Previsões do Governo são otimistas, alerta Teodora Cardoso

Pouco se pode deduzir dos dados enviados por Centeno para Bruxelas, mas a economia diz que as previsões são otimistas e que a estratégia do Governo centra-se nas medidas da legislatura passada.

A economista Teodora Cardoso considera que as previsões que o Governo enviou a Bruxelas no Plano de Projeto Orçamental são otimistas, porque exigem uma maior competitividade e um aumento do investimento privado para se concretizarem, e diz que do documento só é possível deduzir que o Governo está à espera que sejam as medidas que implementou na legislatura passada a puxar pela economia.

“O draft tem 50 páginas, 40 são dedicadas às medidas da legislatura anterior, algum sinal será do que isto tem na política económica e orçamental que se vai seguir”, disse a ex-presidente do Conselho das Finanças Públicas.

Num seminário organizado sobre o próximo Orçamento do Estado, a economista admitiu que é mais difícil falar sobre as escolhas do Governo para o próximo ano uma vez que o Executivo ainda não apresentou a proposta de Orçamento do Estado para 2020 — deverá fazê-lo até 15 de dezembro, segundo o Presidente da República –, mas ainda assim fez uma análise das escolhas de política económica, tendo em conta o Programa do Governo.

Teodora Cardoso diz que, se o Governo tinha como objetivo tornar o país mais competitivo, “esperar-se-ia que houvesse medidas que corrigissem os pontos mais fracos da competitividade portuguesa”. No entanto, a economista não vê medidas nesse sentido.

A ex-presidente do Conselho das Finanças Públicas disse que em matéria fiscal, só há “duas pistas no Programa de Governo” e ambas vão no mesmo sentido.

“Uma é o reforço e aprofundamento da progressividade do imposto sobre o rendimento e a segunda é o englobamento de todos os tipos de rendimento, portanto vai na mesma linha”, disse.

Teodora Cardoso questionou ainda o mantra que tem sido repetido de que a sustentabilidade da Segurança Social está assegurada. “O problema da Segurança Social, da sua sustentabilidade, não se mede pelo estado em que ela está num ano. Tem de se medir naquilo que vem a seguir, porque os encargos da Segurança Social vão aumentar”, disse.

A economista sublinhou que a “população portuguesa envelheceu e vai continuar a envelhecer mais rapidamente do que todos os outros países europeus” e que isto vai colocar em causa a capacidade da economia de atrair investimento.

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Aumento do salário mínimo “não é necessariamente uma má medida”, diz Vítor Bento

Chairman da SIBS defende que a estrutura empresarial da economia portuguesa tem de mudar porque as empresas mais pequenas não têm escala e que o aumento do salário mínimo pode forçar essa mudança.

O economista Vítor Bento defendeu esta terça-feira que o aumento do salário mínimo nacional “não é necessariamente uma má medida”, argumentando que a economia portuguesa tem um problema de estrutura empresarial que está a impedir o aumento dos salários.

Num contexto de pleno emprego, ou quase pleno emprego, o aumento administrativo do salário mínimo não é necessariamente uma má medida, porque pode forçar a restruturação deste segmento das pequenas e médias empresas”, disse o chairman da SIBS numa conferência promovida pelo Fórum para a Competitividade.

Segundo Vítor Bento, a economia portuguesa tem um problema de estrutura empresarial, sendo composta por uma maioria de pequenas e médias empresas que não têm escala e por isso também pressionam os salários para baixo.

No seu entender, ao forçar administrativamente o aumento do salário mínimo, a decisão iria de uma certa forma forçar a sobrevivência das empresas mais sustentáveis e com mais escala.

Esta mudança na estrutura empresarial, diz, seria uma receita para aumentar a produtividade na economia portuguesa.

Vítor Bento criticou ainda a ideia de que é necessário aumentar mais o IRC para permitir uma maior redistribuição da riqueza, dizendo que na verdade funcionaria de forma oposta: “Se não houver criação de riqueza, a sua possibilidade de aceder à sua distribuição é cada vez mais reduzida”.

“Este regime de IRC é um estimulo à permanência, à manutenção de baixos salários. É importante que do lado dos trabalhadores se perceba a contradição de dizerem que é preciso taxar mais os lucros”, diz.

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APREN alerta para riscos do encerramento antecipado das centrais do Pego e de Sines

  • Lusa
  • 5 Novembro 2019

A Associação Portuguesa de Energias Renováveis considera que o encerramento das duas centrais ´"não só é tecnicamente possível como desejável", mas alterta para riscos relacionados com a segurança.

A APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis afirmou esta terça-feira concordar com a decisão do Governo de antecipar o encerramento das centrais a carvão do Pego e de Sines, mas alerta para riscos relacionados com a segurança do abastecimento nacional.

“A Associação considera que este encerramento não só é tecnicamente possível como desejável, no âmbito de uma estratégia de transição energética ambientalmente sustentável, que promova a coesão social e aumente o rendimento disponível do consumidor, através da redução incremental do preço da eletricidade”, lê-se no comunicado hoje divulgado.

Ainda assim, a associação realça que “esta decisão não está isenta de riscos e de alterações nos resultados socioeconómicos, que têm que ser acautelados“, nomeadamente relacionados com a segurança do abastecimento elétrico nacional e com o possível aumento da dependência de importações de energia elétrica de Espanha.

Central Termoelétrica de SinesPaulo Valdivieso/ Flickr via Wikimedia Commons

Neste contexto, a associação considera que “é fundamental ser atempadamente concluído o aproveitamento hidroelétrico do Alto Tâmega que, com a sua capacidade de bombagem de 880MW [megawatts], permitirá ter uma capacidade de reserva deste montante, contribuindo positivamente para o equilíbrio de preços no mercado, e para que, em situações extremas de consumo ou de escassez de produtibilidade renovável, se reduza a dependência de importação de Espanha a preços excessivos ou eventualmente especulativos”.

A APREN acrescenta que também é essencial aumentar a potência instalada e a produção de eletricidade a partir de tecnologias solar e eólica.

Para a associação, “outra das situações que tem que ser acautelada está relacionada com a perda de empregos locais e a mitigação dos consequentes impactos sociais negativos que podem ser gerados, principalmente nas regiões específicas onde se localizam as centrais”, mas contrapõe que “o desenvolvimento de novas formas de produção com base renovável e uma dinâmica de crescimento da economia podem gerar emprego para estas pessoas”.

“No entanto, deverá também ser dada atenção a outras atividades económicas locais que serão igualmente afetadas. Caberá às empresas detentoras destes centros electroprodutores, em parceria com as entidades oficiais, estabelecer o melhor plano a prazo de reaproveitamento ou realocação dos trabalhadores envolvidos, de modo a minimizar eventuais impactos económicos e sociais negativos nas regiões afetadas”, alerta.

O primeiro-ministro anunciou em 26 de outubro que o seu novo Governo está preparado para encerrar a central termoelétrica do Pego, em Abrantes, no final de 2021 e fazer cessar a produção da central de Sines em setembro de 2023.

António Costa destacou esta medida no discurso que proferiu após o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dado posse ao XXII Governo Constitucional, numa cerimónia no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

Estou em condições de anunciar que iremos mesmo antecipar o encerramento da central termoelétrica do Pego para o final de 2021, e que a produção da central de Sines cessará totalmente em setembro de 2023, garantidas condições de perfeita segurança de abastecimento, após a conclusão das barragens do Alto Tâmega e de uma nova linha de alta tensão que abasteça o Algarve, já planeada e prevista para meados de 2022, e que permitirá iniciar o encerramento faseado de Sines”, declarou.

No programa eleitoral do PS, o calendário previsto para o encerramento destas centrais era mais distante: “Preparar o fim da produção de energia elétrica a partir de carvão, dando início a esse processo durante a legislatura, com vista ao encerramento ou reconversão das centrais termoelétricas do Pego até 2023 e de Sines entre 2025 e 2030”.

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Não sabe o que aconteceu nos mercados? Veja o vídeo

  • ECO + DIF
  • 5 Novembro 2019

Dos índices europeus aos americanos, das matérias-primas ao cambial, saiba o que está a acontecer nos mercados. Veja o vídeo dos destaques do dia, por Bernardo Barcelos, analista da DIF Broker.

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Governo começa a negociar Orçamento do Estado com partidos na próxima semana

O Bloco de Esquerda e o Governo vão reunir-se na próxima terça-feira, dia 12 de novembro, pelas 18h para começarem a discutir o Orçamento do Estado para 2020.

O Governo marcou reuniões com os partidos para a próxima semana para negociar o Orçamento do Estado para 2020, confirmou ao ECO fonte oficial do Executivo. A única data que já é conhecida é a da reunião com o Bloco de Esquerda — terça-feira, dia 12 de novembro.

Depois de lançado processo de negociação com os parceiros de um aumento do salário mínimo nacional, o Governo avança para outro dossier — o Orçamento do Estado que quer entregar no Parlamento ainda em dezembro, segundo Marcelo Rebelo de Sousa até 15 de dezembro. Costa não tem maioria no Parlamento pelo que precisa de apoios para fazer passar o OE e tem dado preferência aos partidos à esquerda do PS.

Segundo o draft enviado para Bruxelas, o Executivo espera uma melhoria da conjuntura em 2020, face a este ano, e também em relação ao previsto em abril no Programa de Estabilidade. No entanto, aponta para que já não haja excedente orçamental ao prever um saldo orçamental nulo em 2020.

A notícia da reunião com o Bloco de Esquerda também foi avançada pela SIC e confirmada à Lusa por fonte bloquista. “A primeira reunião de discussão do Orçamento de Estado é às 18h00″ de dia 12, afirmou a fonte. De acordo com a mesma fonte, o local da reunião será divulgado em breve.

Esta terça-feira, à margem de uma visita ao Hospital Garcia de Orta (Almada), a coordenadora nacional do BE, Catarina Martins, foi questionada pelos jornalistas sobre o ponto de situação das negociações do Orçamento de Estado para o próximo ano, tendo respondido apenas que “serão feitas a seu tempo”.

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Chineses colocam à venda 1,33% do capital da EDP

A CNIC vai vender bloco de 49 milhões de ações da elétrica portuguesa, o equivalente a 1,33% do capital da EDP, através de um processo de venda acelerada a investidores institucionais.

Os chineses da CNIC estão vender um bloco de 49 milhões de ações da EDP EDP 0,34% , o equivalente a 1,33% do capital da elétrica portuguesa, através de um processo de colocação privada junto de investidores institucionais e qualificados. Após a operação, vão ficar com menos de 0,01% da empresa liderada por António Mexia.

A venda será feita através de um processo de accelerated bookbuild dirigido exclusivamente a investidores institucionais qualificados, segundo anunciou a EDP em comunicado ao mercado. Ou seja, pequenos investidores não poderão comprar estas ações.

Após a colocação deste bloco, a CNIC, através da Orise, manterá três milhões de ações da EDP, “sujeitas a um lock-up de 30 dias”. Isto representa aproximadamente 0,008% do capital da utility nacional. Só depois destes 30 dias é que os chineses poderão voltar a vender. A operação está a ser organizada pelo Société Générale.

A CNIC tem vindo a reduzir a sua posição na EDP. Chegou a ter cerca de 5% do capital da elétrica nacional. Há uma semana, o grupo chinês comunicou que a sua participação baixou para 1,8898%, isto na sequência da alienação de 4,7 milhões de ações.

A redução surge depois do falhanço da oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges, que detém 23,27% da EDP, lançada no ano passado. A oferta foi retirada já este ano depois das dificuldades regulatórias nos EUA e Europa.

A EDP registou lucros uma subida de 55% dos lucros para 460 milhões de euros entre janeiro e setembro.

(Notícia atualizada às 17h55)

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“Há uma crise de confiança sem precedentes”, diz CEO da Wikipédia

Problema está a prejudicar sociedades e o clima. Katherine Maher, última oradora do dia do palco principal do Web Summit, lembra que todas as crises são oportunidades.

A crise de confiança global está a afetar sociedades e clima. É esta a principal tese da CEO da Wikipédia, Katherine Maher. A gestora chegou ao palco principal da Web Summit, como última oradora do dia, e pediu que se levantassem as mãos de quem já usou a plataforma. Poucas foram pessoas que não o fizeram.

Katherine Maher, CEO da Wikipedia, no palco central do Web Summit, a 5 de novembro de 2019.David Fitzgerald/Web Summit via Sportsfile

“Obrigada. São vocês que fizeram desde nonprofit, um dos sítios mais populares do mundo”, brincou. Mas o exercício serviu também para sustentar a sua tese: “Claramente, a nossa necessidade de conhecimento está no nível mais elevado de sempre. Não acredito que haja uma crise de conhecimento, mas sim, uma crise de confiança“.

O “valor do dinheiro”, “o que está escrito nos jornais” ou a “assistência que chega quando ligamos para o 112” são alguns dos exemplos de Maher para dizer que a confiança é a infraestrutura que permite aos sistemas funcionarem.

“Há uma crise de confiança sem precedentes, de governos à imprensa. As pessoas estão a afastar-se das fontes tradicionais de confiança“, afirmou a gestora, lembrando o uso de fake news para manipular eleições.

Essa crise — que faz com que se confie mais no que alguém próximo diz do que em estudos científicos, por exemplo — “está a prejudicar sociedades e o clima” devido à “falta de consenso sobre a urgência” necessária para dar resposta às alterações climáticas. “Estamos paralisados pela inação“.

Mas então, o que fazer? Todas as crises são uma oportunidade, na perspetiva da gestora. “Temos de partilhar o poder. Dizem que conhecimento é poder e é verdade. Mas se olharmos com atenção, poder partilhado é confuso”, sublinhou Maher. “Temos de inverter o mantra do mundo tecnológico. Temos de construir mais devagar, mas de forma mais duradoura“, acrescentou a CEO da Wikipédia. “Nenhum de nós vai salvar o mundo. Somos todos nós.”

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Vila Viçosa recebe novo conceito de loja da Ageas

  • ECO Seguros
  • 5 Novembro 2019

A expansão e renovação de mais de 150 lojas a nível nacional prosseguiu no Alentejo, com abertura de mais um espaço sem ruídos visuais ou barreiras, a visão premium da marca.

O novo espaço comercial da seguradora foi inaugurado no passado dia 31 de outubro, localizando-se ao centro de Vila Viçosa de forma a “estar mais próximo das pessoas”, afirma a empresa.

Com uma nova imagem, este novo conceito de lojas premium da marca – sem ruídos visuais ou barreiras – disponibiliza aconselhamento sobre a gama de serviços e de seguros. Com esta inauguração a Ageas prosseguiu o seu plano de expansão e de renovação de mais de 150 lojas do país, nos próximos meses.

“A Ageas Seguros garante uma equipa experiente, especializada e pronta a adaptar as soluções para acompanhar as necessidades de cada cliente. A aposta na mudança do espaço comercial para o centro e na nova imagem, reforça o posicionamento de uma relação cada vez mais transparente com os nossos clientes e consumidores. A proteção do cliente é a nossa prioridade e acreditamos num futuro de diferenciação e de transparência”, defendeu Paulo Rondão, sócio-gerente deste novo espaço comercial, na inauguração.

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ASF: Já não há alertas vermelhos nos seguros em Portugal

  • ECO Seguros
  • 5 Novembro 2019

O risco dos ramos Não Vida desceu, pela primeira vez desde 2016, de risco Alto, o máximo, para Médio Alto, o segundo nível de uma escala de quatro. Persistem vulnerabilidades em algumas categorias.

Os riscos específicos dos ramos Não Vida tiveram um desagravamento no segundo trimestre deste ano, segundo o Painel de Riscos, um relatório trimestral regular, agora divulgado pela ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões para o período terminado em junho.

Os ramos Não Vida estavam no nível máximo de risco desde 2016 mas, segundo a ASF, “melhorias, a nível global, na taxa de sinistralidade e no rácio combinado, permitiram reduzir a notação de risco de alto para médio-alto”.

Com esta melhoria na análise, o risco específico dos Seguros Não Vida passa à classificação de Médio Alto onde continuam a estar os riscos de Interligações a outros setores ou atividades, os riscos macroeconómicos e os riscos específicos do Ramo Vida.

Com risco Médio Baixo permanece o risco de Crédito, o risco de Mercado e a rentabilidade e solvabilidade das empresas. A Liquidez continua a apresentar um baixo risco.

Tabela de Riscos da ASF

As principais observações da ASF para o segundo trimestre do ano e agora divulgadas são:

  • Reavaliação do Risco Soberano: Uma eventual reavaliação em alta dos prémios de risco soberano assume particular importância para o setor segurador nacional, tendo em conta a elevada exposição das carteiras de investimento a títulos de dívida pública.
  • Riscos de um mercado volátil: Aumento da volatilidade registado nos mercados obrigacionista e acionista, refletindo as expectativas dos investidores face a alterações ao nível da política monetária e, ainda, os receios de um cenário de reavaliação abrupta dos prémios de risco.
  • Imobiliário continua em alta: Continuidade do aumento dos preços deste mercado.
  • Menor investimento em banca: Em Interligações assistiu-se à diminuição da exposição a títulos de dívida soberana portuguesa, por contrapartida da dívida pública estrangeira, acompanhada ainda de um decréscimo do investimento em ativos emitidos pelo setor bancário.
  • Menor concentração por grupo económico: uma redução da concentração em ativos por grupo económico, apesar de esta conclusão não ser transversal a todos os operadores.
  • Rentabilidade em alta no setor Não Vida e em baixa no Vida: rendibilidade do setor segurador evoluiu favoravelmente para o segmento dos ramos Não Vida, enquanto o ramo Vida registou uma evolução menos positiva, dada a quebra observada nos resultados técnicos e nos prémios brutos emitidos.
  • Rentabilidade integral melhor para pequenas seguradoras: Alguns operadores de menor dimensão observaram resultados superiores, sendo a diferença justificada pela realização de mais-valias nos investimentos financeiros.
  • Solidez continua confortável: Os rácios de solvabilidade das empresas de seguros mantiveram-se em níveis confortáveis (173,8%), mantendo-se, contudo, uma dependência significativa da medida transitória sobre as provisões técnicas. O rácio de solvabilidade desreconhecendo essa medida foi de 134,3%, registando uma subida ligeira face ao trimestre anterior.
  • Segmento Vida contrai, mas com menos resgates: A produção em Vida apresentou uma contração face ao trimestre anterior. Em comparação com o trimestre homólogo, registaram-se reduções apenas num conjunto reduzido de operadores de maior dimensão. Verificou-se uma ligeira subida da taxa de sinistralidade dos produtos de risco e, em sentido favorável, uma diminuição da taxa de resgates.
  • Melhorias em Não Vida, sai do nível de risco máximo: O nível de prémios manteve-se estável, sendo de registar melhorias, a nível global, na taxa de sinistralidade e no rácio combinado, as quais permitiram reduzir a notação de risco de alto para médio-alto, o que se regista pela primeira vez desde 2016, quando a ASF iniciou a divulgação do Painel de Riscos.

Neste momento não há alertas vermelhos, mas persistem algumas vulnerabilidades a impactos externos nos principais fatores de risco do setor.

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MetLife e Nova SBE formam mediadores para o novo consumidor

  • ECO Seguros
  • 5 Novembro 2019

Através de um programa inovador, a seguradora e a escola de gestão têm vindo a formar mediadores de seguros para pensarem nas necessidades dos consumidores dos tempos atuais.

A MetLife e a Nova SBE juntaram esforços para formar mediadores na área da estratégia e técnicas de vendas através do programa B-Academy da Metlife. O mesmo teve início em 2018, tendo sido atualizado em 2019, com a introdução de um módulo de “Prospeção e Value-Selling”, ministrado por Helga Saraiva-Stewart, a única especialista em vendas em Portugal, certificada pelo Institute of Sales Management (ISM) do Reino Unido. Este módulo tem como objetivo ajudar os parceiros a desenvolver um plano comercial individualizado para o seu negócio e a implementar esse plano, recorrendo às melhores práticas comerciais atuais.

Para a docente, este é um “programa inovador que confere competências muito específicas de técnicas de venda e que capacita os mediadores com o mindset adequado ao novo consumidor”. Helga Saraiva-Stewart acrescenta ainda que “a prospeção é crucial para o desenvolvimento do negócio e é muito orgânica. Para obter bons resultados, temos de entender o valor do produto e saber transmiti-lo ao cliente, o que, na prática, se traduz em sabermos comunicar o valor que representamos para o nosso cliente”.

Gonçalo Castro Pereira, diretor Face to Face da MetLife na Iberia: Ensinar o mediador a fazer as perguntas certas para perceber a proteção que o cliente tem.

De acordo com Gonçalo Castro Pereira, diretor Face to Face da MetLife na Iberia, a escolha pela parceria com a Nova SBE foi natural, visto tratar-se de uma referência, tanto nacional como internacional. A primeira edição da formação, mais direcionada para a gestão de negócio e para a venda, registou resultados bastante positivos. Segundo o responsável da MetLife, os mediadores conseguiram aumentar “o volume de nova produção com produtos MetLife em 35%”. Ensinar os mediadores a fazer as perguntas certas no sentido de perceber qual a necessidade de proteção que o cliente tem é uma das mais valias enunciadas pelo responsável.

Até à data, e em duas edições, a B-Academy já formou mais de 45 mediadores em estratégias de gestão comercial na área dos seguros proporcionando-lhes as ferramentas mais atuais para desenvolver competências ao nível da venda, da influência da decisão de compra e da otimização da prospeção comercial e do “value selling”.

A próxima edição da B-Academy está marcada para 2020.

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Carlos Moedas: Rombo do Brexit obriga a aumentar contribuições para o orçamento comunitário

Siza Vieira disse que "Portugal está disponível para aumentar o contributo para a União. Aquilo que vão ser as contribuições dos Estados-membros têm de aumentar".

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, (à esq) e o comissário europeu Carlos Moedas (à dir) defendem a necessidade de aumentar as contribuições dos Estados membros para o Orçamento da União Europeia.Hugo Amaral/ECO

A saída do Reino Unido da União Europeia (UE) vai resultar num “buraco” de 12 mil milhões de euros no orçamento comunitário, avisou esta terça-feira o comissário europeu Carlos Moedas. O responsável disse estar a “lutar” para que haja “um maior esforço” por parte dos países do bloco.

Em sintonia com a posição defendida horas antes por António Costa, em Praga, no final do encontro dos “Amigos da Coesão”, Carlos Moedas defendeu assim um aumento das contribuições dos Estados membros para o orçamento comunitário para que não haja cortes em políticas como a Coesão ou agricultura.

Esse buraco tem de ser preenchido, não só com eficiências da Comissão Europeia, mas também tem de haver um maior esforço dos países. Temos de caminhar para uma Europa com um orçamento superior. Essa é a minha luta.

Carlos Moedas

Comissário europeu

“Quando um país como o Reino Unido sai, são menos 12 mil milhões de euros por ano. Retirar esse país faz um buraco no orçamento”, de cerca de 150 mil milhões de euros por ano, sublinhou Carlos Moedas no Web Summit. “Esse buraco tem de ser preenchido, não só com eficiências da Comissão Europeia, mas também tem de haver um maior esforço dos países. Temos de caminhar para uma Europa com um orçamento superior. Essa é a minha luta”, disse.

Carlos Moedas falava na conferência de imprensa sobre a assinatura do acordo para o lançamento de um instrumento financeiro, no âmbito do programa Portugal Tech e da colaboração entre o Fundo Europeu de Investimento (FEI), Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) e a Faber Ventures, depois de instado a comentar a posição portuguesa sobre o orçamento comunitário pós-2020.

“O problema na Europa é que aqueles que põe não querem pôr mais e aqueles que recebem não querem receber menos. Esta é uma fórmula matemática impossível”, apontou o comissário europeu. “Mas uma coisa é certa, temos de caminhar para uma Europa com orçamento superior e a minha luta, em particular, é um orçamento cada vez maior na área da ciência e da inovação, que são os únicos motores que temos para a criação de emprego na Europa”, defendeu. “Daí deixar em cima da mesa essa proposta de 100 mil milhões para o programa Horizonte Europa”, concluiu

Na mesma conferência de imprensa, Pedro Siza Vieira, ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, disse que Portugal está disponível para aumentar as contribuições. “Portugal está disponível para aumentar o contributo para a União. Aquilo que vão ser as contribuições dos Estados-membros têm de aumentar”, reforçou o ministro.

Portugal está disponível para aumentar o contributo para a União. Aquilo que vão ser as contribuições dos Estados-membros têm de aumentar.

Pedro Siza Vieira

Ministro da Economia

Portugal defende uma contribuição de 1,16% do Rendimento Nacional Bruto por Estado membro, acima da proposta da Comissão (1% do RNB) e que resulta, para o país, num corte de 6% da Política de Coesão e de 15% do segundo pilar da Política Agrícola Comum (PAC), a do desenvolvimento rural. Mas, para o Parlamento Europeu, a contribuição dos Estados membros deveria ser de 1,3%. António costa sublinhou ainda a necessidade de se encontrar recursos próprios para o Orçamento comunitário — nomeadamente através da tributação dos gigantes tecnológicos — para não ser necessário aumentar a tributação dos Estados membros.

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Faber lança novo fundo. Faber Tech II tem 30 milhões para investir

Faber Capital lança novo fundo. Metade do valor - 15 milhões - vem de um acordo assinado entre a gestora de capital de risco, o FEI e o IFD.

A Faber Ventures lançou esta terça-feira, no Web Summit, um novo fundo de investimento para startups tech no valor de 30 milhões de euros. Desse total, 15 milhões provêm de um acordo ao abrigo do programa Portugal Tech e do Plano Juncker, assinado entre o FEI (7,5 milhões), o IFD (7,5 milhões) e a Faber.

Com o objetivo de investir em startups ibéricas em fase inicial que desenvolvam software em torno de dados, o novo fundo é o quarto compromisso com fundos portugueses no âmbito do programa Portugal Tech, parceria de venture capital entre o FEI e a IFD anunciada pelo primeiro-ministro português, António Costa, há um ano, na abertura da anterior edição do Web Summit. Nos próximos cinco anos, o fundo de investimento em seed-stage quer financiar mais de 20 startups.

Fundada com uma “missão a longo prazo”, a Faber tinha como objetivo ser a “melhor empresa de micro-VC em estágio inicial na península ibérica. Com este fundo, explica Alexandre Barbosa, managing partner da Faber Capital, estas instituições “validam a nossa proposta de valor diferenciada”. “Esperamos poder apoiar em conjunto um novo portefólio de empreendedores audazes – o nosso enfoque de estágio / tecnologia e abordagem de valor agregado preenchem uma lacuna no sul da Europa e acreditamos que estamos bem posicionados para sermos investidores iniciais na próxima geração de startups de software centradas em dados a uma escala ibérica”, sublinhou.

“Investir é das coisas que vocês fazem melhor mas procurem, não só inovação mas projetos realmente disruptivos, novas tecnologias que vão criar mais emprego, e não apenas em Lisboa”, apelou Carlos Moedas. No entanto, Comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, sublinhou a necessidade de que, cada vez mais, haja mais dinheiro privado a financiar projetos. “É um problema que temos na Europa. Se olharmos para os números nos Estados Unidos, o investimento em capital de risco chega aos 40 mil milhões. Quando o país estava nos 35 mil milhões, na União Europeia esse valor não ultrapassava os cinco mil milhões”.

Comentando esta iniciativa, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, sublinhou que “investir em capital de risco é de vital importância na nossa estratégia para melhorar as ferramentas financeiras disponíveis para as empresas promissoras do ecossistema português”.

“Este acordo contribuirá para fortalecer o setor de capital de risco português, apoiando empresas inovadoras. A Web Summit representa o local ideal para assinar esse acordo”, disse o chefe da representação do grupo BEI em Lisboa, Kim Kreilgaard. Por seu lado, Pierluigi Gilibert, diretor executivo do FEI, assinalou que a instituição passa a beneficiar “de um conhecimento mais amplo no acesso ao ecossistema português de capital de risco”. Também o presidente executivo da IFD, Henrique Cruz, assinalou a importância da assinatura do acordo, que irá apoiar “investimentos em empresas portuguesas de base tecnológica”, bem como permitir “a grande alavancagem dos fundos públicos”.

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