economia nacional. Se antes apontava para 1,3%, agora vê o país crescer 1,7% em 2017.

O BBVA estima que o crescimento da economia portuguesa abrande no primeiro trimestre deste ano face aos três meses anteriores, mas prevê que, no conjunto de 2017, o PIB acelere, ao crescer 1,7%.

“Com base nos dados disponíveis até ao momento, o BBVA estima que o crescimento no primeiro trimestre se venha a situar em torno dos 0,2% em cadeia, abaixo do observado em trimestres anteriores. Mesmo assim, espera-se que no total do ano de 2017 o PIB português aumente 1,7%, acima do previsto no passado mês de novembro (1,3%)“, estima o banco espanhol num relatório divulgado hoje.

No quarto trimestre de 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,6% em cadeia e 2% em termos homólogos. No conjunto do ano passado, segundo confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) no início de março, a economia portuguesa cresceu 1,4%.

O BBVA admite que “alguns fatores que têm apoiado o crescimento da procura interna possam ser transitórios”, mas que, caso se consolide a recuperação do investimento e se mantenha o crescimento das exportações, a evolução da economia “poderá continuar a surpreender em alta”.

Em 2018, o banco espanhol espera que o ritmo de crescimento do PIB português “se possa manter próximo dos 1,7%”.

Para o BBVA, entre os fatores que devem apoiar o desempenho da economia portuguesa durante os próximos trimestres encontra-se, por exemplo, “um cenário mundial que favorecerá o aumento das vendas de bens e serviços para o exterior” e as taxas de juro, que “continuarão em níveis baixos”.

Além disso, refere o banco espanhol, o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e a incerteza sobre a política económica “tiveram um impacto inferior ao que previamente se estimava”.

Em qualquer caso, alerta o BBVA, “continuam as dúvidas acerca da solidez da recuperação do investimento, num cenário de elevado endividamento público e privado. Persiste ainda a incerteza sobre a restruturação do sistema financeiro português. Por fim, será importante determinar a sustentabilidade do aumento observado recentemente no consumo das famílias, dado o baixo nível da taxa de poupança das mesmas”.

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Produz fruta? Bruxelas vai dar mais apoios

Bruxelas que reduzir encargos administrativos e aumentar os apoios financeiros em tempos de crise às organizações de produtores de frutas e legumes.

A Comissão Europeia voltou a rever as regras e decidiu reforçar os apoios às organizações de produtores de frutas e legumes. O objetivo é reduzir encargos administrativos, mas também aumentar os apoios financeiros em tempos de crise.

Assim, nos momentos em que existem excessos de produção, Bruxelas vai aumentar o apoio disponível para retirar produtos do mercado. “Os preços de retirada aumentarão de 30 para 40% do preço médio de mercado da União Europeia nos últimos cinco anos no caso da distribuição gratuita (retiradas caritativas), e de 20 para 30% tratando-se de retiradas destinadas a outros fins (compostagem, alimentos para animais, destilação, etc.)”, explica a Comissão em comunicado.

Outro dos objetivos da Comissão é tornar as associações de produtores mais atrativas para os produtores que ainda não são membros. E como é que isso se consegue? Tornando mais claras as atividades da associação que são passíveis de serem financiadas por fundos comunitários: investimentos em tecnologia ou melhoria da qualidade. Segundo os últimos dados disponíveis, cerca de 1.500 organizações de produtores representam 50% da produção frutícola e hortícola da UE.

Outra medida é determinar que os membros de uma organização de produtores só podem comercializar por fora da mesma até 25% da produção. “Embora os membros sejam incentivados a entregar a totalidade da sua produção às organizações de produtores para que a comercializem em seu nome”, muitos também vendem diretamente aos consumidores. Até aqui os regulamentos fixavam um montante mínimo e cabia a cada Estado-Membro fixar um limite máximo. Agora essa fasquia está fixada nos 25%.

“Além das ajudas diretas e do cofinanciamento pela UE de projetos de desenvolvimento rural, os produtores de fruta e produtos hortícolas europeus têm beneficiado de medidas de apoio excecionais, que totalizam 430 milhões de euros, desde que a Rússia impôs um embargo às exportações agroalimentares da UE, em agosto de 2014″, sublinha Bruxelas em comunicado. Além disso, as organizações de produtores recebem ainda um financiamento adicional de cerca de 700 milhões de euros por ano.

Esta aposta é explicada pelo comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan, pela “importância vital” que o setor das frutas e produtos agrícolas tem na Europa. “A Comissão Europeia tem defendido este setor e continuará a fazê-lo”, sublinhou, acrescentando que “é também essencial recompensar adequadamente os esforços desenvolvidos pelos milhões de agricultores que produzem alguns dos alimentos da mais elevada qualidade no mundo e garantir que os consumidores continuem a ter acesso a esses produtos”.

No contexto da produção agrícola e alimentar europeia, o setor das frutas e produtos agrícolas assume uma importância vital. A Comissão Europeia tem defendido este setor e continuará a fazê-lo.

Phil Hogan

Comissário europeu da Agricultura

A Europa tem cerca de 3,4 milhões de explorações agrícolas que produzem anualmente cerca de 47 mil milhões de euros.

Finalmente, a Comissão quer garantir que a legislação respeitante às organizações transnacionais de produtores e suas associações “será mais simples e mais clara” já que estas organizações “são fundamentais para a internacionalização do setor”. Para clarificar e simplificar os pagamentos às organizações transnacionais, os controlos e os pagamentos, por exemplo, são agora ligados ao território em que a atividade da organização transnacional é exercida.

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Venda da Portgas deverá render mais de 500 milhões à EDP

António Mexia adiantou esta segunda-feira que a alienação da Portgas deverá ficar concluída até final de abril e deverá representar um encaixe superior a 500 milhões de euros para a EDP.

A venda da Portgas, empresa de produção e distribuição de gás, deve ficar concluída até final de abril e deverá representar um encaixe superior a 500 milhões de euros para a EDP EDP 0,00% , adiantou António Mexia, presidente da elétrica portuguesa, em entrevista à Bloomberg.

António Mexia revelou que o negócio deverá estar avaliado “acima dos 500 milhões de euros”, acrescentando que as negociações estão na fase final.

O responsável não quis adiantar quem surge na corrida pela Portgas. Ainda assim, de acordo com o Jornal Económico (acesso livre), a REN poderá ser um dos interessados na empresa que detém a concessão de distribuição de gás natural em 29 municípios do Norte de Portugal.

Mexia disse ainda que não foi tomada qualquer decisão quanto à possível venda da Naturgas. Segundo os jornais espanhóis, a companhia da gás natural espanhola estaria à venda pela EDP, num negócio avaliado em mais de 2.000 milhões de euros.

“Hoje, não temos qualquer decisão tomada. Estamos a acompanhar com muito interesse o que se está a passar no mercado espanhol. Estamos sempre abertos a oportunidades de remodelação dos ativos”, disse Mexia à Bloomberg.

As ações da EDP estão a valorizar 0,21% para 2,833 euros.

EDP com subida tímida

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Conselho Geral da Associação Montepio analisa na terça-feira contas de 2015 e 2016

  • Lusa
  • 13 Março 2017

O Conselho Geral da Associação Mutualista Montepio Geral reúne-se amanhã para discutir as contas da associação dos últimos dois exercícios anuais.

O Conselho Geral da Associação Mutualista Montepio Geral reúne-se esta terça-feira para debater as contas individuais da associação de 2016 e as contas consolidadas relativas a 2015, que deveriam ter sido divulgadas no ano passado.

A convocatória tem cinco pontos na ordem de trabalhos, entre os quais a apreciação das contas individuais (relatório do Conselho de Administração e parecer do Conselho Fiscal) da associação mutualista relativas ao exercício de 2016 e a apreciação das contas consolidadas de 2015.

Estas contas ainda não são conhecidas e já este ano, em entrevista à revista Sábado, o presidente da associação mutualista, Tomás Correia, justificou ainda não ter apresentado as contas consolidadas de 2015 por estar à espera de uma lei que dispense a entidade que dirige a apresentar contas consolidadas.

A Lusa contactou o Ministério do Trabalho e Segurança Social, que tem a tutela da associação mutualista, para saber de que lei se tratava, mas não obteve resposta.

Quanto às contas individuais, apresentadas em março de 2016, a associação mutualista apresentou prejuízos de 393,1 milhões de euros.

Apesar do resultado operacional ter sido positivo em 36,4 milhões de euros (abaixo dos 64,7 milhões de 2014), a associação teve de constituir imparidades para fazer face a eventuais perdas com a Caixa Económica Montepio Geral (350 milhões) e o Montepio Seguros (63,2 milhões), suas participadas, o que levou a prejuízos de 393 milhões de euros.

As contas consolidadas permitem perceber melhor a realidade do grupo Montepio, uma vez que integra os resultados apenas da associação mutualista, mas também das suas dezenas de empresas participadas.

A principal empresa participada do grupo é a Caixa Económica Montepio Geral, que desenvolve o negócio bancário e que teve prejuízos de 243,4 milhões de euros em 2015, acima dos cerca de 187 milhões de euros 2014. Ainda não foram divulgados os resultados de 2016.

Para já, é conhecido que até setembro passado teve um prejuízo de 67,5 milhões de euros, tendo o banco mutualista justificado este resultado com os “impactos específicos ocorridos no primeiro semestre relacionados com os custos com o processo de redimensionamento da estrutura operativa, com as contribuições sobre o setor bancário para o Fundo Único de Resolução e para o Fundo de Resolução Nacional e com perdas em investimentos financeiros”.

Já apenas no terceiro trimestre, a instituição apresentou um lucro de 144 mil euros.

“Riscos elevados” no Montepio

Este fim de semana, o Expresso noticiou um relatório do Banco de Portugal relativo à Caixa Económica Montepio Geral em 2016, no qual os técnicos concluem que a entidade apresenta “um perfil de risco de nível elevado”, que as exposições estratégicas “não garantem uma gestão sólida” e fala ainda numa “consistente degradação da qualidade da carteira dos clientes”.

O semanário refere ainda que para os lucros de 144 mil euros apresentados no terceiro trimestre “terá pesado, de forma indiscutível, a venda de uma participação de 19% na empresa mineira Almina, por 93 milhões de euros e com uma mais-valia de 24 milhões”.

A compra foi feita por um “veículo financeiro, designado Vogais Dinâmicas, com sede em Oliveira dos Frades, e constituído no dia 29 de setembro de 2016”. Contudo, a operação foi posteriormente anulada.

Em reação à notícia do Expresso, a Caixa Económica Montepio Geral afirmou que “adota as melhores práticas” exigidas pelos reguladores e supervisores e que tem executado todas as recomendações para melhorar os seus procedimentos.

A Caixa Económica Montepio Geral é liderada por Félix Morgado, que substituiu Tomás Correia em agosto de 2015, ficando este apenas como presidente da Associação Mutualista Montepio Geral.

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