Dados do emprego suportam Wall Street

As ações norte-americanas entraram em junho com o pé direito, num dia em que dados positivos sobre o emprego elevam a possibilidade de uma subida dos juros nos EUA ainda este mês.

Wall Street arrancou a primeira sessão de junho em alta, num dia em que dados acima do previsto sobre o emprego estão a conferir suporte às ações. Números que suportam a possibilidade de uma nova subida de juros na maior economia do mundo ainda em junho. O Nasdaq assinalou mesmo no arranque um novo máximo histórico.

Um relatório sobre o emprego do setor privado mostraram nesta quinta-feira que, em maio foram criados 253 mil postos de trabalho, bem acima dos 185 mil que estavam previstos, segundo uma poll da Reuters.

É perante este cenário que o índice S&P 500 soma 0,17%, para os 2.415,94 pontos, enquanto o industrial Dow Jones avança 0,1%, para os 21.030,55 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq 0,28%, para os 6.215,915 pontos. Ou seja, num novo recorde.

Penso que a Fed já tomou a sua decisão. A menos que haja dados realmente fracos do emprego amanhã, penso que há uma aprovação para que a Fed eleve as taxas em junho”, afirmou Peter Cardillo, economista-chefe de mercado da First Standard Financial em Nova Iorque, citado pela Reuters.

Ainda na última quarta-feira, o presidente da Reserva Federal de São Francisco, John Williams, afirmou ver um total de três subidas das taxas de juro nos EUA, este ano, antecipando mesmo a possibilidade de ocorrerem quatro incrementos das taxas até ao final do ano, caso os dados económicos surpreendam ainda mais pela positiva.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carlos Costa: regras bancárias europeias beneficiam norte da Europa

O governador do Banco de Portugal considera que as regras bancárias europeias estão a prejudicar o sul da Europa. Costa avisa que o cordão umbilical entre risco soberano e risco bancário mantém-se.

O governador do Banco de Portugal considera que o “quadro extremamente limitativo” fixado pelas autoridades europeias está a prejudicar o sul da Europa, sendo uma ameaça dado que limita a capacidade de financiamento da economia. Carlos Costa não acredita que os bancos optem por um processo de separação dos ativos problemáticos e avisa que o cordão umbilical entre risco soberano e risco bancário não foi eliminado.

“As regras [bancárias europeias] são um convite descarado e inadmissível para um tratamento diferenciado entre norte e sul da Europa”, acusou o governador do Banco de Portugal esta quinta-feira na conferência anual do CIRSF (Centro de Investigação em Regulação e Supervisão do Setor Financeiro) realizada nas instalações da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. Carlos Costa diz que estas regras são uma “ameaça” a países como Portugal dado que limitam a capacidade de financiamento.

“Foi uma coisa a que me opus desde sempre”, começou por dizer Carlos Costa. “Desde o primeiro dia em que entrou cá a Direção-geral da Concorrência [da Comissão Europeia] que acho ilegítimo e inadmissível que se faça política setorial a pretexto de ajudas de Estado“, considerou.

Duvido que uma instituição possa querer entrar num processo de separação dos ativos problemáticos se tiver capital suficiente para poder viver com eles durante o tempo necessário“, acrescentou o governador, referindo os custos elevados para os acionistas e para a instituição, além do custo para a estabilidade financeira, cuja confiança é “posta em causa”.

Apesar de considerar que o problema de Portugal está “largamente ultrapassado”, Carlos Costa teme choques externos vindos da União Europeia, com um “efeito dominó” a afetar gravemente a banca portuguesa. “A grande ameaça à União Europeia são as regras europeias em matéria de ajuda de Estado e de capitalização por via de burden sharing [partilha de risco]“, considerou o governador, acrescentando que “não ver isso é não ver que a recuperação económica de Portugal e da UE está condicionada pelo sistema financeiro”.

Um dos assunto que mais preocupa Carlos Costa é o percurso a fazer entre o estado atual e a conclusão da União Bancária e Monetária. “A situação de transição dos sistemas financeiros é muito delicada“, avisa, referindo que ainda “não eliminámos de forma alguma o cordão umbilical entre risco soberano e risco bancário”. Além disso, diz existirem “entidades com autoridade e entidades com responsabilidade que não são as mesmas”.

O governador do Banco de Portugal diz que as autoridades “não têm instrumentos para garantir a estabilidade porque estão condicionadas” pelas regras europeias, nomeadamente a das ajudas estatais e a das resoluções de bancos. “Só pode entrar num processo de recapitalização publica quem não pode sobreviver”, algo que limita a capacidade de financiamento das instituições que operam em países como Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Theresa May ganha nas sondagens e nos donativos

Atual primeira ministra deverá alargar a sua maioria parlamentar nas eleições do próximo dia 8 de junho no Reino Unido, apontam as sondagens. Também no plano financeiro May surgem destacada.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai a caminho de aumentar a maioria parlamentar do seu Partido Conservador nas próximas eleições britânicas. Isto numa altura que os dados sobre os donativos às diferentes campanhas indicam que May também lidera incontestavelmente.

De acordo com a Comissão Eleitoral, que publica todos os donativos acima das 7.500 libras, mostrou que o Partido Conservador recebeu 3,8 milhões de libras (cerca de 4,36 milhões de euros) em grandes donativos na terceira semana da campanha para as eleições que se realizam a 8 de junho. Já a principal força da oposição, o Partido Trabalhista, recebeu 331,5 mil libras (380 mil euros), enquanto os Democratas Liberais angariaram 310,5 mil libras (357,4 mil euros).

No terreno político, de acordo com uma sondagem da Bloomberg, Theresa May deverá alargar a sua maioria no Parlamento britânico. A cerca de uma semana da ida às urnas, seis das principais empresas de sondagens no Reino Unido — ICM, Ipsos MORI, ComRes, Opinium, Survation and YouGov — estão de acordo quanto ao facto de May estar bem posicionada para derrotar o seu principal rival, o trabalhista Jeremy Corbyn. Cinco das seis companhias de sondagens anteveem uma maioria de pelo menos 40 lugares de um total de 650 assentos na Câmara dos Comuns. Há estimativas que apontam para uma maioria de 200 lugares, inclusive.

May convocou eleições na esperança de conquistar um maioria superior, procurando legitimidade para negociar com a União Europeia os termos da saída do Reino Unido do projeto comunitário. Começou com uma vantagem de 20 pontos face ao Partido Trabalhista, mas as últimas sondagens diminuíram a margem de May.

Algo que não deverá, ainda assim, retirar a vitória clara da candidata conservadora no próximo dia 8, de acordo com a Bloomberg. Isto porque, no Reino Unido, o sistema eleitoral possibilita que um partido possa conquistar a maioria absoluta sem ter a maioria do voto popular.

As estimativas de maioria de May na Câmara dos Comuns situam-se entre os 50 e os 100 lugares, o que compara com os 17 assentos no último parlamento. A estimativa mais pessimista para a líder dos conservadores aponta para uma vitória com 32 lugares de diferença.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

São João, São João… santa ocupação. Hotéis quase lotados

  • ECO
  • 1 Junho 2017

A ocupação hoteleira para a altura das festas do padroeiro da cidade já ultrapassa os 90% nos hotéis de quatro e cinco estrelas.

Ainda faltam três semanas, mas os hotéis da invicta já estão perto da ocupação total. Ocupação hoteleira do Porto para o São João ultrapassa os 90 por cento nos hotéis de quatro e cinco estrelas, e o período de estadia está a aumentar.

O São João é uma das festas mais populares do norte de Portugal, pelo que atrai vários turistas. Festeja-se até 25 de junho entre concertos, circos, ateliês e marteladas, que motivam um prolongamento do tempo das estadias detetado pela Associação de Turismo do Porto e Norte (ATP). Já o Instituto de Turismo, o Turismo do Porto e Norte de Portugal (PNP) e o Aeroporto do Porto tinham avançado esta tendência, que complementada por um aumento na despesa, traz boas notícias para dentro da cidade.

A ATP procurará cativar os turistas logo à chegada, com a distribuição de martelos e balões no aeroporto. A marca Visit Porto vai vender os mesmos acessórios em pontos de turismo espalhados pela cidade. O diretor executivo ATP, Filipe Ortigão Guimarães, acredita que a associação que representa está a ser bem sucedida “na promoção externa do destino” e no “acolhimento nos postos de Turismo do Porto” e a contribuir desta forma para o crescimento da cidade que classifica como “exponencial”.

O aumento do turismo no Porto tem levantado a questão da cobrança da taxa turística, à semelhança do que já acontece em Lisboa. Recentemente, Manuel Pizarro, candidato do PS à Câmara Municipal, defendeu que esta “já devia estar a ser cobrada”. Desde 2016, esta taxa já rendeu 16,7 milhões a Lisboa, 3,3 milhões desde o início deste ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lei da Uber regressa hoje à Assembleia. Acordo não é para já

O Parlamento discute esta quinta-feira a proposta do PSD para regulamentar a Uber. "Está tudo em aberto", mas o documento deverá baixar à especialidade. Assunto está parado há mais de dois meses.

O transporte através de plataformas como a Uber é novamente tema de debate no Parlamento. Desta vez, porque o PSD apresentou um projeto de lei para regulamentar o setor, à semelhança do que fez o Governo, o BE e o PCP. Há quase três meses que o tema está parado na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas. Mas, esta quinta-feira, a regulamentação da atividade conhece uma nova página, com a discussão da proposta dos social-democratas na generalidade, numa reunião plenária que começa às 15h. Contudo, é difícil, senão pouco provável, que o debate culmine numa votação final, apurou o ECO.

Por um lado, o PS, o BE e o CDS têm esperança de que o projeto baixe à especialidade e que tudo possa ser discutido em conjunto. Por outro, em conversa, o deputado António Costa Silva reconhece que “está tudo em aberto” neste momento e que tudo dependerá da discussão e da predisposição dos deputados no debate em relação às regras propostas no documento. E explica: “Mesmo em relação à proposta apresentada pelo Governo, temos muitas dúvidas em relação a um conjunto de matérias que lá estão. Até no próprio entendimento que o Governo faz das plataformas. O Governo põe isso tudo muito na ótica de como se a plataforma não tivesse grande responsabilidade, como se fosse aqui um mero vendedor de perfumes ou outra coisa qualquer na internet.” O ECO sabe, no entanto, que há abertura da parte dos social-democratas para que o projeto baixe à comissão, tal como os restantes.

Do lado do PS, que está a preparar uma proposta de alteração ao projeto de lei apresentado pelo Governo, o deputado Luís Testa explica que o partido “não defenderá nem mais nem menos do que já defendeu” até aqui. Critica ainda o PSD por só agora apresentar uma proposta, não o tendo feito em março, em conjunto com as demais: “Esses projetos baixaram sem votação para se tentar, no quadro parlamentar, obter um consenso relativamente a este tipo de matérias. O PSD teve a oportunidade de, naquele tempo, também ter apresentado uma proposta.” E conclui: “Havendo intenção de regular o setor de atividade económica por parte agora também do PSD, depois das intenções quer do Governo quer do BE, que esses três projetos possam ser discutidos na especialidade em sede de comissão e ser objeto de um texto convergente conforme seja a vontade maioritária dos partidos.”

Na bancada do CDS-PP, Hélder Amaral reconhece que o partido ainda não decidiu o que fazer, mas que deverá estar em linha com a posição tomada em relação à proposta aprovada em conselho de ministros. “Ela também não é muito diferente da do Governo. Tem ligeiras nuances. Em termos de motoristas e veículos é praticamente a mesma coisa”, indica. Mas aponta também que o projeto “ignora completamente o setor do táxi”. Os centristas pedem, assim, um maior equilíbrio: “O que nós achamos e sempre dissemos é que não faz muito sentido dar tudo a uns e não dar nada aos outros”, diz ao ECO o deputado. E acrescenta: “Há uma componente de serviço público dos táxis que fica esquecida e que achamos que deve ser olhada com atenção. Há todo o setor do táxi que sofre com algo que é muito disruptivo para o setor. Não se pode, no fundo, ter uma lei do táxi exigente e trazer para o sistema as plataformas a quem se exige muito.”

Heitor de Sousa, deputado do BE, explicou que não se pode apenas traçar uma linha entre o que é o setor do táxi e o das plataformas eletrónicas de transporte, na medida em que operam no mesmo mercado. “A nossa oposição à proposta do Governo provavelmente será, basicamente, semelhante àquela que o PSD tem. Isto sem embargo de poder ver que alguns artigos aqui na proposta do PSD se distinguem dos do Governo e que, se calhar, merecem uma análise mais cuidada”, refere. Indica ainda que, “enquanto o Governo e aparentemente também o PSD” creem que “a utilização do táxi a partir de plataformas eletrónicas cria um novo mercado de transporte”, o BE acredita que que não: “Achamos que é o mesmo. E é um mercado segmentado, como é o do transporte aéreo com as low-cost e as companhias de valor regular, e como acontece em muitas outras áreas de atividade”, defende.

O ECO tentou ainda saber a posição do PCP, que já apresentou uma proposta de alteração ao projeto de lei do Governo, mas não obteve resposta em tempo útil.

É certo que o debate pode tomar um rumo totalmente diferente e que o PSD pode forçar a votação da proposta. É que, embora seja mais provável que haja um requerimento aprovado para fazer baixar o documento à especialidade, existe a possibilidade de o documento ser aprovado no Parlamento se, por exemplo, o PSD contar com o voto favorável do CDS e a abstenção do PS, ainda que a oposição do PCP e do BE seja garantida. Mas é só uma de muitas hipóteses.

Mesmo em relação à proposta apresentada pelo Governo, temos muitas dúvidas em relação a um conjunto de matérias que lá estão. Até no próprio entendimento que o Governo faz das plataformas. O Governo põe isso tudo muito na ótica de como se a plataforma não tivesse grande responsabilidade, como se fosse aqui um mero vendedor de perfumes ou outra coisa qualquer na internet.

António Costa Silva

Deputado do PSD

O que diz a proposta do PSD?

Em relação ao que propõem os social-democratas, o texto é semelhante em muitos aspetos com o do Governo. Mas há algumas diferenças. Desde logo, enquanto o Governo chama ao tema “transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma eletrónica” (sigla TVDE), o PSD opta pela designação “transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica” (sigla TIRPE).

O nome é, porém, o aspeto menos relevante em tudo isto. A proposta prevê as mesmas 50 horas de formação para motoristas que o Governo propôs, mas estabelece que nenhum motorista pode trabalhar mais do que dez horas por dia, independentemente do número de empresas do qual faça parte. Proíbe ainda os motoristas de rejeitarem corridas consoante a idade, género, orientação sexual, entre outros. Obriga à prova de idoneidade do motorista e responsabiliza também as plataformas na prestação do serviço, ao invés de apenas as empresas parceiras dessas plataformas.

O documento do PSD proíbe ainda os detentores de plataformas de serem proprietários de veículos ao serviço das mesmas, limitando também a comissão que cobram nos 25% do preço final pago pelo utilizador do serviço. Há ainda alguns detalhes no projeto, como a proibição de os carros terem publicidade no interior e no exterior, o estabelecimento de um pequeno dístico a colocar no para-brisas e a atribuição de um número de identificação único aos motoristas. E por falar em carros, estes não poderão ter mais do que nove lugares nem mais do que sete anos. Devem ainda estar sujeitos a inspeção anual e ter cobertura de um seguro de responsabilidade civil e acidentes pessoais que “inclua os passageiros transportados e respetivos prejuízos”.

"A economia de partilha coloca novas questões de natureza legal e regulatória de difícil resolução.”

Exposição de motivos do PSD

Projeto de lei nº 529/XIII/2ª

Motoristas queixam-se das multas, que não estão a ser pagas

Com o tema parado no Parlamento há quase três meses, os motoristas das principais plataformas queixam-se da demora e das coimas que estão a ser aplicadas pelas autoridades ao abrigo da lei atualmente em vigor. “Continua tudo na mesma, com uma agravante de que, nestes últimos dias, voltámos a ter uma carga de fiscalização ao nível das contraordenações. Uma carga forte. Aquilo que sinto é que sempre que se vai mexer neste assunto, a fiscalização aumenta e as contraordenações aumentam também”, desabafa ao ECO o presidente da Associação Nacional de Parceiros das Plataformas Alternativas de Transportes, que representa cerca de uma centena de empresas parceiras da Uber e da Cabify.

Vítor Conceição, motorista ao serviço da Uber, comenta a mesma coisa: “Continua a perseguição total às multas, a nosso ver cada vez mais discriminatória. A preocupação da PSP é multar, nomeadamente no aeroporto [de Lisboa], passando uma péssima imagem ao turismo, porque somos agentes de turismo. Há um entendimento qualquer da PSP de que somos taxistas”, defende.

O ECO contactou a PSP e o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), para atualizar o número de contraordenações levantado contra motoristas destas plataformas, bem como o montante total pago em multas. Não foi obtida resposta em tempo útil. Os últimos dados oficiais apontavam, que entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017, a PSP levantou 332 autos de notícia ao abrigo da alteração legislativa de novembro, proposta pelo PCP, que tornou ilegal o transporte de passageiros em veículos sem alvará.

"Aquilo que eu sinto é que sempre que se vai mexer neste assunto, a fiscalização aumenta e as contraordenações aumentam também.”

João Pica

Presidente da ANPPAT

As coimas não estarão, no entanto, a ser pagas. “Até ao momento, a informação que tenho é que está a ser feita contestação a todas. É um direito legal que nos assiste: o direito de contestação de qualquer contraordenação que exista”, garante João Pica. Sobre esse assunto, o PSD reconhece a possibilidade de se terem de fazer ajustes ao atual quadro legislatório, no sentido de evitar contradições. Leite Ramos, deputado do PSD que coordenou a elaboração do projeto que vai ser discutido esta quinta-feira, deixa até algum conforto aos motoristas: “A partir do momento que a lei seja aprovada, o enquadramento legal passa a ser outro e não há razão para as multas que agora estão a ser aplicadas.”

"A partir do momento que a lei seja aprovada, o enquadramento legal passa a ser outro e não há razão para as multas que agora estão a ser aplicadas.”

Leite Ramos

Deputado do PSD

O que os motoristas agora pedem é que seja aprovada uma lei, independentemente dos pormenores. “Neste momento, qualquer lei que saia é melhor do que a forma como estamos. É isso que pensamos”, indica o presidente da associação. Ao que o ECO apurou, a discussão da regulamentação do setor deverá ser retomada no início deste mês pelo grupo de trabalho constituído no Parlamento para o efeito. A explicação pela demora está na definição das prioridades, uma vez que a Comissão de Economia, que se encarrega de um conjunto alargado de assuntos, esteve nestas últimas semanas, a trabalhar sobre a municipalização da Carris, entre outros assuntos que estão agora a ser fechados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mexia, Arnaut e Barroso vão a Bilderberg. Veja a lista completa

  • ECO
  • 1 Junho 2017

O clube "secreto" de Bilderberg volta a encontrar-se. Três portugueses fazem parte da lista de convidados para debater as relações transatlânticas. O populismo também vai estar na mesa.

António Mexia, José Luís Arnaut e Durão Barroso. São estes os três portugueses convidados para mais um encontro de Bilderberg, que se realiza nos EUA entre 1 e 4 de junho. Fazem parte de uma lista de 131 participantes, de 21 países, que vai, este ano, debater as relações transatlânticas na era de Donald Trump.

O presidente executivo da EDP, que já foi ministro, José Luis Arnault, ex-ministro e sócio do escritório de advogados CMS Rui Pena & Arnaut, e Durão Barroso, ex-primeiro-ministro português, ex-presidente da Comissão Europeia, e atual presidente od Goldman Sachs, enquadram-se no lote de “líderes políticos, especialistas na indústria, nas finanças, académicos e imprensa” convidados para a 65ª edição do Bilderberg.

Neste novo encontro que é classificado como “secreto” porque quem nele participa pode utilizar a informação, mas não pode revelá-la de forma alguma, em cima da mesa estarão as relações transatlânticas, com a Administrção Trump a ser um dos tópicos a merecer maior destaque. O populismo, a guerra na informação também estarão em destaque.

Veja a lista completa dos convidados para a 65ª edição dos encontros de Bilderberg:

  • Achleitner, Paul M. (DEU), Chairman of the Supervisory Board, Deutsche Bank AG
  • Adonis, Andrew (GBR), Chair, National Infrastructure Commission
  • Agius, Marcus (GBR), Chairman, PA Consulting Group
  • Akyol, Mustafa (TUR), Senior Visiting Fellow, Freedom Project at Wellesley College
  • Alstadheim, Kjetil B. (NOR), Political Editor, Dagens Næringsliv
  • Altman, Roger C. (USA), Founder and Senior Chairman, Evercore
  • Arnaut, José Luis (PRT), Managing Partner, CMS Rui Pena & Arnaut
  • Barroso, José M. Durão (PRT), Chairman, Goldman Sachs International
  • Bäte, Oliver (DEU), CEO, Allianz SE
  • Baumann, Werner (DEU), Chairman, Bayer AG
  • Baverez, Nicolas (FRA), Partner, Gibson, Dunn & Crutcher
  • Benko, René (AUT), Founder and Chairman of the Advisory Board, SIGNA Holding GmbH
  • Berner, Anne-Catherine (FIN), Minister of Transport and Communications
  • Botín, Ana P. (ESP), Executive Chairman, Banco Santander
  • Brandtzæg, Svein Richard (NOR), President and CEO, Norsk Hydro ASA
  • Brennan, John O. (USA), Senior Advisor, Kissinger Associates Inc.
  • Bsirske, Frank (DEU), Chairman, United Services Union
  • Buberl, Thomas (FRA), CEO, AXA
  • Bunn, M. Elaine (USA), Former Deputy Assistant Secretary of Defense
  • Burns, William J. (USA), President, Carnegie Endowment for International Peace
  • Çakiroglu, Levent (TUR), CEO, Koç Holding A.S.
  • Çamlibel, Cansu (TUR), Washington DC Bureau Chief, Hürriyet Newspaper
  • Cebrián, Juan Luis (ESP), Executive Chairman, PRISA and El País
  • Clemet, Kristin (NOR), CEO, Civita
  • Cohen, David S. (USA), Former Deputy Director, CIA
  • Collison, Patrick (USA), CEO, Stripe
  • Cotton, Tom (USA), Senator
  • Cui, Tiankai (CHN), Ambassador to the US
  • Döpfner, Mathias (DEU), CEO, Axel Springer SE
  • Elkann, John (ITA), Chairman, Fiat Chrysler Automobiles
  • Enders, Thomas (DEU), CEO, Airbus SE
  • Federspiel, Ulrik (DNK), Group Executive, Haldor Topsøe Holding A/S
  • Ferguson, Jr., Roger W. (USA), President and CEO, TIAA
  • Ferguson, Niall (USA), Senior Fellow, Hoover Institution, Stanford University
  • Gianotti, Fabiola (ITA), Director General, CERN
  • Gozi, Sandro (ITA), State Secretary for European Affairs
  • Graham, Lindsey (USA), Senator
  • Greenberg, Evan G. (USA), Chairman and CEO, Chubb Group
  • Griffin, Kenneth (USA), Founder and CEO, Citadel Investment Group, LLC
  • Gruber, Lilli (ITA), Editor-in-Chief and Anchor “Otto e mezzo”, La7 TV
  • Guindos, Luis de (ESP), Minister of Economy, Industry and Competiveness
  • Haines, Avril D. (USA), Former Deputy National Security Advisor
  • Halberstadt, Victor (NLD), Professor of Economics, Leiden University
  • Hamers, Ralph (NLD), Chairman, ING Group
  • Hedegaard, Connie (DNK), Chair, KR Foundation
  • Hennis-Plasschaert, Jeanine (NLD), Minister of Defence, The Netherlands
  • Hobson, Mellody (USA), President, Ariel Investments LLC
  • Hoffman, Reid (USA), Co-Founder, LinkedIn and Partner, Greylock
  • Houghton, Nicholas (GBR), Former Chief of Defence
  • Ischinger, Wolfgang (INT), Chairman, Munich Security Conference
  • Jacobs, Kenneth M. (USA), Chairman and CEO, Lazard
  • Johnson, James A. (USA), Chairman, Johnson Capital Partners
  • Jordan, Jr., Vernon E. (USA), Senior Managing Director, Lazard Frères & Co. LLC
  • Karp, Alex (USA), CEO, Palantir Technologies
  • Kengeter, Carsten (DEU), CEO, Deutsche Börse AG
  • Kissinger, Henry A. (USA), Chairman, Kissinger Associates Inc.
  • Klatten, Susanne (DEU), Managing Director, SKion GmbH
  • Kleinfeld, Klaus (USA), Former Chairman and CEO, Arconic
  • Knot, Klaas H.W. (NLD), President, De Nederlandsche Bank
  • Koç, Ömer M. (TUR), Chairman, Koç Holding A.S.
  • Kotkin, Stephen (USA), Professor in History and International Affairs, Princeton University
  • Kravis, Henry R. (USA), Co-Chairman and Co-CEO, KKR
  • Kravis, Marie-Josée (USA), Senior Fellow, Hudson Institute
  • Kudelski, André (CHE), Chairman and CEO, Kudelski Group
  • Lagarde, Christine (INT), Managing Director, International Monetary Fund
  • Lenglet, François (FRA), Chief Economics Commentator, France 2
  • Leysen, Thomas (BEL), Chairman, KBC Group
  • Liddell, Christopher (USA), Assistant to the President and Director of Strategic Initiatives
  • Lööf, Annie (SWE), Party Leader, Centre Party
  • Mathews, Jessica T. (USA), Distinguished Fellow, Carnegie Endowment for International Peace
  • McAuliffe, Terence (USA), Governor of Virginia
  • McKay, David I. (CAN), President and CEO, Royal Bank of Canada
  • McMaster, H.R. (USA), National Security Advisor
  • Mexia, António Luís Guerra Nunes (PRT), President, Eurelectric and CEO, EDP Energias de Portugal
  • Micklethwait, John (INT), Editor-in-Chief, Bloomberg LP
  • Minton Beddoes, Zanny (INT), Editor-in-Chief, The Economist
  • Molinari, Maurizio (ITA), Editor-in-Chief, La Stampa
  • Monaco, Lisa (USA), Former Homeland Security Officer
  • Morneau, Bill (CAN), Minister of Finance
  • Mundie, Craig J. (USA), President, Mundie & Associates
  • Murtagh, Gene M. (IRL), CEO, Kingspan Group plc
  • Netherlands, H.M. the King of the (NLD)
  • Noonan, Peggy (USA), Author and Columnist, The Wall Street Journal
  • O’Leary, Michael (IRL), CEO, Ryanair D.A.C.
  • Osborne, George (GBR), Editor, London Evening Standard
  • Papahelas, Alexis (GRC), Executive Editor, Kathimerini Newspaper
  • Papalexopoulos, Dimitri (GRC), CEO, Titan Cement Co.
  • Petraeus, David H. (USA), Chairman, KKR Global Institute
  • Pind, Søren (DNK), Minister for Higher Education and Science
  • Puga, Benoît (FRA), Grand Chancellor of the Legion of Honor and Chancellor of the National Order of Merit
  • Rachman, Gideon (GBR), Chief Foreign Affairs Commentator, The Financial Times
  • Reisman, Heather M. (CAN), Chair and CEO, Indigo Books & Music Inc.
  • Rivera Díaz, Albert (ESP), President, Ciudadanos Party
  • Rosén, Johanna (SWE), Professor in Materials Physics, Linköping University
  • Ross, Wilbur L. (USA), Secretary of Commerce
  • Rubenstein, David M. (USA), Co-Founder and Co-CEO, The Carlyle Group
  • Rubin, Robert E. (USA), Co-Chair, Council on Foreign Relations and Former Treasury Secretary
  • Ruoff, Susanne (CHE), CEO, Swiss Post
  • Rutten, Gwendolyn (BEL), Chair, Open VLD
  • Sabia, Michael (CAN), CEO, Caisse de dépôt et placement du Québec
  • Sawers, John (GBR), Chairman and Partner, Macro Advisory Partners
  • Schadlow, Nadia (USA), Deputy Assistant to the President, National Security Council
  • Schmidt, Eric E. (USA), Executive Chairman, Alphabet Inc.
  • Schneider-Ammann, Johann N. (CHE), Federal Councillor, Swiss Confederation
  • Scholten, Rudolf (AUT), President, Bruno Kreisky Forum for International Dialogue
  • Severgnini, Beppe (ITA), Editor-in-Chief, 7-Corriere della Sera
  • Sikorski, Radoslaw (POL), Senior Fellow, Harvard University
  • Slat, Boyan (NLD), CEO and Founder, The Ocean Cleanup
  • Spahn, Jens (DEU), Parliamentary State Secretary and Federal Ministry of Finance
  • Stephenson, Randall L. (USA), Chairman and CEO, AT&T
  • Stern, Andrew (USA), President Emeritus, SEIU and Senior Fellow, Economic Security Project
  • Stoltenberg, Jens (INT), Secretary General, NATO
  • Summers, Lawrence H. (USA), Charles W. Eliot University Professor, Harvard University
  • Tertrais, Bruno (FRA), Deputy Director, Fondation pour la recherche stratégique
  • Thiel, Peter (USA), President, Thiel Capital
  • Topsøe, Jakob Haldor (DNK), Chairman, Haldor Topsøe Holding A/S
  • Ülgen, Sinan (TUR), Founding and Partner, Istanbul Economics
  • Vance, J.D. (USA), Author and Partner, Mithril
  • Wahlroos, Björn (FIN), Chairman, Sampo Group, Nordea Bank, UPM-Kymmene Corporation
  • Wallenberg, Marcus (SWE), Chairman, Skandinaviska Enskilda Banken AB
  • Walter, Amy (USA), Editor, The Cook Political Report
  • Weston, Galen G. (CAN), CEO and Executive Chairman, Loblaw Companies Ltd and George Weston Companies
  • White, Sharon (GBR), Chief Executive, Ofcom
  • Wieseltier, Leon (USA), Isaiah Berlin Senior Fellow in Culture and Policy, The Brookings Institution
  • Wolf, Martin H. (INT), Chief Economics Commentator, Financial Times
  • Wolfensohn, James D. (USA), Chairman and CEO, Wolfensohn & Company
  • Wunsch, Pierre (BEL), Vice-Governor, National Bank of Belgium
  • Zeiler, Gerhard (AUT), President, Turner International
  • Zients, Jeffrey D. (USA), Former Director, National Economic Council
  • Zoellick, Robert B. (USA), Non-Executive Chairman, AllianceBernstein L.P.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carlos Costa: Malparado tem de ser absorvido mais rapidamente do que no passado

O governador do Banco de Portugal alertou para os desafios que o sistema enfrenta ao entrar num período de facilitismo. Carlos Costa quer que o crédito malparado seja absorvido de forma mais rápida.

Carlos Costa, governador do Banco de PortugalPAULA NUNES / ECO

O crédito malparado deve ser absorvido pelos bancos de forma mais rápida do que no passado. Esta foi a ideia deixada por Carlos Costa na conferência anual do CIRSF (Centro de Investigação em Regulação e Supervisão do Setor Financeiro) realizada nas instalações da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões esta quinta-feira. O governador do Banco de Portugal diz que é preciso evitar que se acumulem stocks, utilizando métodos volumétricos diferentes dos atuais.

“Temos de retirar os ramos secos para não se acumular uma carga térmica que pode ser difícil de controlar”, afirmou o governador do Banco de Portugal, fazendo uma metáfora entre a supervisão bancária, uma floresta e um incêndio. “Os fluxos de NPLs (crédito malparado) têm de ser absorvidos mais rapidamente [pelos bancos] do que no passado“, defendeu, referindo que é necessário mudar os métodos volumétricos dos NPLs e melhorar a capacidade de análise, de forma a evitar que se acumule crédito malparado nos stocks dos bancos nacionais.

Ou seja, o governador disse ser necessário uma maior qualidade da informação — um “ponto crítico” — e qualidade nos planos de contas, nomeadamente na organização da leitura da realidade, e depois uma melhor capacidade de análise crítica dessa informação. “Se isso não existe, não há supervisão que possa evitar um problema“, concluiu.

Para justificar o presente nível de NPLs no sistema bancário português, Carlos Costa diferenciou o impacto da crise na Europa — onde a economia é financiada pelos bancos — e nos EUA — onde a economia é financiada pelo mercado de capitais. O governador argumentou que o impacto nos Estados Unidos foi mais intenso, mas a recuperação também foi mais rápida. Na União Europeia, foi estamos perante um “processo de tratamento prolongado” que debilita o paciente, afetando a capacidade dos bancos já capitalizados de financiar a economia — por terem baixa rendibilidade — e, por isso, de haver recuperação económica.

“O stock de NPLs é um reflexo da crise”, afirmou, referindo que este se tornou num problema dos bancos “porque os depositantes não estão à espera nem querem que esse reflexo [da crise] se transmita nas suas aplicações“. Ou seja, é uma questão de “preferência de risco”. “Temos NPLs porque o sistema bancário serviu de almofada entre a crise económica e o aforrador”, concluiu, assinalando ainda a “grande ajuda do lado do sistema europeu de bancos centrais”.

O governador disse que o problema do crédito malparado já tinha sido assinalado pelo Banco de Portugal “há muito tempo”. E, apesar de “estarmos num ponto em que a atitude pública é mais favorável à regulação”, Carlos Costa alertou para a evolução para um “cenário onde políticos e agentes financeiros vão começar a dizer que à sobre regulação que tem de ser revista”. Antes de chegar a esse estado, o governador pretende que haja uma “visão com componente estrutural de mitigação do risco”, tendo noção de que não é possível eliminá-lo, mas que é necessário manter a confiança nos bancos e a estabilidade financeira.

“O sistema tem de se dotar da capacidade de dissipar o impacto, absorver o impacto, e continuar a operar”, considerou o governador, referindo também que o “dogma de não há custos para ninguém só existe dentro de determinados limites“. “Antes de entrarmos em nova fase de facilitismo”, alertou, é preciso definir, dentro da União Europeia, qual é a “nossa preferência nacional de risco e de segurança”, estabelecendo parâmetros que devem ser seguido pelo supervisor. Sem isso, “estamos a pedir ao supervisor aquilo que ele não pode dar“, admitiu.

“Ainda ninguém se perguntou qual é o nível de equilíbrio necessário para assegurar o financiamento da economia com risco e simultaneamente a estabilidade financeira”, assinalou Carlos Costa, referindo que “é conveniente passar para cima do supervisor aquilo que é responsabilidade do regulador“. O governador pede assim que se separe a função de aconselhamento do supervisor da função legislativa do regulador, que constrói o quadro regulatório. “Que estrutura de regulação financeira assegura um melhor equilíbrio entre estabilidade financeira e crescimento económico?”, perguntou, acrescentando que ter “risco zero e desenvolvimento económico não é possível”.

Ao mesmo tempo, Carlos Costa diz ser necessário haver “válvulas de escape periódicas”. Regressando à metáfora da floresta, o governador do Banco de Portugal disse que para evitar “grandes incêndios” é preciso “cuidar da floresta e periodicamente aceitar que tem de haver carga térmica” para evitar que esta se acumule. Para Carlos Costa, o Banco de Portugal deve conservar a floresta, mas não cada uma das árvores, porque isso “limitaria a capacidade de conservar a floresta”.

Presente no segundo painel, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, falou da evolução do quadro regulatório, estabilidade financeira e desenvolvimento económico, ao lado de Andrea Enria, presidente da Autoridade Bancária Europeia, e Fernando Restoy, presidente do Instituto de Estabilidade Financeira de Basileia.

Os NPLs (crédito malparado) ascendem a cerca de 30 mil milhões de euros em todo o sistema bancário português. Por outro lado, os bancos têm neste momento uma liquidez de 60 mil milhões de euros.

Para o ministro das Finanças a solução “não passada apenas pela banca, mas também pela recuperação de empresas”. Em entrevista ao jornal espanhol El Pais, Mário Centeno afirmou que em Portugal não houve uma bolha imobiliário nem de crédito hipotecário. “O problema foi o incumprimento das empresas, não das famílias”, argumentou, referindo que o Governo está a legislar “para facilitar a capitalização das empresas”.

Esta quarta-feira, em entrevista à RTP, a administradora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, admitiu que com as atuais regras europeias não é possível criar um veículo para o malparado. “Já não é possível tirar os ativos do balanço do banco para serem comercializados [ao valor do mercado]”, disse.

“É preciso que o banco tenha esse capital para compensar a essa diferença (…) precisamente porque a regra mudou”, afirmou, acrescentando que a “fragilidade” de Portugal é não ter “os meios de Itália”, por exemplo, “para tornar a meter dinheiro nos bancos”.

Já o primeiro-ministro tinha admitido que a solução não seria um banco nem mau. Em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, citado pela Reuters, esta terça-feira, António Costa disse que o Governo está a desenvolver com o Banco de Portugal uma plataforma de estabilização da banca que visa coordenar o reembolso de dívidas aos bancos, ou seja, o crédito malparado, que não rende ao setor bancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Febase denuncia pressões para pré-reforma na Caixa

O secretário da Febase revela que "tomou conhecimento de que a instituição está a pressionar trabalhadores para aceitarem o programa de pré-reformas em vigor". A Caixa rejeita acusações.

A Febase endureceu o tom do discurso e exige à administração Caixa Geral de Depósitos que “deixe de pressionar os trabalhadores para aceitarem a pré-reforma”. Uma das medidas que a administração está a adotar no âmbito do plano de reestruturação acordado com Bruxelas, numa tentativa de reduzir custos. A Caixa rejeita estas acusações.

Em comunicado, o secretário da Febase, a federação que reúne quase todos os sindicatos da banca, revela que “tomou conhecimento de que a instituição está a pressionar trabalhadores para aceitarem o programa de pré-reformas em vigor”. De acordo com as regras do Programa de Pré-Reformas 2017 deve ser o trabalhador a inscrever-se no programa, no entanto, de acordo com o sindicato, “o que está a acontecer é que os trabalhadores a partir dos 55 anos que cumprem os requisitos necessários estão a ser chamados ao Departamento de Pessoal (DPE), mesmo sem que tenham manifestado interesse em sair do banco”.

"O que está a acontecer é que os trabalhadores a partir dos 55 anos que cumprem os requisitos necessários estão a ser chamados ao Departamento de Pessoal (DPE), mesmo sem que tenham manifestado interesse em sair do banco.”

Comunicado da Febase

O sindicato, que “considera de extrema gravidade o comportamento do banco público”, denuncia ainda que a Caixa, além da pressão inadmissível para que os trabalhadores cedam e aceitem a proposta”, “está também a prestar falsas informações sobre progressões na carreira, de forma a influenciar a decisão dos bancários”.

Em reação a estas declarações, fonte oficial da Caixa explica que “a direção de pessoal não presta informações falsas nem pressiona ilegitimamente os empregados, pelo que a afirmação da Febase não tem fundamento e é injuriosa para o profissionalismo e bom nome dos colaboradores desta direção”.

No mesmo esclarecimento, o banco público explica como funciona o Plano de Pré-Reformas para 2017. “A direção de pessoal tem procurado esclarecer todos os empregados elegíveis sobre as características e condições do programa, através de uma caixa eletrónica dedicada, reuniões com participações coletivas e, também, algumas reuniões individuais, muitas delas na sequência de pedidos de esclarecimento dos próprios, outras na sequência de reuniões com as respetivas hierarquias e ainda na sequência de pedidos para a caixa eletrónica”.

Segundo o Sindicato, a Caixa estará a informar os trabalhadores de que as progressões acabaram, mas o sindicato contesta, garantindo que o Acordo de Empresa continua em vigor. Por isso, “o congelamento terminou”, e “os trabalhadores esperam a subida ao nível 11 antes de se reformarem”. Segundo fonte oficial da Caixa estas afirmações “demonstram, em primeira mão, desconhecimento de como funciona o processo das promoções por antiguidade que sempre foi cumprido pela CGD nos termos do Acordo de Empresa”.

A contagem dos quatro anos de congelamento também “não é pacífico”, porque a CGD “pretende ignorar esse período, quando o Governo está ainda a ponderar a sua posição, tendo, em Portaria, solicitado informação a todas as instituições públicas e do setor empresarial do Estado sobre o encargo orçamental que esses anos poderão acarretar”.

O banco público teve um prejuízo histórico de 1,9 mil milhões de euros no ano passado, no sexto ano consecutivo de prejuízos para o líder do mercado bancário português. Na apresentação de resultados, a 10 de março, Paulo Macedo e Rui Vilar avançaram que a CGD vai cortar 2.200 postos de trabalho, através de pré-reformas e rescisões amigáveis, e fechar mais de metade dos balcões até 2020, no âmbito do acordado com Bruxelas.

Por ocasião dos primeiros 100 dias à frente da Caixa, Paulo Macedo disse ao ECO: “Estamos agora focados na redução dos custos. Naturalmente que as reestruturações mexem com as pessoas, e quando falamos de pessoas são sempre questões sensíveis. A redução do quadro de pessoal, o encerramento de agências e o aumento das comissões são decisões delicadas e exigentes que merecem a nossa atenção e reflexão.

Artigo atualizado às 17:32 com a posição da Caixa Geral de Depósitos

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

É preciso acelerar a limpeza do malparado. Solução europeia? Não

Andrea Enria diz que "se houver vontade, há forma" de resolver o malparado. Mas dificilmente haverá uma solução europeia. Terá de ser implementada a nível nacional. E os Estados têm de participar.

Andrea Enria, presidente da EBAPaula Nunes / ECO

A banca está muito melhor do que no passado. Está mais sólida, mas continua a enfrentar um grave problema: o malparado. Os alertas têm sido constantes, defendo-se a necessidade de encontrar uma solução, mas não é um processo fácil. Andrea Enria diz que “se houver vontade, há forma” de resolver o problema, mas admite que não será possível implementar uma fórmula comum nos vários países europeus. Cada país vai ter de avançar por si.

“Ao ritmo atual [de redução do malparado] não iremos conseguir atingir os níveis de empréstimos em incumprimento registados no período pré-crise nos próximos anos”, alertou o presidente da Autoridade Bancária Europeia (EBA), que participa na Conferência Internacional Anual do CIRSF – Centro de Investigação em Regulação e Supervisão do Setor Financeiro, em Lisboa. É preciso, por isso, acelerar o ritmo. São precisas soluções.

“Soluções de âmbito europeu não me parecem viáveis politicamente”, nota Enria. No entanto, defende que o desenvolvimento de orientações comuns para a gestão a nível nacional dos empréstimos em incumprimento poderá ser importante para facilitar a limpeza do balanço dos bancos.

Neste sentido, defende que é preciso garantir, em primeiro lugar, a melhoria da qualidade e a consistência dos dados sobre o malparado, algo no qual a EBA já está a delinear a pedido da Comissão Europeia. Este ponto, salientou, é muito importante no sentido em que servirá de base para o bom funcionamento de um mercado onde se possa transacionar estes créditos malparados.

Soluções de âmbito europeu não me parecem viáveis politicamente.

Andrea Enria

Presidente da EBA

“Com estas orientações, as metas ambiciosas [de redução de malparado] definidas pelos reguladores podem ser mais facilmente atingidas, num período de tempo mais curto”, notou o presidente da EBA, salientando, contudo, que para o fazer será sempre preciso o envolvimento dos Estados. É que nem todos os bancos têm situações de capital sólidas.

“Os bancos bem capitalizados serão capazes de concluir o processo sem necessitarem de contar com qualquer apoio dos Governos. Mas os bancos mais fracos, e os bancos mais pequenos, apesar de estarem solventes, poderão sentir dificuldades em acelerar o processo de reconhecimento de perdas com o malparado”, alerta.

Estes bancos mais pequenos “beneficiariam de um programa de apoio que lhes permitisse resolverem os problemas com os ativos de má qualidade de uma forma direta, reestruturarem-se e regressarem à rentabilidade”, diz, salientando que defende “o apoio público” que, por sua vez, iria fazer aumentar o apetite dos privados por estes ativos.

Resolver o malparado é, diz Enria, devido à dimensão que este problema assumiu na Europa, mas também devido ao “impacto que tem na recuperação da economia” da região, uma vez que “os bancos ficam com capital preso em créditos em incumprimento em vez de o utilizarem para concederem financiamento à economia”. Além disso, castigam a rentabilidade e aumentam os receios dos investidores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desemprego: corte nos subsídios mínimos cai já no pagamento deste mês

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 1 Junho 2017

Corte de 10% não poderá empurrar prestações para um patamar abaixo do IAS. Mas quem já recebe, desde o início, um valor mais baixo, continuará a ficar aquém deste patamar.

Dentro de algumas semanas, quando o subsídio de desemprego de junho for pago, há beneficiários que vão receber mais. Em causa estão os desempregados com prestações de valor mais reduzido, que ficarão protegidos, pelo menos parcialmente, do corte de 10%.

Em causa está uma alteração ao regime do subsídio de desemprego, já publicada em Diário da República, que, tal como António Costa tinha antecipado, entra em vigor esta quinta-feira.

O diploma passa a garantir que o corte de 10% que se aplica depois de seis meses de subsídio — introduzido em abril de 2012 — só abrange prestações acima do Indexante dos Apoios Sociais (IAS). Além disso, aquela redução não pode dar origem a um subsídio de valor inferior ao IAS, que, em 2017, corresponde a 421,32 euros.

O facto de o corte de 10% afetar prestações de valor mínimo já tinha gerado críticas do Provedor de Justiça.

A medida também abrange prestações em curso e, ao ECO, o ministério de Vieira da Silva garantiu que a eliminação ou redução do corte opera já no pagamento de junho (afastando assim a hipótese de ocorrer em julho com retroativos). Em regra, a Segurança Social paga os subsídios por volta de dia 23 de cada mês. O Ministério do Trabalho já tinha indicado antes que a media poderá abranger “cerca de 58% dos beneficiários de subsídio de desemprego que teriam um corte de 10% nas suas prestações”.

Corte cai mas há quem continue a ganhar abaixo do IAS

Ainda que fique agora garantido que o corte de 10% não poderá empurrar as prestações para um limiar abaixo do IAS, quem já recebe, desde o início, uma prestação inferior, continuará abaixo daquele patamar. Mas não terá o corte de 10%. Isto acontece porque nada muda na fórmula de cálculo do subsídio de desemprego.

Ou seja, o subsídio de desemprego continua a corresponder a 65% da remuneração de referência. Para calcular este valor, é preciso somar todos os salários declarados à Segurança Social nos primeiros 12 meses dos últimos 14 antes do desemprego (incluindo aqui, no máximo, um subsídio de férias e um de Natal devidos nesse período) e dividir o resultado por 12; o subsídio vai então corresponder a 65% deste valor.

Porém, há limites a ter em conta. Em regra, o subsídio que começa a ser pago a um desempregado não pode ficar abaixo de um IAS (embora o corte de 10% aplicado ao fim de seis meses pudesse, até aqui, baixar aquele valor). Além disso, a prestação também não pode ultrapassar 75% do valor líquido da remuneração de referência (que exclui descontos para a Segurança Social e IRS). Há, no entanto, uma exceção: se este valor ficar abaixo do IAS, aplica-se o montante mais baixo entre o IAS ou o montante líquido da remuneração de referência.

É o que acontece com remunerações mais reduzidas — que podem advir, por exemplo, de trabalho a tempo parcial. Um trabalhador com um salário muito baixo pode começar a receber, desde logo, um subsídio equivalente ao valor líquido da sua remuneração de referência, ainda que abaixo do IAS.

Um exemplo que consta no próprio guia prático da Segurança Social: uma pessoa com um salário de 300 euros conta com uma remuneração de referência de 350 euros. O valor do subsídio (65%) seria de 227,5 euros mas, assumindo que é solteiro e sem filhos, o valor de 75% da remuneração de referência líquida rondaria 234 euros. Sendo este valor abaixo de um IAS, tem direito a receber o valor líquido da remuneração de referência: 311,5 euros. Ao fim de seis meses, esta pessoa já não terá o corte de 10% que se aplicava até aqui.

Além dos limites referidos, o subsídio também não pode em caso algum exceder 2,5 IAS (1.053,3 euros em 2017).

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucro da Continental Pneus Portugal ultrapassa um milhão de euros

  • Lusa
  • 1 Junho 2017

Vendas caíram 6% mas não impediram a fabricante de pneus alemã de registar o segundo melhor resultado de sempre em Portugal.

O lucro da Continental Pneus Portugal (CPP) aumentou 14% em 2016, ultrapassando a fasquia do milhão de euros, enquanto as vendas recuaram 6%, para 67,4 milhões, ainda assim “o segundo melhor resultado de sempre”, foi hoje anunciado.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a empresa do grupo alemão Continental diz ter obtido um resultado líquido de 1,068 milhões de euros no ano passado e justifica a “ligeira descida” das vendas, face aos mais de 71 milhões de euros de 2015, com a “redução na venda de pneus para equipamento de origem para o principal cliente nacional, que se encontra em fase de adaptação de ciclos de produto”.

De acordo com o diretor geral da Continental Pneus, Pedro Teixeira, os “fatores decisivos” para os resultados obtidos no mercado nacional foram “o empenho e a dedicação da equipa e a coerência na estratégia da presença ativa nos diferentes canais de venda em toda a cadeia de negócio”.

Para este ano, as perspetivas apontam para um crescimento na ordem dos 1,5%.

No mercado de pneus pesados, a Continental diz ter registado um desempenho “bastante positivo” em 2016, com a faturação dos produtos de camião a apresentar um aumento global de 12% face a 2015, sendo que os pneus industriais tiveram “um ano excelente em termos de vendas”, mantendo os mesmos níveis de faturação de 2016.

"Os fatores decisivos para os resultados obtidos no mercado nacional foram “o empenho e a dedicação da equipa e a coerência na estratégia da presença ativa nos diferentes canais de venda em toda a cadeia de negócio.”

Pedro Teixeira

Diretor geral da Continental Pneus Portugal

No retalho, a Continental Pneus destaca ter mantido “a forte aposta no desenvolvimento da sua rede de parceiros ContiService”, que conta atualmente com 65 pontos de venda em Portugal Continental e nas ilhas: “Este projeto reforça a presença da Continental no mercado. Desenvolvemos e apoiamos os nossos parceiros na implementação de ferramentas de negócio adaptadas às suas necessidades, conferindo-lhe maior visibilidade junto do consumidor final e potenciando a dinamização e exploração do seu negócio”, sustenta Pedro Teixeira.

Segundo salienta, a Continental está “cada vez mais consciente da importância de ter uma presença ativa em toda a cadeia de valor, desde o tradicional retalhista, passando pelos diversos segmentos de clientes profissionais, até ao consumidor final”.

Dado o “crescimento acentuado” verificado nos últimos quatro anos no mercado de pneus ligeiros e pesados – 38% e 18,5%, respetivamente – a Continental prevê para este ano um crescimento de cerca de 1,5% em ligeiros e pesados.

“Contudo, no que se refere ao mercado de ligeiros, o crescimento do segmento UHP (Ultra High Performance – jantes 17” ou superiores) espera-se que seja mais acelerado”, destaca.

No mercado de ligeiros, a Continental diz manter para 2017 como “principal objetivo a consolidação da sua posição de liderança no mercado nacional”.

Entre as apostas da companhia para este ano está o segmento dos pneus industriais (‘specialty tires’), onde considera existirem “alguns indicadores positivos de desenvolvimento ligados à atividade industrial da distribuição, logística e ao aumento das atividades de portos e aeroportos” que permitam antecipar “um desenvolvimento muito positivo desta área de negócio”.

Outra aposta é o “crescimento estruturado da rede ContiService”, que conta atualmente com 65 pontos de venda, e que o responsável da Continental diz pretender assumir-se como “a referência nacional para qualquer retalhista de pneus que procure um conceito que lhe proporcione soluções com valor acrescentado”.

"Alguns indicadores positivos de desenvolvimento ligados à atividade industrial da distribuição, logística e ao aumento das atividades de portos e aeroportos permitam antecipar um desenvolvimento muito positivo desta área de negócio.”

Pedro Teixeira

Diretor geral da Continental Portugal

Já na área de pneus pesados, a estratégia da Continental para 2017 passa por manter a dinamização do contacto direto com as frotas e a consolidação da sua rede de parceiros Conti 360º.

Responsável pela comercialização e distribuição de 11 marcas do universo Continental nos segmentos ligeiros, pesados e industriais – entre as quais a Continental, Uniroyal, Mabor e Barum – a CPP emprega cerca de meia centena de trabalhadores e reclama a liderança, desde 2013, do mercado no segmento de pneus ligeiros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O petiz pergunta sobre transportes? A Pordata agora responde

  • Marta Santos Silva
  • 1 Junho 2017

O portal Pordata Kids expande-se, no dia da Criança, para responder aos pequenos que querem saber quantos acidentes de comboio acontecem ou quantos aviões passam pelos aeroportos.

As crianças também andam de transportes e, como sobre tudo o resto, estão sempre cheias de perguntas. Tantos aviões no céu: quantos passam por Portugal? Tantas pessoas no autocarro: quantas andam todos os dias? Os comboios serão seguros: quantos acidentes acontecem? Se até agora teve dificuldade em responder, a Pordata, o portal estatístico da Fundação Francisco Manuel dos Santos, ajuda a partir de hoje, com uma nova secção no seu projeto Pordata Kids dedicado aos Transportes.

Já havia dez temas na Pordata Kids, lançada em 2015, para responder com estatísticas às perguntas dos mais pequenos, num ambiente colorido e animado para lhes ser apelativo, onde podem aprender mais sobre tudo desde o meio ambiente até ao turismo.

Agora, também podem saber quantos quilómetros de linha de comboio há em Portugal — e que esse valor tem estado a diminuir desde os anos 1960 — ou quantos carros andam pelas nossas estradas. Nalguns casos, os dados também são enriquecidos com informação sobre os restantes países da Europa.

Quantos aviões aterram em Portugal? Agora as crianças também podem saber.Pordata/FFMS

A Pordata Kids vai ao encontro dos mais novos, contando com a sua curiosidade natural para explorarem as estatísticas sobre o país em que vivem. A Pordata Kids poderá também vir a ser uma importante ferramenta pedagógica e um auxiliar precioso de interesse partilhado entre as crianças e os adultos, os pais, os professores ou os educadores”, afirmou a diretora da Pordata, Maria João Valente Rosa, citada num comunicado da Fundação.

A informação na Pordata Kids, incluindo a que, a partir de hoje como comemoração do dia das crianças, estará disponível sobre os transportes, é destinada a um público entre os oito e os 12 anos, e é fácil de consultar de forma interativa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.