Mais rendimentos? Veja cinco formas de os conseguir

Ações? Sim. E obrigações? Também. E ainda metais, imobiliário e até... moedas virtuais. São vários os ativos que prometem brilhar no próximo ano. Saiba o que dizem os analistas.

Não espere pelo Governo para conseguir um aumento dos seus rendimentos no próximo ano. Apresentamos-lhe cinco formas de aumentar o seu pé-de-meia em 2018, com soluções de investimento que vão desde os mercados mais tradicionais, como as ações ou as obrigações, até ao emergente mundo das moedas digitais.

Ações? Vá aos emergentes

A dica é da BlackRock. Se procura investir no mercado acionista, a melhor solução passa pelos mercados emergentes. “Vemos espaço para uma maior avaliação dos mercados emergentes em 2018, enquanto os EUA e a Europa tem menor margem para subir”, dizem os analistas desta grande gestora de ativos.

“Outras razões para gostar dos mercados emergentes: o desenvolvimento de reformas nos mercados chave e a capacidade plena dos investidores para aumentar a exposição depois de anos de pressão nesta classe de ativos”, acrescenta a BlackRock.

Onde procurar? “Vemos as maiores oportunidades no mercado emergente asiático, mas notamos progressos positivos no Brasil e Argentina“, sugere a gestora de ativos, antecipando que as ações dos emergentes vão ter um desempenho acima dos outros mercados em 2018 com o aumento do lucro das empresas, melhores avaliações e o regresso dos investidores a alimentar uma pressão compradora positiva.

 

Obrigações? Cuidado com os bancos centrais

Se 2017 ficou marcado pela inversão na política monetária de alguns dos bancos centrais mundiais. E em 2018, a Reserva Federal norte-americana (Fed) vai acentuar essa inversão, acelerando a retirada dos estímulos monetários perante a subida da taxa de inflação. E assim a estratégia no domínio do mercado de obrigações deverá passar sobretudo pela proteção do poder de compra, diz a Allianz Global Investor.

“A normalização da política monetária não será boa para as obrigações de referência. Selecione oportunidades no mercado de dívida dos países emergentes”, sugerem os analistas da Allianz. Alternativa mais segura? “Considere obrigações indexadas à inflação na Europa e nos EUA”, acrescentam ainda.

Aposte no metal via ações

“Assim vai o crescimento, assim vão os metais industriais”. Diz a BlackRock que 2018 será um bom ano para estas matérias-primas. “O bom momento na economia mundial impulsionou os preços recentemente. Vemos a disciplina no investimento e as reformas no lado da oferta da China a apoiar os preços dos metais em 2018. A proliferação dos veículos elétricos abrilhanta as perspetivas para o cobre assim como para commodities de nicho, como o lítio, cobalto e o grafite“, diz Olivia Markham, gestora da BlackRock.

Ainda assim, o detalhe está estratégia de investimento a adotar: a BlackRock prefere uma exposição ao mercado de matérias-primas via ações e títulos dívida de empresas relacionadas. “Ambos os ativos ainda não acompanharam o crescimento do preço das mercadorias e várias empresas estão a centrar as suas atenções na rentabilidade”, explica Markham.

Cobre é, habitualmente, utilizado como um “termómetro da economia”.Pixabay

Imobiliário vai continuar a mexer

Como em qualquer mercado, as dinâmicas da oferta e da procura são lei. E no imobiliário não há exceções. A consultora Confidencial Imobiliário antecipa que a limitada oferta no mercado residencial em Portugal vai manter a procura em níveis elevados, uma circunstância que será alimentada pelo aumento da atividade de crédito. Consequência? Os preços das casas vão continuar a subir.

Pelo menos, é o que antecipam os operadores inquiridos pela consultora. Em média, os preços das habitações vão subir 5% nos próximos 12 meses. A longo prazo, as perspetivas são também otimistas: preços registarão aumentos médios anuais em torno dos 6% nos próximo cinco anos.

“A confiança dos operadores no mercado é bastante elevada, pois o movimento de crescimento dos preços não se baseia apenas no aumento do financiamento, mas é também suportado pela dinâmica de outras fontes de procura, como a compra de casa para fins turísticos, destinados ao arrendamento de curta duração”, explica o diretor da Confidencial Imobiliária, Ricardo Guimarães.

Inclua-se na lista de excêntricos da bitcoin

Foram as estrelas entre as moedas, embora não sendo propriamente… moedas. As moedas virtuais entraram definitivamente no radar de muitos dos investidores, mesmo com os múltiplos alertas quanto à falta de regulação neste mercado emergente. Bitcoin, ethereum, ripple, litecoin… a lista de criptomoedas parece não terminar.

O BiG deixa o aviso: “Existem vários motivos que ajudam a justificar as subidas das criptomoedas este ano, como a fuga de capital de países com rígidos controlos de capital, a utilização destas moedas para pedidos de resgates de ciberataques, ou simplesmente a atenção mediática que têm tido. Nenhum deles é suficiente para ponderar um investimento neste tipo de ativos“. Considere-se avisado.

E perspetivas? No Guia dos Pessimistas, a agência Bloomberg considera que a bitcoin vai ser o próximo ativo de refúgio. E depois de atingir a casa dos 20 mil dólares, a rainha das moedas digitais poderá ascender a um valor de 40 mil dólares. Nas previsões mais improváveis do Saxobank, a bitcoin vai chegar aos 60 mil dólares antes de afundar num espetacular crash para os mil dólares.

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Goldman Sachs entra nos CTT. Fica com 2%

  • Lusa e ECO
  • 29 Dezembro 2017

na sequência de operações de compra de direitos de voto e de instrumentos financeiros, o Goldman Sachs ultrapassou o limiar mínimo de 2% do capital social dos CTT.

O Goldman Sachs passou a deter uma participação qualificada de 2,07% nos CTT – Correios de Portugal, segundo informou a empresa portuguesa ao mercado.

Numa nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT indicam que, a 21 de dezembro, na sequência de operações de compra de direitos de voto e de instrumentos financeiros, o Goldman Sachs ultrapassou o limiar mínimo de 2% do capital social dos CTT.

Este não é o primeiro reforço na estrutura acionista dos CTT. A Gestmin, o maior acionista dos Correios, reforçou a sua posição e controla já, direta e indiretamente, 11,26% da empresa. Este reforço aconteceu um dia depois da apresentação do plano de reestruturação.

O plano estratégico dos CTT, que inclui a venda de ativos e a rescisão com 1.000 trabalhadores até ao final da década. A Gestmin e agora o Goldman Sachs dão, assim, um sinal de confiança na estratégia de Francisco de Lacerda para a empresa, cujas ações continuam a perder valor em bolsa.

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Wall Street perde a energia. Tecnológicas sugam a bateria

Na última sessão do ano, os títulos em Nova Iorque começaram a ser transacionados no verde, mas tecnológicas como a Apple e a Amazon acabaram por inverter a trajetória.

Wall Street termina o ano no vermelho, com os três principais índices em queda. Entre as perdas, destacam-se as tecnológicas, com gigantes como a Apple e a Amazon a caírem acima do 1% e a penalizarem o Nasdaq. Este foi o índice com pior desempenho na última sessão do ano.

O dia começou em terreno positivo, mas a última sessão do ano terminou com a tendência inversa. O S&P 500 caiu 0,52% para os 2673,64 pontos, tal como o industrial Dow Jones, que desceu 0,47% para os 24.721,83 pontos. O Nasdaq foi o que sofreu a maior queda — caiu 0,67% para os 6903,39 pontos.

As tecnológicas foram das empresas que mais pesaram na bolsa americana. Os títulos da Amazon terminaram o ano com uma quebra de 1,39% para os 1.169,56 dólares. A Apple chegou a cair 1,03% durante a sessão, e acabou por fechar com uma desvalorização de 0,73% para os 169,83 dólares. Curiosamente, a cotada americana que mais valorizou este ano, a empresa de saúde dentária Align, acabou 2017 entre as de pior desempenho, com uma quebra de 1,52%.

A moeda norte-americana também perdeu no fecho de 2017, caindo 0,21% em relação ao yen japonês, e mantendo assim a trajetória descendente que se verifica desde 2015. Deixou o euro brilhar, com a moeda única a atingir o melhor desempenho dos últimos 14 anos: avançou 14,12% em relação ao dólar americano em 2017.

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Navigator vende negócio de pellets nos EUA

Empresa portuguesa desinveste na fábrica comprada em dezembro de 2014 e com capacidade de produção de 500.000 toneladas por ano.

A Navigator acaba de anunciar a venda do negócio de pellets nos Estados Unidos, de acordo com um comunicado enviado pela empresa à CMVM.

“A Navigator celebrou um contrato de compra e venda do seu negócio de pellets, nos Estados Unidos, com uma joint venture gerida e explorada por uma entidade associada da Enviva Holdings, LP. A concretização da venda encontra-se sujeita à verificação de determinadas condições precedentes e autorizações regulatórias, habituais neste tipo de transações, esperando-se que o processo esteja concluído no decorrer do primeiro semestre de 2018″, pode ler-se no comunicado.

A notícia de investimento na fábrica de pellets em Greenwood, estado da Carolina do Sul, foi conhecida em dezembro de 2014 e ficou concluída no segundo semestre de 2016. Agora, um ano depois, a fábrica com capacidade de produção de 500 mil toneladas por ano, o negócio é justificado como “uma oportunidade financeiramente atrativa de desinvestimento” que permite vender o negócio das pellets e ativos relacionados “libertando assim capital”.

Os últimos três anos constituíram um período de grande aprendizagem, durante o qual o grupo projetou e construiu uma fábrica de dimensão mundial e adquiriu uma valiosa experiência de gestão de pessoas e bens nos Estados Unidos”, acrescenta o comunicado enviado pela empresa.

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Da Padaria Portuguesa à Agência Europeia do Medicamento: os artigos de opinião mais lidos em 2017

  • Rita Frade
  • 29 Dezembro 2017

Com 2017 prestes a terminar, é tempo de rever alguns dos artigos de opinião mais lidos pelos nossos leitores.

2017 está a chegar ao fim e, por isso, é tempo de rever alguns dos artigos de opinião que mais marcaram os nossos leitores. Da mais recente polémica do financiamento partidário, à candidatura de Lisboa e do Porto para sede da Agência Europeia do Medicamento foram vários os temas que estiveram em destaque este ano.

“Eu vou… à Padaria Portuguesa”

Não chega investir e criar empregos, um empresário tem também de ser politicamente correto nas opiniões para evitar o populismo das redes sociais e de outras, as menos sociais.

Montra de uma Padaria Portuguesa.Paula Nunes / ECO

“Pela calada do Natal aconteceu o saque partidário”

As questões do financiamento e gestão dos partidos são demasiado sérias para serem tratadas na obscuridade, como acaba de acontecer com um entendimento parlamentar alargado.

“Isto vai ser mesmo a ‘Santa Casa’?”

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai mesmo jogar com 200 milhões de euros no ‘euromilhões’ do Montepio? A quem devemos pedir responsabilidades por esta irresponsabilidade?

Sede da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

“Os 12 deputados que levaram a hipocrisia longe demais”

Que os principais guerreiros contra o “centralismo lisboeta” na Agência Europeia do Medicamento sejam deputados que votaram a favor de Lisboa ultrapassa toda a hipocrisia e oportunismo imagináveis.

“O pior (deste Governo) está para vir”

O Governo está em funções há dois anos, mas é no mínimo um excesso assumir dois anos de governação. Desde 17 de junho, temos uma comissão de gestão. E, tendo em conta o OE 2018, o pior está para vir.

O primeiro-ministro António Costa no final da reunião do Conselho de Ministros realizada para assinalar os dois anos de Governo, Aveiro, 26 de novembro de 2017.MANUEL ARAÚJO/LUSA

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EDP Renováveis conclui dois financiamentos para projetos nos EUA

Em causa estão os parques eólicos localizados nos estados do Indiana, Oklahoma, Wisconsin e Ohio, e que possuem Contratos de Aquisição de Energia (CAE) de longo prazo.

A EDP Renováveis anunciou que concluiu dois financiamentos no montante de 507 milhões de dólares (422 milhões de euros) para os projetos instalados em 2017 nos Estados Unidos da América.

Numa nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP Renováveis, que é controlada em 82,6% pela EDP, informou que, “através da sua subsidiária EDP Renewables North America LLC, completou dois financiamentos ‘tax equity’ no montante de $507 milhões para todos os projectos instalados em 2017”.

Em causa estão os parques eólicos “localizados nos estados do Indiana, Oklahoma, Wisconsin e Ohio, respetivamente, e possuem Contratos de Aquisição de Energia (CAE) de longo prazo”, tendo uma potência global de 363 megawatts, bem como os parques “localizados no estado da Carolina do Sul” que também possuem CAE de longo prazo e cuja potência é de 60 megawatts.

Na nota, a EDP Renováveis refere que estas são as primeiras transações que concluiu “após a aprovação da reforma fiscal de 2017 nos Estados Unidos da América” e que “as estruturas de parceria institucional agora estabelecidas permitem uma utilização eficiente dos benefícios fiscais gerados pelos projetos“.

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Da dança do urso à deusa do mar: como o mundo festeja a chegada de 2018

  • ECO
  • 29 Dezembro 2017

O que vai fazer na passagem do ano? Há quem parta pratos, se vista de urso, mergulhe em águas geladas ou homenageie a Deusa do Mar. As tradições são muitas; o ECO reuniu as mais curiosas.

Com loiça partida, flores no mar ou mergulhos gelados, não há duas celebrações iguais. Do Brasil ao Japão, passando pela Dinamarca e pela Roménia, cada país acolhe o Ano Novo com rituais diferenciados e cheios de significado.

Nem todos recebem o ano de 2018 da mesma forma.Pixabay

No Brasil, entregam-se ao mar flores, barcos e pequenos presentes. “Mandam-se oferendas e a deusa abençoa-nos para o ano novo”, conta ao ECO uma mineira. Na Roménia, recriam-se histórias de ursos e ciganos. “As pessoas continuam a fazê-lo, apesar de ser uma dança muito antiga”, explica uma jovem do país, em conversa com o ECO. Na Escócia, brinca-se com o fogo… tradição que é também espelhada no norte português: “É o fogo da purificação”, esclarece uma representante do Ponto de Turismo de Bragança. No Japão, as badaladas não são 12 mas 108 e na Sibéria colocam-se árvores sob a superfície gelada. Já no norte da Europa, a popularidade é medida em cacos.

Para que conheça alguns dos muitos rituais que assinalam, em todo o mundo, a chegada de mais 12 meses, o ECO reuniu-os numa lista repleta de curiosidades.

  • Brasil

Na praia, vestidos de branco e prontos para atirar flores, velas ou pequenos barcos ao mar. É assim que os brasileiros escolhem dar as boas-vindas ao novo ano.

Brasileiros vestem-se de branco e escolher a praia para a passagem de ano.VIRYA Photography / Facebook

Segundo explicou ao ECO a mineira Luísa Renó, existem duas religiões de origem africana ligadas a estas celebrações: o candomblé e a umbanda. “Cada uma tem os seus deuses, que são chamados de orixás”, esclarece. É em homenagem a essas entidades que os brasileiros se vestem de branco (que simboliza paz), nesta ocasião, e é em honra da Deusa do Mar — conhecida como Iemanjá — que entregam ao mar várias oferendas. “Gosta de flores, barcos e pequenos presentes como perfumes e espelhos. É muito vaidosa. Mandam-se oferendas e a deusa abençoa-nos para o ano novo”, sublinha a brasileira.

Além destes rituais religiosos, há também os “trabalhos na areia” com velas, bebidas e animais chamados de macumbas. “São ofertas para outros orixás”, acrescenta Luísa.

  • Escócia

‘Hogmanay’ é a palavra escocesa para o último dia do ano e o nome do festival que celebra a chegada dos 12 meses seguintes. Pouco antes da meia-noite do dia 31 de dezembro, os escoceses dançam com bolas de fogo, que depois depositam no mar.

Escoceses despedem-se do ano com bolas de fogo.Clan Carruthers Society and Genealogy / Facebook

Com mais de um século de existência, o ritual tem origens pré-cristãs e acredita-se ser sinónimo de purificação. Por cá, no nordeste trasmontano, repete-se a celebração. Aí acendem-se fogueiras para celebrar o Ano Novo. “É um ritual pagão ligado ao solístico do inverno. Começa em novembro, acaba no carnaval e tem o seu período mais importante de 25 de dezembro a 6 de janeiro”, conta ao ECO Anabela Pereira, do Ponto de Turismo da Câmara Municipal de Bragança.

Segundo Anabela, o fogo representa fertilidade, abundância e fecundidade. “É o fogo da purificação e serve para afugentar os maus espíritos do ano anterior”, reforça. O ritual — que no norte português acontece, geralmente, nos adros das igrejas, juntando-se assim o profano ao religioso — varia de aldeia para aldeia, de país para país, mas mantém a sua essência.

  • Roménia

Vestidos de ursos ou ciganos, os romenos festejam o fim de um ano e o início do outro com um ritual pagão que pretende afastar os “maus espíritos”.

Durante a “dança do urso”, os romenos disfarçados de ciganos acorrentam os romenos que se fazem passar pelos ursos típicos das florestas desse país para representar a morte do ano que se vai e o nascimento do novo. “As pessoas continuam a fazê-lo, apesar de ser uma dança muito antiga”, comenta a romena Stefania Matache, em conversa com o ECO. “Este ritual é próprio de uma parte específica do país”, acrescenta a jovem. É, de facto, particularmente na região da Moldávia que se assim celebra a chegada de mais 12 meses.

  • Sibéria

Com um mergulho polar, os siberianos dizem ‘olá’ ao novo ano. Os mais corajosos mergulham nas águas frias da Sibéria e colocam uma árvore do Ano Novo ou yolka sob a superfície gelada.

Colocar uma árvore do Ano Novo nas águas geladas é uma tradição da Sibéria.

Depois de saltarem, os mergulhadores partilham um brinde e dançam à volta da árvore, antes de voltarem à superfície. Este ritual reflete os novos começos trazidos pelos 12 meses que se adivinham.

  • Dinamarca

Na Dinamarca, partir vidros, porcelana ou cerâmica é sinal de boa sorte. Por isso, na despedida do ano velho, partem-se loiças (já danificadas previamente ou até nunca antes usadas) para entrar em janeiro com um estrondo.

Na Dinamarca, partir um prato é sinal de boa sorte.Pixabay

Os pratos são arremessados contra os degraus da casa dos amigos para lhes trazer boa sorte, no ano que chega. A acumulação de fragmentos de porcelana acaba, deste modo, por constituir uma medida de popularidade. Os dinamarqueses dizem mesmo sentir conforto ao varrer os estilhaços.

  • Japão

Cento e oito. É esse o número de vezes que os japoneses tocam o sino para assinalar a chegada do novo ano. A tradição está ligada ao budismo e representa a expurgação dos desejos mundanos e dos pecados.

O ritual designado de Joya no kane toma lugar, geralmente, nos templos budistas à meia-noite do dia 31 de dezembro: são 107 badaladas no ano que acaba e uma no ano que começa. Os japoneses acreditam que, deste modo, se conseguem livrar dos pecados dos 12 meses que se encerram. Além disso, trabalhar no primeiro dia do ano é considerado sinónimo de má sorte.

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A tarde num minuto

  • Rita Frade
  • 29 Dezembro 2017

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

Esta tarde, a Iberdrola disse que vai descer os preços médios da eletricidade entre 2,3% e 2,4%, ao contrário da EDP que vai subir 2,5%.

A EDP surpreendeu com o anúncio de que vai rever em alta as tarifas de energia para o próximo ano. Um aumento que não será seguido por todos os fornecedores. A Iberdrola vai descer os preços médios entre 2,3% e 2,4%. A Galp e Endesa ainda não decidiram.

Se é um dos poucos portugueses que ainda está no mercado regulado de energia, prepare-se… para ver a fatura baixar. Para os restantes, dependerá do fornecedor. Os clientes da EDP Comercial vão sentir um aumento de 2,5%. Um desce, o outro sobe. Mas porquê? A explicação está nas diferentes perspetivas para o custo da energia no próximo ano.

Vive na Grande Lisboa? Utiliza as pontes sobre o Tejo? Então, prepare a carteira. Os preços vão subir a partir de 1 de janeiro, havendo um aumento de cinco cêntimos no valor da portagem para os automóveis ligeiros, os de Classe 1, mas a atualização dos preços chega a 20 cêntimos para os veículos pesados.

Com o novo ano à porta, há novos preços nos pórticos das autoestradas — além das pontes. Viajar de carro entre Lisboa e o Porto, através da A1, da Brisa, vai ficar 45 cêntimos mais caro, revela a concessionária.

Na última sessão do ano, a bolsa lisboeta fechou em alta, após cinco sessões consecutivas de queda. O ano de 2017 trouxe o PSI-20, o índice de referência nacional, ao top das bolsas mais bem-sucedidas da Zona Euro, empatada com a italiana pelo terceiro lugar do pódio.

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O dia em que Alexandre Fonseca entrou na novela da TVI

Foi a 21 de novembro que Alexandre Fonseca se tornou presidente executivo da Altice Portugal, a empresa que quer comprar a dona da TVI. Passou a ter um papel relevante no negócio do ano.

Alexandre Fonseca é, desde novembro, líder da Altice Portugal. Vai dar o corpo às balas nos próximos capítulos do maior negócio do ano: a compra da Media Capital pela Meo.Paula Nunes / ECO

Terça-feira, 21 de novembro. O dia em que Alexandre Fonseca subiu a presidente executivo da Altice Portugal, ganhando um papel relevante no negócio do ano: a compra da Media Capital, dona da TVI. A notícia não causou surpresa. Um dia antes, já o ECO tinha noticiado a demissão de Cláudia Goya, sua antecessora, que viria a subir a chairman não executiva na sequência de uma demissão de última hora: a de Paulo Neves, antigo presidente da PT, que ocupava o cargo de chairman executivo.

Parece complicado? Era também assim o cenário na dona da PT, quer em Portugal, quer lá fora. Michel Combes, então presidente do grupo Altice a nível internacional, tinha sido afastado da multinacional no início do mês devido aos fracos resultados do terceiro trimestre: a operadora SFR em França, que é o principal negócio do grupo, tinha perdido clientes, enquanto as receitas da Meo caíram 3%, para 566,2 milhões de euros.

Patrick Drahi, não estava contente. A Altice afundava em bolsa a olhos vistos desde a divulgação dos números e o patrão do grupo registava milhares de milhões de euros de perdas potenciais. A 21 de novembro, os títulos já tinham derrapado quase 49% em Amesterdão e viriam a prolongar a queda até perto dos 59%, um mínimo de 6,634 euros alcançado no último dia do mês. Tudo graças aos receios dos investidores de que não havia liquidez para pagar a dívida que a companhia acumula. São mais de 50 mil milhões de euros, acumulados durante anos e anos de aquisições… como a da PT/Meo em 2015.

O grupo veio logo dar garantias de que não havia problema quanto à dívida, até porque só começa a vencer em 2022, mas nem isso acalmou os acionistas. Para travar a queda, a empresa viu-se obrigada a parar com as compras e a desencadear um plano de venda de ativos como datacenters na Suíça, torres de telecomunicações na Europa e o negócio inteiro no mercado da República Dominicana.

Mas a saída de Michel Combes, substituído por Dexter Goei, provocou ondas de choque em Portugal. Cláudia Goya, na liderança da Altice Portugal há apenas quatro meses, que teria sido escolhida por Combes para aquela posição, acabaria por ser afastada para segundo plano, abrindo espaço à subida de Alexandre Fonseca ao mais alto cadeirão da empresa no mercado português.

Alexandre Fonseca é o novo presidente executivo da Portugal Telecom e, com efeito imediato, passa a liderar a empresa de telecomunicações da Altice em Portugal.

Altice Portugal

Em comunicado

Quem era Alexandre Fonseca naquela altura? Era o administrador tecnológico da Altice Portugal. Antes, tinha sido administrador tecnológico da Cabovisão entre 2012 e 2013 e saíra do cargo para se tornar presidente executivo da Oni Telecomunicações, no tempo em que a empresa foi comprada pela Altice por 83 milhões de euros. Nesse período, Alexandre Fonseca juntou-se ao universo Altice para não mais o abandonar até hoje. É ainda visto como um homem de confiança de Armando Pereira, o sócio de Patrick Drahi na Altice.

E o que era a Altice Portugal naquela altura? Em linhas gerais, o mesmo que agora: a dona da maior operadora em termos de quota de mercado, que quer comprar o maior grupo de media do país. O negócio da compra da Media Capital, detida pelos espanhóis da Prisa, ainda depende da aprovação da Autoridade da Concorrência, que está longe de ser garantida. A aquisição encontra-se avaliada em 440 milhões de euros e permitirá à empresa espanhola ter mais liquidez para pagar a sua própria dívida, que vence no primeiro semestre de 2018.

Aos comandos da nave, Alexandre Fonseca deixou de falar só pela tecnologia da Altice e passou, desde aquela terça-feira, 21 de novembro, a dar o corpo às balas por este negócio. Até porque a compra da dona da TVI pela Meo tem merecido forte oposição por parte das operadoras concorrentes e também da Impresa, a dona da SIC. Com a AdC ainda avaliar o negócio, e algumas vozes que já vieram pedir que o dossiê recue para nova avaliação da ERC já na plenitude das suas funções, irá certamente continuar a preencher a agenda do gestor.

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Bolsa de Lisboa no pódio do euro. Quem deu brilho ao PSI-20?

A praça bolsista nacional destaca-se com o bronze no ranking de ganhos dos mercados acionistas dos países a área do euro, em 2017. Ouro e prata ficam com a Áustria e a Grécia.

Portugal é um destino em voga não só entre os turistas e celebridades, como também para os investidores. Algo que é percetível no rumo da dívida nacional, mas também da praça bolsista lisboeta, este ano. Está no pódio dos melhores desempenhos da Zona Euro, num ano louco para a Mota-Engil, mas negro para os CTT.

O PSI-20 chega ao final do ano com uma valorização acumulada de 15%. Trata-se do melhor registo dos últimos quatro anos para o índice de referência e que atribui à bolsa nacional a medalha de bronze na área do euro, que partilha com a Itália (também subiu 15%). Apenas as bolsas da Áustria e da Grécia conseguiram melhores desempenhos. O mercado acionista austríaco fica com o ouro (valorização de 31%), enquanto a medalha de prata cabe à praça bolsista helénica (ganho de 24%).

Alargando mais o espetro de análise, a bolsa de Lisboa figura ainda na última posição do top 10 de registos entre os mercados acionistas dos países desenvolvidos, ranking liderado pela bolsa de Hong Kong que regista uma valorização de mais de 35%.

As cinco melhores bolsas da Zona Euro no ano

Fonte: Bloomberg | Dados a 22 de dezembro

Foram várias as vitórias do ponto de vista económico e dos mercados, que acabaram por influir favoravelmente no sentimento dos investidores e, em consequência, no rumo do mercado acionista nacional em 2017.

Começando pela economia, Portugal apresenta o nível de crescimento mais acentuado dos últimos 17 anos. No segundo trimestre, o PIB nacional atingiu o pico de crescimento do ano: 3%. O cenário económico positivo é acompanhado por uma melhoria também do clima económico em Portugal que está em máximos de 15 anos, e ainda do sentimento dos consumidores que este ano atingiu a fasquia mais alta dos últimos 20 anos.

Evolução do PSI-20 em 2017

Fonte: Bloomberg | Dados a 22 de dezembro

Face ao panorama económico favorável, a perceção do risco do país também melhorou, tendo este ano sido marcado por uma inversão consistente no rumo dos juros da dívida soberana nacional, bem como pela tão aguardada retirada de Portugal da classificação de “lixo” pela Standard & Poor’s e pela Fitch. Em resultado disso, os juros da dívida soberana a dez anos nacional estão em mínimos de mais de dois anos e meio.

A melhoria das perspetivas dos investidores sobre Portugal e o rumo descendente dos juros da dívida faz com que a dívida nacional já comporte menos risco do que a dívida italiana. Ou seja, não é só na disputa pelo bronze em termos de desempenho acionista que os dois países periféricos da Europa rivalizam. Acontece o mesmo com os juros no mercado da dívida soberana.

Mota-Engil lidera, mas BCP sobressai em ano de reestruturação

A conjugação de todos estes fatores tem tido um efeito positivo sobre a atividade das empresas, bem como relativamente à perceção dos investidores sobre o potencial do mercado acionista nacional, justificando-se assim o bom desempenho registado neste ano.

Os ganhos são transversais à grande maioria das principais cotadas da praça bolsista lisboeta. Do total de 18 títulos que compõem o índice PSI-20, 14 preparam-se para encerrar o ano com um registo positivo, enquanto os restantes quatro contrariam essa tendência.

A valorização do índice bolsista nacional resulta, em grande medida, da acentuada valorização das ações do BCP, num ano de grandes mudanças para o banco liderado por Nuno amado.

As ações do BCP preparam-se para terminar o ano com um ganho de quase 50% — o segundo maior do PSI-20 –, com o título a negociar em máximos de ano e meio. Um cenário que contrasta bastante face a um ano “horribilis” para as ações do BCP que tiveram em 2016 o segundo pior desempenho do PSI-20, que se saldou por uma desvalorização de mais de 70%.

Os cinco mais e os cinco menos da bolsa de Lisboa

Fonte: Bloomberg | Dados a 22 de dezembro

De salientar que a instituição financeira foi alvo de diversas mudanças de fundo em 2017, num processo que visa a sua reestruturação. O início do ano fica marcado por um aumento de capital que permitiu ao banco libertar-se da ajuda estatal, mas também reforçar a sua base de capital. E, mais importante, passar a ter a liberdade para distribuir dividendos aos acionistas.

O ano fica ainda assinalado pelo reforço da posição dos chineses da Fosun, bem como pelo regresso aos lucros. O banco liderado para Nuno Amado acumulou 133,3 milhões de euros em lucros nos nove primeiros meses de 2017, o que compara com prejuízos de 251,1 milhões no mesmo período do ano passado.

Mas é a Mota-Engil a cotada do PSI-20 que brilhou com mais força este ano. As ações da construtora acumulam uma valorização anual de 125%, num ano marcado pela conquista de várias obras de grande dimensão a nível internacional, sobretudo em África, que ajudou a puxar pelo respetivo rumo bolsista.

O top cinco dos melhores registos bolsistas do PSI-20 recai sobre três títulos cujo desempenho é indissociável do setor do papel e da pasta. As ações da Altri chegaram ao fim de 2017 com um ganho próximo dos 40%, à boleia da subida do preço da pasta, o setor em que opera. A mesma realidade beneficiou as ações da Navigator que valorizam mais de 30% em 2017. Por sua vez a Semapa, a holding que controla a Navigator, deixou-se contagiar pelo mesmo efeito, chegando ao final de 2017 com um ganho bolsista também acima de 30%.

CTT com ano para esquecer… pela segunda vez

Nem só de ganhos se alimentou o rumo da bolsa nacional neste ano, apesar de poucos títulos terem ficado mal na fotografia. Os CTT acabaram por ser o principal destaque… pela negativa. As ações da empresa liderada por Francisco Lacerda recuaram em torno de 45% num ano cuja fase final fica marcada pela quebra de resultados, mas também pelo corte de dividendo e um plano de reestruturação que pretende “dar a volta” à empresa de correios.

As ações dos CTT somam assim o segundo ano consecutivo de perdas que arrastaram o título para mínimos históricos, apenas recuperados marginalmente nas últimas sessões.

Correios em mínimos na bolsa

Pouco fôlego também teve o setor da energia apesar do balanço global ser positivo. A EDP acaba por ser a principal referência negativa do setor, num ano em que a confiança no título foi abalada pela crise dos CMEC. O balanço em bolsa acaba por se cifrar num deslize de quase 1%.

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Advogados pedem isenção de IVA

Conselho Regional de Lisboa dos Advogados critica - em tempos da aprovação da lei de financiamento dos partidos - a manutenção do IVA alto e pede que outras entidades sejam merecedoras de tal isenção.

A propósito da aprovação da lei do Financiamento dos Partidos Políticosna qual se prevê a isenção do pagamento do IVA nas atividades partidárias – o líder da Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados, António Jaime Martins, enviou uma carta aberta aos líderes dos Grupos Parlamentares, em que pede a isenção (ou redução) do IVA nos atos próprios da profissão de advogado.

“Com efeito, não pretendendo tecer qualquer consideração sobre a bondade da isenção do IVA para a atividade partidária que já beneficia de um conjunto alargado de outros benefícios fiscais, parece-me, no entanto, da mais elementar justiça pugnar que outras atividades sejam merecedoras de semelhante isenção pelo Estado, porquanto correspondem à tutela, que se quer efetiva, do exercício pelos cidadãos de um direito análogo a um direito fundamental“, explica António Jaime Martins. “Refiro-me ao direito dos cidadãos de acesso ao direito e aos tribunais para defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos, o qual implica o direito à informação e consulta jurídicas e, bem assim, o direito ao patrocínio judiciário”.

O líder dos advogados inscritos na Regional de Lisboa, defende ainda que o sistema de custas judiciais em vigor, cujas taxas de justiça foram agravadas no período da troika, penaliza e, em muitos casos, inviabiliza mesmo que os cidadãos com rendimentos acima do limiar da pobreza – logo, não abrangidos pelo Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT) – recorram à justiça para salvaguarda de direitos, liberdades e garantias.

“A situação em apreço é tanto mais gritante nas ações em que se discute o estado de pessoas com regulação de responsabilidades parentais e atribuição de casa de morada de família à mistura, nas ações em que famílias são demandadas por instituições financeiras para execução de créditos hipotecários em que as taxas de justiça a pagar e os honorários dos agentes de execução são de tal forma elevados em razão do valor da ação, que as mesmas ficam impedidas de apresentar defesa no processo, nas ações penais em que o particular se pretende defender do Estado no exercício da ação penal ou contraordenacional, nas ações laborais em que os trabalhadores foram despedidos com alegada justa causa ou nas ações administrativas e tributárias em que os particulares pleiteiam de forma desigual contra o Estado e entidades públicas isentas do pagamento dessas taxas”, exemplifica o advogado.

Na mesma carta aberta, António Jaime Martins diz ainda ser “igualmente incompreensível a aplicação do IVA aos honorários pagos pelo Estado aos advogados que prestam a consulta jurídica, a defesa e o patrocínio
oficioso no âmbito do SADT, atividades que deveriam estar isentas sempre que prestadas naquele sistema, independentemente da natureza dos direitos a salvaguardar”, concluiu.

Alerta ainda para a o facto da tabela de honorários previstos para a prática de atos próprios no âmbito do SADT se mantenha inalterada, “sem qualquer atualização há cerca de dez anos, havendo inclusive atos para os quais não são previstos honorários e sem que se preveja que seja o Estado a suportar as deslocações que os advogados estão obrigados a realizar para acompanhar e representar os beneficiários em tribunal, desde 2014, em resultado do encurtamento da rede judiciária”.

 

 

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ERSE: Fatura de luz para casal com filhos é mais barata na Endesa

  • Lusa
  • 29 Dezembro 2017

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos concluiu que a oferta mais barata é da Endesa, com um custo anual de 822 euros para um casal com dois filhos e um consumo anual de 5.000 kWh.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) concluiu hoje que, entre julho e setembro deste ano, a oferta comercial de eletricidade mais barata era da Endesa, com um custo anual de 822 euros para um casal com dois filhos.

De acordo com o mais recente Boletim de Ofertas Comerciais do Mercado Retalhista de Eletricidade da ERSE, relativo ao terceiro trimestre deste ano, “a oferta comercial mono eletricidade com menor fatura anual é da Endesa, com um valor de 822 euros por ano” para um casal com dois filhos e com um consumo anual de 5.000 kWh.

Na publicação, o regulador, que vai começar a publicar este tipo de análises trimestralmente para informar os consumidores, acrescenta que “o diferencial desta oferta em relação à oferta comercial mono eletricidade mais cara é de menos 174 euros por ano (-17%)”.

"A oferta comercial mono eletricidade com menor fatura anual é da Endesa, com um valor de 822 euros por ano.”

Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos

No que toca à tarifa transitória simples, a poupança verificada é de 116 euros por ano, enquanto na tarifa bi-horária está em causa uma diferença de 78 euros por ano.

Conjugando a luz com o gás natural, a ERSE aponta que, mais uma vez, a Endesa é a empresa comercializadora mais barata, com valores que rondam também os 822 euros por ano, e que, face à opção mais cara, representam uma poupança anual de 116 euros (menos 12%). Também nesta opção se verificam vantagens face a outras empresas, com faturas inferiores em 116 euros por ano na tarifa transitória simples e em 76 euros na tarifa bi-horária.

Aludindo a outros tipos de consumidores, a ERSE refere que, tanto no caso de um casal sem filhos com um consumo anual de 1.900 kWh como de um casal com dois filhos que gasta 10.900 kWh por ano, a Endesa continua a apresentar os preços mais baratos.

No primeiro caso, do casal sem filhos, a fatura anual de eletricidade ou de eletricidade e gás é de 329 euros, menos 70 euros por ano (17%) ou menos 46 euros por ano (12%), respetivamente, do que a opção de mercado mais cara. Tanto na oferta comercial mono como na dual, a poupança é de 44 euros por ano na tarifa transitória simples e de 28 euros por ano na tarifa bi-horária, aponta o regulador.

Já no caso de um casal com dois filhos, a fatura anual de eletricidade ou de eletricidade e gás é de 1.765 euros, menos 308 euros por ano (15%) ou menos 261 euros por ano (13%), respetivamente, do que a oferta mais cara. Em ambos os casos, a tarifa transitória simples representa uma poupança 194 euros por ano (10%) face à opção mais cara, à semelhança da tarifa bi-horária, na qual é possível poupar 261 euros (13%).

A ERSE nota que o número de comercializadores e de ofertas comerciais tem vindo “a aumentar significativamente” desde a liberalização do setor elétrico, em 2006, existindo atualmente entre 125 a 129 ofertas, tendo em conta o perfil de consumidor.

Na quinta-feira, a ERSE alertou para a “má prática”, que confunde o consumidor, quando os comercializadores dizem que a eletricidade vai ser atualizada na sequência das novas tarifas de acesso às redes definidas pelo regulador.

 

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