Autoeuropa: Governo reuniu-se com a Volkswagen

  • Lusa
  • 3 Setembro 2017

Os trabalhadores da Autoeuropa cumpriram na quarta-feira um dia de greve, a primeira paralisação por razões laborais. O Governo reuniu-se com o grupo Volkswagen.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse este domingo à Lusa que o Governo tem “estado em contacto” com as duas partes no impasse que vigora na Autoeuropa, informando ter-se também reunido com o presidente executivo (CEO) da Volkswagen.

Em declarações à margem de uma visita a Vila Nova de Gaia para assistir a último dia da prova de acrobacia de aviões Red Bull Air Race, a decorrer num circuito desenhado no rio Douro, o governante negou que da parte da tutela esteja a haver um silêncio estratégico.

“O Governo tem estado atento e em contacto com as duas partes. Estive em Milão com o CEO da Volkswagen para lhe transmitir que este é um investimento muito importante e no qual o país está empenhado“, disse. Neste cenário, Manuel Caldeira Cabral defendeu que se deve tentar “conseguir encontrar uma posição comum entre a administração da empresa e os interesses da administração e as reivindicações naturais dos trabalhadores”.

“Penso que é nesse sentido que a administração está a trabalhar, com sentido de responsabilidade, a mesma com que os trabalhadores estão a tentar encontrar uma plataforma de entendimento para que haja paz social”, acrescentou. No seu entender, essa paz social “tem sido uma marca desta empresa e uma marca que reforçou muito a atração deste investimento”.

Por isso, mostrou “certo de que em investimentos futuros a Volkswagen vai continuar a apostar nesta fábrica”. Mantendo o otimismo em relação ao diferendo na fábrica de produção de automóveis de Palmela (distrito de Setúbal), o ministro reafirmou que “vai ser possível encontrar uma solução”.

Os trabalhadores da Autoeuropa cumpriram na quarta-feira um dia de greve, a primeira paralisação por razões laborais na fábrica de automóveis do grupo Volkswagen. A greve foi marcada após a rejeição de um pré-acordo entre a administração e a Comissão de Trabalhadores (que apresentou a demissão e convocou eleições para 3 de outubro), devido à obrigatoriedade de os funcionários trabalharem ao sábado, como está previsto nos novos horários de laboração contínua que serão implementados a partir do próximo mês de novembro.

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Passos Coelho: Agravar impostos indiretos é “mais injusto”

O líder do PSD fez o discurso de encerramento da Universidade de Verão do partido em Castelo de Vide. Passos criticou as prioridades do atual Governo, nomeadamente por agravar os impostos indiretos.

O líder da oposição criticou este domingo o Governo por fazer incidir a austeridade sobre os impostos indiretos. Para Pedro Passos Coelho essa opção cria mais injustiça social. No discurso de encerramento da Universidade de Verão do PSD argumentou que tem ser o próprio país a mudar a sua realidade, relembrando o problema da dívida pública.

O líder do PSD avisou que o BCE não irá ajudar Portugal indefinidamente e que tem de ser o próprio país a mudar a sua realidade. “O PSD quer para Portugal um país que possa viver com menos solavancos. Passamos por solavancos externos muito difíceis nos últimos 40 anos: tivemos de recorrer três vezes a ajuda externa. Não há nenhum país na Europa que o tenha feito, somos o único“, disse, em declarações transmitidas pela RTP3.

Para que isso não volte a acontecer, o ex-primeiro-ministro diz que é preciso baixar o nível de endividamento, ser disciplinado, conseguir gerar dinâmica económica que atraía investidores. “Sem os investidores não temos os meios que são necessários nem para pagar o que devemos nem para investir no futuro. É uma observação estrutural que não muda de um momento para o outro”, argumentou.

Um dos problemas que destacou num longo discurso foi a aplicação de austeridade nos impostos indiretos. “A austeridade teve de continuar por outros caminhos”, disse, referindo que as mudanças nos impostos indiretos “não se sentem tanto”. “É mais justo? Não, é mais injusto. Nos impostos diretos paga quem tem na proporção da sua capacidade. Pagam mais os que têm mais, pagam menos os que têm menos. Nos impostos indiretos pagam todos da mesma maneira“, argumentou o social-democrata.

Passos Coelho acusa o atual Governo de não seguir este “princípio de justiça social”. “[Este Executivo] preferiu transferir carga [fiscal] direta para carga indireta para que as pessoas ficassem com a ilusão de que estavam a pagar menos para o Estado e a beneficiar mais do que o Estado lhes dava”, criticou. Passos foi mais longe: “É habilidoso? É. É justo? Não é. Porque é que o Governo escondeu? Porque não podia assumir a consequência da injustiça que estava a fazer”.

Passos considera “secundário” eventual consenso entre PSD e PS sobre obras públicas

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou o Governo de ter “as prioridades mal definidas” e classificou como “secundário” um eventual consenso entre PSD e PS sobre as grandes obras públicas. “Dizer que depende do principal partido da oposição para aquilo que é secundário e em tudo o que é relevante – reforma do Estado, da Segurança Social, educação, saúde, justiça -, tudo isto que é indispensável para termos um país com menos desigualdades, maior justiça social, isso não é relevante”, lamentou.

Para Passos Coelho, não serão as grande sobras públicas que farão o país crescer mais, nem aumentar as suas exportações ou evoluir na área da educação ou investigação. “Um consenso sobre as obras públicas para o futuro? Então o Governo adiou o consenso que existia sobre todas as obras públicas relevantes que podiam e deviam ter sido financiadas no quadro do Portugal 2020”, criticou ainda, acusando o executivo PS de ter congelado o investimento previsto nesta área nos últimos dois anos.

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Subida do euro é o novo desafio do BCE. Draghi fala quinta-feira

Esta quinta-feira há um encontro de política monetária do conselho de governadores do Banco Central Europeu. Draghi vai dar uma conferência de imprensa onde se espera que fale da valorização do euro.

O presidente do Banco Central Europeu deverá expressar as suas preocupações com a valorização do euro na próxima quinta-feira. É esta a expectativa dos economistas questionados pela Bloomberg este domingo. Desde o início do ano, o euro valorizou 13% face ao dólar, uma tendência que se intensificou na última semana. Na reunião de política monetária desta quinta-feira, Mario Draghi deverá sinalizar um alívio dos estímulos, mas o anúncio oficial só deverá acontecer em outubro.

67% economistas questionados pela Bloomberg esperam que Draghi não perca a oportunidade desta quinta-feira para mencionar a apreciação do euro numa altura em que prepara para reconfigurar os estímulos que injetou nos últimos anos na Zona Euro. Na última sexta-feira o euro estava nos 1,19 dólares, o que compara com 1,04 dólares em janeiro. Para os economistas este é o novo desafio do BCE numa altura em que tenta perceber o que falhou nos estímulos para gerar inflação suficiente e sustentada.

“A minha expectativa é que Draghi tente um equilíbrio entre dizer que alguma da apreciação [do euro] é apropriada — refletindo o baixo risco político e uma economia mais forte — enquanto, ao mesmo tempo, fará alertas sobre o movimentos bruscos da divisa“, explica o analista chefe para a Europa da Nordea Markets, em Copenhaga, à Bloomberg.

Na semana passada, depois de a Coreia do Norte ter disparado um míssil em direção ao Mar do Japão, a moeda única superou o patamar dos 1,20 dólares, valorizando para máximos de dois anos. Acresce que Mario Draghi manteve o silêncio sobre o desempenho da divisa durante a reunião de bancos centrais em Jackson Hole, nos EUA, o que levou a moeda a tocar em máximos.

Depois dessa subida, os responsáveis do Banco Central Europeu mostraram-se preocupados, na última reunião, com a valorização da moeda única. “Ainda que tenha sido apontado que a valorização do euro até à data possa ser vista, em parte, como uma mudança que reflete os fundamentais na Zona Euro em relação ao resto do mundo, foram expressas preocupações sobre o risco da taxa de câmbio disparar no futuro”, pode ler-se na ata.

Fonte: Boomberg

Além da valorização do euro, o outro desafio continua bem presente: a retirada do programa de compra de dívida soberana. Segundo uma sondagem da Reuters divulgada na sexta-feira, três quartos dos economistas questionados esperam que o BCE dê alguns sinais na reunião da próxima semana, mas que só anuncie o alívio do programa de estímulos monetários conhecido por quantitative easing em outubro.

A Reuters apontou também que alguns dos analistas se mostram preocupados com o reduzido espaço de manobra do BCE. “[Mario] Draghi manteve-se pacífico no último encontro, defendendo que não há pressa em discutir uma redução”, diz Anatoli Annenkov, economista-sénior na Societé Generale, citado pela mesma fonte.

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Obras de 18 artistas sobre Fernando Pessoa em exposição

  • Lusa
  • 3 Setembro 2017

O programa da Casa Fernando Pessoa para os próximos dois meses inclui também, nos dias 13 e 14 de outubro, as últimas sessões do programa “Fixando breve o momento”.

Obras de 18 artistas, que “captam a expressão, o movimento, os lugares ou as palavras” de Pessoa estarão em exposição a partir de 14 de setembro na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, foi anunciado este domingo.

Saídas das reservas da Casa Fernando Pessoa, são mostradas à luz do dia peças que captam a expressão, o movimento, os lugares ou as palavras de Pessoa”, da autoria de artistas como Júlio Pomar, Costa Pinheiro, Manuel Amado, Jorge Martins, Ana Hatherly e Almada Negreiros, que representam “diferentes abordagens à figura do poeta ou à matéria do poema”, refere a Casa Fernando Pessoa em comunicado.

Com a exposição “Os deuses debruçam-se do parapeito da escada”, é também contada “um pouco da história da Casa Fernando Pessoa desde a sua abertura, em 1993, e mostram-se obras recentemente doadas”. O programa da Casa Fernando Pessoa para os próximos dois meses inclui também, nos dias 13 e 14 de outubro, as últimas sessões do programa “Fixando breve o momento”, integrado na programação de Passado e Presente – Lisboa, Capital Ibero-Americana da Cultura 2017.

Nesses dois dias, cronistas da Argentina (Leila Guerriero e Graciela Mochkofsky), do Brasil (Fernando de Barros) e do Peru (Julio Villanueva Chang) juntam-se para falar sobre crónicas e o mundo. Para dia 13 está marcada uma mesa redonda, moderada pelo jornalista Adelino Gomes, e para dia 14 leituras com sonoplastia ao vivo. As duas iniciativas começam às 18:30 e têm entrada livre.

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“Os encantos de Lisboa não são subtis”, diz o Sunday Times

  • ECO
  • 3 Setembro 2017

O jornal britânico destacou a capital portuguesa este domingo, referindo o fado, os pastéis de Belém e o facto de ser uma das cidades mais baratas da Europa.

“Os encantos de Lisboa não são subtis” — é com esta frase que o The Sunday Times (acesso condicionado) começa por caracterizar um fim de semana passado na capital portuguesa. O jornal britânico assinala os elétricos, a vista sobre o rio, a arquitetura, os novos bares, o fado e as lembranças num artigo onde faz um curto guia de viagem de Lisboa.

São dois dias, mas há muito para ver. O The Sunday Times aconselha começar o sábado com uma ida à pastelaria Doce Estrela para provar a broa de Arganil. Depois é seguir para o Jardim da Estrela e, em frente, a Basílica da Estrela. Daí para Campo de Ourique, o artigo destaca as ruas cheias de folhas. As dicas passam por comprar um vinho tinto na Adega & Sabores e aproveitar para espreitar a Livraria Ler.

À tarde, segue-se uma passagem pelo Restaurante Europa, a Pastelaria Alfama, o Convento do Carmo e ainda a loja A Vida Portuguesa para comprar algumas lembranças. À noite, o Sunday Times aconselha o bar Nova, o Bairro do Avillez, a Taberna e depois uma incursão no Bairro Alto até ao Procopio.

No domingo, a sugestão é que comece o dia na pastelaria Alcoa e seguir para Belém, passando pelo Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém e o MAAT. Depois de uma caminhada, é altura de ver o LX Factory, incluindo a Ler Devagar e a loja Pura Cal. Ao almoço, o Sunday Times destaca o restaurante O Palácio. A viagem prossegue para Alfama, o Castelo de São Jorge e a ceia entre a Tasca Bela e o hotel Le Consultat.

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Jovens sub-30 estão a dominar fundos de tecnologia

  • Bloomberg
  • 3 Setembro 2017

Têm menos de 30 anos, mas já estão em cargos de topo em fundos de tecnologia. Porquê? Os empregadores acham que sabem mais sobre a geração, mas há quem tenha dúvidas.

Aos 27 anos, Andre de Haes tinha arrecadado 30 milhões de euros para o seu fundo de capital de risco com sede em Londres, Backed VC. Agora, aos 30, ele e o sócio de negócios de 29 anos, Alex Brunicki, fazem parte de um grupo de jovens investidores que estão a ter uma maior influência sobre como se gastam os biliões que fluíram para o capital de risco europeu nos últimos anos.

Mas, embora os jovens investidores argumentem que a juventude lhes permite compreender melhor como as startups vão repercutir no seu grupo etário, alguns fundadores, que relatam encontros frustrantes com capitalistas de risco inexperientes, temem a dependência excessiva na intuição dos jovens investidores em detrimento do know-how.

No ano passado, o investimento em capital de risco na Europa atingiu o maior nível desde 2008, 4,3 biliões de euros, de acordo com a Invest Europe. Karen McCormick, diretora de investimento da Beringea, disse que o setor contratou “de forma muito agressiva” nos últimos dois anos à medida que o dinheiro entrava, e isso trouxe um grande número de trabalhadores jovens para cargos como analistas ou associados. As empresas de capital de risco provavelmente vão promover essas pessoas “em estágios anteriores e idades precoces”, diz.

Entre os que já ocupam cargos seniores estão Katie Leviten, 29 anos, sócia da JamJar Investments; Uwe Horstmann, que cofundou a Project A aos 25 anos em 2012; James Wise, que se tornou sócio da Balderton Capital aos 29 anos no ano passado; Abbas Kazmi, de 25 anos, cofundador e sócio administrativo da Collegiate Capital; e Jonathan Becker, que se tornou um dos diretores da e.ventures no ano passado, aos 28 anos. Nos EUA, Adam Goldberg, de 23 anos, é sócio da Lightspeed Venture Partners, uma das financiadoras iniciais da Snap.

Os jovens capitalistas de risco dizem que esse fenómeno é sinal de que a sua geração está interessada em alternativas aos caminhos profissionais seguidos pelos seus predecessores, como os setores jurídico e bancário. “Quando comecei, há cinco ou seis anos, o setor de risco nunca era visto como uma carreira”, disse Wise. “Fazíamos isso antes de começar a empresa ou depois de ganhar milhões.” Agora, a Balderton Capital, onde entrou em 2013, oferece estágios. “Aumentou a consciencialização sobre este trabalho, tornando-se cada vez mais um caminho profissional”, disse.

No entanto, para os jovens investidores pode ser difícil conquistar os fundadores. Avin Rabheru, de 34 anos, fundador da startup de limpeza Housekeep, disse que teve reuniões difíceis com alguns jovens de empresas de capital de risco: “Muito, muito, muito poucas coisas são mais frustrantes do que alguém que não sabe do que está a falar tentar explicar o negócio”, disse.

Rabheru disse que alguns investidores jovens se mostraram valiosos, mas a sua preocupação é a ideia de que eles possam ter um papel maior simplesmente porque são jovens. O criador da Housekeep é cauteloso com a mentalidade de que “aquele é jovem, então ele deve saber sobre os jovens” e prefere encontrar investidores que entendam os consumidores jovens “porque podem compreender o que os dados dizem sobre os jovens”, independentemente da idade.

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Coleção Miró exibida pela primeira vez no Palácio da Ajuda

  • Lusa
  • 3 Setembro 2017

É já esta quinta-feira, dia 7 de setembro, que todas as 85 peças da Coleção Miró vão poder ser vistas pela primeira vez em Lisboa, depois de uma passagem pela Fundação Serralves.

EPA/WALTER BIERI

Foi no Palácio da Ajuda que a Coleção Miró encontrou “espaço para respirar”, segundo o comissário, Robert Lubar Messeri. Numa visita guiada, o curador da mostra já exibida na Casa de Serralves, no Porto, entre outubro de 2016 e junho deste ano, lembrou que naquele museu não foram apresentadas sete obras por falta de espaço.

Intitulada “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose”, a mostra recebeu em Serralves um total de 240.048 visitantes, segundo fontes da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e da Fundação de Serralves, que organizaram conjuntamente a viagem da coleção até Lisboa.

“Devido a limitações de espaço só apresentámos 78 peças em Serralves, e na Ajuda mostramos a totalidade da coleção, porque tem mais espaço para respirar, o que é muito importante”, referiu Messeri sobre o conjunto criado pelo artista catalão proveniente do antigo Banco Português de Negócios (BPN).

Miró estava sempre a testar os limites dos materiais e das suas obras.

Robert Lubar Messeri

Comissário

O especialista mundial na obra de Miró disse à Lusa que “foi possível criar paredes e distribuir o espaço de acordo com o critério expositivo: a primeira parte prepara o público para a forma como Miró usava os materiais, por vezes pouco ortodoxos“. “Nas salas seguintes vem a parte chamada Metamorfose, apresentada não apenas nas mudanças das figuras usadas pelo artista, mas também nos objetos, desde a colagem, a pintura e os têxteis. Miró estava sempre a testar os limites dos materiais e das suas obras”, referiu o comissário.

Relativamente às peças que não foram exibidas em Serralves, Robert Lubar Messeri disse que se trata de um conjunto de peças mais pequenas, em papel, criadas nos anos 1960 e 1970. “São maravilhosas, mas não mostrámos porque havia limitações de espaço”, explicou, acrescentando que esta exposição é apresentada de forma temática e não cronológica.

Sobre as expectativas do interesse do público em Lisboa, Messeri disse que são maiores, porque se trata da capital: “É uma extraordinária oportunidade para o público ver a coleção Miró de forma profunda, já que abrange desde 1924 até perto de 1983, quando o artista faleceu. É uma coleção realmente muito representativa”.

Na opinião de Robert Lubar Messeri, “a maioria do povo português quer que a coleção fique no país, pois esta coleção de arte é extraordinária, uma verdadeira riqueza para Portugal, que tem atraído cada vez mais turismo internacional”. “Miró é um dos artistas mais importantes de todos os tempos. É uma questão subjetiva em termos de avaliação, mas na arte do século XX, os três maiores artistas são Picasso, Matisse e Miró. Ao ter mantido a coleção, Portugal fica colocado como um país que apoia a arte moderna e contemporânea”, sublinhou.

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Donald Trump: “A política de apaziguamento com a Coreia do Norte não funcionará”

  • ECO e Lusa
  • 3 Setembro 2017

Segundo a KCTV, o ensaio nuclear, o sexto conduzido pelo regime de Pyongyang, foi ordenado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un. China, Rússia, França, Alemanha e EUA já reagiram.

O presidente dos Estados Unidos defendeu este domingo que “a política de apaziguamento com a Coreia do Norte não funcionará“. “Eles só percebem uma coisa”, escreveu Donald Trump, no Twitter, em reação ao teste nuclear de Pyongyang.

“A Coreia do Norte é uma nação desonesta que se tornou uma grande ameaça e um embaraço para a China, que está a tentar ajuda mas com pouco sucesso”, acrescente o Trump, confirmando que estas ações dos norte-coreanos são hostis e perigosas para os Estados Unidos.

Trump adiantou ainda que os EUA estão a ponderar suspender “todo o comércio” com qualquer nação que faça trocas comerciais com a Coreia do Norte. “Os Estados Unidos estão a considerar, para além de outras opções, suspender todo o comércio com qualquer país que faça negócios com a Coreia do Norte”, escreveu Donald Trump no Twitter.

A mensagem surge horas depois de o chefe de Estado norte-americano ter respondido “vamos ver” à pergunta sobre se estaria disposto a atacar o país que esta madrugada anunciou ter testado, com sucesso, uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental.

Já antes o Governo dos Estados Unidos tinha admitido avaliar a criação de novas sanções contra a Coreia do Norte, na sequência do último teste nuclear realizado pelo regime norte-coreano, afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. “Podemos fazer muito para isolá-los [à Coreia do Norte] economicamente, muito mais do que já fizemos”, frisou Steven Mnuchin, numa entrevista à cadeia televisiva americana Fox.

UE considera “grande provocação” novo teste nuclear da Coreia do Norte

A União Europeia considerou uma “grande provocação” e uma “grave ameaça à segurança regional e internacional” o novo teste nuclear feito pela Coreia do Norte. Em comunicado, a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, disse que o ensaio nuclear é uma violação “direta e inaceitável” das obrigações internacionais de Pyongyang, que não pode produzir nem testar armas nucleares, segundo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A chefe da diplomacia da União Europeia reiterou que a Coreia do Norte deve pôr fim a todas as atividades relacionadas com armas de destruição maciça e adiantou que, esta segunda-feira, se reúne com Yukiya Amano, o líder da Agência Internacional de Energia Atómica, para debater o tema.

Macron pede reação “com maior firmeza”

O presidente de França, Emmanuel Macron, apelou este domingo à comunidade internacional para reagir “com a maior firmeza”, após o novo ensaio nuclear da Coreia do Norte, que considera que “afeta a paz e a segurança”.

“O Presidente da República apela aos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas a reagir rapidamente a esta nova violação pela Coreia do Norte do direito internacional (…)”, disse o Eliseu em comunicado, que pede também uma reação “unida e clara” da União Europeia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, defenderam o “endurecimento” das sanções da União Europeia à Coreia do Norte na sequência do sexto ensaio nuclear realizado por Pyongyang, indicou o governo germânico. No decorrer de uma conversa telefónica, os líderes alemão e francês concordaram que “a última provocação lançada pelo dirigente de Pyongyang atingiu uma nova dimensão”, refere o comunicado.

China “condena vigorosamente” novo ensaio nuclear da Coreia do Norte

O Governo chinês “condena vigorosamente” o ensaio nuclear realizado este sábado pela Coreia do Norte e desafia o regime de Pyongyang a “parar de agravar a situação” com “gestos que não servem os seus interesses”.

A Coreia do Norte “ignorou a oposição generalizada da comunidade internacional e efetuou um novo teste nuclear. O Governo chinês expressa a sua oposição e condena vigorosamente” esta ação, sublinha um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros do executivo de Pequim.

A Coreia do Norte anunciou ter testado, com sucesso, este sábado uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental. O anúncio do “total sucesso” do teste de uma bomba de hidrogénio, conhecida como ‘bomba H’, foi feito pela pivô da televisão estatal norte-coreana, horas depois de Seul e Tóquio terem detetado uma invulgar atividade sísmica na Coreia do Norte.

O anúncio tem lugar depois de, na noite de sábado, a agência oficial norte-coreana KCNA ter garantido que a Coreia do Norte conseguira desenvolver com êxito uma bomba de hidrogénio passível de ser instalada num míssil balístico intercontinental (ICBM).

A KCNA divulgou então uma fotografia de Kim Jong-un junto a uma suposta ‘bomba H’, acompanhado por cientistas nucleares e altos oficiais do Departamento da Indústria de Munições do Partido dos Trabalhadores, apesar de, como é habitual, não ter facultado detalhes sobre o local nem a data do acontecimento.

Rússia condena novo ensaio nuclear da Coreia do Norte e apela ao diálogo

A Rússia condenou este domingo o sexto ensaio nuclear realizado pela Coreia do Norte, que considerou representar “uma séria ameaça para o mundo”, e insistiu que todas as partes implicadas no conflito na península coreana devem voltar ao diálogo. “O enésimo desprezo ostentatório por parte de Pyongyang das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e das normas do direito internacional merece uma firme condenação”, refere um comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores russo.

O executivo de Moscovo sublinha que “as autoridade da Coreia da Norte, com as suas ações dirigidas para sabotar o regime global de não proliferação (de armas nucleares), geram uma séria ameaça para o mundo, para a segurança na península coreana e na região”. “Seguir esta linha pode ter sérias consequências para a própria Coreia do Norte”, alerta o comunicado da diplomacia russa, defendendo ainda que “todas as partes interessadas devem voltar sem mais delongas ao diálogo e às negociações”.

Para os russos, essa será “a única forma para alcançar uma solução integral para os problemas da península da Coreia, incluindo a questão nuclear”.

(Atualizado às 19h08)

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Coreia do Norte diz ter testado com sucesso ‘bomba H’

  • Lusa
  • 3 Setembro 2017

A Coreia do Norte anunciou ter testado, com sucesso, uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental.

A Coreia do Norte anunciou ter criado uma bomba de hidrogénio que pode ser instalada num míssil balístico intercontinental, segundo os meios de comunicação estatais.

A agência oficial norte-coreana, KCNA, assegurou que o país conseguiu desenvolver com êxito um explosivo nuclear deste tipo, que foi carregado num dos seus novos projéteis intercontinentais, num teste que foi supervisionado pelo próprio líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

O mesmo meio de comunicação divulgou uma fotografia de Kim junto a uma suposta ‘bomba H’, como é conhecida a bomba de hidrogénio, acompanhado por cientistas nucleares e altos oficiais do Departamento da Indústria de Munições do Partido Central dos Trabalhadores, apesar de, como é habitual, não ter dado detalhes sobre o local nem a data do acontecimento.

O líder norte-coreano “expressou o seu grande orgulho por reforçar as forças nucleares” e por comprovar como o regime Juché (a ideologia oficial norte-coreana de autossuficiência) “consegue desenvolver uma arma explosiva termonuclear com os seus próprios esforços e tecnologia”, segundo a KNCA.

Os cientistas norte-coreanos “melhoraram o rendimento técnico” do explosivo, superando o nível da primeira bomba H testada pelo país asiático, acrescentou a mesma agência.

Em janeiro do ano passado, a Coreia do Norte detonou no interior das suas galerias subterrâneas o que assegurou ser uma bomba de hidrogénio, mas análises posteriores revelaram que se tratou de um artefacto menos potente que uma ‘bomba H’.

Além disso, no início de julho, o regime realizou dois ensaios com mísseis balísticos intercontinentais, a que se seguiram outras provas com projéteis de menor alcance, o último dos quais na terça-feira passada, que sobrevoou território japonês.

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Viagens pagas já fizeram sete baixas no Estado. Há mais onze em risco de cair

Três secretários de Estado, dois chefes de gabinete, um assessor e um adjunto foram afastados do Governo por terem aceitado convites. Vários outros quadros do Estado podem vir a ter o mesmo destino.

A 3 de agosto de 2016, a Sábado dava a primeira notícia do caso que ficou conhecido por Galpgate: Fernando Rocha Andrade, então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, viajou a França, a convite da Galp, para assistir a um dos jogos da seleção nacional do campeonato europeu de futebol. As despesas, escreveu a publicação, foram todas pagas pela petrolífera. Para além das óbvias questões éticas que se levantavam pelo facto de uma empresa privada oferecer um presente a um governante, a principal polémica girava em torno do conflito fiscal entre o Estado e a Galp, que recusa pagar uma dívida de 100 milhões de euros relativa à contribuição extraordinária sobre o setor energético.

Foi uma questão de meses para que, ao Galpgate, se sucedessem outros: Huawei, NOS e Oracle são as empresas que também já estão a ser escrutinadas pelos convites que fizeram e despesas que pagaram a políticos e gestores públicos. A lista de governantes, deputados, autarcas e altos quadros de empresas e instituições do Estado vai longa e as notícias já recuam a viagens que foram feitas em 2014.

Sete governantes e assessores governamentais já tiveram de abandonar os cargos na sequência dos convites que aceitaram e, com o assunto na ordem do dia, há mais nomes em risco. Isto porque, depois do caso da Galp, o executivo de António Costa aprovou um código de conduta que passou a prever que governantes e dirigentes da Administração Pública só possam aceitar presentes com um valor até 150 euros. Assim, os quadros do Estado que viajaram a convite de empresas privadas já depois de ter sido aprovado este código de conduta poderão vir a ser exonerados.

Galp fez seis baixas

As primeiras baixas foram as dos governantes que aceitaram os convites da Galp. Depois de Fernando Rocha Andrade, soube-se que João Vasconcelos, então secretário de Estado da Indústria, e Jorge Costa Oliveira, na altura secretário de Estado da Internacionalização, também viajaram a França à conta da petrolífera.

Os três acabaram por pedir exoneração dos respetivos cargos e pediram também para ser constituídos arguidos, o que veio a acontecer. Para além deles, outros três responsáveis governamentais foram exonerados e constituídos arguidos: Vítor Escária, ex-assessor do primeiro-ministro, João Bezerra da Silva, ex-chefe de gabinete de Rocha Andrade, e Pedro de Almeida Matias, ex-chefe de gabinete de João Vasconcelos.

Estes foram os que caíram. Mas há outros nomes da política nacional que aceitaram convites da Galp, mas que acabaram por não sofrer grandes consequências. É o caso de Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de Santiago do Cacém, da CDU, e Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines, do PS. Os dois viajaram a Lyon, a convite da Galp, para assistir ao jogo da seleção nacional contra a Hungria. Mantêm os cargos e, até agora, não foram constituídos arguidos.

Há ainda três deputados do PSD que chegaram a estar envolvidos no caso: o Observador avançou que Luís Montenegro, então líder da bancada parlamentar do PSD, Hugo Soares, na altura vice-presidente da bancada parlamentar, e Luís Campos Ferreira, antigo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, viajaram a França a convite do empresário Joaquim Oliveira. Contudo, os três garantiram que os custos dessa viagem foram suportados pelos próprios.

Resta ainda o deputado social-democrata Cristóvão Norte, que confirmou ter viajado ao Euro 2016 a convite da Galp. A sua imunidade parlamentar foi levantada e o deputado acabou por também ser constituído arguido.

Huawei fez uma baixa

Tinham passado pouco mais de duas semanas desde que os três secretários de Estado apresentaram a demissão e estalava nova polémica com viagens pagas, desta vez pela Huawei. O caso foi contado pelo Observador, que avançou que a empresa chinesa convidou vários políticos portugueses à China.

Desta vez, eram nomes do PSD: Sérgio Azevedo, vice-presidente da bancada do PSD, Luís Newton, presidente da junta de freguesia da Estrela, Ângelo Pereira, presidente do PSD/Oeiras, Nuno Custódio, vice-presidente do PSD/Oeiras, Paulo Vistas, presidente da Câmara de Oeiras, Rodrigo Gonçalves, vice-presidente do PSD/Lisboa, e João Mota Lopes, ex-diretor do Instituto de Informática da Segurança Social e militante do PSD, foram alguns dos que aceitaram viajar à China a convite da Huawei.

Só mais tarde apareceu o primeiro nome ligado ao Governo: Nuno Barreto, adjunto do secretário de Estado das Comunidades, viajou à China em janeiro deste ano, com estadia paga pela Huawei. A viagem foi feita já depois de ter sido aprovado o novo código de conduta e Nuno Barreto acabou por ser exonerado do cargo.

Este fim de semana, o Expresso avançou nova história a envolver a Huawei. Em junho de 2015, seis altos quadros do Estado (cinco ligados ao Ministério da Saúde e um à Autoridade Tributária) viajaram à China a convite de uma empresa parceira da tecnológica.

No caso dos quadros da Saúde, tratou-se de uma visita ao hospital de Zheng Zhou, para observar como funciona o sistema de telemedicina daquela unidade de saúde. O convite foi feito, em conjunto, pela Huawei e pela NOS, que pagou os custos da viagem (cerca 12.500 euros por 14 bilhetes de avião), segundo apurou o ECO. Não é ainda claro quem pagou os custos de alojamento e alimentação, uma vez que a Huawei refere apenas que “não pagou qualquer viagem”.

Esta viagem decorreu entre os dias 2 e 15 de junho de 2015 e contou com 14 convidados, dois quais cinco são altos quadros da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS): Rui Gomes, da Direção de Sistemas de Informação; Nuno Lucas, do departamento de Comunicações, Infraestruturas, Produção e Segurança; Rute Belchior, da Direção de Compras Transversais; Ana Maurício d’Avó, responsável de Comunicação e Relações Públicas; e Artur Trindade Mimoso, vogal executivo do conselho de administração da SPMS.

Para uma outra viagem, também promovida pela Huawei e também em 2015, foi convidado Carlos Santos, diretor de IT da Autoridade Tributária.

Oracle junta-se à festa dos convites

Esta terça-feira, foi a vez de a Oracle se juntar à polémica das viagens pagas a quadros do Estado. A notícia foi avançada pelo Observador, que deu conta de que, em 2014, 53 portugueses viajaram a São Francisco, a convite da Oracle e de empresas parceiras, para participar no Oracle Open World, um evento anual promovido pela tecnológica norte-americana.

Entre esses convidados, estão cinco altos funcionários do Estado, dos quais três ainda estão em funções: Francisco Baptista, chefe da Equipa Multidisciplinar de Sistemas em Produção (EMSP) da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna; Diogo Reis, da equipa da Plataforma de Dados da Saúde da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS); e Carlos Santos, da Autoridade Tributária (o mesmo que está envolvido nas viagens à sede da Huawei na China).

Para esse evento, foram ainda convidados diretores e funcionários de empresas públicas ou participadas do Estado, como a TAP, Caixa Geral de Depósitos (CGD), OGMA e Galp Energia.

Para além dessa viagem em 2014, avançou o ECO, a SPMS participou na edição do ano passado do Oracle Open World. Nesta viagem, segundo o Observador, participaram seis quadros da SPMS, dos quais dois tiveram as despesas pagas por uma empresa parceira da Oracle: Raquel Vilas, coordenadora de registos nacionais, e Pedro Miranda, coordenador dos sistemas de suporte a Programas Estruturais de Saúde. Esta viagem decorreu entre os dias 18 e 22 de setembro de 2016 — imediatamente depois de o Executivo de António Costa ter aprovado um código de conduta para membros do Governo e dirigentes da Administração Pública.

Os outros quatro (Artur Mimoso, Ana Maurício d’Avó, António Alexandre, que é coordenador do projeto “Receita Sem Papel” da SPMS, e Sara Carrasqueiro, do Planeamento do Sistema de Informação e Gestão de Clientes) viajaram com as despesas pagas pelo Estado.

Onze quadros do Estado em risco de cair

As notícias dos últimos dias resultaram na abertura de vários inquéritos, por parte do Ministério Público e do próprio Governo. E deixam em aberto o afastamento de alguns dos nomes envolvidos nas polémicas.

Começando pelas investigações. O Ministério Público tem várias a decorrer em simultâneo: a mais relevante é a do caso Galpgate, que já conta com dez arguidos: Fernando Rocha Andrade, João Vasconcelos, Jorge Costa Oliveira, Vítor Escária, João Bezerra da Silva e Pedro Almeida Matias foram os primeiros. Seguiram-se Carlos Gomes da Silva, presidente executivo da Galp, Carlos Costa Pina, administrador da petrolífera com os pelouros das novas energias, e a própria Galp. Por fim, o deputado Cristóvão Norte também foi constituído arguido.

Paralelamente ao caso Galpgate, o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa investiga também as viagens feitas a França por deputados e autarcas, também a convite da Galp. Em causa estão as mesmas suspeitas: crime de recebimento indevido de vantagem. Neste caso, não foram constituídos arguidos.

Já este mês, o DIAP abriu um inquérito às viagens pagas pela Huawei aos políticos ligados ao PSD. Este inquérito foi, entretanto, alargado às viagens que foram pagas pela NOS aos cinco quadros da SPMS. E, segundo avançou o Público, as viagens pagas pela Oracle também estão a ser investigadas.

Do lado do Governo, as inspeções das várias tutelas abriram os seus próprios inquéritos. A Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) está a investigar as viagens dos quadros da SPMS a convite da Huawei; a Autoridade Tributária abriu um inquérito à viagem feita por Carlos Santos; e a Inspeção Geral da Administração Interna está a investigar a viagem paga pela Oracle a Francisco Baptista.

Ao mesmo tempo que as investigações vão sendo abertas, alguns cargos vão sendo colocados em risco. Os mais iminentes poderão ser os da SPMS, que já colocaram os lugares à disposição. “Os factos ocorridos em junho de 2015 enquadram aspetos que carecem de clarificação ao nível do seu contexto ético, jurídico e institucional”, disse, a propósito das viagens pagas pela NOS em junho de 2015, o ministro da Saúde, em comunicado emitido na segunda-feira.

Adalberto Campos Fernandes salientou “em particular” os casos Artur Trindade Mimoso, vogal executivo do conselho de administração da SPMS, e de Henrique Martins, presidente do conselho de administração, que, ao que se conhece, não participou nas viagens. As viagens pagas pela Oracle em 2014 deverão enquadrar-se neste mesmo contexto, já que Diogo Reis, Raquel Vilas e Pedro Miranda são chefes de equipa.

Tendo em conta que os vários ministérios abriram investigações a todas as viagens pagas, independentemente de terem decorrido antes ou depois de aprovado o novo código de conduta, podem estar em risco todos os quadros que viajaram a convite de empresas privadas. Além dos dois membros da administração da SPMS que colocaram o lugar à disposição, Artur Mimoso e Henriques Martins, há, assim, mais nove quadros que poderão abandonar os cargos: Rui Gomes, Nuno Lucas, Ana Maurício d’Avó, Rute Belchior, Diogo Reis, Raquel Vilas e Pedro Miranda (todos da SPMS); Francisco Baptista (EMSP) e Carlos Santos (Autoridade Tributária).

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Benfica, Porto ou Sporting: qual é o campeão das transferências?

Em quatro gráficos, descubra o clube campeão das transferências em Portugal. Conheça ainda a transferência mais cara da liga portuguesa, o campeão do mundo em receitas e o jogador mais caro: Neymar.

Fechou o mercado de transferências nas principais ligas de futebol. Não em Portugal, que só terá um ponto final a 22 de setembro. Ainda assim, as mais caras e mediáticas já terão acontecido, pelo que é hora de fazer as contas. Neste artigo, irá conhecer os campeões: quem vendeu mais em Portugal, qual a transferência mais cara na liga portuguesa, que clube teve mais receita e qual o futebolista mais caro de todos os tempos (spoiler alert: é Neymar). Vamos a isso?

Comecemos pelos clubes portugueses. Por cá, foi o Benfica o campeão das receitas. O clube encarnado soma já receitas de 115,85 milhões de euros com vendas de jogadores como Ederson, Lindelöf e Nelson Semedo. As “águias” desembolsaram ainda 8,35 milhões de euros, o que dá o saldo mais alto da Liga Nos: 107,5 milhões de euros, de acordo com dados compilados pelo site especializado TransferMarkt.

Na tabela classificativa das receitas na primeira liga segue-se o Porto. O clube teve receitas de 69,9 milhões de euros — saiu André Silva, lembra-se? — e despesas de 21 milhões, a esmagadora maioria com a compra de Óliver Torres ao Atlético Madrid. Contas feitas, dá um saldo de 48,9 milhões para a equipa do dragão.

E os leões? É um caso diferente. O Sporting ficou com o terceiro lugar em termos de receitas, mas foi o campeão… das despesas. Aliás, registou um saldo negativo de um milhão de euros nesta época de transferências: foram 26,1 milhões de receita (sem contar com a venda de Adrien Silva ao Leicester, concretizada após a recolha destes valores) contra 27,1 milhões de despesa. Destaque para as compras de Marcos Acuña aos argentinos do Racing Club de Avellaneda e Bruno Fernandes aos italianos da Sampdoria.

Receita, despesa e saldo dos três grandes

Fonte: Transfermarkt

Ederson foi o mais caro

Olhando para os protagonistas, Ederson esteve na base da transferência mais cara na liga portuguesa. O guarda-redes do Benfica foi vendido ao Manchester City por 40 milhões de euros brutos, de acordo com os dados do Transfermarkt.

Seguiu-se André Silva. O jovem ponta-de-lança deixou o FC Porto para se juntar ao AC Milan e por pouco não arrebatava o primeiro lugar deste pódio. A transferência fez-se por 38 milhões de euros brutos, um montante bem próximo do que o City pagou por Ederson.

Com 23 anos, o sueco Victor Lindelöf fica em terceiro lugar do pódio dos mais caros na Liga Nos, deixando o Benfica para se juntar ao Manchester United por 35 milhões de euros. Da Luz partiu ainda Nélson Semedo, para o Barcelona por 30,5 milhões. Só no quinto lugar é que surge uma entrada na primeira liga portuguesa. Trata-se da compra de Óliver Torres ao Atlético Madrid por 20 milhões de euros. O médio central espanhol junta-se nesta temporada ao plantel dos “dragões”.

As cinco maiores transferências na Liga Nos

Fonte: Transfermarkt

O campeão europeu das receitas? O Barcelona

Olhando para um panorama europeu, o grande campeão das receitas foi mesmo o Barcelona. O clube catalão fechou esta época de transferências com receitas totais de 226 milhões de euros. Mas engane-se se estiver a pensar que a equipa ficou sem plantel com tantas vendas. Na verdade, este montande representa apenas uma saída: a venda estratosférica do brasileiro Neymar (já lá vamos).

Do lado das despesas, o Barcelona desembolsou 192,5 milhões de euros, a maior parte com a compra de Ousmane Dembélé ao Dortmund. No total, um saldo de 33,5 milhões de euros.

O segundo clube neste pódio é o AS Mónaco, com receitas de 226 milhões e despesas de 102 milhões de euros. Em causa estão, sobretudo, as vendas de Benjamin Mendy, do português Bernardo Silva e de Tiemoué Bakayoko. Para o clube francês entram nomes como Keita Baldé (que custou 30 milhões brutos) ou o do belga Youri Tieleman (por 25 milhões de euros).

No terceiro lugar, o Borussia Dortmund, com receitas de 166,5 milhões e despesas de 81 milhões, o que dá um saldo positivo de 85,5 milhões de euros. Segue-se a Juventus (com um saldo negativo de 25,3 milhões de euros) e o Real Madrid.

Os números dos três clubes com maiores receitas

Fonte: Transfermarkt

E o jogador mais caro? Já sabe qual é

Foi Neymar. O brasileiro arrebatou o recorde da transferência mais cara de sempre, no valor de 222 milhões de euros. Saiu do Barcelona para o PSG e a avultada soma por pouco não causou problemas legais ao clube equipa da capital fracesa. A compra acabou efetivada, mas uma série de outros problemas levou a equipa espanhola a processar o jogador, reclamando o pagamento adicional de 8,5 milhões de euros, alegando cláusulas do contrato que não terão sido cumpridas.

Antes de Neymar, era a transferência de Paul Pogba, por 105 milhões de euros em 2016, da Juventus para o Manchester United, a detentora do recorde. Ora, foi por esse valor que, este ano, Dembélé saiu do Borussia Dortmund para o Barcelona — ocupa o segundo lugar do pódio dos mais caros nesta época.

Segue-se Romelu Lukaku, ponta-de-lança, do Everton para o Manchester United por 84,7 milhões de euros. Abaixo dele surge Álvaro Morata, do Rea Madrid para o Chelsa por 62 milhões de euros, e Benjamin Mendy, do Mónaco para o City por 57,5 milhões. É preciso baixar até ao 18º lugar na lista para encontrar um negócio envolvendo clubes portuguese. Tem como protagonista Ederson que, como vimos, se sagrou campeão com a transferência mais cara protagonizada na liga portuguesa neste defeso.

Os cinco jogadores mais caros do mundo (e Ederson)

Fonte: Transfermarkt

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Passos Coelho: “Espero que seja desta vez que o rating melhore”

O líder do PSD espera que seja desta vez que o rating da República melhore, criticando o Governo por ter desperdiçado tempo. Passos Coelho diz que os mercados desconfiaram da geringonça.

Pedro Passos Coelho classificou a melhoria da perspetiva pela Moody’s como uma “boa notícia”, ainda que fosse aguardada, relembrando a decisão semelhante da Fitch. O líder do PSD, em declarações transmitidas pelas televisões na Póvoa de Varzim, pediu ao Governo que se foque na redução do rácio da dívida pública em percentagem do PIB. Para o futuro, o social-democrata espera que seja desta vez que o rating da República melhore.

É bom que o Governo cumpra aquilo que é o objetivo do défice e que preste também atenção à evolução do rácio da dívida pública que será importante para as agências de notação financeira“, afirmou o ex-primeiro-ministro. São estes os dois pedidos do líder da oposição que espera uma subida do rating “durante o próximo ano”. “O próximo passo mais importante que nós precisamos é que dívida portuguesa possa ser considerada como uma boa dívida de investimento”, assinalou.

“Se esta tendência que tem oscilado um bocadinho nos últimos meses de agravamento da dívida pública [se mantiver] poderia ficar comprometido o objetivo da melhoria do ‘rating’”, alertou. Passos Coelho disse esperar “que o Governo seja sensível a esses sinais e, até ao final do ano, faça tudo o que está ao seu alcance para que o rácio da dívida pública venha a baixar”. A subida do rating é, na opinião do líder da oposição, “essencial para a melhoria das condições de vida dos portugueses, do emprego, da qualidade de vida dos cidadãos e melhoria do rendimento”.

Apesar de deixar críticas à atual solução governativa por causa da incerteza que criou, Passos Coelho reconhece que esta melhoria do outlook é um fator “bom para o país”: “O importante é que exista essa expectativa [de subida do rating]”. O líder do PSD espera que siga aconteça porque terá “repercussões muito significativas noutro tipo de investidores que podem ser atraídos não apenas para a dívida pública, mas também para o investimento privado no nosso país e isso é muito relevante”, argumentou.

O líder da oposição espera que esse momento possa compensar aquilo que foi vivido nos primeiros meses do atual Executivo. “Quer no final de 2015, quer nos primeiros trimestres de 2016, o investimento recuou. As pessoas adiaram as suas decisões, ficaram à espera”, disse, acusando o Governo de “desperdiçar tempo” e de aplicar um “plano B” no défice para dar o sinal positivo às agências de rating.

(Atualizado às 18h21)

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