Orçamento de Trump dá gás a Wall Street

As bolsas norte-americanas caminham para o quinto dia de ganhos. Trump vai cortar nos gastos com os pobres e dar mais aos ricos através da redução de impostos. Wall Street gosta de ideia.

Esta quarta-feira é dia dos investidores ficarem a saber com maior detalhe a opinião da Reserva Federal sobre a economia norte-americana. Mas os mercados estão ainda a digerir os planos orçamentais de Donald Trump para o próximo ano. A nova Administração quer dar uma prenda aos mais ricos e cortes nos apoios aos pobres, estratégia que agradou a Wall Street: os índices acumularam ontem quatro sessões de ganhos e abriu esta quarta-feira em terreno positivo.

Em dez anos, Trump quer cortar 3,6 biliões de dólares em despesa do Estado norte-americano, o que irá implicar menos investimento em saúde (Medicaid), nos cupões de alimentação, os empréstimos aos estudantes e os programas de reformas federais. Por outro lado, Donald Trump quer gastar mais em defesa e na força militar norte-americana. A Segurança Nacional deverá ainda contar com 1,6 mil milhões de dólares dedicados ao início da construção do muro com o México em 2018.

O S&P 500 é o que mais valoriza com uma subida de 0,18% para os 2.398,44 pontos. O Nasdaq acompanha essa valorização com +0,15% para os 6.148,34 pontos. O Dow Jones está a subir 0,03% para os 20.945,66 pontos.

Contudo, esta quarta-feira os investidores vão ter também os olhos postos nas minutas da reunião dos governadores da Reserva Federal norte-americana. A Fed reuniu-se a 2 e 3 de maio, tendo decidido manter a política monetária intacta: a entidade liderada por Janet Yellen manteve a taxa de juro entre os 0,5% e 0,75% e disse estar atenta ao abrandamento económico no arranque do ano, que diz ser “transitório”.

As minutas poderão então ter mais pormenores sobre o que significa este travão no crescimento e qual será a probabilidade de um novo aumento da taxa de juro no próximo mês. Neste momento essa probabilidade fixa-se nos 75%. Além disso, os mercados querem saber como é que a Fed vai reduzir o seu balanço de 4,5 biliões de dólares de forma a preparar a retirada dos estímulos que injetou na economia norte-americana.

“Os nossos economistas norte-americanos (…) continuam com a expectativa de que a Fed vai subir [a taxa de juro] em junho e em setembro e que anuncie uma redução da folha de balanço em dezembro”, afirmaram os analistas do banco norte-americano Citibank, do Citigroup, citado pela Reuters.

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Os robôs ao serviço das empresas

O ScalABLE visa criar ferramentas de simulação, que permitem ao gestor de uma linha de produção identificar se esta necessita de um recurso num determinado ponto.

As empresas têm necessidades crescentes de ferramentas eficientes que lhes permitam otimizar a organização das suas linhas de produção. Esta necessidade juntou empresas e um instituto do Porto. A resposta foi o ScalABLE 4.0, um projeto que obteve financiamento do Horizonte 2020, o programa liderado por Carlos Moedas, que tem um orçamento global superior a 77 mil milhões de euros.

Simoldes Plásticos, Critical Manufacturing e Sarkkis Robotics, o grupo francês PSA (que detêm a Peugeot e a Citroën), o Fraunhofer IPA, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e a Universidade de Aalborg, na Dinamarca, são as entidades envolvidas no projeto que tem por objetivo coordenar um projeto europeu para adequar a automação de empresas em função do ciclo de vida dos seus produtos, através da integração de robôs e gestão de produção, criando assim fábricas “altamente flexíveis”.

O projeto tem implícito um investimento de quatro milhões de euros, sendo que o apoio do Horizonte 2020 é de 3,99 milhões euros. As entidades que recebem as maiores fatias são:

  • INESC TEC — 857,62 mil euros
  • Grupo PSA — 784,55 mil euros
  • Universidade de Aalborg — 713,75 mil euros
  • Fraunhofer IPA — 690 mil euros
  • Simoldes — 491,87 mil euros
  • Critical Manufacturing — 243,75 mil euros
  • Sarkkis Robotics — 217,5 mil euros

“Muitas vezes, os utilizadores finais [empresas] têm problemas em definir o nível correto de automação”, disse à Lusa o investigador Germano Veiga, do INESC TEC, a entidade coordenadora do ScalABLE 4.0. De acordo com o investigador, “robotizar em excesso nem sempre é bom” e quando se lança um produto no mercado, o investimento que é feito ao nível de automação pode não ter o retorno esperado ao longo do ciclo de vida do mesmo.

Simulação: O objetivo é implementar um software que otimize as aplicações de modo a reduzir os custos e aumentar a eficiência dos recursos dos sistemas de transformação durante o processo de decisão que vai desde a conceção à operação de tais sistemas. ScalABLE4.0

Com este projeto pretende-se, por um lado, “aplicar os desenvolvimentos que ocorridos nos últimos anos na área da robótica flexível”, ou seja, em “robôs capazes de se movimentar na sala de fabrico ou que sejam facilmente reconfigurados para uma nova função“, explicou Germano Veiga.

Por outro lado, acrescentou, visa criar ferramentas de simulação, que permitem ao gestor de uma linha de produção identificar se esta necessita de um recurso num determinado ponto, mudando o mesmo ou simulando a sua mudança, de forma a verificar o impacto.

No INESC TEC — uma instituição criada para constituir uma interface entre o mundo académico e o mundo empresarial — participam o Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes (CRIIS), responsável pela área de robótica, e o Centro de Engenharia de Sistemas Empresariais (CESE), na simulação e integração vertical.

O ScalABLE 4.0, um dos 241 projetos financiados no âmbito das “Fábricas do Futuro”, rede europeia que tenciona aumentar a competitividade da manufatura a nível europeu, finaliza em 2020.

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Comércio Investe: Economia diz que transitaram para 2017 “situações excecionais”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Maio 2017

CCP diz que o Governo deve entre 1,5 e dois milhões de euros a empresas do setor no âmbito do programa Comércio Investe. Ministério da Economia afirma que generalidade dos pedidos em 2016 foi pago.

A generalidade dos pedidos de pagamento relativos ao programa Comércio Investe que foram apresentados em 2016 já foram pagos. Mas houve casos que transitaram para 2017, sobretudo porque não reuniam os requisitos legais para pagamento, revelou o Ministério da Economia ao ECO.

A resposta do Ministério surge depois de a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) ter afirmado que o Governo deve entre 1,5 e dois milhões de euros a empresas e associações do setor, relativos a incentivos no âmbito do programa Comércio Investe. Os atrasos são “muito significativos”, garantia a confederação liderada por João Vieira Lopes, e chegam a estar relacionados com a primeira fase de candidatura, que decorreu no final de 2013.

Questionado sobre este assunto, o Ministério da Economia não confirmou os montantes em dívida. Garantiu porém que “em 2016, a generalidade dos pedidos de pagamento relativos a projetos aprovados no âmbito do Comércio Investe apresentados e validados foram pagos, tendo transitado para 2017 essencialmente situações excecionais que não puderam ser regularizadas por os respetivos promotores não verificarem os requisitos legais necessários ao pagamento“. Acrescentou ainda que “a maioria dos pedidos de pagamento atualmente pendentes foram submetidos para regularização em 2017”. Nesse sentido, a “regularização de todos os pagamentos será efetuada uma vez reunidas todas as condições para o efeito”, concluiu a mesma fonte.

O programa Comércio Investe, virado para a modernização do comércio tradicional, insere-se no âmbito do Fundo de Modernização do Comércio, financiado nomeadamente por taxas pagas pela grande distribuição quando está em causa a abertura ou modificação de estabelecimentos.

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E o mais barato é… o Jumbo. Mas por pouco

  • ECO
  • 24 Maio 2017

Na hora de poupar, conta o cabaz e o distrito onde se passeia o carrinho. A escolha mais barata é o Jumbo, seguido bem de perto pelo Continente. O Porto conseguiu o título de campeão nos preços.

O Jumbo conseguiu a medalha de ouro em 2016, pois foi a cadeia que deixou os consumidores guardarem o metal mais precioso: o das suas moedas. A cadeia sobe assim no ranking da DECO Proteste face a 2016, destronando o Continente por uma pequena margem. As lojas Continente são cerca de um ponto percentual mais caras, mas os preçários são bastante aproximados independentemente da estação do ano.

Quanto ao distrito com os preços mais baixos, o Porto leva o título, mas Faro e Vila real seguem-lhe as passadas. Uma família que gaste em média 150 euros pode poupar até 228 euros se fizer as compras no Porto. Se a despensa só ficar preenchida despendendo 400 euros por mês, a poupança no final pode ascender aos 600 euros. Em Lisboa, com as mesmas compras, só conseguiria poupar 500 euros.

Os cálculos da DECO tiveram como referência um cabaz de 243 produtos de todas as categorias. Continha as marcas mais vendidas: mais de metade eram marcas de fabricante e os restantes 40% marcas brancas, em sintonia com o comportamento do cliente mais comum.

Mas os comportamentos diferem: há quem prefira o peixe da praça, a carne do talho… e por isso a DECO disponibiliza uma ferramenta que lhe facilita as contas. Para além do mais, é certo que outros fatores pesam bastante na escolha da superfície, como a localização ou as marcas disponíveis. Mas segundo o mesmo estudo, os maiores persuasores parecem mesmo ser os mais pequenos.

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Messi condenado a 21 meses de cadeia por fraude fiscal

O Supremo espanhol ratificou a condenação do jogador argentino a quase dois anos de prisão. Em causa estão 4,1 milhões de euros não declarados. Por ser inferior a 24 meses, pena pode ser suspensa.

Lionel Messi foi condenado a 21 meses de prisão por três delitos fiscais relativos aos anos de 2007, 2008 e 2009 que, ao todo, resultam em 4,1 milhões de euros não declarados, segundo o El País. O Supremo espanhol ratificou a decisão imposta em julho do ano passado, mas o jogador do Barcelona pode ter a pena suspensa por esta ser inferior a dois anos. Tal como em casos semelhantes de outros jogadores de futebol, incluindo o de Cristiano Ronaldo, em causa está a não tributação de direitos de imagem, neste caso no valor de 10,1 milhões de euros, em três anos.

O tribunal recusou assim os recursos apresentados pelos advogados do jogador e do seu pai, que também foi condenado. Jorge Horacio Messi viu a sua pena diminuída de 21 para 15 meses por lhe ter sido aplicado uma atenuante de reparação de danos, escreve o jornal espanhol, ao devolve ao Fisco espanhol o dinheiro defraudado. A multa de Messi filho atinge cerca de um milhão de euros. A do seu pai ascende aos 1,5 milhões de euros.

Os juízes, na sentença, referem que têm dúvidas sobre a exclusão dos consultores fiscais de Messi e seu pai do caso. Os advogados de defesa tinham até argumentado que Messi tinha confiado as suas obrigações com o Fisco a seu pai e aos seus assessores. “Eu dedicava-me a jogar futebol”, disse o jogador em sua defesa, referindo que “em nenhum momento” lhe tinha passado pela cabeça “enganar” alguém.

Já o seu pai, Jorge Horacio Messi, tinha indicado os seus assessores fiscais como os responsáveis. “Necessitava que alguém nos assessorasse em todo o que é da lei porque de isso não entendo nada, é como chinês”, defendeu-se.

Mas o tribunal espanhol não foi permeável a estes argumentos, afirmando que Lionel Messi atuou com “ignorância deliberada” quando evitou informar-se sobre o que estava a seu alcance através de “meios fiáveis, rápidos e ordinários”. “O desconhecimento evitável não é um erro e não pode provocar um esvaziamento da responsabilidade”, argumenta o tribunal, referindo que “não pode errar aquele que não tem interesse de conhecer” e concluindo que Messi preferiu deliberadamente cometer um delito.

Ronaldo, Coentrão e outros portugueses envolvidos em casos semelhantes

Na semana passada, outro jornal espanhol, o El Confidencial, revelou que Cristiano Ronaldo vai ser acusado de fraude fiscal também por ter evitado pagar impostos sobre direitos de imagem usando uma empresa irlandesa. A Autoridade Tributária do país vizinho estará a finalizar a acusação contra o futebolista português, já que o caso, que remonta a 2011, prescreve a 30 de junho deste ano. A divulgação pública do caso começou com a investigação jornalista Football Leaks onde, para além de Ronaldo, também Coentrão, Mourinho, Jorge Mendes e outras figuras do futebol nacional eram visadas.

Há duas semanas, Fábio Coentrão foi acusado de fraude fiscal pelo Fisco espanhol por causa de não ter declarado 1,3 milhões de euros entre 2012 e 2014. Mais uma vez, o que esteve e está em causa são direitos de imagem. Coentrão era também um dos visados dos Football Leaks, caso que deixou o Fisco português em alerta: no final do ano, o Expresso noticiou que foi feito um pedido de cooperação da Direção de Serviços de Investigação da Fraude (pertencente à AT) para que ter acesso aos documentos. A Autoridade Tributária seguiu os passos de Espanha e França, tendo como objetivo averiguar se o Estado foi lesado em algum negócio do mundo do futebol.

A empresa que gere a carreira de vários portugueses como Ronaldo e Mourinho, a Gestifute, gerida por Jorge Mendes, é o denominador comum dos esquemas de alegada fuga fiscal. Mendes tem vindo a defender-se dizendo que cumpre todas as regras e que os seus agenciados pagam impostos no país onde trabalham. Contudo, os Football Leaks revelaram o esquema alegadamente construído pela Gestifute, criando empresas que pagam menos impostos sobre receitas de direitos de imagem face ao que é pago por um cidadão. Esse dinheiro depois chegaria por fim ao destinatário, mas através de uma jurisdição com secretismo onde o rasto se perderia.

O caso do jogador espanhol Xabi Alonso, por exemplo, foi arquivado. Mas, ainda esta terça-feira, a polícia francesa fez buscas ao Paris Saint-Germain e às casas dos jogadores de Di Maria e Pastore por causa, mais uma vez, da suspeita de fraude fiscal relativo à tributação de direitos de imagem. Em comum têm o esquema de pagamento: alegadamente, os jogadores criavam empresas em países europeus com menor tributação (os casos principais registam-se na Irlanda e Holanda), as quais recebiam as receitas dos direitos de imagem dos jogadores e depois transferiam esses montantes para contas abertas em paraísos fiscais (ou jurisdições com secretismo), como é o caso do Panamá.

(Atualizado às 13h42)

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OCDE recomenda a países testarem rendimento universal básico

  • Lusa
  • 24 Maio 2017

A Finlândia já está a testar e a OCDE quer que os restantes países sigam essa recomendação. Em causa está o atual sistema de proteção social que está a ficar obsoleto dadas as transformações sociais.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) considera positivo que os países experimentem a eficácia do rendimento universal básico, como a Finlândia ou a Holanda, porque o atual sistema de proteção social está a ficar obsoleto. Durante a apresentação do relatório da OCDE “O que mudaria um rendimento universal?”, Stefano Scarpetta, diretor de Emprego e Trabalho da organização, considerou que a concessão de um rendimento mensal a todos os cidadãos é “um debate importante, necessário e útil”.

Neste tipo de países, que são muito generosos com o desemprego […], às vezes não compensa trabalhar.

Stefano Scarpetta

Diretor de Emprego e Trabalho da OCDE

Assim, experiências como a que está em curso na Finlândia, onde cerca de 2.000 desempregados recebem 560 euros por mês, são necessárias para saber o que funciona, disse. “É uma forma de compreender antes de uma aplicação a nível nacional, que é muito complicado”, sublinhou Scarpetta na sede da OCDE em Paris.

Para o diretor, estas provas são pertinentes, pois o atual sistema de proteção social tem de adaptar-se a um novo modelo económico que produz menos assalariados e um aumento de trabalhadores independentes, que têm menos direitos sociais. O documento analisa quatro países (Itália, França, Finlândia e Reino Unido), tendo como pressuposto que o rendimento universal seria aplicado a todos os adultos e menores e excluiria todos os reformados.

Com esta modalidade, a conceção do rendimento universal significaria a eliminação de todas as ajudas ou prestações sociais, como o subsídio de desemprego, conservando-se apenas as ajudas à habitação e aos deficientes. A simulação realizada pela OCDE também parte do pressuposto de que as contas estão equilibradas, fazendo com que a aplicação implicaria um aumento dos impostos, sobretudo para os mais ricos, para que o défice não aumente.

Para os autores do relatório, o impacto do rendimento universal depende do sistema de proteção de cada país. Nos países onde as ajudas são robustas, casos da Finlândia e do Reino Unido, não se resolve o problema da pobreza, porque o pagamento de um rendimento universal significa uma retirada de ajudas a populações em risco.

[A concessão de um rendimento mensal a todos os cidadãos é] um debate importante, necessário e útil.

Stefano Scarpetta

Diretor de Emprego e Trabalho da OCDE

Nestes casos, a OCDE defende uma intervenção “mais centrada” em estratos vulneráveis, como os jovens que entram no mercado de trabalho. Contudo, em Itália, tal como sucederia em países com níveis de proteção parecidos como Portugal, Espanha e Grécia, o impacto do rendimento universal seria muito positivo devido à escassez de ajudas.

Segundo Scarpetta, outro impacto potencialmente positivo da adoção do rendimento universal é a mudança de “comportamento” face ao mercado laboral, um assunto que interessa à Finlândia. “Neste tipo de países, que são muito generosos com o desemprego […], às vezes não compensa trabalhar”, comentou Scarpetta. Em contrapartida, com a atribuição do rendimento universal, estas pessoas poderiam estar dispostos a aceitar trabalhos que antes não pensavam, porque acumulariam salário e rendimento universal.

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Subsídio de desemprego: travão no corte de 10% abrange prestações em curso

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Maio 2017

Norma que elimina corte de 10% nos subsídios de valor mais baixo entra em vigor a meio da próxima semana. Prestações em curso são beneficiadas.

A norma travão que protege os subsídios de valor mínimo chega ao terreno a meio da próxima semana, afirmou já o primeiro-ministro. E abrangerá as prestações em curso, confirmou o ECO junto do Ministério do Trabalho e Segurança Social.

“Esta alteração vai abranger as prestações em curso. Às prestações que já tenham o corte de 10%, será aplicado o travão do valor do IAS, pelo que, ou deixarão de ter o corte ou este será reduzido”, afirmou fonte oficial do Ministério de Vieira da Silva.

A medida poderá abranger “cerca de 58% dos beneficiários de subsídio de desemprego que teriam um corte de 10% nas suas prestações”, adianta a mesma fonte. O Público e o Jornal de Negócios já tinham adiantado que podem estar em causa cerca de 136 mil pessoas, a avaliar pelo número de desempregados que viram o subsídio cair para valores abaixo do mínimo no ano passado.

Em regra, o subsídio mínimo corresponde ao Indexante dos Apoios Sociais, que este ano ascende a 421,32 euros. Porém, uma norma criada pelo Executivo de Passos Coelho em abril de 2012 veio introduzir um corte de 10% nos subsídios atribuídos há mais de seis meses, incluindo os de valor mínimo, questão que já levantou objeções ao Provedor de Justiça.

PS e Bloco de Esquerda querem eliminar este corte de forma definitiva em 2018. Para já, é apenas certa a eliminação parcial do corte, garantindo que a redução de 10% não atira o valor do subsídio para um montante abaixo do IAS.

“Vamos já a partir do próximo dia 1 de junho reverter parcialmente esse corte do subsídio de desemprego, com a introdução de uma norma travão para que esse corte nunca coloque ninguém abaixo do limiar do indicador de apoio social”, afirmou António Costa esta terça-feira, no debate quinzenal. Porém, o ECO sabe que o diploma ainda aguarda promulgação por parte do Presidente da República.

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Revista de Imprensa Internacional

  • ECO
  • 24 Maio 2017

A Bankia e a Uber querem despender milhões, mas a primeira não pode. Trump não influencia significativamente o mercado de petróleo com as suas propostas. Na Europa, a preocupação é a proteção social.

A volta ao mundo começa no Brasil, onde a Justiça permite a publicação de áudios que levam ao protesto dos jornalistas, passa pelos negócios da banca espanhola e pela Uber nos EUA e desce ao subsolo com Trump e os efeitos das suas propostas da produção de petróleo, que são baixos. Ainda na Europa, a OCDE lança o debate sobre a renda universal básica como solução para o problema do sistema de proteção social.

Valor Econômico

Supremo Tribunal Federal levanta sigilo e conversa de jornalista com irmã de Aécio é divulgada

Uma conversa entre o jornalista Reinaldo Azevedo e Andrea Neves, irmã do senador envolvido no caso Lavo-Jato, Aécio Neves, foi tornada pública num site de notícias esta terça-feira. A suspensão do sigilo dos aúdios foi decretada pelo ministro relator Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Facchin, a pedido da Procuradoria-Geral da República. Na conversa, Azevedo critica a revista Veja, da qual acabou por se despedir. A Associação Brasileira de Imprensa está num coro de protestos com os jornalistas brasileiros. Leia a notícia completa no Valor Econômico (Acesso gratuito / Conteúdo em português)

CNBC

Venda de reservas de crude proposta por Trump não é um problema para a OPEP: Goldman Sachs

Trump propôs vender metade das reservas de crude dos EUA. A Goldman Sachs acredita que a proposta vai ter pouco impacto no acordo de cortes à produção dos países da OPEP. As previsões da financeira baseiam-se nas dimensões do mercado, 98 milhões de barris por dia, e dos próprios cortes da OPEP, 1,7 milhões de barris por dia, muito superiores à média de vendas que os EUA concretizariam, na ordem dos 66.000 barris por dia entre 2018-2020 e apenas 25.000 este ano. Leia a notícia completa na CNBC (Acesso gratuito / conteúdo em inglês)

Expansión

Bankia necessita de permissão da UE para comprar Popular antes de janeiro

Em 2012, o Bankia, entre outras entidades espanholas, recebeu apoios à sua capitalização através do Fundo de Reestruturação Ordenada da Banca (mais conhecido por Frob). O acesso a estes fundos impunha várias condições. No caso do Bankia, ficou estabelecido que nos cinco anos seguintes (portanto, até 2017) a entidade teria de manter um balanço inferior a 252 mil milhões de euros e não estaria autorizado a fazer qualquer operação de consolidação. Deste modo, a compra do Popular está vedada até aprovação da UE. Leia a notícia completa no Expansión (Acesso gratuito / conteúdo em espanhol)

The New York Times

Uber vai devolver milhões aos condutores, a quem possivelmente deve bem mais

Esta terça a Uber admitiu ter passado o vermelho: a empresa anunciou um erro no cálculo das comissões a pagar aos seus condutores nova-iorquinos, estando em dívida na ordem dos milhões de dólares. A Uber comprometeu-se a corrigir o erro devolvendo os montantes devidos aos condutores — com juros. Leia a notícia completa no New York Times. (Acesso gratuito / conteúdo em inglês)

Cinco Días

A OCDE incita os países a testar a eficácia da renda universal básica

O Cinco Días, citando a EFE, adianta que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico classifica o atual sistema de proteção social como “obsoleto” e sugere que se prove a eficácia do rendimento básico incondicional (RBI). Stefano Scarpetta, diretor de Emprego e Trabalho desta organização, realça que este é um “debate importante, necessário e útil”. Dá como exemplo as experiências que a Finlândia está a levar a cabo. Leia a notícia completa no Cinco Días (Acesso gratuito / Conteúdo em espanhol)

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Pagar mais cedo ao FMI leva investidores a pedir juros mais altos a Portugal

O Governo quer reembolsar o empréstimo do FMI mais cedo do que o previsto, procurando tirar partido das melhores condições do mercado. A má notícia: os investidores também estão a pedir mais.

A intenção de reembolsar antecipadamente os empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) está a levar os investidores a pedirem juros mais altos para comprarem dívida portuguesa. Isto porque parte do pagamento ao Fundo será realizado por via da emissão de mais obrigações.

Depois de cinco sessões em queda, os juros associados à dívida portuguesa interromperam esse ciclo depois de o secretário de Estado das Finanças ter adiantado esta terça-feira que o Governo já pediu autorização ao Ecofin para pagar antecipadamente ao FMI cerca de dez mil milhões de euros dos empréstimos concedidos durante o programa de assistência financeira.

Juros portugueses voltam às subidas

Fonte: Bloomberg (valores em %)

As taxas da dívida portuguesa subiram ontem e voltam a subir esta quarta-feira, num dia de descompressão nos restantes países. No caso das obrigações a dez anos, a yield exigida pelos investidores aumenta mais de três pontos base para 3,205%.

Parte do empréstimo ao FMI será reembolsado com recurso a nova dívida portuguesa, com a vantagem portuguesa de conseguir baixar os custos de financiamento da República. Ao invés de pagar um juro de 4,3% ao Fundo, o Executivo procura tirar partido das melhores condições financeiras que encontra atualmente no mercado e evitar o “efeito de bola de neve” que o Banco Central Europeu (BCE) identificou como risco para a sustentabilidade da dívida portuguesa.

Em causa está o facto de o país ter um elevado endividamento público, de mais de 130% do Produto Interno Bruto (PIB), e continuar a financiar-se a taxas mais altas do que as taxas de crescimento da economia, contribuindo para uma situação em que cria cada vez mais dívida.

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BCE vê “excessiva exuberância” nos preços das casas

Os preços das casas têm subido em todos os países do euro. Em alguns, de forma mais expressiva do que noutros, à boleia do contexto de juros muito baixos. O BCE está em alerta.

O Banco Central Europeu (BCE) está preocupado com a valorização dos preços das casas nas capitais dos países do euro. Alerta que poderá haver uma “excessiva exuberância” em alguns mercados. Sem nunca referir Lisboa, ou Portugal, o banco central nota no Relatório de Estabilidade Financeira que esta escalada nos valores das habitações está a ser patrocinada, em parte, por investidores estrangeiros.

“Apesar das divergências na evolução dos preços a nível regional poderem ser justificadas por fatores fundamentais, tais como diferenças no rendimento, emprego, dinâmicas da população e serviços, podem também sinalizar uma exuberância excessiva nos preços das casas em determinadas áreas, por exemplo devido à forte presença de compradores estrangeiros”, diz o relatório.

Esta exuberância, que o BCE nota particularmente em cidades como Berlim, Paris, Viena e Amesterdão, poderá levar a um efeito de contágio ao resto do país. “Neste sentido, uma monitorização próxima da tendência dos preços dos imóveis parece necessária já que poderá indicar um crescendo das vulnerabilidades nos mercados imobiliários a nível nacional”.

A escalada dos preços das casas é resultado, além dos compradores estrangeiros, do contexto de taxas de juro muito baixas. “A evolução exuberante dos preços das casas em zonas específicas poderá ameaçar a estabilidade das instituições financeiras mais expostas ao crédito hipotecário concentrado nessas zonas. Isto num contexto de taxas de juro baixas que leva a uma procura por rentabilidade”, remata.

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PSD quer “aumentar democraticidade e representatividade” do Conselho Económico e Social

  • Lusa
  • 24 Maio 2017

O PSD propõe mudar as regras de funcionamento do plenário do Conselho Económico e Social (CES) de modo a "aumentar a democraticidade e representatividade" deste órgão.

O PSD entregou um conjunto de diplomas na especialidade para alterar as regras de funcionamento do plenário do Conselho Económico e Social (CES), com o objetivo de “aumentar a democraticidade e representatividade” de um órgão que, segundo a deputada Joana Barata Lopes tem de “corresponder àquilo que a sociedade portuguesa é neste momento”.

Abrir a possibilidade a outras confederações sindicais e patronais de poderem vir a ter assento no CES e impor uma eleição intercalar em caso de vacatura do cargo de presidente são algumas das alterações propostas pelo PSD. As propostas começarão a ser debatidas hoje no grupo de trabalho sobre a alteração da composição do CES e que nasceu depois de terem sido aprovadas, na generalidade, propostas de vários partidos que alargam a composição deste órgão.

No caso do PSD, os sociais-democratas apresentaram na generalidade propostas para que fossem incluídos no CES representantes do Conselho Nacional da Juventude, das comunidades portuguesas e de aposentados, pensionistas e reformados. Na especialidade, o PSD entregou agora propostas que dizem respeito “não só à composição do plenário, mas às regras a que o plenário deve estar sujeito”.

Por outro lado, algumas das alterações, explicou, vão ao encontro de um pedido feito em audição parlamentar pelo atual presidente do CES, Correia do Campos, que apelou aos deputados para aproveitarem esta revisão da composição para introduzirem outras mudanças na lei de 1991, nomeadamente diminuindo a discricionariedade do presidente.

“Um órgão, que é constitucionalmente previsto para emitir pareceres sobre aquilo que é realidade da situação económica e social, não pode caber de forma tão lata na margem de discricionariedade do presidente”, defendeu Joana Barata Lopes. Assim, os deputados sociais-democratas propõem em concreto alterações na metodologia de designação dos representantes das organizações representativas dos trabalhadores e das organizações empresariais.

Quanto aos representantes dos trabalhadores, atualmente existem oito vagas que, na prática, têm sido divididas entre a UGT e a CGTP, deixando de fora, por exemplo, a União dos Sindicatos Independentes. Isto porque, apesar de a lei determinar que a sua escolha não era nominativa, “quem os designava por carta era o presidente”, explicou à Lusa Joana Barata Lopes. “O que fazemos é colocar na situação de edital e concurso as vagas para as confederações de trabalhadores“, explicou, sublinhando que UGT e CGTP terão sempre lugar por inerência por terem assento na concertação social.

Já quanto aos representantes empresariais, “bastava que os que já lá estavam por inerência [por terem assento na concertação social] não concordassem para que as entidades candidatas não entrassem no CES”, explicou. Segundo a deputada, isto gerou situações caricatas como os representantes do setor da construção imobiliária terem tido assento no anterior mandato do CES, mas já não no atual.

O PSD altera também a representação no setor social, onde atualmente estavam previstas duas vagas para as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS): os sociais-democratas estipulam que passem a três, uma para as IPSS, outra para as Misericórdias e outra para as mutualidades.

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Carlos Costa: “O que é que me preocupa mais? O crédito ao consumo”

  • Rita Atalaia
  • 24 Maio 2017

O governador do Banco de Portugal vai esta quarta-feira à comissão de Orçamento e Finanças explicar a venda do banco de transição. Acompanhe aqui em direto.

Carlos Costa esclarece esta quarta-feira as dúvidas dos deputados sobre a venda do Novo Banco. O governador do Banco de Portugal estará na comissão de Orçamento e Finanças (COFMA), por volta das 10h30. Um dia depois de ter sido ouvido Sérgio Monteiro, que foi coordenador de negociação da venda do banco de transição até fevereiro deste ano. Acompanhe aqui em direto a audição de Carlos Costa.

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