Facebook afunda 19%. Maus resultados passam fatura ao Nasdaq

O índice tecnológico norte-americano registou uma queda superior a 1% num dia em que as ações do Facebook afundaram quase 19%. Ao mesmo tempo, o acordo comercial EUA-UE deu ganhos ao Dow Jones.

A sessão arrancou em terreno misto, e assim ficou até ao fecho. Por um lado, Wall Street foi pressionado pela queda histórica das ações do Facebook, perto dos 19%, após a divulgação de resultados poucos satisfatórios aos olhos dos analistas, contagiando outras empresas de peso do setor tecnológico. Por outro, as empresas do setor industrial registaram ganhos num dia marcado pelo acordo entre os EUA e a UE que se espera que ponha um ponto final na guerra comercial entre ambas as partes.

Neste contexto, o S&P 500 fechou a cair 0,30% para 2.837,44 pontos. O industrial Dow Jones encerrou em alta de 0,45% para 25.529,57 pontos. Já o tecnológico Nasdaq desvalorizou 1,02% para 7.851,38 pontos, à boleia das ações do Facebook.

A rede social criada por Mark Zuckerberg apresentou resultados esta quarta-feira à noite e emitiu um aviso aos analistas. Depois de revelar uma desaceleração no crescimento das receitas, a empresa alertou que a tendência deverá manter-se à medida que vai investindo na proteção dos dados pessoais dos utilizadores — isto depois do escândalo da Cambridge Analytica. Ao mesmo tempo, o Regulamento Geral da Proteção de Dados (RGPD) levou a que um milhão de utilizadores europeus optassem por deixar de usar a plataforma.

Face a estas notícias, as ações do Facebook caíram 18,96% para 176,26 dólares, uma queda histórica para a empresa. A empresa perdeu cerca de 120 mil milhões de dólares de valor de mercado, o equivalente a dois terços das perdas registadas na bolsa de valores na histórica terça-feira negra de 1929. A queda acabou por alastrar-se para outras empresas do setor: por exemplo, o Twitter recuou 2,9% para 42,93 dólares por ação.

Ainda neste setor, nota para as ações da Amazon. A empresa fundada por Jeff Bezos desvalorizou 2,98% para 1.808,04 dólares cada título, à medida que se prepara para revelar resultados esta quinta-feira, após o fecho da sessão.

Em contrapartida, o setor industrial travou as perdas na praça norte-americana. O Presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciaram um acordo para o alívio das tarifas alfandegárias, o que se espera que ponha fim à guerra comercial entre ambas as partes. Face a esta notícia, as ações da Boeing valorizaram quase 0,94% para 3,25 dólares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo quer captar mais médicos que estão fora do SNS

  • Lusa
  • 26 Julho 2018

O Governo abriu mais vagas para novos médicos do que para profissionais que acabaram a especialidade este ano, na expectativa de captar clínicos que estejam no privado ou no estrangeiro.

O Ministério da Saúde decidiu abrir mais vagas para novos médicos do que os profissionais que acabaram a especialidade este ano. A ideia passa por tentar captar clínicos que não tenham concorrido noutros anos e estejam no privado ou no estrangeiro.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde destaca que o concurso aberto esta quinta-feira, para 1.234 novos médicos, representa “a maior abertura [de vagas] dos últimos anos” e rejeita que tenham ocorrido atrasos neste concurso, adiantando mesmo que foi o “segundo mais célere” no Serviço Nacional de Saúde.

Em declarações aos jornalistas a propósito dos despachos publicados esta quinta-feira com a abertura de concurso para novos médicos, Fernando Araújo destacou que das 1.234 vagas há 378 para médicos de medicina geral e familiar, o que vai permitir que mais 500 mil utentes tenham médico de família. O responsável lembrou ainda que se trata de um dos concursos com mais vagas abertas dos últimos anos, com um “aumento de 20% relativamente a 2016 e de 40% relativamente a 2017”.

O número de vagas abertas é superior em 10% a 15% ao número de profissionais que terminou este ano o internato. O governante assume que o objetivo é “captar médicos que estão de fora do SNS”, sejam médicos que não concorreram no ano passado ou noutros anos, ou que estejam no exterior ou nos privados.

Quanto às queixas dos profissionais sobre a demora na abertura do concurso, Fernando Araújo rejeitou as críticas, indicando que este concurso “foi o segundo mais célere do SNS”. De acordo com os dados do Ministério, o mais célere foi em 2016. Contudo, no ano passado, o concurso demorou cerca de 10 meses a ser aberto e as estruturas que representam os médicos temiam que o cenário se repetisse este ano.

Embora reconheça que se pode melhorar o tempo de abertura dos concursos, o secretário de Estado estima que estes 1.234 médicos possam estar colocados nos hospitais e centros de saúde no final de setembro, quando em concursos passados os médicos eram colocados no final do ano.

Também foi publicado em Diário da República um diploma que estabelece as unidades de saúde de zonas consideradas carenciadas para os quais se podem candidatar médicos que terão incentivos financeiros adicionais e também incentivos de carreira. Segundo os despachos abrem os concursos para os recém-especialistas, os hospitais do Algarve, de Évora, de Coimbra e o Centro Hospitalar de Lisboa Central são os que estão autorizados a contratar maior número de médicos.

Para o Centro Hospitalar de Lisboa Central, que integra o S. José e a Alfredo da Costa onde ocorreram há 15 dias demissões de chefes de equipa, estão atribuídas 54 vagas para os novos médicos que concluíram a especialidade há cerca de três meses. Para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra estão autorizadas a abrir 47 vagas no concurso para os novos médicos. No Centro Hospitalar e Universitário do Algarve há vagas para 41 novos especialistas, estando definido o mesmo número de vagas para o hospital do Espírito Santo de Évora.

Ao todo, o Governo autoriza a abertura de concurso para 856 médicos de várias especialidades hospitalares, sendo 17 delas para a área da saúde pública. Foi ainda publicado em Diário da República o diploma que autoriza a abrir vagas para 378 novos especialistas em medicina geral e familiar para ocupar lugares em centros de saúde e unidades de saúde familiares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo Banco e Rioforte acertam posições na venda da Comporta

O Novo Banco e a Rioforte estão a discutir uma posição comum para a assembleia geral de venda do Fundo Imobiliário da Comporta, para garantir transparência na escolha do vencedor do concurso.

A Rioforte e o Novo Banco estão em discussões para acordarem uma posição comum na assembleia geral de participantes do Fundo Imobiliário da Herdade da Comporta, que se realiza esta sexta-feira e que vai analisar as propostas de compra daquela área imobiliária e turística da herdade, apurou o ECO junto de fontes que estão a acompanhar o processo. As negociações entre o maior acionista do fundo, a Rioforte (59%), e o Novo Banco (16%) poderão revelar-se decisivas para o desfecho deste processo, que tem neste momento três candidatos oficiais, dos quais um, o consórcio Oakvest/Portugália/Sabina, é o escolhido pela Gesfimo, a sociedade gestora do fundo imobiliário. Os outros são o consórcio que junta a Vanguard Properies, de Claude Berda, e Paula Amorim, por um lado, e Louis-Albert de Broglie, um aristocrata francês conhecido naquele país como o “príncipe jardineiro”, por outro.

Qual é o objetivo destas negociações? Oficialmente, ninguém faz comentários, mas, segundo outra fonte do ECO, é preciso garantir que a decisão que venha a ser tomada pelos participantes do Fundo seja suportada num processo claro e transparente, uma preocupação particularmente expressa pelo Novo Banco, que exigiu que as três propostas fossem apresentadas na assembleia da próxima sexta-feira, coisa que a Gesfimo não pretendia fazer. Acresce, recorde-se, que a Rioforte é controlada por uma comissão liquidatária no Luxemburgo, na sequência da falência do Grupo Espírito Santo (GES). E nas últimas semanas sucederam-se episódios, nem todos bem explicados, sobre a operação.

Uma das soluções possíveis, e na qual os advogados dos dois grupos estão a trabalhar, é a suspensão da assembleia geral para uma data posterior, a decorrer nas próximas semanas. Seria mais um adiamento, e com custos associados porque o Fundo tem uma dívida elevada à Caixa Geral de Depósitos (CGD) que acumula juros mensais da ordem dos 850 mil euros. “Tudo pode acontecer até à próxima sexta-feira, mas é importante garantir um processo transparente”, confidenciou um dos envolvidos nestes contactos. Outro caminho é a escolha de uma terceira entidade, independente da Gesfimo, para fazer uma avaliação das três propostas e das suas condições financeiras e perímetro, o que provavelmente levará também a uma suspensão da Assembleia Geral de amanhã de manhã.

A troca de acusações entre o consórcio dos empresários britânicos Mark Holyoake e Anton Bilton e a empresa portuguesa Portugália e o consórcio que junta a Vanguard Properties, de Claude Berda, e a Amorim Luxury, de Paula Amorim, sucedem-se. Em declarações públicas e em cartas enviadas nas últimas semanas aos participantes do Fundo imobiliário da Herdade da Comporta. E a própria Gesfimo – a sociedade gestora do fundo que é controlada pela Espírito Santo Properties e que, por sua vez, é detida pela Rioforte – não sai ilesa destas discussões e é acusada de favorecer um consórcio em relação aos outros. A guerra mediática mede-se, também, pelo envolvimento de duas das mais relevantes agências de comunicação do mercado, a JLM, que assessora o consórcio de Berda e Paula Amorim, e a CVA, que assessora a Oakvest/Portugália.

A história recente da venda do fundo imobiliário da Comporta, que está em risco de insolvência, está cheia de peripécias. Em julho do ano passado, o empresário Pedro Almeida anunciou que tinha fechado um contrato para comprar 59,09% do Herdade da Comporta FEIIF, o fundo de investimento que gere os projetos turísticos e imobiliários daquela zona. O valor da operação nunca foi revelado e, na altura, Pedro Almeida, que controla a holding de investimentos Ardma, disse que pretendia transformar a Comporta num “resort exclusivo e altamente atrativo para o mercado internacional”. O objetivo do empresário passava por comprar também a Herdade da Comporta — Atividades Agrosilvícolas e Turísticas, a empresa que gere os arrozais da zona e que só pode ser vendida depois de o fundo imobiliário ser vendido.

Contudo, a operação acabou por não merecer o aval do Ministério Público. “O Ministério Público analisou a forma como foi conduzido o processo de venda, e detetou, no decurso das suas várias fases, procedimentos, envolvendo vários participantes, que indicavam terem sido preteridas as condições de isenção, transparência e objetividade, justificou então o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que decidiu, assim, manter o arresto sobre a Comporta. É precisamente os riscos associados a outro problema como este que justifica as negociações entre o Novo Banco e a Rioforte. É que se o Ministério Público decide também o arresto das áreas afetas ao fundo, por causa de novas suspeitas, a consequência será a insolvência.

As três propostas em cima da mesa. Quem dá mais?

Após vários obstáculos por parte do Ministério Público, a situação estava complicada para o fundo fechado da Herdade da Comporta. Em sérios riscos de insolvência, decidiu-se tentar um aumento de capital, algo que acabou por ser rejeitado pelos participantes. Como se lê no Relatório de Gestão de 2017 do fundo, datado de 30 de abril, “a 20 de abril de 2018, em assembleia de participantes realizada para o efeito, [estes] votaram contra uma proposta de aumento de capital do fundo num montante estimado de 43 milhões de euros, não tendo apresentado alternativas que permitam ultrapassar as dificuldades de tesouraria do fundo”.

Neste sentido, continuou a Gesfimo, a sociedade responsável pelo fundo, este atravessava uma “difícil situação financeira” e, havendo esta rejeição, “pode perspetivar-se a eventual alienação dos ativos imobiliários mais representativos (…), no sentido de resolver a situação financeira do fundo e regularizar as responsabilidades vencidas, tendo alguns investidores já manifestado o seu interesse na aquisição desses ativo”, lê-se no relatório. Estava, assim, tornada pública, a difícil situação financeira que o fundo fechado da Comporta atravessa, abrindo-se portas à venda de ativos imobiliários.

No ano passado, o fundo imobiliário da Comporta apresentou um resultado líquido negativo de 12,9 milhões de euros, um valor que, apesar de tudo, conseguiu superar o registado no ano anterior (19,6 milhões de euros), de acordo com o relatório de contas. No mesmo documento, não passa despercebida a posição da CGD como principal credora, num empréstimo concedido, e cujo total de dívida ascende aos 119,4 milhões de euros. Face a esta situação, uma coisa é certa: era preciso vender o fundo da Herdade da Comporta ou este iria à falência. Rejeitado o aumento de capital, está decidida a venda de ativos imobiliários e turísticos, por outras palavras, do fundo fechado da Comporta. Incluídos ainda no “pacote” estão uma participação de 50% na DCR&HDC Developments — Atividades Imobiliárias (sociedade detida pelo fundo, que desenvolve atividade imobiliária), avaliada em cerca de 8,3 milhões de euros e os lotes das Casas da Encosta, avaliados em 852 mil euros.

E, chegados aqui, o que está em causa? Três propostas, sete interessados no total. As ofertas pela compra do fundo de investimento imobiliário da Herdade da Comporta ascendem às dezenas de milhões de euros, envolvidas numa disputa sobre quem dá mais, e sobretudo com números e informações que tornam a comparação difícil. Entre acusações e preferidos, o processo de venda caminha a todo o vapor, com vários tumultos pelo meio, decisões pouco transparentes e conflitos públicos. Mas, afinal, o que tem cada uma destas propostas para oferecer?

A primeira oferta vem do consórcio entre o milionário francês Claude Berda, da Vanguard Properties, e da empresária Paula Amorim, que oferece 28 milhões de euros em dinheiro pela compra do fundo, somados à assunção da dívida à CGD e aos créditos na DCR&HDC e aos Lotes das Casas da Encosta, totalizando 156,4 milhões de euros. Na carta enviada aos participantes do fundo, estes interessados confirmaram, a 16 de abril, que a proposta apresentada é vinculativa, embora condicionada à uma due diligence confirmatória. E segundo soube o ECO, o consórcio já entregou nas últimas 24 horas cartas de conforto de bancos portugueses como a CGD e o BCP, para garantir a operação.

Por sua vez, a segunda proposta é apresentada pela holding Oakvest, controlada pelo empresário inglês Mark Holyoake, associada à família Carvalho Martins, dona da cadeia de restaurantes Portugália, e à Sabina Estates. Em cima da mesa estão 36,5 milhões de euros pelo fundo, somados à assunção da dívida à CGD e aos restantes créditos mencionados. No total, são 155,9 milhões de euros. Além disso, conforme foi comunicado ao mercado já no dia 11 de julho, depois do fecho das propostas, a Gesfimo faz uma correção ao valor, coisa que os outros consórcios consideram mesmo uma nova proposta. O grupo liderado pela Oakvest acrescenta ao preço os 8,251 milhões de euros pelos ativos e créditos da DCR&HDC. Esta assume-se como não vinculativa, está dependente da due diligence e ainda de financiamento bancário, no valor de 110 milhões de euros, já que 45 milhões serão financiados por capitais próprios. Mas é esta a oferta que a Gesfimo aponta como vencedora, só que tem de passar o crivo dos participantes do fundo.

A última proposta é apresentada pelo aristocrata francês Louis-Albert de Broglie, e oferecia uma contrapartida de 115 milhões de euros, um valor que aumentou esta segunda-feira para 159 milhões de euros. O valor inicial era insuficiente por si só para liquidar a dívida mas, com esta atualização, o filho do Duque de Broglie ganha vantagem face aos concorrentes, e tudo por assegurar ganhos futuros de 20 milhões de euros. Esta é não vinculativa, tendo em conta que depende não só da due diligence e de financiamento bancário, como da operação futura para o pagamento da parte variável.

É neste ponto que está o processo de venda do fundo da Herdade da Comporta, mas, pelo caminho, muita coisa se passou. Não passaram despercebidas as diversas trocas de acusações entre os participantes, envolvendo também a sociedade gestora. A primeira confusão aconteceu quando a a Gesfimo escolheu como preferida a proposta apresentada pela Oakvest/Portugália/Sabina, por “reunir as melhores condições de preço”. Contudo, de acordo com a carta enviada aos participantes do fundo pelo consórcio Berga/Amorim, a sociedade gestora Gesfimo teve em conta apenas o valor oferecido, “não tornando claro que os preços oferecidos não incluem os mesmos ativos”, isto é, os 36,5 milhões de euros da Oakvest/Portugália/Sabine já incluiam a venda dos créditos da DCR&HDC e dos Lotes Casas da Encosta. Neste sentido, de acordo com os representantes da Berga/Amorim, a sua proposta não inclui nos 28 milhões de euros os ativos e créditos na DCR&HDC e dos Lotes Casas da Encosta, sendo assim a que oferece um maior valor. Só que, mais tarde, esta versão da proposta foi corrigida, o que elevou a oferta da Oakvest, dos donos da Portugal e da Sabina em mais 8,2 milhões de euros, colocando-a em primeiro lugar no critério de preço.

Após esta decisão da Gesfimo, o Novo Banco, que detém uma participação de cerca de 16% no fundo fechado da Comporta, decidiu intervir. Não concordando com a atitude da sociedade gestora, a instituição exigiu que todas as ofertas fossem apresentadas aos participantes do Fundo daa Comporta.

Mas as confusões não ficaram por aqui. Depois de o consórcio Oakvest/Portugália/Sabina ter afirmado que financiariam a compra do fundo com capitais próprios de, pelo menos, 45 milhões de euros, a aliança Berda/Amorim vem levantar dúvidas sobre essa garantia bancária, afirmando que esses capitais são provenientes do Kvika, um banco islandês com “apenas 250 milhões de euros em depósitos”, lê-se na carta a que o ECO teve acesso. Por sua vez, e tendo em conta que a parceria de Berda/Amorim assegurou ter capitais próprios, o consórcio Oakvest/Portugália/Sabina acusa-os de se “basearem apenas no perfil dos investidores, não demonstrando qualquer prova desses fundos”.

Sobre a terceira proposta, o “príncipe jardineiro” esclareceu que a sua proposta inicial continha uma “componente variável”, que envolvia uma mais-valia de cerca de 40 milhões de euros, mas em função das construções que viessem a acontecer. Para além de reiterar que apresenta a melhor proposta em termos financeiros, Louis-Albert de Broglie defende que a sua ideia para a Herdade da Comporta, que inclui um projeto na área da agricultura biológica, privilegia a biodiversidade e os empregos da região.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Greve de tripulantes de cabine da Ryanair teve adesão de 70% em Portugal, diz o sindicato

  • Lusa
  • 26 Julho 2018

A greve de tripulantes de cabine da Ryanair terá tido uma adesão de 70% em Portugal, de acordo com os números divulgados pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) anunciou que a greve de dois dias dos tripulantes de cabine da companhia aérea Ryanair, que terminou esta quinta-feira, teve uma adesão de 70% em Portugal.

Em comunicado, o SNPVAC refere que na quarta-feira foram cancelados 30 dos 51 voos com descolagem prevista das quatro bases operacionais que a transportadora de voos de baixo custo irlandesa utiliza em Portugal – aeroportos de Lisboa, Faro, Porto e Ponta Delgada. Em relação a esta quinta-feira, o sindicato sublinha que a “percentagem de adesão à greve manteve-se nos mesmos níveis” de quarta-feira.

Segundo o comunicado, em Lisboa, foram cancelados esta quinta-feira seis dos dez voos planeados, em Faro houve nove voos cancelados em 15 planeados e no Porto 13 voos foram cancelados em 22 planeados. O SNPVAC acrescenta que os dois dias de greve “tiveram um enorme impacto a nível europeu”, pois, além de Portugal, esta paralisação afetou Espanha, Bélgica e Itália (apenas na quarta-feira). Nestes países a adesão à greve “foi igual” nos dois dias.

Em Itália, país onde a Ryanair opera a partir de 16 aeroportos, houve 159 voos cancelados, representando uma adesão de 75%, indica a nota, salientando ter havido serviços mínimos decretados pelo Governo italiano. Em Espanha, país no qual a companhia aérea tem 13 bases operacionais, “existiram serviços mínimos impostos pelo Governo espanhol, o que correspondeu a 194 voos efetuados”. O sindicato esclarece que à exceção desses voos, os restantes, 204, foram todos cancelados. Segundo dados do SNPVAC, na Bélgica, país onde a companhia opera a partir de dois aeroportos, não existiram serviços mínimos. No aeroporto de Bruxelas a taxa de adesão foi de 90% (cancelados 10 em 11 voos programados) e no aeroporto de Charleroi a adesão à greve foi de 70% (cancelados 26 voos em 39 programados).

“Foi um acontecimento histórico a nível de união entre sindicatos e trabalhadores de vários países. A transversalidade dos motivos é óbvia e a paralisação tornou-se a única forma de os tripulantes fazerem com que se olhasse para a sua realidade e para as arbitrariedades a que estão permanentemente sujeitos”, justifica o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil.

O sindicato diz que os tripulantes de cabine “continuam disponíveis para o diálogo e na disposição de encontrar caminhos e soluções”, mas avisam que a luta é para continuar. “Os tripulantes não desistiram, nem vão desistir da sua luta; os tripulantes deixaram de ter medo das retaliações com que a Ryanair permanentemente os ameaça; os tripulantes permanecem unidos e mais países se juntarão a esta união; os tripulantes negam-se a deixar-se enganar e sofrer deste ‘bullying’ laboral por mais tempo”, frisa o comunicado.

A Ryanair tem estado envolvida, em Portugal, numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação, que durou três dias, no período da Páscoa. A empresa admitiu ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve.

A decisão de partir para a greve europeia foi tomada em 5 de julho numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis nacionais laborais e não as do seu país de origem, a Irlanda. Com a greve, os trabalhadores querem exigir que a transportadora irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e que retire processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dívidas dos hospitais aos fornecedores aumentam pelo segundo mês

Os hospitais estão a aumentar o valor de pagamentos em atraso a fornecedores. Depois da injeção de capital no início do ano, os hospitais voltaram a degradar a sua folha de pagamentos.

As dívidas dos hospitais aos fornecedores aumentaram 68 milhões de euros entre maio e junho, a segunda subida consecutiva depois da injeção de capital feita pelo Estado que terminou em abril. Face ao período homólogo, os pagamentos em atraso dos hospitais apresentam uma redução.

De acordo com dados da Direção-Geral do Orçamento (DGO) publicados quinta-feira, as dívidas dos hospitais aos fornecedores atingiram 773 milhões de euros em junho. Um mês antes, os pagamentos em atraso estavam em 705 milhões de euros, revelando já um acréscimo em relação a abril.

Março e abril foram os únicos meses deste ano em que se registou uma redução das dívidas em relação ao mês anterior. Foi precisamente nesses meses que o Estado entregou o capital aos hospitais-empresa. Em março, os hospitais receberam 413 milhões e o restante foi pago em abril.

Face ao período homólogo, os pagamentos em atraso apresentam um recuo. No final do primeiro semestre do ano passado, as dívidas a fornecedores estavam em 806 milhões de euros, o que significa que em junho deste ano ficavam 33 milhões de euros abaixo.

As dívidas a fornecedores são uma das preocupações do Governo, que tem sido publicamente pressionado para resolver problemas no setor da Saúde.

O Governo nomeou uma comissão para estudar as contas e a sustentabilidade do setor da saúde.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CMTV dá ganhos à Cofina. Grupo triplica lucros para 2,6 milhões no primeiro semestre

  • Lusa
  • 26 Julho 2018

A dona do Correio da Manhã viu os lucros triplicarem no primeiro semestre, para 2,6 milhões de euros. Reestruturação e desempenho da CMTV foram os fatores responsáveis pelo crescimento.

O lucro da Cofina mais que triplicou (268,1%) no primeiro semestre, face a igual período de 2017, para 2,6 milhões de euros, divulgou esta quinta-feira a dona do Jornal de Negócios e do Correio da Manhã, entre outros títulos.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Cofina adianta que o segundo trimestre foi caracterizado pelo “excelente desempenho no segmento de televisão (CMTV)” e “os resultados do processo de reestruturação, que se estão materializar no crescimento da rentabilidade do segmento de imprensa”.

As receitas operacionais subiram 2,1% nos primeiros seis meses, face ao período homólogo, para 44,9 milhões de euros, enquanto os custos operacionais diminuíram 1,2% para 37,9 milhões de euros. O resultado antes de impostos, juros, depreciações, amortizações e depreciações (EBITDA) subiu 24,3% para 6,9 milhões de euros, excluindo os custos de reestruturação não recorrentes no período homólogo.

No final do semestre, a dívida líquida nominal era de 47,3 milhões de euros, uma diminuição de 2,7 milhões de euros face ao final de março.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Feedzai ajuda Credorax a combater fraude no e-commerce

Através de uma plataforma recorrendo à Inteligência Artificial, os utilizadores podem realizar transações online de forma instantânea e mais segura.

Duas empresas, cada um com a sua mais-valia, uniram-se para combater a fraude no comércio online, recorrendo à Inteligência Artificial (IA). É o caso da Feedzai, uma nacional líder na área da IA aplicada à gestão de risco financeiro, e da Credorax, tecnológica que atua como banco comercial. A arma secreta passa pela criação de uma plataforma de machine learning, concebida para ajudar os utilizadores a realizarem transações de forma mais segura.

O objetivo é bastante simples: “Estar um passo à frente de um mercado de comércio online cada vez mais complexo”, explica a Feedzai, em comunicado. Por norma, a tecnológica não costuma revelar as empresas com as quais faz parceria mas, desta vez, é aberta uma exceção para “dar um sinal ao mercado“, explica a startup portuguesa ao ECO.

“A Credorax tem orgulho na parceria iniciada com a Feedzai na aplicação de soluções de IA que protegem melhor os nossos comerciantes e os seus clientes”, diz Igal Rotem, da Credorax. “Continuamos a dedicar recursos significativos para ajudar a resolver questões complexas e estamos confiantes de que, trabalhando juntos, vamos estimular o crescimento na economia digital“.

Como explicam ambas as empresas, o mundo do comércio online tem necessidade de lidar com uma quantidade de dados cada vez maior, provenientes de um número cada vez maior de canais. Isto tudo, ao mesmo que se aprimoram os praticantes de fraudes, tornando-se mais agressivos e sofisticados nos ataques. E todos podem ser um alvo: bancos, comerciantes e clientes.

Neste sentido, a plataforma de IA concebida pela Feedzai e pela Credorax vem revolucionar essa luta contra a fraude financeira, permitindo aos clientes “realizar transações de forma instantânea e segura“. Através desta tecnologia, as plataformas de comércio, bancos e outras instituições financeiras podem ser dotadas com melhores defesas, permitindo “filtrar dados massivos e detetar atividades fraudulentas, minimizando o risco de falsos positivos”.

“A Feedzai e a Credorax passam a fornecer a melhor solução para os comerciantes que necessitam de uma poderosa plataforma de gestão de risco e prevenção de fraude para proteger os seus clientes de uma forma integrada”, conta Nuno Sebastião, CEO da Feedzai. “Com a nossa tecnologia a apoiar a Credorax, estamos a ajudar a manter os pagamentos seguros, garantindo, ao mesmo tempo, o seu processamento em tempo real — algo especialmente importante num mundo onde a palavra digital significa no imediato”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Science4you chega a mais quatro países na Ásia, América do Sul e Oceania

  • ECO
  • 26 Julho 2018

As exportações da empresa portuguesa representaram no último ano mais de 70% do valor total faturado pelo grupo. No primeiro semestre deste ano, as vendas para fora atingiram os 3,5 milhões de euros.

As crianças na Malásia, Peru, Chile e Nova Zelândia vão agora poder brincar e aprender com a Science4you. A empresa portuguesa que desenvolve, produz e comercializa brinquedos educativos anunciou que vai passar a exportar para estes quatro novos países.

Na lista há mais de quarenta países para onde a empresa de brinquedos exporta regularmente, e que representaram no último ano mais de 70% do valor total faturado pelo grupo.

“A entrada da Science4you nestes quatro novos países reforça a presença mundial. A expansão em países da Ásia e no mercado da América do Sul não está ainda tão desenvolvida quando comparado, por exemplo, com a nossa presença na Europa, onde vendemos em todos os países”, explica Miguel Pina Martins, fundador e CEO da Science4you, citado em comunicado.

No primeiro semestre de 2018, a Science4you registou nos mercados externos cerca de 3,5 milhões de euros com a venda de brinquedos educativos desenhados para suscitar o interessa dos mais novos por várias áreas científicas, como a Química, a Física, a Geologia e a Astronomia.

"Estes novos acordos são um importante passo para dinamizar a nossa oferta educativa nestes mercados e continuar a crescer.”

Miguel Pina Martins

A empresa celebrou uma década este ano, desde que começou como um projeto universitário, e já fatura mais de 20 milhões. Tem escritórios em Lisboa e no Porto, e filiais em Madrid e Londres.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

António Mexia: “EDP está a viver do seu crescimento nas renováveis e no Brasil”

  • Lusa
  • 26 Julho 2018

O presidente executivo da EDP disse que a empresa está a viver do crescimento nas energias renováveis e no Brasil, mas salientou que as medidas regulatórias em Portugal custaram 140 milhões à empresa.

O presidente da EDP, António Mexia, afirmou esta quinta-feira que a elétrica “está a viver do seu crescimento nas renováveis e no Brasil”, cujo impacto só não foi maior por questões cambiais, realçando o impacto negativo de medidas regulatórias em Portugal.

A EDP fechou o primeiro semestre com um lucro de 380 milhões de euros, um recuo de 16% face aos 450 milhões registados no mesmo período do ano passado, mas, sem o impacto de efeitos não recorrentes, nomeadamente a CESE — contribuição extraordinária para o setor da energia e o corte no ajustamento final dos CMEC, teria subido 5% para 457 milhões de euros.

Em declarações à Lusa, António Mexia sublinhou que “a EDP está a viver do crescimento das renováveis [EDP Renováveis] e do Brasil”, referindo que o impacto só não foi maior por razões cambiais, isto é, a desvalorização do dólar – já que os EUA são o principal mercado da EDP Renováveis — e do real. “As medidas regulatórias em Portugal tiveram impacto negativo de 140 milhões de euros”, adiantou o gestor, dos quais 18 milhões são não recorrentes, e a maioria (122 milhões de euros) recorrentes.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP indica que o EBITDA consolidado (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ascendeu a 1.722 milhões de euros na primeira metade de 2018, uma queda de 10% face a igual período de 2017.

No primeiro semestre deste ano, as condições de mercado melhoraram, motivadas pela “forte recuperação de hidraulicidade”, com as reservas hídricas a ficarem acima da média no final de junho, mas que foi anulada por diversas alterações regulatórias em Portugal na produção — redução dos proveitos com os CMEC, acréscimo de impostos e novas taxas — e também na distribuição — corte de 14% nos proveitos no âmbito da revisão regulatório 2018-2020, que custaram 140 milhões de euros, segundo o comunicado da elétrica.

A dívida líquida da EDP atingiu em junho os 14,2 mil milhões de euros, acima dos 13,9 mil milhões de euros em dezembro de 2017, essencialmente devido ao pagamento de 700 milhões de euros referente ao dividendo anual em 02 de maio referente ao exercício de 2017. A capacidade instalada do grupo EDP subiu 2% em termos homólogos, para os 26,8 gigawatts (GW) até junho, e a produção 7% para 38.191 GWh, dos quais 72% renováveis, que compara com um peso de 60% em igual período do ano passado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A tarde num minuto

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

Finanças revelam dados sobre execução do Orçamento do Estado até junho. Cenário melhorou face a maio. Meta para o conjunto do ano é de 0,7% do PIB. Faria de Oliveira critica os modelos dos governos de Portugal e de Espanha. O presidente da APB diz serem “soluções temporárias e precárias”. Relativamente aos juros negativos fala em populismo.

O défice das Administrações Públicas atingiu em junho 2.616 milhões de euros, “melhorando 406 milhões de euros face ao período homólogo”, revelam as Finanças. A receita cresceu acima da despesa, o que permitiu apresentar um quadro mais confortável do que o registado em maio.

Faria de Oliveira teceu críticas aos modelos dos atuais governos tanto de Portugal como de Espanha. O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) considera que são “soluções temporárias e precárias” e que resultam de “acordos de conveniência”.

No primeiro semestre, o maior banco privado português contabilizou lucros de 150,6 milhões, o que representa uma subida de 67,5% face ao período homólogo de 2017. Para esta subida contribuiu a evolução “muito favorável do resultado da atividade em Portugal” que teve um contributo de 59 milhões nos resultados dos primeiros seis meses de 2018, contra os 1,6 milhões de euros do período homólogo.

Os lucros da EDP na primeira metade do ano fixaram-se em 380 milhões de euros. É uma queda de 16% face ao período homólogo. A empresa explica a quebra no resultado líquido com as “alterações regulatórias adversas” em Portugal, nomeadamente com a contribuição extraordinária para o setor energético e “a diferença entre o ajuste final” do valor a receber com os Custos de Manutenção de Equilíbrio Contratual (CMEC), que foi reconhecido em 2017, e o aprovado em maio de 2018.

Não se esperavam grandes novidades da decisão de política monetária da reunião desta quinta-feira e o Banco Central Europeu (BCE) correspondeu às expectativas: o Conselho de Governadores deixou juros inalterados em mínimos históricos e manteve o final do ano como data para o fim do programa de estímulos monetários. As atenções dos analistas vão estar agora viradas para a habitual conferência de imprensa com Mario Draghi, que começa pelas 13h30 (hora de Lisboa).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucro da REN cai 0,3% para 52,8 milhões de euros no primeiro semestre

  • Lusa
  • 26 Julho 2018

A empresa justifica os valores como penalizados pelo aumento das amortizações e também pelo imposto extraordinário sobre o setor energético.

O lucro da REN caiu 0,3% no primeiro semestre deste ano, face a igual período de 2017, para 52,8 milhões de euros, divulgou esta quinta-feira a gestora das redes energéticas.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a REN adianta que “o resultado líquido recorrente atingiu 78,4 milhões de euros, um montante 3% inferior ao resultado do período homólogo do ano anterior”.

A Redes Energéticas Nacionais (REN) explica que “estes valores foram penalizados pelo aumento das amortizações (nove milhões de euros) decorrente da integração dos ativos de distribuição de gás natural“.

Além disso, “os resultados foram ainda penalizados pelo imposto extraordinário sobre o setor energético (25,4 milhões de euros em 2018), que elevou a taxa efetiva de imposto para 39%”, prossegue a REN, salientando que o resultado financeiro (-27,3 milhões) “atenuou estes efeitos, apresentando uma melhoria de 0,2 milhões de euros, e beneficiou da queda sustentada do custo médio da dívida, que atingiu 2,3%”.

No período em análise, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceu 4% (9,7 milhões de euros), para 252,4 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jornal grego compara incêndios na Grécia aos de Portugal: “Exigimos uma demissão”

  • ECO
  • 26 Julho 2018

Jornal Kathimerini exige que o governo grego assuma a responsabilidade dos fogos. Deve demitir, pelo menos, um ministro, à semelhança do que ocorreu em Portugal com Constança Urbano de Sousa.

Os fogos que atingiram a Grécia nos últimos dias estão a chegar ao governo. O jornal de referência grego, Kathimerini, pediu a demissão de pelo menos um ministro do país no seu último editorial. No artigo de opinião, intitulado “A resignation is imperative”, o jornal refere a demissão de Constança Urbano de Sousa, ex-ministra da administração interna, como um exemplo a seguir.

No editorial do jornal grego, publicado na quarta-feira à tarde, lê-se:

“Exigimos uma demissão. Quando o número de mortos se aproxima dos 100, quando a tragédia atinge uma dimensão incompreensível, quando a insuficiência da máquina administrativa se traduz neste tipo de falhas incomportáveis, é legítimo responsabilizar os nossos políticos.

Temos bastante presente na memória o exemplo da demissão da ministra da Administração Interna Portuguesa, Constança Urbano de Sousa, após os fogos que devastaram o seu país, em novembro do ano passado.
Exige-se no mínimo a demissão de um membro do Ministério como demonstração de respeito pelas vidas perdidas nesta tragédia.

O nosso primeiro-ministro descreveu a situação como uma “tragédia inqualificável”, e tal nível de desespero exige uma catarse política.”

Entretanto o primeiro-ministro Tsipras decretou três dias de luto nacional, com o número de vítimas confirmadas a atingir os 85, situação que tem vindo a revelar a insuficiência da máquina administrativa grega.

Exigimos uma demissão.

Editorial do Kathimerini

Grécia em Chamas, um autêntico “Armaggeddon”

O editorial do jornal grego estabelece um paralelismo entre a situação vivida na Grécia e a de, há pouco mais de um ano, em Portugal, alertando o seu governo para a necessidade de atuar com sensibilidade e em conformidade com o peso da perda de tantas vidas nos últimos dias.

O jornal grego aponta que “a demissão de, no mínimo, um ministro grego seria a única forma do país sentir que as vidas perdidas são devidamente homenageadas”.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, descreveu os incêndios como “uma tragédia inqualificável”, que exige uma catarse política, sendo que esta palavra, em grego, simboliza limpeza, e aponta para a necessidade de uma extrema mudança que ocorrerá através da demissão de representantes do Ministério que assumam as falhas do sistema administrativo.

A unidade de combate ao terrorismo grega já confirmou que os incêndios foram resultado de uma explosão na área de Attica. O fogo posto está por detrás da maioria dos incêndios da região, segundo avançou o Kathimerini, tendo muitas vezes o propósito escondido de limpar o terreno para a construção de novos edifícios.

Com este editorial, o Kathimerini tenta prevenir o seu governo para o perigo da desresponsabilização dos políticos, mas não é o único. Outro jornal de referência grego, Ethnos, chamou à tragédia grega um autêntico “Armaggeddon”.

Paralelismos com a tragédia de Pedrógão

Portugal foi devastado pelos fogos de Pedrógão no verão do ano passado, uma tragédia que motivou uma onda de contestação sobre o desempenho das autoridades portuguesas perante situações de emergência civil.

Na altura, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, recusou assumir responsabilidades, admitindo que “as falhas de funcionamento do SIRESP [Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal] reveladas durante a tragédia, não eram um problema novo mas um fator latente no sistema há bastante tempo.”

Em causa, revelaram as investigações, estiveram graves falhas de comunicação entre as entidades competentes, além da falta de meios, aéreos e terrestres no combate aos incêndios. O Presidente da Associação de Bombeiros, Fernando Curto, em entrevista à Antena 1 em março deste ano, admitiu mesmo que “com meios adequados não há combates impossíveis”, reforçando a ideia de que estas falhas tiveram como consequência a morte confirmada de pelo menos 116 vítimas.

A demissão da ministra acabaria por acontecer apenas no fim de outubro de 2017, após declarações do Presidente da República.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.