FMI: Banco mau? “Não há margem orçamental”

  • Rita Atalaia
  • 22 Fevereiro 2017

O Governo tem estudado várias soluções para o malparado, incluindo a criação de um veículo para "limpar" estes empréstimos tóxicos dos balanços dos bancos. Mas o FMI deixa claro: "Não há margem"

O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que “não há margem orçamental” para se financiar o chamado “banco mau”, uma solução que está a ser estudada pelo Governo para resolver o problema do malparado. O fundo liderado por Christine Lagarde diz, na quinta avaliação a Portugal, que é essencial que os bancos sejam capazes de angariar capital privado. Isto porque o nível elevado de dívida pública não deixa margem para que esta solução seja viável. Mais, o FMI diz que tem dúvidas de que houvesse investimento privado suficiente sem um esforço ambicioso por parte dos bancos, uma vez que seria difícil avaliar o valor dos ativos.

"O nível elevado de dívida pública não deixa margem orçamental que permita o financiamento público de um banco mau”

Fundo Monetário Internacional

O nível elevado de dívida pública não deixa margem orçamental que permita o financiamento público de um banco mau“, diz o FMI na quinta avaliação a Portugal. O fundo deixa assim claro que não apoia a solução que está a ser estudada pelo Executivo de António Costa. Ou seja, a criação de um veículo para limpar o malparado dos balanços das instituições financeiras nacionais.

O FMI diz que é “essencial que os bancos sejam capazes de angariar capital privado. Uma avaliação abrangente, incluindo alterações à estrutura de governance interna, anularia a incerteza em torno do crédito malparado e dos critérios usados para empréstimos futuros”.

“Há várias soluções que estão a ser estudadas e pensadas, também com o Banco de Portugal e o Governo. É um processo em curso”, disse Pedro Nuno Santos ao ECO. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares disse que “esperemos que, a breve prazo, possamos ter uma resposta para um problema que é um constrangimento à concessão de crédito ao nosso sistema bancário às nossas empresas. E é por isso um bloqueio também a algum investimento e ao desenvolvimento da nossa economia”.

O FMI tem “dúvidas de que surja investimento privado suficiente sem que haja esforços credíveis e ambiciosos por parte dos bancos, considerando a dificuldade em avaliar o valor dos ativos”. A criação do banco mau não é pacífica na medida em que existe quem duvide da sua exequibilidade e da adequação às reais necessidades da banca, com os bancos a rejeitarem liminarmente uma solução que prejudique mais os rácios de capital.

Apesar do modelo do banco mau não estar ainda definido, o que está mais avançado passa pela compra ao valor do balanço (book value) do malparado da banca. Há interessados em comprar o malparado dos bancos ao valor a que estão registados, ou seja, sem ser necessário registar imparidades adicionais. O que levaria a que o impacto nos rácios dos bancos fosse nulo. A acontecer, permitiria uma injeção direta de 15 mil milhões de euros na economia que poderia libertar 75 mil milhões.

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FMI: Há um fosso entre novos e velhos trabalhadores

  • Marta Santos Silva
  • 22 Fevereiro 2017

Portugal está a abrandar a implementação de reformas estruturais. O mercado de trabalho é apenas um exemplo. Resultado, o ajustamento está quase todo a ser feito pelos que começam a trabalhar.

Portugal “está a abrandar a implementação de reformas estruturais””, em especial em áreas críticas como o mercado de trabalho e a eficiência da Administração Pública, alerta o Fundo Monetário Internacional na sua quinta avaliação pós-programa. Para o FMI, Portugal precisa de rever o fosso entre os contratos com termo certo e os permanentes, já que a flexibilização do mercado de trabalho está a desfavorecer particularmente os que acabam de entrar.

Em 2016, o Governo português quase não implementou novas reformas estruturais, escreve o credor de Portugal na sua quinta avaliação de acompanhamento após o programa de resgate, uma preocupação que faz eco das manifestadas pela OCDE no início do mês. As reformas que estão a ser postas em prática focam-se mais na melhoria do capital humano e em incentivos à inovação e desenvolvimento tecnológico, mas o FMI considera que há certas áreas que precisam de mais atenção: “A sondagem dos técnicos do FMI às empresas, no contexto das consultas de 2015 no âmbito do Artigo IV, sugeriu que as áreas-chave para levar a cabo reformas adicionais incluem a eficiência da Administração Pública e do sistema judicial, a disciplina de pagamentos das entidades do setor público, e as estruturas para restruturação da dívida empresarial e insolvência“.

A implementação de reformas macro críticas ficou praticamente parada ao longo do próximo ano, exacerbando o efeito negativo do baixo investimento e da redução da força laboral sobre o crescimento potencial.

FMI

Recorde-se que a própria OCDE, no Economic Survey sobre Portugal, divulgado em fevereiro, também alertava para o facto de os procedimentos de insolvência serem morosos, o que torna os empréstimos a empresas mais arriscados. E, outra das medidas para incentivar o investimento, sugere a instituição liderada por Angel Gurría, é aumentar a capacidade dos tribunais e atribuir juízes especializados aos tribunais especializados.

A acumulação de atrasos nos pagamentos do setor público, em especial no que toca aos hospitais, valeu ao Governo uma reprimenda neste mesmo relatório e a área do mercado do trabalho precisa de mais atenção. “Os técnicos aconselham um ênfase nas reformas importantes mais ligadas às falhas estruturais que afetam o mercado de trabalho e a competitividade das exportações”, lê-se no documento.

No mercado de trabalho, acrescenta o FMI, as reformas devem focar-se em primeiro lugar num aumento da produtividade associado à subida do salário mínimo, em especial tendo em conta que Portugal tem um rácio de trabalhadores a receber a remuneração mínima, comparativamente ao salário mediano, acima da média do euro.

Ainda neste setor, o FMI criticou a grande diferença em benefícios entre os trabalhadores mais novos e os mais antigos, cujos direitos são muito diferentes, argumentando que a flexibilização do mercado de trabalho deve penetrar nos diferentes escalões, e não afetar apenas aqueles que acabam de começar a trabalhar. O Governo deve “tomar passos para ultrapassar o fosso entre os contratos temporários e permanentes; a estratégia gradualista que tem sido usada até agora deixou a necessária flexibilização do mercado de trabalho para ser suportada principalmente pelos recém-entrados no mercado, que trabalham com contratos temporários com menos benefícios”.

Os alertas sobre os riscos em torno do mercado de trabalho também já se tinha ouvido da boca de Angel Gurría. Para a OCDE já não é novo o recado: é importante resolver o fosso de proteção entre os trabalhadores com contratos de trabalho sem termo e os trabalhadores com contratos a prazo. É um problema, já várias vezes diagnosticado, da segmentação do mercado de trabalho. A organização alertou ainda para os aumentos dos salário mínimo, porque os aumentos do salário mínimo fortes, sem o contraponto da subida da produtividade ameaçam reverter os ganhos obtidos com as reformas do passado. Mas também para as portarias de extensão. Um menor recurso a esta figura poderia facilitar a entrada de mais empresas no mercado.

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FMI: Bancos precisam de (ainda) mais provisões

  • Rita Atalaia
  • 22 Fevereiro 2017

O fundo reconhece que os bancos já adotaram medidas, mas alerta que não as suficientes para compensar a baixa rentabilidade, uma das consequências do malparado. Solução? Aumentar as provisões, refere.

Os bancos já fizeram muito, mas têm de fazer ainda mais. É esta a conclusão do Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório sobre a quinta avaliação a Portugal. O fundo liderado por Christine Lagarde reconhece que foram adotadas medidas para cortar custos, mas alerta que não são suficientes para compensar a fraca rentabilidade. Um problema provocado pelas taxas de juro baixas e pelo crédito malparado. Ou seja, têm de ser dados outros passos, como aumentar ainda mais as provisões para cobrir estes empréstimos em incumprimento.

A banca continua a ser uma preocupação para o FMI. Na quinta avaliação a Portugal, o fundo diz que, “como discutido no Article IV de 2016, o sistema bancário português continua com liquidez, mas ainda luta contra a fraca qualidade dos ativos, baixa rentabilidade e almofadas de capital limitadas”. O fundo diz que o capital total que existe no sistema bancário está acima dos requisitos regulatórios. Mas isso parece ser “insuficiente num contexto em que todo o crédito malparado esteja provisionado”.

O fundo reconhece que foram feitos esforços. “Os bancos aumentaram as imparidades relacionadas com o malparado e reduziram os custos operacionais, demonstrando maior abertura para reconhecerem perdas com empréstimos em incumprimento e para aumentar as almofadas de capital para absorvê-los”.

Mas alerta que é preciso fazer mais. “As medidas para cortar custos não ofuscaram a baixa rentabilidade, provocada pelas taxas de juro baixas e pela fraca qualidade dos ativos“. O FMI, liderado por Christine Lagarde, defende, por isso, que os bancos têm aumentar ainda mais as provisões para fazerem frente ao crédito malparado.

Mais provisões, mas também menos custos

O FMI nota ainda que os “supervisores têm de garantir que os bancos definem alvos ambiciosos para reduzir o crédito malparado e incentivar os bancos a retirar o malparado dos seus balanços, forçando-os a aumentar os rácios de cobertura”. Mas como? “Colocando de parte mais provisões para estes empréstimos em incumprimento”, realçando que a fraca qualidade dos ativos continua particularmente concentrada no setor empresarial.

De acordo com a perspetiva dos responsáveis, “é essencial que haja uma limpeza abrangente dos balanços para quebrar o circulo vicioso entre bancos fragilizados, níveis elevados de crédito malparado e crescimento baixo”. E isso deve incluir um “plano credível” para que os bancos sejam capazes de anular estes empréstimos, reforçar a governance e a rentabilidade, incluindo ainda mais corte de custos.

Segundo dados da Autoridade Bancária Europeia, o malparado da banca portuguesa atingiu aproximadamente os 40 mil milhões de euros, representando pouco mais de 20% do total de crédito concedido. Este nível elevado é reflexo dos anos de grave crise económica durante o período de assistência financeira internacional. A média europeia era de 5,4%.

Fonte: EBA (Valores em percentagem)

Entre os bancos nacionais, o BPI era quem mais se aproximava da média da banca europeia: “apenas” 8,16% do crédito estava em risco. Do lado oposto, o Novo Banco registava no final do primeiro semestre um nível de malparado na ordem dos 36%, o maior nível entre os bancos portugueses. Não é estranho que seja António Ramalho, CEO do Novo Banco, um dos maiores entusiastas de uma solução conjunta para o crédito em risco de incumprimento.

A CGD apresentava o segundo nível de malparado mais baixo (16,6%) entre os bancos portugueses na análise da EBA. Mas esse valor deverá disparar neste segundo trimestre com o maior reconhecimento de empréstimos que dificilmente deverá reaver.

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UE: existe 1 bilião de euros em crédito malparado

O vice-presidente da União Europeia responsável pelo euro alertou esta quarta-feira para o problema do crédito malparado. No relatório relativo a Portugal, a Comissão deixa avisos sobre os NPLs.

Um dos temas que o vice-presidente da Comissão Europeia acentuou foi o problema do crédito malparado (NPLs) na União Europeia. Dombrovskis garante que o tema vai estar na agenda do Conselho dos Assuntos Económicos e Financeiros (ECOFIN) em abril, apontando para uma estratégia “coerente” e partilhada pelos Estados-membros. Também em Portugal o problema dos NPLs está a prejudicar o investimento e o crescimento económico, aponta o relatório por país revelado esta quarta-feira pela Comissão Europeia.

No relatório a CE escreve que “não existe uma estratégia abrangente com prazos claros” para atacar o problema do crédito malparado em Portugal. Este tema não é inédito: o próprio Governo, em conjunto com o Banco de Portugal, está a estudar uma solução para o problema, nomeadamente a criação de um veículo financeiro para retirar esses ativos problemático dos balanços dos bancos. Também a OCDE e o próprio Valdis Dombrovskis têm feito alertas para este problema que está a travar a recuperação económica na Zona Euro. Ao todo, segundo o vice-presidente da CE para o euro, existe um bilião de euros em NPLs na União Europeia.

Contudo, a Comissão considera que “foram melhorados os sistemas de alerta prévio das empresas viáveis”, assinalando a existência de uma task force para lidar com o problema principal. Um sinal positivo, diz Bruxelas, é a recente recapitalização e a chegada de novos acionistas aos principais bancos portugueses o que pode reduzir a exposição a empréstimos deste tipo.

A Comissão Europeia assinala ainda que recentemente foi decidido, para efeitos fiscais, foi feito o reconhecimento de imparidades de créditos em incumprimento há mais de dois anos na sua totalidade. Esse reconhecimento de imparidades também tem ser feito pelos bancos, diz a CE, revelando três pontos essenciais sobre este tema:

  • Rever o pacote legal e judicial atual, incluindo provisões para racionalizar e acelerar os processos de PER (Processo Especial de Revitalização) e de SIREVE (Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial), com a expectativa de implementação ainda em 2017;
  • Avaliar as medidas feitas pelos bancos tendo em conta a sua avaliação interna sobre os créditos malparados, dentro da supervisão do Banco de Portugal. Isto iria clarificar a avaliação da viabilidade dos empréstimos e acertar as especificidades de restruturação para cada caso. A CE assinala que não existem prazos para este processo “custoso”, o que seria positiva para incentivar os bancos a levar a cabo as medidas necessárias;
  • Encorajar os bancos a fazer outsourcing do serviços dos créditos malparados. No entanto, a CE diz que não é claro se vai haver um mercado adequado para os ativos em dificuldade, incluindo nova regulação subjacente. A Comissão aconselha Portugal a planear uma estratégia global tendo em conta as recentes propostas apresentadas pelo Mecanismo Único de Supervisão;

Cerca de três quartos do total do crédito malparado está no balanço dos seis maiores bancos portugueses, identificou a Comissão Europeia, tendo em conta dados de 2015. Bruxelas alerta para uma concentração “muito elevado” da dívida “má” das empresas (60% de toda a exposição) “em apenas dois credores do sistema”. Contudo, a CE assinala que a cobertura dos NPLs tem aumentando refletindo um aumento no apuramento de imparidades.

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O Modelo 38 das offshores. Onde começou a polémica

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 22 Fevereiro 2017

Instituições financeiras têm de apresentar a declaração de operações transfronteiras - o modelo 38 - à Autoridade Tributária até julho de cada ano.

É na declaração modelo 38 que as instituições financeiras devem declarar à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) as transferências e envio de fundos para países com regime de tributação privilegiada mais favorável. De fora ficam transferências relativas a pagamento de rendimentos que já estejam sujeitos a outro tipo de comunicação para efeitos fiscais e ainda operações feitas por “pessoas coletivas de direito público”.

A comunicação deve ser feita até julho de cada ano, diz a Lei Geral Tributária. A declaração disponível no Portal das Finanças — referente ao modelo que começou a ser aplicado nas transferências feitas a partir de 2015 — apresenta duas páginas, uma delas relativa a instruções de preenchimento. Aqui devem ser indicados, por exemplo, os números de identificação fiscal do declarante, do contabilista certificado e do ordenante — o titular da conta de onde são transferidos os fundos. Consta ainda o nome, IBAN (International Bank Account Number) e BIC (Código de Identificação Bancário do banco) do beneficiário e a data-valor da operação.

O valor da operação é outro dos elementos a preencher, mas “devem ser relacionadas apenas as operações de valor superior a € 12.500”, indicam as instruções de preenchimento. Há ainda a registar, nomeadamente, a categoria do motivo de operação — e para isto, existe um conjunto de códigos.

Quem deve apresentar esta declaração? As “instituições de crédito, as sociedades financeiras e as demais entidades que prestem serviços de pagamento, efetuem transferências e envios de fundos que tenham como destinatário entidade localizada em país, território ou região com regime de tributação privilegiada mais favorável, com exceção das efetuadas por pessoas coletivas de direito público”, explica a declaração. O novo modelo passa assim a abranger outras entidades além de instituições de crédito e sociedades financeiras bem como o envio de fundos.

Neste novo modelo, passam também a estar abrangidas transferências e envios de fundos “através das respetivas sucursais localizadas fora do território português ou de entidades não residentes com as quais exista uma situação de relações especiais”, “quando a instituição de crédito, sociedade financeira ou entidade prestadora de serviços de pagamento tenha ou devesse ter conhecimento de que aquelas transferências ou envios de fundos tiveram como destinatário final uma entidade localizada em país, território ou região com regime de tributação privilegiada mais favorável”.

Quando não existem transferências nestas condições, há um campo específico para assinalar na declaração.

Na terça-feira, o Público noticiou que, entre 2011 e 2014, foram feitas transferências no valor aproximado de 10 mil milhões de euros para offshores sem o controlo do fisco. Isto apesar de as instituições financeiras terem feito as comunicações legalmente impostas. José Azevedo Pereira, que liderou a Administração Fiscal entre 2007 e julho de 2014 já disse ao ECO que “a Autoridade Tributária efetuou em devido tempo, quer o tratamento e o acompanhamento inspetivo que lhe competia, quer a preparação dos elementos necessários à efetiva divulgação pública dos elementos em causa”.

(artigo atualizado com mais informação)

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Marcelo diz que “fuga” de milhões para paraísos fiscais “merece ser investigada”

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2017

O Presidente da República diz que a "fuga", se confirmada, "pode ser de alguma maneira preocupante”. Considera que o que aconteceu deve ser uma "lição para o futuro".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que a transferência de 10 mil milhões de euros para paraísos fiscais sem tratamento da autoridade tributária é “uma situação que merece ser investigada”.

“Naturalmente que esta situação merece ser investigada porque, a confirmar-se, pode ser de alguma maneira preocupante”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República, que falava à margem das comemorações do 192.º aniversário da Faculdade de Medicina do Porto acrescentou, que é “uma lição para o futuro, porque no futuro temos de evitar a ocorrência de situações dessas”.

O jornal Público noticiou na terça-feira que quase dez mil milhões de euros em transferências realizadas entre 2011 e 2014 para contas sediadas em paraísos fiscais não foram nesse período alvo de qualquer tratamento por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira, embora tenham sido comunicadas pelos bancos à administração fiscal, como a lei obriga.

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Offshores: BE quer “apurar todas as responsabilidades”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 22 Fevereiro 2017

Mariana Mortágua quer perguntar ao Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais o que é que a Autoridade Tributária está a fazer para evitar que se repitam transferências para offshores sem controlo.

Mariana Mortágua diz que “a falta de vontade em combater a grande evasão fiscal contrasta com a perseguição que foi feita aos pequenos contribuintes“, referindo-se às transferências de 10 mil milhões de euros feitas para offshores sem vigilância do fisco, entre 2011 e 2014.

A deputada bloquista entende que, “mais do que o passado”, importa agora compreender o presente e evitar repetições no futuro, e isso significa “perguntar ao atual Secretário de Estado o que é que a Autoridade Tributária está a fazer para evitar que a situação se repita mas, além disso, o que é que está a fazer para encontrar os responsáveis“.

“Quem são os responsáveis pela situação, quem são estas pessoas que deixaram de pagar impostos, qual o montante de impostos que deixou de ser pago porque estas operações não foram tratadas e que tipo de prática e de ação é que está subjacente a estas transferências e que não foi investigada porque a Autoridade Tributária não quis, ou não pôde, ou não teve ordem, para investigar”, são as questões que Mariana Mortágua diz que devem ser respondidas, depois da notícia de ontem do Público, que dá conta de um volume significativo de transferências para offshores sem controlo da Autoridade Tributária.

Numa declaração transmitida pela RTP3, a deputada acrescenta ainda que quer “compreender todas as consequências” e “apurar todas as responsabilidades”, recordando que, há oito meses, PS, PSD e CDS chumbaram uma proposta do Bloco que proibia a transferências para offshores não cooperantes.

Pelo PSD, Duarte Pacheco também já disse hoje que há “explicações a serem dadas, e sem dramas“.

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Uber: Moral em baixo após denúncias de assédio. CEO pede desculpa

Numa reunião, Travis Kalanick, presidente executivo da Uber nos Estados Unidos, pediu desculpa pela falta de diversidade na força de trabalho e inércia quanto às queixas de ex-trabalhadora.

Esta terça-feira, o presidente executivo da Uber Technologies, numa reunião aberta aos trabalhadores e na presença da administradora Arianna Huffington, pediu desculpa pela falta de diversidade na força de trabalho da empresa e por não ter sido dada resposta atempada às denúncias de assédio sexual e discriminação feitas por uma ex-funcionária.

Em declarações à Bloomberg, um trabalhador anónimo da Uber relatou o discurso emocionado de Travis Kalanick, que deu a mão à palmatória pelos problemas na cultura da empresa que geraram buzz na imprensa internacional esta semana. A moral de muitos trabalhadores estará em baixo, sublinhou a mesma fonte. “O Travis falou de forma muito honesta sobre os erros que cometeu”, acrescentou.

Recorde-se que, no domingo, Susan J. Flower, ex-engenheira de software da plataforma, publicou um artigo no blogue pessoal onde alegava ter sido vítima de assédio sexual e discriminação por um superior hierárquico enquanto trabalhava na empresa. Na altura, Flower terá feito queixa ao departamento de recursos humanos da empresa, que lhe terão dito que, devido ao alto cargo interno que o superior ocupava, não o iriam castigar.

Esta segunda-feira, no Twitter, Travis Kalanick anunciou que pediu à diretora de recursos humanos da Uber, Liane Hornsey, para abrir uma investigação interna, “urgente”, no sentido de apurar responsabilidades sobre esta situação. Apesar da intenção, surgiram críticas nas redes sociais por não ter sido aberta, em vez disso, uma investigação independente.

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O raio-x de Bruxelas à economia portuguesa

  • ECO
  • 22 Fevereiro 2017

Basta um minuto e meio para ficar a conhecer os problemas e o diagnóstico que Bruxelas faz da economia portuguesa.

No âmbito do pacote de inverno do Semestre Europeu, a Comissão Europeia publicou esta quarta-feira um relatório em que analisa à lupa as debilidades e as forças da economia portuguesa.

Clique aqui para ver o relatório completo ou leia em baixo o resumo do diagnóstico e dos alertas feitos por Bruxelas para a economia portuguesa.

Situação macroeconómica

  • Crescimento moderado em 2016, fomentado pelo consumo privado e pelas exportações

Desequilíbrios excessivos

  • A posição líquida de investimento internacional melhorou mas permanece negativa
  • A dívida do setor privado está a diminuir lentamente mas o crédito mal parado é ainda elevado
  • A dívida pública estabilizou mas a um nível elevado
  • O desemprego continua a diminuir mas permanece elevado
  • O mercado de trabalho continua segmentado com um elevado número de postos de trabalho temporários
  • A desigualdade de rendimentos diminuiu mas continua entre as mais elevadas na UE

Progresso em matéria de recomendações específicas

Algum progresso

  • No reforço dos incentivos às empresas para que contratem numa base de contratos permanentes
  • Na eliminação das barreiras regulamentares e na melhoria do ambiente empresarial

Progresso limitado

  • Na execução de reformas orçamentais estruturais
  • Na garantia que o salário mínimo é coerente com os objetivos de promoção do emprego e da competitividade entre setores
  • Na ativação eficaz dos desempregados de longa duração
  • Na redução do elevado montante de crédito mal parado e na melhoria do acesso ao financiamento

Situação orçamental

  • Défice excessivo, prazo de correção em 2016
  • Dívida pública acima de 60 % do valor de referência do PIB, a ser colocada no sentido descendente adequado
  • Plano Orçamental de 2017 avaliado como em risco de não cumprimento com as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento

Destaques de políticas

Educação socialmente inclusiva

  • Várias iniciativas destinadas a reduzir as desigualdades em termos de educação e insucesso escolar
  • Baseadas numa maior autonomia da escola, as iniciativas dirigem-se a necessidades locais específicas, ajudando estudantes em risco de insucesso escolar
  • Em conjunto, contribuem também para aumentar o nível médio de competências básicas da população

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Taxistas marcam concentração para 9 de março contra Uber e Cabify

Federação Portuguesa de Taxi marcou uma concentração-vigília para a manhã do dia 9 de março em protesto com a falta de resposta de António Costa às perguntas levantadas pelos taxistas.

A Federação Portuguesa de Táxis convocou para o dia 9 de março uma concentração-vigília, em frente à sede do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), em Lisboa, numa ação de protesto contra a falta de ação do Governo em relação às plataformas eletrónicas de transporte individual como a Uber e a Cabify.

Em comunicado, a federação indica que vai reunir os taxistas em manifestação contra a “falta de resposta do primeiro-ministro perante a inércia do Governo, através do Ministério do Ambiente, do IMT e do Ministério da Administração Interna, no cumprimento integral da lei 35/2016: a lei contra o transporte ilegal de passageiros em viaturas ligeiras”.

A concentração-vigília ocorrerá entre as 8h00 e as 13h00. Contactada pelo ECO, a Cabify não prestou declarações relativamente a mais um protesto dos taxistas. Fonte oficial da Uber disse: “Continuamos a respeitar o direito que todos têm de se manifestar, desde que o façam com espírito cívico, e com respeito pela segurança e ordem públicas. Esperamos que o processo legislativo agora em curso seja concluído em breve, e que o novo quadro regulatório propicie uma sã concorrência e privilegie os interesses de todas as pessoas que querem viajar, dos motoristas que veem na novas formas de mobilidade uma importante oportunidade económica, e que garanta maior mobilidade e sustentabilidade às cidades portuguesas.”

A Federação Portuguesa de Táxi enviou uma carta a António Costa no dia 8 de fevereiro, solicitando uma audiência ao primeiro-ministro. Na missiva, acusou o Executivo e a administração pública de “continuar a permitir o transporte ilegal de passageiros em viaturas ligeiras que não táxis”, além de “permitir a retirada de trabalho aos trabalhadores certificados e empresas licenciadas” e “a saída de impostos para fora de Portugal”, alimentando “uma crescente tensão social”.

A 22 de dezembro, o Governo aprovou em Conselho de Ministros uma proposta de lei para regular a atividade das plataformas como a Uber e da Cabify. O documento deverá ser discutido em breve no Parlamento. No entanto, os taxistas e a PSP apontam para uma alteração a uma outra lei, datada de novembro de 2016, para justificar a eventual ilegalidade das plataformas eletrónicas de passageiros.

Última atualização a 23 de novembro, com declarações de fonte oficial da Uber Portugal.

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Azevedo Pereira defende Fisco e garante inspeção às offshores

Azevedo Pereira foi presidente da Autoridade Tributária até julho de 2014 e afirma ao ECO que o Fisco sempre fez o "tratamento e acompanhamento inspetivo" das transferências para offshores.

José Azevedo Pereira, o máximo responsável da Administração Fiscal entre 2007 e julho de 2014, quebrou o silêncio: em declarações exclusivas ao ECO, afirma que “a Autoridade Tributária (AT) efetuou em devido tempo, quer o tratamento e o acompanhamento inspetivo que lhe competia, quer a preparação dos elementos necessários à efetiva divulgação pública dos elementos em causa“.

O caso já é conhecido, foi revelado pelo Público e desenvolvido também aqui no ECO. Um conjunto de 20 operações comunicadas pelos bancos à Autoridade Tributária relativas a transferências para praças financeiras com tratamento fiscal privilegiado, leia-se offshores, terão passado ao lado do escrutínio da máquina fiscal. Estão em causa cerca de dez mil milhões de euros que não constavam das estatísticas que voltaram a ser publicadas já com o atual secretário de Estado Rocha Andrade em abril de 2016, mas aparecerem nos números do último mês de dezembro. Segundo as notícias públicas, são operações relativas ao período 2011 a 2104.

  • As estatísticas oficiais revelavam em abril de 2016 um valor de 7.162 milhões de euros para offshores no período entre 2011 a 2014, mas em dezembro, o valor contabilizado foi mais do dobro: foram 16,9 mil milhões de euros, uma diferença superior a 9.800 milhões de euros de transferências para os paraísos fiscais.

São ainda muitas as perguntas, e faltam respostas. Quer do secretário de Estado Rocha Andrade, que já confirmou que estes valores estão agora a ser alvo de tratamento e controlo fiscal, seja da atual presidente da Autoridade Tributária, Helena Borges. E da própria Inspeção Geral de Finanças, a quem foi pedida uma investigação a este caso já por instrução deste governo.

O presidente da Autoridade Tributária até julho de 2014 foi José Azevedo Pereira, que tinha sido nomeada ainda por Teixeira dos Santos para substituir Paulo Macedo, à data ainda com o estatuto de diretor-geral. Questionado pelo ECO sobre as operações em causa, Azevedo Pereira é claro: “Acerca das notícias que têm vindo a ser publicadas, relativamente à falta de divulgação pública de elementos relativos a transferências para offshores e à eventual falha, por parte da Autoridade Tributária (AT), no tratamento da informação em causa, gostaria afirmar que, relativamente às operações em questão, a AT efetuou em devido tempo, quer o tratamento e o acompanhamento inspetivo que lhe competia, quer a preparação dos elementos necessários à efetiva divulgação pública dos elementos em causa“.

Azevedo Pereira não diz, mas fica implícito na sua declaração que está a responder pelo período em que teve responsabilidades na Autoridade Tributária. O ECO apurou junto de outras fontes do Fisco que as 20 declarações em causa já terão sido ‘descobertas’ após a saída do antigo líder do Fisco, na segunda metade de 2014 e em 2015.

Durante o período de mandato no Fisco, Azevedo Pereira conviveu com quatro secretários de Estado, o último dos quais foi precisamente Paulo Núncio. O antigo secretário de Estado do governo de coligação não publicou as estatísticas relativas às transferências para paraísos fiscais, mas, ontem, em declarações ao ECO, fez questão de separar o que é o tratamento estatístico do que diz respeito ao tratamento para efeitos fiscais e de inspeção.

Ainda assim, em relação ao caso revelado, Núncio esclareceu: “Não tive conhecimento da situação descrita relativamente ao não tratamento de parte das declarações dos bancos pela Autoridade Tributária. E acho muito bem que, caso tenha havido parte da informação fornecida pelos bancos à AT que não foi devidamente analisada, que a IGF apure o porquê de tal facto.”

Ora, sem nunca o referir explicitamente, Azevedo Pereira revela que, no seu mandato à frente da máquina fiscal, foi realizada a “preparação dos elementos necessários” não só ao tratamento para efeitos inspetivos como para a sua divulgação pública. Dito de outra forma, se os dados estatísticos não foram divulgados, foi por opção do secretário de Estado de então, Paulo Núncio.

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Offshores: PSD diz que há explicações a dar, mas sem “dramas”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 22 Fevereiro 2017

Duarte Pacheco reagiu à notícia de que o fisco deixou escapar, sem vigilância, 10 mil milhões de euros para offshores entre 2011 e 2014.

O deputado do PSD Duarte Pacheco entende que há “explicações a serem dadas, e sem dramas, no que diz respeito às transferências de dez mil milhões de euros que saíram para offshores entre 2011 e 2014, sem vigilância do fisco, conforme noticiou na terça-feira o Público.

Em declarações transmitidas pela RTP3, Duarte Pacheco afirmou que “têm que ser dadas” explicações. Já ontem, em declarações à Rádio Renascença, o deputado tinha afirmado que “é preciso que explicações sejam dadas antes de retirarmos a conclusão se é grave ou se não é grave“.

“É preciso perceber, em primeiro lugar, se a fiscalização atua, por exemplo, por amostragem, e se estas são a um volume elevado, mas é um volume parcial de um conjunto de transferências que ocorre. Em segundo lugar, é preciso ser dada uma explicação também porque é que, porventura, estas não foram alvo de fiscalização – se por falta de meios, se por excesso de trabalho. Em terceiro lugar, é preciso sempre pensar que as transferências não são todas ilegais”, salientou.

“É legal as pessoas transferirem dinheiro para outros sítios, desde que paguem aqui os impostos sob o rendimento que gerou esse dinheiro. Sejam empresas, sejam particulares. Portanto, o simples facto de alguém transferir o dinheiro para o local A, B ou C, isso é legal, a pessoa pode transferir, desde que tenha pago os impostos respetivos”, acrescentou ainda.

PSD, PCP e Bloco de Esquerda já pediram a audição parlamentar do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, bem como do ex-titular da pasta, Paulo Núncio. Já o PS limitou o pedido à audição do atual governante.

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