Wall Street na linha de água com dúvidas sobre progressos na guerra comercial

A China terá convidado os negociadores para uma nova ronda de conversações a acontecer antes do feriado do Thanksgiving, nos EUA, na próxima quinta-feira, mas a notícia não chegou para travar perdas.

A incerteza da guerra comercial continua e os investidores parecem não querer arriscar muito mais. Wall Street fechou esta quinta-feira na linha de água com sinais contrários sobre os desenvolvimentos das negociações entre os Estados Unidos e a China. O gigante asiático poderá esperar uma nova visita dos negociadores norte-americanos ainda antes do Thanksgiving, na próxima quinta-feira.

“O ponto principal desta oscilação no otimismo são as perspetivas de o acordo comercial de fase inicial. Os investidores estão a tirar pétalas de um malmequer e a dizer «vai acontecer este ano, não vai acontecer»“, disse Sam Stovall, estratega chefe de investimento da CFRA Research à Reuters.

O sentimento em Wall Street tem variado consoante as notícias das negociações. Esta quinta-feira, a sessão terminou com perdas ligeiras. O índice industrial Dow Jones cedeu 0,2% para 27.766,29 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 perdeu 0,16% para 3.103,54 pontos e o tecnológico recuou 0,22% para 8.265,62 pontos.

“Basicamente o que [os investidores] estão a dizer é que esticaram até ao máximo possível. As avaliações parecem esticadas, em 18,5 vezes os lucros, em comparação com a média dos últimos 20 anos de 16,5 vezes”, alertou Stovall.

Depois de no início da semana ter havido entusiasmo com os avanços, que levaram Wall Street a recordes, os projetos de lei aprovados pelo Senado dos EUA a apoiar os manifestantes em Hong Kong esfriou as relações. A Reuters avançou na quarta-feira que um acordo poderá ser alcançado apenas em 2020, o que levou a fortes quedas nas bolsas dos EUA, mas também do Velho Continente.

O South China Morning Post cita agora fontes de ambos os lados das negociações que indicam que, apesar de ser difícil alcançar um acordo de fase inicial dentro do prazo, ainda é possível que a imposição de tarifas de 15% sobre 156 mil milhões de dólares em importações chinesas para a China. O Wall Street Journal avançou ainda que a China convidou os negociadores norte-americanos para uma nova ronda de conversações a acontecer antes do feriado nos EUA na próxima semana.

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13 mil profissionais da PSP e GNR nas ruas. Governo promete mais contratações

  • ECO e Lusa
  • 21 Novembro 2019

Sindicatos das forças de segurança reivindicam melhorias salariais e condições de trabalho. Os deputados André Ventura, Telmo Correia e Inês Sousa Real juntaram-se aos manifestantes.

A organização da manifestação conjunta de elementos da PSP e militares da GNR calcula em cerca de 13 mil o número de participantes no protesto por melhores condições salariais e profissionais. Deixam a ameaça de uma nova concentração de protesto a 21 de janeiro, enquanto o Governo prometeu novas contratações.

Este protesto de polícias, militares da GNR e apoiantes é um dos maiores de sempre de forças de segurança e poderá repetir-se caso o Governo, através do Ministério da Administração Interna, não solucione as reivindicações da classe. “Vamos ter um programa de admissões nas forças de segurança que permita o seu rejuvenescimento“, garantiu o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, em declarações citadas pelo Correio da Manhã.

O ministro tinha-se reunido na semana passada com os sindicatos da PSP e na segunda-feira com a APG/GNR. Mas os representantes dos polícias resolveram manter a paralisação por considerarem que agendamento de reuniões negociais não significa uma resolução rápida dos problemas.

Cabrita afirmou esta quinta-feira que o Governo vai fazer “um balanço” para começar a trabalhar em soluções. Prometeu ainda que o regime de segurança e saúde no trabalho será reforçado para se adequar às funções de cada trabalhador.

Entre as reivindicações da classe policial e militar da GNR está o pagamento do subsídio de risco, a atualização salarial e dos suplementos remuneratórios e mais e melhor equipamento de proteção pessoal. Com o lema “tolerância zero”, a manifestação conjunta foi organizada pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) e Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR).

Os polícias exigem também uma fiscalização das condições de higiene, saúde e segurança no trabalho e que seja cumprido o estatuto na parte referente à pré-aposentação aos 55 anos. A ASPP/PSP e a APG/GNR sublinharam que o novo Governo “não pode escudar-se na falta de conhecimento dos problemas nem desvalorizar as promessas feitas nos últimos quatro anos“, lamentando que, até ao momento, não tenha sido dada “uma palavra sobre o futuro destas instituições”.

André Ventura e Telmo Correia mostram apoio

O protesto começou às 13h no Marquês de Pombal, em Lisboa, seguido de um desfile pelas ruas Braancamp, Alexandre Herculano, Largo do Rato e São Bento, para uma concentração em frente à Assembleia da República, rodeada de um forte dispositivo policial. Aí, os milhares de manifestantes cantaram o hino nacional de costas voltadas para o Parlamento. Efetuaram depois um minuto de silêncio por volta das 16h45, em homenagem ao militar da GNR que morreu abalroado quando assistia um acidente na A42 em Paços de Ferreira.

Enquanto os polícias se concentravam à frente do Parlamento, alguns deputados juntaram-se aos manifestantes. Foi o caso do deputado único do Chega, André Ventura, que foi recebido com aplausos e gritos de “Ventura, Ventura”. Num curto discurso e envergando uma t-shirt do movimento Zero, garantiu-lhes que continuará a lutar pelos seus direitos.

“A polícia unida jamais será vencida”, disse. “Não queriam que aqui viesse, montaram uma barreira para impedir-nos de falar“, afirmou, numa referência às barreiras de cimento que reforçaram as barreiras de ferro que costumam separar os manifestantes da escadaria da Assembleia da República. A sua curta intervenção terminou com gritos de “Viva a polícia, Viva Portugal”.

Também o deputado do CDS-PP Telmo Correia garantiu apoio às forças de segurança, dirigindo “uma palavra de apreço e de respeito” aos manifestantes, segundo noticia a RTP. “Quando quiserem, estaremos cá para os ouvir, como sempre estivemos, e esperamos que todas as forças políticas estejam”, declarou, referindo que o CDS-PP entregou na quarta-feira três propostas que têm como objetivo melhorar as condições das forças de segurança.

A líder parlamentar do PAN, Inês Sousa Real, desceu igualmente para se juntar à manifestação, sendo que o BE, o PCP e a Iniciativa Liberal já tinham saudado os manifestantes anteriormente, mas numa altura em que ainda estavam concentrados na praça Marquês de Pombal, em Lisboa.

Os vários milhares de manifestantes concentrados em São Bento foram gritando, ao desafio da organização do protesto, slogans como “polícias unidos jamais serão vencidos”, ouvindo-se em pano de fundo uma música da banda Trabalhadores do Comércio com o tema “Chamem a polícia”. Pelas 18h já poucos manifestantes estavam concentrados em frente à Assembleia da República, tendo a manifestação sido dada como terminada e os manifestantes de fora de Lisboa começaram a dirigir-se para os autocarros que os transportaram.

Depois de terminada a manifestação, o “Movimento Zero” — criado nas redes sociais e que esta quinta-feira foi bastante visível no protesto — marcou para a praça do Comércio um “ato solene” a propósito dos confrontos entre forças de segurança naquele local, há 30 anos, quando elementos da PSP exigiam a constituição de sindicatos e foram repelidos pelos colegas do corpo de intervenção, num incidente que ficou conhecido como “secos e molhados”.

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Fisco vai controlar declarações de IRS de beneficiários do programa Regressar

  • Lusa
  • 21 Novembro 2019

A Autoridade Tributária e Aduaneira vai desenvolver mecanismos para verificar se os contribuintes abrangidos pelo regime fiscal do programa “Regressar” reúnem as condições exigidas.

A Autoridade Tributária e Aduaneira vai desenvolver mecanismos para verificar se os contribuintes abrangidos pelo regime fiscal do programa “Regressar” reúnem as condições exigidas, prevendo-se que parte desse controlo ocorra com a entrega da declaração de IRS.

Com o Orçamento do Estado para 2019 entrou em vigor um benefício fiscal que permite aos contribuintes que regressem a Portugal em 2019 ou 2020 e não tenham sido cá residentes nos três anos anteriores, pagar IRS sobre 50% dos rendimentos durante um período que pode ir, no máximo, até cinco anos. Esta redução de 50% é calculada no momento da liquidação anual do imposto, com a entrega da declaração do imposto.

Em resposta à Lusa sobre como será feito o controlo destas situações, fonte oficial do Ministério das Finanças referiu que, “os pressupostos essenciais do benefício estão eles próprios delimitados no tempo, facto que permitirá à AT desenvolver mecanismos de controlo em momento de submissão da declaração modelo 3 [IRS], bem como em momento de liquidação”.

Esta verificação será feita “sem prejuízo do controlo a posteriori, que sempre assistirá à AT, nomeadamente mediante a aplicação de adequadas matrizes de risco”, precisou a mesma fonte oficial.

Além da data do regresso ter de ocorrer em 2019 ou 2020, é necessário cumprir outras condições para se poder beneficiar desta redução do IRS, nomeadamente ter sido residente fiscal em território português antes de 31 de dezembro de 2015, ter a situação tributária regularizada em cada um dos anos em que seja aplicável o regime de benefício fiscal e não ter solicitado a inscrição como residente não habitual (RNH).

Este benefício fiscal é de caráter automático (não dependendo de reconhecimento prévio), tendo apenas os contribuintes de indicar, na sua declaração anual do IRS, que pretendem ser abrangidos.

As regras em vigor permitem que o benefício fiscal possa começar a ser aplicado com as retenções na fonte – devendo as entidades empregadoras aplicar a taxa prevista na tabela de retenção a apenas metade dos rendimentos.

Numa informação disponibilizada em abril deste ano, a AT assinala que os trabalhadores por conta de outrem podem invocar a sua qualidade de ex-residentes e abrangidos pelo benefício, tendo a entidade empregadora de lhes solicitar, “no início do exercício de funções ou antes de ser efetuado o primeiro pagamento ou colocação à disposição, os dados indispensáveis relativos à sua situação pessoal e familiar”.

No caso dos rendimentos empresariais e profissionais, deve o sujeito passivo invocar o direito à sujeição parcial, mediante aposição no recibo de quitação de tal menção e do fundamento legal, ou seja, ‘Retenção sobre 50%’”, nos termos do artigo do Código do IRS que prevê esta situação.

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Maior aceleradora de energia sustentável procura startups. Oferece 100 mil euros

InnoEnergy abre pela primeira vez call mundial para programa de aceleração. Tem 100 mil euros para financiar projeto vencedor. Final é disputada em Barcelona.

A InnoEnergy, maior aceleradora de energia sustentável do mundo, está à procura de startups da área que atuem em toda a cadeia de valor da sustentabilidade. Esta é a primeira call promovida pela aceleradora e “está aberta a startups de todo o mundo que trabalhem em áreas como energia renovável, eficiência energética, aquecimento e mobilidade, entre outras, com o objetivo de resolver o desafio da descarbonização”.

“Estamos numa encruzilhada ambiental. Precisamos de agir hoje para garantir que atingimos os nossos objetivos globais de redução de carbono — e é por isso que estendemos esta call a um nível global. Deli acabou de decretar estado de emergência por poluição do ar e nos Estados Unidos (EUA) o número de veículos com motores poluentes nas estradas tem vindo a crescer mais de 270 mil. Estamos a chegar a um ponto crítico – precisamos de enfrentar as alterações climáticas juntos e, através do nosso ecossistema de mais de 460 parceiros, conseguimos fazê-lo”, adianta Elena Bou, diretora de Inovação da InnoEnergy, em comunicado.

A ideia da call é dar aos empreendedores a “oportunidade de melhorar o seu negócio, não só na Europa como também nos seus países de origem”. As vinte melhores inovações vão disputar o concurso numa final em Barcelona, e o vencedor recebe 100 mil euros como apoio à comercialização do seu produto.

As candidaturas ao programa de aceleração podem ser feitas aqui e decorrem até 19 de dezembro.

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Orey Financial passou 90 milhões de euros em ativos para outros 20 intermediários

Financeira já passou os ativos dos clientes (incluindo a carteira em Espanha) para outras entidades, mas há 2,34 milhões de euros que ninguém reclamou e serão depositados na CGD.

A concluir o desinvestimento no negócio financeiro, a Orey Financial já transferiu 87,76 milhões de euros em ativos dos clientes para duas dezenas de intermediários financeiros. Há 2,34 milhões de euros que ninguém reclamou e vão entrar num processo judicial para serem entregues à Caixa Geral de Depósitos.

“À data de 20 de novembro de 2019, a Orey Financial procedeu à transferência, ou estão em processo de transferência, cumprindo instruções dos seus clientes, ativos no montante cerca de 90 milhões de euros”, anunciou a empresa-mãe Orey Antunes, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Está concluída a transferência de 86,33 milhões de euros e está em curso a transferência de outros 1,33 milhões de euros. “Os ativos dos clientes em salvaguarda pela Orey Financial foram transferidos, ou estão em processo de transferência, para mais de 20 intermediários financeiros”, explica.

Neste montante está incluída a venda da carteira de clientes da Sucursal da Orey Financial em Espanha à Renta Markets, que englobou o trespasse de 2.830 clientes com ativos globais no valor de 23,55 milhões de euros. “Esta transação foi concluída em 1 de abril de 2019”, acrescenta a empresa.

Há mais de um ano que a Orey anunciou que pretendia deixar o setor financeiro, cujos prejuízos pesavam nas contas do grupo. Em agosto, o Banco de Portugal retirou a licença à Orey Financial para operar enquanto instituição financeira e a atividade cingia-se aos procedimentos necessários para encaminhar os ativos dos clientes e fechar a atividade. Já fez o mesmo pedido junto do Banco Central Europeu.

No entanto, há 2,34 milhões de euros, quase tudo em obrigações não cotadas, que ninguém reclamou. “Estes ativos pertencem a clientes cuja resposta sobre os dados bancários da conta de destino não foi obtida tendo à data a Orey Financial esgotado todos os esforços comerciais e vias de comunicação. A Orey Financial propôs desde o dia 7 de junho, às respetivas autoridades de supervisão, CMVM e Banco de Portugal, autorização para a aplicação de um Processo Especial Judicial de Consignação em Depósito“, refere ainda no comunicado.

Este processo implica que é pedido ao tribunal que o montante seja depositado judicialmente na Caixa Geral de Depósitos. “Reconhecendo a Orey Financial que este é um processo oneroso para os clientes, esta disponibilizou-se, em 13 de agosto de 2019, para suportar as despesas relativas ao processo judicial especial de consignação em depósito”, acrescenta.

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Governo garante aumento de apoios para os produtores florestais

  • Lusa
  • 21 Novembro 2019

O ministro do Ambiente garantiu que os apoios aos produtores florestais vão aumentar e adiantou que o orçamento do fundo florestal permanente vai contar com mais cinco milhões de euros.

O ministro do Ambiente garantiu esta quinta-feira que os apoios aos produtores florestais vão aumentar e adiantou que o orçamento do fundo florestal permanente vai contar com mais cinco milhões de euros para apoiar as organizações florestais.

“Sejamos honestos, se 97% da floresta [portuguesa] é de alguém que não o Estado, é evidente que os apoios a esse alguém têm mesmo que aumentar a partir de agora. E posso garantir-vos que no próximo ano, no orçamento do fundo florestal permanente, isso vai ser muito evidente”, afirmou João Matos Fernandes.

O governante, que falava em Castelo Branco, durante a cerimónia de apresentação do 6.º Inventário Florestal Nacional, explicou que há ainda uma parcela, com expressão, do fundo florestal permanente que era dedicada a pagar medidas agroambientais que nada tinham a ver com a floresta.

Só esse valor são cinco milhões de euros que eu posso garantir-vos que no próximo ano estarão dedicados ao apoio às organizações florestais, com o objetivo de tudo fazerem para aumentar o valor da floresta”, sublinhou. O ministro deixou claro que Portugal precisa mesmo da floresta e garantiu que o país vai ser neutro em carbono no ano 2050.

“Isto é uma convicção, é um compromisso. Fomos o primeiro país do mundo a dizer que iremos ser neutros em carbono no ano de 2050. Boa parte dos países da Europa acompanha-nos nesta vontade. Mas, temos que ser rigorosos e dizer que a União Europeia ainda não conseguiu assumir este compromisso como um todo”, frisou.

Adiantou ainda que ser neutro em carbono não significa emissões zero, mas implica reduzir em muito as emissões, para terem um valor entre 85 e 90% das 60 megatoneladas de CO2 por ano que são o ponto de partida.

O grande sequestrador de carbono em Portugal é a floresta. E, por isso, a melhor forma de aumentar o sequestro de carbono e mesmo aumentando a área destinada à floresta de revoluções longas. É absolutamente fundamental que isso aconteça. E se 97% da floresta portuguesa é privada só o conseguiremos fazer em parceria com os proprietários florestais”, disse.

Matos Fernandes realçou o trabalho feito nos últimos anos, por parte do Estado, na preservação estrutural contra incêndios. “[O Estado] investiu na perspetiva da prevenção estrutural, no caso dos parques naturais o resultado é magnífico. A média dos últimos dez anos de área ardida nas áreas protegidas e parques naturais era na ordem de mais de 11 mil hectares por ano. No ano passado foi de 1.400 hectares e, este ano, mil hectares“, sustentou.

Explicou ainda que os parques naturais e áreas protegidas situavam-se, sensivelmente, entre os 7 e os 10% da área ardida, sendo que no último ano situaram-se nos 2,5%.

“Temos de facto agido bem naquilo que é a preservação estrutural contra incêndios e na capacidade de os poder combater. E, nos últimos dois anos, temos feito o melhor que conseguimos para gerir a pequena parcela de floresta pública que está connosco”, concluiu.

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Governo espera dívidas de Angola a empresas portuguesas regularizadas no início de 2020

  • Lusa
  • 21 Novembro 2019

“Sabemos das dificuldades da economia angolana, mas a verdade é que temos dado passos importantes e há um reforço da preocupação com as pequenas e médias empresas”, disse Eurico Brilhante Dias.

O secretário de Estado da Internacionalização de Portugal disse esta quinta-feira que foram dados “passos importantes” na regularização das dividas de Angola a empresas portuguesas, admitindo que o processo inicial relativo a 23 entidades esteja concluído no início de 2020.

Este foi um dos temas abordados no encontro que Eurico Brilhante Dias manteve esta quinta-feira com a ministra angolana das Finanças, Vera Daves, no âmbito de uma visita de três dias a Angola.

“Sabemos das dificuldades da economia angolana (…), mas a verdade é que temos dado passos importantes e há um reforço da preocupação com as pequenas e médias empresas”, afirmou à saída do encontro, que decorreu no ministério das Finanças em Luanda. “O que falta em algumas pequenas e médias empresas é concretizar essa regularização de forma plena”, acrescentou.

O governante assinalou que estas empresas “têm estruturas de capital mais débeis” e, por isso, o Estado português também tem tido um apoio diplomático diferente, salientando que “é fundamental poder terminar o processo de regularização”,

Sem citar empresas, disse que há casos “em fase adiantada” e admitiu que o processo de regularização relativo ao lote original que compreendia 23 empresas, maioritariamente grandes empresas, esteja concluído, ou perto do fim, no principio de 2020.

“Estamos a encerrar uns [casos] e entretanto emergem outros e essa lista vai ganhar dimensão, abrindo-se outros processos”, explicou, destacando nomeadamente o caso das empresas na área da construção e obras públicas.

O programa de privatizações e a Convenção Portugal-Angola relativa à cobertura de riscos de crédito de exportações foram também debatidos durante a conversa de cerca de uma hora com Vera Daves.

No que diz respeito à Convenção, Eurico Brilhante Dias assinalou que os projetos contratualizados ao abrigo desta linha de crédito vão poder ser implementados “rapidamente”, no primeiro trimestre de 2020, estando dois projetos “a ser avaliados” no ministério das Finanças, os quais irão ter uma resposta “rápida”.

Portugal aumentou em setembro de 2018, altura em que António Costa visitou Angola, o valor da linha de crédito de apoio às exportações para Angola de mil milhões para 1.500 milhões de euros.

Quanto às privatizações, além da cooperação entre a Parpública e a entidade angolana que está a promover o programa, o secretário de Estado manifestou “disponibilidade” para que as autoridades angolanas se desloquem a Portugal no sentido de fazerem a apresentação dos ativos a alienar.

“Temos a convicção de que muitas empresas portugueses – algumas já mostrarem este interesse – poderão posicionar-se para a aquisição desses ativos”, frisou. O secretário de Estado realçou que quis, com esta primeira visita, “assinalar a especial relação politico diplomática, mas também económica” que Portugal tem com Angola e que se realiza atualmente “num quadro politico-diplomático excelente”.

Sobre as relações económicas “únicas” destacou que Portugal tem mais de 5.550 empresas a exportar para Angola e mais de 1.200 empresas de direito angolano e capital português ou luso-angolano. Disse ainda que o governo português tem procurado desenvolver instrumentos de cooperação com o governo angolano e incentivou os empresários a serem persistente.

“Aqueles que persistem, aqueles que vão ficando, são aqueles que aproveitam as oportunidade do mercado”, sublinhou, acrescentando que têm também apelado às autoridades angolanas para que assegurem “as melhores condições possíveis” no atual contexto económico para que os portugueses que decidiram investir em Angola possam continuar as suas operações.

Eurico Brilhante Dias, que chegou na quarta-feira a Angola terá também encontros com empresários portugueses, responsáveis dos principais bancos de capital português com operações em Angola, e com o governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano.

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Siza Vieira: Lançamento do 5G tem de ser feito de forma “articulada”

No congresso da APDC, o ministro defendeu que é essencial que as pessoas e empresas estejam preparadas para a transição digital e implementação das novas gerações de rede.

29o Digital Business Congress - 21NOV19
Pedro Siza Vieira encerrou o 29.º congresso anual da APDC esta quinta-feira.Hugo Amaral/ECO

Para desenvolver a rede 5G em Portugal, é essencial existir articulação entre os atores principais, defendeu o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital. Pedro Siza Vieira apontou ainda a necessidade de apoiar as empresas na transição digital, bem como de garantir que a população tem acesso às tecnologias.

“A nova geração de tecnologia de comunicação, o 5G para não ignorar elefante na sala, tem de estar operacional de forma articulada para que o potencial seja disponibilizado a empresas e pessoas“, disse Pedro Siza Vieira, no encerramento do congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), onde se discutiram as divergências entre o regulador e as operadoras nesta matéria.

Mesmo no seio do Governo “é conveniente que o trabalho seja articulado”, alertou o ministro, adiantando que “varias áreas precisam de trabalhar mais articuladamente”. Desenvolver o trabalho nesta área não pode ser feito “numa torre de marfim”, continuou Siza Vieira, reiterando a importância de fazer a ligação com os intervenientes.

Numa fase seguinte, o ministro destacou ainda a necessidade de as pessoas e empresas estarem preparadas para os próximos avanços. Siza Vieira apontou que o Governo tem de “apoiar o esforço grande de investimento que o setor empresarial precisa” fazer para implementar a transição digital.

Para o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, dar apoio, por exemplo, na “mudança de processos de produção e na forma como se relacionam com clientes e fornecedores”, são elementos que irão depois “ajudar Portugal e as empresas a posicionarem-se nas nas cadeias de valor globais”.

Outro “ponto crítico” nesta transição é a “capacidade de preparar a população para as competências exigidas”, nomeadamente na literacia digital, onde “estamos ainda atrás de outros países europeus”. “Não podemos extrair todo o potencial se não tivermos a maior percentagem possível da população que use tecnologias“, reiterou.

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Estado já abriu concurso para integrar mais de 20 mil trabalhadores precários

  • ECO
  • 21 Novembro 2019

Ao abrigo do Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP), o Estado abriu concurso para tentar integrar mais de 20 mil pessoas.

Há mais de 20 mil pessoas abrangidas por novos concursos no âmbito do Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP). Os números foram divulgados esta quinta-feira pelo Governo, um dia antes de a ministra Ana Godinho ir ao Parlamento falar sobre este dossier. “Até à data, 74% dos candidatos tiveram parecer favorável à integração no Estado”, refere o Executivo.

Foram lançados concursos para a integração de 20.126 trabalhadores na Administração Central (10.130 postos de trabalho) e na Administração Local (9.996 pessoas), anunciaram esta quinta-feira os ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e das Finanças, num comunicado conjunto.

“Especificamente na Administração Central, foram concluídos até ao momento os trabalhos em 11 Comissões de Avaliação Bipartidas”, explicam. “Até à data, 74% dos candidatos tiveram parecer favorável à integração no Estado das várias CAB. Foram até ao momento analisadas 33.609 situações”.

Segundo o Executivo, os pareceres desfavoráveis referem-se a situações em que não é necessária regularização (ou porque a pessoa já tem um contrato de trabalho sem termo — 47,4% dos casos — ou porque as funções que exercem satisfazem necessidades temporárias). Há ainda funções cuja legislação impõe que o vínculo seja o contrato de trabalho a prazo, independentemente de se tratar de uma necessidade permanente.

“O Governo está comprometido em acelerar a análise dos processos que estão em curso. O PREVPAP tem como requisitos os trabalhadores exercerem funções que satisfazem necessidades permanentes e os vínculos serem inadequados. Estas duas condições têm sempre de se verificar”, acrescenta o Executivo.

Recorde-se que este programa arrancou em junho de 2017 com a entrega de requerimentos de mais de 30 mil precários da administração central e do setor empresarial do Estado. O Executivo de António Costa definiu inicialmente que o PREVPAP seria concluído em 2018, mas o Governo acabou por admitir que o programa continuaria em execução em 2019.

(Notícia atualizada às 19h25)

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“Alguém à frente da Anacom está chateado com a vida”. Principais operadoras portuguesas criticam regulador

Os líderes das principais operadoras teceram duras críticas à Anacom no debate do Estado da Nação das Comunicações, o mais importante para o setor. Clima também aqueceu entre Nos e Altice.

Os líderes das três principais operadoras aproveitaram mais um debate do Estado da Nação das Comunicações para atirar farpas ao regulador do setor, mas endureceram as posições numa altura em que o país caminha a contrarrelógio para lançar o 5G, afirmando que o país está atrasado em termos comparativos com o resto da Europa.

“Alguém à frente do regulador está chateado com a vida. É completamente autista. Estamos perante um regulador que não tem visão estratégica”, disse Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, que tem encabeçado as críticas à entidade reguladora liderada por João Cadete de Matos.

“O problema é o responsável da Anacom hoje. É um líder da área de regulação que passa o tempo entretido a encontrar artefactos para puxar este setor para baixo”, considerou o gestor. A Altice Portugal já pediu ao Governo para dar início a um processo para destituir João Cadete de Matos, apesar de o cargo ser inamovível.

Alexandre Fonseca acusou também a Anacom de ter retirado Portugal da lista de membros do ETSI, o fórum internacional de standards de comunicação, “à revelia do Governo”. “Não queria, pura e simplesmente, pagar a quota”, rematou.

No mesmo painel, que é um raro momento em que os líderes das operadoras discutem o setor em público, o presidente executivo da Nos NOS 1,06% , Miguel Almeida, recuperou uma declaração passada: “Seria muito mau para o país ter um 5G coxo. Pode haver quatro ou cinco operadores com 5G, mas que nenhum deles é 5G. São quase 5G. E isso seria dramático para o país”, avisou.

A Nos foi uma das empresas que avançou para tribunal para tentar retirar à Dense Air uma licença de 5G comprada em 2010, que deveria ter sido usada em 2012, apesar de a Dense Air continuar sem atividade. “O país não pode ficar refém de uma entidade. Este é um tema de política para os próximos dez anos. Entre os nossos receios está a atribuição absurda e gratuita de espetro à chamada Dense Air, que ninguém conhece porque não tem clientes, não tem receitas, não tem colaboradores. E nunca teve”, apontou, fazendo eco das exigências deixadas à tarde pelas responsáveis de regulação no mesmo evento.

Mário Vaz, o presidente executivo da Vodafone, alertou que o 5G em Portugal está atrasado e garantiu que a posição da empresa que representa sempre foi, “desde o início”, a de que o país “não se deve atrasar relativamente à Europa”.

“É recuperável, naturalmente que sim. Mas o 5G é demasiado importante para que possa ser deixado na roda livre do regulador e associado apenas à temática das frequências. O 5G é mais do que uma evolução meramente tecnológica”, apontou Mário Vaz. Lembrou, ainda assim, que a intenção da Anacom é lançar o 5G em maio do próximo ano. O leilão das frequências deverá arrancar em abril e está em curso o processo de mudança de frequências da TDT, que ocupa a faixa dos 700 MHz, uma das mais importantes para a quinta geração de rede de comunicações.

29o Digital Business Congress - 21NOV19
O Estado da Nação das Comunicações é o debate mais importante do setor. Da esquerda para a direita: Alexandre Fonseca (Altice Portugal), Mário Vaz (Vodafone Portugal) e Miguel Almeida (Nos).Hugo Amaral/ECO

Clima aquece entre Nos e Altice

Além das críticas ao regulador, o debate ficou marcado por uma divergência entre os líderes da Nos e da Altice Portugal. Recentemente, num encontro com jornalistas, o líder da dona da Meo levantou questões em torno do número “anormal” de adições líquidas de clientes de TV da concorrente Nos no último trimestre, que passou de um segundo trimestre flat para uma subida inédita de 14.000 clientes, de acordo com dados da Altice Portugal.

Confrontado com estas informações, o ambiente ficou pesado no auditório do Centro Cultural de Belém (CCB). “Compreenderá que me abstenho de comentar declarações do meu concorrente”, disse Miguel Almeida, líder da Nos. Mas acusou o homólogo da Altice Portugal de fazer “comunicados diários” e “aparições dia sim, dia não”.

De seguida, endereçando as dúvidas da empresa concorrente, destacou: “É o maior testemunho da qualidade de trabalho dos colaboradores da Nos. É um trabalho fantástico, como os números demonstram”, rematou.

Alexandre Fonseca também não mostrou abertura para aprofundar a questão e reiterou apenas que, “nos últimos dois anos”, a Altice Portugal encurtou a distância para a Nos (líder de mercado na TV) para 0,9 pontos percentuais. “Crescemos mais do que qualquer concorrente em relação à televisão”, disse.

Mário Vaz, da Vodafone Portugal, também não ficou alheio da discussão, mas puxou da ironia: “Ninguém reparou no pico da Vodafone porque a Vodafone está sempre em pico”.

Custo do espetro em Portugal “não é positivo”

Mário Vaz, da Vodafone Portugal, aproveitou ainda o debate para criticar o modelo escolhido pelo Governo para atribuir as frequências para a rede 5G, através de um leilão. Os preços base ainda não são conhecidos, mas, à partida, o gestor aponta que o custo de participar “não é positivo”.

Quando questionado sobre o que poderiam dizer, bem ou mal, da atuação do Governo no setor, Mário Vaz começou pelos pontos negativos. O custo do espetro em Portugal “não é positivo”, reiterou. Ainda assim, apontou que é com “satisfação” que vê o Governo a assumir responsabilidade sobre a temática 5G.

Momentos antes, no congresso, o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações não adiantou qual seria o preço base, deixando apenas a garantia de que seria inferior aos seis mil milhões que as licenças custaram na Alemanha. Mas admitiu que o valor será “superior àquilo que [as empresas] gostariam”.

(Notícia atualizada às 19h31 com mais informações)

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Sabe o que aconteceu nos mercados na 5ª feira? Veja o vídeo

  • ECO + DIF
  • 21 Novembro 2019

Dos índices europeus aos americanos, das matérias-primas ao cambial, saiba o que está a acontecer nos mercados. Veja o vídeo dos destaques do dia, por Bernardo Barcelos, analista da DIF Broker.

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Viana do Castelo “namora” novo hotel de cadeia francesa. Investimento é de 13 milhões

  • Lusa
  • 21 Novembro 2019

Viana poderá vir a ter um novo hotel de três estrelas de uma cadeia francesa, um investimento de 12 a 13 milhões de euros. O projeto prevê 80 quartos, e ficará situado na área urbana da cidade.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse esta quinta-feira à Lusa estar em “fase de namoro” um novo investimento de “12 a 13 milhões de euros” na construção de um “hotel três estrelas de uma cadeia francesa”.

“Estamos numa fase de namoro, mas será um projeto importante para Viana do Castelo, uma vez que temos grande dificuldade em arranjar alojamento para os eventos que Viana do Castelo tem”, afirmou, em declarações à agência Lusa, José Maria Costa.

O autarca socialista adiantou que “o novo projeto prevê 80 quartos, e ficará situado na área urbana da cidade”.

Segundo José Maria Costa, a “grande dificuldade” de resposta no alojamento existente na capital o Alto Minho fez-se sentir com o congresso nacional de hotelaria e turismo que está a decorrer até sexta-feira.

“Foi necessário vir um navio com 60 quartos, do empresário Mário Ferreira, para dar apoio ao evento”, disse José Maria Costa, adiantando, que para 2020 “já estão marcados nove congressos” na cidade.

Além da nova unidade, “ainda em fase de negociação”, o autarca disse “estarem atualmente em curso três unidades hoteleiras, num total de 300 quartos e num investimento cerca de 25 milhões de euros”.

José Maria Costa, que é também presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, defendeu ainda o apoio do Governo para a concretizar de duas propostas para aproveitar “a singularidade do relacionamento de fronteira”, referindo-se ao distrito de Viana do Castelo e à Galiza.

O autarca propôs a implementação na eurorregião, com sete milhões de habitantes, de “dois projetos-piloto, um para comércio local nas zonas de fronteira e outra para o turismo de fronteira e para o turismo de interior”.

“São duas áreas importantes que deveríamos desenvolver por estarem relacionadas com o nosso potencial, o nosso património, a nossa cultura e identidade. Não precisamos de muito dinheiro. Precisamos apenas de vontade e de alguns euros para poder avançar com os processos. Podemos fazer este exercício na preparação do próximo quadro comunitário de apoio. Vamos testar como isto funciona no próximo ano”, desafiou.

O autarca anunciou o arranque, em janeiro de 2020, do projeto “Centro Histórico Digital”, em parceria com a Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC).

“Queremos que todas as lojas do centro histórico tenham a sua presença garantida na nuvem [dispositivo de armazenamento digital de dados]. Antigamente quem não estivesse nas listas telefónicas não existia. Hoje, quem não estiver na ‘cloud’ não existe”, sustentou.

José Maria explicou que, numa primeira fase, o projeto irá garantir “ligação à Internet a todas as lojas do centro histórico”, um trabalho que estará concluído “até final do primeiro semestre de 2020”.

O projeto, que contará com a colaboração da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), pretende, numa primeira fase, “pôr todas as lojas conectadas às novas tecnologias e, posteriormente, criar um portal interativo”.

“Queremos ter uma proposta comercial digital mais atrativa procurando não só o território de proximidade, mas piscando o olho à Galiza”, referiu.

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