Analistas: Vitória do MPLA “é mais do mesmo” para a economia de Angola

  • Lusa
  • 9 Agosto 2017

De acordo com a consultora BMI Research, a vitória "cada vez mais provável" do MPLA nas próximas eleições é "mais do mesmo" para a economia de Angola.

Angolanas vão às urnas no próximo dia 23 de agosto.Wikipedia

A consultora BMI Research considera que a vitória do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) é “cada vez mais provável” e antecipa que a eleição de João Lourenço significa “mais do mesmo em termos de política económica”.

“Uma vitória para o MPLA em Angola nas próximas eleições está a aparecer cada vez mais provável, cimentando o caminho para mais do mesmo em termos da política económica do país”, escrevem os analistas.

Na análise do terceiro trimestre ao país, os analistas desta consultora do Grupo Fitch escrevem ainda que “apesar de não se poder excluir a possibilidade de instabilidade social por alturas do voto, uma oposição fraca significa que qualquer descontentamento público com o partido no poder não deve levar a qualquer alteração significativa no boletim de voto”.

"Uma vitória para o MPLA em Angola nas próximas eleições está a aparecer cada vez mais provável, cimentando o caminho para mais do mesmo em termos da política económica do país.”

BMI Research

A sucessão de José Eduardo dos Santos, que deixa o poder em Angola ao fim de quase 38 anos na Presidência, “pode não correr suavemente”, alertam os analistas, que dizem que um dos principais riscos para o país é “a população levar a cabo protestos regulares e a violência escalar ao ponto de destabilizar o ambiente de negócios“.

Outros dos riscos, concluem, “é os preços do petróleo não recuperarem, colocando pressão acrescida na taxa de câmbio oficial; as desvalorizações da moeda pelo Governo aumentariam os custos da dívida externa, aumentando o risco de incumprimento financeiro [‘default’, no original em inglês]”.

A campanha eleitoral do MPLA está a ser liderada por João Lourenço, cabeça-de-lista e que concorre à eleição, por via indireta, para Presidente da República. João Lourenço foi dispensado pelo chefe de Estado das funções de ministro da Defesa, para se dedicar igualmente à atividade partidária.

"Apesar de não se poder excluir a possibilidade de instabilidade social por alturas do voto, uma oposição fraca significa que qualquer descontentamento público com o partido no poder não deve levar a qualquer alteração significativa no boletim de voto.”

BMI Research

Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, com seis formações políticas concorrentes – MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e APN – contando com 9.317.294 eleitores em condições de votar.

A CNE constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda. Nas eleições gerais são eleitos o parlamento, o Presidente da República e o vice-presidente.

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PDR2020 colocou a concurso 34% da dotação nas florestas

  • Lusa
  • 9 Agosto 2017

O Programa de Desenvolvimento Rural colocou em concurso 185 milhões de euros de despesa pública para a floresta, um terço da dotação programada, e já aprovou mais de metade daquele valor.

Portugal é o quarto Estado-membro da União Europeia com melhor taxa de execução do Programa de Desenvolvimento Rural [PDR], tendo já ultrapassado a barreira dos 30% de execução total no período 2014/2020“, salienta o Ministério da Agricultura, avançando que “estão em execução mais de 12 mil projetos, aos quais corresponde um investimento de quase 1.500 milhões de euros”, a envolver uma despesa pública de mais de 900 milhões de euros.

Relativamente às medidas de apoio à floresta, “foi já colocada a concurso uma dotação de 185 milhões de euros de despesa pública, que representa 34% da dotação total programada”, refere o ministério, liderado por Capoulas Santos, em resposta a questões da agência Lusa.

Segundo o organismo, “estão já aprovados mais de 100 milhões de euros” para a floresta no âmbito do PDR2020, que correspondem a “quase 55% da dotação colocada a concurso”, e contratados 67,6 milhões de euros.

Dos projetos aprovados no âmbito do anterior programa, o PRODER, e que transitaram para o PDR2020, “os compromissos ascendem a 198 milhões de euros de despesa pública, dos quais já se encontram pagos cerca de 111 milhões de euros“, acrescenta.

O Ministério da Agricultura respondia assim às críticas da Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) que, na terça-feira, disse que o montante previsto para a área florestal no atual quadro comunitário, iniciado em 2014, era de 569.650.903 euros e, até julho, “estão atribuídos (não contratados nem executados) 93.939.649,18 de euros, ou seja, cerca de 16,5% do montante destinado ao setor, apesar dos inúmeros projetos entregues mas não contemplados”.

Segundo os empresários, o PDR2020, no setor florestal, “além de ter uma baixíssima taxa de execução, acaba por ter uma execução enviesada, face aos critérios que utiliza para seleção dos projetos”.

A ANEFA questionou os critérios de utilização das verbas do PDR2020, classificando-os de “no mínimo duvidosos, privilegiando projetos atribuídos a organizações de produtores, quando muitos deles são de produtores individuais que, apenas por fazerem parte das organizações, têm direito a mais pontuação do que os outros beneficiários”.

A esta denúncia o Ministério da Agricultura responde que “os critérios de seleção de candidaturas para atribuição dos apoios estabelecidos no regulamento do PDR2020 foram, para a quase totalidade dos concursos abertos, definidos pelo Governo anterior”.

Estes critérios “variam de medida para medida e a sua aplicação em cada concurso é submetida a consulta da Comissão de Acompanhamento que integra, designadamente, os representantes do setor”, acrescenta.

Entre os critérios listados estão as áreas integradas em ZIF (zona de intervenção florestal), a existência de certificação florestal, a situação de desertificação, as áreas classificadas e o regime florestal.

Em termos de comparação com o anterior quadro comunitário de apoio, em 31 de julho de 2010, no PRODER, no apoio à floresta, estavam aprovados 56 milhões de euros de despesa pública, ou seja, 12,7% da dotação inicial programada, e pagos 132,5 milhões de euros, que incluíam prémios à florestação de terras agrícolas transitados do instrumento anterior, segundo os dados do Governo.

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Emigrantes lesados do BES mantêm protesto para sexta-feira apesar de já haver solução

  • Lusa
  • 9 Agosto 2017

A associação que representa os emigrantes lesados do BES mantém a manifestação desta sexta-feira, mesmo após ter acordado com Novo Banco e Governo uma solução para parte dos associados.

A associação que representa os emigrantes lesados do BES mantém a manifestação desta sexta-feira, mesmo após ter acordado com Novo Banco e Governo uma solução para parte dos associados, para reivindicar uma proposta para todos os que perderam dinheiro.

“Mantemos a manifestação [em Lisboa], vamos reivindicar uma solução para todos, temos dois produtos que ainda não têm solução”, disse à Lusa Helena Batista, vice-presidente da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), referindo-se ao facto de ainda não existir uma solução fechada para os clientes que investiram mais de 140 milhões de euros nos produtos EG Premium e Euro Aforro 10.

A associação que representa os emigrantes lesados pelo Banco Espírito Santo (BES) anunciou esta quarta-feira o acordo conseguido no dia anterior com o Novo Banco e o Governo, que passa pela recuperação de 75% do dinheiro investido dos produtos Euro Aforro 8, Poupança Plus 1, Poupança Plus 5, Poupança Plus 6, Top Renda 4, Top Renda 5, Top Renda 6 e Top Renda 7.

Já para os clientes dos produtos Euro Aforro 10 e EG Premium, a AMELP explicou que o Novo Banco e o Governo deram a garantia de que também haverá uma solução, mas que está ainda a ser trabalhada.

Os emigrantes que aceitarem estas propostas terão de desistir das ações judiciais contra o Novo Banco e seus trabalhadores.

Segundo Helena Batista, a manifestação de dia 11 de agosto decorrerá “de forma pacífica” e será para reivindicar uma solução para os lesados que ainda não a têm fechada, uma vez que o objetivo da AMELP é que haja proposta para todos.

Inicialmente estava previsto o protesto ser também em São Bento, frente à residência oficial do primeiro-ministro, mas uma vez que o Governo se tem mostrado empenhado numa solução, já não acontecerá, explicou.

Após a resolução do BES, em 3 de agosto de 2014, cerca de 8.000 emigrantes de França e Suíça (o equivalente a 12 mil contas, uma vez que há clientes que têm mais do que uma conta) vieram reclamar mais de 720 milhões de euros, acusando o banco de lhes ter vendido produtos arriscados (ações de sociedades veículo), quando lhes tinha dito que se tratavam de depósitos a prazo para não residentes.

A responsabilidade sobre estes produtos ficou no Novo Banco – o banco de transição então criado -, que fez, em 2015, aos emigrantes (dos produtos Poupança Plus, Euro Aforro e Top Renda) uma proposta comercial, que teve a aceitação de cerca 80% do total, que detinham em conjunto 500 milhões de euros.

No entanto, houve 1.440 clientes que não aceitaram a solução, por considerarem que não se adequava ao seu perfil e não era justa, sobretudo por incorporar obrigações do Novo Banco com vencimento apenas daqui a 30 anos e sem cupão anual.

A solução agora encontrada para recuperação do investimento aplica-se aos 1.440 clientes que não aceitaram a proposta do Novo Banco de 2015.

Quanto aos mais de 6.000 clientes que aceitaram a proposta de há dois anos, fontes das negociações disseram à Lusa que o Novo Banco deverá trocar por capital as obrigações que tinham vencimento em 2049 e 2051, a ser colocado em depósitos a prazo, ainda que com perdas.

Ainda quanto à proposta do Novo Banco em 2015, então a entidade não apresentou qualquer proposta aos cerca de 1.800 clientes dos produtos EG Premium e Euro Aforro10, argumentando que tal não era possível devido à complexidade dos instrumentos financeiros abrangidos.

É para estes produtos que a AMELP disse hoje que obteve do Novo Banco e do Governo a garantia de que haverá solução, mas sem detalhes, nomeadamente quanto à percentagem de recuperação do investimento.

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Bloco: Veto do Presidente da República sobre Carris “é claramente político”

  • Lusa
  • 9 Agosto 2017

O candidato do BE à Câmara de Lisboa disse hoje que o veto do Presidente da República ao diploma da Carris “é claramente político” e resulta da "agenda da direita".

O candidato do BE à presidência da Câmara de Lisboa disse hoje que o veto do Presidente da República ao diploma que introduzia alterações à municipalização da Carris “é claramente político” e resulta da “agenda da direita”.

Em declarações à agência Lusa, Ricardo Robles afirmou que “esta decisão do Presidente da República é claramente um veto político, ou seja, é o Presidente da República a dizer à Assembleia da República que não aceita que haja uma transferência da Carris para o município de Lisboa com determinadas condições”.

“E as condições que Marcelo Rebelo de Sousa não aceita é que possa continuar a ser um serviço público”, acrescentou, numa reação ao veto do Presidente da República sobre o diploma que introduzia alterações ao decreto sobre a transferência da Carris para a Câmara de Lisboa, considerando abusivo que se proíba qualquer concessão futura da empresa.

O bloquista apontou que esse diploma previa “determinadas condições” para a municipalização da rodoviária, uma das quais rejeitando “qualquer tipo de alienação”.

“O que Marcelo Rebelo de Sousa diz é que […] a Carris deve passar para o município, mas que seja possível, no futuro, ser concessionada a terceiros ou privatizada”, reforçou Ricardo Robles.

Para o também líder do BE na Assembleia Municipal de Lisboa, em causa está “a agenda da direita” e “um compromisso da sua [do Presidente da República] família política”.

“PSD e CDS sempre o defenderam, aliás, avançaram para que essa concessão fosse feita”, referiu.

Por seu lado, o bloquista entendeu que “tem de haver um serviço público de transporte de qualidade na cidade de Lisboa, através da Carris, e isso só pode ser garantido sendo o município a fazê-lo”.

Numa nota hoje divulgada no ‘site’ da Presidência da República, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinha que “o presente decreto impõe ao Governo e às autarquias locais um regime que proíbe qualquer concessão da Carris mesmo que tal possa vir a corresponder um dia à vontade da autarquia local”.

Na nota, Marcelo Rebelo de Sousa defende que “vedar taxativamente” uma concessão futura “representa uma politicamente excessiva intervenção da Assembleia da República num espaço de decisão concreta da Administração Pública – em particular do poder local, condicionando, de forma drástica, a futura opção da própria autarquia local”.

Sublinhando que a Assembleia da República deve “ter a oportunidade de ponderar de novo a matéria”, o Presidente da República nota que o legislador não deve intervir “de forma casuística” em decisões concretas da administração pública, “que têm de atender a razões de natureza económica, financeira e social mutáveis” e em que “ela está em melhores condições para ajuizar, até por se encontrar mais próxima dos problemas a resolver”.

“Mesmo que essa indesejável intervenção legislativa possa não ser qualificada de inconstitucional – e, por isso, não suscitar a correspondente fiscalização –, pode ser politicamente contraproducente, e, por isso, excessiva e censurável”, refere ainda o Presidente da República.

Entretanto, a Câmara de Lisboa veio assegurar que vai manter a rodoviária Carris, sob sua alçada desde fevereiro, na esfera municipal, sem recorrer a concessões a privados.

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Saudades da Fórmula 1? Ouvir o vrumm em Portugal custa 800 milhões

  • Lusa
  • 9 Agosto 2017

Trazer a prova de Fórmula 1 para Portugal implicaria um investimento de 800 milhões de euros em 12 anos, estima investigador português. Paulo Reis Mourão diz que retorno direto seria de 300 milhões.

Trazer os carros da Fórmula 1 a Portugal implica investimento de 800 milhões de euros.Pixabay

O eventual regresso das corridas de Fórmula 1 a Portugal exigiria um investimento superior a 800 milhões de euros em 12 anos, já que os contratos de um circuito são “a longo prazo”, de acordo com as estimativas de um investigador da Universidade do Minho.

“Para receber um circuito, um país terá de pagar uma renda anual entre 60 a 70 milhões de euros e é sabido que os contratos são, por norma, por períodos de 10, 12 ou 15 anos”, referiu.

Paulo Reis Mourão alertou que, em termos de faturação direta, o retorno de um contrato de 12 anos se deveria ficar pelos 200 a 300 milhões de euros.

No entanto, sublinhou que há valores que “escapam” à faturação direta, designadamente os ganhos de investimento e a publicidade, “que deixou de ser paga mas que aparece associada” às corridas de F1.

"Para receber um circuito, um país terá de pagar uma renda anual entre 60 a 70 milhões de euros e é sabido que os contratos são, por norma, por períodos de 10, 12 ou 15 anos.”

Paulo Reis Mourão

Professor da Universidade do Minho

Paulo Reis Mourão falava a propósito do livro que acaba de lançar sobre a economia da Fórmula 1. O “The Economics of Motorsports: The Case of Formula One“, editado pela inglesa Palgrave, fala em 300 páginas de aspetos como os custos das corridas, o papel dos media e patrocinadores ou a forma como a sociedade beneficia daquela indústria.

“Há muitos livros sobre a Fórmula 1, inclusive sobre a sua mecânica ou a gestão das equipas, mas este é o primeiro sob o olhar de um economista”, diz o autor.

O último Grande Prémio de F1 que se realizou em Portugal ocorreu em 1996, no Autódromo do Estoril, em Lisboa.

A nova ‘dona’ da Fórmula 1, Liberty Media, quer alargar o mapa para além das 21 corridas em 2019.

O Autómodro Internacional do Algarve viu recentemente a sua posta homologada para Fórmula 1, mas o diretor-geral da estrutura já admitiu que “será muito difícil” reunir todas as condições para que se realize novamente um Grande Prémio em Portugal.

“A Fórmula 1 é de facto o grande pináculo do desporto motorizado mundial, mas é muito difícil para um país com a nossa dimensão conseguir ter as condições totais para trazer a prova”, disse Paulo Pinheiro, em junho, à Lusa.

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Europa treme com “fúria e fogo”. Investidores fogem do risco

  • Juliana Nogueira Santos
  • 9 Agosto 2017

A tensão entre EUA e Coreia do Norte fez tremer as bolsas europeias e Lisboa não foi excepção. Para fugir do risco, investidores refugiam-se no ouro, no iene e no franco suíço.

A troca de palavras entre os EUA e a Coreia do Norte está a cruzar oceanos, e a tensão entre os dois países está a estender-se aos mercados internacionais. As praças europeias não foram exceção, tendo terminado a sessão desta quarta-feira a registar desempenhos negativos, penalizados pela ameaça nuclear. Lisboa seguiu a tendência.

Trump avisou Pyongyang que tem de refrear as ameaças nucleares ou “elas terão como resposta fogo e fúria como o mundo nunca viu” e recebeu como resposta o aviso de que os norte-coreanos estarão a estudar “cuidadosamente” a possibilidade atacar com mísseis o território norte-americano de Guam, no Oceano Pacífico. Com o risco a subir, os investidores estão a refugiar-se no ouro, no iene e franco suíço.

O ouro segue a valorizar mais de 1% para 1.274,2 euros. No mercado cambial, o iene japonês sobe 0,41% para máximos de dois meses, enquanto o franco suíço acelera quase 1% para 1,036 dólares.

Assim, o Stoxx 600 caiu 0,73% para 379,85 pontos. A registar perdas ainda mais elevadas estiveram as bolsas de Madrid, Frankfurt e Paris, que derraparam mais de 1%.

Por cá, Lisboa terminou a sessão como iniciou, desvalorizando 0,47% para 5.252,32 pontos. Com apenas cinco títulos a sobreviverem à tendência negativa, as quedas mais substanciais foram as registadas pelo BCP e pela Sonae, com o banco liderado por Nuno Amado a perder 1,68% para 23 cêntimos e a retalhista a cair 2,33% para 96 cêntimos.

PSI-20 acusa pressão geopolítica

A travar perdas maiores esteve a EDP que depois de ter visto o seu rating ser aumentado um nível pela agência S&P avançou 0,32% para 3,17 euros. A dívida da energética liderada por António Mexia deixou de ser considerada “lixo”, algo que não acontecia desde 2011. A EDP Renováveis também subiu, ganhando 0,35% para 6,81 euros.

 

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PSD diz que “não pode estar mais de acordo” com PR sobre “excesso” em diploma da Carris

  • Lusa
  • 9 Agosto 2017

O PSD considera abusiva a proibição de qualquer concessão futura da empresa de transportes.

O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD Luís Leite Ramos disse hoje que o partido “não pode estar mais de acordo” com a decisão do Presidente da República sobre a municipalização da rodoviária Carris, ao vetar alterações “excessivas”.

“Nós soubemos da decisão do senhor Presidente da República e não podemos estar mais de acordo com os argumentos que ele invoca porque foram os mesmos que usámos nos debates que decorreram na Assembleia da República”, disse Luís Leite Ramos à agência Lusa.

Falando sobre o veto do Presidente da República ao diploma que introduzia alterações ao decreto sobre a transferência da Carris para a Câmara de Lisboa, considerando abusivo que se proíba qualquer concessão futura da empresa, o responsável afirmou que o PSD também entende que “há aqui um excesso nesta norma”.

Isto no que toca “à tentativa de condicionar o próprio do exercício da autonomia municipal, ao impor um modelo de gestão ao município de Lisboa relativamente à exploração e gestão da Carris” e à “preocupação de sinalizar que a iniciativa privada não é bem-vinda na exploração e na gestão dos transportes públicos porque há o cuidado de, mesmo empresas que não tenham a totalidade de capitais privados, serem impedidas de operar nos transportes públicos de Lisboa”, precisou.

“Isto é um contrassenso na medida em que, no caso do Porto, a mesma maioria parlamentar que aprova esta norma suporta o Governo na sua decisão de prolongar por mais uns anos o seu contrato de exploração com uma entidade privada”, exemplificou, falando no caso do Metro da invicta.

Numa nota hoje divulgada no ‘site’ da Presidência da República, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinha que “o presente decreto impõe ao Governo e às autarquias locais um regime que proíbe qualquer concessão da Carris mesmo que tal possa vir a corresponder um dia à vontade da autarquia local”.

Na nota, Marcelo Rebelo de Sousa defende que “vedar taxativamente” uma concessão futura “representa uma politicamente excessiva intervenção da Assembleia da República num espaço de decisão concreta da Administração Pública – em particular do poder local, condicionando, de forma drástica, a futura opção da própria autarquia local”.

Sublinhando que a Assembleia da República deve “ter a oportunidade de ponderar de novo a matéria”, o Presidente da República nota que o legislador não deve intervir “de forma casuística” em decisões concretas da administração pública, “que têm de atender a razões de natureza económica, financeira e social mutáveis” e em que “ela está em melhores condições para ajuizar, até por se encontrar mais próxima dos problemas a resolver”.

“Mesmo que essa indesejável intervenção legislativa possa não ser qualificada de inconstitucional – e, por isso, não suscitar a correspondente fiscalização –, pode ser politicamente contraproducente, e, por isso, excessiva e censurável”, refere ainda o Presidente da República.

O diploma que agora foi vetado teve origem numa apreciação parlamentar pedida pelo PCP que introduzia alterações ao decreto que levou à municipalização, mas não o revogava.

Entretanto, a Câmara de Lisboa veio assegurar que vai manter a rodoviária Carris, sob sua alçada desde fevereiro, na esfera municipal, sem recorrer a concessões a privados.

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Altice quer voltar às compras. Norte-americana Charter na mira

Um mês depois de anunciar a compra da portuguesa Media Capital, Altice quer voltar às compras. Desta vez é a Charter Communications, num negócio que poderá estar avaliado em 200 mil milhões.

A Altice e a sua subsidiária norte-americana Altice USA estão a trabalhar numa oferta para comprar a norte-americana Charter Communications, isto um mês de depois de o grupo francês liderado por Patrick Drahi ter anunciado a aquisição da Media Capital em Portugal.

De acordo com a CNBC, citando fontes próximas do processo, embora a Altice e a sua subsidiária ainda não tenham apresentado uma proposta formal, a possibilidade de avançar para a aquisição da Charter parece provável neste momento

Aquele site norte-americano lembra que a Altice e o seu fundador Drahi sempre demonstraram uma grande ambição de crescimento nos EUA. E o recente interesse do Softbank na Charter poderá precipitar a Altice para uma nova aquisição no mercado de telecomunicações norte-americano.

De resto, avança a CNBC, a Altice tem já banqueiros e advogados no terreno a trabalhar no sentido de apresentar uma proposta para comprar a Charter. Mas o processo deverá apresentar obstáculos tanto para a Altice como para o Softbank, dado que o negócio dificilmente será aceite pelos acionistas da Charter sem uma contrapartida financeira razoável.

Com uma dívida de 60 mil milhões e um preço de compra expectável que poderá atingir os 500 dólares por ação, um negócio deverá conferir uma avaliação empresarial à Charter de quase 200 mil milhões de dólares. Atualmente, os títulos desta operadora de cabo negoceiam nos 394 dólares.

Do lado da Altice, a companhia francesa tem sido um dos protagonistas no mercado mundial de telecoms nos últimos anos, realizando aquisições atrás de aquisições através do recurso à dívida. No final do primeiro trimestre de 2017, o grupo apresentava uma dívida de 50,7 mil milhões de euros.

No mercado português, a Altice é dona da PT Portugal (e da Meo) e no passado dia 14 de julho anunciou um acordo com os espanhóis da Prisa para a compra da Media Capital, que detém a TVI entre outros ativos no setor do entretenimento, num negócio avaliado em 440 milhões de euros.

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Carris: PS desvaloriza veto presidencial

  • ECO
  • 9 Agosto 2017

O PS diz que será possível encontrar uma solução de compromisso entre os grupos parlamentares e o Presidente da República.

O PS desvaloriza o veto presidencial à impossibilidade da concessão a privados da gestão da Carris. De acordo com Pedro Delgado Alves, deputado do partido, não está posta em causa a transferência da Carris para a gestão municipal, salientando que será possível chegar uma solução de compromisso entre os grupos parlamentares e o Presidente da República.

“Em primeiro lugar, é importante sublinhar que não está posta em causa a transferência da Carris para a gestão municipal. O que estava em causa foi uma alteração operada posteriormente aqui no parlamento, por apreciação parlamentar, que visava inibir o município de Lisboa de concessionar a terceiros a gestão da Carris, num momento futuro”, afirmou Pedro delgado Alves em declarações veiculadas pela RTP.

“É apenas em relação a esse aspeto concreto que o Senhor Presidente da República manifestou algumas reservas”, frisou o deputado socialista, lembrando que esta situação se assemelha à que aconteceu no passado em relação aos transportes coletivos do Porto, em que surgiram reservas semelhantes.

“Lida a mensagem do presidente e analisada pelos vários grupos parlamentares, estou seguro que se encontrará uma solução de compromisso entre os grupos parlamentares e o senhor presidente da República”, acabou por concluir Pedro Delgado Alves.

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Sucessores preparam-se para disrupção em negócios familiares

As empresas familiares, que são grande parte do tecido empresarial português, dizem contar com disrupções no mercado em breve. Quase um terço antevê perder quota de mercado num futuro próximo.

Galp Energia, Jerónimo Martins, Impresa… são só algumas das empresas portuguesas que são também empresas familiares. Um estudo da Deloitte revela as maiores preocupações dos sucessores deste tipo de empresas: a disrupção, a inovação e a própria sucessão. Quase um terço conta perder quota de mercado. Contudo, o otimismo mantém-se.

Uma larga maioria dos sucessores das empresas de família — 47% — prevê disrupções no seu negócio nos próximos dois a três anos e 27% vê-se a perder quota de mercado para novas empresas. Porquê? Em parte, por alterações no mercado, confessam 20% dos inquiridos. Mas são mais — 24% — aqueles que apontam para as mudanças nas relações familiares como motor da disrupção. A sucessão é uma destas mudanças, contudo, 73% olham para este processo como “normal”, diz o um estudo da Deloitte que inquiriu 268 empresas familiares.

Em termos de alterações no mercado, os riscos recaem sobre as transformações digitais. Rosa Soares, partner e líder de Family Business da Deloitte realça em comunicado que “O presente torna-se passado num instante, uma tendência que, na perceção de muitos destes líderes, pode colidir com a tradição das empresas familiares”.

Ao mesmo tempo que anteveem desafios, a próxima geração de líderes acredita estar pronta para os enfrentar. Quase metade, 49%, encaram as disrupções como “naturais” e 32% veem aqui uma oportunidade. Apesar dos possíveis choques intergeracionais, os sucessores esperam que as transferências de liderança tragam sobretudo novas ideias para o seio da empresa. Além disso, consideram os negócios familiares menos burocráticos.

Os maiores receios num cenário de disrupção? Concentração da liderança dentro da família é um deles. Outro será a escassez de competências: 17% não acreditam possuir as competências certas e 35% dizem ter só “algumas” das competências necessárias.

 

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Inovação, até no turismo

  • Filipe S. Fernandes
  • 9 Agosto 2017

Universidade do Algarve tem papel fundamental no que toca a aproximar a investigação da vida real. E, apesar do défice tecnológico, já começaram a nascer ideias disruptivas na região sul do país.

Em 2013, Ignacio Correia, ligado às tecnologias de informação, estava na praia com o irmão quando lhe apeteceu uma bola de Berlim. Só que não viu nenhum vendedor à vista. Este ano, através da Algardata, empresa de software algarvia da qual é um dos administradores, nasceu a Bolinhas que foi lançada a 1 de julho.

Em Portugal, a aplicação já tem cobertura em praticamente todo o país e o informático pretende ainda expandir o projeto este ano para a Argentina e o Brasil. “Se conseguirmos 25 mil ‘downloads’ até ao final do ano e 5.000 vendedores em todo o mundo, para o ano teremos boas perspetivas”, disse à Lusa, Ignacio Correia, sublinhando que neste Verão, a aplicação vai manter-se gratuita.

Este é só um exemplo de um dos desafios da região: criar uma maior cultura de inovação, uma vez que se considera que o turismo era tradicionalmente um obstáculo à inovação, pois o setor não estava conotado com uma perspetiva de inovação tecnológica. A economia da região apresenta um perfil altamente dependente de setores de baixa intensidade tecnológica e uma alta concentração do emprego nos serviços (77,5%), sendo a restante população empregada no setor primário (8,1%) e na indústria (14,4%). E ainda que o próprio negócio global esteja a mudar com o impacto das plataformas tecnológicas, há vários obstáculos.

Recentemente a Uber lançou um projeto-piloto no Algarve atraído pelo número e turistas que estão a invadir Portugal — cerca de 21 milhões em 2017 –, e no Algarve. Por isso, como referiu Rui Bento, CEO da Uber Portugal, a aplicação permite sugestões e recomendações dos utilizadores que requisitarem o serviço de transporte no sul do país sobre praias, restaurantes e outras sugestões.

Numa análise recente feita pela Comunidade Intermunicipal do Algarve, referia-se como principais falhas para a inovação na economia do Algarve “a limitada cultura empreendedora, especialmente de conhecimentos ba­seados nas empresas”.

“As empresas locais têm capacidade limitada para absorver e beneficiar da investigação e a população residente carece de competências avançadas”. O segundo obstáculo está relacionado com a falta de infraestruturas tecnológicas de pro­moção da inovação e articulação de agentes públicos e privados em C&T. Isso impede a existência de vários tipos de agentes da inovação que devem preencher um sistema regional de inovação dinâmico, como agências de inova­ção, animadores de cluster, serviços de incubação, entre outros. Aqui, o papel da Universidade é particularmente importante, mas muitas vezes difícil de coordenar. A limi­tada atratividade fora das fronteiras nacionais exige uma estratégia regional de investigação clara para a universi­dade e a identificação de áreas de interesse comum, para que esta não esteja tão dependente do financiamento do orçamento geral da Universidade”.

A terceira limitação é a falta de conexão interna entre os atores e a falta de cooperação entre as empresas e as ligações limitadas entre os produtores de conhecimento, nomeadamente a Universidade do Algarve e as empresas, em especial as do turismo, o principal setor de especialização da região. Externamente, os diferentes tipos de atores estão relativamente bem conectados e têm ligações e redes internacionais relevantes.

O papel da Universidade

Esta instituição de ensino superior pode ter um papel chave no sistema de inovação da região. As suas apostas científicas têm tido o mar como orientação, com a biolo­gia Marinha e de água doce, pesca, ciências ambientais, bioquímica e biologia molecular, oceanografia, ecologia, ciências das plantas, geociências, química, engenharia elétrica e eletrónica, e zoologia. Mas também áreas como as ciências da saúde, a gestão e a economia estão no centro da sua atividade.

Um dos passos importantes, em que se liga as questões da saúde na região com a inovação e o investimento nas ciências da saúde, deu passo importante recentemente. A 20 de julho passado, foi criado o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), que vai agregar não só os hospitais da região, como o Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul (CMR Sul) e um centro de investigação e de ligação à Universidade do Algarve, “de modo a intensificar a integração das atividades de ensino superior, investigação e transmissão do conhecimento científico na prestação de cuidados de saúde e, assim, aumentar a qualidade destes cuidados e contribuir para a fixação de profissionais qualificados na região”.

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PCP vai insistir no Parlamento para manter Carris na esfera pública

João Ferreira disse, ao ECO, que o PCP vai intervir ao nível da Assembleia da República para garantir que a Carris vai manter o seu carácter público.

O PCP sempre foi contra a passagem da propriedade da Carris para a Câmara Municipal de Lisboa. Mas perante o ato consumado o Partido Comunista entendeu que era necessário introduzir salvaguardas que garantissem que a empresa continuava na esfera do Estado, dado o seu caráter estratégico. Agora com o veto do Presidente da República à blindagem da futura concessão da Carris a privados, João Ferreira, o candidato comunista à Câmara Municipal de Lisboa e eurodeputado, explicou ao ECO que o partido vai insistir, no Parlamento, em garantir que a empresa continua na esfera do Estado.

“Temos uma discordância de princípio da municipalização da Carris. Defendemos que a empresa deve estar no Setor Empresarial do Estado, para ser devidamente financiada pelo Orçamento do Estado”, disse João Ferreira ao ECO. O eurodeputado comunista sublinhou que o partido tem uma “reação negativa” à decisão de Marcelo Rebelo de Sousa e garante que o partido vai continuar a fazer o que sempre fez “intervir na Assembleia da República”.

“O PCP vai, na Assembleia da República, insistir nas salvaguardas para garantir a preservação do caráter público da empresa, manter a sua gestão pública”, acrescentou. “Não abdicamos de intervir”, frisou.

O PCP vai, na Assembleia da República, insistir nas salvaguardas para garantir a preservação do caráter público da empresa, manter a sua gestão pública.

João Ferreira

Eurodeputado do PCP

Questionado sobre se a estratégia do PCP é manter o diploma tal como está, forçando o Presidente da República a promulgar o mesmo texto, João Ferreira disse ao ECO que não tinha em mente esses detalhes. Isto porque, de acordo com a Constituição o Presidente da República é obrigado a promulgar os decretos da Assembleia da República à segunda vez que lhe são apresentados, isto se não tiver dúvidas de constitucionalidade. Uma promulgação que tem de ocorrer no prazo de oito dias.

Sobre futuras concessões, apontou: “O país está cheio de exemplos do que significa concessionar empresas estratégicas, desde a PT à banca, passando pela própria TAP, onde já são hoje visíveis as consequências da privatização”. “A Carris é importante demais para nós permitirmos que aconteça à Carris o mesmo que aconteceu a outras empresas”, concluiu.

Artigo atualizado às 17h00

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