Se fosse noutro país, Centeno já se teria demitido

A presidente do CDS-PP e candidata centrista à presidência da Câmara Municipal de Lisboa considera, no ECO taks, que o ministro das Finanças "está francamente fragilizado".

Assunção Cristas, líder do CDS-PP e candidata à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, é a convidada desta terceira edição do ECO Talks. A centrista está no Pestana Palace para responder a todas as questões que a atualidade impõe. Qual a saída para a polémica da Caixa Geral de Depósitos que resultou no puxão de orelhas de Marcelo Rebelo de Sousa ao ministro das Finanças, Mário Centeno? Qual o estado do país numa semana em que se conheceram os dados do crescimento económico relativos a 2016? E que estratégia para vencer as autárquicas deste ano?

Assista à transmissão da entrevista em direto e acompanhe aqui o liveblog com todas as atualizações. Ou então, siga a transmissão através do Facebook, clicando aqui.

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Revista de imprensa internacional

  • Marta Santos Silva
  • 16 Fevereiro 2017

A Snap Inc. prepara uma entrada em bolsa que pode ser recordista, Bruxelas quer abolir certas comissões bancárias, os problemas continuam na Casa Branca, e outras três notícias desta quinta-feira.

Após a demissão do conselheiro para a segurança nacional Michael Flynn, a Casa Branca de Trump perde mais um: ainda antes de ser confirmado, o nomeado para a pasta do Trabalho retirou-se da corrida. Em Espanha, o PSOE quer evitar futuros impasses como o vivido no ano passado com uma mudança na Constituição, e em França Emmanuel Macron prepara a sua proposta orçamental caso vá parar ao Eliseu, como as sondagens começam a indicar. Leia as seis notícias que fazem cabeçalhos pelo mundo esta quinta-feira.

Bloomberg

Mãe do Snapchat espera valorização de 22,2 mil milhões na IPO

Pode ser a terceira Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa) mais cara de sempre: a entrada em bolsa da Snap Inc., a empresa a que pertence o Snapchat, avaliou-se entre os 19,5 mil milhões de dólares e os 22,2 mil milhões. Pode ser a maior IPO tecnológica desde o recorde marcado pela entrada em bolsa da Alibaba, em 2014. Mas há perguntas ainda para a Snap, que pode ter aumentado os lucros mais viu abrandar o crescimento de número de utilizadores ativos. Leia a notícia completa na Bloomberg. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Les Échos

Macron quer poupar 60 mil milhões no primeiro mandato

O candidato centrista e independente Emmanuel Macron, que mais tem beneficiado com a queda nas sondagens do candidato da direita François Fillon, finaliza o enquadramento orçamental que vai apresentar oficialmente na próxima quarta-feira. Durante o primeiro mandato de cinco anos, se for eleito, o centrista prevê poupar 60 mil milhões de euros, principalmente através de cortes na massa salarial do Estado e nas dotações às regiões. Leia a notícia completa no Les Échos. (Conteúdo em francês / Acesso pago)

The Washington Post

Problemas de Trump continuam: Nomeado para a pasta do Trabalho demite-se

Andrew Puzder, o nomeado de Donald Trump para o Departamento do Trabalho, retirou-se da consideração para o lugar após ter enfrentado grande oposição no Senado, que teria de confirmar a sua nomeação antes de poder ser empossado. Puzder, um antigo CEO do setor da fast food, tem sido criticado pelo seu passado pessoal enquanto empregador de uma imigrante sem documentos para limpar a sua casa, assim como pela sua vasta riqueza, que tem sido alvo de uma investigação de ética. Leia a notícia completa no Washington Post. (Conteúdo em inglês / Acesso pago)

El Economista

Bruxelas quer abolir comissões para abrir e manter contas bancárias

O Parlamento Europeu opõe-se às comissões bancárias para abertura e manutenção de contas, assim como por outros serviços como a receção de transferências. É a primeira vez que os eurodeputados se posicionam acerca deste assunto, no seu documento anual acerca da política da competência da União Europeia. As comissões “abusivas e injustificadas”, dizem os eurodeputados, devem ser erradicadas, através de uma regulação europeia. Leia a notícia completa no El Economista. (Conteúdo em espanhol / Acesso gratuito)

BBC

República Democrática do Congo “não tem dinheiro” para eleições este ano

As eleições presidenciais estavam planeadas até ao final de 2017, já que o mandato do presidente Joseph Kabila terminou em novembro de 2016, mas o ministro do Orçamento da República Democrática do Congo anunciou que o país não pode suportar o custo de realizar uma eleição, que custaria 1,5 mil milhões de dólares. Kabila, que subiu ao poder em 2001, tem sido acusado pelos seus opositores de estar a adiar o ato eleitoral para poder segurar o poder mais tempo. No ano passado, mais de 50 pessoas morreram em protestos contra o adiamento das eleições. Leia a notícia completa na BBC. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

El País

PSOE propõe nova fórmula eleitoral para evitar bloqueios em Espanha

O PSOE tem uma proposta de alteração à Constituição espanhola para evitar que se repita a situação vivida no país em 2016, quando a escolha de um presidente do Governo foi bloqueada repetidamente, obrigando a realizar eleições. Após quase um ano em crise política, Espanha precisa de uma alternativa, argumenta o partido de centro-esquerda que está na oposição, e a solução proposta é de que, se as duas primeiras votações para escolha do presidente do Governo falharem, deixe de se poder votar “não”, passando as opções a ser “sim” ou a abstenção. Leia a notícia completa no El País. (Conteúdo em espanhol / Acesso gratuito)

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Tomás Correia, Carlos Martins e Costa Leite constituídos arguidos

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2017

Em causa está a venda de um terreno em Coimbra. Carlos Martins é também um dos 14 arguidos constituídos pelo Ministério Público.

Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio Geral

O presidente da Associação Mutualista Montepio, Tomás Correia, o líder da Martifer, Carlos Martins, e o ex-presidente do Finibanco, Humberto Costa Leite, bem como outros gestores e sociedades, foram constituídos arguidos pelo Ministério Público no final de janeiro, avança o Público.

Em causa está a venda de 30 hectares à entrada de Coimbra, conhecidos por Colinas de Vale Meão. O processo correu paralelamente com a OPA, em 2010, pelo banco Montepio — Caixa Económica Montepio Geral sobre o antigo Finibanco. As instituições eram lideradas na altura por Tomás Correia e Humberto Costa Leite (do grupo Vicaima), respetivamente.

A operação de bolsa valeu 341 milhões de euros, 100 milhões acima das avaliações feitas. Já a aquisição de terreno em Coimbra envolveu 32,4 milhões de euros e é esta matéria que consta do despacho de janeiro, diz o jornal. A transação imobiliária tinha como vendedor a Vilões (que mais tarde passou a Apícula), detida pelo jurista Tavares de Almeida — na altura, também administrador e auditor do Finibanco — que foi a tribunal reclamar o pagamento de uma dívida de 17 milhões.

Sobre os arguidos recaem suspeitas de insolvência dolosa e de burla qualificada, emissão de cheques sem provisão, acordos estabelecidos com intuito de não serem cumpridos e venda de terrenos, sem que tenham sido pagos ao proprietário inicial, para liquidar responsabilidades em incumprimento de terceiros.

Além de Tomás Correia, Carlos Martins e Humberto Costa Leite, também foram constituídos arguidos Fernando Magalhães (Montepio), Bessa Monteiro e Ricardo Henriques (ligados à Vicaima, que detinha o Finibanco), Ricardo Henriques (colaborador de Carlos Martins) e José Pucarinho (empresário da Prestige). Caixa Económica Montepio Geral, Montepio Imóveis, Vicaima e imobiliária Prestige são igualmente visadas já que os dirigentes atuaram em seu nome.

Para adquirirem as Colinas de Vale Meão, Costa Leite, Carlos Martins, Pucarinho e Tavares de Almeida criaram a Cityprofit, que pediu um crédito ao Finibanco, entidade a que todos estavam ligados. No final de 2009, o diretor financeiro da Vicaima e gerente da Cityprofit, Bessa Monteiro entregou à Vilões um cheque de 32,4 milhões de euros sem provisão. A Tavares de Almeida — vendedor e comprador — foi dito que isso se devia ao facto de o crédito não ter sido formalmente aprovado, não tendo levantado obstáculos, explica o Público.

Entretanto, abrem-se as negociações que culminaram na OPA do Montepio sobre o Finibanco, cujos empréstimos ao principal acionista (Vicaima) ultrapassava o limite imposto pelo Banco de Portugal. Fechada a OPA, em 2010, a Cityprofit transfere os terrenos da Colina Vale de Meão para o Montepio, desiste do financiamento do Finibanco e declara falência fortuita, diz o Público. Porém, continuava a dever 18 milhões de euros à Vilões. Quando Tavares de Almeida pediu esse valor ao Montepio, as propriedades já estavam na esfera imobiliária do Montepio. Tomás Correia reconhece em 2013 que deve seis milhões, mas Tavares de Almeida reclama ainda os restantes 12,5 e recorre à justiça. O processo-crime chegou a ser arquivado, mas depois de solicitada a reabertura do processo, o Ministério Público de Viseu comunicou que avançará com a investigação.

Tomás Correia é arguido em três dossiers e prestou informações sobre isso na última reunião do Conselho Geral da Associação Mutualista Montepio Geral.

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Bolsa nacional avança pela terceira sessão

A praça lisboeta abriu em alta, com as ações dos CTT a liderarem as subidas, mas a Galp Energia a suportar o avanço do PSI-20. Lisboa contraria perdas da Europa.

A bolsa nacional abriu em alta, com o PSI-20 a registar a terceira sessão consecutiva de subidas. O índice bolsista de referência nacional está a ser suportado pelo avanço dos títulos da Galp Energia, mas também da EDP Renováveis. A praça lisboeta segue em contraciclo com a Europa no dia em que o Stoxx Europe 600 recua após sete sessões de ganhos.

O índice PSI-20 abriu a valorizar 0,16%, para os 4.635,16 pontos, com a maior parte das suas 17 cotadas em alta. Os títulos dos CTT são os que mais sobem: 0,65%, para os 5,13 euros. Contudo o principal suporte do do índice luso é a Galp Energia, cujas ações avançam 0,47%, para os 13,72 euros, num dia em que as cotações do petróleo seguem sem rumo definido. Já EDP Renováveis aprecia-se 0,24%, para os 6,30 euros, conferindo suporte adicional ao PSI-20.

No mesmo sentido segue a Jerónimo Martins, com as ações da retalhista a progredirem 0,34%, para os 16,12 euros, conferindo suporte adicional ao índice PSI-20. Já o BCP vê os seus títulos valorizarem 0,13%, para os 14,87 cêntimos.

Por sua vez, a Semapa soma 0,11%, para os 13,44 euros, depois de nesta quarta-feira ter divulgado as suas contas trimestrais, já após o fecho do mercado. As suas receitas caíram 3% face ao ano anterior, mas os seus lucros cresceram dos 15,6 milhões de euros, para 43,4 milhões, perante a reversão de um conjunto de provisões fiscais.

Em contraciclo, referência apenas para a EDP e para a Altri. As ações da elétrica deslizam 0,35%, para os 2,84 euros, ajudando a travar o avanço do índice nacional. Já a papeleira vê os seus títulos perderem 0,07%, para os 4,30 euros.

(Notícia atualizada às 8h:24)

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Angola vai pagar ao Novo Banco? Lone Star duvida

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2017

O principal candidato à compra do Novo Banco duvida que Angola pague os empréstimos acordados na intervenção do BESA. Venezuela também levanta dúvidas.

A Lone Star — principal candidato à compra do Novo Banco — duvida que Angola pague os empréstimos acordados na intervenção ao BES Angola, atual Banco Económico, avança o Jornal de Negócios (acesso pago) na edição de hoje. No total são quase 600 milhões de euros que estão na lista de ativos que o fundo norte-americano considera problemáticos, e cujo risco pretende partilhar com o Estado.

De acordo com o jornal, os receios da Lone Star não serão alheios ao facto de a exposição do banco liderado por António Ramalho ao banco angolano suscitar reservas à PWC, auditora do Novo Banco que no relatório e contas de 30 de junho questiona o “nível de recuperabilidade” da exposição a Angola. Acrescerá ainda a desconfiança que os investidores dos EUA têm relativamente a Angola.

No total, os empréstimos do Novo Banco ao Banco Económico superam os 570 milhões de euros, quase 190 milhões dos quais relativos a um crédito comum que vence em 2018 e 386 milhões referentes a um empréstimo subordinado com maturidade em 2024.

Quase 400 milhões desse bolo, devia ter sido reembolsado no final de abril do ano passado. No entanto, o Banco Económico invocou as “restrições cambiais vigentes” em Angola para pedir o alargamento do prazo de pagamento para 15 de agosto de 2018 e o reforço de garantias, explica o jornal com base no relatório e contas referente a 2015, aprovado em dezembro.

Nos termos do acordo de renegociação, a instituição angolana fez três pagamentos ao Novo Banco – cerca de 90 milhões a 30 de abril, 50 milhões a 13 de junho e 70 milhões a 30 de setembro – reduzindo o valor da dívida sénior a cerca de 190 milhões, segundo os cálculos do Banco Económico.

Segundo avança também o Jornal de Negócios (acesso pago), o Lone Star incluiu ainda a operação do Novo Banco na Venezuela na lista dos ativos problemáticos, devido à grave crise económica no país sul-americano. Os receios incidem sobre a sucursal do Novo Banco na Venezuela, lançada ainda pelo BES para servir os emigrantes portugueses no território. Em causa está uma operação que, a 30 de junho, tinha uma carteira de crédito de 4,66 milhões de euros, segundo o relatório e contas da instituição liderada por António Ramalho. Em termos de ativo líquido, a exposição à Venezuela era de 16,4 milhões, no final de 2015.

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Ponce de Leão: Montijo resolve “para 40 anos”

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2017

As taxas aeroportuárias de Lisboa são competitivas, mas o Montijo vai ser particularmente atrativo para as companhias aéreas low cost, conta o presidente da ANA.

O presidente da ANA – Aeroportos de Portugal, Jorge Ponce de Leão, está otimista com a criação de um aeroporto complementar no Montijo, que, acredita, vai solucionar o problema da capacidade aeroportuária lisboeta para os próximos 40 anos. Em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago), Ponce de Leão disse antever que o aeroporto do Montijo esteja funcional em 2020 ou 2021, para fazer frente à aceleração do crescimento da procura no Aeroporto Humberto Delgado.

A solução proposta, afirma Ponce de Leão, não é para “cinco ou seis anos, mas para décadas”, possibilitando realizar 72 aterragens e descolagens por hora. Se vai ser necessário um segundo aeroporto em Lisboa um dia, após a adaptação da base militar do Montijo para servir como complemento ao Aeroporto Humberto Delgado, o presidente da ANA já não se pronuncia, mas afirma: “Temos uma solução para 30 ou 40 anos, não consegui antecipar o que é necessário daqui a 40 anos. Não sei se daqui a 50 anos os aviões não levantam na vertical ou se as asas não fecham”, continuou. “Esta solução dá mais competitividade ao destino Lisboa e implementa-se de forma mais rápida. (…) Também fica incomparavelmente mais barato do que a solução do novo aeroporto de Lisboa”.

O aeroporto complementar do Montijo vai ser atrativo para as companhias low cost, afirma Ponce de Leão, não só por causa das taxas aeroportuárias e dos custos de handling, que vão ser inferiores, mas também porque a solução no Aeroporto Humberto Delgado é insatisfatória para essas empresas: “Elas pretendem ter rotação entre 25 e 30 minutos o que é completamente impossível”. No Montijo, a operação poderá ser “ultra eficiente”, acrescenta.

Não é que as taxas aeroportuárias do atual aeroporto de Lisboa não sejam competitivas, acrescenta o presidente da ANA. “A Ryanair pediu este ano mais 45% de slots do que tinha no ano passado. Para a Ryanair estar a operar como está, sem qualquer incentivo, acho que é o teste para se mostrar que as taxas de Lisboa são competitivas”, explica.

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Branqueamento: Justiça bloqueia 38 operações bancá

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2017

A Justiça bloqueou 38 operações bancárias no valor de 21,6 milhões de euros nos primeiros dez meses do ano passado, por suspeitas de crime de branqueamento de capitais, segundo um relatório da PGR.

Os bancos, e outras instituições financeiras, têm o dever legal de comunicar ao Ministério Público (MP) e à Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária (PJ) as transações e atividades suspeitas ou sobre as quais tenham razões para acreditar que aconteceu, está em curso ou foi tentada uma prática de branqueamento de capitais.

Os dados, apesar de não incluírem ainda o ano de 2016 completo, permitem já perceber um aumento do número de comunicações feitas pelas instituições, de 2.903 em 2014 para 3.865 em 2015 e para 4.297 de janeiro a outubro de 2016, revela um relatório da Procuradoria-Geral da República (PGR)

Em 2014, a Justiça tinha determinado a suspensão de 43 operações bancárias em que estavam em causa a movimentação de 34,3 milhões de euros e, em 2015, 64 operações bancárias avaliadas em 47,1 milhões de euros.

Também nos primeiros dez meses do ano passado, o portal do Ministério Público ‘Corrupção – Denuncie aqui’ recebeu 1.239 denúncias de corrupção e criminalidade conexa, que deram lugar à instauração de 139 inquéritos e 28 averiguações preventivas.

Os dados da PGR, que constam do relatório síntese ‘Corrupção e Criminalidade Conexa’, mostram, no entanto, que estas denúncias não têm tido um crescimento sustentado, ascendendo a 1.941 em 2014 e descido para 1.476 denúncias em 2015.

Mas em todo o ano judicial de 2015/2016, a PGR registou um aumento de 7%, face ao ano judicial anterior, ao registar um total de 1.741 inquéritos sobre crimes de corrupção e criminalidade conexa, como corrupção (617), peculato (457), abuso de poder (371) ou branqueamento de capitais (162).

O branqueamento de capitais, que há três anos mereceu um aviso do Banco de Portugal para obrigar os bancos a medidas de vigilância contra a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, deu lugar à dedução de 13 acusações e a uma ação penal do Ministério Público de 47,66% neste tipo de crime.

Entre as novas obrigações em vigor desde 16 de fevereiro de 2014 está a obrigação de os bancos identificarem os depositantes acima de 10.000 euros, mesmo que depositados através de várias operações, ou de fazer o registo centralizado de transferências bancárias superiores a 15.000 euros.

O Banco de Portugal (BP), contactado pela Lusa, escusou-se a dar mais informação, além da que consta da síntese de julho de 2015 sobre a avaliação dos riscos de branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo, disponível no site do Banco de Portugal, invocando o dever de segredo de supervisão.

Naquele relatório são identificados os setores com riscos de branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo (BCFT) mais elevados, admitindo o BP que a conjuntura económica e financeira dos últimos anos aumentou a pressão sobre as instituições bancárias, carentes de liquidez, “aumentando necessariamente o risco de abrandamento dos procedimentos” de identificação, indispensáveis para apurar a legalidade e legitimidade dos fundos aplicados por clientes/investidores.

“Algumas instituições em situações de maior debilidade financeira tornam-se bastante permeáveis à entrada de novos acionistas que permitam, através de significativas entradas de capital, ajudar a combater a difícil situação em que se encontram”, afirma o BP naquele relatório.

"Algumas instituições em situações de maior debilidade financeira tornam-se bastante permeáveis à entrada de novos acionistas que permitam, através de significativas entradas de capital, ajudar a combater a difícil situação em que se encontram.”

Banco de Portugal

Síntese de julho de 2015

O regulador diz ainda não ser igualmente possível ignorar “o aumento do risco” que uma política de concessão de crédito bancário fortemente restritiva tem provocado nos demais agentes económicos, forçados a encontrar modelos de financiamento alternativos, utilizando critérios porventura menos exigentes e mais vulneráveis à entrada de capitais de origem ilícita.

No setor não financeiro, as vulnerabilidades identificadas pelo BP revelaram uma “enorme multiplicidade” – desde o jogo ‘online’ à aquisição de bens imóveis – em que a transação se efetua, no todo ou em parte, em dinheiro, passando pelo desconhecimento de beneficiários, pela inexistência de exigência de contabilidade organizada e pela gestão de contas de clientes.

“Os riscos são altos nos setores imobiliário, de notários e conservadores e de comerciantes de bens de alto valor unitário, médios nos setores dos casinos, dos profissionais independentes (ROC, TOC, advogados e solicitadores) e baixo no setor de apostas e lotarias”, adianta.

Quanto a ameaças, o BP conclui que os crimes subjacentes ao branqueamento de capitais mais frequentes são os tributários, incluindo fraude e burla tributária.

“E se é certo que, por vezes, a perseguição e punição por crime tributário pode ‘ocultar’ algum outro crime subjacente, por se revelar eventualmente mais fácil demonstrar a sua existência, o facto é que, de entre as comunicações de operações suspeitas que se confirmam, a percentagem das respeitantes a crimes tributários é esmagadora: 60%”, afirma.

Além dos crimes tributários, o regulador conclui serem ameaças de alto risco o tráfico de estupefacientes, a burla, a corrupção e o peculato e a contrafação.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

O dia é de resultados de empresas, mas também de atas do Banco Central Europeu e de reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G20. Os investidores vão estar atentos.

Esta quinta-feira, um dia depois de Portugal se ter financiado em 1,25 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a três e a 11 meses, e numa altura em que a taxa a dez anos continua acima de 4%, os investidores vão estar atentos às atas da última reunião do Banco Central Europeu (BCE) para tentarem perceber se o programa de compra de dívida vai durar ou não. Há também declarações da Fed, bem como do Banco de Japão, no dia em que começa a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros das 20 maiores economias do mundo.

BCE divulga atas da reunião de janeiro

O BCE vai publicar esta quinta-feira as atas da reunião de política monetária do Conselho de Governadores, que aconteceu em meados de janeiro. São documentos que deverão conter informação relevante sobre as posições dos diferentes membros relativamente ao programa de compras de dívida levado a cabo por Mario Draghi que continua a prometer juros baixos por um período prolongado. Recentemente, Yves Mersch demonstrou a sua insatisfação quanto à política monetária que está a ser seguida. “Considerando a importância da credibilidade para um banco central, não deve continuar a adiar-se as medidas graduais necessárias à nossa estratégia comunicacional”, afirmou o responsável.

Mais resultados de empresas portuguesas

Depois do BPI, da Navigator e da Semapa, esta quinta-feira é a vez da tecnológica portuguesa Novabase prestar contas aos investidores, relativas a 2016. Espera-se que cotada portuguesa apresente lucros na ordem dos 3,6 milhões de euros, a média das estimativas dos analistas, de acordo com a agência Bloomberg. A empresa deverá fazê-lo logo após o fecho dos mercados.

EUA: Mais dados do mercado laboral

O Ministério do Trabalho dos Estados Unidos divulga esta quinta-feira o número de norte-americanos que solicitaram subsídio de desemprego na semana passada, e as previsões apontam para que 250 mil cidadãos o tenham feito. É um dado importante, principalmente depois de Janet Yellen ter dito ao Senado que se o mercado laboral e a inflação continuarem a ir ao encontro das expectativas do banco central, é “imprudente” não subir os juros, algo que pode acontecer já em março.

Preparativos para o G20 ganham ritmo

Na Alemanha reúnem-se, esta quinta e sexta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G20. Os olhos estarão postos no norte-americano Rex Tillerson, nesta que será a primeira viagem do secretário de Estado à Europa — vai inevitavelmente encontrar-se com o ministros russo e chinês Sergei Lavrov e Wang Yi. Na agenda destes líderes, temas como o desenvolvimento sustentável e a paz e a estabilidade globais.

Governador do Banco do Japão fala em Tóquio

Haruhiko Kuroda, governador do Banco do Japão, fala hoje numa conferência internacional em Tóquio. Isto depois de, esta quarta-feira, ter referido que a instituição pode baixar os juros caso seja necessária uma maior flexibilização da política monetária para lidar com a deterioração da economia externa e do país. Os investidores estarão atentos às palavras de Kuroda.

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Os escritórios de advogados podem fazer leis?

A correspondência entre Domingues e Centeno revelou o envolvimento de advogados na alteração do EGP. O ECO questionou várias sociedades de advogados sobre a assessoria jurídica que prestam ao Governo.

Em maio do ano passado os advogados de António Domingues negociaram com o Ministério das Finanças as alterações a fazer ao Estatuto do Gestor Público (EGP). É isso que mostra a troca de correspondência revelada pelo ECO: a sociedade de advogados Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados assessorou o ex-presidente, antes de este ter assinado o contrato como presidente do banco público, onde se inclui a proposta de diploma legal que excluía os administradores da CGD do EGP.

O decreto-lei acabou por ser publicado em julho de 2016 e a sua redação final é, em vários pontos, idêntica à proposta que os advogados enviaram ao Ministério das Finanças. Antes disso, o gabinete de Mário Centeno enviou várias versões para o escritório de advogados. Foram estes que responderam com a escolha final: “Das três redações que nos enviou a que julgamos corresponder ao pretendido é a primeira, sem a parte final assinalada a negrito”, lia-se na correspondência revelada. Este pormenor do processo tem suscitado dúvidas sobre o grau de envolvimento dos advogados na elaboração do diploma que isentou os gestores da Caixa Geral de Depósitos do EGP.

Esta segunda-feira, numa conferência de imprensa sobre a polémica, Mário Centeno admitiu que a alteração “foi feita com o apoio de uma equipa técnicos e juristas que estavam a colaborar em todo o processo com o perfeito conhecimento do Ministério das Finanças”. Para o ministro das Finanças foi um ato legislativo “público”, “escrutinado” e do “conhecimento” do ex-presidente do banco público. As reuniões serviram para discutir “a substância daquilo que era o ato legislativo que o Governo iria levar a cabo por sua iniciativa na forma de um Decreto-lei que excluía a CGD do EGP”.

Em defesa do Governo saiu também o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. Os escritórios de advogados devem elaborar propostas de alteração das leis? Numa entrevista dada ao ECO, Pedro Nuno Santos respondeu que “não”. “Julgo que foi uma forma, mais clara, de António Domingues apresentar aquelas que eram as suas condições, com todo o seu direito e naturalidade“, justificou-se, classificando o processo negocial de “normal”. “Algumas das condições que foram propostas foram aceites e por isso é que também António Domingues aceitou”, afirmou ainda o secretário de Estado.

Face a esta revelação, a oposição tem acusado o Governo de falta de transparência no processo. Esta terça-feira, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou o Executivo de não ser importar de “aprovar um decreto-lei que foi feito num escritório de advogados”. Também Marques Mendes, no seu comentário de domingo na SIC, criticou o modus operandi do Ministério das Finanças, acusando Centeno de deixar que “um particular e um escritório de advogados mandassem mais que o ministro a tratar um assunto deste melindre”.

A assessoria jurídica ao Governo

O ECO contactou várias sociedades de advogados para perceber qual é o grau de envolvência na assessoria jurídica ao Governo ou a outras instituições públicas. Em resposta, a Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados preferiu não comentar este ou outro caso em que tenha tido trabalhado com instituições públicas. A PLMJ, a SRS Advogados e a CMS Rui Pena & Arnaut foram as sociedades de advogados que responderam até ao momento de publicação deste artigo.

As três sociedades de advogados recusam a existência de situações em que são convidadas pelo Governo a formular uma lei para ir ao encontro dos requisitos de um cliente privado. Rui Pena não tem dúvidas de que esse pedido “não é comum nem seria correto”. “No caso que ultimamente tem ocupado os jornais, importa esclarecer que não foi o Governo a convidar uma sociedade de advogados para formular a lei, mas sim o respetivo cliente, no âmbito da proposta contratual do interesse deste último que pretendia apresentar ao Governo”, recordou o senior partner da CMS.

Não é comum nem seria correto.

Rui Pena

José Luís Moreira da Silva, da SRS Advogados, rejeita também que existam esse tipo de pedidos vindos do Governo. No entanto, refere que “algumas vezes o cliente privado pretende algo que só pode suceder mediante uma alteração legislativa e isso é então colocado como opção ao Governo para sua decisão“. Moreira da Silva refere também que existem “pedidos para redigir anteprojetos legislativos”. Nesse caso, “costuma haver uma articulação estreita com o membro do Governo, recebendo contributos de politica legislativa do Governo e dando apenas opções de logística e de melhores opções de redação”, esclarece o responsável pelo departamento de público e projetos da SRS Advogados.

A mesma opinião tem Luís Pais Antunes, managing partner da PLMJ, que classifica esse eventual caso como um “contrassenso”. Contudo, é diferente se clientes privados pedirem “a prestação de serviços para o desenho de determinadas soluções legislativas”. Não referindo o caso concreto, Pais Antunes exclui “completamente”, até pela sua experiência governativa, “que o Governo se vá dirigir a um escritório de advogados a dizer ‘façam-me uma lei'”. Contudo, o ex-secretário de Estado do Trabalho também admite ao ECO que “para matérias técnicas, com muita especificidade” não exclui a existência de “situações em que haja uma encomenda tipo chave na mão”, mas ressalva que “mesmo nesses casos tem de ser feito o mínimo enquadramento”.

É relativamente comum haver jurisconsultos associados a um processo de elaboração de um projeto diploma.

Pais Antunes

Ex-secretário de Estado do Emprego

Pais Antunes não se quer pronunciar sobre o caso da CGD, dado que existe uma comissão de inquérito parlamentar, mas refere um caso pessoal. O ex-secretário de Estado fez assessoria jurídica ao anterior Governo PSD/CDS na elaboração das alterações ao Código de Trabalho. “É relativamente comum haver jurisconsultos associados a um processo de elaboração de um projeto diploma“, classifica, revelando que na sua experiência governativa “isso aconteceu em vários ministérios e acontecerá sempre, é perfeitamente normal“. Já o grau de envolvimento depende da “encomenda que é feita”.

Também Rui Pena afirma que “não é descabido haver a participação de advogados em grupos de trabalho e comissões de redação constituídos nos Ministérios para preparar nova legislação sobre temas específicos ou fazer a revisão de legislação entretanto desatualizada porque há determinadas matérias de tal maneira especializadas que os assessores dos Ministérios ou das Direções Gerais não dominam e, por isso, têm de recorrer a pessoas externas”. No entanto, o senior partner da CMS ressalva que compete ao Governo “aceitar ou modificar o trabalho”. “A autoria e a responsabilidade são sempre em última análise imputáveis ao órgão constitucionalmente competente para o efeito“, afirma ao ECO.

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Atomico tem maior fundo de capital de risco da Europa. E quer investir em startups portuguesas

Fundo de capital de risco que já investiu na Uniplaces tem 722,2 milhões de euros para financiar Series A e rondas em diante. E está de olho no ecossistema português, garante fonte do fundo ao ECO.

Fundo de capital de risco Atomico tem sede em Londres e é um dos investidores da portuguesa Uniplaces.Atomico

A Atomico acaba de criar o seu quarto fundo de investimento no valor de mais de 722 milhões de euros (o equivalente a 765 milhões de dólares) para investir em startups tecnológicas europeias. E anda à procura de empresas em Portugal.

“O ecossistema português ainda não é tão maduro como o de Londres ou Estocolmo, por exemplo. Mas acreditamos que tem grande talento e potencial para crescer. Estamos oportunisticamente a olhar para empresas e em discussão com algumas startups portuguesas, sempre atentos a outras cujos fundadores tenham perfis semelhantes aos da Uniplaces em termos de ambição e escala“, explica Carolina Brochado, principal no fundo internacional de capital de risco.

Atenta aos ecossistemas de Portugal, Espanha e Reino Unido, Carolina conhece de perto o que se passa ao nível de empreendedorismo em cidades como Lisboa e Porto. E garante que nunca em Portugal se deu a conhecer tanto potencial de crescimento.

"Estamos muito otimistas em relação ao ecossistema empreendedor português. Está a crescer e a amadurecer e, se em 2013 os investimentos em startups não ultrapassaram os três milhões, em 2016 superaram os 51 milhões.”

Carolina Brochado

Principal da Atomico

“Temos muita confiança no ecossistema tech na Europa e acreditamos que vão vir deste continente as próximas grandes empresas do futuro, como o Facebook. Só que, na Europa, apesar do talento, existem nas empresas problemas de infraestrutura. Por exemplo, em rondas de financiamento de Series B, houve 14 vezes menos financiamento na Europa do que nos Estados Unidos. E essas empresas, entre rondas de Series A e B, ainda estão a construir equipas muitas das vezes. Por isso, é essencial que contem com o apoio de um fundo vocacionado para elas”, assinala Carolina.

De acordo com a Atomico, a Europa conta com 4,7 milhões de profissionais que geraram mais de 100 mil milhões de dólares em fusões e aquisições tecnológicas, num mercado que assistiu a mais de 30 ofertas públicas de aquisição (OPA) só no último ano, sem que a amplitude e qualidade dos fundos acompanhasse o processo. Com mais de 1.700 rondas seed e Series A nos últimos 12 meses, a taxa de conversão para outros estágios ainda é baixa.

Sabemos que é muito difícil criar empresas, mas é ainda mais complicado escalar.

Carolina Brochado

Principal da Atomico

Também por isso, a Atomico viu na criação deste fundo — o maior a nível europeu — uma oportunidade de continuar a apoiar as empresas que já pertencem ao portefólio “do ponto de vista operacional”: “Escolhemos nomes de alto calibre, com as competências específicas para acompanhar as startups na resolução de alguns dos desafios de crescimento”, explica Carolina.

Carolina Brochado, principal no fundo de capital de risco internacional Atomico.Atomico

Para acompanhar de perto empresas que já financiou, ou em que vai investir com este novo fundo Atomico IV, a Atomico criou uma equipa de especialistas que trabalharam em empresas de maior crescimento em todo o mundo: nomes como Niall Wass (Uber), Alexis Dormandy (Virgin, Orange), Benjamin Grol (Facebook, Google), Dan Hynes (Google, Skype) e Sophia Bendz (Spotify), são algumas das armas desta equipa multidisciplinar que, numa base a definir em função de cada caso, vão acompanhar de perto e sugerir soluções aos empreendedores. A medida, além de ser um “fator de diferenciação” face a outros fundos, é uma maneira de controlar o risco decorrente de financiamentos deste tipo, admite Carolina Brochado.

A equipa de apoio está dividida em duas áreas específicas: uma na área de investimento e a outra na de criação de valor, que dará apoio prático em áreas como a internacionalização e as parcerias, retenção de talento, marketing e comunicação e que conta com um total de 15 parceiros.

“Acabamos de angariar um dos maiores fundos e construímos a melhor equipa operacional da Europa para nos juntarmos aos mais ambiciosos empreendedores e ajudá-los a ser a referência global no setor onde atuam”, explica Niklas Zennstrom, CEO da Atomico, em comunicado.

A Atomico é o fundo de capital de risco que liderou a ronda de investimento de 22 milhões de euros, anunciada pela portuguesa Uniplaces em pleno Web Summit, em novembro de 2016. Também por isso, as startups portuguesas estão no radar deste novo fundo, depois do êxito dessa ronda de investimento.

Fundada em 2006, a Atomico está focada em empresas europeias que estejam prontas para dar o passo da internacionalização como líderes nas suas categorias. Os investimentos incluem a Bitmovin, Farmdrop, GoEuro, Jobandtalent, Klarna, LiliumAviation, Pipedrive, Scandit, Supercell, TheClimateCorporation e a portuguesa Uniplaces. O anterior fundo da Atomico — Atomico III LP — fechou em 2013 com 476,6 milhões de dólares.

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Wall Street com maior série de ganhos em 25 anos

Esta quarta-feira foi divulgada a inflação, em janeiro, nos EUA e o resultado surpreendeu os analistas. Este é mais um dado que fortalece os argumentos de Yellen. Wall Street continua em recordes.

Nos últimos dias tem sido este o cenário de Wall Street: recorde atrás de recorde, alimentado pela expectativa de aumento da taxa de juro. Esta quarta-feira, os principais índices norte-americanos atingiram máximos históricos pela quinta sessão consecutiva, algo que já não acontecia há um quarto de século. A última vez que tal aconteceu ainda George H. W. Bush era Presidente. Agora é Donald Trump.

Aos bons dados económicos, mas também à crescente expectativa quando à subida dos juros perante a subida da inflação para 2,5%, junta-se o cocktail de medidas de desregulação e investimento público pela nova administração que está quase há um mês na Casa Branca. Segundo uma nota da J.P. Morgan, citada pela Bloomberg, as ações norte-americanas entraram numa “fase de aceleração”. É isso que demonstra a evolução dos índices de Wall Street que terminaram esta quarta-feira em novos recordes.

O S&P 500 conseguiu hoje o mais longo período de ganhos em três anos ao valorizar pela sétima sessão de consecutivo. O índice fechou a valorizar 0,48% para os 2.348,85 pontos, beneficiado pelos dados surpreendentes das vendas dos retalhistas nos EUA. Este resultado sugere que as despesas dos consumidores norte-americanos estão a acompanhar o crescimento económico.

Os dados da inflação sustentam que o aumento da taxa de juro é mais realista. Essa perceção traduziu-se num aumento de 30% para 42% na probabilidade de um aumento do “preço do dinheiro” pela Reserva Federal já em março, adianta a Bloomberg. O Nasdaq atingiu a marca de sete dias seguidos a superar recordes, o que também aconteceu esta quarta-feira ao subir 0,64% para os 5.819,44 pontos.

O Dow Jones valorizou 0,52% para os 20.611,86 pontos. As ações da Goldman Sachs valorizaram 0,43% para os 250,54 dólares, assim como as do J.P. Morgan que apresentaram uma subida de 1,15% para os 90,59 dólares. O Bank of America também viu as suas ações subirem 2,16% para os 24,58 dólares por ação.

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Sindicato dos quadros técnicos bancários pede reunião urgente a Fernando Ulrich

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2017

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários pediu uma reunião urgente com Fernando Ulrich. Reunião surge no âmbito do processo da OPA do CaixaBank sobre o BPI.

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) anunciou hoje que pediu uma reunião urgente ao presidente do Conselho de Administração do BPI, Fernando Ulrich, na sequência das recentes alterações de composição acionista do banco.

Impõe-se esclarecer quais as consequências e implicações da nova posição maioritária do CaixaBank no BPI no que diz respeito à gestão dos recursos humanos“, afirmou o presidente do SNQTB, Paulo Marcos, citado em comunicado.

“Temos que salvaguardar os interesses dos trabalhadores, designadamente, no que se relaciona com o seu atual estatuto jurídico-laboral”, acrescentou.

O CaixaBank passou a deter 84,5% do BPI no âmbito da Oferta Pública de Aquisição (OPA), operação divulgada na sessão especial no passado dia 08 de fevereiro. Na oferta, o CaixaBank adquiriu 39,02% além do que já detinha.

No dia da OPA, o CaixaBank escreveu aos trabalhadores do BPI afirmando que considera que a nova etapa do banco, agora sob o seu domínio maioritário, será “especialmente estimulante”.

A comunicação foi assinada pelos responsáveis do grupo bancário catalão, Jordi Gual e Gonzalo Gortázar.

“Estamos convencidos de que, juntos, consolidaremos o BPI como um banco de referência em Portugal. Com a disponibilidade de todos, reforçaremos o seu desenvolvimento e crescimento no futuro, de forma a criar maior valor para a sociedade portuguesa”, lê-se na carta a que a Lusa teve acesso.

Na mesma carta, o grupo catalão adiantou que, após as aprovações necessárias, o BPI “será integrado no grupo CaixaBank”.

Recordando que já passam mais de 20 anos desde que o CaixaBank se tornou acionista do BPI, Jordi Gual e Gonzalo Gortázar consideraram que os trabalhadores do BPI “sempre demonstraram o seu empenho e profissionalismo”, pelo que acreditam que a “nova etapa será especialmente estimulante”.

Sobre o grupo CaixaBank, explicam que tem “mais de 110 anos de história” e que sempre demonstrou o seu “elevado compromisso social”.

Falam ainda do acionista maioritário do Grupo, a Fundação Bancária La Caixa, adiantando que gasta por ano cerca de 500 milhões de euros em obra social, o que a posiciona como a “terceira fundação privada mais importante do mundo”.

Esperamos que estas palavras contribuam para um melhor conhecimento do grupo CaixaBank. Iniciamos agora um caminho conjunto, que terá em conta as características e necessidades próprias da sociedade portuguesa, dos clientes e acionistas do BPI, assim como as de todos os seus colaboradores”, acrescentaram.

O até agora segundo maior acionista do banco, a ‘holding’ angolana Santoro (de Isabel dos santos), que tinha 18,5%, saiu da estrutura acionista, assim como o grupo português Violas Ferreira e o Banco BIC (que Isabel dos Santos também controla), ambos com participações acima de 2%.

Dos principais acionistas mantém-se apenas a seguradora Allianz (8%), que tem um acordo com o BPI para a colocação dos seus produtos.

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