Caixa Geral de Depósitos por ser pública não foi mais bem gerida que privados

  • Lusa
  • 2 Maio 2017

A ex-ministra das Finanças afirmou que a CGD não foi melhor gerida que os bancos privados. Maria Luís Albuquerque sublinhou ainda que as privatizações têm sido sempre um tema "polémico" no país.

A ex-ministra das Finanças e atual deputada do PSD, Maria Luís Albuquerque, considerou esta terça-feira que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) não foi mais bem gerida que os bancos privados, defendendo que a gestão pública não garante por si só o interesse dos contribuintes.

“Ser público em sim mesmo também não garante nada. A CGD não foi mais bem gerida ou deu menos prejuízo que os bancos privados. Não é garantia dos interesses dos contribuintes“, afirmou a ex-ministra na Covilhã, durante um seminário sobre a Privatização das Empresas Portuguesas, que decorreu na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior (UBI).

Maria Luís Albuquerque sublinhou ainda que as privatizações têm sido sempre um tema “polémico” no país e adiantou que as privatizações em Portugal surgem na sequência das nacionalizações que decorreram do 25 de abril. Realçou que, à data, foi considerado que os setores estratégicos deviam ser de posse pública e, na altura, eram quase todos.

Contudo, explicou que a definição daquilo que são os setores estratégicos depende do posicionamento de cada um nessa análise: “Tudo pode ou não ser definido como tal”. “Temos excelentes casos de gestão pública mas também de gestão privada”, frisou.

A antiga ministra disse também que não a incomoda que achem que Portugal é um bom país para investir. Se não existe capital no país, “temos que o procurar onde ele existe”, sustentou.

Já quanto aos processos de privatização, disse entender que o fluxo de dinheiro que vem dos investidores deve ser feito com critério e sublinhou que olhar para as origens do investimento com base nos últimos dois ou três anos, é redutor. A vice-presidente do PSD explicou ainda que a ideia de que os investidores são os “donos disto tudo”, sobretudo, oriundos de países como a China, Angola ou França, não é correto e recordou que os “anteriores donos disto tudo faliram”.

“Ganhar dinheiro não é um pecado desde que feito dentro da lei. Ter o retorno de um investimento é uma ambição legítima de todo o investidor português ou estrangeiro. Mesmo o investimento público deve ter um retorno positivo”, disse. Maria Luís Albuquerque explicou que Portugal não tem uma cultura suficiente do mérito.

“A tendência tem sido a de tomar medidas niveladas por baixo. Estamos sempre mais preocupados em garantir os direitos de quem produz pouco. Isto implica que aqueles que são melhores são desincentivados”, sustentou. Por último, adiantou que uma sociedade bem organizada premeia os melhores: “Quando se acha que são todos iguais, nivela-se por baixo”.

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Bolsa de Lisboa atinge máximos de um ano

Há três cotadas a ganhar 10%: CTT, Mota-Engil e Pharol. Com isto, PSI-20 esquece a Jerónimo Martins a negociar sem dividendo e dispara para máximos de mais de um ano.

Maio pode ter arrancado com o pé esquerdo para a bolsa de Lisboa, que abriu esta terça-feira penalizado pela Jerónimo Martins a negociar sem dividendo. Ainda assim, o resto da manhã e o início da tarde revelaram forte apetite comprador da parte dos investidores na praça nacional ao ponto de atirar o PSI-20 para máximos de mais de um ano.

O principal índice português avança 1,56% para 5.112,19 pontos, tratando-se do patamar mais elevado desde março de 2016. São sobretudo dois grandes disparos na bolsa que atiram o PSI-20 para este máximo anual: os CTT somam 9,9% para 5,76 euros, depois de ter apresentado receitas com distribuição de correio postal acima do esperado; e a Mota-Engil pula 11,61% para 2,61 euros com a duplicação do dividendo a dar aos acionistas.

CTT dão cartas

Também a Pharol dá expressão aos ganhos na primeira sessão lisboeta em maio: a antiga PT SGPS avança 12,71%.

À exceção da Galp, Jerónimo Martins, Montepio e Novabase, todas as restantes 15 cotadas negoceiam em alta.

No caso da petrolífera, o desempenho em baixa de 0,46% para 14,20 euros acontece depois de ter apresentado uma quebra do lucro para os 99 milhões de euros. Já a retalhista dona do Pingo Doce cede 1,9% para 16,53 euros com o ajustamento que ocorre no preço da ação com o desconto do dividendo.

Lisboa põe assim cobro a duas sessões de quedas consecutivas numa altura em que os principais mercados internacionais continuam a celebrar marcas históricas, como foi o caso da praça tecnológica Nasdaq, que fixou este segunda-feira um novo máximo intradiário em Wall Street.

No Velho Continente, o Stoxx 600 apresenta-se em alta de 0,5% para os 388,72 pontos, negociando no nível mais alto em mais de dois anos. Em Frankfurt, Madrid e Milão, os ganhos rondam os 0,7%.

“Depois do impacto inicial com a vitória esmagadora de Macron com os investidores a sentirem-se otimistas na continuidade da UE, os mercados passaram por uma fase mais corretiva, mas espera-se agora que retomem a tendência altista e que se aproximem dos máximos atingidos depois da primeira volta das eleições em França“, refere João Tenente, gestor de ativos da corretora XTB.

Outro sinal de maior confiança dos investidores vem do mercado do ouro, com a onça a desvalorizar 0,3% para 1.252,96 dólares, mantendo a forte correção que evidenciou ao longo do mês de abril, depois de os riscos geopolíticos terem impulsionado o metal amarelo — a valorização do ouro acontece quando os investidores procuram refúgio em ativos considerados mais seguros em tempos de maior incerteza.

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O mercado dos smartphones “não está morto”. E a Samsung voltou a ser líder

Segundo os últimos dados da consultora IDC, o mercado dos smartphones voltou a acelerar no primeiro trimestre, depois de um fraco ano de 2016. Além disso, a Samsung voltou a ultrapassar a Apple.

A Samsung voltou a ser líder de mercado no primeiro trimestre (22,8% de quota).Flávio Nunes/ECO

O mercado global de smartphones voltou a ganhar ritmo no primeiro trimestre deste ano. Segundo a consultora IDC, as fabricantes venderam 347,4 milhões de unidades entre janeiro e março, um crescimento homólogo de 4,3%, acima dos 3,6% estimados previamente. São números que, para Ryan Reith, responsável por este trabalho trimestral, “provam que o mercado dos smartphones não está morto e que o crescimento ainda existe”.

De acordo com a IDC, os consumidores continuam a mostrar apetite por smartphones e as expectativas em relação aos mais mediáticos topos de gama mantêm-se tão altas como sempre. A consultora reconhece que o ano de 2016 foi crítico com o desacelerar deste mercado, mas acrescentou: “Acreditamos que a indústria vai mostrar alguma recuperação em 2017, tendo em conta que os fortes resultados do primeiro trimestre certamente suportam este argumento.”

O fraco crescimento registado em 2016 foi, em parte, explicado com a maturidade do mercado, assim como com a falta de elementos inovadores nos aparelhos, capazes de motivar os consumidores a abrirem os cordões à bolsa. Apesar da maior feira do setor, realizada no princípio do ano, ter evidenciado mais uma vez essa tendência (recorde aqui a análise do ECO), a IDC indica que o público está a receber bem os novos topos de gama de marcas como a Samsung e a Huawei.

“As grandes apresentações de topos de gama pela Huawei com o P10 e da Samsung com o S8 mostram que a inovação ainda é possível. E ainda que a Apple não tenha realizado nenhuma apresentação formal, é seguro dizer que a indústria está amplamente a antecipar o que virá das apresentações do iPhone deste ano”, sublinha a consultora.

"Acreditamos que a indústria vai mostrar alguma recuperação em 2017.”

Ryan Reith

Responsável pelo Worldwide Quarterly Mobile Phone Tracker

Samsung volta a ultrapassar a Apple

Por falar em Apple, a Samsung voltou ao primeiro lugar no pódio das quotas de mercado globais. A fabricante sul-coreana ultrapassou a Apple no primeiro trimestre, depois da queda resultante do fiasco do Galaxy Note 7 no final do ano passado.

A marca garantiu uma fatia de 22,8% do mercado entre janeiro e março de 2017, com um volume de vendas na ordem dos 79,2 milhões de unidades. A Apple garantiu 14,9% de quota, com um volume de 51,6 milhões de unidades vendidas — recorde-se que a marca vai oficialmente apresentar resultados trimestrais esta terça-feira, às 22h (hora e Lisboa).

O regressar da Samsung ao pódio mostra que os consumidores estão a dar uma segunda oportunidade à marca, depois do escândalo das baterias defeituosas do Note 7, assim como da detenção de um administrador por suspeitas de corrupção. A Samsung apresentou recentemente o Galaxy S8 em Londres e Nova Iorque, um telemóvel que volta a pôr às expectativas em níveis recorde. Os aparelhos chegaram ao mercado português no passado dia 28 de abril.

Em contrapartida, isso coloca mais pressão sobre a Apple, que se prepara para o lançamento de mais um iPhone no próximo outono. A marca não apresentou alterações significativas no lançamento do iPhone 7 do ano passado, guardando muitas das novidades para a edição deste ano, que vai assinalar os dez anos do lançamento do produto. A marca está, desta forma, quase que obrigada a apresentar um modelo que realmente convença os fãs a atualizarem os modelos.

No terceiro lugar da tabela das quotas e mercado está a chinesa Huawei, com uma fatia de 9,8%, seguida pela Oppo e pela Vivo. Os dados da IDC ainda são preliminares e podem sofrer alterações.

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Novo limite salarial nas entidades reguladoras a partir desta quarta-feira

  • Lusa
  • 2 Maio 2017

A partir de agora, os vencimentos das entidades reguladoras terão de ser inferiores a 12 mil euros mensais. Cartões de crédito, viaturas e outros benefícios também serão considerados remuneração.

O limite de 11.500 euros na remuneração mensal dos responsáveis de entidades reguladoras entra em vigor esta quarta-feira, segundo a revisão da lei-quadro destes reguladores, publicada na terça-feira em Diário da República.

Esta primeira alteração à lei-quadro de 2013, que partiu de um projeto dos Verdes e teve a oposição do PSD e do CDS-PP, acabou por ser aprovada pela esquerda parlamentar e PAN em 3 de março e promulgada pelo Presidente da República há menos de um mês, em 7 de abril.

Os vencimentos dos membros das entidades reguladores, como os da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) ou da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), “não podem ultrapassar em 30% o último nível remuneratório da tabela” de uma portaria de 2008, ficando limitados a um valor inferior aos 12 mil euros mensais.

Segundo o mesmo diploma, que entra em vigor na quarta-feira, “a utilização de cartões de crédito e outros instrumentos de pagamento, viaturas, comunicações, prémios, suplementos e gozo de benefícios sociais pelos membros do conselho de administração (…) constitui remuneração, para efeitos fiscais”.

Ainda quanto a remunerações, a lei-quadro agora revista determina que a comissão de vencimentos — a entidade que fixava salários e continua a fixar, mas agora com este novo limite — faça uma revisão das remunerações dos membros do conselho de administração “a cada seis anos, pelo menos”.

Segundo o diploma, a Assembleia da República ganha ainda novos poderes na destituição de gestores das entidades reguladoras, passando a poder recomendar a Conselho de ministros que, através de resolução, proceda à dissolução de um conselho de administração de um regulador.

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Saiba quanto ganham os gestores mais bem pagos do PSI-20

António Mexia levou para casa, em 2016, mais de dois milhões de euros de salário, o que o torna no gestor mais bem pago da bolsa. Saiba quanto ganham os restantes nove CEO mais bem pagos do PSI-20.

Em 2016, os gestores de 14 cotadas do PSI-20 receberam conjuntamente mais de 12 milhões de euros em remunerações. O mais bem pago foi António Mexia que amealhou, entre remunerações fixas e variáveis, mais de dois milhões de euros. Mas mesmo entre os gestores mais bem pagos da bolsa nacional existem bastantes discrepâncias. A título de exemplo, Paulo Fernandes, presidente executivo da Altri, recebeu apenas 19% do total amealhado pelo seu homólogo da EDP.

Abaixo conheça mais em pormenor, quanto recebeu cada um dos 10 gestores do PSI-20 mais bem pagos, do universo de 14 cotadas do índice bolsista nacional que já divulgaram os seus relatórios de Governo das Sociedades relativos a 2016.

10º Paulo Fernandes (Altri) — 392 mil euros

Cabe ao CEO da Altri fechar o ranking dos dez CEO do PSI-20 mais bem pagos do índice PSI-20. Em 2016, Paulo Fernandes recebeu um total de 392 mil euros em remunerações. Este valor corresponde a 19% do total auferido por António Mexia, que foi o presidente executivo do PSI-20 mais bem pago no ano passado. Em termos globais, a equipa de gestores da papeleira auferiu quase 1,5 milhões de euros no ano passado.

Paulo Fernandes encerra o ranking dos dez CEO com o salário mais alto da bolsa.PAULO NOVAIS/LUSA 16 janeiro, 2016

9º Paulo Azevedo (Sonae) — 623 mil euros

O co-CEO da Sonae ocupa o penúltimo posto entre os dez presidentes executivos do PSI-20 mais bem pagos. Paulo Azevedo recebeu um total de 623 mil euros de remunerações, em 2016. Ainda assim, o líder da holding sofreu um corte de 29,7% face ao valor que tinha amealhado no ano anterior: a maior redução entre o universo de cotadas do índice de referência da bolsa nacional consideradas. Já a equipa de gestores da Sonae recebeu menos 14%, como um todo, com o valor a fixar-se em perto de 1,7 milhões de euros, em 2016.

Paulo Azevedo está entre os mais bem pagos do PSI-20 apesar de ter sofrido um corte de 30% na remuneração.

8º Luís Paulo Salvado (Novabase) — 722 mil euros

Os 722 mil euros de remunerações recebidos por Luís Paulo Salvado no ano passado, tornam-no no oitavo CEO do PSI-20 mais bem pago no ano passado. O valor recebido pelo presidente executivo, em 2016, cresceu 37,2% face ao verificado no ano anterior. Já a equipa de gestores da empresa tecnológica cresceu menos, em termos globais: 17,27%, para um total um pouco acima de um milhão de euros.

Luís Paulo Salvado, viu o seu salário crescer 37% no ano passado.

7º Miguel Almeida (Nos) — 876 mil euros

Miguel Almeida auferiu um total de 876 mil euros em remunerações no ano passado, o que o torna no sétimo presidente executivo mais bem pago entre um universo de 14 cotadas do PSI-20. O gestor viu assim o seu salário aumentar em 13,9% face ao valor recebido no ano anterior. Esta subida fica ainda assim aquém tendo em conta o aumento de 75,9%, para cerca de 3,9 milhões de euros, da remuneração global recebida pela equipa de gestores da Nos no ano passado. Esta subida resulta do alargamento da equipa de gestão da telecom.

Miguel Almeida amealhou quase 900 mil euros, mais 14% do que em 2015.Paula Nunes / ECO 3 Março, 2017

6º Francisco de Lacerda (CTT) — 925 mil euros

O presidente executivo dos CTT viu o seu salário registar uma queda muito ligeira no ano passado — -1,9% –, mas que não o impediu de se manter entre mais bem pagos do índice PSI-20. No ano passado, Francisco de Lacerda arrecadou em remunerações um total de 925 mil euros. A equipa de gestores da empresa de serviços postais também recebeu menos como um todo. Amealharam quase 3,5 milhões de euros, menos 5,52% face ao valor auferido em 2015.

O salário de Francisco Lacerda manteve-se quase inalterado nos 925 mil euros, em 2016.PAULA NUNES/ECO

5º João Castello Branco (Semapa) — 1,121 milhões de euros

O CEO da Semapa é foi o quinto mais bem pago do PSI-20 no ano passado. João Castello Branco recebeu um total de mais de 1,1 milhões de euros de remuneração. O CEO da holding de Pedro Queiroz Pereira foi também o que mais viu o salário aumentar em 2016. Mais em concreto: 220,4%. Bem mais curto foi o crescimento global das remunerações da equipa de gestão da Semapa, que cresceu no ano passado 14,68%, para um total de mais de 5,5 milhões de euros.

O presidente executivo da empresa de Pedro Queiroz Pereira viu o seu salário crescer 220% no ano passado.

4º Pedro Soares dos Santos (Jerónimo Martins) — 1,269 milhões de euros

Pedro Soares dos Santos recebeu, em 2016, perto de 1,3 milhões de euros em salário, quantia que o torna no quarto CEO mais bem pago do PSI-20. A remuneração recebida pelo presidente executivo da Jerónimo Martins cresceu 46%, no ano passado. Tendência oposta foi a verificada nos salários da restante equipa de gestores da retalhista. Esta caiu perto de 37%, para os 1,4 milhões de euros, de 2015 para 2016.

Pedro Soares dos Santos viu a sua remuneração crescer 46% no ano passado.Paula Nunes / ECO

3º João Manso Neto (EDP Renováveis) — 1,494 milhões de euros

O presidente executivo da empresa de energias renováveis recebeu no ano passado um total próximo dos 1,5 milhões de euros, em remunerações, valor que foi pago pela casa-mãe EDP. O total amealhado por João Manso Neto, cresceu 49% face à remuneração recebida no ano anterior. Em termos globais, o salário dos gestores da EDP Renováveis ascendeu a 773 milhões de euros, em 2016. Mais 12,11% em comparação com as quantias distribuídas no ano anterior.

João Manso Neto recebeu perto de 1,5 milhões de euros, em 2016, como CEO da empresa de energias renováveis.DR

2º Carlos Gomes da Silva (Galp Energia) — 1,621 milhões de euros

Carlos Gomes da Costa ocupa a segunda posição entre os CEO do índice PSI-20 mais bem pagos. No primeiro ano completo na presidência executiva da petrolífera, recebeu um total de 1,621 milhões de euros. Ou seja, mais 19% face à remuneração auferida em 2015. O seu salário teve uma tendência oposta à da sua equipa de gestores, que em termos globais viu a sua remuneração baixar mais de 17%, para os 5,5 milhões de euros, face a 2015.

Carlos Gomes da Silva auferiu mas de 1,6 milhões de euros no seu primeiro ano completo como CEO da petrolífera.

1º António Mexia (EDP) — 2,036 milhões de euros

O CEO da elétrica continua a ser o mais bem pago entre gestores das cotadas do PSI-20. Em 2016, António Mexia recebeu mais de dois milhões de euros entre remunerações fixa e variável. Ou seja, mais 11,8% face ao valor que recebeu no ano anterior. Caso cumpra com os objetivos traçados pela elétrica, António Mexia pode ver o valor da remuneração subir para 2,6 milhões de euros. Já a equipa de gestores da elétrica recebeu como um todo perto de 11 milhões de euros de remunerações no ano passado.

António Mexia foi o gestor mais bem pago do PSI-20, em 2016. Recebeu mais de dois milhões de euros de salário.Paula Nunes/ECO

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Proteção de Trump: uma conta de 120 milhões de dólares

  • ECO
  • 2 Maio 2017

Desafios de segurança da Trump Tower e nas cidades onde o presidente marca presença mais assídua contribuem para uma conta de 120 milhões de dólares até ao momento.

Donald Trump levanta um “desafio de segurança sem precedentes”, segundo o presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio. As despesas de proteção sobem nesta cidade com os vários andares da Trump Tower, casa para a família Trump, mas também em Palm Beach, o refúgio dos fins de semana.

Serão necessários 34 milhões de dólares para a proteção direta de Trump até ao final do ano. Contudo, várias agências estatais irão somar milhões à conta até totalizar cerca de 120 milhões de dólares, um pouco mais de 100 milhões de euros.

A proteção da Trump Tower custará 23 milhões de dólares. A antiga residência do presidente não tem recebido a sua visita, mas ainda é lar para a sua esposa, Melania e filho Barron. Jonathan Wackrow, parte dos serviços secretos há 14 anos nota a diferença em relação à administração de Obama: “o stress é simplesmente desgastante”, sobretudo para os agentes.

Os restantes 60 milhões de dólares destinam-se a apoiar cidades como Nova Iorque –onde se situa a Trump Tower — e Palm Beach, local que o presidente tem escolhido para descontrair ao fim de semana. Este último destino das verbas é mais polémico. A segurança das viagens até Mar-a-Lago, nesta região, custaram cerca de 10 milhões de dólares desde o início do mandato. Ted Deutch, representante do estado da Florida para o The Times, relembra que deverá existir “uma discussão sobre se será apropriado da parte do presidente sobrecarregar os contribuintes“.

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Mota-Engil dispara mais de 10% após duplicar dividendo

Os investidores estão satisfeitos com a Mota-Engil. A empresa disse que vai propor a duplicação do dividendo na próxima assembleia-geral, levando as ações a disparar para máximos de 2015.

As ações da Mota-Engil estão a disparar. Os títulos já chegaram a valorizar mais de 10%. Isto depois de a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins ter anunciado que vai propor em assembleia de acionistas aumentar para mais do dobro o dividendo a distribuir este ano aos acionistas.

Os títulos da construtora estão a valorizar 9,81% para 2,56 euros. Mas já chegaram a acelerar 10,33% para 2,575 euros — o valor mais elevado desde julho de 2015. Os investidores estão a festejar o anúncio da Mota-Engil, feito na semana passada, de que pretende propor o pagamento de um dividendo de 13 cêntimos por ação, referente ao exercício de 2016. Este valor compara com os cinco cêntimos pagos no ano passado.

Ações da Mota-Engil sobem quase 10%

Fonte: Bloomberg

 

O aumento, para mais do dobro, do dividendo, surge no seguimento do bom conjunto de resultados apresentados pela Mota-Engil no exercício do ano passado. A construtora viu os seus lucros também mais do que duplicarem no último ano. Estes passaram de 19 milhões de euros, em 2015, para 50 milhões, em 2016, uma melhoria que resultou da venda de ativos.

A valorização dos títulos compensa assim a queda registada na sessão anterior. Na sexta-feira, as ações caíram quase 2%. A subida está também a ajudar o PSI-20 a registar ganhos significativos. A bolsa nacional sobe 1,24%, acompanhando a tendência registada no resto da Europa.

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Marcelo: “Tem de se encontrar forma de debater seriamente” discrepâncias salariais

O Presidente da República quer ver este problema "corrigido", mas distingue duas realidades: a das empresas do PSI-20 e a das PME.

A disparidade salarial entre gestores e trabalhadores é um assunto que tem de ser debatido “seriamente” e “corrigido”, para que se possa alcançar “justiça social”. O apelo é feito por Marcelo Rebelo de Sousa, que, ainda assim, distingue duas realidades: a das empresas do PSI-20 e a das pequenas e médias empresas (PME).

“Esse é um debate em curso mas é preciso distinguir duas realidades. Uma coisa são empresas do PSI-20, outra são as PME, que representam 90% a 95% das empresas portuguesas”, referiu Marcelo, em declarações transmitidas pela SIC Notícias. O Presidente da República comentava, assim, a notícia, avançada esta terça-feira pelo Dinheiro Vivo, de que os gestores das cotadas ganham até 100 vezes mais do que os seus trabalhadores.

Marcelo reconhece que é legítimo perguntar “como é possível haver gestores, alguns também acionistas, que ganham tanto“, mas salienta que “estamos a falar de 20 empresas”.

Seja como for, diz o Presidente, “tem de se encontrar uma forma de debater seriamente o problema, não afetando as PME, vendo o que é que precisa de ser corrigido e como precisa de ser corrigido, de uma forma que apresente justiça social“.

Crescimento vai ser melhor do que todas as previsões

O Presidente da República comentou ainda os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat, que dão conta de que Portugal teve a segunda maior descida homóloga da taxa de desemprego, em março, na União Europeia.

Portugal reduziu a taxa de desemprego de 12% para 9,8%, uma evolução que, para Marcelo, “parece confirmar o crescimento económico e o aumento do emprego”.

“Estando a aproximar-se a metade do ano, isto faz esperar resultados melhores em matéria de crescimento da economia e de emprego daquilo que tinha sido previsto por todos: Governo, Comissão Europeia, OCDE”, diz o Presidente. “Se assim for, é razão para alegria de todos os portugueses“, acrescentou.

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Facebook poderá pagar impostos por cada like

A Áustria prepara-se para aplicar impostos sobre modelos de negócio como o do Facebook, Google e Twitter. Governo quer taxar serviços em que os utilizadores "pagam" com os seus próprios dados.

A Áustria tem um plano para aplicar mais impostos aos serviços digitais prestados por empresas como a Google, o Facebook e o Twitter. A ideia passa por taxar modelos de negócio em que os serviços digitais são gratuitos, mas em que os utilizadores acabam por “pagar” por eles com as suas próprias informações.

O plano é ambicioso. Quando realiza uma pesquisa, deixa um “gosto” ou faz uma publicação nas redes sociais, não tem de pagar nada por isso. Certo? No entanto, está implicitamente a aceitar que as empresas guardem e usem estes dados pessoais para seu próprio proveito. O modelo é simples: os anunciantes pagam mais para saberem exatamente quem vão impactar com anúncios que disponibilizam nessas plataformas. E isso gera receitas.

"Precisamos de uma nova abordagem para garantir que os impostos são pagos onde a receita e o lucro é gerado.”

Andreas Schieder

Deputado social-democrata

É para este tipo de “transação” que o Governo austríaco quer criar novos impostos, como forma de atualizar um modelo de tributação que foi desenhado antes da proliferação da internet, explica a Bloomberg. O mesmo Governo, liderado por uma coligação entre um partido social-democrata e um partido popular, procura também impedir que estas empresas contornem os impostos em território nacional, que se estima que resulte numa perda de 1,5 mil milhões de euros por ano para a economia daquele país.

A agência fala ainda de duas outras medidas que constam no plano: uma visa expandir o regime tributário aplicável aos anúncios tradicionais para os formatos digitais; outra pretende taxar igualmente serviços digitais adquiridos por clientes na Áustria, mesmo que a empresa não esteja situada lá. “Precisamos de uma nova abordagem para garantir que os impostos são pagos onde a receita e o lucro é gerado”, disse Andreas Schieder, deputado da bancada dos sociais-democratas, citado pela Bloomberg.

A banalizarem-se, este tipo de impostos poderão provocar deslizes nos lucros das grandes empresas tecnológicas, caracterizadas por prestarem serviços de forma global e mantendo as sedes em países com regimes fiscais mais favoráveis. No primeiro trimestre, a Alphabet (dona da Google) gerou receitas na ordem dos 5,43 mil milhões, a esmagadora maioria provenientes da rede de anunciantes.

A Alphabet e o Facebook, juntas, conquistaram uma quota de 99% de todo o crescimento da indústria da publicidade no ano de 2016, segundo informações citadas pela Reuters.

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Dívida pública sobe em março para 243,5 mil milhões

  • Lusa
  • 2 Maio 2017

O aumento das responsabilidades em numerário e depósitos e uma diminuição dos empréstimos fez subir a dívida pública em 23 milhões de euros.

A dívida pública aumentou em março para 243,5 mil milhões de euros, mais 23 milhões de euros face do que em fevereiro e cerca 10 mil milhões face ao mês homólogo do ano passado, divulgou, esta terça-feira, o Banco de Portugal (BdP).

De acordo com uma nota divulgada pelo BdP, a variação da dívida pública na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas, reflete um aumento das responsabilidades em numerário e depósitos (400 milhões de euros) e uma diminuição dos empréstimos de 300 milhões de euros face ao mês anterior.

A instituição sinaliza ainda que a evolução da dívida pública foi acompanhada por uma diminuição dos ativos em depósitos da administração central (de 3,1 mil milhões de euros).

A dívida pública líquida de depósitos da administração central registou, assim, um aumento de 3,1 mil milhões de euros em relação a fevereiro, totalizando 226,5 mil milhões de euros, indicam os dados do BdP.

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Mesmo no inverno, foi-se cada vez mais para fora cá dentro

  • Marta Santos Silva
  • 2 Maio 2017

As deslocações dos portugueses dentro do território nacional -- especialmente para visitar familiares e amigos ou por lazer, aumentaram no final do ano de 2016.

O turismo dentro de fronteiras aumentou no final de 2016, com mais viagens realizadas por portugueses dentro do país, principalmente para visitar familiares e amigos ou por lazer, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Com 4,4 milhões de viagens turísticas realizadas nos últimos três meses do ano passado, o aumento do número de viagens é de 6,2% em relação ao final de 2015, embora tenha havido uma menor percentagem de portugueses a viajar do que no ano anterior. O INE ressalva que essa diminuição se deve principalmente a menos turistas em dezembro, já que outubro e novembro registaram uma tendência inversa.

A maioria das viagens — 2,6 milhões — dentro do país foram para visitar familiares e amigos, o que explica talvez que a grande maioria dos portugueses tenham optado por dormir em “alojamento particular gratuito”, com os hotéis a perderem expressão, para registarem apenas 11% das dormidas dos turistas que viajaram dentro do país.

O INE também aponta que o total do ano foi positivo para o turismo interno, com os residentes a fazerem mais 4,7% de deslocações do que em 2015. É um total de 20,05 milhões de deslocações.

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Companhia aérea Alitalia abre falência

A Alitalia, uma companhia aérea italiana, desencadeou o processo formal de falência depois de receber aprovação do conselho de administração. É a segunda vez no espaço de uma década.

Em 2007, a Alitalia detinha 23% do mercado italiano.Wikimedia Commons

A companhia aérea italiana Alitalia SpA desencadeou os procedimentos para declarar falência. A notícia surge depois de os trabalhadores terem rejeitado os fundamentos de um plano de recapitalização de dois mil milhões de euros com o objetivo de salvar a empresa, que atravessa “uma séria situação económica e financeira”, lê-se num comunicado. Entre os pontos mais contestados estão as concessões e os cortes ao nível dos postos de trabalho, indica a agência.

Esta é a segunda vez que a empresa abre falência no espaço de uma década. O processo está a ser aberto após a intenção ter sido votada e aprovada pelo conselho de administração. Os acionistas aceitaram, por unanimidade, colocar a empresa sob administração especial, reconhecendo a impossibilidade de encontrarem alternativas. Segundo a Bloomberg, ao abrigo da lei italiana, o Governo deverá providenciar fundos para manter as operações da Alitalia.

Depois, nomeará supervisores para recuperar a empresa ou decretar a sua liquidação. Os supervisores terão um prazo de 180 dias para apresentar um novo plano para reestruturar a empresa evitar a liquidação ou ordenar a mesma. É possível estender o prazo por mais 90 dias.

O Governo italiano já descartou a hipótese de canalizar mais dinheiro para recapitalizar a companhia. Citado pela agência, o ministro das Finanças, Pier Carlo Padoan, já veio lembrar que a Alitalia é “uma empresa privada”, à responsabilidade dos acionistas e administradores. Disse ainda esperar que a empresa possa ser vendida “como um todo” e “não em partes”.

A Alitalia registou fracos desempenhos nos últimos anos, levando a uma perda substancial da quota de mercado em Itália ao longo da última década. Em 2015, o último ano em que a Alitalia publicou resultados, registou prejuízos na ordem dos 199 milhões de euros. Desde 2009, quando interpôs o primeiro processo de falência, que perdeu já quase três mil milhões de euros, indica a agência.

Além disso, enquanto em 2007 a Alitalia era um peso pesado e garantia 23% do mercado, em 2015 já só detinha 18% do mesmo. O primeiro lugar é, atualmente, ocupado por uma lowcost: a Ryanair, com 23% do mercado. Para comparação, detinha apenas 12%, cerca de dez anos antes.

(Notícia atualizada às 12h04 com mais informação)

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