Anacom insiste que CTT prestaram “informação enganosa” e quer reforço do regime sancionatório

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2019

O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações defende que a lei deve prever mecanismos para "dissuadir qualquer tentativa de prestação de informação abusiva".

O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) insistiu esta quarta-feira que os CTT prestaram “informação enganosa” ao informar que o número de reclamações tinha caído em 2018 e sublinhou a importância de reforçar o regime sancionatório aplicável.

Segundo João Cadete de Matos, que está esta quarta-feira a ser ouvido na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas na Assembleia da República, a pedido do Bloco de Esquerda, a lei deve prever mecanismos para “dissuadir qualquer tentativa de prestação de informação abusiva”, referindo-se à situação “anómala” de prestação de dados parciais divulgados pelos CTT sobre as reclamações do ano passado.

As propostas de alterações que a Anacom enviou ao Governo no início do mês preveem assim, entre outras medidas, a alteração do regime sancionatório nesta matéria. “Estas alterações são urgentes para um setor mais transparente e competitivo”, disse João Cadete de Matos.

Na proposta entregue, a Anacom propõe que os titulares dos órgãos e cargos de administração ou direção das empresas sejam responsabilizados em caso de incumprimento de obrigações de informação e de atuações que em resultado de orientações ou instruções dadas pelos responsáveis das empresas “têm por efeito a violação em massa de direitos e obrigações”.

O regulador prevê, neste quadro, a possibilidade de determinação de “sanção acessória de interdição do exercício do cargo ou funções de administração, direção e de fiscalização” em pessoas coletivas com intervenção na atividade das comunicações “até ao máximo de dois anos”.

Propõe também “a eliminação da possibilidade de pagamento voluntário de coimas em infrações muito graves praticadas com negligência e em infrações graves praticadas com dolo”.

Na terça-feira, o regulador acusou os CTT de ter somado números de reclamações com pedidos de informação para dar a entender que o total de reclamações caiu 7% no ano passado, ao contrário dos números divulgados pela Anacom, que apontam para um crescimento de 36% das queixas.

A empresa reagiu à nota do regulador, rejeitando “a divulgação de informação enganosa” e reiterando “os dados divulgados no passado dia 13 e complementados esta terça-feira”.

Nesta quarta-feira, perante os deputados, João Cadete de Matos insistiu que os CTT divulgaram “informação enganosa e, questionado pelo deputado do Bloco de Esquerda sobre as consequências que recairão sobre a atual administração dos CTT, lembrou que entre as várias propostas de alteração à Lei das Comunicações Eletrónicas que a Anacom entregou no início do mês está a “clarificação do regime sancionatório”, que criará “mecanismos para dissuadir tentativas de manipulação de informação”.

Segundo o presidente da Anacom, tratou-se de um facto “anómalo” e que levou a que o Conselho de Administração tenha considerado “pela primeira vez” necessário “fazer um esclarecimento de uma situação que, por ser enganadora da opinião pública e de todos os interessados no funcionamento dos CTT, não devia ter acontecido”.

João Cadete de Matos apresentou um balanço aos deputados sobre a atividade do serviço universal e falou de uma “deterioração significativa no prazo de entrega do correio” e um “recuo significativo do desempenho da qualidade de serviço” no que toca aos indicadores de qualidade do serviço postal”, situação que levou a um “aumento significativo das reclamações.”

Segundo os dados da Anacom, o número de reclamações sobre o grupo CTT aumentou 35% face a 2017 (passando de 14,6 mil reclamações para 19,9 mil reclamações), sendo que face a 2015 as reclamações recebidas pelo regulador aumentaram 133%.

As reclamações registadas pelo grupo CTT no seu sistema interno entradas pelos diversos canais (que englobam além das reclamações apresentadas no livro de reclamações as recebidas através de email, carta, cal centre, presença física nos pontos CTT, etc.) alcançaram as 196 mil, mais 9% face a 2017.

Sobre o fecho das estações, que levou a que 33 concelhos ficassem sem uma loja própria dos Correios, o regulador lembra que, apesar do contrato de concessão permitir que o operador postal possa prestar o serviço através de postos de correio parceiros, há que “garantir que o serviço postal é prestado de forma completamente equivalente ao prestado nas estações de correio”.

Para o presidente da Anacom, “é evidente” que o que se pretende é que a empresa CTT seja próspera, mas isso “não pode pôr em causa que o serviço de correio seja desvirtuado”. “O futuro da empresa CTT é algo que consideramos importantíssimo porque a Anacom tem como visão zelar pelo setor. Queremos que seja uma empresa de futuro, mas tem que respeitar as condições que estão no contrato de concessão”, disse.

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Moody’s mais pessimista para Portugal. Vê PIB a crescer 1,7% e défice de 0,6%

Agência de notação financeira manteve, na passada sexta-feira, o rating de Portugal inalterado. Esta quarta-feira publicou novas projeções, prevendo um crescimento de 1,7%, abaixo dos 2,2% do Governo.

A Moody’s está mais pessimista sobre a economia portuguesa. Depois de ter mantido o rating de Portugal inalterado, na passada sexta-feira, publicou um novo relatório sobre o país, em que reviu as estimativas. Vê um crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1,7% este ano — contra os 2,2% previstos pelo Governo. Já o défice deverá ficar bem acima dos 0,2% estimados por Mário Centeno. A agência norte-americana aponta para 0,6%.

“Portugal está a viver uma desaceleração do impulso económico, com base no enfraquecimento da procura externa e abrandamento do turismo”, refere o relatório. Depois de um crescimento de 2,8% em 2017 e 2,1% em 2018, a Moody’s antecipa que o PIB português cresça apenas 1,7% “e que gradualmente convirja com a nossa avaliação de um PIB potencial de 1,5%“. A nova projeção compara com a estimativa de 1,9% tanto para 2018 como 2019, inscrita na revisão do rating de Portugal (para os níveis atuais de Baa3 com perspetiva estável), em outubro do ano passado.

A agência sublinha que as exportações tiveram um contributo negativo para a economia, de 0,4 pontos percentuais, nos três primeiros trimestres do ano passado. Apesar das contínuas melhorias no mercado de trabalho, o ritmo de criação de empresa está a moderar, tendo-se fixado em 6,7% em dezembro. Por último, sublinha ainda o peso de problemas estruturais como o elevado endividamento das empresas e as fracas dinâmicas de produtividade.

O Orçamento do Estado para 2019, aprovado pelo Parlamento em novembro, aponta para um défice de 0,2% do PIB, mas inclui poucas medidas orçamentais novas quer do lado da receita, quer da despesa. Projetamos um défice mais elevado, de 0,6% do PIB, como reflexo das nossas expetativas que o crescimento modere para mais próximo do potencial este ano — com implicações para as receitas com impostos e contribuições da Segurança Social — e mantêm-se algumas pressões, particularmente no aumento dos salários do setor público”, alerta.

Banca mais forte, apesar do fardo do malparado

Apesar da revisão das projeções, que são mais pessimistas que as do Governo português, a agência considera que o crescimento abrangente irá suportar a resiliência da economia nos próximos anos, com o investimento a ser impulsionado por grandes projetos de infraestruturas, reforço da confiança empresarial e maior estabilidade na banca.

Sobre as contas públicas, acrescenta esperar que o desempenho se mantenha “prudente” e que o continue tanto a restringir a despesa pública como a beneficiar de juros mais baixos. A estimativa da Moody’s é que o rácio da dívida pública face ao PIB caia para 121,7% este ano (face à projeção do Governo de 117%), sendo que o elevado endividamento é uma das debilidades que a agência vê, a par dos níveis altos de crédito malparado.

“O sistema bancário também apresenta menores riscos no seguimento dos progressos na reestruturação dos bancos mais fracos. Além dos 0,2% do PIB incluídos no plano orçamental do Governo para 2019, mais injeções no Fundo de Resolução estão limitados pelo mecanismo de capital contingente como parte da venda do Novo Banco à Lone Star, em 2017. Além disso, o uso total deste mecanismo não alteraria materialmente a projeção de redução da dívida”, explica.

(Notícia atualizada às 13h50)

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Vinci paga 100 milhões de euros à Força Aérea para sair do Montijo

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2019

A construção do aeroporto complementar do Montijo implica a relocalização das aeronaves da Força Aérea Portuguesa, operação cuja despesa deverá ser suportada pela concessionária Vinci.

A Força Aérea Portuguesa vai dispor de 100 milhões de euros para a relocalização das aeronaves na sequência da construção do aeroporto complementar no Montijo, financiados pela concessionária, anunciou esta quarta-feira o ministro da Defesa Nacional.

Além daquele montante, a concessionária, Vinci, irá suportar as despesas com a reestruturação do aeródromo militar de Figo Maduro que ficará noutro local do aeroporto Humberto Delgado, no valor de 28 milhões de euros, disse.

João Gomes Cravinho respondia a perguntas dos deputados na comissão de Defesa Nacional, numa audição a requerimento do PSD sobre as implicações para a operação da Força Aérea da construção do aeroporto complementar na base aérea n.6, Montijo.

De acordo com o ministro, a concessionária suportará as “obras nas áreas concessionadas e também as obras nas bases de Beja e Sintra”, consideradas necessárias para receber as aeronaves que terão de sair do Montijo. O governante anunciou a criação de uma “equipa de projeto” para “acompanhar de forma transversal todas as dimensões” da deslocalização das aeronaves da FAP.

O ministro frisou que o financiamento será disponibilizado apenas quando e se houver luz verde para avançar com a construção do novo aeroporto, ou seja, só depois do estudo de impacte ambiental. “Não avançaremos com relocalização aeronaves sem ter a certeza que o novo aeroporto é no Montijo. Se não for no Montijo, a Força Aérea continuará lá (na base n.º 6)”, disse.

João Gomes Cravinho confirmou ainda que o Campo de Tiro de Alcochete vai manter-se, frisando que é compatível com o novo aeroporto, e permite uma poupança de cerca de 242 milhões de euros.

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Explicações do governador não foram “esclarecedoras”. Bloco mantém proposta de exoneração

  • ECO
  • 20 Fevereiro 2019

Mortágua considera que Carlos Costa tem um "conflito de interesses face à posição que desempenha", uma vez que a sua idoneidade não pode ser avaliada. A motivação para a sua exoneração mantém-se.

As explicações de Carlos Costa dadas à SIC, em entrevista transmitida na terça-feira, não convenceram o Bloco de Esquerda, que mantém, por isso, o projeto de resolução que propõe a exoneração do governador do Banco de Portugal.

“O governador voltou a dizer que entende que não deve ser avaliado, que não pode, que as regras não o deixam ser avaliado, que não se submeterá a essa avaliação”, afirmou a deputada Mariana Mortágua, em declarações à Antena 1. Ao mesmo tempo, defendeu, “a avaliação de idoneidade não é feita numa entrevista, sendo que ela tão pouco foi esclarecedora“.

Desta forma, o Bloco de Esquerda mantém a intenção de levar a exoneração de Carlos Costa a votos na Assembleia da República.

“Entendemos que um governador que não pode ser avaliado está num conflito de interesses face à posição que desempenha. Este conflito de interesses, para o Bloco de Esquerda, é motivação suficiente para que ele tenha de ser exonerado. Isso coloca o governador numa posição insustentável”, conclui a deputada.

Na entrevista à SIC, Carlos Costa rejeitou qualquer responsabilidade ou participação nos 25 grandes créditos que resultaram em perdas de milhões para a Caixa Geral de Depósitos (CGD), negando ainda que tenha tomado decisões ruinosas para o banco público, durante o período em que foi administrador não executivo da CGD. E assegurou ainda: “Nunca presenciei qualquer movimento que lesasse os interesses da CGD do ponto de vista da concessão de crédito”.

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Angola. Remessas dos portugueses caíram 9% em 2018, para 223 milhões

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2019

As remessas dos trabalhadores portugueses em Angola diminuíram 9% no ano passado, para 223 milhões de euros, enquanto os angolanos a trabalhar em Portugal enviaram 9,79 milhões, menos 16%.

As remessas dos trabalhadores portugueses em Angola diminuíram 9% no ano passado, caindo para 223 milhões de euros, enquanto os angolanos a trabalhar em Portugal enviaram 9,79 milhões, menos 16%, para o seu país, segundo o Banco de Portugal.

De acordo com os dados hoje divulgados, os trabalhadores portugueses em Angola enviaram 223,01 milhões de euros no ano passado, o que representa uma descida de 9,01% face aos 245,08 milhões de euros enviados em 2017.

Em sentido inverso, os angolanos a trabalhar em Portugal enviaram 9,79 milhões de euros para o seu país, o que equivale a uma descida de 16,54% face as 11,73 milhões de euros enviados em 2017.

No total mundial, as remessas dos emigrantes subiram 3,65% no ano passado, para 3.684,5 milhões de euros, ao passo que as verbas enviadas pelos estrangeiros a trabalhar em Portugal subiram 2,63%, para 531,8 milhões.

De acordo com os dados, os valores enviados pelos trabalhadores portugueses no estrangeiro subiram de 3.343,2, em 2016, para 3.554,8 milhões, em 2017, e aumentaram para 3.684,5 milhões no ano passado.

Em sentido inverso, as verbas enviadas pelos trabalhadores estrangeiros em Portugal recuperaram terreno no ano passado, subindo para 531,8 milhões, depois de terem caído de 533,3 milhões, em 2016, para 518,2 milhões de euros em 2017.

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Governo não aceita diferenciação de preços cobrados à ADSE por privados, diz Centeno

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2019

O ministro das Finanças apontou que já no ano passado o Executivo tinha considerado necessário rever o relacionamento entre a ADSE e prestadores privados de saúde.

Mário Centeno disse esta quarta-feira que o Governo não aceita que hospitais privados pratiquem preços diferentes para os mesmos serviços e bem acima do custo no SNS e que já em 2018 avançou a necessidade de rever as tabelas da ADSE.

“Preços diferenciados para os mesmos atos, preços muito acima do que hospitais públicos suportam em termos de custos, isso não pode continuar. Mas, o Governo não descobriu isso agora”, disse o ministro das Finanças, no parlamento, em audição da comissão do Trabalho.

Segundo o governante, foi por o executivo ter considerado que é preciso rever o relacionamento entre a ADSE e prestadores privados de saúde que já no decreto-lei de execução orçamental de 2018 inscreveu a revisão das tabelas da ADSE (do regime convencionado e do regime livre). “Isto para garantir que o dinheiro português dedicado ao Serviço Nacional de Saúde [SNS] seja bem utilizado”, vincou.

Depois de a ADSE ter exigido a devolução pelos prestadores privados de saúde de 38 milhões de euros por excesso de faturação relativa a 2015 e 2016, alguns grupos privados de saúde, entre os quais a José de Mello Saúde, a Luz Saúde ou Os Lusíadas, anunciaram a intenção de denunciarem as convenções com a ADSE.

O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE aprovou já uma resolução a apelar para um “urgente diálogo” entre os prestadores de saúde e o conselho diretivo do instituto público.

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Vamos falar de sucesso? Conheça 4 famosos com Paralisia Cerebral

  • ECO + FAPPC
  • 20 Fevereiro 2019

Uma escritora, um humorista, um piloto e um actor. Vai ficar surpreendido ao ver esta galeria.

Jhamak Ghimere – Escritora e cronista Nepalesa, conhecida por ter ganho o prémio Madan Puraskar – o mais importante e exclusivo prémio literário nepalês.

Maysoon Zayid – A humorista é conhecida, entre muitas outras coisas, por uma famosa palestra no reputado TedX, onde fala sobre a forma como foi criada pelos seus pais – mesmo tendo Paralisia Cerebral. De ascendência palestina, ela é conhecida como uma das primeiras comediantes muçulmanas da América e a primeira pessoa a fazer um espectáculo de Stand-up Comedy na Palestina e na Jordânia.

Nicolas Hamilton – Irmão de Lewis Hamilton, tem apenas 26 anos e parece ter herdado os genes de piloto do irmão. Não tendo deixado nunca que a Paralisia Cerebral limitasse o seu sucesso. Foi o primeiro piloto do mundo a conduzir na reputada British Touring Car Championship, conduzindo um carro adaptado para pessoas com Paralisia Cerebral.

R. J. Mitte – Com apenas 14 anos, tornou-se famoso como actor da premiada série Breaking Bad, onde a sua prestação foi também ela bastante premiada. Hoje continua actor e é também modelo: em 2014, por exemplo, foi o rosto escolhido pela GAP para a sua campanha mundial. R. J. Mitte é um dos maiores embaixadores da Paralisia Cerebral, sendo um ativista convicto que nunca escondeu o bullying que sofreu na infância por causa da sua deficiência.

Christy Brown – Escritor e artista plástico nascido na Irlanda 1932, havia por falecer em Inglaterra em 1981. Durante a sua vida deixou um enorme legado na história da literatura e das artes plásticas. Um pequeno pormenor: a Paralisia Cerebral só lhe permitia escrever e pintar usando os pés.
O filme “My Left Foot” conta a história baseada na autobiografia de Christy Brown.

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Lucro da Air France-KLM mais do que duplica em 2018

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2019

As greves na companhia Air France tiveram um impacto negativo de 335 milhões de euros no grupo de aviação franco-holandês. Também a fatura do combustível penalizou os resultados.

O lucro da Air France-KLM aumentou 151%, para 409 milhões de euros, em 2018 face a 2017, apesar da quebra de 30,7% do resultado de exploração que, penalizado pelas greves, somou 1.332 milhões de euros.

Em comunicado, o grupo de aviação franco-holandês apontou um impacto negativo de 335 milhões de euros das greves na sua companhia Air France. Este conflito laboral terminou na terça-feira, com o voto dos pilotos de Air France a favor do acordo com a direção do novo administrador delegado, Ben Smith, que em outubro já tinha conseguido um compromisso inicial com os sindicatos que representam mais de três quartos dos trabalhadores.

Em 2018, a diferença de rentabilidade entre os dois segmentos do grupo foi significativa: o resultado de exploração da Air France ficou-se pelos 266 milhões de euros (menos 597 milhões do que em 2017), o que se traduziu numa margem de exploração de 1,7%, enquanto a divisão holandesa KLM registou 1.073 milhões de euros de resultado de exploração (menos seis milhões do que no exercício anterior), com uma margem de 9,8%.

Segundo a Air France-KLM, outro fator que penalizou o resultado de exploração foi a fatura do combustível, que aumentou em 451 milhões de euros, para 4.958 milhões, sobretudo devido à subida do preço do petróleo.

No conjunto do ano, o grupo franco-holandês destacou o aumento de 1% da produtividade e a subida do número médio de funcionários para acompanhar o aumento da sua oferta, em 1.200 pessoas, dos quais 250 pilotos e 450 tripulantes de cabine.

A faturação aumentou 2,5% em termos absolutos e 5% em termos comparáveis, para 26.515 milhões de euros, sendo de destacar a contribuição da companhia de baixo custo Transavia (1.611 milhões de euros, +12,2%), o negócio de transporte de carga (2.288 milhões de euros, +4,1%) e as atividades de manutenção (4.349 milhões de euros, +4,7%).

No ano passado, os aviões das várias companhias do grupo transportaram 101,447 milhões de passageiros, uma subida de 2,8%, sendo que 15,828 milhões corresponderam à Transavia, que registou um aumento de 7,1%.

Para 2019, num contexto de incerteza geopolítica e sobre a evolução do preço do petróleo, o grupo prevê efetuar “aumentos seletivos de capacidade” na sua rede de passageiros em 2% a 3% face a 2018, sendo que no caso da Transavia o ritmo de crescimento atingirá os 9% a 11%.

Os planos para este ano passam também por diminuir os custos em até 1% sobre uma base constante de câmbio e do preço do barril de petróleo. Em 2019, a Air France-KLM estima que a fatura de combustível aumente em 650 milhões de euros, para os 5.600 milhões de euros.

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Montepio muda de imagem para se distinguir da Mutualista. Carlos Tavares diz que banco “dificilmente poderia ter melhor acionista”

Carlos Tavares e Dulce Mota apresentaram a nova marca do Banco Montepio, que faz uma "clara distinção" face à Mutualista. Mas o chairman diz que "dificilmente" o banco poderia ter melhor acionista.

Apresentação da nova marca Montepio com Dulce Mota e Carlos Tavares.Hugo Amaral/ECO 20 Fevereiro, 2019

O Banco Montepio apresentou esta quarta-feira uma nova imagem para se distinguir de forma clara face à Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Apesar deste afastamento, que os reguladores vinham solicitando há vários meses, o chairman Carlos Tavares diz que “o banco dificilmente poderia ter melhor acionista”.

“A AMMG tem fins sociais que são nobres, tem uma ação que vai além dos seus associados. E temos muita honra nos nossos 620 mil acionistas que temos que são os associados da AMMG. Há uma relação muito boa entre banco e acionista”, considerou Carlos Tavares, durante a sessão de apresentação da nova marca.

Além da designação comercial — deixa de ser Caixa Económica Montepio Geral para passar a chamar-se Banco Montepio –, Carlos Tavares e Dulce Mota, a presidente executiva do banco, revelaram o novo logótipo da instituição, que o ECO adiantou em primeira mão. As mudanças chegam aos mais de 300 balcões da rede Montepio até final de maio, começando já hoje em cinco principais agências em Lisboa e Porto e nos canais digitais, nomeadamente o site.

Carlos Tavares disse que foi um processo que demorou mais tempo do que o esperado, desde o registo da marca até à autorização do Banco de Portugal, acrescentando que nunca esteve em cima da mesa abandonar o nome “Montepio”.

“Tirar a designação Montepio nunca achei que fosse uma boa opção. Foi possível conjugar esta distinção institucional clara com a preservação da marca que para nós tem muito valor”, frisou o chairman do Banco Montepio.

Para Dulce Mota, desde a semana passada a CEO interina do banco, também fazia sentido manter o Montepio por ser uma “marca que tem os valores de sempre a alma”. “E quem tem alma tem vida. É mostrar que o Banco Montepio tem esta história também quer estar no futuro”, explicou.

Apresentação da nova marca Montepio - 20FEV19
Nova marca do Banco Montepio já é visível na sede em Lisboa.Hugo Amaral/ECO

Além do Banco Montepio, Carlos Tavares também apresentou o novo Banco de Empresas Montepio (BEM), marca e logo incluído, que será dirigido às PME e empresas do middle market com faturação anual superior a 20 milhões de euros.

Vai ser lançado até final de março e terá sede no antigo Finibanco (vai operar com a sua licença bancária), em Lisboa, funcionando com uma rede de dez centros de empresas espalhados por todo o país.

Estas mudanças fazem parte do plano de transformação que Carlos Tavares e a sua equipa têm vindo a empreender no banco desde que tomaram posse há quase um ano. Na apresentação, Carlos Tavares disse que espera aproximar a rentabilidade do banco aos 10% pois desta forma conseguirá gerar organicamente mais capital e permitirá que a AMMG comece a reverter os quase 600 milhões de euros de imparidades que estão registadas nas suas contas.

O Banco Montepio deverá apresentar resultados em março. O banco registou lucros de 22 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano passado.

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Centeno garante que ganho médio dos trabalhadores da Função Pública cresceu “em linha com o privado”

Entre 2015 e 2018, o ganho médio dos funcionários públicos cresceu cerca de 7%, ficando em linha com o privado, garantiu o ministro da Finanças, esta quarta-feira.

O ganho médio dos trabalhadores da Administração Pública (AP) cresceu, nos últimos três anos, cerca de 7%. O número foi adiantado, esta quarta-feira, pelo ministro das Finanças, que garantiu que tal evolução está “em linha com o setor privado”. Isto numa altura em que o aumento da base remuneratória da Função Pública para um valor superior ao salário mínimo nacional (SMN) está na ordem do dia e foi mesmo colocado em causa pelo Presidente da República.

“Nas carreiras chave da AP, hoje há mais trabalhadores e esses trabalhadores tiveram o seu ganho médio salarial aumentado. Entre 2015 e 2018, o ganho médio de um trabalhador da AP cresceu perto de 7%, em linha com o setor privado. E o emprego na AP cresceu 3,7%“, salientou Mário Centeno, esta manhã, na Comissão de Trabalho e Segurança Social.

Em maior detalhe e na Educação, o Estado conta atualmente com mais 4.500 docentes do que em 2015, profissionais que registaram com um aumento do ganho salarial médio de 5%, nos três anos em causa. Na Saúde, há mais 9% de médicos e 10% de enfermeiros, tendo sido registados aumentos dos ganhos salariais médios de 15% e 11% respetivamente.

De notar que Mário Centeno sublinhou que esta evolução salarial tem acontecido em linha com o privado. Tais declarações têm particular relevância face às fortes críticas que têm sido dirigidas à diferença entre o salário mínimo nacional (600 euros mensais) e a nova base remuneratória da Função Pública (635 euros mensais). Esta preocupação foi mesmo apoiada pelo Presidente da República que, apesar das dúvidas desta “opção política”, promulgou o aumento salarial em causa. Já este mês os funcionários públicos começarão a receber o acerto.

Além disso, segundo o ministro das Finanças, o Governo tem organizado a sua atuação para a Administração Pública em três grandes pilares. Em primeiro lugar, Mário Centeno destacou a valorização dos trabalhadores, com a reversão dos cortes salariais para todos os trabalhadores, com a reposição das 35 horas “para todos os trabalhadores com vínculo de emprego público”, com o descongelamento das carreiras e com o aumento da base salarial da AP. O governante enfatizou ainda a melhoria das condições de trabalho e a modernização da gestão pública.

A “legislatura do emprego” e da luta contra a precariedade?

O ministro das Finanças Mário Centeno em audição sobre a gestão da CGD - 30JAN19
Mário Centeno passou a manhã na Comissão do Trabalho e da Segurança Social.Hugo Amaral/ECO

Esta manhã, Mário Centeno aproveitou também para referir que, no último trimestre de 2018, 99% do ganho do emprego foi “conseguido com contratos permanentes”, ou seja, foram criados menos empregos precários. “Ao longo da legislatura, esta percentagem atingiu os 85%”, sublinhou o governante. O ministro lembrou que desde 2016 que esse indicador tem registado um recuo significativo.

Ainda sobre a precariedade e no que diz respeito ao Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública, o governante salientou que o número de processos homologados com parecer favorável atingiu os 12.584. “O número de procedimentos concursais abertos e postos de trabalho originados são: na Administração Central, 1.242 concursos, com 7.598 postos de trabalho; na Administração Local, 3.901 concursos, com 9.441 postos de trabalho”, avançou ainda o ministro.

Por outro lado, Centeno reforçou que, entre 2015 e 2018, cerca de 90 mil famílias deixaram de ter todos os seus membros ativos no desemprego e mais 270 mil famílias passaram a ter todos os seus membros ativos no emprego.

Tudo somado e com os mais 320 mil empregos criados nesses três anos, o ministro das Finanças considera que “esta legislatura poderia ser apelidada de ‘legislatura do emprego”. “Esse foi o lema do programa do Governo e foi cumprido e largamente excedido”, rematou Centeno.

Na audição desta manhã, houve ainda tempo para o responsável pelas Finanças deixar um recado ao CDS, que levará esta tarde uma moção de censura ao Governo a plenário: “Os partidos da oposição censuram que, desde 2015, mais de 270 mil famílias, todos trabalhem. Censuram porque não têm nada construtivo a propor”.

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Portugal fechou 2018 com dívida externa igual a 101,3% do PIB. Baixou face ao ano anterior

A riqueza produzida pela economia portuguesa no ano passado não chegou para pagar a totalidade da dívida acumulada pelo conjunto dos agentes económicos junto do exterior.

A economia portuguesa fechou o ano de 2018 com uma dívida externa de 101,3% do PIB, depois de um ano antes ter atingido 104,9% do PIB, revelou esta quarta-feira o Banco de Portugal.

A dívida externa da economia é apurada através da Posição de Investimento Internacional (PII) e mede o endividamento do conjunto dos agentes económicos: empresas, famílias e Estado. Assim, a dívida externa resulta da diferença entre o que o país deve ao estrangeiro e o que tem a haver do estrangeiro e é uma soma dos défices acumulados ao longo do tempo até 2018.

“No final de dezembro de 2018, a PII de Portugal situou-se em -203,2 mil milhões de euros, o que traduz uma variação positiva de aproximadamente mil milhões de euros em relação ao final de 2017”, adianta o banco central, calculando que a dívida externa medida em percentagem do PIB ficou em 101,3%.

O valor final do PIB referente ao ano passado ainda não é conhecido – só em 28 de fevereiro o Instituto Nacional de Estatística (INE) publica as contas nacionais referentes a 2018. No entanto, o Banco de Portugal explica na nota de informação estatística que faz uma “extrapolação do PIB nominal para esse trimestre com base na informação parcial divulgada pelo INE”. A 14 de fevereiro, o INE divulgou a estimativa rápida referente ao ano passado o que permite à equipa de economistas do banco central fazer esses cálculos.

A variação da PII deveu-se, em grande medida, ao impacto positivo combinado das transações (1,4 mil milhões de euros) e dos outros ajustamentos (1,6 mil milhões de euros), parcialmente compensado pelas variações cambiais (-1,3 mil milhões de euros) e pelas variações de preço (-0,9 mil milhões de euros)”, explica a instituição liderada por Carlos Costa.

A justificar o efeito positivo das transações está a balança de pagamentos, onde o saldo ficou em 0,4% do PIB. Um saldo positivo mas abaixo do registo do ano anterior.

O banco detalha as razões para as evoluções negativas dos fatores relacionados com as variações cambiais e as variações de preço. No caso das primeiras, “verificou-se a depreciação do kwanza, com impacto na redução do valor em euros dos ativos angolanos detidos por residentes“. “No caso das variações de preço, o impacto negativo sobre a PII refletiu, principalmente, a venda de créditos de sociedades não financeiras a entidades não residentes por um valor inferior ao contratualizado”, acrescenta o banco.

O Banco de Portugal adianta também que a dívida externa líquida, que resulta da PII, excluindo os instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros, fechou o ano passado num valor equivalente a 89,5% do PIB. No final de 2017, a dívida externa líquida estava em 91,7%.

(Notícia atualizada)

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