Bancos têm de avaliar melhor risco dos créditos às empresas, diz Teixeira dos Santos

O presidente do EuroBic alerta para a importância da avaliação do risco e da informação como mecanismos de defesa dos bancos.

Teixeira dos Santos diz que foram tiradas lições da crise espoletada pela queda do Lehman Brothers, que agora completa um década. E o presidente do EuroBic acredita uma crise como essa não se repetirá. Mas para garantir que isso é verdade, alerta para a importância da avaliação do risco e da informação como mecanismos de defesa dos bancos.

Estamos em condições de garantir que a crise financeira espoletada pela queda do banco norte-americano não se vai repetir? “A possibilidade de isso [uma crise como a de 2008] ocorrer é bem mais reduzida, porque há mecanismos de prevenção mais apurados e de intervenção”, diz o ex-ministro das Finanças, a falar na 5.ª Edição do Fórum Desafios e Oportunidades em Coimbra, promovido pela instituição que preside.

Para garantir que não se repete mesmo, defende que é essencial os bancos fazerem uma boa avaliação dos riscos. E “há melhorias importantes a fazer na produção e disponibilização de informação ao nível das empresas, e o mais atempada possível”, afirma Fernando Teixeira dos Santos.

Os bancos “devem ter um papel importante em auxiliar a avaliar os riscos dos projetos, e exigir uma maior comparticipação das empresas“. Para o ex-ministro das Finanças, “a divida das empresas tem vindo a diminuir porque a partilha de capital próprio se tem vindo a reforçar”. “Se os empresários se mostram dispostos a pôr o dinheiro no seu projeto, isso dá confiança aos bancos”, explica.

"A divida das empresas tem vindo a diminuir porque a partilha de capital próprio se tem vindo a reforçar. Se os empresários se mostram dispostos a pôr o dinheiro no seu projeto, isso dá confiança aos bancos.”

Teixeira dos Santos

Presidente do EuroBic

Para o banqueiro, já se vive uma situação de maior equilíbrio. “A crise deixou-nos um legado muito grande”, que é a dívida. “Enquanto tivermos níveis de divida que ainda são elevados, será difícil termos uma estabilização”, mas “as coisas têm vindo a evoluir”, nota, relevando que os mecanismos de prevenção e de intervenção estão “mais apurados”.

Fernando Teixeira dos Santos conversa com António Costa, publisher do ECO.Paula Nunes/ECO

“O Banco Central Europeu ganhou uma projeção e influência decisiva, numa intervenção coordenada com a União Bancária”, diz o presidente do EuroBic. Para assegurar a estabilização e o reforço do sistema financeiro e a saúde das contas públicas, “temos de estar focados em continuar a criação da União Bancária“, remata.

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“A cidade de Coimbra, se não acelera o passo, fica para trás”. Empresários querem melhores condições para atrair investimento

Num debate sobre o desenvolvimento económico de Coimbra, as sinergias entre empresários e universidades estiveram em destaque. Também a capacidade de atrair investimento será determinante.

Como aproveitar o potencial de Coimbra? Para os empresários e autoridades locais da cidade, é essencial melhorar as condições de vida, como escolas e instalações de saúde e cultura, para atrair investidores e trabalhadores, e também desenvolver uma rede de empresários com sinergias com as universidades.

“A cidade de Coimbra, se não acelera o passo, fica para trás”, diz Paulo Rebelo, CEO e acionista do Grupo Bluepharma, em Coimbra, na quinta edição do Fórum Desafios e Oportunidades, uma iniciativa do Eurobic.

Para o CEO, a cidade “tem tudo para dar certo, mas tem de acompanhar e andar muito depressa”. Para isso, reitera que os empresários têm de trabalhar em rede, e que a universidade tem de se abrir às empresas. “Isto hoje gere-se ao minuto, e Coimbra tem de ser gerida como uma empresa”, acrescenta Paulo Rebelo.

Paulo Rebelo, CEO e acionista do grupo BluepharmaPaula Nunes/ECO

No debate, que teve como tema o desenvolvimento económico e futuro da região, foi transmitida a ideia de que a ligação entre a universidade e o mundo empresarial é muito importante. Para Pedro Costa, presidente do ISCAC, Coimbra Business School, envolver pessoas ligadas ao mundo empresarial nas atividades da universidade cria nos alunos “uma visão abrangente, mais lata e holística”.

José Couto, administrador e acionista da Microplásticos e presidente do Conselho Empresarial do Centro/Câmara de Comércio e Indústria do Centro (CEC/CCIC), presente no painel, reforça que é fundamental “criar condições para que as pessoas se possam instalar”. Exemplifica que para ir buscar um engenheiro, tem de pagar um prémio para ele se mudar para a cidade, e que é preciso “saber vender melhor esta região”. “A cidade de Coimbra pode ajudar a estimular e empurrar o contexto empresarial, existe aqui um potencial”, diz José Couto.

José Manuel Silva Couto, administrador da Microplásticos e presidente do Conselho Empresarial do Centro/Câmara de Comércio e Indústria do Centro (CEC/CCIC)Paula Nunes/ECO

Para Paulo Rebelo, em Coimbra existe mão-de-obra qualificada que sai das universidades, e para a manter, não basta atrair uma empresa, mas sim “cem ou duzentas”.

Relativamente às medidas de incentivo para os empresários, o vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Cidade, destaca que se estão a fazer progressos. Está previsto um investimento japonês na região Coimbra, que deverá criar mais de 300 postos de trabalho, em áreas tecnológicas avançadas e no setor da saúde.

“Durante o período da crise foram tomadas medidas relativas aos municípios e algumas ainda bem, fizeram pensar duma forma mais responsável em relação à gestão dos dinheiros públicos”, diz Carlos Cidade. “Foram criados mecanismos, para que as empresas e quem quer investir tenha a possibilidade de ter um conjunto de incentivos significativo, como as isenções relativamente aos impostos”, explica o vice-presidente.

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Do Bloco ao PS, até ao CDS, saiba o que dizem os partidos sobre a recondução de Joana Marques Vidal na PGR

Já foram ouvidos todos os partidos no ministério da justiça sobre o futuro da PGR: PSD e Bloco não comentam, CDS defende recondução da procuradora. PCP não fala em nomes e PS defende mandato único.

A ministra da Justiça ouviu esta quarta-feira os partidos parlamentares em audiência para debater a continuidade da Procuradora-Geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, cujo mandato acaba em outubro. Na Constituição não é claro que haja impedimento à renovação do mandato da magistrada em causa, não sendo ainda certo o seu destino. Até agora as posições sobre a sua recondução têm divergido.

O PSD e o Bloco foram ouvidos esta manhã. Seguiram-se o CDS e o PCP a deixarem o ministério da justiça, no Terreiro do Paço, a meio da tarde. Para último, ficou o PAN e o PS nesta reunião.

Ao ECO, José Manuel Pureza, do BE, esclareceu que o partido não tomou posição face à eventual recondução de Joana Marques Vidal porque considera que esta questão “não deve ser partidarizada”. O deputado disse ainda que foram partilhadas com a titular da pasta da Justiça preocupações como a falta de meios no Ministério Público. “Aprofundámos alguns pontos positivos do mandato da PGR, nomeadamente quanto à luta contra a corrupção, mas também algumas preocupações quanto ao segredo de justiça e sua violação”, referiu.

Da parte do PSD, o ECO contactou o deputado Nuno Morais Sarmento, que esteve presente na reunião e preferiu não comentar a posição do partido sobre a recondução da procuradora. “Alguma posição sobre a matéria é o presidente do partido que tem de tomar”.

O CDS foi o terceiro partido a reunir com Francisca Van Dunem, representado pelo deputado Telmo Correia. Em declarações prestadas aos jornalistas, o deputado disse que não havia muito a acrescentar à ministra além do que já tinha feito saber, dado que o partido já tinha uma posição muito vincada e definida sobre o assunto: Joana Marques Vidal deve manter-se à frente do Ministério Público.

Promover uma alteração neste momento seria contraproducente porque temos uma imagem positiva [do mandato da procuradora]”, disse o deputado, que acrescentou que “tudo visto e ponderado seria melhor não termos um mandato longo e único, mas neste caso um mandato longo e repetido porque a credibilização da justiça tem avançado”.

Do PCP, Paulo Raimundo foi o quarto a reunir no Terreiro do Paço com a ministra. Em declarações aos jornalistas fez saber que o partido defende o andamento deste processo, que tem causado “instabilidade, muito por causa do CDS e do PSD”, e que não se vão pronunciar sobre nomes, “mas sim sobre as condições e meios suficientes com as quais o novo mandato se deve realizar”.

Cristina Rodrigues do PAN faz um balanço positivo do mandado de Joana Marques Vidal e mostra a intenção do partido que esta procuradora seja reconduzida.

Do PS, Carlos César foi o último a ser ouvido no Terreiro do Paço. Aos jornalistas, o socialista referiu que o entendimento do partido “é que nestas circunstâncias deve ser nomeado alguém para o cargo de PGR que seja magistrado do Ministério Público, de preferência Procurador-Geral adjunto, e com experiência na ação penal. Foi isso que dissemos aqui. O que eu tinha a dizer sobre essa matéria já disse”, concluiu, defendendo a ideia de um mandato prolongado e único.

No passado sábado, o Expresso (acesso condicionado) avançou que a recondução da PGR foi já acordada entre o primeiro-ministro e o Presidente da República e que o anúncio deverá ser feito depois da viagem do primeiro-ministro a Angola e depois de a ministra da Justiça ouvir os partidos.

Apesar de ser hoje a reunião com os partidos, o ECO sabe que Francisca Van Dunem não se vai pronunciar sobre a posição oficial do Governo sobre a PGR. O mesmo foi confirmado ao ECO por José Manuel Pureza. A ministra já tinha defendido, no entanto, a 9 de janeiro, que o mandato da PGR é “longo e único”, sinalizando a não-recondução de Joana Marques Vidal à frente do Ministério Público.

Também Marcelo Rebelo de Sousa já se manifestou. Em comunicado, o Presidente da República afirma que que não tomou qualquer posição sobre a possibilidade da recondução da PGR. “O Presidente da República nunca manifestou, nem pública nem privadamente, qualquer posição sobre a matéria respeitante à nomeação do Procurador -Geral da República. Pelo contrário, sempre afirmou que essa matéria seria apenas objeto de apreciação uma vez apresentada a proposta pelo Primeiro-Ministro”, pode ler-se.

O veredicto parece ser agora uma incógnita e, além de pouco consensual, longe de estar decidido. O que é certo é que não haverá posição oficial do Governo até todos os partidos serem ouvidos. Mas o que já disseram até agora?

CDS “a favor” da recondução

“Quem está a fazer um bom trabalho, quem fez um bom trabalho, quem dá condições de garantia e de independência deve poder continuar, deve ser reconduzido“. Foi a própria Assunção Cristas quem o disse numa entrevista recente ao ECO, defendendo que o Presidente da República deve ouvir todos os partidos antes de decidir quem será o novo PGR.

Sou a favor [da continuação de Joana Marques Vidal] e até faço um apelo ao senhor Presidente da República para ouvir os partidos nesta matéria. É verdade que esta é uma competência do Governo e, depois, uma nomeação do Presidente da República, portanto, tudo se joga entre primeiro-ministro e Presidente”, reconhece a líder do CDS, sendo este o único partido a defender abertamente a recondução de Joana Marques Vidal.

Foi esta a mensagem transmitida a Francisca Van Dunem por Telmo Correia, que foi o terceiro a reunir com a ministra. Em declarações disse que não havia muito a acrescentar e que o mandato de Joana Marques Vidal devia não ser “longo e único” mas sim “longo e repetido”.

PCP não fala em nomes

Paulo Raimundo foi o deputado comunista que representou o partido no encontro no Terreiro do Paço. Em declarações à porta do ministério da justiça, fez saber que o partido não vai dizer nomes, mas que se focou antes em criar condições.

Não nos pronunciaremos sobre nomes, mas sim sobre as condições e meios suficientes com as quais o novo mandato se deve realizar. Referimos também a necessidade de um maior investimento na Polícia Judiciária na investigação e nos meios do Ministério Público”, referiu Paulo Raimundo.

Sobre um balanço do mandato de Joana Marques Vidal, o deputado disse que foram feitos passos importantes no que toca a investigação sobre crimes económicos, mas não deixa de realçar os problemas que se mantêm como a violação do segredo de justiça.

O PCP já tinha reagido às declarações de Cristas sobre a recondução da PGR. Jerónimo de Sousa acusou o PSD e o CDS de estarem a tentar “condicionar” o processo de nomeação do PGR, e recusa-se a “partidarizar” o cargo. É importante que se acabe com este ruído em torno da Procuradoria-Geral da República, particularmente da forma claramente excessiva e inaceitável do CDS e do PSD, que procuram condicionar as soluções”, afirmou.

“Estamos a lidar com uma matéria tão sensível”, alertou o líder dos comunistas, considerando que a “pressão partidária para resolver uma situação que tem a ver com esta importante instituição” não deve ser usada.

Em entrevista recente à RTP, Jerónimo de Sousa referiu que a discussão já se fulanizou em demasia, recusando “envolver” o PCP “nesse debate” sobre a continuidade de Joana Marques Vidal.

PS defende mandato único

Dos socialistas é Carlos César quem marca presença na reunião com a ministra da Justiça. À saída deste ministério, disse que o que o partido transmitiu no essencial “foi que o cargo de procurador-geral da República ganha independência sendo um mandato prolongado e único. Essa orientação e doutrina esteve até já presente nos debates que ocorreram aquando da revisão constitucional de 1997. E que essa circunstância permite dar maior liberdade a quem exerce o cargo e liberdade de quem nomeia o respetivo titular”.

O nosso entendimento é que nestas circunstâncias deve ser nomeado alguém para o cargo de PGR que seja magistrado do Ministério Público, de preferência Procurador-Geral adjunto, e com experiência na ação penal. Foi isso que dissemos aqui. O que eu tinha a dizer sobre essa matéria já disse”, concluiu o socialista.

O líder parlamentar do PS já se tinha manifestado em relação à recondução da PGR, mas de forma contida, mostrando-se a favor da limitação de mandatos. “O mandato não pode ser eternizado”, referiu recentemente no seu espaço de comentário na SIC. Garantiu, contudo, que “o PS não tem nenhuma guerra com esta procuradora“.

Do lado do partido, porém, não tem havido até agora uma posição clara sobre o tema. António Costa referiu recentemente que a nomeação do próximo Procurador-Geral da República “não é matéria de luta partidária” e que “o Governo vai proceder à audição dos diversos partidos” antes de propor a Marcelo Rebelo de Sousa um novo nome para o Ministério Público.

No programa da TSF “Almoços Grátis”, de 5 de setembro, Carlos César admitiu que tem “uma posição preferencial para que exista um mandato único”, como já referiram a ministra da Justiça e o primeiro-ministro.

PSD em silêncio

Do lado dos sociais-democratas é onde paira a maior incerteza. Nuno Morais Sarmento já foi ouvido junto da ministra, mas ao ECO preferiu não comentar qual a posição certa do partido sobre a PGR.

Rui Rio já tinha feito saber que não vai falar sobre a eventual recondução da PGR antes de a questão ser colocada pelo primeiro-ministro e pelo Presidente da República. Questionado sobre a reunião de hoje, o líder do PSD, que está em Salzburgo, disse em declarações prestadas aos jornalistas que não era ainda o momento para o partido tomar uma posição.

“Quem é responsável por colocar o problema em cima da mesa é o primeiro-ministro e o Presidente da República. E só agora o problema começa a ser colocado”, disse, acrescentando que na altura própria, com o desenrolar da reunião dos partidos com a ministra, o partido manifestará a sua posição concreta. Questionado sobre a recondução da procuradora disse que não ficara “surpreendido” se isso acontecesse, preferindo não tecer mais comentários.

Nem todos têm a mesma opinião dentro do partido. O secretário-geral do PSD, José Silvano, defendeu a título pessoal que a atual PGR deve ser reconduzida, afirmando não ver qualquer motivo para que não o seja, mas ressalva que o PSD ainda não se pronunciou.

Há outros sociais-democratas que também já defenderam a manutenção de Joana Marques Vidal, entre eles Paulo Rangel, Poaires Maduro, José Eduardo Martins e os deputados António Leitão Amaro, Miguel Morgado e Duarte Marques.

Bloco de Esquerda não se pronuncia sobre a recondução

José Manuel Pureza representou os bloquistas na reunião com Francisca Van Dunem.

Ao ECO, o deputado disse que foram partilhadas com a titular da pasta da Justiça preocupações como a falta de meios no Ministério Público. “Aprofundamos alguns pontos positivos do mandato da PGR, nomeadamente quanto à luta contra a corrupção mas também algumas preocupações quanto ao segredo de justiça e sua violação”.

Ao jornal Público, o Bloco de Esquerda referiu já que “faz um balanço positivo do mandato”, admitindo porém que ainda há problemas que persistem. O partido decidiu, porém, não pronunciar-se sobre uma eventual recondução.

Tenho assistido a uma tentativa de partidarização. O cargo do procuradora-geral da República não é ocupado por campanhas de partidos sobre quem lá deve estar”, declarou Catarina Martins, líder do BE.

PEV à espera do Governo

Os Verdes vão fazer-se representar pelo seu deputado José Luís Ferreira e pelo dirigente Álvaro Saraiva na reunião de hoje com a ministra. O partido já fez saber, em declarações ao DN, que se mostra “disponível para ouvir o Governo”, e que está confiante que “este indicará alguém com competência e isenção para a responsabilidade que o cargo exige”.

(Artigo atualizado às 19h57 com as declarações de Carlos César)

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Além da eletrónica, Worten passa a vender online artigos para o lar

A Worten investiu sete milhões de euros e criou uma nova plataforma online, que vai vender produtos de lojas parceiras. A marca também vai usar as lojas da Sonae para ajudar nas entregas dos artigos.

A Worten vai começar a vender produtos comercializados por lojas parceiras. A empresa está a mudar de estratégia e apresentou esta quarta-feira uma nova plataforma que lhe permitirá expandir-se para novas áreas do retalho. Para já, o Worten Marketplace vai incluir produtos das áreas do mobiliário, decoração e descanso e reforçar as categorias ligadas à eletrónica de consumo. O investimento neste projeto totaliza os sete milhões de euros, criando uma centena de postos de trabalho, segundo números da empresa.

O Marketplace já está disponível ao público e a marca da Sonae está a fazer mira ao objetivo do milhão de referências até ao final do ano. Começa com cerca de 100 mil produtos e é a forma que a empresa encontrou para encarar a nova fase da digitalização da economia, com a perspetiva de que cada vez mais portugueses comecem a fazer compras online.

“Estamos a viver a digitalização em todas as áreas da sociedade. Sabemos que cerca de um terço dos portugueses compram online e que, até 2025, esse número subirá para perto de 60%. A Worten, enquanto líder de mercado, está empenhada em facilitar esta evolução, acompanhando os seus clientes e parceiros, ao mesmo tempo que entra em novos territórios no retalho”, afirma o administrador operacional da Worten Ibéria, Mário Pereira, citado em comunicado.

Compras noutras lojas, mas com garantia de qualidade Worten

A Worten aposta, desta forma, num modelo que se aproxima ao já implementado pela concorrente Fnac. No entanto, a empresa da Sonae tenciona fazer uma seleção estrita de quais empresas aceita como parceiras.

“Neste modelo de negócio, a Worten trabalha com empresas parceiras selecionadas (sellers), assegurando propostas de valor especializadas e relevantes para o consumidor”, indica a empresa. “Será claro para o cliente que a venda é feita pela empresa parceira, mas esta terá a garantia de beneficiar do selo de confiança Worten”, sublinha a marca da Sonae.

Como elemento diferenciador, a Worten destaca que o Marketplace é “totalmente omnicanal” — “os sellers colocam os seus produtos à venda em Worten.pt e a Worten põe a sua rede de lojas à disposição para ajudar no processo de compra e de recolha dos produtos, mas também no esclarecimento de dúvidas e resolução de questões”. “O Marketplace da Worten é inovador pela sua estratégia e experiência verdadeiramente integrada entre o online e a loja física”, indica Mário Pereira.

A empresa também está a aceitar inscrições de empresas que tencionem ser parceiras e vender os seus produtos na plataforma. “Se a sua empresa se quer tornar um vendedor parceiro Marketplace, registe-se aqui e a nossa equipa entrará em contacto consigo para o ajudar em todo o processo”, lê-se no site da empresa, que passou a estar disponível desde esta quarta-feira.

O novo projeto da marca totaliza um investimento de sete milhões de euros e criou uma centena de postos de trabalho, “particularmente nas áreas de IT [tecnologia], gestão de produto e gestão comercial”. Esta quinta-feira, arranca a campanha de comunicação nos principais canais de televisão.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Os taxistas protestam esta quarta-feira em Lisboa, Porto e Faro, contra as plataformas eletrónicas de transporte, como é o caso da Uber. Exigem a fiscalização da nova lei pelo Tribunal Constitucional. A um mês do OE, o PSD apresentou uma proposta de “reforma estrutural” para o SNS. Com a saúde nas notícias, por más razões, o Governo prevê mais verbas e desdobra-se em explicações.

O setor do táxi agendou para esta quarta-feira uma ação de protesto contra a chamada “lei da Uber”, um regulamento aprovado no Parlamento que vai legalizar as plataformas eletrónicas de transporte. A manifestação estende-se a Lisboa, Porto e Faro, com concentrações em várias zonas. Na convocatória, as duas principais entidades que representam os taxistas garantem que não está aqui em causa um bloqueio: “Haverá sempre uma via da faixa de rodagem livre e/ou cruzamento para o trânsito urgente”.

“Há 15 anos as despesas de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) rondavam os 7,5 mil milhões de euros e existiam cerca e 123.000 pessoas em lista de espera para cirurgia. Em 2018, as despesas de saúde do SNS são da ordem dos 10 mil milhões de euros e existem em listas de espera cerca de 231.000 pessoas.” Os números que constam do relatório final do PSD para a saúde, a que o ECO teve acesso, são para os sociais-democratas o melhor retrato do que se está a passar no setor. A equipa de Rui Rio acredita que os problemas no setor já não se resolvem com dinheiro e que é preciso evoluir para outro modelo.

A Sonae deu mais um passo na já anunciada intenção da entrada em bolsa da Sonae MC, o seu negócio de retalho alimentar. Em comunicado enviado à CMVM, a empresa “anuncia a intenção de admitir à negociação as ações representativas do capital social da Sonae MC na Euronext Lisbon” no quarto trimestre de 2018. De acordo com a empresa, a Sonae SGPS prevê oferecer uma participação minoritária a investidores não qualificados e qualificados, mantendo-se o acionista de referência da Sonae MC.

O Tesouro português voltou ao mercado, esta quarta-feira, para colocar dívida de curto prazo. Em dois leilões de bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses conseguiu 1.400 milhões de euros de financiamento dentro do intervalo previsto. Contudo, os juros a voltarem a ser negativos, mas menos face às emissões anteriores.

Os acionistas da operadora brasileira Oi já aprovaram o aumento de capital de quatro mil milhões de reais (quase 827 milhões de euros), abrindo caminho à conclusão da segunda fase do programa de recuperação judicial da empresa. No entanto, com os direitos políticos suspensos, o representante da Pharol foi impedido de estar presente, revelou a acionista portuguesa da Oi, numa nota nota enviada esta quarta-feira à CMVM. A empresa garante que vai adotar “medidas apropriadas” para “preservar os seus direitos”.

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Internacionalização com projetos de comércio eletrónico privilegiada nos apoios comunitários

Empresas podem ter 45% do apoio a fundo perdido. Aicep arranca esta quarta-feira com um bootcamp para ajudar 20 empresas a dar o salto no comércio eletrónico.

As empresas que, nos seus planos de internacionalização, incluam uma estratégia de comércio eletrónico têm uma majoração nas candidaturas a apoios comunitários. Este é apenas um dos pontos da estratégia para ajudar as empresas a internacionalizarem-se de outras formas além de nos canais normais.

Com este objetivo, a Aicep dá esta quarta-feira o pontapé de saída de um programa com 20 empresas, que visa ajudar os participantes a montar e otimizar operações de e-commerce. “No nosso plano estratégico, decidimos apostar na criação de uma aceleradora para a internacionalização, inspirada no modelo do que se faz no mundo das startups”, explicou ao ECO o administrador da Aicep com esta área. “Pegámos em 20 empresas, com potencial, que vão mergulhar durante seis meses num programa de formação, mentoria e tutoria, para darem o salto e começarem a exportar mais através das plataformas eletrónicas”, acrescenta João Dias.

Neste bootcamp estão empresas como a OLX, Worten, O Boticário, Quem disse Berenice, Science4you, SacoorBrothers, Salsa, Delta Cafés, LaRedoute e Sportzone. Um leque de empresas de diversas dimensões, mas todas com dimensão para para “dar o salto” e aproveitar “a mudança dos padrões de consumo a nível mundial” através dos marketplaces ou da criação de lojas online. A iniciativa E-CommerceExperience está a ser desenvolvida com parceiros brasileiros (E-Commerce Brasil) e, apesar de não ter objetivos quantitativos definidos à partida, os resultados vão ser monitorizados, garantiu João Dias.

“As empresas portuguesas que queiram apostar na internacionalização, tirando proveito do online, têm a Aicep a ajudar ao nível da sensibilização, formação e consultoria e também ajudar a usufruir dos incentivos criados, nomeadamente na materialização de um roadmap“, diz ao ECO o administrador João Dias.

Quanto aos apoios, que foram anunciados em maio pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, ficaram disponíveis para todas as empresas a partir de agosto e contemplam uma majoração para “projetos estruturados de internacionalização digital, suportados num roadmap de ação prévio devidamente descrito e fundamentado em candidatura e abarcando todas as dimensões relevantes e sinergéticas previstas neste domínio, designadamente na criação de lojas próprias e/ou adesão a marketplaces e no desenvolvimento de campanhas online“, pode ler-se no aviso.

“Essa majoração vai permitir-lhes subir na classificação”, explica João Dias.

As empresas têm disponíveis 68 milhões de euros aos quais podem candidatar-se até 31 de outubro. O apoio poderá ser de até 45% a fundo perdido (40% no caso das empresas que tenham morada fiscal em Lisboa).

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Mais 7,6 mil desempregados registados nos centros de emprego em agosto

O IEFP viu aumentar o número de desempregados inscritos nos centros de emprego na ordem dos 2,4% em agosto. Existem cerca de 338.147 mil desempregados registados no país.

O número de desempregados inscritos nos serviços de emprego está agora em cerca de 338.147, menos 19,1% do que em agosto de 2017. Contudo, face ao passado mês de julho, agosto registou um aumento de 2,3% de desempregados registados, de acordo com os dados da Análise Mensal do Mercado de Emprego, divulgada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Segundo o IEFP, este comportamento está em linha com o “padrão tipicamente observado nesta altura do ano”. Em 18 dos últimos 30 anos, o desemprego registado aumentou sempre entre julho e agosto.

Para a diminuição do desemprego, face ao mês homólogo de 2017, “contribuíram todos os grupos do ficheiro de desempregados, com destaque para os homens, os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos, os inscritos há um ano ou mais, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o 1.º ciclo básico”, pode ler-se na análise.

A nível regional, todas as regiões do país viram o desemprego diminuir, destacando-se as descidas percentuais mais acentuadas nas regiões do norte (-21,2%) e Alentejo (-19,9%).

Já o aumento face ao mês anterior fez-se sentir nas cinco regiões do continente e, particularmente, nas mulheres, na procura de novo emprego, em inscrições com menos de um ano e em habilitações de nível superior.

Em agosto, inscreveram-se nos serviços de emprego 40.869 desempregados, número inferior ao do mesmo mês de 2017 (-1727;-4,1%). Comparando como mês anterior, o volume de inscrições foi superior (+973;+2,4%).

Os aumentos em cadeia foram registados nas pessoas que estão à procura do 1.º emprego (52%), nos jovens (6,6%) e nos diplomados (9,7%). Por outro lado, as maiores diminuições diminuições homólogas (e não em cadeia) ocorreram também nos jovens (-27,8%) e nas pessoas à procura do 1.º emprego (-25,9%).

O desemprego de longa duração recuou, quer na comparação homóloga, quer na comparação em cadeia, e fixou-se perto das 160 mil pessoas, o valor mais baixo desde junho de 2009.

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Macedo Vitorino reforça equipa de Comercial & Societário com Eleonora Henriques

Nos 14 anos de experiência, a advogada Eleonora Henriques trabalhou em direito societário, comercial, investimento privado, compliance e imobiliário com empresas públicas e privadas em Portugal.

Nos seus mais de 14 anos de experiência, Eleonora Henriques trabalhou em direito societário, comercial, investimento privado, compliance e imobiliário com empresas públicas e privadas em Portugal e noutros países da lusofonia (Angola e Moçambique).

A advogada é licenciada em Direito e LL.M em International Trade and Business Law, pela Universidade Católica de Lisboa. Entre suas outras qualificações, destacam-se as pós-graduações em Direito das Sociedades Comerciais e Direito das Sociedades Abertas e do Mercado e em Direito dos Valores Mobiliário. Este ano obteve certificação avançada em Direito da Cibersegurança e do Ciberespaço, pela Universidade de Lisboa, Academia Militar e Centro de Investigação Jurídica do Ciberespaço.

A Macedo Vitorino & Associados já dispõe de equipas multidisciplinares com competências nas áreas de direito bancário, mercado de capitais, setores regulados, contencioso, arbitragem, laboral, comercial e societário. Mas acredita que Eleonora Henriques vem, pelo seu percurso e experiência, dar um contributo relevante para o crescimento da sociedade.

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RFF orador em conferência “Portugal como plataforma de investimento internacional”

Rogério M. Fernandes Ferreira, sócio e fundador da RFF & Associados, é speaker convidado no almoço e Conferência sobre “Portugal como plataforma de investimento internacional (aspectos fiscais)”.

Rogério M. Fernandes Ferreira, sócio e fundador da RFF & Associados, é speaker convidado no almoço e Conferência sobre “Portugal como plataforma de investimento internacional (aspetos fiscais)”, organizada pela João Mata – Corretores e Consultores de Seguros, no Porto.

O evento terá lugar no Sheraton Porto Hotel, na próxima segunda-feira, dia 24 de Setembro e irá analisar os aspetos fiscais a ter em consideração pelos investidores internacionais em Portugal.

Estarão presentes, além de Maria João Mata, CEO da João Mata, e de Miguel Frasquilho Chairman da Tap e Presidente do Conselho Consultivo da João Mata, Ulugbek Suyumov Administrador Executivo da João Mata, Soledade Duarte, Diretora-geral da Invesco Transearch, Isabel Gil, Reitora da UCP e Gonçalo Lobo Xavier, assessor da Direcção da AIMMAP e membro do Comité Económico e Social Europeu.

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Marcelo não tomou qualquer posição sobre recondução de PGR

Em comunicado, o Presidente da República reafirmou que "nunca manifestou, nem pública nem privadamente, qualquer posição sobre a matéria respeitante à nomeação do Procurador Geral da República".

Marcelo Rebelo de Sousa esclarece que não tomou qualquer posição sobre a possibilidade da recondução da procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, que acaba o mandato em outubro.

Em comunicado, o Presidente da República sublinha que “nunca manifestou, nem pública nem privadamente, qualquer posição sobre a matéria respeitante à nomeação do Procurador – Geral da República” e que “sempre afirmou que essa matéria seria apenas objeto de apreciação uma vez apresentada a proposta pelo Primeiro -Ministro”.

“Tal como esclareceu em Leiria no sábado passado e ainda ontem em Celorico de Basto, em resposta aos órgãos de comunicação social, o Presidente da República nunca manifestou, nem pública nem privadamente, qualquer posição sobre a matéria respeitante à nomeação do Procurador -Geral da República. Pelo contrário, sempre afirmou que essa matéria seria apenas objeto de apreciação uma vez apresentada a proposta pelo Primeiro – Ministro”, segundo o comunicado enviado pela Procuradora-Geral da República.

A Constituição da República Portuguesa (CRP) não impede que o mandato seja renovado, cabendo essa decisão inteiramente ao Governo, que propõe o nome, e ao Presidente da República, que nomeia. Mas, em janeiro, a ministra da Justiça Francisca Van Dunem, veio defender que a lei previa que esse mandato seria “único”. Hoje, a titular da pasta da Justiça recebe os partidos com assento parlamentar precisamente sobre esta eventual recondução.

 

 

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Associações dos taxistas estimam que 30 mil postos de trabalho estejam em risco

  • Lusa
  • 19 Setembro 2018

Para as associações do setor dos táxis, a entrada em vigor da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros coloca em risco 30 mil postos de trabalho.

A entrada em vigor da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros coloca em risco 30 mil postos de trabalho no setor do táxi, avançaram esta quarta-feira as associações que representam os taxistas, exigindo “concorrência leal”.

“Os partidos que aprovaram esta lei na Assembleia da República têm de ser forçados a dar cara, se estão ou não estão interessados em defender os 30 mil postos de trabalhos e os milhares de pequenos empresários do setor” do táxi, afirmou à Lusa o presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), Carlos Ramos, no âmbito da concentração de taxistas na praça dos Restauradores, em Lisboa.

Com reuniões agendadas com os grupos parlamentares do PCP, às 13h30, e do BE, às 14h00, na Assembleia da República, o representante da FPT aguarda ainda, esta manhã, resposta dos restantes partidos com assento parlamentar, adiantando que as expectativas são “muito elevadas”, no sentido de serem acolhidas as preocupações do setor.

Na praça dos Restauradores, onde se concentram cerca de uma centena de taxistas, o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio de Almeida, disse à Lusa que o protesto nacional “está a ser um grande sucesso”.

“Esta concentração foi marcada por tempo indeterminado e enquanto não estiver o nosso problema resolvido a intenção é continuarmos por aqui”, avançou Florêncio de Almeida, defendendo que “os táxis têm de ter as mesmas condições que têm os TVDE [transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma eletrónica]”.

Na perspetiva do presidente da ANTRAL, “se as armas não são iguais, não pode haver concorrência leal”.

“O que nós pretendemos com este protesto é conseguir sensibilizar os partidos com assento parlamentar – é necessário e é urgente que esta lei não entre em vigor, porque esta lei pretende criar dois regimes jurídicos e fiscais para o exercício da mesma função, que é transporte de passageiros em viaturas ligeiras”, declarou o responsável da FPT, indicando que os taxistas não conseguirão competir com o sistema das plataformas eletrónicas, que “fica praticamente liberalizado, pratica os preços que muito bem entender, através das tarifas dinâmicas, e pode-se deslocar dentro do território nacional onde houver clientes para transportar”.

Neste sentido, os taxistas reivindicam contingentes e que o Tribunal Constitucional se pronuncie sobre a constitucionalidade da lei que vai regular as plataformas eletrónicas.

“Não temos nada contra a concorrência, é preciso que a concorrência seja equilibrada”, reforçou Carlos Ramos, indicando que o setor não vai desistir de lutar para que tal aconteça.

Os taxistas manifestam-se esta quarta-feira em Lisboa, Porto e Faro contra a entrada em vigor, em novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal – Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé.

Desde 2015, este é o quarto grande protesto contra as plataformas que agregam motoristas em carros descaracterizados, cuja regulamentação foi aprovada, depois de muita discussão, no parlamento, em 12 de julho.

Desta vez, não está agendada uma marcha lenta, mas o estacionamento das viaturas ao longo das ruas.

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Esta é a receita de Rui Rio para “salvar” o SNS

A um mês do OE, o PSD apresentou uma proposta de "reforma estrutural" para o SNS. Com a saúde nas notícias, por más razões, o Governo prevê mais verbas e desdobra-se em explicações.

“Há 15 anos as despesas de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) rondavam os 7,5 mil milhões de euros e existiam cerca e 123.000 pessoas em lista de espera para cirurgia. Em 2018, as despesas de saúde do SNS são da ordem dos 10 mil milhões de euros e existem em listas de espera cerca de 231.000 pessoas.” Os números que constam do relatório final do PSD para a saúde, a que o ECO teve acesso, são para os sociais-democratas o melhor retrato do que se está a passar no setor. A equipa de Rui Rio acredita que os problemas no setor já não se resolvem com dinheiro e que é preciso evoluir para outro modelo.

Na sexta-feira passada, Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde no governo de Durão Barroso, e o responsável pela pasta no Conselho Estratégico Nacional, apresentou aos jornalistas as linhas gerais da reforma que o PSD propõe. Nela, os sociais-democratas querem envolver os setores privado e social, mas sem privatizar a saúde. O objetivo é “salvar” o SNS sem o abandonar, explicou Luís Filipe Pereira.

Fotomontagem: Lídia Leão

As lacunas na prestação de serviços públicos de saúde têm sido notícia nos últimos meses e, nos debates quinzenais no Parlamento, já houve alturas em que PSD, CDS, Bloco de Esquerda e PCP falam alinhados, pedindo ao Governo que aposte na saúde.

O primeiro-ministro tem destacado alguns resultados, mas o Governo já percebeu que será preciso mais do que isso para convencer os parceiros à esquerda, e os eleitores numa altura em que se prepara o último Orçamento da legislatura. No sábado, o Público avançava que a saúde vai receber mais 300 milhões de euros do que este ano. Esta quarta-feira, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, dá uma entrevista à RTP3 e, na sexta-feira, vai ao Parlamento responder aos deputados da comissão de Saúde, a requerimento do PCP “a propósito da situação atual do SNS”.

É neste contexto que o PSD apresenta a “Reforma estrutural do SNS”. Mas, afinal, o que propõem os sociais-democratas no relatório?

  • Para o PSD o que importa é o tipo de serviço que é prestado aos utentes do SNS e não se ele fornecido através do público, privado ou do setor social. E, por isso, a “reforma estrutural” conta com estes três pilares. O Estado continua a ser “elemento central e maioritário” mas cuja função principal é o cumprimento da Constituição. Com isto, o PSD quer passar a mensagem que, através da reforma que propõe, todos os portugueses continuam a ter acesso aos cuidados de saúde “de uma forma justa equitativa e tendencialmente gratuita”.
  • A relação com os privados ou com o setor social passaria pela contratualização e pagamento do Estado. Mas o PSD quer impor um esquema para que os utentes não sejam penalizados e os contribuintes ainda saiam a ganhar. Essa contratualização e pagamento seria feita “em função dos resultados atingidos no serviço prestado à população (exigência, por exemplo, de inexistência de listas de espera, redução de tempos de espera para consultas e cirurgias, etc)”.
  • Realização de concursos públicos com caderno de encargos que define as metas a atingir na prestação do serviço público quando entidades não públicas gerem unidades públicas.
  • Alteração da forma de gestão dos hospitais: motivando as equipas de gestão e os profissionais de saúde, garantindo a autonomia de gestão, responsabilizando as equipas pelos resultados atingidos e “criando um sistema de incentivos e penalizações em função da prossecução dos objetivos previamente definidos”.
  • No que toca à motivação das equipas, o PSD levanta ligeiramente a ponta do véu ao defender a atribuição de um “estímulo interno” através da atribuição de incentivos. Além disso, defende o “estímulo externo” através da comparação de indicadores de desempenho tornados públicos — um ranking que permitisse avaliar quem faz o quê.
  • A liberdade de escolha do utente no acesso aos serviços faz também parte do documento. O PSD refere-se ao “poder acrescido de escolha por parte dos cidadãos”.
  • Na vertente da prevenção, o PSD fala na necessidade de investir na prevenção de doenças crónicas, combate o sedentarismo, o alcoolismo, o tabagismo e a obesidade. E acrescenta a defesa do “rastreio, em todas as crianças em idade escolar, de problemas que são também as principais causas do insucesso escolar, designadamente problemas de visão, de audição de dislexia, de hiperatividade e de défice de atenção“.

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