Revista de Imprensa Internacional

El País entrevista Haddad, candidato do PT à presidência no Brasil, Theresa May enfrenta impasse com o Brexit por causa de Irlanda de Norte e Merkel enfrenta turbulências na coligação.

Esta segunda-feira, há novidades da Alemanha, com Merkel a enfrentar agitação no Governo, as negociações do Brexit continuam agitadas, Haddad fala numa onda crescente de violência e de “fascismo” no Brasil, em entrevista ao El País, e o desaparecimento de um jornalista abre uma brecha nas relações entre EUA e Arábia Saudita.

The Guardian

A vulnerabilidade doméstica de Theresa May coloca as negociações do Brexit no fio da navalha

As negociações do Brexit estão no limite, com a vulnerabilidade doméstica de Theresa May sobre a fronteira irlandesa a ameaçar anular as esperanças de um acordo em outubro, com o ministro para o Brexit, Dominic Raab, a voar para Bruxelas para tentar ganhar mais tempo junto de Michel Barnier, o responsável pelas negociações da UE. O governo britânico enfrenta agora uma enorme oposição interna à sua proposta de união alfandegária, em todo o Reino Unido, mas temporária, com a União Europeia, no qual a Irlanda do Norte permaneceria dentro do mercado único. Todas as negociações entre a UE e o Reino Unido foram agora suspensas.

Leia a notícia completa em The Guardian (acesso livre).

The New York Times

Para Khashoggi, uma confusão entre serviço real e simpatias islâmicas

O jornalista saudita Amal Khashoggi, sediado em Washington, está desaparecido desde o dia 2 de outubro. Depois de uma carreira de sucesso como assessor e porta-voz não oficial da família real da Arábia Saudita, o jornalista foi impedido de escrever no reino, em jornais e redes sociais, pelo novo príncipe herdeiro. Depois de se erradicar nos Estados Unidos, viajou para o seu país natal numa tentativa de obter alguns documentos. A última vez que foi visto foi a entrar no Consulado da Arábia Saudita em Istambul. Segundo oficiais turcos, uma equipa de agentes sauditas matou o jornalista. As autoridades negam o crime mas ainda não deram explicações sobre o caso. O seu desaparecimento abriu agora uma brecha entre Washington e a Arábia Saudita, o principal aliado árabe do governo Trump.

Leia a notícia completa em The New York Times (acesso livre, conteúdo em inglês).

Bloomberg

Merkel enfrenta turbulência após revés histórico da Baviera

A chanceler alemã, Angela Merkel, enfrenta uma fase turbulenta na sua coligação depois de o CSU — partido “irmão”, da Bavária, do CDU de Merkel — ter atingindo um mínimo histórico de 35,5% numa eleição regional na Baviera, segundo umas sondagens da ARD. Este resultado reflete a insatisfação geral dos eleitores com o governo alemão. A perda da maioria absoluta da União Social Cristã no domingo ameaça repercutir-se por meio do governo conturbado de Merkel, já prejudicado por disputas internas, depois de apenas sete meses no cargo.

Leia a notícia completa em Bloomberg (acesso livre, conteúdo em inglês).

El País

Haddad: “Estranha-me que quem lutou pela democracia fique neutro diante de alguém que apoia a ditadura”

Em entrevista, Fernando Haddad, candidato do PT à presidência do Brasil nas eleições deste ano, afirma que as propostas de Jair Bolsonaro vão piorar o estado de violência no país. Questionado sobre o crescimento de apoio ao seu concorrente, Haddad diz que o Brasil tem estado a viver “a crise do neoliberalismo”. “Estamos a viver um momento de desagregação pelo fim do neoliberalismo. A crise eclodiu em 2008 e os seus efeitos ainda estão a ser processados. O Brexit vem daí, o [Donald] Trump vem daí, assim como agora o fenómeno Bolsonaro. Só que lá é neonazismo e aqui é neofascismo“.

Leia a entrevista completa em El País (conteúdo em espanhol/português).

The Times

Bruxelas atiça nova batalha sobre tecnologia, impostos e Trump

A Comissão Europeia pode esperar que a guerra de palavras de Trump sobre os impostos sobre a tecnologia venha a aquecer, depois de o presidente norte-americano ter vindo a mostrar pouca paciência para a campanha da União Europeia contra Silicon Valley. Vários países europeus, incluindo a Grã-Bretanha, têm considerado a imposição de impostos sobre as vendas pela internet, numa tentativa de recuperar parte dos lucros gerados nas suas fronteiras.

Leia a notícia na íntegra em The Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

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Moody’s atira juros da dívida portuguesa a 10 anos para baixo de 2%

Investidores já olham para Portugal com estatuto de investimento de qualidade para as três principais agências de notação de risco. Moody's melhorou rating português e dá alívio aos juros.

Os juros da dívida portuguesa estão em queda ligeira, depois de a agência Moody’s ter melhorado a notação de risco da República na passada sexta-feira para um nível de “investimento de qualidade”, vincando a sustentabilidade da descida da dívida e a resiliência da economia.

A yield associada às obrigações a 10 anos cedem pouco mais de 1 ponto base para 2,013%, mas já esteve abaixo da barreira psicológica dos 2% (1,996%) durante a manhã. Também a taxa a 5 anos regista uma descida ligeira para 0,851%.

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A Moody’s retirou finalmente a dívida portuguesa do patamar considerado “investimento especulativo”, subindo o rating de Portugal em um nível para “Baa3”, justificando essa decisão com o facto de a dívida pública ter encontrado uma “sustentável, embora gradual, tendência de descida” e ainda com o “crescimento abrangente da economia”, que está hoje mais resiliente.

Foi a última das três grandes agências a tirar Portugal do “lixo”, depois de um período de mais de sete anos em que a dívida portuguesa era encarada como sendo “especulativa” para as Big-3. No ano passado, a Standard & Poor’s e Fitch haviam colocado o país num nível de “investment grade”, colocando os títulos portugueses de novo no radar dos grandes índices obrigacionistas mundiais.

Por outro lado, este alívio nos juros surge no dia em que o Governo se prepara para entregar o Orçamento do Estado para 2019 no Parlamento, depois de ter aprovado o documento no fim de semana em reunião do Conselho de Ministros que durou mais de 10 horas.

Juros descem após melhoria da Moody’s

Fonte: Reuters

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No pico do verão, crédito ao consumo volta a superar os 600 milhões de euros

O crédito voltou a acelerar. Depois de uma ligeira quebra em julho, em agosto superou novamente a fasquia dos 600 milhões de euros. Aumentou 7% face ao mesmo mês do ano passado.

O crédito ao consumo voltou a acelerar. No pico do verão, bancos e financeiras concederam mais de 600 milhões de euros às famílias portuguesas, um aumento tanto face ao mês anterior, quando entrou em vigor o travão do Banco de Portugal, mas também um crescimento acentuado face ao valor financiado no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano são já quase cinco mil milhões de euros em empréstimos ao consumo.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, foram concedidos 602,93 milhões de euros em crédito ao consumo em agosto, um aumento de 1,2% face aos 595 milhões em julho. Apesar de ter superado a fasquia dos 600 milhões, ficou aquém dos quase 670 milhões registados em maio.

Crédito ao consumo acima dos 600 milhões

Fonte: Banco de Portugal

Acelerou tanto face ao mês anterior como em termos homólogos, tendo sido bem mais expressiva a evolução nesta comparação. Registou-se um aumento de 7% face ao mesmo mês do ano passado, o equivalente a 50 milhões de euros.

Automóvel continua a liderar

A subida dos níveis de concessão foi transversal à quase totalidade das finalidades de crédito ao consumo. Apenas na utilização dos cartões de crédito e das linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto se assistiu a uma quebra de montantes.

Em agosto, os bancos e as financeiras disponibilizaram mais de 80,4 milhões de euros em empréstimos com esse fim. Ou seja, uma diminuição de 14,2% face aos 93,7 milhões registados no mesmo mês do passado.

Nas restantes situações, mantiveram-se os acréscimos, com a compra de carro a ser o principal motor dos níveis de concessão. Em agosto foram disponibilizados 284,3 milhões de euros em crédito automóvel, valor que corresponde a um aumento de 14,9% face ao período homólogo. Comparativamente a julho, tratou-se de uma subida de perto de 1,3 milhões de euros, sendo ainda o segundo valor mensal mais elevado do histórico do Banco de Portugal.

A categoria de outros créditos pessoais — inclui empréstimos para férias ou para a aquisição de eletrodomésticos, por exemplo — foi outro dos pesos pesados da subida dos empréstimos. No total, foram disponibilizados, em agosto, 231 milhões de euros com esse fim. Ou seja, mais 5,9% face ao mesmo mês do ano passado.

Conjuntamente, o crédito automóvel e os outros créditos pessoais representam 85% do total do crédito ao consumo concedido.

Já a maior percentagem de crescimento foi verificada na finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos. Os empréstimos com esse fim cresceram 29,4% face ao ano passado, para atingiram 7,2 milhões de euros, em agosto. Ainda assim, é a finalidade que menos pesa no total do crédito ao consumo concedido.

(Notícia atualizada às 11h53 com mais informação)

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Petrolífera Cepsa adia regresso à bolsa de valores prevista para quinta-feira

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

A petrolífera, detida pela Mubala Investment Company, pertencente ao Governo de Abu Dabi, justifica a decisão com “a instabilidade sofrida pelos mercados", que "afeta a avaliação da empresa".

A companhia petrolífera Cepsa decidiu adiar o seu regresso à bolsa de valores prevista para esta quinta-feira, por considerar que a atual situação nos mercados internacionais afeta negativamente a sua valorização, assim como o interesse dos investidores.

O acionista único da empresa desde 2011, a Mubala Investment enviou esta manhã uma informação à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola em que explica que decidiu adiar a oferta pública de venda porque “a instabilidade sofrida pelos mercados afeta a avaliação da empresa”.

A petrolífera, que vai voltar ao mercado quando considerar que “as condições são favoráveis”, tinha previsto um regresso à bolsa de valores através de uma oferta pública de venda de ações de um mínimo de 25% do seu capital social.

Segundo informação publicada a 17 de setembro último na página da internet da empresa, a transação incluiria uma oferta junto de investidores internacionais qualificados e outra de 0,20% para os empregados.

A sede social da CEPSA está em Madrid, mas a empresa é atualmente propriedade a 100% da Mubala Investment Company, pertencente ao Governo de Abu Dabi.

Com esta oferta de venda, a Cepsa regressará à bolsa espanhola, depois da sua saída em 2011, quando a International Petroleum Investment Company (IPIC), antecessora da Mubala Investment Company, adquiriu a sua totalidade.

A Companhia Espanhola de Petróleos (CEPSA), fundada em 1929, foi a primeira empresa privada produtora de petróleo em Espanha e no primeiro semestre de 2018 teve um lucro de 441 milhões de euros, um aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2017.

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DBRS mantém nos 2,3% previsão de crescimento da economia portuguesa em 2018

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

A agência de notação financeira DBRS refere que os riscos que ameaçam as perspetivas de crescimento de curto prazo “aumentaram e são sobretudo de natureza externa", e mantém as previsões.

A agência de notação financeira DBRS manteve esta segunda-feira nos 2,3% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português este ano, considerando-o um “ritmo saudável, apesar de mais moderado do que em 2017”.

Segundo a agência canadiana – que na sexta-feira manteve o ‘rating’ atribuído a Portugal em ‘BBB’, com perspetiva estávelos riscos que ameaçam as perspetivas de crescimento de curto prazo “aumentaram e são sobretudo de natureza externa, relacionados com um agravamento mais acentuado do que o esperado das condições financeiras e com a escalada do protecionismo comercial”.

Na nota divulgada esta segunda-feira, a DBRS antecipa que o défice orçamental, o rácio da dívida pública sobre o PIB e o crédito mal parado dos bancos portugueses “continuem a diminuir”, mas adverte que “o rácio da dívida, que se espera que recue para perto dos 120% do PIB este ano, continua alto e deixa as finanças públicas vulneráveis a choques negativos”.

Adicionalmente, refere, “também o crédito mal parado continua alto, sobretudo no setor empresarial”.

De acordo com a agência de notação, os ‘ratings’ de Portugal “podem ser pressionados em alta se excedentes primários sustentados e um crescimento económico estável permitirem uma redução adicional do rácio da dívida pública”, sendo que “progressos adicionais na redução do crédito mal parado também teria um efeito positivo nos ‘ratings’”.

Contudo, avisa, “os ‘ratings’ podem também ser pressionados em baixa se houver uma inversão na trajetória descendente da dívida pública, uma deterioração das perspetivas de crescimento ou um enfraquecimento no compromisso político com políticas económicas sustentáveis”.

Na sexta-feira passada a DBRS manteve o ‘rating’ atribuído a Portugal em ‘BBB’, com perspetiva estável, depois de em abril ter melhorado a notação financeira de ‘BBB (baixo)’.

No comunicado então emitido, a agência referiu que “a confirmação da perspetiva estável reflete a visão da DBRS que os riscos para a notação estão amplamente equilibrados”, salientando que, “embora moderado na primeira metade de 2018, quando comparado com 2017, projeta-se um crescimento real do PIB de 2,3% para o ano completo, acima da média da zona euro”.

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Bolsas europeias caem para mínimos de quase dois anos com tensões internacionais. Petróleo em altas

As bolsas europeias ainda não conseguiram recuperar das perdas das sessões anteriores, e caem para mínimos de quase dois meses. As tensões internacionais motivam este desempenho.

Depois da pior semana nos mercados desde fevereiro, as bolsas europeias não conseguem recuperar e caem em terreno vermelho. As tensões internacionais penalizam as negociações, nomeadamente entre os Estados Unidos e a China, e a Arábia Saudita e o Oriente.

O desaparecimento de um jornalista, Jamal Khashoggi, no consulado da Arábia Saudita em Istambul, levantou dúvidas sobre o envolvimento do regime. Os EUA já fizeram saber que iriam agir se fossem encontradas provas da ação das autoridades sauditas, e Riade ameaça retaliar se sofrer sanções pelo caso. Estas trocas, que envolvem o maior produtor da OPEP, estão a impulsionar os preços do petróleo. O Brent atingiu os 81,92 dólares por barril. Está agora a subir 0,67% para os 80,97 dólares.

Na Europa, o principal índice de referência, Stoxx 600, cai 0,4% para mínimos de 22 meses. O francês CAC 40 está a recuar 0,59% para os 5065,85 pontos, o britânico FTSE 100 a descer 0,12% para os 6987,33 pontos e o espanhol IBEX 35 cai 0,24% para os 8880,7 pontos. É a quarta sessão em queda para a generalidade das praças europeias.

O PSI-20 não escapa à maré negativa, e cai 0,50% para os 4981,92 pontos. Entre as cotadas com quedas mais pronunciadas encontra-se a Altri, que cai 2,85%, e a Jerónimo Martins, que recua 1,18%.

As bolsas asiáticas registaram a pior sessão em sete meses na semana passada, motivadas por pressões como a subida dos juros da dívida americana, comentários de Donald Trump sobre o comportamento “louco” da Reserva Federal, guerra comercial e alertas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Governador do BdP defende reforço de cooperação entre bancos centrais lusófonos

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, defendeu hoje em Díli o reforço do diálogo e da cooperação entre os bancos centrais lusófonos, ajudando assim a responder melhor a flutuações e tensões.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, defendeu esta segunda-feira, em Díli, o reforço do diálogo e da cooperação entre os bancos centrais lusófonos, ajudando assim a responder melhor a flutuações e tensões internacionais.

“Quando os instrumentos de cooperação se enfraquecem, com o conflito se tende a sobrepor aos interesses comuns, é preciso que alguém assuma a bandeira da cooperação, da coordenação“, disse Carlos Costa, em Díli.

“É desejável que ao nível da nossa pequena comunidade, cuidemos de manter as pontes que já instalamos, mas sobretudo as reforcemos no sentido prático”, sublinhou.

Isso, disse num encontro de bancos centrais dos países de língua portuguesa, ajudará a evitar que “os desenvolvimentos internacionais prejudiquem o funcionamento das economias, a sua integração internacional”, frisou.

Carlos Costa falava na abertura do 28º Encontro de Lisboa entre os Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa, que decorre na capital timorense, Díli.

O encontro de Lisboa decorre pela primeira vez fora da capital portuguesa, aproveitando a presença na vizinha ilha indonésia de Bali dos responsáveis lusófonos que estiveram nas reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial. Na sua intervenção Carlos Costa referiu-se à importância da ação externa das instituições financeiras e, em particular à necessidade de respeitar, cumprir e fazer cumprir as regras internacionais para o combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo.

Nesse âmbito, recordou, os brancos centrais lusófonos adotaram já um conjunto de princípios de cooperação que são idênticos aos adotados como ‘benchmark’ pelo Banco Central Europeu (BCE).

Respeitar estes princípios é essencial, disse, para que os países não corram o risco de ficar isolados da comunidade internacional numa matéria tão essencial como o fluxo financeiro, especialmente como contrapartida ao comércio.

Aspetos como a segurança informação e dos sistemas de informação são algumas das questões que devem igualmente merecer atenção, disse.

Carlos Costa relembrou que o Banco de Portugal continua empenhado em colaborar com os seus congéneres lusófonos tendo este ano agendado mais de 130 ações de cooperação técnica com 28 técnicos do BP e mais de 400 de outros bancos centrais.

O encontro de Díli conta com a presença de governadores ou seus representantes de praticamente todos os bancos centrais lusófonos.

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Orçamento do Estado: as principais medidas para 2019

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

O Governo entrega esta segunda-feira a proposta de Orçamento do Estado para 2019. Entre as medidas previstas estão um aumento das pensões e a revisão das reformas antecipadas.

O Governo entrega esta segunda-feira na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), que será discutida e votada na generalidade nos dias 29 e 30 de outubro e cuja votação global está agendada para 29 de novembro.

Várias das medidas do documento, que podem sofrer alterações durante o debate na especialidade, são já conhecidas, assim como o cenário macroeconómico, que foi apresentado pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, aos partidos políticos na semana passada.

Segundo as informações avançadas pelos partidos, na proposta orçamental o Governo prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,2% no próximo ano, um défice de 0,2%, uma taxa de desemprego de 6,3% e uma redução da dívida pública para 117% do PIB.

Eis as principais medidas que deverão constar da proposta orçamental para 2019:

Desconto de 50% no IRS de emigrantes

Foi uma das primeiras medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, que, em agosto, afirmou que o OE2019 terá “incentivos fortes” para fazer regressar a Portugal quem emigrou entre 2011 e 2015, desde benefícios fiscais a deduções dos custos do regresso.

Segundo uma versão preliminar da proposta de OE2019 a que a Lusa teve acesso no sábado, os emigrantes que regressem a Portugal a partir do próximo ano apenas vão pagar metade do IRS.

A medida, que faz parte de uma versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) que esteve em debate no Conselho de Ministros, é a concretização da promessa feita no verão pelo primeiro-ministro.

Segundo o documento, só poderão beneficiar do desagravamento fiscal os contribuintes que sejam considerados residentes em Portugal entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2020, não tenham sido considerados residentes em Portugal em qualquer dos “três anos anteriores”, ou seja, entre 2016 e 2018, e “tenham sido residentes em território português” antes de 2016.

Após aceder a este novo regime, a tributação de apenas 50% dos rendimentos obtidos só se manterá para os rendimentos obtidos entre 2019 e 2023. Também as taxas de retenção na fonte mensais relativas a estes rendimentos devem ser consideradas por 50%.

Reforço de verbas para Cultura e Ciência

O Governo vai propor “o maior orçamento de sempre na Cultura” para o próximo ano e a Ciência “vai ter o maior aumento orçamental”, disse António Costa, em Caminha.

Na área da Ciência, o Governo afirma que vai “cumprir o compromisso de criar cinco mil lugares de emprego científico, entre setor público e privado”.

Já em 13 de julho, no debate sobre o estado da Nação, Costa tinha avançado que as verbas para investigação e desenvolvimento vão atingir 1,5% do PIB em 2019, “reforçando a convergência com o objetivo de 3% do PIB em 2030″.

Aumento das pensões

Em janeiro, as pensões voltam a ser atualizadas de acordo com a lei que tem em conta a inflação (sem habitação) e o crescimento do PIB. Esta atualização, permitirá, segundo o Governo, que 98% dos pensionistas tenham em 2019 um aumento superior ao valor da inflação.

Além deste acréscimo, haverá novamente um aumento extraordinário até 10 euros, que será pago em janeiro e não em agosto como aconteceu em anos anteriores, tal como anunciou o PCP no âmbito das negociações com o executivo.

Tendo em conta o modelo usado em anos anteriores, em causa está uma atualização extraordinária por pensionista cujo montante global das pensões seja igual ou inferior a 1,5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), ou seja, de 643,35 euros em 2018 (o IAS também será atualizado em janeiro). Este aumento tem em conta a atualização aplicada por via da lei.

Ainda sobre este tema, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, comprometeu-se em 4 de julho, no parlamento, a corrigir uma “divergência” através da inclusão de uma norma no OE2019 para que o aumento extraordinário das pensões seja incorporado no referencial dos valores mínimos das pensões.

Esta situação poderá assim salvaguardar situações de pessoas abrangidas pelas pensões mínimas que se reformem após a atribuição do aumento extraordinário e que, sem esta alteração ao referencial, não seriam abrangidas.

Revisão das reformas antecipadas

O fator de sustentabilidade, que corta atualmente 14,5% do valor das pensões antecipadas será eliminado em 2019, em dois momentos: em janeiro, o corte deixa de se aplicar às reformas pedidas por quem tem 63 ou mais anos de idade e que aos 60 anos de idade contava com pelo menos 40 anos de contribuições; em outubro, o fator de sustentabilidade deixa de ser aplicado a quem aos 60 anos de idade tenha pelo menos 40 anos de descontos.

O corte de 0,5% por cada mês (6% por cada ano) de antecipação face à idade legal de reforma deverá manter-se.

O fim do corte ao longo de 2019 foi anunciado pelo Bloco de Esquerda, que chegou a acordo com o Governo na madrugada de sábado sobre o tema. Antes, o PCP tinha anunciado um acordo com o executivo que previa o fim fator de sustentabilidade até 2020.

Segundo contas do Governo, adiantadas pelo BE, esta medida deverá abranger 44 mil pensionistas. Atualmente, apenas quem tem 46 anos de contribuições e tenha começado a trabalhar aos 16 anos pode reformar-se por antecipação sem cortes.

Fim da reforma obrigatória aos 70 anos no Estado

O Governo prepara-se para acabar com a regra que obriga os funcionários públicos a reformarem-se aos 70 anos de idade. A intenção de o Governo pôr fim a este regime que existe há quase um século foi noticiada pelo jornal Público em 15 de agosto.

O gabinete do ministro das Finanças, que tem a tutela desta área, adiantou ao jornal que está “a ultimar o projeto de diploma” para equiparar o regime do setor público ao do setor privado.

Contagem do tempo de serviço para carreiras especiais

O Governo aprovou em Conselho de Ministros em 4 de outubro o decreto-lei que define que os professores vão recuperar dois anos, nove meses e 18 dias do tempo de serviço efetuado no âmbito do descongelamento das carreiras.

Porém, o BE já disse que vai avançar com uma apreciação parlamentar do decreto-lei caso o diploma seja promulgado pelo Presidente da República.

As estruturas sindicais dos professores reclamam a contabilização de nove anos, quatro meses e dois dias, mas o Governo tem defendido que a medida teria um impacto orçamental difícil de comportar no Orçamento do Estado do próximo ano.

À exigência de contagem do tempo de serviço dos professores juntam-se outras carreiras especiais da função pública, como enfermeiros, funcionários judiciais, guardas prisionais, polícias e profissionais da GNR.

Aumentos para a função pública

Os sindicatos da função pública exigem aumentos salariais para 2019 entre 3% e 4%, além do descongelamento das progressões. Os trabalhadores do Estado não são aumentados desde 2009.

As propostas iniciais apresentadas pelo executivo variavam entre cinco e 35 euros, dependendo do número de trabalhadores abrangidos. Porém, ainda não é conhecida a proposta final do Governo.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, já disse que o Governo tem disponíveis 50 milhões de euros para aumentar os salários dos funcionários públicos.

 

Entretanto, o BE voltou a propor este ano uma redução das contribuições para a ADSE em 2019 (atualmente 3,5% por mês) que, caso seja aprovada, resultará num aumento do rendimento líquido disponível para funcionários e pensionistas do Estado.

Progressões na carreira faseadas

Na negociação com os sindicatos da administração pública, o Ministério das Finanças começou por apresentar um anteprojeto que previa o pagamento faseado das progressões na carreira em 2019, à semelhança do que aconteceu este ano, atirando para 2020 a conclusão do faseamento.

Porém, o executivo acabou por recuar, garantindo aos sindicatos, na última reunião, na sexta-feira, que quem reunir as condições para progredir em 2019 verá o acréscimo salarial pago até final do próximo ano.

Na proposta inicial o Governo também estabelecia que os prémios de desempenho voltam a ser possíveis no próximo ano, mas será paga apenas metade do valor. Além disso, apenas os trabalhadores que não progredirem em 2018 e 2019 poderão ter direito a prémios ou a progressões por opção gestionária.

Quanto às progressões de 2018, o documento replica o OE2018 e estipula que 50% do acréscimo salarial terá de ser pago até 30 de abril de 2019, sendo 75% pagos em 01 de maio e 100% em 01 de dezembro.

Contratação de mil funcionários qualificados

Durante o debate sobre o estado da Nação, em 13 de julho, António Costa anunciou a contratação de mil funcionários públicos para o próximo ano.

“A administração pública tem também um papel essencial na sociedade da inovação. Assim, honrando os compromissos do Governo de valorizar, rejuvenescer e capacitar a administração, procederemos, no próximo ano, ao concurso de recrutamento para os quadros do Estado de mil jovens com formação superior, de modo a reforçar os centros de competências e as áreas estratégicas de conceção e de planeamento de políticas públicas e de digitalização da administração”, afirmou o primeiro-ministro.

Redução da fatura da eletricidade em 5%

O Bloco de Esquerda anunciou no sábado ter chegado a acordo com o Governo para um conjunto de medidas de corte de custos que “terá um efeito significativo” na fatura da luz, como uma redução de 5% em 2019 e 2020.

“Apesar da conjuntura de aumento de preços da eletricidade nos mercados internacionais, conseguimos negociar um pacote de medidas para a energia que terá um efeito significativo na fatura, um impacto de 5% em cada ano, 2019 e 2020”, explicou a deputada Mariana Mortágua.

A primeira das componentes é a “redução do IVA da potência contratada”, que passará de 23% para 6% e que apenas incidirá sobre potências contratadas abaixo dos 3.45 kVA. A segunda componente é o alargamento da contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE) ao setor das renováveis e a terceira “terá lugar em duas fases”, explicou.

Bebidas com mais açúcar vão pagar mais imposto

As bebidas não alcoólicas com mais açúcar vão ser novamente penalizadas fiscalmente, segundo uma versão preliminar da proposta de OE2019 a que a Lusa teve acesso.

Atualmente, o código dos Impostos Especiais sobre o Consumo (IEC) prevê que as bebidas cujo teor de açúcar seja inferior a 80 gramas por litro ficam sujeitas a um imposto de 8,22 euros por cada 100 litros. Já aquelas em que o teor de açúcar ultrapassa as 80 gramas por litro são tributadas em 16,69 euros por cada 100 litros.

A versão preliminar da proposta de Orçamento para o próximo ano prevê a introdução de dois novos escalões de tributação. No primeiro, para as bebidas cujo teor de açúcar é inferior a 25 gramas por litro, o imposto a pagar será de um euro por cada 100 litros; o segundo escalão prevê que as bebidas com açúcar entre 25 e 50 gramas por litro fiquem sujeitas a um imposto de seis euros por cada 100 litros; o terceiro, onde se enquadram as bebidas cujo teor de açúcar varia entre as 50 e as 80 gramas por litro, o imposto a pagar deverá ser de oito euros por cada cem litros; e o último, para as bebidas com mais de 80 gramas de açúcar por litros, o imposto a pagar será de 20 euros por cada cem litros.

Alterações no Adicional ao IMI

O Governo admitiu alterações às regras do Adicional ao IMI (AIMI) no próximo ano. O imposto foi criado em 2017 e incide sobre a soma dos valores patrimoniais tributários (VPT) dos prédios urbanos situados em território português.

Aos contribuintes singulares com imóveis de valor entre 600 mil e um milhão de euros é aplicada uma taxa de 0,7%, enquanto para as empresas a taxa é de 0,4% sobre a totalidade do VPT (sem a dedução de 600 mil euros).

No parlamento, vários partidos denunciaram que alguns bancos estavam a exigir aos clientes de ‘leasing’ imobiliário os custos com este imposto, mesmo em situações cujo montante contratualizado se situava abaixo do limiar de 600 mil euros.

Na resposta aos deputados, o Ministério das Finanças confirmou a situação e garantiu que “o Governo está a ponderar uma iniciativa em sede de proposta de lei de Orçamento do Estado para 2019 que possa enquadrar a questão colocada”.

O PCP defende a criação de mais um escalão no AIMI para prédios de valor acima de 1,5 milhões de euros.

Pagamento do IMI em três prestações

O Governo pretende manter o pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em três prestações, mas o valor da primeira prestação baixa para 100 euros e o pagamento passa a ser feito um mês mais tarde, em maio.

Segundo uma versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado, o imposto deve ser pago “em uma prestação, no mês de maio, quando o seu montante seja igual ou inferior a 100 euros; em duas prestações, nos meses de maio e novembro, quando o seu montante seja superior a 100 euros e igual ou inferior a 500 euros”.

Pode ainda ser pago em “três prestações, nos meses de maio, agosto e novembro, quando o seu montante seja superior a 500 euros.

Atualmente, este imposto pode ser pago em uma prestação, durante o mês de abril, quando o seu montante seja igual ou inferior a 250 euros; em duas prestações, nos meses de abril e novembro, quando o seu montante seja superior a 250 euros; e em três prestações, nos meses de abril, julho e novembro, quando o seu montante seja superior a 500 euros”.

Segunda fase da alteração dos escalões do IRS

Não estão previstas novas alterações ao IRS no próximo ano, mas este imposto voltará a baixar em 2019 devido ao desagravamento que ficou estabelecido com o OE2018. De acordo com o Programa de Estabilidade apresentado em abril, as alterações aos escalões do IRS terão um impacto de 155 milhões de euros no próximo ano, que se somam aos 230 milhões de euros previstos para 2018.

Esta nova descida em 2019 está relacionada com o facto de as alterações aos escalões não terem sido totalmente refletidas na retenção na fonte durante este ano. Já o mínimo de existência (valor de rendimento livre de IRS) será atualizado em linha com o novo Indexante de Apoios Sociais, mas o PCP reclama uma maior abrangência da isenção.

O primeiro-ministro referiu em entrevista à TVI que o Orçamento elevará a fasquia do “mínimo de existência social”, o que permitirá a mais famílias estarem isentas de IRS em 2019. Os escalões de IRS também serão atualizados em linha com a inflação.

Prazo de entrega do IRS alargado até 30 de junho

O Governo pretende prolongar um mês, até 30 de junho, o prazo para a entrega da declaração de IRS por via eletrónica, segundo uma versão preliminar da proposta de OE2019.

Segundo o documento, a declaração de IRS deve passar a ser “entregue, por transmissão eletrónica de dados, de 1 de abril a 30 de junho, independentemente de este dia ser útil ou não útil”.

Atualmente, a declaração de IRS é entregue de 1 de abril a 31 de maio.

Alterações na retenção na fonte no trabalho suplementar

Os rendimentos com horas extra poderão vir a beneficiar de uma taxa de retenção na fonte de IRS menor no próximo ano, segundo uma versão preliminar da proposta de OE2019.

O Governo propõe que, tal como já acontece com o subsídio de férias e de Natal, também o rendimento obtido com “trabalho suplementar” seja sempre “objeto de retenção autónoma” não podendo ser “adicionados às remunerações dos meses em que são pagos”.

Assim, a taxa de retenção na fonte a aplicar, segundo a mesma proposta, deverá ser a taxa a aplicar aos restantes rendimentos de trabalho dependente recebidos no mesmo mês em que são pagas as horas extra.

A proposta do Governo prevê ainda que o pagamento de rendimentos relativos a anos anterior seja objeto de retenção autónoma não se somando aos rendimentos do mês em que é paga.

Atualização das tabelas do imposto automóvel

O Ministério das Finanças confirmou que as tabelas do Imposto Único Automóvel (IUC) e do Imposto sobre Veículos (ISV) serão atualizadas no OE2019, no âmbito do novo sistema de medições poluentes dos automóveis (medições WLTP).

Segundo um despacho de 1 de agosto do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, citado pelo jornal Expresso, a Autoridade Tributária “deve apresentar, no âmbito dos trabalhos de preparação do Orçamento do Estado para 2019, uma proposta de revisão das atuais tabelas de ISV e de IUC e das normas que consagram isenções fiscais condicionadas a limites de emissões de CO2, ajustando-as aos níveis de emissões decorrentes do novo sistema WLTP”.

O novo sistema WLTP (Worldwide Harmonized Light Vehicles Teste Procedure) substitui o atual NEDC (New European Driving Cycle).

Fim da obrigatoriedade da entrega do PEC

O ministro das Finanças, Mário Centeno, confirmou que o OE2019 irá eliminar a obrigatoriedade da entrega do Pagamento Especial por Conta (PEC), uma medida muito reivindicada pelas empresas e que deverá chegar às que têm a sua situação contributiva regularizada.

“Prevemos terminar com a obrigatoriedade da entrega do PEC, que neste momento é uma das grandes reivindicações desses setores, substituindo essa obrigatoriedade por um conjunto de outros instrumentos que nalguns casos já existem para que as empresas possam cumprir com as suas obrigações fiscais”, disse Centeno.

O OE2017 já previa que o limite mínimo do PEC fosse “reduzido progressivamente até 2019, sendo substituído por um regime adequado de apuramento da matéria coletável (…) através da aplicação de coeficientes técnico-económicos por atividade económica a publicar em portaria”.

Sacos de plástico aumentam para 12 cêntimos

O preço dos sacos de plástico vai aumentar de oito para 12 cêntimos, uma das medidas propostas pelo PAN que constará da proposta do Governo de OE2019.

Atualmente, o valor da contribuição a pagar ao Estado por cada saco de plástico leve com alças é de oito cêntimos, acrescido do IVA à taxa de 23%, o que perfaz o valor total aproximado de 0,10 euros. Também a isenção de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) de que beneficiavam os “artistas tauromáquicos” vai acabar no próximo ano e a atividade desportiva de tiro ao pombo também vai acabar.

Na proposta preliminar de Orçamento é feita uma alteração ao código do IVA onde se especifica quem está isento de imposto, desaparecendo a menção aos artistas tauromáquicos.

Imposto do Selo sobe no crédito ao consumo

O Governo quer voltar a penalizar o crédito ao consumo, aumentando o Imposto do Selo sobre estes contratos, segundo uma versão preliminar da proposta de OE2019.

No documento, há uma dupla penalização destes contratos: por um lado, o Governo prevê manter, tal como em orçamentos anteriores, um agravamento das taxas em vigor em 50%. Mas, ainda assim, propõe aumentar estas taxas face às que se encontram atualmente em vigor.

Assim, segundo a proposta de lei, os créditos inferiores a um ano e os descobertos bancários passarão a pagar 0,128% face aos 0,08% atuais e o crédito entre um e cinco anos passa a ser tributado a 1,6% face aos 1% atuais.

Bailado passa a profissão de desgaste rápido e IVA do espetáculo é reduzido

Os bailarinos deverão ver reconhecido o estatuto de profissão de desgaste rápido, no próximo ano, segundo uma versão preliminar da proposta de OE2019.

“São equiparadas a profissões de desgaste rápido o bailado clássico ou contemporâneo exercido ao abrigo de contrato de prestação de serviços ou de contrato de trabalho a termo certo”, lê-se na secção relativa ao imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), no capítulo dedicado aos impostos diretos.

Entretanto, o BE anunciou no sábado que chegou a acordo com o Governo para que, no OE2019 o IVA do espetáculo se reduza dos atuais 13% para os 6%.

Teto máximo das propinas desce para 856 euros

O teto máximo das propinas deverá ficar nos 856 euros no próximo ano, menos 212 euros do que o valor aplicado atualmente, segundo anunciou no sábado o Bloco de Esquerda após as negociações com o Governo para o OE2019.

Atualmente, as propinas no Ensino Superior têm um teto máximo de 1.068 euros.

Apoio a desempregados de longa duração com mais de 52 anos

O Bloco de Esquerda e o Governo acordaram uma medida que alarga o subsídio social de desemprego a desempregados de longa duração com 52 anos de idade ou mais, através de alterações na condição de recurso.

A deputada do BE Mariana Mortágua anunciou no sábado uma nova “prestação ponte” para os desempregados que têm mais de 52 anos e que, devido à condição de recursos, não conseguem aceder atualmente ao subsídio social e desemprego. A medida deverá abranger cerca de três mil pessoas.

A regra até agora, lembrou Mariana Mortágua, previa que “poderia aceder quem tivesse um rendimento inferior a 80% do IAS [indexante dos apoios sociais], ou seja, 343 euros, e passou a ser 100% do IAS, ou seja, 428 euros”.

Investimento na saúde, educação e transportes

Perante as críticas dos vários partidos sobre a falta de investimento público, o primeiro-ministro sinalizou que o Governo vai “dar continuidade ao investimento na saúde, educação e infraestruturas”.

Durante os comícios de Verão do BE, em 26 de julho, a coordenadora do partido, Catarina Martins, defendeu um investimento na saúde próximo dos 6% do PIB e o fim das taxas moderadoras.

Também o PCP e o PEV exigem o reforço do investimento nos serviços públicos, como a saúde, transportes ou educação no OE2019, enquanto o CDS tem elevado o tom das críticas sobre o desinvestimento nos transportes, nomeadamente na ferrovia.

Na entrevista à TVI, o primeiro-ministro afirmou que o próximo Orçamento terá uma “inovação radical” com a introdução do passe único de transportes em Lisboa e Porto.

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IRS. Gastos com educação e rendas de casa no interior valem bónus

  • ECO
  • 15 Outubro 2018

Contribuintes com estas despesas poderão abater 700 euros. Governo alarga a entrega da declaração anual do imposto até final de junho.

As despesas com a educação e com as rendas de casa para quem está localizado no interior do país vão valer um bónus na altura de entregar o IRS. Segundo avança o Diário de Notícias (acesso pago), os contribuintes que tenham este tipo de gastos vão poder abater mais 700 euros ao imposto do que uma família que reside e estuda em Lisboa ou no Porto.

Também estudantes que frequentem estabelecimentos de ensino no interior vão poder abater 40% das suas despesas, até ao limite de mil euros.

Quanto às rendas, este regime será mais vantajoso comparado com o que vigora para a generalidade das famílias e que determina que estas podem reduzir o IRS até um máximo de 502 euros.

Entrega do IRS alargada

Em 2019, o Governo aumentou o prazo de entrega da declaração do IRS, passando a ser feita entre 1 de abril e 30 de junho, dando aos contribuintes mais um mês para tratarem desta obrigação declarativa. O final de junho passa a ser a data limite, independentemente de coincidir com um feriado ou fim de semana. Nas regras agora em vigor, o prazo final avança para o dia útil seguinte se coincidir com um feriado, sábado ou domingo.

Esta medida vai ao encontro de uma proposta da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), que tinha alertado para o facto de abril e maio serem meses para o cumprimento de várias obrigações declarativas por parte das empresas, pelo que a coincidência com o IRS dos particulares acabava muitas vezes por sobrecarregar o acesso ao Portal das Finanças.

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Produção da Galp subiu 11% no 3.º trimestre

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

A margem conseguida com a refinação de cada barril de petróleo caiu 21% em relação ao período homólogo e 4% face ao segundo trimestre deste ano.

A produção de petróleo da Galp subiu 11% em termos homólogos no terceiro trimestre, segundo os dados preliminares comunicados pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com os dados operacionais preliminares comunicados pela Galp, a produção líquida (net entitlement) – após o pagamento de impostos em espécie aos países em que produz e que revertem integralmente para os resultados da Galp – progrediu 11% relativamente ao terceiro trimestre do ano passado, passando para 102,3 barris/dia.

A Galp, que sublinha que a apresentação de resultados do terceiro trimestre está prevista para 29 de outubro. Por geografias, a produção no Brasil subiu 9% em termos homólogos, passando para 94,9 barris, e em Angola 31% para 7,4 barris/dia.

Segundo os dados preliminares comunicados à CMVM, a margem conseguida com a refinação de cada barril de petróleo caiu 21% em relação ao período homólogo e 4% face ao segundo trimestre deste ano, atingindo um valor médio de 5,8 dólares por barril.

Um dos indicadores macroeconómicos mais relevantes para as contas da Galp é a evolução da cotação do petróleo (Brent), que dita o preço a que os barris produzidos são colocados no mercado.

De acordo com os dados preliminares comunicados à CMVM, as cotações médias do brent aumentaram 44% relativamente ao período homólogo para os 75,2 dólares.

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Lisboa no vermelho pressionada pelo retalho. Sonae cai depois de mudanças na administração

A bolsa portuguesa regressa a terreno vermelho na primeira sessão da semana. A Sonae abre em queda depois do cancelamento da OPV da Sonae MC, e de alterações na gestão.

A bolsa de Lisboa volta ao vermelho na abertura da primeira sessão da semana, em dia de entrega do Orçamento do Estado. Os títulos da Sonae pesam, depois de uma mudança na administração da Sonae MC, cuja OPV foi cancelada.

O índice de referência nacional, o PSI-20, abre no vermelho, a cair 0,22% para os 4995,77 pontos. A maioria das cotadas inicia a sessão no vermelho, com destaque para o retalho, com as quedas da dona do Continente e da Jerónimo Martins.

A Sonae Capital arranca a sessão a cair 2,70% para os 72,20 cêntimos, e a Sonae recua 0,23% para os 00,87 euros. No seguimento da OPV falhada, a Sonae MC mudou a administração. Paulo Azevedo e Luís Reis saíram, e entrou Cláudia Azevedo. A abrir em terreno negativo destaca-se também a Galp Energia, que desce 0,83% para os 15,52 euros, e a Jerónimo Martins, que recua 0,87% para os 11,36 euros.

No verde, a EDP sobe 0,20% para os 3,05 euros, e a EDP Renováveis abre a valorizar 0,06% para os 8,13 euros, depois de ter sido conhecido que os americanos do Capital Group saem da elétrica. Aquele que era o segundo maior acionista da EDP, desfez-se totalmente da sua posição. A papeleira Navigator também está a subir, apesar de notícias de que o furacão Leslie obrigou a uma paragem da fábrica na Figueira da Foz, durante uma semana.

As praças europeias também abrem a sessão, na generalidade, no vermelho. O francês CAC 40 arranca a cair 0,1% e o espanhol IBEX 35 a recuar também 0,1%.

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Segunda circular reabre circulação após acidente com camião

  • ECO e Lusa
  • 15 Outubro 2018

A segunda circular foi cortada nos dois sentidos na sequência de um acidente com um camião, cerca das 7h30, no sentido norte-sul. Entretanto, a circulação foi reaberta pelas 11h00.

Um acidente com um camião, esta manhã, cerca das 7h30, levou as autoridades a cortar o trânsito em ambos os sentidos na Segunda Circular, em Lisboa. O acidente, que envolveu um camião e várias outras viaturas, provocou vários feridos e aconteceu no sentido norte-sul.

O trânsito na Segunda Circular foi reaberto às 11h00. O condutor do camião foi transportado para a Divisão da PSP para prestar declarações, incorrendo num crime rodoviário, segundo explicou no local aos jornalistas o chefe Madaíl dos Santos, da PSP. O acidente envolveu nove veículos e causou três feridos, um dos quais grave.

Madaíl dos Santos contou que o camião, que transportava contentores de obra vazios, entrou em contramão na zona da Alta de Lisboa, tendo percorrido dois a três quilómetros em sentido contrário, provocando acidentes. O responsável explicou que o condutor do camião acabou por “ser imobilizado por um agente à civil que passava no local”.

“O agente travou o camião com a sua própria viatura. Desta manobra não resultaram danos nas viaturas, nem pessoas”, indicou.

No local estiveram elementos dos bombeiros, PSP e Instituto Nacional de Emergência médica. Pelas 7h45, o trânsito da segunda circular estava a ser desviado para a Rotunda do relógio, de acordo com a PSP, avança o Expresso.

(Notícia atualizada às 11h43 com mais informação)

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