Bolsa espanhola recebe Pedro Sánchez com subida de 2%

  • Juliana Nogueira Santos
  • 1 Junho 2018

Após a destituição de Rajoy, o IBEX recupera do pior mês desde 2012 com uma escalada de 2%, tocando os 9.600 pontos.

É com uma valorização de 2% que o principal índice espanhol recebe o novo presidente Pedro Sánchez. O IBEX já tinha começado a sessão em terreno positivo, tendo, no entanto, intensificado os ganhos após ter sido conhecido o resultado da moção de censura a Mariano Rajoy e que resultou na sua destituição.

O IBEX recupera assim do pior mês desde 2012 com uma escalada de 2,09%, tocando os 9.663,60 pontos. A puxar pelo índice estão os principais bancos do país e as energéticas.

O Banco Sabadell e o BBVA destacam-se, com uma subida de 3,6%, mas o Santander é o líder com uma valorização de 3,8%. Já a Repsol avança 1,7%, enquanto a Iberdrola ganha 1,8%.

Numa nota de research desta sexta-feira, citada pela Reuters, o banco de investimento UBS afirma que a mudança de Governo não significará necessariamente uma mudança nas políticas, uma vez que Sánchez irá seguir o plano orçamental de Rajoy.

“Sánchez reiterou o compromisso com a ortodoxia europeia e o controlo orçamental em Espanha. O seu plano inclui a aceitação do atual orçamento para 2018. Poderá ser mais expansivo em termos de gastos, mas não há muita margem. As tentativas para reverter reformas poderão não encontrar maioria no parlamento”, aponta o UBS. “Não antecipamos um impacto substancial no ritmo de crescimento.”

O Parlamento espanhol aprovou, esta sexta-feira, a moção de censura apresentada pelo PSOE a Mariano Rajoy, com 180 votos a favor, 169 contra e uma abstenção. Depois de seis anos à frente dos destinos do país, o líder do Partido Popular vai agora deixar o lugar de presidente do Governo, passando a pasta para o líder da oposição.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h00)

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Marcelo afirma que o que “é bom para Espanha corre bem para Portugal”

  • Lusa
  • 1 Junho 2018

O Presidente da República não comentou a eleição de Pedro Sánchez como primeiro-ministro espanhol. Já António Costa desejou felicidades a Pedro Sánchez.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, escusou-se esta sexta-feira a comentar a situação política em Espanha, afirmando apenas que “o que é bom para Espanha corre bem para Portugal”.

Não vou comentar o Governo espanhol, aquilo que desejamos sempre em relação aos países amigos é que sejam países com sucesso”, disse o Chefe de Estado português esta manhã, à margem de uma visita ao Centro Hospitalar Conde Ferreira, no Porto.

Marcelo Rebelo de Sousa, referiu que Espanha, “mais do que um país amigo, é um país vizinho e um país irmão, e ainda por cima é parceiro na União Europeia, na Aliança Atlântica, na Organização Ibero-Americana”. “Estamos muito ligados. Tudo que corra bem para Espanha corre bem para Portugal”, disse.

Já o primeiro-ministro felicitou Pedro Sánchez, dizendo esperar que com o novo Governo espanhol as relações entre Portugal e Espanha “continuem a melhorar”, no seguimento dos projetos que os dois países têm em curso. “Quero desejar ao novo presidente do Governo, Pedro Sánchez, as maiores felicidades e que, com o seu Governo, as relações entre Portugal e Espanha continuem a melhorar e na senda que temos vindo a desenvolver”, disse.

Em declarações aos jornalistas, em Loulé, António Costa sublinhou a importância da continuidade dos projetos que unem os dois países “quer do ponto vista bilateral, quer no âmbito da União Europeia, em particular, o projeto das interconexões energéticas que são absolutamente fundamentais”.

O primeiro-ministro aproveitou ainda a ocasião para “enviar um abraço de muita amizade” a Mariano Rajoy, referindo que “foi um gosto trabalhar com ele novamente”, depois de já o ter feito há uns anos, quando ambos eram ministros. “Ao longo destes dois anos e meio foi um parceiro muito importante e queria agradecer a grande amizade que ele sempre revelou para com Portugal”, concluiu.

O Parlamento espanhol aprovou esta sexta-feira a moção de censura que afasta o Governo de direita liderado por Mariano Rajoy e ao mesmo tempo elegeu o novo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, líder do PSOE, que promoveu essa proposta. Mariano Rajoy esteve no poder durante seis anos e Pedro Sánchez irá tentar acabar a legislatura que termina em 2020.

(Notícia atualizada com as declarações do primiero-ministro)

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Unidade especial do Fisco vai seguir mais os grandes contribuintes

  • Lusa
  • 1 Junho 2018

Vão ser acompanhados organismos de investimento coletivo supervisionados pela comissão da bolsa e entidades com menos de 100 milhões de euros de volume de negócios.

A Unidade dos Grandes Contribuintes vai acompanhar organismos de investimento coletivo supervisionados pela comissão da bolsa e entidades com menos de 100 milhões de euros de volume de negócios supervisionadas pelos reguladores da banca e seguros, segundo uma portaria.

O diploma assinado a 24 de maio pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, tem efeitos retroativos a 1 de janeiro último e altera os critérios, definidos há dois anos, em maio de 2016, de seleção dos contribuintes cuja situação tributária deve ser acompanhada por aquela unidade.

Desde 2016, e até ao início deste ano, eram acompanhados por aquela unidade especial do Fisco as entidades com volume de negócios superior a 100 milhões de euros e atividade supervisionada pelo Banco de Portugal ou pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, e ainda as restantes entidades que tivessem volume de negócios superior a 200 milhões de euros.

A portaria publicada esta sexta-feira, além de alargar o acompanhamento aos organismos de investimento coletivo sob a supervisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), define também passarem a ser acompanhadas todas as entidades supervisionadas pelo Banco de Portugal e pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, exceto mediadores de seguros, deixando a seleção de ficar limitada, como até agora, ao volume de negócios superior a 100 milhões de euros.

Também, tal como antes, independentemente de existir ou não a supervisão daqueles reguladores, mantém-se o acompanhamento daquela unidade tributária para qualquer entidade que tenha mais de 200 milhões de euros de volume de negócios. O peso Unidade dos Grandes Contribuintes no total de receitas fiscais cobradas é de 45%, segundo o Governo.

No ano passado, a Unidade dos Grandes Contribuintes arrecadou cerca de 19 mil milhões de euros de receitas fiscais, mais três mil milhões do que em 2016, revelou em janeiro, numa audição parlamentar, o secretário dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes. No ano anterior, a unidade tinha arrecadado 15,7 mil milhões de euros de receita, num universo de 40,2 mil milhões.

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Jaime Marta Soares considera substituição dos membros da mesa da AG “absurda e ilegal”

O presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting diz que esta decisão é "mais uma tentativa de Bruno de Carvalho se prolongar no poder".

Depois de o Conselho Diretivo do Sporting ter anunciado a decisão de substituir a mesa da Assembleia Geral e respetivo presidente por uma comissão transitória, Jaime Marta Soares classifica esta atitude como “absurda”, “ilegal” e sem “qualquer sustentabilidade estatutária”. O presidente da AG disse ainda não ter sido notificado mas que, em todo o caso, Bruno de Carvalho não tem competência para tal.

“Esta atitude é tão absurda que nem merecia qualquer comentário. Contudo, quero dizer que não tem qualquer sustentabilidade estatutária, é uma atitude ilegal e não produz nenhum efeito nem há nenhuma notificação. Não fui notificado mas, mesmo que tivesse sido, o presidente do conselho diretivo não tem competência para me notificar”, afirmou Jaime Marta Soares esta sexta-feira, em declarações à RTP 3.

Referindo-se ainda a Bruno de Carvalho, acrescentou que “esta situação é mais uma tentativa de se prolongar no poder, não tendo meios para atingir um fim. Isto é um assalto ao poder que cai por terra porque não tem nenhuma sustentação estatutária e não há nada na lei que defina essa competência”.

Isto é tão faits divers do senhor presidente Bruno de Carvalho que, neste momento, já não está com os cuidados que deveria ter naquilo que faz em relação à administração do Sporting Clube de Portugal (SCP). Por isso, o que está a fazer é um grande mal a esta nação sportinguista de desrespeitar os sócios que querem uma assembleia geral para o próximo dia 21“, continuou o Presidente da AG.

Desta forma, perante esta decisão, Jaime Marta Soares revelou que a mesa da AG se vai pronunciar através de um comunicado ou de uma conferência de imprensa, onde “será esclarecido tudo o que se está a passar”. “Vamos analisar tudo juridicamente e depois comunicaremos aquilo que iremos fazer, e o que dissermos faremos mesmo”, continuou.

Rui Patrício rescinde contrato com o Sporting

Esta sexta-feira, o Record adiantou que o guarda-redes leonino tentou rescindir o contrato com o clube, depois de ter estado perto de assinar pelo Wolverhampton. Contudo, terá sido impedido por Bruno de Carvalho que, à última hora impediu a assinatura final. Neste sentido, Rui Patrício decidiu rescindir o contrato unilateralmente, alegando justa causa, segundo o jornal.

Relativamente a esta notícia, Jaime Marta Soares disse, em declarações à RTP 3, ser “um problema da SAD”. “Esta situação só por si é grave em todos os aspetos, até porque se trata de uma das grandes referências do SCP. Um jovem que nasceu, cresceu e viveu toda a sua vida em volta da camisola do SCP e desse emblema que defendeu com tanto orgulho e com tanta honra, e é merecedor do respeito de todos os sportinguistas”.

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Combustíveis mais baratos. Gasóleo desce um cêntimo, gasolina baixa 1,5 cêntimos

Na próxima semana, os portugueses vão pagar menos para abastecer o carro. Trata-se da primeira descida desde março. Gasolina baixa 1,5 cêntimos e gasóleo 1 cêntimo.

Os combustíveis não conhecem outro percurso nas últimas semanas que não sejam de subida. Mas prepare-se porque a próxima semana traz boas notícias. Após 10 semanas consecutivas de aumento de preços nos postos de abastecimento nacionais, lançando os valores de venda para novos máximos de 2014, os preços dos combustíveis vão baixar.

De acordo com fonte do setor, tanto a gasolina como o gasóleo simples vão ficar mais baratos, efeito que será mais sentido por quem abastecer o carro de gasolina. A gasolina desce 1,5 cêntimos, por litro, enquanto no gasóleo a diminuição deverá rondar um cêntimo.

Desde as semanas de 12 e de 19 de março que os portugueses não sentiam um alívio dos encargos com combustíveis.

Com esta descida, o preço médio de venda da gasolina simples de 95 octanas deverá passar dos atuais 1,601 euros por litro, segundo os dados da Direção Geral de Energia e Geologia, para os 1,586 euros. Já no caso do gasóleo, o preço do litro deverá baixar a partir da próxima segunda-feira, dos atuais 1,383 euros, para 1,373 euros.

A previsível diminuição dos preços do combustível acontece após uma semana em que as cotações do petróleo revelaram alguns sinais de alívio, depois de a matéria-prima ter superado a fasquia dos 80 dólares por barril de petróleo.

O alívio surgiu depois de a OPEP e a Rússia terem anunciado no final da semana passada que estão preparadas para aumentar a produção. Procuram, com isso, travar a escalada da cotação do “ouro negro” que negoceia em máximos de 2014.

(Notícia atualizada às 11h35 com mais informação)

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Dívida pública volta a ultrapassar os 250 mil milhões de euros em abril

  • Juliana Nogueira Santos
  • 1 Junho 2018

A dívida pública nacional aumentou mais de quatro mil milhões de euros em abril, atingindo assim o valor mais alto desde agosto do ano passado.

A dívida pública nacional atingiu, em abril de 2018, 250 mil milhões de euros, o valor mais alto desde agosto do ano passado. Segundo os dados do Banco de Portugal, e face ao mês anterior, este valor representa um aumento de mais de quatro mil milhões de euros.

“Em abril de 2018, a dívida pública situou-se em 250,1 mil milhões de euros, aumentando 4,2 mil milhões de euros relativamente ao final de março”, aponta a instituição liderada por Carlos Costa em comunicado. A justificação deste avanço prende-se com o aumento da emissão de obrigações do Tesouro, que atingiu o valor mais alto desde que o Banco de Portugal tem registo.

“Para este aumento contribuiu essencialmente o acréscimo dos títulos de dívida, maioritariamente por via da emissão de obrigações do Tesouro”, lê-se ainda no comunicado. O IGCP pôs nos mercados 135.981 milhões de euros em títulos a longo prazo, até este mês de abril.

Dívida nacional atinge 250 mil milhões em abril

Fonte: Banco de Portugal

Este valor, que é o que é tido em conta por Bruxelas, representou, nos primeiros três meses do ano 126,3% do Produto Interno Bruto português. Este rácio foi atualizado em uma décima pelo Banco de Portugal, que em maio apontava para os 126,4%.Já

A instituição que gere a dívida nacional já foi aos mercados seis vezes este ano para se financiar a longo prazo. Entre duas emissões em fevereiro, duas em março, a cinco e dez anos, angariou 2,5 mil milhões de euros. Para além destes leilões, Portugal ainda obteve três mil milhões com dívida a 15 anos, montante que angariou através de uma operação sindicada em abril. Esta eleva para 5,5 mil milhões de euros o valor do financiamento a longo prazo conseguido pelo IGCP nos primeiros quatro meses do ano.

Este aumento do stock da dívida é conhecido na mesma semana em que FMI alertou o Governo para que este comece a reduzir a dívida pública com mais intensidade este ano, e não apenas a partir de 2020, considerando que as metas deveriam ser antecipadas para evitar possíveis dificuldades futuras.

No seu relatório proveniente relativo à missão do Artigo IV, a instituição liderada por Christine Lagarde recomendou que o ajustamento previsto no Programa de Estabilidade fosse antecipado, para “evitar o risco de que as políticas possam tornar-se pró-cíclicas” e para “assegurar que o ajustamento previsto é robusto perante possíveis surpresas adversas mais adiante”.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h50)

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PCP considera que acordo sobre legislação laboral “agrava a exploração”

  • Lusa
  • 1 Junho 2018

O partido comunista defende que as recentes alterações "contribuem para o trabalho mal pago, a desregulação dos horários de trabalho e o elevado nível de precariedade".

O PCP considera que o acordo sobre a legislação laboral, estabelecido entre Governo, confederações patronais e UGT, “não responde aos interesses e direitos dos trabalhadores”, contribuindo para “o agravamento da exploração e desvalorização do trabalho”.

Em comunicado, o PCP afirma que o acordo estabelecido na quarta-feira “não responde aos interesses e direitos dos trabalhadores e mantém as normas gravosas da legislação laboral, introduzindo novos elementos negativos”. De acordo com o partido, as “alterações contribuem para o agravamento da exploração e desvalorização do trabalho, o trabalho mal pago, a desregulação dos horários de trabalho, o elevado nível de precariedade, a deterioração das condições de trabalho e a violação de direitos coletivos”.

Entre as medidas acordadas na quarta-feira está a possibilidade de existirem bancos de horas por acordo de grupos desde que 65% dos trabalhadores sejam favoráveis à sua implementação. Por outro lado, deixará de haver bancos de horas individuais. Sobre esta matéria, o PCP considera que o Governo insiste em “promover a desregulação dos horários mantendo as chamadas adaptabilidades e o banco de horas, agora numa nova versão que permite prolongar o horário por mais duas horas por dia podendo atingir as 50 horas semanais”.

No entendimento do PCP, estas medidas vão “criar dificuldades crescentes à compatibilização da vida profissional com a vida pessoal e familiar, à saúde e à vida dos trabalhadores, introduzindo mecanismos para minar a organização sindical”.

Entre as medidas acordadas está também o alargamento do período experimental de 90 para 180 dias nos contratos sem termo para jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração. Sobre este assunto, o partido comunista destaca a gravidade da posição do Governo, que retoma uma norma que o Tribunal Constitucional considerou inconstitucional. PCP critica também o alargamento do contrato de muito curta duração de 15 para 35 dias, que vai facilitar a precariedade.

O PCP sublinha também que o “Governo insiste em manter a caducidade da contratação coletiva e recusa a introdução do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador”. Por isso, os comunistas defendem a revogação das “normas gravosas do Código do Trabalho e da legislação laboral na administração pública” e apelam à participação do povo português à manifestação nacional marcada pela CGTP-IN a 09 de junho em Lisboa.

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OPA limita gestão da EDP? Mexia entende que não, CMVM concorda

Regulador esclareceu que oferta chinesa não limita as funções do conselho de administração da EDP. Dá razão a António Mexia, que mantém liberdade de gestão desde respeite interesse dos acionistas.

António Mexia perguntou ao regulador se também considerava que a oferta de aquisição da China Three Gorges não limitava as funções do conselho de administração da EDP. E o parecer da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) foi-lhe favorável: os gestores da elétrica mantêm liberdade de atuação desde que respeitem os interesses dos acionistas.

Foi a EDP quem dirigiu à CMVM um requerimento a propósito da aplicação da regra da neutralidade à sua administração no contexto da oferta pública de aquisição (OPA) chinesa. Queria saber se lhe estavam impostas restrições ao nível da gestão da empresa por causa da OPA, embora fosse entendimento do próprio conselho de administração que essa regra não podia ser aplicada. Argumento: a China Three Gorges não joga com as mesmas regras que a EDP, porque é detida integralmente pela República Popular da China e não é uma sociedade cotada nem é suscetível de ser alvo de uma OPA.

Na resposta que deu à elétrica, publicada esta sexta-feira, o regulador entendeu o mesmo: “Constitui entendimento da CMVM que o conselho de administração da EDP não se encontra sujeito à restrição constante do artigo 182.º/1 do Código de Valores Mobiliários”.

O que diz o número 1 do artigo 182.º do Código de Valores Mobiliários:

  • A partir do momento em que tome conhecimento da decisão de lançamento de oferta pública de aquisição que incida sobre mais de um terço dos valores mobiliários da respetiva categoria e até ao apuramento do resultado ou até à cessação (…), o órgão de administração da sociedade visada não pode praticar atos suscetíveis de alterar de modo relevante a situação patrimonial da sociedade visada que não se reconduzam à gestão normal da sociedade e que possam afetar de modo significativo os objetivos anunciados pelo oferente.

Na alínea b) do número 2 do mesmo artigo, o código concretiza:

  • Consideram-se alterações relevantes da situação patrimonial da sociedade visada, nomeadamente, a emissão de ações ou de outros valores mobiliários que confiram direito à sua subscrição ou aquisição e a celebração de contratos que visem a alienação de parcelas importantes do ativo social.

Com isto, percebe-se que Mexia ganha espaço de manobra dentro da empresa que lidera há mais 12 anos, depois de a China Three Gorges ter lançado uma oferta no passado dia 11 de maio com uma contrapartida de 3,26 euros por ação da EDP, o que para o gestor é um preço demasiado baixo para ter o controlo da elétrica. E importa lembrar que os chineses não gostaram de ver o gestor português ensaiar com os espanhóis da Gas Natural uma operação de takeover hostil, antecipando-se a eventuais ofertas de concorrentes que possam estar interessadas na maior utility nacional, como a francesa Engie ou os italianos da Enel.

A lei prevê que, a partir do momento em que tome conhecimento da decisão de lançamento de oferta pública de aquisição, “o órgão de administração da sociedade visada não pode praticar atos suscetíveis de alterar de modo relevante a situação patrimonial da sociedade visada que não se reconduzam à gestão normal da sociedade e que possam afetar de modo significativo os objetivos anunciados pelo oferente” (art. 182.º/1 do Código dos Valores Mobiliários [“o CódVM”]). Esta restrição é usualmente conhecida como dever de neutralidade do órgão de administração de sociedade visada por oferta pública de aquisição (“OPA”).

Contudo, a sujeição a este dever pressupõe que o oferente, ou, se for o caso, quem o domine, se encontre sujeito às mesmas regras — “[o] regime previsto neste artigo não é aplicável a ofertas públicas de aquisição dirigidas por sociedades oferentes que não estejam sujeitas às mesmas regras ou que sejam dominadas por sociedade que não se sujeite às mesmas regras” (art. 182.º/6 CódVM). Trata-se da vulgarmente denominada regra da reciprocidade.

O dever de neutralidade não é aplicável em OPA anunciadas por oferente que não se encontre sujeito às mesmas regras, ou que seja dominado por quem não se encontre sujeito às mesmas regras. Como tal, no caso de OPA lançadas por entidade sujeita ao domínio de um terceiro, a reciprocidade só se pode verdadeiramente afirmar se a sujeição ao dever de neutralidade se aplicar à entidade dominante — independentemente da sua natureza jurídica (pessoa singular, coletiva, de direito privado ou público) –, pois é no seio desta que reside o poder de decidir, entre outras, lançar a OPA e definir o veículo que cumprirá a função de oferente.

Nessa medida, constitui entendimento da CMVM que o conselho de administração da EDP – Energias de Portugal S.A. não se encontra sujeito à restrição constante do art. 182.º/1 do CódVM.

“Não obstante, cumpre notar que a conduta do conselho de administração executivo da EDP – Energias de Portugal S.A. deve pautar-se, em especial no contexto da oferta pública de aquisição preliminarmente anunciada, pelo escrupuloso cumprimento dos deveres de cuidado e lealdade a que legalmente se encontra sujeito, bem como pelo respeito pelas normas legais e regras estatutárias que delimitam o âmbito das suas atribuições e competências”.

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Parlamento espanhol aprova moção de censura a Rajoy. Sánchez será o novo presidente do Governo

O Parlamento espanhol aprovou, esta sexta-feira, a moção de censura apresentada pelo PSOE a Mariano Rajoy. Chega ao fim o Governo do PP.

O Parlamento espanhol aprovou, esta sexta-feira, a moção de censura apresentada pelo PSOE a Mariano Rajoy, com 180 votos a favor, 169 contra e uma abstenção, avança o El País. Depois de seis anos à frente dos destinos do país, o líder do Partido Popular vai agora deixar o lugar de presidente do Governo. O secretário-geral dos socialistas deverá assumir o cargo deixado por Rajoy.

Conforme esperado, o líder do Cidadãos votou contra a moção em causa. Recorde-se que, apesar de ter retirado o apoio ao PP, o partido de direita liberal defende a antecipação das eleições. Carolina Bescansa e Pablo Iglesias, cofundadores do Podemos, votaram ao lado do PSOE.

Esta é a primeira vez que uma moção de censura derruba um Executivo espanhol. O líder do Cidadãos já desejou “boa sorte e sucesso” a Pedro Sánchez, embora garanta que o PSOE terá “um Governo fraco”. “Não sei quanto tempo durará esta legislatura”, comentou Alberto Rivera, prometendo fazer uma “oposição forte”. “Estou convencido de que faltam poucos meses até que os espanhóis sejam chamados a votar”, salientou ainda o político.

Ainda antes do momento da votação, Rajoy deixou uma mensagem ao povo espanhol, no Twitter: “Foi uma honra ser presidente do Governo e deixar uma Espanha melhor do que a que encontrei. Obrigada a todos, particularmente aos espanhóis e ao PP”.

A moção de censura que derrubou, esta sexta-feira, o Executivo de Rajoy foi apresentada pelo PSOE, depois de vários ex-membros do PP terem sido condenados, na semana passada, a penas de prisão por terem participado num esquema de corrupção, que também beneficiou o partido.

Recorde-se que Mariano Rajoy escolheu não se demitir, mesmo perante a pressão crescente. Ainda assim, esta manhã, o político quis ser “o primeiro” a felicitar Pedro Sánchez, que será “o novo presidente do Governo”, espanhol, dando por aprovada a moção.

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É oficial: Travão à comercialização de CFD, produtos de alto risco, avança em agosto

A ESMA decidiu impor restrições à comercialização de CFD, revelando preocupação com a alavancagem excessiva que este produto permite. Medida avança em agosto.

Já era conhecida a intenção do regulador em impor restrições à comercialização de CFD, produtos financeiros de alto risco, mas agora já se sabe quando estas começam a ser implementadas. A ESMA emitiu um comunicado em que dá conta de que as medidas foram “formalmente adotadas” apontando o dia 1 de agosto para a iniciativa arrancar no que respeita à comercialização de Contratos por Diferenças (CFD) aos investidores de retalho.

Esta confirmação surge pouco mais de dois meses depois de a ESMA ter revelado a sua preocupação face aos riscos para os investidores relacionados com a comercialização de CFD, tendo na altura anunciado que pretendia impor restrições à sua comercialização. Entre as restrições incluem-se: limites de alavancagem na abertura de posições, uma regra de encerramento da margem por conta e uma proteção contra o saldo.

Os CFD são um produto financeiro complexo que permite alavancar os investimentos num determinado ativo, sem que tal implique a sua posse. Esse ativo subjacente pode ser uma ação, um índice, uma moeda ou matéria-prima, por exemplo.

De acordo com dados recolhidos pelas autoridades nacionais competentes relacionados com a negociação de CFD, entre 74% e 89% das contas de retalho perdem geralmente dinheiro nos seus investimentos, alerta a ESMA. Essas perdas situam-se, em média, entre 1.600 e 29.000 euros por cliente.

Medidas que mais do que justificam as restrições decididas pelo regulador europeu. “As medidas que a ESMA adotou hoje são um passo significativo no sentido da proteção dos investidores da União Europeia, afirmou Steven Maijoor, presidente da ESMA, acrescentando que “as novas medidas sobre os CFD, pela primeira vez, garantirão que os investidores não percam mais dinheiro do que aquele que investem, restringe o uso da alavancagem e de incentivos, e fornece alertas de risco compreensíveis para os investidores.

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OPA sobre a EDP vai obrigar regulador a olhar para a REN

  • ECO
  • 1 Junho 2018

A ERSE terá de reavaliar a independência do operador da rede elétrica, que é detido em 25% pelo Estado chinês, caso a China Three Gorges passe a controlar a EDP.

Esta sexta-feira é o tira teimas, já que termina o prazo para a China Three Gorges (CTG) fazer o registo da Oferta Pública de Aquisição sobre a EDP. Caso se confirme a operação e a CTG consiga nesse seguimento controlar a elétrica portuguesa, outra empresa nacional passa a estar sob os holofotes da ERSE: a REN. Em causa está o facto de o Estado chinês controlar 25% da REN e a necessidade de a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) reavaliar a independência do operador da rede elétrica nacional, avança o Público (acesso condicionado), nesta sexta-feira.

De acordo com o diário, a ERSE considera ainda ser “prematuro pronunciar-se sobre o processo” porque a OPA “ainda não está registada”. Contudo, se o registo avançar e a operação for efetivamente lançada, as suas implicações obrigarão a entidade liderada por Cristina Portugal a reavaliar se as regras europeias que obrigam à separação efetiva (jurídica e patrimonial) entre as atividades de redes de transporte de energia e as de produção e comercialização estão a ser cumpridas.

Só se as condições de independência estiverem asseguradas a REN poderá manter a sua certificação como operador de rede, obrigatória à luz da diretiva europeia de 2009, que estabeleceu regras comuns para o mercado interno de energia. O Público diz que não conseguiu obter um comentário da REN sobre o tema.

A República Popular da China já detém 28,25% da EDP através da China Three Gorges, mas ambiciona com a OPA alcançar pelo menos 50% mais uma ação. Mas a China é igualmente a maior investidora da REN, embora com uma posição limitada a 25%, por imposição legal. Caso a OPA tema o desfecho desejado, a capacidade de influência deste acionista comum terá de ser analisada pela ERSE, que tem obrigação de “fiscalizar o cumprimento constante” das regras de separação de atividades. E se houver que dar início a um processo de certificação, a ERSE terá de submeter a sua decisão a parecer prévio da Comissão Europeia, para que se pronuncie sobre a sua compatibilidade com a lei, explica ainda o Público.

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S&P corta rating do Deutsche Bank para terceiro nível acima de “lixo”

A agência de notação financeira considera que o plano de reestruturação do banco alemão é mais profunda do que aquilo que esperava. Investidores não parecem valorizar. Ações valorizam mais de 3%.

Ainda mal se sentou na cadeira como CEO do Deutsche Bank e Christian Sewing já vê questionada a sua capacidade de levar o banco germânico em dificuldade a bom porto. A Standard & Poor’s cortou o rating de crédito do maior banco alemão, para o terceiro nível acima de “lixo”, justificando a decisão com as reticências que tem sobre a capacidade da nova gestão em assegurar que o Deutsche Bank regresse ao caminho dos lucros. Para já, as ações parecem passar ao lado deste corte.

De acordo com a Bloomberg, a agência de notação financeira norte-americana reduziu a notação financeira do Deutsche Bank de A- para BBB+, citando “significativos riscos de execução” após várias alterações e atualizações do plano estratégico da instituição financeira no últimos anos. A Standard & Poor’s considera ainda que a reestruturação do banco é mais profunda do que aquilo que esperava.

“A atualização da estratégia do Deutsche Bank visa uma reestruturação do modelo de negócio mais profunda face ao que antes esperávamos”, refere a nota da S&P, acrescentando que as medidas “duras” que a gestão do banco alemão está a implementar vão colocar a rendibilidade do banco abaixo dos pares do setor durante um período longo.

A decisão da S&P, que acontece um dia depois de os reguladores norte-americanos terem colocado o Deutsche Bank na lista de bancos problemáticos, poderá aumentar os custos de financiamento do banco.

Entretanto, numa carta enviada aos funcionários, o CEO do Deutsche Bank disse que a força financeira da instituição “não está em causa”. Os investidores parecem concordar com Christian Sewing, com as ações do Deutsche Bank a valorizarem mais de 3% na bolsa de Frankfurt.

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