Núncio: “Divulgação das estatísticas nada tem a ver com tratamento da informação” sobre offshores

Paulo Núncio desvaloriza questões estatísticas relacionadas com transferência de dez mil milhões de euros para offshores e garante que Fisco tem tempo para proceder a eventuais liquidações.

“A divulgação das estatísticas nada tem a ver com o tratamento e a utilização da informação sobre transferências para paraísos fiscais para efeitos de inspeção da Autoridade Tributária”. É assim que Paulo Núncio, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, reage em declarações ao ECO à notícia de que, entre 2011 e 2014, o fisco não terá vigiado transferências para offshores no valor de dez mil milhões de euros, embora tenham sido comunicadas pelas instituições financeiras.

A notícia revela pelo jornal Público indica que as divergências e “omissões” foram detetadas já entre o final de 2015 e início de 2016, quando foi “retomado o trabalho de análise estatística e divulgação” dos valores das transferências para offshores. Estas estatísticas não foram divulgadas nos anos em que Paulo Núncio foi secretário de Estado, continua o jornal. Porém, fica a dúvida: estes impostos estão perdidos? O Público questionou o Ministério das Finanças quanto a eventuais correções relativamente a anos em que o prazo de liquidação já terminou: “não estão ainda concluídas as investigações em causa”, foi a resposta. Em causa estarão 20 declarações que não foram tratadas Autoridade Tributária (AT) e que estão agora a ser “objeto de controlo pela inspeção tributária”, afirmou ainda o gabinete de Mário Centeno. A matéria também já foi remetida para a Inspeção-Geral das Finanças. E o ECO aguarda por respostas das Finanças.

Ao ECO, Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais entre 2011 e 2015, faz questão de desligar a divulgação de estatísticas do tratamento da informação sobre transferências para paraísos fiscais. “Aliás, os relatórios de combate à fraude e evasão fiscal dos anos de 2011 a 2015 confirmam que os dados conhecidos relativos às transferências para paraísos fiscais foram cruzados e tratados pela inspeção tributária da AT. Em particular, e de acordo com o Relatório de combate à fraude e evasão fiscais do ano de 2015, só no ano de 2015 foram realizados 377 procedimentos inspetivos pela AT a transferências efetuadas para paraísos fiscais”, continua.

Ainda assim, em relação ao caso revelado hoje, Núncio esclarece: “Não tive conhecimento da situação descrita relativamente ao não tratamento de parte das declarações dos bancos pela Autoridade Tributária. E acho muito bem que, caso tenha havido parte da informação fornecida pelos bancos à AT que não foi devidamente analisada, que a IGF apure o porquê de tal facto.”

Mas a pergunta continua por responder: há uma perda efetiva de impostos nestas transferências? Uma fonte conhecedora destes processos e contactada pelo ECO afirma que só terá havido declarações não tratadas a partir de 2013 – por erros e posteriores declarações de substituição -, o que significa que há tempo para a liquidação.

O prazo de caducidade até é mais longo — 12 anos — para “rendimentos não declarados obtidos em países e territórios sujeitos a regime fiscal privilegiado”, salienta, por seu turno Paulo Núncio. A medida foi concretizada pelo anterior Executivo de coligação. “Por causa desta alteração, a AT tem até 2024 para liquidar impostos referentes a factos tributários relacionados com paraísos fiscais ocorridos a partir de 2012“, acrescenta. O ex-governante aponta ainda para outras medidas, como o “agravamento das penas para os crimes fiscais mais graves” ou “o alargamento da obrigação de comunicação de informações financeiras às demais entidades que prestem serviços de pagamento (para além dos bancos e das sociedades financeiras)”.

Paulo Núncio poderá vir a ser chamado ao Parlamento, bem como o atual secretário de Estado dos Assuntos fiscais, Rocha Andrade, já que o PCP apresentou um requerimento nesse sentido.

(notícia atualizada às 19h50 com novas declarações de Paulo Núncio no 4º parágrafo da notícia)

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Meia dúzia de sessões pintam de verde a bolsa

Mais um dia, mais uma sessão de ganhos na bolsa portuguesa. O mercado nacional acompanhou a tendência positiva dos pares europeus para voltar novamente aos ganhos no acumulado deste ano.

Depois de um mau arranque, o PSI-20 tem vindo a recuperar terreno. Com a subida nesta sessão, a praça portuguesa saiu do vermelho para apresentar um ganho ligeiro de 0,15% em 2016. Foi à sexta sessão consecutiva de ganhos que a praça nacional conseguiu passar para positivo, beneficiando de um forte contributo do BCP que fechou a ganhar quase 2%. A Galp Energia impediu maiores ganhos, mas o aumento do dividendo aliviou a pressão no índice português.

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Angola adia visita da ministra da Justiça portuguesa

  • ECO
  • 21 Fevereiro 2017

A visita, que iria ser realizada a convite do ministro da Justiça angolano, foi adiada a pedido de Luanda, sem que haja para já reagendamento.

A ministra da Justiça Francisca Van Dunem já não vai visitar Angola esta semana, após as autoridades angolanas terem pedido o adiamento da visita sem, para já, a reagendar, anunciou em comunicado o Ministério da Justiça.

Ao ECO, fonte do Ministério esclareceu que a ministra iria deslocar-se a Angola a convite do seu homólogo, para visitar várias entidades. Previa-se que a visita durasse três dias, a partir desta quarta-feira.

Na semana passada, o vice-presidente angolano Manuel Vicente foi acusado de corrupção ativa no âmbito da Operação Fizz. Está acusado de ter subornado um procurador português, assim como de corrupção, branqueamento e falsificação de documentos.

Manuel Vicente já rejeitou estar envolvido nos factos investigados pela Operação Fizz, dizendo que “nada tem a ver com os factos”, através do seu advogado, e que “nunca foi sequer ouvido, o que constitui obrigação processual fundamental”.

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Novo Banco: António Ramalho avança com plano de reformas e rescisões

  • Rita Atalaia
  • 21 Fevereiro 2017

O presidente do Novo Banco planeia dispensar até 350 trabalhadores através de reformas antecipadas e rescisões amigáveis. Fica assim mais perto de cumprir a meta exigida pelas autoridades europeias.

António Ramalho vai avançar com um programa de rescisões amigáveis e um plano de reformas antecipadas para dispensar um máximo de 350 trabalhadores. A informação foi hoje transmitida pelo presidente do Novo Banco à comissão de trabalhadores e aos sindicatos bancários, que, diz o banco, já esperavam esta decisão. Isto depois de o Lone Star ter confirmado que Ramalho continuará à frente do banco caso o fundo norte-americano seja bem-sucedido nas negociações com o Governo e compre o Novo Banco.

O Novo Banco deu início a um programa de rescisões amigáveis, disse a instituição financeira ao ECO, confirmando uma notícia que já tinha sido avançada pelo Jornal de Negócios. Um plano que tem como objetivo reduzir 100 a 150 trabalhadores. Mas a maior redução vai acontecer através de reformas antecipadas: 150 a 200 funcionários. Por isso, no total, estamos a falar de um corte de até 350 trabalhadores no banco que resultou da falência do Banco Espírito Santo. Esta informação chegou hoje aos sindicatos bancários e à comissão de trabalhadores através do presidente do banco, António Ramalho.

Contactado pelo ECO, o Novo Banco diz que esta decisão já era esperada pelos sindicatos e pela comissão. E realça que, com este corte, o banco já está muito perto de alcançar o seu objetivo: uma redução de 1.500 funcionários até junho de 2017, uma vez que o banco não foi vendido dentro do prazo previsto. Incluindo as operações internacionais, já foram dispensadas 1.327 pessoas, explica a instituição.

O Lone Star já confirmou que, caso fique com o Novo Banco, o presidente vai manter-se à frente da administração. “O projeto prevê um trabalho muito próximo com a atual equipa de gestão, contando com a liderança do seu Presidente executivo, António Ramalho, cujo conhecimento da instituição é fundamental para sua revitalização”, explicou Olivier Brahin, presidente do Lone Star para a Europa.

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Serviço Universal: Governo multa CTT em 151 mil euros

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2017

Segundo a Anacom, os CTT não cumpriram as obrigações de densidade da rede postal e ofertas mínimas de serviço previstas no Serviço Universal Postal.

O Governo aplicou um conjunto de 10 multas aos CTT por incumprimento do contrato de prestação do Serviço Universal Postal, que ascendem a um valor de 151 mil euros, anunciou hoje o Ministério do Planeamento e Infraestruturas.

De acordo com o ministério tutelado por Pedro Marques, “estas multas resultam de um processo de contraordenação instaurado em 2014 pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom)”.

Na segunda-feira, o regulador das telecomunicações tinha avançando que tinha sido “instaurado um processo ao prestador do Serviço Postal Universal por incumprimentos relativos à densidade da rede postal e às ofertas mínimas de serviço”, tendo sido apresentado “ao Estado uma proposta de aplicação de multas contratuais ao prestador do Serviço Universal Postal, nos termos da cláusula 27.ª do contrato de concessão celebrado entre esta empresa [CTT] e o Estado”.

Em comunicado, o Ministério do Planeamento e Infraestruturas referiu hoje que, “enquanto entidade responsável pela fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais do Serviço Universal Postal, a Anacom detetou vários incumprimentos relativos aos objetivos definidos sobre a densidade da rede e serviços mínimos”.

Entre esses incumprimentos consta “uma densidade de estabelecimentos de atendimento ao público e de marcos inferior à contratada e a redução de horários dos postos”, acrescentou.

“Após a instauração do processo de contraordenação, em 2014, foram desenvolvidos todos os procedimentos administrativos legalmente exigidos, nomeadamente a recolhe do contraditório da empresa visada, tendo o Governo homologado a decisão do regulador de aplicar 10 multas, no valor global de 151 mil euros”, explicou a tutela.

Os CTT – Correios de Portugal, que foram privatizados em 2013, detém até 2020 a concessão da prestação do Serviço Universal Postal no mercado português, um contrato que está sujeito a um conjunto de obrigações.

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Fundos de investimento captaram 19 milhões em janeiro

Os fundos de investimento mantêm o crescimento que já se tinha verificado em dezembro. A Caixagest mantém-se como a sociedade com o maior volume de ativos sob gestão.

Os fundos de investimento nacionais tiveram um arranque de ano positivo. No final de janeiro, o valor das subscrições superava o dos resgates, ainda que tenham sido liquidados quatro fundos.

Os dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), divulgados esta terça-feira, mostram que, a 31 de janeiro, o valor dos ativos geridos pelos fundos de investimento mobiliário ascendia a 11.097 milhões de euros. Houve uma estabilização face a dezembro mas, nos últimos 12 meses, o valor gerido por estes fundos caiu 4,6%.

No mês em análise, registou-se um volume de subscrições de 975 milhões de euros, enquanto o valor dos resgates foi de 914,1 milhões. Foram ainda liquidados quatro fundos (todos do Banif), responsáveis por um volume adicional de reembolsos no valor de 41,7 milhões de euros. Feitas as contas, houve um saldo positivo de subscrições líquidas, no valor de 19,1 milhões de euros.

No primeiro mês deste ano, foi ainda lançado um novo fundo de investimento, refere a APFIPP: o Caixagest Investimento Socialmente Responsável. E houve, também uma fusão, entre o Caixagest Liquidez e o Caixa Fundo Monetário.

Os fundos de investimento mantêm, assim, o crescimento que já se tinha verificado em dezembro, mês em que captaram 160,9 milhões de euros. Contudo, a recuperação só começa a surgir depois de um largo período em que os resgates superaram as subscrições. Em 2016, os fundos perderam mais de 920 milhões de euros.

Caixagest lidera, Bankinter cresce

A Caixagest é a sociedade com maior volume de ativos sob gestão, com uma quota de mercado de 30,6%. Seguem-se o BPI Gestão de Ativos, com uma quota de 29,1%, e a IM Gestão de Ativos, com uma quota de 14,8%.

Em janeiro, a sociedade que registou maior crescimento, em termos percentuais, foi o Bankinter Gestão de Ativos, com uma subida de 21% no volume de ativos sob gestão.

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Paraísos fiscais: Esquerda quer ouvir Paulo Núncio e Rocha Andrade

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2017

PS, PCP e Bloco pedem esclarecimentos sobre as transferências para 'offshores'. PS só quer ouvir Rocha Andrade, mas com urgência. PCP e BE também querem ouvir Paulo Núncio.

A esquerda quer ouvir o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, explicar como quase dez mil milhões de euros em transferências realizadas entre 2011 e 2014 para contas sediadas em paraísos fiscais não foram nesse período alvo de qualquer tratamento por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira. Para o PCP e o Bloco não basta e querem também ouvir o responsável do Executivo anterior, Paulo Núncio.

O jornal Público noticia hoje que quase dez mil milhões de euros em transferências realizadas entre 2011 e 2014 para contas sediadas em paraísos fiscais não foram nesse período alvo de qualquer tratamento por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira, embora tenham sido comunicadas pelos bancos à administração fiscal, como a lei obriga.

O PS pediu apenas a audição do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais no Parlamento para “prestar todos os esclarecimentos sobre as transferências para offshores que, durante o Governo do PSD/CDS, não foram controladas pelo Fisco”. Mas o requerimento do PS pede, contudo, que a audição seja realizada “com caráter de urgência”.

 

“Durante os mandatos dos ex-ministros das Finanças, Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque, e do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, ficaram por tratar cerca de 20 declarações de instituições financeiras que representam mais de 9.800 milhões de euros”, refere o documento do PS.

"Durante os mandatos dos ex-ministros das Finanças, Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque, e do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, ficaram por tratar cerca de 20 declarações de instituições financeiras que representam mais de 9.800 milhões de euros.”

PS

De acordo com os socialistas, “em 2010, no último Governo de José Sócrates, o então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Sérgio Vasques, legislou no sentido de terem de ser divulgadas e reportadas as transferências a partir desse ano”. “Desde então, todos os anos os bancos comunicam ao Fisco, detalhadamente, as transferências de dinheiro realizadas de Portugal para contas sedeadas em paraísos fiscais”, acrescenta o texto.

E os socialistas continuam, sublinhando que “no final de 2015, após a tomada de posse do atual Governo, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, ao retomar o trabalho de divulgação das transferências, deteta que os bancos entre 2011 e 2014 mantiveram o seu trabalho de reporte das transferências ocorridas para offshore, mas que o mesmo não foi alvo de qualquer escrutínio por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira.

PCP: Parlamento não se pode furtar ao apuramento político

Já no requerimento entregue pelo PCP, os deputados comunistas Paulo Sá e Miguel Tiago argumentam que a Assembleia da República “não se pode furtar” ao “apuramento político” da situação, frisando que há uma “incongruência assinalável” entre os valores declarados naquele período e aqueles que foram entretanto revistos, já em 2016.

"A revisão destes valores que, por razão que o PCP desconhece, não foram publicados pelo anterior Governo PSD/CDS-PP, não levantaria grande questão política caso os montantes em causa não correspondessem a quase dez mil milhões de euros, mais do que duplicando os anteriormente conhecidos”

PCP

“A revisão destes valores que, por razão que o PCP desconhece, não foram publicados pelo anterior Governo PSD/CDS-PP, não levantaria grande questão política caso os montantes em causa não correspondessem a quase dez mil milhões de euros, mais do que duplicando os anteriormente conhecidos“, frisa o PCP. Citado pelo Público, o Ministério das Finanças confirmou que as “omissões” foram detetadas quando, entre finais de 2015 e o início de 2016, foi “retomado o trabalho de análise estatística e divulgação” dos valores das transferências para os centros offshores e os chamados “territórios com tributação privilegiada”.

Essas “incongruências”, acrescenta o jornal, levaram o atual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, a determinar à Autoridade Tributária que esclareça “tais incongruências” e que apure a sua responsabilidade política na matéria.

Bloco quer explicação para “fuga de dez mil milhões de euros”

Por seu turno o Bloco de Esquerda quer que Rocha Andrade e Paulo Núncio expliquem a “fuga de dez mil milhões de euros” para paraísos fiscais.

“O combate à fuga e evasão fiscal, sem prejuízo da necessidade de acabar com os ‘offshores’, passa pelo esforço de cada Estado impor garantias de transparência sobre estas operações. A explicação dos motivos desta fuga de dez mil milhões de euros, por parte dos atuais e anteriores responsáveis pela política fiscal, é seguramente parte da exigência”, refere, no requerimento, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua.

Artigo atualizado com a posição do BE

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Bolsa sobe. Volta aos ganhos no ano

A bolsa portuguesa voltou a valorizar. Subiu pela sexta sessão consecutiva, conseguindo após esta série de ganhos voltar a terreno positivo no acumulado deste ano.

Mais uma sessão, mais um dia de ganhos no mercado nacional. Num dia positivo para a generalidade dos índices europeus, a praça portuguesa subiu pela sexta sessão consecutiva, conseguindo assim voltar a terreno positivo no acumulado do ano. O BCP puxou pelo índice, já a Galp Energia destacou-se nas quedas.

Enquanto o Stoxx 600 somou 0,74%, a praça portuguesa encerrou a valorizar 0,49% para os 4.686,38 pontos. Foi a sexta sessão consecutiva de ganhos do mercado nacional que conseguiu juntar-se aos pares europeus nos ganhos em 2016. Após esta subida, o PSI-20 apresenta um saldo positivo de 0,15% no ano.

Para mais esta sessão de ganhos contribuiu o BCP que apresentou uma valorização de 1,81%, sendo que a Nos também deu um forte impulso ao somar 2,47%. Na energia, tanto a EDP como a EDP Renováveis apresentaram ganhos, já a Galp Energia acabou por encerrar em queda.

A petrolífera nacional, que apresentou uma quebra nos lucros para 483 milhões de euros, fechou a sessão com uma queda de 0,99%, impedindo assim uma maior subida da bolsa. A queda só não foi mais expressiva porque a empresa revelou que vai aumentar o dividendo para 50 cêntimos por ação.

Entre as quedas, destaque também para a Pharol, que recuou mais de 7% após os ganhos recentes. As unidades de participação do Montepio também registaram uma desvalorização expressiva, recuando mais de 4% para apenas 41 cêntimos.

(Notícia atualizada às 16h48 com mais informação)

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Emigrantes enviaram 3,3 mil milhões em remessas em 2016

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2017

As remessas dos emigrantes aumentaram 0,8% em 2016, com o maior volume a partir de França. As remessas vindas da Suíça, porém, caíram 18% em relação a 2015.

As remessas dos emigrantes aumentaram 0,83%, para 3.343 milhões de euros, ao passo que o dinheiro enviado pelos estrangeiros a trabalhar em Portugal subiu 2,16%, para 533,9 milhões de euros.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, divulgados hoje no boletim estatístico, as remessas dos emigrantes portugueses passaram de 3.315,6 milhões de euros, em 2015, para 3.343,2 milhões de euros, durante o ano passado.

Em sentido inverso, as remessas enviadas pelos imigrantes em território português passaram de 522,61 milhões de euros, em 2015, para 533,9 milhões, no ano passado.

Os emigrantes em França lideraram as remessas em volume, tendo enviado para Portugal 1.122,6 milhões de euros no ano passado, o que revela uma subida de 8,7% face aos 1.033,1 milhões de euros enviados em 2015.

A Suíça, de onde os emigrantes portugueses enviaram 697,2 milhões de euros no ano passado, registou uma quebra de 18,1% nas remessas, já que em 2015 tinha sido a origem de 851,2 milhões de euros.

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China voltou à carga. Bitcoin atinge máximos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 21 Fevereiro 2017

Os investidores descobriram uma maneira de contornar as regras impostas pelo governo. Resultado? A moeda voltou a subir até máximos históricos.

Há cerca de duas semanas, as duas maiores empresas de troca de bitcoin suspenderam os levantamento, sob ordens claras do governo que suspeita de utilização indevida da moeda. Ainda assim, os traders chineses encontraram outra maneira de continuar as trocas, levando a moeda a atingir máximos históricos.

Chama-se LocalBitcoins e é uma plataforma de troca frente-a-frente, ou seja, o investidor publica o anúncio na página e os interessados contactam-no para marcar um encontro pessoal ou por chat para aí decidirem o negócio. No fundo, esta funciona apenas como mediador entre utilizadores, não estando por isso abrangidos pelas restrições estatais.

Assim, e em apenas duas semanas, as trocas efetuadas a partir da plataforma passaram de 1,5 milhões de yuan para 36,2 milhões de yuan, segundo dados da Coin Dance. A LocalBitcoin ganhou terreno na troca monetária, totalizando agora 6% do volume total de trocas no país.

Valores em milhões de yuan. Fonte: CoinDance

Empurrada pelo travão governamental, a bitcoin viu o seu valor a cair para valores abaixo dos 800 dólares. Com a segurança das trocas nesta plataforma, os valores retomaram o movimento ascendente que vinham a registar, atingindo esta quinta-feira máximos históricos de 1.108 dólares.

Valores em dólares. Fonte: Bloomberg

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PSD indica Emídio Guerreiro. Comissão da CGD suspensa

Já há um nome proposto pelo PSD para assumir a liderança da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD). É Emídio Guerreiro. Mas os trabalhos vão ser suspensos.

Paulo Trigo Pereira tinha assumido interinamente a liderança da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), depois da saída de Matos Correia. O PSD propõe agora o nome de Emídio Guerreiro para comandar esta comissão, sendo que tanto PSD como CDS apresentaram um pedido de suspensão dos trabalhos até o Tribunal da Relação tomar uma decisão sobre a correspondência entre Domingues e Centeno pedida pelos deputados.

Emídio Guerreiro, deputado do PSD, é que vai assumir a partir de agora a presidência da comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD. Foi hoje anunciado oficialmente durante a reunião de mesa e coordenadores. O também deputado do PSD vem substituir José Matos Correia, que bateu a porta por considerar que a comissão não estava a cumprir o seu objetivo: apurar a verdade. Matos Correia foi substituído temporariamente por Paulo Trigo Pereira.

Durante esta reunião, o PSD e o CDS também entregaram um requerimento a pedir a suspensão dos trabalhos da comissão até que sejam entregues documentos da CGD, do Banco de Portugal, do Ministério das Finanças e da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Um pedido que não foi votado hoje, explica o coordenador do PSD Hugo Soares, porque as restantes bancadas quiseram que isso acontecesse em plenário da comissão, numa reunião marcada para 1 de março.

Segundo João Paulo Correia, estão “à mercê dos amuos” do PSD e do CDS, acrescentando que “já chega de brincar à banca, o sistema financeiro precisa de estabilidade”. O deputado do PS acusa os partidos da oposição de tudo terem feito para “fragilizar a CGD e o sistema financeiro”.

PCP: Suspensão dos trabalhos era esperada

Miguel Tiago, do PCP, diz que a suspensão dos trabalhos era “esperada”, até porque a “suspensão dos trabalhos foi ponderada desde o início dos trabalhos”. Uma suspensão a que o PSD e o CDS sempre se opuseram, diz o deputado comunista, reiterando que o PCP continua empenhado em perceber o que aconteceu à gestão da Caixa. Já Moisés Ferreira, deputado bloquista, acusa os partidos da oposição de estarem constantemente a interromper e a adiar as audições.

Questionado sobre se isto poderá arrastar ainda mais a comissão, João Almeida diz esperar que não. O deputado do CDS refere que “vamos concluir [a comissão] com todo a informação”, se a esquerda o permitir. Isto depois de a direita ter proposto a criação de uma nova comissão de inquérito à nomeação de António Domingues, conseguido então ter acesso à correspondência trocada entre o ex-presidente da CGD e Mário Centeno. Documentos que a esquerda diz que não devem ser divulgados por violarem a Constituição. João Almeida deixa claro que o CDS não está disponível para apoiar uma comissão cujo objeto é “inconstitucional”.

O texto da resolução que está a ser preparado pelo PSD e CDS “está a ser trabalhado”, diz João Almeida, sem indicar uma data para a sua divulgação. “Vamos propor uma comissão para averiguar aquilo que nos impediram de averiguar nesta comissão.”

Segundo a agência Lusa, Jerónimo Martins reiterou que o partido não se opõe à criação de uma nova comissão, mas questiona os objetivos. “Esse direito democrático e constitucional deve ser salvaguardado”, diz o secretário-geral do PCP. Sem oposição do partido, a iniciativa desses dois partidos poderá avançar desde que seja “no respeito da Constituição e da lei”, sublinhou.

(Notícia atualizada às 16h56 com mais declarações)

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Galp pode perfurar mar do Alentejo já em abril deste ano

Carlos Gomes da Silva diz que se as condições meteorológicas e do mar o permitirem, a Galp vai começar a perfurar ao largo do litoral do Alentejo já em abril deste ano.

A Galp pode começar a perfurar o mar do Alentejo já em abril deste ano, no sentido de perceber se a exploração de petróleo naquela região offshore em Portugal é economicamente viável. A informação foi dada esta terça-feira pelo presidente da empresa, Carlos Gomes da Silva, que adiantou que a decisão final dependerá das condições marítimas e meteorológicas.

“A operação de perfuração será feita quando todas as condições do mar e da meteorologia estiverem reunidas. Será em 2017 se estiverem reunidas. Algures entre abril e junho, altura em que temos mais probabilidade de ter uma meteorologia mais favorável”, disse. “Senão será apenas em 2018”.

Em vista estão perfurações na bacia do Alentejo entre 1.200 metros e 1.600 metros — furos que a Galp considera serem relativamente menos complexos que os que tem realizado no Brasil, superiores a 2.000 metros –, num projeto para durar entre 45 a 60 dias, com um custo diário que deverá rondar o milhão de dólares por dia.

Desde janeiro deste ano que o consórcio formado pela Eni (operadora) e Galp tem luz verde do Governo para efetuar perfurações ao largo do Alentejo. A autorização para sondagem emitida pela Direção-geral dos Recursos Naturais (DGRN), Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) é válida até 10 de janeiro de 2019.

Até dez dias antes do início da perfuração, a Eni terá de enviar à DGRN uma comunicação com o cronograma da operação que tem merecido alguma contestação devido ao impacto negativo que pode ter. Sobre essas críticas, Carlos Gomes da Silva disse que “qualquer contributo é bem-vindo”.

A Eni pediu autorização para furar na bacia alentejana em abril de 2016. A DGRN apenas abriu a consulta pública mais de um mês depois, um processo durante o qual recolheu vários contributos contra a exploração petrolífera ao largo da costa alentejana e algarvia.

A Galp registou um lucro de 483 milhões de euros em 2016, um resultado que fica 24% abaixo do alcançado no ano anterior e que reflete sobretudo as imparidades registadas na operação em Angola.

O jornalista viajou a Londres a convite da Galp

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