Passos Coelho diz que substituição da ministra não é suficiente

O ex-líder do PSD disse esta tarde que Governo também é responsável pelos fogos deste fim de semana e que a substituição da Ministra da Administração Interna não é suficiente para resolver o problema.

Pedro Passos Coelho falou na tarde desta sexta-feira aos jornalistas, sublinhando que o Governo também é responsável pelos incêndios que devastaram o país este fim de semana, e que “já desperdiçou oportunidades a mais para inspirar confiança“. Acrescentou ainda que a substituição da ministra da Administração Interna não é suficiente.

O ex-líder do PSD destacou que os incêndios do fim de semana passado não se deveram só às condições adversas, mas também ao Governo. “A responsabilidade sobre o que se passou também cabe muito ao Governo, não só às condições adversas”, disse Passos Coelho. Acrescentou ainda que “a falha na resposta adequada falhou clamorosamente de um ano para o outro” e que essa resposta “não fica satisfeita apenas porque a senhora ministra vai mudar“.

Destacou ainda que é importante “reestruturar a Proteção Civil” e haver um “concurso transparente, público e nacional”, de forma a fazer uma seleção transparente dos dirigentes da Autoridade Nacional de Proteção Civil. “A Proteção Civil existe para responder às necessidades das pessoas e não dos Governos”, disse.

Passos Coelho referiu ainda que o principal problema “não é o da ajuda imediata, mas sim as dificuldades que se vão sentir nos próximos anos”, chamando a atenção para a necessidade de haver uma intervenção urgente por parte das instituições, sempre em cooperação com as autarquias. Relativamente à criação de uma Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, o social-democrata disse que o PSD não vê nada de negativo nessa possibilidade.

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Paulo Azevedo: Negócio TVI/Meo poderá criar nova operação Marquês “dez vezes maior”

  • Lusa
  • 20 Outubro 2017

Paulo Azevedo, presidente da Sonae, considerou que a aprovação da compra da Media Capital pela Altice criará "condições" para a descoberta de uma nova operação Marquês, mas "dez vezes maior".

O presidente da Sonae criticou esta sexta-feira a “não decisão” da ERC sobre a compra da Media Capital pela Altice, afirmando que o negócio “criará condições” para haver indignação com a “descoberta de uma operação ‘Marquês’ dez vezes maior”.

Instado pela Lusa a comentar a decisão da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sobre a falta de consenso no parecer sobre a operação de compra da dona da TVI pela proprietária da PT/Meo, Paulo Azevedo teceu duras críticas ao presidente do regulador dos media, Carlos Magno.

“Acredito que esta não decisão carece de sustentação legal, mas sinto o dever de dizer bem alto que estamos a assistir a uma tentativa de deixar passar uma operação que provocará um grave e perigoso enfraquecimento da resiliência e qualidade da nossa sociedade”, salientou Paulo Azevedo, numa declaração escrita enviada à Lusa.

A concretização do negócio “criará as condições para que daqui a dez anos possamos estar todos indignados com a descoberta de uma operação ‘Marquês’ dez vezes maior”, prosseguiu o presidente do Conselho de Administração da Sonae, cujo grupo detém o jornal Público.

“A tentativa do senhor Carlos Magno de se aproveitar do momento de fraqueza institucional da ERC para, sozinho, contra o parecer dos serviços que tutela e dos demais colegas de administração, impedir o veto de uma operação com riscos ‘(…) não controláveis e gravemente lesivos do pluralismo e do direito dos cidadãos à informação ‘ (vide parecer da ERC), é escandalosa e extremamente grave”, aponta o gestor.

“Temos de ter a capacidade de nos indignarmos quando, por ação ou inação, se criam as condições para que possam acontecer graves danos do nosso interesse público”, concluiu Paulo Azevedo.

Na sua declaração de voto, Carlos Magno afirmou que a ERC “não pode impedir um negócio entre privados com base numa lei que não existe”. Também esta sexta-feira, a operadora de telecomunicações NOS mostrou “perplexidade” pelo voto de Carlos Magno (os dois outros membros do Conselho Regulador da ERC — Arons de Carvalho e Luísa Roseira — votaram contra o negócio) e congratulou-se com o sentido do parecer dos serviços técnicos da ERC, que era desfavorável à compra da Media Capital.

A reação da NOS motivou uma outra reação da Altice, que acusou a NOS de “controlar os mercados em que atua”.

Contactado pelo ECO, Carlos Magno, presidente da ERC, não quis comentar.

(Notícia atualizada às 19h25 com reação de Carlos Magno)

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Altice acusa NOS de “controlar os mercados em que atua”

Num comunicado, a dona da Meo responde à concorrente NOS, acusando-a de estar habituada "a controlar os mercados em que atua". Em causa está a decisão da ERC sobre a compra da TVI.

A guerra está aberta. A Altice decidiu responder à operadora concorrente NOS, que esta sexta-feira disse ver “com enorme perplexidade” a decisão do presidente da ERC de votar a favor da compra da Media Capital, viabilizando a passagem do negócio para a fase seguinte. Num comunicado citado pelo jornal Dinheiro Vivo, a dona da Meo diz que o comportamento da NOS é “inadmissível”.

“Após a decisão da ERC e quando se julgava que o processo seguisse o seu caminho legal, eis que num impensável movimento de pressão, inadmissível num mercado maduro de um país europeu e num ato de total desrespeito por quem emite uma opinião fundado daquilo que é a sua crença na legalidade processual, a NOS vem tecer afirmações sobre a decisão da ERC que mostram bem que quem está habituado a controlar os mercados em que atua não aceita a livre concorrência como regra do jogo”, cita o jornal.

E acrescenta: “Talvez por não ter chegado a acordo de parceria estratégica com outro grupo de media por não entender ser interessante financeiramente adquirir a Media Capital — conforme rumores vários de mercado — a NOS refugia-se agora em ataques demonstrativos de total falta de respeito pelo regulador.”

A reação da Altice surge no mesmo dia em que a NOS considerou “incompreensível” e “insustentável” que Carlos Magno, presidente da ERC, tenha votado a favor do negócio da compra da TVI pela Meo — o que viabilizou a passagem da operação pelo crivo deste regulador. “Foi com enorme perplexidade que a NOS constatou o voto de vencido do presidente do conselho regulador da ERC a esta operação, o qual se revela incompreensível e insustentável”, escreveu a operadora de Miguel Almeida num comunicado enviado às redações ao final da manhã desta sexta-feira.

(Notícia atualizada às 17h53 com mais informação)

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Respire fundo… este retiro é para empreendedores

Criado pela Faz Acontecer, a primeira edição do retiro para empreendedores decorre entre 16 e 19 de novembro. As inscrições já estão abertas e os lugares são limitados.

Primeiro retiro para empreendedores organizado pela Faz Acontecer decorre entre 16 e 19 de novembro, num local surpresa a cerca de duas horas de Lisboa.Pixabay

Inspire, expire, respire. Bem-vindo ao primeiro retiro para empreendedores em Portugal. A Faz Acontecer decidiu fazer parar o tempo e, entre 16 e 19 de novembro, organiza o primeiro retiro que vai juntar 25 empreendedores e quatro mentores num lugar secreto, no centro do país.

No programa estão três dias sem tecnologia e com alojamento, alimentação e atividades incluídos para, explica a organização, “ajudar os seus participantes a partilharem ideias, experiências e conhecimento, e criarem laços”.

Entre os oradores estão Paulo Santos, CEO ex-Kinematix, Cristina Amaro, da Imagens de Marca, Sérgio Castro, CEO da ITCenter e Luís Rato, fundador da KiosqueStreetFood. “Com as suas diferentes histórias acreditamos que irão criar uma sinergia incrível entre estes e os restantes participantes. O Paulo Santos pela sua paixão para desenvolver soluções tecnológicas para problemas complexos e pela forma como lidou com as adversidades, o Luís Rato por ter transformado 500 euros num império de 40 milhões, a Cristina Amaro pelo carisma e pelo empenho e paixão que coloca em tudo o que faz, e ainda o Sérgio por, a partir de uma terra no nosso Portugal genuíno ter feito crescer uma empresa que hoje fatura milhões”, explica, André Leonardo, fundador da Faz Acontecer, em comunicado.

Na agenda, adianta André, está um espaço fora da cidade, atividades como surf, yoga, caminhadas, churrascos e animação noturna e sessões para cada um dos seus participantes alinhar os seus próximos passos, revigorar-se e trocar experiências.

As inscrições podem ser feitas aqui.

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BMW poderá estar a violar leis da concorrência… desde 1990

  • ECO
  • 20 Outubro 2017

A BMW criou um cartel com outros fabricantes automóveis para combinar entre si que fornecedores e componentes utilizar em áreas como o sistema de filtragem das emissões. poluentes.

A denúncia partiu de um artigo do Der Spiegel no passado mês de julho, e as instalações da BMW em Munique receberam uma visita dos oficiais de antitrust da Comissão Europeia no início desta semana. Em causa está um relatório onde é alegado que os principais fabricantes de automóveis na Alemanha formaram um cartel desde os anos 90. A notícia é avançada pelo Financial Times esta sexta-feira.

A revista alemã avançou no verão passado que a BWM, a Daimler, a Volkswagen, a Porsche e a Audi têm organizado reuniões secretas desde 1990, de forma a concertarem vários aspetos técnicos dos seus veículos, nomeadamente ao nível dos fornecedores e dos componentes para o sistema de filtragem das emissões poluentes.

A Comissão Europeia já tinha anunciado a “inspeção sem aviso prévio” das autoridades de concorrência às instalações de um fabricante automóvel. Foi a própria BMW que se identificou como alvo das investigações. “A Comissão Europeia não abriu um processo formal contra o Grupo BMW”, afirmou o fabricante, citado pelo Financial Times.

A BMW já comunicou que pretende deixar claro que se distinga entre potenciais violações das leis da concorrência, das quais está a ser investigada, de manipulação ilegal das emissões de gases, das quais não lhe recaem quaisquer acusações.

“As inspeções são etapas preliminares no quadro dos inquéritos sobre atividades suspeitas de violarem a concorrência”, informou a comissão em comunicado. A Comissão Europeia pode aplicar pesadas multas às empresas que formem cartel, dado que prejudicam a concorrência e os consumidores.

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Taxas, o que são e como se calculam?

  • ECO
  • 20 Outubro 2017

Taxas há muitas. Mas sabe o que são? E, mais importante ainda, como é que se calcula uma taxa? No Dia Internacional da Estatística, saiba como se chegam a tantos números em percentagem.

Taxa de crescimento. Taxa de inflação. Taxa de… tanta coisa. Há taxas para tudo. E resultam de quê? De uma conta simples em que se divide o número de acontecimentos pelo universo global. O resultado é um número, em percentagem, que permite mais facilmente ter noção da dimensão do número absoluto.

Veja o vídeo:

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Lisboa no vermelho em dia verde na Europa

A praça lisboeta contrariou a tendência positiva na generalidade das congéneres europeias. EDP e EDP Renováveis pressionaram o PSI-20, enquanto o BCP e a Galp Energia travaram as perdas.

A bolsa de Lisboa contrariou a tendência positiva na maioria das bolsas Europeias ao fechar no vermelho, pressionada pelo setor energético. Enquanto o Stoxx 600 avançou 0,24%, o índice nacional caiu 0,15% para 5.451,91 pontos.

A pressionar o mercado bolsista português esteve, sobretudo, a EDP Renováveis, ao cair 1,10% para 7,003 euros. A EDP também contribuiu para as perdas, tendo recuado 0,36% para 3,01 euros. Entre os desempenhos mais desfavoráveis ao PSI-20 esteve ainda, no setor do retalho, a Jerónimo Martins, que fechou a sessão com perdas de 0,99% para 15,52 euros.

Destaque também para a Pharol. A antiga holding da Portugal Telecom derrapou 2,60% para 45 cêntimos nesta sessão. É a maior acionista da operadora brasileira Oi e, na próxima segunda-feira, haverá reunião geral de credores da empresa no Brasil, onde será submetido a votação o novo plano de recuperação da empresa, não sendo certo que o mesmo seja aprovado.

A travar as perdas estiveram a Galp Energia, com uma subida de 0,10%, e o BCP, que avançou 0,90%, com os títulos a cotarem agora nos 25,92 cêntimos. Nota positiva igualmente para a Mota-Engil. A construtora anunciou que a sua subsidiária Lineas fechou esta sexta-feira a venda de participações na Scutvias e na MRN à Globalvia Inversiones. Os títulos subiram 1,54% para 3,30 euros.

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Sócrates não é engenheiro, esclarece a Ordem

  • ECO
  • 20 Outubro 2017

A Ordem dos Engenheiros vai alertar a Assembleia da República, que, no seu portal oficial, refere-se ao ex-primeiro-ministro como engenheiro.

O ex-primeiro-ministro José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa não está, nem nunca esteve, inscrito na Ordem dos Engenheiros“. O esclarecimento foi divulgado, esta sexta-feira, pela própria Ordem dos Engenheiros, em resposta ao “inusitado número de interpelações e pedidos de informação que ultimamente têm sido dirigidos a esta associação profissional”.

A Ordem acrescenta não ter “conhecimento que o cidadão em causa tenha alguma vez utilizado indevidamente o título profissional de engenheiro”, o que, a acontecer, violaria o estatuto da Ordem dos Engenheiros.

A menção a esse título profissional apenas “é feita indevidamente por terceiros”, refere ainda o comunicado.

O Ordem acrescenta ainda que irá contactar a Assembleia da República a propósito do título de “engenheiro” que atribui a Sócrates, na sua página oficial. A Ordem vai “alertar para a desconformidade existente na referência biográfica patente no seu portal”.

O facto de não deter o título de engenheiro não impediu José Sócrates de ter assinado vários projetos de edifícios na Guarda, durante a década de 1980. Um a investigação do Público, de 2008, revelou que Sócrates assinou vários projetos cuja autoria os donos das obras garantiram não ser dele.

Na altura, o ex-primeiro-ministro disse que assumia “a autoria e a responsabilidade de todos os projetos” que assinou e garantiu que desenvolveu sempre a atividade profissional “nos termos da lei”. A assinatura de projetos alheios, lembrou então o Público, constitui uma “fraude à lei”, mas não tem relevância criminal.

Já esta sexta-feira, José Sócrates diz ao Público que nunca esteve inscrito na Ordem e nunca exerceu a profissão. “Sou licenciado em Engenharia Civil, curso que concluí na Universidade Independente. Uma coisa é ser licenciado e outra é exercer a atividade: aos licenciados em Engenharia Civil chamam-se engenheiros e é isso que reclamo”, disse ao mesmo jornal.

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Incêndios. Anacom quer reforço da proteção das telecomunicações

  • ECO
  • 20 Outubro 2017

Anacom quer um novo quadro legal para o planeamento, construção, reconstrução, reconversão e instalação de infraestruturas de comunicações eletrónicas.

A Anacom entregou ao Governo, à Assembleia da República, aos municípios e aos operadores de telecomunicações um conjunto de medidas para reforçar a proteção das redes de telecomunicações e minimizar as falhas de serviço em caso de incêndios.

Em comunicado enviado às redações, o regulador do setor das telecomunicações refere que “foi identificada a necessidade de estabelecer um novo quadro legal e regulamentar sobre o planeamento, construção, reconstrução, reconversão e instalação de infraestruturas de comunicações eletrónicas e de infraestruturas aptas ao alojamento destas“. Este novo quadro, acrescenta, “deverá incluir normas técnicas, incluindo no que respeita à proteção das infraestruturas em caso de incêndio e outros desastres naturais”.

A Anacom aponta também para a necessidade de proteger as estações de radiocomunicações, postes, cabos e traçados aéreos de comunicações.

“No caso das estações, propõe-se o estabelecimento de uma faixa pavimentada ao seu redor com uma largura mínima adequada (ex.: 2 m); o corte e desbaste das copas das árvores e de arbustos que estão próximos da estação (ex.: 5 m); remover as folhas e ramos secos que estejam no interior da vedação das estações; bem como limpar o terreno à volta da estação e estabelecer uma faixa de gestão de material combustível com uma largura adequada (ex: 50 m)”, detalha o comunicado.

O regulador sugere também a substituição de traçados aéreos de cabos de comunicações por traçados subterrâneos ou por feixes de rádio, além da “partilha de trajetos nos traçados aéreos de cabos de comunicações e cabos de alimentação de energia elétrica, para criar e manter uma faixa de proteção contra incêndios numa largura adequada”.

Já no que diz respeito aos postes, a Anacom propõe que, nas áreas de risco recorrente, seja dada prioridade à instalação em traçado subterrâneo e não aéreo, quer em caso de novas construções, quer nos casos de reconstrução após incêndios ou outros desastres. “Neste processo devem ser aproveitadas infraestruturas já existentes ou adotadas as melhores práticas constantes das recomendações da União internacional das Telecomunicações”.

O regulador defende ainda a colocação, em cada poste, de um “identificador georreferenciado, com indicação do proprietário e respetivo contacto, sobretudo nos casos em que estão em zonas de alta ou muito alta perigosidade de incêndio florestal”. Nessas zonas, a Anacom recomenda mesmo que exista uma faixa de proteção contra incêndios com “uma largura adequada ao longo dos traçados aéreos de cabos de comunicações”.

Com estas medidas, a Anacom pretende “minimizar as situações de interrupção de serviço nos locais em que as falhas teriam impactos mais graves para as populações, como é o caso das redes de emergência e das sedes de concelho, onde se concentram elementos que prestam serviços essenciais à comunidade”. Em específico, locais como sedes da autarquia, quartéis de bombeiros, hospitais e outros locais de saúde, postos das autoridades de segurança, escolas e outros locais de recolha e assistência à população, e centros de abastecimento de mantimentos.

“A implementação das medidas preconizadas pela Anacom exigirá o envolvimento e consulta prévios de diversas entidades, públicas e privadas: Assembleia da República, Governo, municípios, operadores de comunicações eletrónicas, fabricantes de máquinas e materiais, bem como dos instaladores”, conclui o comunicado.

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Nomes indicados para a ERC afinal falharam hoje eleição. Impasse dura desde janeiro

  • Lusa
  • 20 Outubro 2017

Houve um erro na transposição do apuramento dos votos. O impasse mantém-se desde janeiro.

Os nomes indicados para membros do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) afinal não foram eleitos, ao contrário do que foi inicialmente anunciado pelo parlamento, disse à Lusa o secretário da Mesa Duarte Pacheco.

O erro, explicou o deputado do PSD, aconteceu na transposição do apuramento dos votos para a ata: os quatro nomes indicados por PSD e PS obtiveram 133 votos favoráveis, e não 153, o que inviabiliza os dois terços necessários à sua eleição.

Votaram 211 deputados, tendo havido 133 votos favoráveis, 72 em branco e seis nulos. A eleição, no parlamento, do Conselho Regulador da ERC, está num impasse político desde janeiro.

O PSD propôs para a ERC Fátima Resende Lima, que já exerce funções na entidade, e Francisco Azevedo e Silva, antigo membro de direções do Diário de Notícias, enquanto o PS avançou com os nomes do professor universitário Mário Mesquita e do jurista João Pedro Figueiredo para os restantes dois lugares a eleger pelo parlamento. O quinto membro da ERC será depois cooptado pelos quatro elementos eleitos.

PS e PSD acordaram o princípio de que o quinto nome a cooptar terá de ser alguém com indiscutível perfil de independência.

A partir do momento em que os cinco membros da ERC se encontrem designados, será então eleito entre eles o presidente do Conselho Regulador, cujo lugar é neste momento desempenhado pelo jornalista Carlos Magno.

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Feedzai: 50 milhões, ou uma ‘almofada para os dias de chuva’

É a maior ronda de sempre levantada por uma startup portuguesa. A Feedzai, com sede em Coimbra e escritórios em Silicon Valley, conseguiu. Nuno Sebastião, CEO da empresa, explica tudo ao ECO.

Nuno Sebastião, CEO da Feedzai.

Em 2013, quando Nuno Sebastião começou a conversar com um dos seus investidores atuais, que acabara de angariar para uma startup 52 milhões, tinha-lhe dito que “achava uma barbaridade”. “Para que é que ele queria tanto dinheiro?”. Quatro anos depois, o português, fundador e CEO da Feedzai, a startup portuguesa de data science que ajuda as empresas a detetar fraudes e que esta semana conseguiu fechar a maior ronda de financiamento de sempre em Portugal, entende melhor a dúvida desse dia. “Olhava para aquilo e nem sequer percebia mas agora percebo: depende muito do negócio que tens. Porque até quando negociamos com clientes é importante termos músculo financeiro”, explica, em entrevista ao ECO.

Esclarece: é que, com clientes que lhes faturam vários milhões por ano, o poder que as startups têm para negociar é limitado. “Tenho clientes que querem baixar os preços e reclamam essas quedas, argumentando que estamos dependentes deles para sobreviver“. E estão. Por isso, mais do que assegurar financiamento para investir, uma ronda de investimento garante, antes, independência e… liberdade para dizer não.

“Gerimos a empresa com cuidadinho. Isto é muito uma ‘almofada para dias de chuva’. Não vamos fazer maluquices mas permite-nos uma maior liberdade e estabilidade quando estamos a negociar. Permite-nos dizer: ‘Não use técnicas de pressão porque connosco não vai funcionar'”, garante.

"Uma ronda de 50 milhões?, pergunto.
‘É fixe’.”

Nuno Sebastião

CEO da Feedzai

Mas, além de ser garante de liberdade, conseguir uma ronda de investimento é também validação: ao longo dos últimos tempos, e pelos bons resultados obtidos e comunicados, a startup portuguesa teve vários investidores interessados em entrar no capital da empresa. Só que a ronda veio quando a equipa decidiu que sim. “Houve muito interesse mas pudemos escolher o parceiro certo. Levantámos a ronda em condições muito interessantes, com a mesma base de antes: manter sempre o controlo da empresa. A confiança dos investidores dá-nos um selo de credibilidade que nos permite olhar para o futuro de maneira positiva, ainda que com uma perspetiva sempre cautelosa”, assegura.

A ronda de 50 milhões de dólares, mais de 42 milhões de euros, foi fechada há um mês e meio, em pleno verão. É a maior ronda obtida por uma startup portuguesa na história do ecossistema. Mas isso não contenta Nuno.

Quando, em 2015, houve uma série de anúncios de rondas de investimento fechadas por empresas portuguesas, fiquei com muita esperança. Veniam, Talkdesk, Uniplaces. Mas depois, em 2016, não aconteceu nada. E isso chateia-me. Porque em Silicon Valley e noutras partes do mundo, é banalíssimo. Ninguém te dá os parabéns pela ‘coisa espetacular’. Olho para isto como um ecossistema. O que eu gostava era que amanhã aparecessem mais empresas com sedes em Portugal a fecharem rondas de investimento de milhões”, diz.

Falta de interesse? A culpa é da vontade

Vamos por partes: se nunca como nos últimos cinco anos se falou tanto de startups portuguesas dentro e fora do país, qual é afinal o problema para a ausência de grandes rondas, exits e unicórnios? “Interesse existe”, assegura Nuno. “Tenho investidores meus a olhar processualmente para startups portuguesas. E inclusivamente, alguns que quiseram investir em empresas nacionais que recusaram por uma das condições ser mudarem um dos seus fundadores para os Estados Unidos. Mentalmente, não consigo entender o processo de decisão. Essa parte irrita-me.”

A trabalhar em Silicon Valley, mas sempre em movimento, a Feedzai mantém a sede em Coimbra, Portugal, mas há muito que os Estados Unidos se tornaram sinónimo de muito trabalho e muitos clientes. “Muitas startups vão anunciando rondas de 20 ou 50k, vão vivendo daquilo e não querem fazer o sacrifício difícil de fazer-se ao caminho. Porque tens de estar junto dos cliente. Seja qual for o negócio, as coisas só acontecem se estiveres no sítio certo”, explica.

Foi esse, na opinião de Nuno, o twist que fez com que a Feedzai tenha passado a ser olhada de maneira diferente pelos investidores e pelos concorrentes. “Há dois ou três anos nós ‘sonhávamos’ com alguma coisa. Hoje, temos um caminho que, candidamente, depende da nossa capacidade de realizar“, assinala. Mas, como nunca na vida desta startups, esse reconhecimento é garantido.

Pedro Marques, Nuno Sebastião e Pedro Bizarro, fundadores da Feedzai.D.R.

“Queremos muito ser líderes de mercado. Imagina, uma empresa tuga com sede em Portugal e ser líder num determinado mercado tecnológico. Sabemos que é muito tramado. Hoje está assim, amanhã pode estar tudo rebentado. Um golo que marcaste ontem não serve para hoje. E o que marcaste hoje não serve para daqui a uma semana. É precisa muita humildade, muito juízo. Mas não ficamos sem ambição.”

Portugal vs Estados Unidos

A equação é simples: a experiência é uma questão de tempo. E o tempo… faz-se esperar. “Em Portugal ainda está muita coisa por montar. Acho que há muita gente a ‘comer bolos’. Como na corrida ao ouro, houve só dois tipos de pessoas que ganharam dinheiro e não foram os garimpeiros: os que vendiam calças — Levi’s — e os que vendiam as pás. As startups angariam pequenos investimentos, vão a eventos, mas falta-lhes conteúdo. Não há garantias de que se trata de um investimento de qualidade. Há muitas startups que se mantêm com duas ou três pessoas durante dois ou quatro anos, alimentadas de forma artificial. Mas às vezes não é empreender nem coisa nenhuma, andam a comer bolos. Há mais gente mais preocupada com ganhar comissões do que com criar valor. Não é por falta de vontade, isto é um negócio”, critica Nuno.

A verdade é que o CEO assinala que uma coisa que distingue os Estados Unidos de Portugal é que, do outro lado do Atlântico, quem está a trabalhar em capital de risco é tudo gente que já teve empresas, que já esteve do outro lado. “Já foram operadores, ou pessoas que já fazem isto há 20 anos. E em Portugal não há pessoas com essa experiência”, diz. Mas não só. “Há outra característica que é mais um fator de sociedade: nos Estados Unidos como na China, por exemplo, a malta quer mesmo ganhar. Todos os investidores querem ter a empresa que vale mais. Conheço pessoas com fortunas, que já não precisavam sequer de trabalhar, mas que fazem diretas, metem-se num avião fora de horas. Porquê? Porque pensam: o que é que eu posso fazer mais?”, garante.

Uma delas faz parte do board de investidores da Feedzai. Nuno recorda a história do dia em que a Oak anunciou a criação de um novo fundo de 600 milhões. Annie Lamont, no fundo de capital de risco desde 1982, estava com o CEO da Feedzai no avião quando, juntos, viram a notícia no jornal. Nuno perguntou-lhe: “Não devia estar a comemorar?”. Annie nem hesitou: “Eu tenho é de trabalhar”, respondeu.

Nos Estados Unidos, perguntam: ‘Como vais fazer negócio? A quem queres que ligue?’. Em Portugal preocupam-se com os papéis.

Nuno Sebastião

CEO da Feedzai

“São investidores, têm medo de perder. Mas também ao nível de pressão que eles colocam, é astronómica. Dão e pedem. Dizem ‘vamos trabalhar, vamos fazer acontecer’. Nos Estados Unidos, perguntam: ‘Como vais fazer negócio? A quem queres que ligue?’. Em Portugal preocupam-se com os papéis”, diz. E conta mais um exemplo: a primeira ronda de investimento que a Feedzai levantou, em 2011, foi pedido à empresa um plano a cinco anos. “Eu fazia lá ideia de quanto ia faturar nos cinco anos seguintes? Agora, apresentámos a faturação de 2016 e o que esperamos faturar em 2017. E, com base na curva que une os dois, dá para extrapolar para a frente. Sabemos lá o que vai acontecer daqui a cinco anos? O nosso investidor pegou na carteira de startups em que investe e fez uma projeção do que aconteceu ao longo dos anos. Quando há experiência dos investidores é muito mais fácil”, assinala.

Com um ciclo de venda de produto que toca os nove meses, enquanto fecha o ano a equipa da Feedzai já está a preparar o seguinte. “Estamos focados no passo e a olhar para a frente, resguardando as sementes que deitámos”.

Com uma equipa de 360 pessoas e uma faturação que deverá fechar o ano a rondar os 60 milhões, Nuno arrisca dizer que 2018 será o ano dos 100 milhões. “Estamos sempre muito dependentes do último trimestre porque tem uma intensidade astronómica. Temo-nos dedicado sobretudo à mecanização da empresa, é o que é: no final do dia o que importa é fazer acontecer”. A empresa está muito focada agora também em novos mercados: os países da Ásia-Pacífico, e a China, são alvo dos olhares mais atentos. Como um mantra, Nuno Sebastião ecoa a pergunta tantas vezes colocada pelos investidores: “Estás a pôr o nosso dinheiro a trabalhar?”

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Vai um whisky? E um milhão de dólares? Chivas oferece ambos

  • ECO
  • 20 Outubro 2017

Atenção, startups que queiram ter impacto na sociedade ou no ambiente, esta notícia é para vocês. As inscrições para a quarta edição do concurso mundial Chivas Venture já estão abertas.

Usar o negócio para o bem. É essa a herança que os responsáveis pela Chivas Regal dizem ter recebido do seus fundadores e a motivação subjacente ao concurso internacional promovido pela premiada marca de whisky escocês que, todos os anos, atribui um milhão de dólares (cerca de 845 mil euros) a empreendedores que desenvolvam projetos com vertentes social ou ambiental.

O Chivas Venture já vai na quarta edição e pretende ajudar empresas na fase de lançamento oferecendo-lhes, não só capital como também a possibilidade de receberem formação de especialistas mundiais. Até 30 de outubro, os empreendedores podem candidatar-se aqui. Nesta primeira fase, serão escolhidos os cinco melhores projetos, a nível nacional e entre eles será apurado o representante português. Depois, as 29 empresas selecionadas a nível internacional (uma por país) passarão cinco dias em Oxford em formação e sessões de mentoria.

Nessa ocasião, os empreendedores poderão habilitar-se a ganhar 250 mil dólares (211 mil euros) ao arrecadarem votos online e os cinco melhores projetos serão, finalmente, levados a um painel de jurados, ao qual irão apresentar o seu pitch final para conquistarem os restante 750 mil dólares (634 mil euros).

“Herdámos dos nossos fundadores um compromisso sério de usar o negócio como uma força para o bem e estou ansioso para ver as ideias que este ano vamos reunir e que podem verdadeiramente melhorar o futuro coletivo”, sublinha, em comunicado, Richard Black, diretor global de marketing da Chivas Regal.

Os critérios para a seleção são o impacto social, a escalabilidade, o modelo de negócio, a estratégia organizacional, a viabilidade financeira, as habilidades, a experiência e o compromisso na gestão de equipa. Esta edição marca o terceiro ano em que Portugal está incluído na lista dos participantes. No total, contam-se 29 países de cinco continentes.

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